Trata-se de um caso de Transtorno de Personalidade Borderline, encaminhado para a área de Psicoterapia Breve (PB) do Centro de Psicologia Aplicada da UNESP - Bauru/SP.
A análise deste caso veio corroborar a hipótese de que pacientes com transtorno de personalidade borderline também podem ser beneficiados com a PB.
A característica essencial do Transtorno da Personalidade Borderline é um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, e acentuada impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.
O Desenvolvimento dessa psicoterapia se deu através do avanço nos estudos psicanalíticos aliados as mudanças sociais e econômicas.Não é uma psicanálise abreviada pois, possuem características que lhes asseguram estrutura própria.
É uma técnica psicoterápica ativa. Aplicação consciente e planejada de
conceitos psicanalíticos dentro de uma abordagem flexível e individualizada.
Possui objetivos e tempos limitados.
NOME FICTÍCIO: Batista. IDADE: 21 anos. Mulato, brasileiro, solteiro, cursava o
terceiro grau, era prestador autônomo de serviços, de origem católica.
Estatura e peso médios. Vestia-se com simplicidade.
Sentia-se deprimido, caótico e um "vazio"; Auto-agressão, machucava-se; Mudava de estado de ânimo sem razão
aparente; Indecisão, falhas de memória e atenção; Dificuldade em lidar com as perdas; Buscava uma razão para tudo isso.
Hipótese Diagnóstica: Transtorno de Personalidade Borderline.
Hipóteses Psicodinâmicas: a) dificuldade em elaborar o luto pela perda da
mãe; b) bloqueio da afetividade; c) dificuldade para verbalizar experiências e
desejos sexuais. Foco: trabalhar o luto pela perda da mãe e o
conseqüente bloqueio das emoções.
Esforços frenéticos para evitar um abandono real
ou imaginado; Um padrão de relacionamentos interpessoais
instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;
Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self;
Impulsividade em pelo menos duas das duas áreas potencialmente prejudiciais á própria pessoa( por ex.: gastos financeiros, sexo, abuso de substancias, direção imprudente, comer compulsivamente);
Recorrências de comportamentos, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante;
Instabilidade afetiva devido a acentuada reatividade do humor (por ex.: episódios de intensa disforia {inquietação}, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente alguns dias);
Sentimentos crônicos de vazio; Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em
controlar a raiva, lutas corporais recorrentes; Ideação paranóide transitória e relacionada ao
estresse ou severos sintomas dissociativos;
A conscientização do paciente sobre sua patologia e necessidade de tratamento;
Elaboração da perda de sua mãe; Compreensão de aspectos
significativos de sua história de vida.
O diferencial desta modalidade de atendimento parece estar relacionada
ao estabelecimento de objetivos terapêuticos condizentes com as reais possibilidades e limites de cada
paciente.
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