Capítulo 9Atmosfera e suas dinâmicas 2
Capítulo 10 Fatores e tipos climáticos 20
Capítulo 11 Formações vegetais 34
Capítulo 12Ação humana na atmosfera e nas formações vegetais 46
Volume 3
capí
tulo
Estamos envoltos por uma mistura gasosa: o ar atmosférico.
Neste capítulo, você vai conhecer mais a atmosfera para investi-
gar as relações entre os fenômenos atmosféricos e as paisagens
da Terra e refletir sobre as ações humanas nesse ambiente.
A paisagem acima, por exemplo, apresenta fortes relações
com as características climáticas que predominam na região.
Você consegue imaginar como são as condições atmosfé-
ricas que atuam sobre esse ambiente e como isso interfere na
vegetação? Converse sobre isso com o professor e os colegas.
Atmosfera e suas dinâmicas9
• Camadas da
atmosfera
• Tempo atmosférico e clima
• Elementos atmosféricos
o que vocêvai conhecer
Floresta tropical nas Ilhas Seychelles, no leste da África, 2019
©Michael Piepgras/Alamy/Fotoarena
2
Geografia
A Terra vem passando por um processo de evolução. Du-
rante seu desenvolvimento, a camada de gases que a reveste
sofreu alterações até atingir a composição e a dinâmica atuais.
Essa camada denomina-se atmosfera e é fundamental para a
manutenção da vida no planeta, pois seus fenômenos interfe-
rem diretamente no cotidiano do ser humano.
Em razão da importância da atmosfera, cientistas do mun-
do todo a estudam para compreender seus fenômenos e sua
composição.
Camadas da atmosfera
A atmosfera é composta de muitos gases, que circulam no
planeta e alimentam seus ciclos naturais. Observe, na imagem
seguinte, a distribuição desses gases.
• Reconhecer as características da atmosfera e sua divisão em camadas, compreendendo sua importância para a natureza e a sociedade.
• Diferenciar tempo atmosférico de clima.
• Identificar os elementos do clima.
objetivos do capítulo
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Oxigênio: 21%
Argônio: 0,9%
Nitrogênio: 78%
Outros gases: 0,1%(dióxido de carbono, metano, vapor-d’água,
hélio, neônio e hidrogênio)
Composição da atmosfera
3
Com base nessa afirmação, converse com os colegas e o professor sobre a importância
da atmosfera para a vida no planeta Terra. Em seguida, escreva sobre as conclusões a que
vocês chegaram.
olhar geográfico
A temperatura média da Terra é de, aproximadamente, 15 °C.
A atmosfera apresenta características que variam conforme sua distância em relação
à superfície terrestre. Em diferentes altitudes, ocorrem fenômenos distintos e observa-se
uma composição própria de gases.
De acordo com esses fenômenos e características, e para fins de estudo, a atmosfera foi
organizada em camadas. Em cada uma delas, o ser humano realiza diversas atividades: trans-
porte aéreo, transmissão de ondas eletromagnéticas (como as de rádio e TV, e a própria luz)
e monitoramento da superfície terrestre.
A imagem seguinte representa as camadas da atmosfera com a descrição de suas princi-
pais características. Leia as informações de baixo para cima.
Camadas da atmosfera
Exosfera: última camada da atmosfera. Está situada entre 500 km e 750 km de altitude. Nela, estão posicionados muitos satélites que orbitam a Terra.
Troposfera: da superfície terrestre (ou oceânica) até uma altitude entre 8 km e 16 km está a troposfera. Essa camada representa, aproximadamente, 75% da massa total da atmosfera terrestre. Nela, acontecem os fenômenos meteorológicos mais conhecidos, como a formação das nuvens e das chuvas, e os deslocamentos de ar, que provocam os ventos e produzem diferentes temperaturas no globo.
Estratosfera: situada acima da troposfera, essa camada vai até, aproximadamente, 50 km de altitude. Nela, está o ozônio, que forma uma camada gasosa capaz de absorver a radiação ultravioleta do Sol. A estratosfera influencia, com a troposfera, o tempo atmosférico e o clima do planeta.
Mesosfera: encontra-se entre 50 km e 80 km de altitude. Em sua porção superior, as temperaturas podem atingir 90 °C negativos. Exerce pouca influência nos climas da Terra, pois o ar já é bastante rarefeito.
Termosfera: situada entre 80 km e 500 km de altitude, as temperaturas nessa camada são superiores a 1 000 °C. Nela, ocorrem as auroras boreais e as combustões de meteoritos que entram na atmosfera terrestre.
rarefeito: ar com baixa concentração de oxigênio, o que dificulta a respiração.
A absorção dos raios ultravioleta
pela camada de ozônio
protege os seres vivos dos
efeitos nocivos desses raios.
Nas pessoas, eles podem
causar, por exemplo, catarata,
alergias e câncer de pele.
Divo Padilha. 2011. 3D.
4
Geografia
Com base na ilustração Camadas da atmosfera, responda às questões seguintes.
1 Em qual camada as pessoas vivem?
2 A massa atmosférica está distribuída de forma igual nas camadas da atmosfera? Justifique sua resposta.
3 Em qual das camadas atmosféricas está concentrado o ozônio? Qual é a função desse gás na manu-tenção da vida na Terra?
olhar geográfico
Tempo atmosférico e clima
Como está o tempo agora no lugar onde você vive? Está chovendo ou o céu está limpo?
O ar está frio ou quente? Está ventando? A temperatura está em declínio, em elevação ou
estável? Ao responder a essas questões, você está dando informações sobre as condições do
tempo de determinado lugar.
O tempo atmosférico refere-se ao que acontece na atmosfera, como as variações de
calor, umidade, ventos e chuvas. Portanto, quando falamos de tempo atmosférico, consi-
deramos o estado momentâneo do ar em determinado lugar. Dependendo da região, esse
estado pode variar bastante durante o dia.
Leia o diálogo seguinte.
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Oi, Clara! Td bem?
on-line
Td. Conversei com meus pais e eles disseram q posso passar as férias de julho com vcs aí em Manaus.
Viu, q tipo de roupa eu devo levar? Aqui em Campo Largo faz frio em julho... e aí?
Oi, Luís! Td bem e vc?
Legal!! Vamos adorar!
HOJE
Ah, tranquilo... traga apenas roupa de calor. Aqui em Manaus praticamente não faz frio em nenhuma época do ano!
Nossa, q legal!
Bem, vou nessa, prima. Tenho prova de Geo amanhã. Nos falamos.
Até! Fui!
Blz. Não vejo a hora de as férias chegarem...
Até!
Clara Luís on-line
5
A conversa entre Luís e Clara mostra as diferenças climáticas entre os municípios de
Manaus e Campo Largo. Em Manaus, capital do Amazonas, localizado na Região Norte, as
temperaturas variam muito pouco ao longo do ano e são sempre elevadas. Já em Campo
Largo, município do estado do Paraná, no Sul, as temperaturas variam mais ao longo do ano
e, geralmente, são mais baixas durante o inverno.
Por que existem essas diferenças climáticas de um lugar para outro? E qual é a diferença
entre tempo e clima?
No período de um dia, o tempo pode variar em diferentes lugares da superfície terres-
tre: em uma cidade, o dia pode amanhecer ensolarado, mais tarde o tempo pode fechar, com
muita chuva e vento. Nesse caso, o que muda são as condições do tempo atmosférico, que
são bastante variáveis.
Já para determinar o clima, são considerados os sucessivos estados do tempo atmos-
férico durante um longo período de observações – no mínimo 30 anos. Após comparar e
registrar essas observações, os cientistas classificam o tipo climático de um lugar, porque,
durante esse período, as ações dos elementos que o constituem se comportam de maneira
relativamente constante. Dessa forma, podemos afirmar que o clima é o comportamento
médio do tempo atmosférico de um lugar.
Para entender melhor as classificações climáticas, vamos retomar as cidades citadas no
diálogo da página anterior. Em Manaus, as temperaturas ficam elevadas praticamente o ano
todo. Já em Campo Largo, nos meses de inverno, as temperaturas são mais baixas. Como
essas características atmosféricas costumam se repetir todos os anos, constatou-se que o
clima de Manaus é quente, ao passo que o de Campo Largo apresenta uma época mais quen-
te e outra mais fria.
Essas diferenças se devem a alguns fatores que influenciam os elementos atmosféricos,
que você vai estudar em seguida.
O estado do tempo de um lugar está relacionado ao movimento das massas de ar, que
podem alterá-lo a qualquer momento. Já a sucessão de variações de tempo por um período
mais longo – um conjunto de anos – define o clima de um lugar ou região. Geralmente, essas
variações são sazonais, ou seja, marcadas pelas estações do ano.
Previsão do tempoO ser humano sempre teve interesse em prever o tempo, principalmente porque a agri-
cultura depende muito das condições da atmosfera, do planejamento do plantio à colheita.
Além disso, a previsão do tempo influencia nosso cotidiano e a organização das atividades de
diversos setores da sociedade, como a construção civil, os transportes aéreos e marítimos, o
planejamento dos recursos hídricos, etc.
conectado
6
Geografia
nebulosidade: quando o céu está encoberto por nuvens, em maior ou menor quantidade.
Há muitos anos, as previsões se baseavam apenas na observação de elementos da nature-
za, como o ciclo de algumas plantas, o comportamento de certos animais e as condições locais
da atmosfera (nuvens, ventos, etc.). Até as fases da Lua eram associadas a determinadas mu-
danças de tempo. Dessa forma, o acerto de uma previsão dependia da vivência de vários anos
de observação. Por isso, somente pessoas mais experientes se arriscavam a fazer previsões
do tempo.
Atualmente, a previsão do tempo é fei-
ta com base em avançados conhecimentos
da Meteorologia, ciência que estuda a at-
mosfera. Em muitos lugares do Brasil e do
mundo, existem estações meteorológicas
com modernos aparelhos, que medem e
registram as condições atmosféricas. Es-
ses aparelhos medem a temperatura (ter-
mômetro), a umidade (higrômetro), o ven-
to (anemômetro), a pressão (barômetro),
também recebem imagens transmitidas
por satélites, que mostram as condições da
atmosfera. Essas imagens, combinadas com
os dados obtidos pelas estações meteoro-
lógicas, são processadas por supercompu-
tadores, que geram mapas do estado atual
-
do prever o tempo para as 24, 48 ou até
mesmo 72 horas seguintes.
Mesmo com os conhecimentos científicos e com a moderna aparelhagem técnica, a
previsão do tempo pode falhar. Isso pode acontecer por falha humana ou dos aparelhos,
e também porque o sistema climático é extremamente complexo e sofre a influência de
múltiplas variáveis. Assim, nem sempre é possível prever corretamente os movimentos
do ar atmosférico.
Em jornais ou na internet, pesquise a previsão do tempo para
o dia de amanhã e anote em seu caderno. Amanhã, observe e ano-
te as condições do tempo durante os três períodos do dia (manhã,
tarde e noite), verificando se está chovendo, se há vento, se está
ensolarado, se há nebulosidade e qual é a sensação térmica. Depois, compare suas anotações
com a previsão dos meios de comunicação. A previsão do tempo foi precisa? Quais elementos
foram semelhantes ou diferentes do previsto?
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Fontes: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.
Imagem fornecida pelo satélite Goes-13 retrata as condições meteorológicas da América do Sul em 8 de janeiro de 2018
Elementos do clima
Na Terra, os diversos tipos de climas apresentam características próprias, resultantes
da combinação dos diversos elementos atmosféricos: temperatura, umidade, precipitação e
pressão atmosférica e movimento do ar (vento).
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Temperatura
A temperatura atmosférica se refere à intensidade de calor que existe no ar e pode ser
medida com um termômetro. Em alguns países, é indicada em graus Celsius (ºC), cuja escala
varia de 0 ºC a 100 ºC. Observe a imagem abaixo.
O termômetro mais usado registra os valores máximos e mínimos da
temperatura do ar. Por isso, é chamado termômetro de máxima e mínima.
Esse aparelho é diferente daquele usado para medir a temperatura do corpo
humano.
A temperatura média de determinado lugar em um dia qualquer é obtida
com base nos índices de temperatura máxima e mínima. Para isso, basta somar
os dois índices e dividir o resultado por dois. Por exemplo: se em determina-
do dia e lugar, os índices registrados são máxima de 15 ºC e mínima de 25 ºC,
a temperatura média é 20 ºC, e a variação, 10 ºC. Também é possível obter a
média de temperatura mensal e anual.
A principal fonte energética ou de calor da Terra é a radiação emitida pelo
Sol. Parte dos raios solares atravessa a atmosfera e atinge a superfície terres-
tre, que, por sua vez, reflete a radiação solar, funcionando como fonte emissora
de calor para a atmosfera. Essa dinâmica é um dos fatores responsáveis pela va-
riação da temperatura na Terra. A imagem seguinte representa esse processo.
Termômetro
Radiação solar
Fonte: GRIMM, Alice Marlene. Meteorologia Básica: notas de aula. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-7.html>. Acesso em: 9 maio 2019.
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Você já notou que, durante o dia, a temperatura geralmente é mais elevada que à noite?
Isso acontece porque o calor absorvido ao longo do dia irradia-se aos poucos, depois que o
Sol se põe. Assim, a temperatura atmosférica varia de acordo com as diferentes horas do dia
e também com as estações do ano.
No Hemisfério Sul, as temperaturas mais elevadas geralmente são registradas entre de-
zembro e janeiro; no Hemisfério Norte, entre junho e julho. No inverno, quando a incidência,
Radiação solar – 100%
6% da radiaçao é refletida pela
atmosfera e espalhada no espaço
19% da radiação é absorvida pela
atmosfera e nuvens
Ao todo, cerca de 30% da radiação é
perdida para o espaço
20% da radiação é refletida pelas
nuvens
4% da radiação é refletida pela superfície (continentes e oceanos)
51% da radiação solar é absorvida pela superfície (continentes e oceanos)
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Geografia
a absorção e, consequentemente, a irradiação de calor são menores, as temperaturas costu-
mam ser mais baixas.
As temperaturas também variam com a altitude: quanto mais elevada for a altitude, mais
baixa será a temperatura. Você vai aprender mais sobre o modo como ocorre essa variação
no próximo capítulo.
Umidade e precipitações
Uma das características exclusivas da Terra é a presença de água em estado gasoso, especial-
mente nas camadas mais baixas da atmosfera. O ar que respiramos, portanto, contém vapores-
-d’água. Mais de 70% desse vapor circula nos primeiros 4 mil metros de altitude, na troposfera.
Esses vapores resultam da passagem da água em seu estado líquido para o estado gaso-
so por ação da energia solar, em um processo denominado evaporação. É essa concentração
de vapor na atmosfera que forma a umidade do ar, responsável por regular a temperatura na
superfície e interferir nas condições climáticas das diferentes regiões do planeta.
Quando a atmosfera está saturada de água em forma de vapor e gotículas, ocorrem as
precipitações, ou chuvas, que se formam com a passagem da água do estado gasoso (vapor)
para líquido, em um processo denominado condensação. A caracterização do clima de um
local e as precipitações são tão importantes quanto as temperaturas.
A quantidade de chuva que cai em um lugar qual-
quer, em determinado período, pode ser medida com
um aparelho chamado pluviômetro, que marca o total
de precipitações em milímetros (mm). Em regiões bra-
sileiras onde chove muito, como no Norte, o total anual
de chuvas chega a mais de 2 000 mm. No interior do Nor-
deste, onde ocorre pouca chuva, registram-se menos de
500 mm.
Para entender o significado desses valores, imagi-
ne que fosse possível guardar toda a chuva de um ano.
Assim, os habitantes do Norte poderiam nadar em uma
piscina com mais de 2 000 mm, isto é, 2 metros de pro-
fundidade. Já no Nordeste, a água pluvial acumulada du-
rante um ano teria uma profundidade inferior a 500 mm,
isto é, 50 centímetros.
Entre os vários tipos de chuva, destacam-se as convectivas, as orográficas e as frontais.
Chuvas convectivas ou de convecçãoAs chuvas convectivas ocorrem quando o ar aquecido se torna mais leve e sobe para
níveis mais elevados da atmosfera. Como a temperatura diminui com a altitude, a umidade
dessa massa de ar (a água evaporada) se resfria e se condensa (fica líquida), provocando a
chuva.
Esse movimento é circular: o ar quente sobe e perde temperatura. Assim, o vapor-d’água
se condensa e se precipita, daí o nome convecção, que significa circulação.
Pluviômetro no posto de meteorologia em
9
Apesar de frequente em áreas equato-
riais, esse tipo de chuva também ocorre em
outras áreas, desde que as temperaturas se-
jam elevadas e o vento não carregue a água
evaporada para lugares distantes. É o caso
das áreas tropicais, onde ocorrem as chuvas
de verão, que são fortes, porém passageiras.
Antes de elas se precipitarem, o céu escu-
rece de repente. Quando a chuva cai, geral-
mente provoca inundações e enchentes nas
partes mais baixas de grandes cidades.
Chuvas orográficas ou de montanhaAs chuvas orográficas são comuns nas encostas de montanhas e serras, principalmente
nas que ficam próximas ao litoral. Elas acontecem porque as massas de ar úmidas, quando
deslocadas pelo vento, são obrigadas a subir por causa das vertentes. Com isso, essas massas
se resfriam, e o vapor-d’água se condensa, provocando as chuvas.
Por essa razão, em
geral, chove mais nas ver-
tentes voltadas para o mar
que naquelas opostas a
ele. É o caso das vertentes
da Serra do Mar, nas escar-
pas que estão de frente
para o Oceano Atlântico.
Ar frio
Ar quente
A ilustração seguinte demonstra esse processo.
Formação de chuva convectiva
Forte chuva atinge a cidade de Capivari, no estado de São Paulo, 2019
Formação de chuva orográfica
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Geografia
Ar quente
Ar frio
Formação de chuva frontal
Chuvas frontaisO tipo mais comum de chuva é aquele em que o ar quente e úmido se encontra com o ar
frio em deslocamento. A zona de contato entre o ar quente e o ar frio chama-se frente. Daí
o nome de chuvas frontais. Esse encontro ocorre porque as massas de ar são deslocadas das
áreas de alta pressão para as de baixa pressão. Quando o ar frio avança, o ar quente, por ser
mais leve, é empurrado para cima, o que também ocasiona um movimento de convecção.
Observe esse processo acompanhando as setas na imagem seguinte.
Ação das chuvas sobre o relevoAo cair regularmente em uma área, as
chuvas criam e modificam as formas do re-
levo. Com as mudanças de temperatura, a
infiltração da água da chuva e as raízes das
plantas fragmentam as rochas maciças, que
se transformam em partículas e podem ser
deslocadas pelas enxurradas. Essas enxurra-
das transportam fragmentos de tamanhos
variados e podem provocar o deslocamento
de grandes blocos de rocha, que são deposi-
tados no sopé dos morros.
Quando elas ocorrem em vertentes mui-
to íngremes e estão associadas a chuvas
intensas e à ação humana, temos os desli-
zamentos, que causam muitos prejuízos ao
ambiente e ao meio social.
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Deslizamento na Muzema, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro, RJ, 2019
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Pressão atmosférica e deslocamento de ar
O ar exerce pressão ou força sobre a superfície da Terra e, consequentemente, sobre
nosso corpo. Mas será que o ar tem peso?
Você conhece alguma experiência prática capaz de responder à questão anterior? Converse com os colegas sobre isso. Em grupos, façam experimentos para avaliar com o professor as hipóteses sobre o peso do ar.
pesquisa
O peso da camada de ar que nos envolve é chamado de pressão atmosférica. Ele é tão
grande que poderia nos achatar como folhas de papel. Isso não acontece porque essa pres-
são se faz em todos os sentidos, isto é, de cima para baixo, de baixo para cima e pelos lados.
Além disso, o ar entra em nossos pulmões, permitindo o equilíbrio de nosso corpo com o ar
da parte externa.
A pressão atmosférica varia de um lugar para outro e pode ser medida por meio de um
aparelho chamado barômetro. Um dos fatores que influenciam sua variação é a altitude.
Com a altitude, a força da gravidade é menos intensa, e as moléculas de ar ficam mais
distantes umas das outras. Assim, o ar se torna cada vez mais rarefeito, isto é, escasso. Isso
faz com que a pressão atmosférica seja menor nas altas montanhas que no nível do mar. Por-
tanto, quanto mais elevada é a altitude, menor é a pressão atmosférica.
Na ilustração, observe a variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude.
Baixa pressão Alta pressão
Pressão atmosférica
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12
Geografia
Essas situações explicam por que a Zona Equatorial, que tem temperaturas elevadas,
apresenta baixas pressões atmosféricas, e as Zonas Polares, de temperaturas baixas, têm
altas pressões.
A circulação do ar na atmosfera terrestre tem grande relação com a pressão atmosféri-
ca. As áreas de alta pressão movimentam grandes porções de ar em direção às áreas de me-
nor pressão, pois o ar mais frio desce e tende a ocupar o espaço do ar mais quente, que sobe.
A presença do oxigênio e de outros
gases diminui com o aumento da altitu-
de. Nas altas montanhas, por exemplo,
a temperatura e a pressão atmosférica
são baixas por causa da rarefação do ar.
Além da altitude, a temperatura também influencia a variação da pressão atmosférica.
O ar é uma mistura de gases e vapor-d’água. Esses gases se expandem quando são aque-
cidos e se contraem quando são resfriados. Assim, quando faz calor, o ar se expande e, em
consequência, pesa menos. Em outras palavras, as altas temperaturas provocam a diminui-
ção da pressão do ar. Quando faz frio, o ar se comprime, tornando-se mais denso e, conse-
quentemente, mais pesado. Portanto, as baixas temperaturas causam o aumento da pressão
atmosférica.
• Altas temperaturas = baixa pressão atmosférica;
• Baixas temperaturas = alta pressão atmosférica.
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Ar frio e mais comprimido desce
Ar quente e mais leve sobe
Baixa pressão Alta pressão
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Quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar e menor a pressão atmosférica. Por isso, muitos alpinistas levam cilindros de oxigênio para escalar uma montanha. A fotografia, de 2010, mostra um alpinista utilizando
máscara de oxigênio para escalar.
13
atividades
1 Em relação aos três diferentes tipos de chuvas, complete as frases seguintes.
a) As chuvas também são conhecidas como chuvas de verão e ocorrem quando o ar úmido aquecido se eleva para níveis mais elevados da atmosfera, se resfria e se condensa.
b) As chuvas ocorrem quando uma massa de ar quente e úmido se encontra com uma massa de ar frio.
c) As chuvas estão relacionadas às elevações do relevo, que fa-zem com que as massas de ar úmido ganhem altitude, se resfriem e se condensem.
2 No lugar onde você mora, já houve enchente provocada por chuvas de verão? Quando?
3 Que atitudes a população pode tomar para evitar enchentes?
4 O que significa pressão atmosférica?
5 Explique a influência da altitude na variação da pressão atmosférica.
VentosEm razão das diferenças de pressão, o ar está sempre em movimento, deslocando-se das
zonas de alta pressão para as de baixa pressão. Esse deslocamento do ar é chamado de ven-
to. Portanto, vento é o ar em movimento, ou seja, que se desloca das zonas de alta pressão
(anticiclones) para as de baixa pressão (ciclones). Por suas características, os anticiclones são
considerados dispersores de ventos; e os ciclones, receptores.
14
Geografia
Os ventos trazem as características dos lugares de onde vêm. Dependendo de sua ori-
gem, podem ser quentes ou frios, úmidos ou secos. Por essa razão, também são respon-
sáveis pelas variações de temperatura e pela umidade na superfície terrestre. Os ventos
úmidos vindos do mar, por exemplo, provocam chuvas sobre os continentes. Os ventos frios
vindos das regiões polares, por sua vez, causam quedas de temperatura nos lugares por
onde passam.
Há vários tipos de ventos. Alguns são regulares, isto é, sopram permanentemente, com
mais ou menos intensidade, como os polares e os alísios. Outros circulam periodicamente,
ou seja, ocorrem durante um período do dia ou do ano, como as brisas.
Observe a imagem a seguir. Ela representa a circulação dos ventos na atmosfera terres-
tre, denominada circulação geral da atmosfera.
Ventos polaresAs Zonas Polares caracterizam-se como áreas de alta pressão, portanto são centros dis-
persores de ventos, de onde ocorre a expansão do ar em direção às baixas latitudes, princi-
palmente no inverno.
No esquema anterior, observe que os ventos polares dos dois hemisférios seguem a
direção leste-oeste, sendo chamados de ventos polares de leste. Isso ocorre por causa da
rotação da Terra.
Zonas de alta pressão
Zona de convergência intertropical
Ventos alísios
Ventos de oeste
Ventos de oeste
Ventos polares
Ventos polares
Fonte: MIGUENS, A. P. Navegação: a ciência e a arte – navegação eletrônica e em condições especiais. Rio de Janeiro: Diretoria de Hidrografia e Navegação, 1996. p. 1743. Disponível em: <https://www.marinha.mil.br/dhn/?q=pt-br/npublicacoes>. Acesso em: 10 maio 2019.
Circulação geral da atmosfera
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Ventos alísiosOs ventos alísios sopram das latitudes, em torno de 30 graus, em direção à Linha do
Equador. Localize-os na imagem anterior.
Como a Zona Equatorial recebe a maior quantidade de insolação, isto é, de radiação so-
lar, o ar quente da região, que é mais leve, tende a subir. Para preencher o espaço deixado
por esse ar que sobe, sopram os alísios, ventos menos quentes que se deslocam das áreas
subtropicais para as zonas equatoriais.
Entre os ventos regulares, os alísios são os mais constantes: sopram o ano inteiro na
mesma direção. Toda a extensão onde eles atuam é denominada zona de convergência
intertropical.
Brisas de terra e mar As brisas de terra e mar são exemplos de ventos que circulam periodicamente. A movi-
mentação delas acontece em sentidos diferentes, dependendo do período. As brisas do dia
sopram do mar para a terra, por isso são denominadas marítimas. Já as da noite sopram da
terra para o mar, sendo chamadas de terrestres.
Nas imagens a seguir, observe os movimentos das brisas marítimas e continentais.
O ar quente esfria e desce sobre a terra
O ar se eleva sobre as águas, relativamente mais quentes
Mar: maior temperatura, baixa pressão
Terra: menor temperatura, alta pressão
O ar frio sopra para o mar
Brisa terrestre
O ar quente esfria e desce sobre o mar,relativamente mais frio que a terra
O ar se eleva sobre a terra, relativamente mais quente
O ar frio se desloca domar para a costa
Terra: maior temperatura,baixa pressão
Mar: menortemperatura, alta pressão
Brisa marítima
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Brisa terrestre: à noite, o continente se resfria mais depressa que
as águas do mar. O ar dessa superfície se eleva
dando lugar ao ar mais frio, que se desloca do continente em direção ao mar.
Brisa marítima: durante o dia, o continente se aquece mais depressa que o oceano. O ar dessa superfície esquenta e se eleva, provocando o deslocamento do ar frio do mar em direção à costa.
16
Geografia
Na Região Nordeste do Brasil, os jangadeiros saem para pescar de madrugada, antes
de o Sol nascer, e só retornam à tarde. Você sabe por que eles escolhem esses períodos
para realizar suas atividades? É simples: eles aproveitam as brisas de terra e mar para
movimentar suas jangadas. E como acontece o movimento desses ventos?
A superfície continental se aquece e se resfria
mais rapidamente que a do mar. A pressão depende
da temperatura, e os ventos, das diferenças de pres-
são. Como de madrugada o continente é mais frio que
o mar, a pressão atmosférica é maior sobre a porção
continental que sobre o mar. Por isso, o vento sopra
do continente para o mar, empurrando as jangadas. À
tarde, ao contrário, o continente está mais quente que
o mar. Isso provoca maior pressão do ar sobre a água.
O vento sopra, então, do oceano para o continente,
trazendo os jangadeiros de volta à terra.
curiosidade?
Jangadeiros retornam da pesca na Praia de Lagoinha, no município de Paraipaba, Ceará, 2013
Neste capítulo, você estudou que o ar tende a se deslocar das zonas de alta pressão para
as de baixa pressão, formando uma corrente de ar chamada vento. Essa dinâmica atmosféri-
ca pode resultar em sistemas de nuvens muito carregadas, como os furacões, por exemplo,
fenômenos naturais que causam grande destruição.
O texto seguinte trata das semelhanças e diferenças entre os fenômenos atmosféricos
furacão, tufão e ciclone. Leia-o com atenção e, em seguida, observe a ilustração da estrutura
física de um furacão na página 1 do material de apoio.
olhar geográfico
Quais as semelhanças e diferenças entre furacão, tufão e ciclone?[...]
Todos são fenômenos caracterizados por grandes quantidades de ar que se deslocam de forma organizada em colunas verticais e executam um movimento giratório muito rápido, em função da energia do Sol e do movimento de rotação da Terra. Porém, de acordo com a veloci-dade do vento, recebem uma denominação diferente [...]. O ciclone é formado por ventos mais amenos. Quando eles são mais intensos, passam a ser chamados de furacão ou tufão – ambos têm as mesmas características, no entanto, nos países ocidentais, o fenômeno climático é de-nominado furacão, enquanto nos orientais é comum chamá-lo de tufão. Os efeitos e danos que esses fenômenos climáticos causam podem ser classificados de acordo com a intensidade de seus ventos, na escala anemométrica internacional de Beaufort, que vai do 0 ao 12.
SANTOMAURO, Beatriz. Quais as semelhanças e diferenças entre furacão, tufão e ciclone? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2341/quais-as-semelhancas-e-diferencas-entre-furacao-tufao-e-ciclone>. Acesso em: 10 maio 2019.
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17
Com base no texto e na ilustração da página 1 do material de apoio, responda às ques-
tões seguintes.
1 O que é comum no processo de formação dos seguintes fenômenos atmosféricos: furacões ou tu-fões e ciclones?
2 Que fator diferencia os ciclones dos furacões ou tufões?
3 De acordo com a ilustração, cite a origem dos ventos que formam os ciclones e os furacões e expli-que o seu processo de formação.
4 Pesquise em diversas fontes, como jornais, revistas e internet, a possibilidade de ocorrer ciclones e furacões no Brasil. Escreva um texto sintetizando as conclusões a que chegou.
1 Observe, na história em quadrinhos, o personagem Garfield andando em um campo, em determina-do dia da semana.
o que já conquistei
a) Qual é a diferença entre tempo atmosférico e clima?
b) A situação vivenciada por Garfield determina uma condição do tempo atmosférico ou do clima?
Explique sua resposta.
DAVIS, Jim. Garfield. Disponível em: <http://garfield.com/comic/2009-03-01>. Acesso em: 16 set. 2019.
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18
Geografia
c) Dê exemplos de como o tempo atmosférico pode interferir nas atividades econômicas e no coti-diano das pessoas.
2 Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
a) ( ) Ventos, chuvas e outros fenômenos ocorrem na troposfera.
b) ( ) A atmosfera é uma fina camada de gases que envolve a Terra. Ela tem cheiro, é incolor e sem gosto.
c) ( ) Sem a atmosfera, não existiria o ar atmosférico que permite a sobrevivência dos seres vivos.
d) ( ) Na composição da atmosfera, o nitrogênio compreende apenas 0,9%.
e) ( ) Troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera são as camadas de ar da atmosfera.
f) ( ) A camada da atmosfera onde vivemos é a troposfera.
g) ( ) Na estratosfera, estão posicionados os satélites que orbitam a Terra.
h) ( ) Na termosfera, ocorrem as auroras boreais e as combustões dos meteoritos que entram na atmosfera terrestre.
i) ( ) O ozônio, que forma uma camada gasosa capaz de absorver a radiação ultravioleta do Sol, está localizado na estratosfera.
j) ( ) Na porção superior da mesosfera, as temperaturas são extremamente elevadas. Essa camada da atmosfera exerce grande influência nos climas do planeta.
k) ( ) A exosfera é a última camada da atmosfera. Nela, estão posicionados muitos satélites.
Reescreva as afirmações falsas nas linhas seguintes, tornando-as verdadeiras.
3 Observe novamente as imagens da página 16 e responda às questões a seguir.
a) Como ocorrem as brisas marítimas?
b) Por que, à noite, o ar se desloca do continente em direção ao mar? Como se chama esse fenômeno?
19
capí
tulo
Você sabia que as regiões do planeta estão sob influência
de diferentes tipos de clima? Conhecer a atuação de alguns fa-
tores climáticos é fundamental para compreender as diferenças
entre os climas. Esses assuntos serão abordados neste capítulo.
Observe a imagem acima. Note que o Polo Norte da Terra
aparece completamente iluminado, enquanto o Polo Sul, mes-
mo de dia, está na penumbra. Você sabia que as causas desse
fenômeno também estão relacionadas à existência de diferen-
tes climas no planeta? Converse com seus colegas e o professor
sobre essa questão, procurando entender suas causas.
Fatores e tipos climáticos10
• Influência da posição e do movimento da Terra no clima
• Fatores que
influenciam o clima
• Tipos de clima
o que vocêvai conhecer
©Shutterstock/Romolo Tavani
20
Geografia
Influência da posição e do movimento da Terra no clima
Conhecer o movimento e a posição da Terra no espaço auxilia na compreensão dos di-
ferentes tipos de clima no mundo. Como já estudamos, a inclinação do eixo da Terra e o seu
movimento de translação resultam nas estações do ano, responsáveis pelas variações climá-
ticas que ocorrem no decorrer do ano.
A inclinação do eixo de rotação da Terra também interfere na incidência de energia solar
sobre sua superfície. Assim, quanto mais afastado da Linha do Equador estiver um lugar,
maior será a inclinação dos raios solares, o que reduz a quantidade de luz e calor recebida.
Com esse conhecimento, foi possível definir as zonas térmicas do planeta. Assim, as Zonas
Temperadas são menos quentes que a Zona Tropical; as Zonas Polares recebem os raios do
Sol bem inclinados, sendo, portanto, bem frias.
• Identificar a relação entre a posição e os movimentos do planeta, bem como os padrões climáticos.
• Entender os fatores climáticos e suas características, percebendo que as diferenças entre os vários tipos de climas se devem à sua atuação.
• Distinguir a diferença e a relação entre elementos e fatores do clima.
• Reconhecer e identificar os principais tipos climáticos existentes na Terra.
objetivos do capítulo
Essa classificação é útil, porém não é suficiente para compreender as dinâmicas climáti-
cas da Terra, pois, em uma mesma zona térmica, existem diferentes tipos de clima, com gran-
des variações. Na Zona Intertropical, por exemplo, podemos encontrar climas secos, como
ocorrem no interior do Nordeste; ou climas úmidos, como na Amazônia. Portanto, para com-
preender o clima das diferentes regiões do planeta, é necessário conhecer os fatores que
atuam na atmosfera e que, combinados, caracterizam os tipos climáticos, como as formas de
relevo, a influência dos corpos hídricos, entre outros.
Planisfério: zonas térmicas
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro, 2009. p. 58. Adaptação.
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cia
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21
Fatores do clima
Conforme estudamos no capítulo anterior, as condições da atmosfera costumam ser
descritas pelos elementos do clima: temperatura, umidade, precipitação, pressão atmosfé-
rica e ventos.
Já os fatores do clima são variáveis e, quando combinados, determinam os padrões cli-
máticos da Terra. Os principais são: massas de ar, latitude, altitude, continentalidade e ma-
ritimidade. Há autores que consideram também a influência das correntes marítimas, da ve-
getação, do relevo e da urbanização.
Não podemos confundir, no entanto, os elementos do clima com os fatores climáticos.
Os fatores do clima podem determinar certas alterações nos elementos climáticos: por
exemplo, uma massa de ar quente (fator) pode influenciar a temperatura ou a quantidade
de precipitação (elementos) de um local.
Latitude
Anteriormente, estudamos que a latitude é a distância de um lugar qualquer da su-
perfície terrestre até a Linha do Equador. Vimos também que, nos locais próximos à Linha
do Equador, as latitudes são menores, e os raios solares atingem perpendicularmente a
superfície terrestre. Como esses locais são aquecidos com mais intensidade, as tempera-
turas tendem a ser mais elevadas. Perto dos polos, onde as latitudes são maiores, ocorre o
contrário: os raios solares incidem sobre a superfície terrestre com grande inclinação, aque-
cendo essas áreas com menos intensidade. Isso acontece em virtude da forma esférica da
Terra e da inclinação de seu eixo.
Assim, quanto maior a latitude, mais baixas as temperaturas. Quanto menor, mais eleva-
das. Como a temperatura é um dos elementos do clima, ele também se modifica conforme
a variação de latitude.
isotermas: linhas traçadas que unem pontos de mesma temperatura. No caso, a média do mês mais quente ou mais frio do ano.
O mapa da página seguinte representa, por meio das isotermas, as temperaturas médias
que predominam nas diferentes zonas térmicas do globo.
Fonte: GRIMM. Alice M. Meteorologia básica – notas de aula. Disponível em:<http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-1.html>. Acesso em: 31 maio 2019.
90°45° 30°
Div
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9. D
igit
al.A ilustração mostra que
regiões próximas à Linha do Equador recebem os
raios solares de forma direta (primeira imagem),
configurando a Zona Intertropical. Porém, ao se deslocar tanto para o
Norte quanto para o Sul, a temperatura tende a diminuir,
pois menor é a intensidade da energia solar recebida, como mostra a última imagem, que
A B C
22
Geografia
Altitude
O aquecimento da atmosfera ocorre pela retenção dos raios do Sol e, principalmente,
pela irradiação do calor da superfície terrestre.
Perto do nível do mar, o ar é mais denso que nas montanhas, por isso ele tem mais capa-
cidade de reter o calor absorvido e irradiado pela superfície. Nas montanhas, o ar é mais ra-
refeito, pois a atmosfera é menos densa que no nível do mar. Por essa razão, sua capacidade
de absorção de calor é menor.
Além disso, nas montanhas, a área de irradiação para a atmosfera é muito menor que em pla-
nícies extensas e planaltos amplos. Assim, quanto mais elevada a altitude, mais baixa a tempera-
tura do ar. Isso explica a ocorrência de neve e gelo nos picos das mais altas montanhas do globo,
mesmo em áreas equatoriais, normalmente quentes por se localizarem em baixas latitudes.
As altas montanhas próximas à Linha
do Equador apresentam baixas tempera-
turas e geleiras em seus picos. Isso acon-
tece porque o frio causado pela altitude
compensa o calor da região, que advém
da influência da latitude. Assim, em ple-
na Zona Equatorial africana, por exem-
plo, há montanhas com cume coberto de
neve, como o Monte Kilimanjaro, visto na
imagem ao lado.
©Jane Rix/Alamy/Fotoarena
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
Isotermas mundiais
Ta
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Ka
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Bo
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Parque Nacional de Amboseli, localizado
no distrito de Kajiado, na província do vale do Rift, no Quênia, 2019
23
atividades
1 Qual é o assunto dessa notícia?
2 Que relação é possível estabelecer entre a massa de ar quente na região, as temperaturas altas e as pancadas de chuva e tempestades que atingirão pontos do estado?
3 Para você, qual é a importância dessa previsão para a sociedade?
Notícias como essa são bem comuns nos meios de comunicação. Elas são importantes
porque ajudam as pessoas a organizar melhor suas atividades, pois sempre há variação do
tempo atmosférico. Essa previsão explica que a mudança do tempo atmosférico sofreu in-
fluência de uma massa de ar quente.
A atmosfera tende a apresentar extensas áreas com as mesmas características de tem-
peratura, pressão e umidade, que são as massas de ar. Ao se deslocarem, elas carregam as
características adquiridas na região de origem.
As massas de ar adquirem as características de temperatura e umidade dos locais onde
se originam, influenciam a atmosfera dos lugares por onde passam e também têm suas pró-
prias características transformadas. Portanto, uma massa de ar que se forma sobre o oceano,
próximo à Linha do Equador (denominada equatorial), será quente e úmida e, ao se deslocar
RS segue com calor tórrido e deve ter temporais [...][...] A massa de ar muito quente traz uma jornada de temperatura escaldante. Já de manhã
faz bastante calor e a tarde será tórrida com marcas acima de 35ºC na maioria das áreas e máximas ao redor de 40ºC em algumas regiões. Devido à temperatura, pancadas de chuva e tempestades atingem diferentes pontos em horas da tarde e noite. Alguns temporais isolada-mente devem ser fortes e com vendavais. [...]
RS SEGUE com calor tórrido e deve ter temporais nesta quarta-feira. Disponível em: <http://correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2019/1/669947/RS-segue-com-calor-torrido-e-deve-ter-temporais-nesta-quartafeira>. Acesso em: 13 maio 2019.
Massas de ar
O trecho a seguir traz a previsão do tempo para o Rio Grande do Sul, para o dia 1º. de
janeiro de 2019. Leia-o com atenção.
24
Geografia
Características das massas de ar
Massa equatorial continental (mEc): forma-se no interior da Amazônia, sendo, portanto,
uma massa de ar quente. Apesar de ser continental, tem alta umidade, graças à intensa
evaporação, causada pela alta radiação solar sobre a vegetação densa da floresta. Durante
todo o ano, é responsável por forte calor e chuvas abundantes no norte-noroeste do Brasil;
durante o verão, atua no centro-sudeste e até em algumas partes do sul do país.
Massa equatorial atlântica (mEa): quente e úmida, origina-se sobre o Oceano Atlântico.
Quando atinge o litoral da Região Nordeste do Brasil, provoca chuvas.
Massa tropical continental (mTc): quente e seca, forma-se no centro da América do Sul.
Atua quase apenas durante o verão no sul e no sudeste do Brasil.
Massa tropical atlântica (mTa): originalmente é úmida, pois se forma sobre o oceano,
provocando chuvas nos locais onde atua. No inverno, porém, invade o país vinda do su-
deste, instala-se sobre o centro do Brasil, onde perde sua umidade, tornando-se seca e
estável e impedindo a chegada de ventos úmidos capazes de trazer chuva. Por isso, os in-
vernos são secos em grande parte do interior brasileiro, especialmente no centro-oeste
do país, e também no oeste de São Paulo e parte de Minas Gerais.
Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2007. p. 151. Adaptação.
Massas de ar
para o continente, vai trazer altas temperaturas e muita umidade. Mas existem exceções: a
massa que se forma sobre a Floresta Amazônica, por exemplo, embora seja formada sobre
um continente, é úmida em razão da abundante vegetação.
No Brasil, atuam cinco massas de ar. Cada uma delas de modo diferente e conforme a
estação do ano. Para entender melhor as origens dessas massas, observe o mapa a seguir.
Ta
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Bo
ra
25
Continentalidade e maritimidade
Se você já foi à praia em um dia ensolarado, deve ter percebido que, durante o dia, a areia
é bem mais quente que a água do mar. À noite, entretanto, a água do mar é mais quente que
a areia. Isso acontece porque a água demora mais para ganhar ou perder calor, o que causa
o efeito da maritimidade. Já os continentes esquentam-se e resfriam-se mais rapidamente,
ocasionando o efeito da continentalidade.
Os litorais sofrem o efeito da maritimidade. Essas áreas apresentam menor variação de
temperatura porque as águas absorvem o calor solar mais lentamente durante o dia e nos
meses de verão e também se resfriam mais lentamente durante a noite e nos meses de inver-
no. Assim, as massas de água liberam calor para a atmosfera gradualmente durante a noite,
tornando a amplitude térmica menor.
As áreas localizadas no interior dos continentes, distantes dos
mares e oceanos, sofrem o efeito da continentalidade: apresen-
tam maior variação de temperatura. Isso ocorre porque absorvem
amplitude térmica: diferença entre a temperatura máxima e a mínima
registradas em determinado período, no caso um dia.
As massas de ar se deslocam constantemente e, muitas vezes, encontram-se com ou-
tras de características diferentes. É desse encontro que resultam as frentes, que podem
ser quentes ou frias. O que define o tipo da frente é a massa de ar que está avançando.
Observe a imagem.
curiosidade?
Massa de ar frio:alta pressão
Massa de ar quente:baixa pressão
Frente fria
Esquema de uma frente fria
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11
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ita
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Massa polar atlântica (mPa): forma-se sobre o oceano. É uma massa de ar fria e seca, po-
rém, à medida que atinge o Brasil, torna-se úmida. Quando chega ao território brasileiro,
provoca frentes frias nos lugares por onde passa, inicialmente com chuvas, seguidas de
sensível queda na temperatura. Está associada também à ocorrência de geada e, às ve-
zes, de precipitação de neve no sul do país.
26
Geografia
Alguns autores consideram que as correntes marítimas são um dos fatores que in-
fluenciam o clima. Isso porque elas interferem na temperatura e umidade do ar, afe-
tando o clima das regiões por onde passam. Assim, massas de ar frio e seco formam-se
sobre as correntes marítimas frias; e sobre as correntes quentes, formam-se massas
de ar quente e úmido. As correntes marítimas são relacionadas ao equilíbrio térmico
do planeta, pois, com seu movimento constante, conduzem águas frias para lugares de
clima quente e águas aquecidas para lugares de clima frio. Por exemplo, em sua passa-
gem, a corrente quente do Golfo – que tem esse nome por ser proveniente do Golfo do
México é responsável por amenizar o rigor dos invernos na Noruega, localizada ao norte
da Europa.
curiosidade?
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
mais calor nos meses de verão e durante o dia e resfriam-se mais rapidamente nos meses de
inverno e durante a noite, diminuindo as temperaturas.
Assim, por se aquecerem e se resfriarem mais rapidamente que as águas, os continentes
registram temperaturas mais baixas à noite que durante o dia. A mesma variação de tempe-
ratura acontece tanto nos meses de inverno quanto nos de verão.
Portanto, a continentalidade é responsável por elevadas variações de temperatura, e a
maritimidade, por baixas variações de temperatura.
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Correntes marítimas
27
atividades
1 Assinale a alternativa que contém apenas fatores do clima.
a) temperatura – maritimidade – massas de ar – umidade
b) continentalidade – altitude – massas de ar – latitude
c) temperatura – pressão atmosférica – ventos – precipitação
d) massas de ar – pressão atmosférica – latitude – altitude
e) latitude – altitude – temperatura – pressão atmosférica
2 Em relação ao clima, qual é a relação entre a inclinação do eixo da Terra e a intensidade dos raios solares?
3 Caracterize as massas de ar que atuam no Brasil em relação à origem e características, conforme o exemplo.
Massas de ar que atuam no Brasil
Origem Características
mPa (polar atlântica)Sobre o Oceano Atlântico, perto do Polo Sul.
Fria e úmida.
mEa (equatorial atlântica)
mEc (equatorial
continental)
mTa (tropical
atlântica)
mTc (tropical
continental)
28
Geografia
Tipos de clima
Para determinar os tipos de clima do planeta, são necessários anos de observações e análi-
se dos fatores climáticos que atuam sobre determinada região, em diferentes estações do ano.
Isso é necessário para obter informações sobre o comportamento da temperatura e das pre-
cipitações. Portanto, são muitas as variáveis que, combinadas, determinam os tipos climáticos.
Existem diversas maneiras de classificar os climas. Atualmente, a classificação do cien-
tista alemão Wilhelm Köppen, feita no início do século XX, ainda é bastante utilizada e pode
ser observada no mapa seguinte.
Climas do mundo
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
Clima equatorial: caracteriza-se por temperaturas eleva-
das durante todo o ano, com média anual superior a 25 °C,
e por chuvas regulares e elevadas, que podem diminuir
em certos períodos, mas sem a ocorrência de períodos
de seca. As estações do ano têm pouca variação em rela-
ção aos climas temperados ou subtropicais. Esse tipo de
clima está relacionado à existência de vegetação muito
densa, que se beneficia do calor e da umidade constantes.
Floresta equatorial em Lombok, Indonésia, 2017
©Age Fotostock/Easypix Brasil
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©Age Fotostock/EasypixB
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29
Clima tropical: esse tipo de clima também se caracteriza
pelo calor constante durante quase o ano todo, com tempe-
ratura média anual de 20 °C a 25 °C. Entretanto, o regime de
chuvas é marcado por dois períodos bem característicos: úmi-
do, no verão e na primavera; e seco, no outono e no inverno.
Clima subtropical: as quatro estações são bem defini-
das, com verões quentes e invernos frios, podendo até ne-
var ocasionalmente. O outono e a primavera são estações
de transição, podendo ser notados pela mudança na ve-
getação, que pode perder as folhas no outono, voltando
a florescer na primavera. As precipitações costumam ser
bem distribuídas ao longo do ano, com invernos mais se-
cos em determinadas áreas.
Clima temperado: semelhante ao clima subtropical, porém com estações do ano mais
definidas. Assim, os invernos são mais frios, com possível ocorrência de neve. Já os outonos
e primaveras se refletem ainda mais na paisagem e nas plantas. As precipitações são bem
distribuídas ao longo do ano.
Clima frio: as baixas temperaturas predominam durante qua-
se todo o ano, dificilmente ultrapassando os 20 °C até mesmo
no verão. Já os invernos podem ser extremamente rigorosos,
com temperaturas abaixo de 40 °C negativos.
Clima polar: sua principal característica são as tempe-
raturas muito baixas, inferiores a 0 °C. Ocorre nos extremos
norte e sul do planeta, onde, devido à baixa inclinação dos
raios solares, boa parte das áreas não recebe luz durante par-
te do inverno. Já no verão, há o fenômeno denominado sol da
meia-noite, quando a maior parte do dia permanece iluminada.
Clima frio de montanha: como o
nome sugere, ocorre nas áreas mais elevadas do planeta, com frio
predominante durante boa parte do ano e neve nos topos das
montanhas. O padrão das estações do ano varia de acordo com a
latitude dessas elevações.
©Fabio Colombini
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©Fabio Colombini
Geada em Urubici, Santa Catarina, 2019. As temperaturas mais baixas do Brasil
costumam ocorrer no Sul, em áreas sob domínio do clima subtropical.
©Llo
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Parque Estadual do Jalapão, Tocantins, 2018. As paisagens caracterizam-se pela vegetação de Cerrado, típica das regiões de clima tropical.
Floresta de coníferas, típicas de regiões de clima frio durante o
inverno, Finlândia, 2019
Clima frio de montanha na Cordilheira dos Andes, em San Martin de los
Andes, na Patagônia, Argentina, 2018
30
Geografia
©Shutterstock/Montene
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Sto
ck
Para determinar o clima de um lugar, é necessário observar e coletar dados do tempo
atmosférico por um longo período de tempo. Uma das técnicas utilizadas é fazer o regis-
tro das médias de temperatura e pluviosidade, que são coletadas em estações meteoro-
lógicas, e sintetizar esses dados em um gráfico denominado climograma.
curiosidade?
Clima mediterrâneo: ao contrário do clima tropical, as precipitações se concentram no
inverno. O verão costuma ser seco e quente, com vegetação adaptada a condições similares
a dos climas semiáridos. Entre outras regiões, ocorre no entorno do Mar Mediterrâneo, do
qual herdou a denominação.
Clima desértico: é muito árido, isto é, tem um nível muito baixo de
umidade no ar. Por isso, as chuvas são raras e a vegetação é escassa,
com solos arenosos.
Clima semiárido ou semidesértico: caracteriza-se por
ser seco, mas com uma regularidade de chuvas maior que no
clima desértico, com poucos meses de chuva por ano, exce-
to nos anos de seca. Paisagem típica das regiões de clima
semiárido no interior do Nordeste, São Domingos do Cariri, Paraíba, 2018
©Shutterstock/Montene
gro
Sto
ck
baixo de
assa,
Fonte: INPE. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Disponível em: <http://clima1.cptec.inpe.br/monitoramentobrasil/pt>. Acesso em: 14 maio 2019.
jan.0
20
40
60
80
100
120
140
160
12
14
16
18
20
22
24
26
fev. mar. abr. maio jun.
Te
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(°C
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jul. ago. set. out. nov. dez.
Os eixos verticais do gráfico registram a temperatura, em graus Celsius, e a quantidade de precipitação, em milímetros.
A base do gráfico (eixo horizontal) registra os meses do ano.
As temperaturas médias mensais são representadas por uma linha vermelha que corta o gráfico no sentido horizontal. Esse eixo vertical mostra a temperatura (T) em graus Celsius (°C).
Os índices de chuvas mensais são representados pelas barras azuis. Esse eixo vertical mostra a quantidade mensal de precipitação (P), medida em milímetros (mm).
Climograma de Porto Alegre (RS)
31
1 Explique a diferença entre continentalidade e maritimidade.
2 Observe a localização das cidades de Campo Verde (MT) e Cuiabá (MT), distantes apenas cerca de 140 quilômetros uma da outra.
o que já conquistei
Agora observe, nas tabelas a seguir, alguns dados sobre essas cidades.
Campo Verde (MT)
Temperatura média do mês mais
quente
23,4 ºC
Temperatura média do mês mais frio 19,7 °C
Altitude 746,4 m
Latitude 15º 33’ 13”
Cuiabá (MT)
Temperatura média do mês mais
quente
27,2 °C
Temperatura média do mês mais frio 23,4 °C
Altitude 242,9 m
Latitude 15º 34’ 11”
Fontes: IBGE. Cadastro de localidades brasileiras selecionadas. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/estrutura_territorial/localidades/>. Acesso em: 15 maio 2019; CLIMATE-DATA.ORG. Disponível em: <https://pt.climate-data.org/>. Acesso em: 15 maio 2019.
Fonte: GoogleEarth. Disponível em: <©GoogleEarth/(https://www.google.com/maps/@-15.5887582,-54.8344005,6z>. Adaptação.
Localização das cidades de Campo Verde e Cuiabá (MT)
Ma
rilu
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So
uza
32
Geografia
Com base nos seus estudos sobre os fatores climáticos, identifique o fator responsável pela dife-rença entre as temperaturas médias de Campo Verde e Cuiabá.
a) Latitude
b) Zonas térmicas da Terra
c) Longitude
d) Altitude
e) Maritimidade/continentalidade
3 Com base nos conteúdos deste capítulo e na observação do climograma do município de Goiânia (GO), responda às questões a seguir.
a) O que esse gráfico representa?
b) O que o eixo vertical da esquerda e as barras azuis do gráfico informam?
c) Que informações o eixo vertical da direita e a linha vermelha indicam?
d) Em média, quais foram os três meses mais chuvosos em Goiânia nesse período? E os três menos chuvosos?
e) Há muita diferença entre as temperaturas médias do verão e do inverno? Explique sua resposta.
f) De acordo com o que você estudou no capítulo, a cidade de Goiânia pode ser classificada com qual tipo de clima: equatorial, tropical, mediterrâneo ou frio? Por quê?
Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Goiânia. Disponível em: <https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/goias/goiania-2191/>. Acesso em: 14 maio 2019.
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250
200
150
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0jan. fev. mar.
Precipitação (mm)
abr. set. out. nov. dez.ago.
Temperatura (°C)
maio jun. jul.
Climograma de Goiânia
33
capí
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Os continentes apresentam diferentes paisagens vegetais.
Essa variedade é resultado da interação de vários fatores natu-
rais. Neste capítulo, você vai estudar a relação entre as forma-
ções vegetais e o clima.
A vegetação de seu município apresenta semelhanças em
relação à vegetação mostrada na imagem? Quais as característi-
cas da vegetação do lugar onde você vive? É possível reconhecer
a influência do clima de seu município na vegetação existente?
Converse sobre essas questões com o professor e os colegas.
Formações vegetais11
• Fatores que
influenciam a vegetação
• Principais formações
vegetais
o que vocêvai conhecer
Vista parcial do Largo da China, no bairro Centro Cívico, em Curitiba, Paraná, 2019
©Shutterstock/Luis War
34
Geografia
Fatores que influenciam a vegetação
As paisagens vegetais originais da superfície terrestre são muito diferentes entre si.
Umas são compostas de grandes árvores sempre verdes; outras, de arbustos retorcidos e
quase sem folhas; outras ainda apresentam espécies rasteiras, que somente aparecem em
poucos meses durante o ano. Essas diferenças podem ser explicadas pelas variedades de
climas, relevos e solos.
É comum afirmar que a vegetação é um reflexo do clima. Isso porque temperatura, umi-
dade e luz solar, além de indispensáveis à vida, praticamente determinam a distribuição e
as características das espécies vegetais na superfície terrestre, favorecendo ou dificultando
seu desenvolvimento nos diferentes lugares da Terra.
A seringueira ou o cacaueiro, por exemplo, não sobrevivem em ambientes frios ou secos.
Já um cacto, adaptado à escassez de água, não se adaptaria à umidade das regiões equa-
toriais. Por isso, um dos fatores que condicionam a distribuição das formações vegetais no
planeta é a latitude, já que as condições de umidade e temperatura variam de acordo com as
diferentes zonas térmicas da Terra, como vimos no capítulo anterior.
Assim, nas regiões equatoriais de baixa la-
titude, a umidade e a temperatura elevadas re-
sultam em vegetação mais exuberante; e perto
dos polos, com maior latitude, a pouca insolação
e temperaturas baixas resultam em formações
vegetais escassas e de menor porte.
O vento, um elemento do clima, é fundamen-
tal para a disseminação das espécies vegetais,
pois leva sementes para locais distantes, onde
elas germinam e dão origem a novas plantas.
As características do relevo também são im-
portantes na distribuição da vegetação. À medi-
da que a altitude aumenta, a temperatura dimi-
nui, os solos ficam mais rasos e a vegetação vai
se tornando cada vez mais baixa e rala.
Assim, de modo geral, a exuberância de uma formação vegetal se reduz à medida que
aumenta a altitude e diminui a temperatura.
• Perceber que as diferentes paisagens vegetais do globo resultam da interação entre fato-res naturais, como umidade, temperatura, solos e formas de relevo.
• Identificar e localizar as principais formações vegetais mundiais.
• Compreender que, ao longo do tempo, a exploração das formações vegetais pelas ativida-des humanas tem levado ao esgotamento desse recurso.
objetivos do capítulo
Cadeia de montanhas nos Alpes Bávaros e Lago Riegsee, em Baviera, Alemanha, 2019
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O esquema seguinte mostra o comportamento das formações vegetais de acordo com a
latitude e a altitude. Explore sua leitura com o professor.
Da mesma forma que o clima influencia a vegetação de uma região, ele é influenciado
por ela. É o que ocorre, por exemplo, na Floresta Amazônica, onde as plantas são responsá-
veis por gerar boa parte da umidade que faz a região ser muito chuvosa.
Principais formações vegetais
Formações vegetais são conjuntos compostos de espé-
cies de plantas de determinado lugar. Elas podem ser de
dois tipos: florestais (predomínio de árvores) e arbustivas
(predomínio de vegetação arbustiva ou herbácea).
Nas formações florestais, a grande quantidade de ár-
vores está relacionada à disponibilidade de água durante
todo o ano. É o caso da vegetação das margens dos rios
e do fundo dos vales, ou daquela que se desenvolve em
áreas de clima úmido. Essas formações constituem as
florestas.
A maior parte das formações arbustivas está associada
a climas semiúmidos, semiáridos ou que apresentam tem-
peraturas muito baixas, como o clima polar. Essas forma-
ções constituem as savanas (exemplo: Cerrado brasileiro),
as estepes e as pradarias.
As diversas formações vegetais do planeta resultam
do tipo de interação entre clima, solo e relevo. As diferen-
tes cores do mapa Planisfério: vegetação original mostram
como se distribuíam os principais tipos de vegetação na
Terra. Observe que o verbo “distribuir” foi usado no pas-
sado, pois grandes áreas cobertas por vegetação original
não existem mais. No decorrer dos séculos, elas foram to-
talmente devastadas pelas atividades humanas. Essa ação
Formações arbustivas em Cabo Oriental, África do Sul, 2017
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Formações florestais e Cachoeira de Opaekaa Falls em Kauai, Havaí, Estados
Unidos, 2018
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Altitude
Latitude
Floresta tropical
Floresta temperada
Floresta de coníferas
Tundra Gelo polar e neve
Fonte: DANOFF-BURG, J. A. Module 9, light and temperature: the determiners of climate – sunlight, moisture, temperature, and wind. Disponível em: <http://ccnmtl.columbia.edu/projects/seeu/bio2/restrict/modules/module09_content.html>. Acesso em: 12 jun. 2019.
Distribuição da vegetação de acordo com a altitude e latitude
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36
Geografia
foi empreendida para satisfazer às necessidades do ser humano ao longo do tempo, como o
uso crescente da madeira, maior espaço para a construção de cidades, prática da agricultura
e formação de pastos.
Observe o mapa a seguir.
leitura cartográfica
Com base no mapa, faça o que se pede.
1 Qual é o título do mapa?
2 O que as cores da legenda indicam?
3 Quais são os tipos originais de vegetação encontrados no Brasil?
4 Compare o mapa da vegetação original com um mapa político do Brasil e indique o tipo de vegeta-ção original que predomina na unidade de federação onde você mora.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
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Planisfério: vegetação original
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No Brasil, a modificação da natureza se intensificou a partir do século XVI, com a chega-
da dos europeus. Desde então, a cobertura vegetal primitiva foi sendo bastante modificada
pela ocupação humana.
Atualmente, no mundo todo, há poucas áreas onde a vegetação original não tenha sido
alterada de alguma forma.
Quando as florestas são desmatadas, rompe-se a relação entre a vegetação e o solo,
o que impossibilita o desenvolvimento da vida vegetal e animal. Com o desflorestamen-
to, a água das chuvas cai diretamente sobre o solo descoberto. Como resultado, há ero-
são, diminuição da infiltração da água no solo, enchentes e, consequentemente, redução
do abastecimento dos lençóis subterrâneos, que alimentam os rios.
Além disso, o desmatamento acaba com a transpiração da vegetação, a qual favorece
a ocorrência de chuvas, afetando o regime pluvial. Esse fator ocasiona mudanças no clima
regional e, eventualmente, afeta o padrão climático global.
Como as florestas equatoriais e tropicais são significativos reservatórios de gás car-
bônico (cerca de 20% do planeta), sua queima pode elevar consideravelmente a concen-
tração desse gás na atmosfera, aumentando o aquecimento global.
Entre outros, podemos citar alguns dos impactos socioambientais causados pela de-
vastação florestal: diminuição do volume de água potável; alteração do regime dos rios,
o que afeta a pesca; mudança no regime de chuvas; e a destruição de espécies vegetais e
animais, fundamentais à sobrevivência das populações nativas.
curiosidade?
atividades
1 Escolha a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto seguinte.
Em cada clima, existem diferentes condições de , e incidência de luz solar, que são elementos que podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento da
nos diferentes lugares da Terra. Por isso, as alterações no
explicam as mudanças nos tipos de vegetação quando há um aumento na e na altitude.
a) vento – chuva – vida – clima - temperatura
b) temperatura – umidade – vegetação – clima – latitude
c) latitude – umidade – vegetação – clima – temperatura
d) latitude – altitude – vegetação – clima – temperatura
2 Com base no esquema da página 36, responda às questões.
a) Qual é o tipo de vegetação encontrada nas áreas de baixas latitudes?
b) Qual é o tipo de vegetação encontrada nas áreas de elevadas latitudes?
38
Geografia
3 Quais são as consequências socioambientais resultantes do desmatamento?
4 Em sua opinião, é possível controlar o desmatamento? Discuta essa questão com o professor e os colegas.
A seguir, são apresentadas algumas das características dos principais tipos de vegetação
e o lugar onde eles se encontram.
Florestas pluviais
As florestas pluviais podem ser tropicais, sub-
tropicais ou temperadas. Elas são formações vege-
tais típicas de regiões de clima quente e úmido da
Zona Tropical ou Subtropical. Podem ser chamadas
também de florestas equatoriais quando se locali-
zam próximas à Linha do Equador. São pluviais por-
que as chuvas são bem distribuídas durante o ano
todo. Sua vegetação é composta de árvores de gran-
de e médio porte, como jacarandá, peroba, mogno e
castanheira, além de orquídeas e samambaias.
Esse tipo de formação vegetal encontra-se prin-
cipalmente na América Central, na América do Sul
(Floresta Amazônica e Mata Atlântica), na África
Central (Floresta do Congo), nas porções sudeste e
sul da Ásia e na Oceania.
Florestas temperadas
As florestas temperadas são formações típicas
de clima temperado oceânico. Elas são chamadas
também de florestas de folhas caducas (ou caduci-
fólias), pois muitas espécies perdem suas folhas du-
rante o inverno, como forma de adaptação ao frio,
com frequente queda de neve. Assim, as árvores não
precisam alimentar as folhas e economizam energia.
Cobriam grandes extensões do oeste da Europa, do
nordeste dos Estados Unidos, do nordeste da China,
etc. Atualmente, restam poucas áreas de matas ca-
ducifólias, pois compõem as paisagens naturais mais
adulteradas pela ocupação humana.
Mata Atlântica na Reserva Natural de Salto Morato, no município de Guaraqueçaba, Paraná, 2019
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Floresta temperada durante o inverno, Liège, Bélgica, 2018
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Florestas de coníferas
As florestas de coníferas são assim chamadas porque os aparelhos reprodutores de suas
árvores têm a forma de cone, como os pinheiros. Elas localizam-se em áreas de clima frio,
com queda de neve de três a seis meses durante o ano. Adaptadas ao frio rigoroso, suas
árvores têm folhas pequenas e endurecidas. No Hemisfério Norte, essas florestas recobrem
extensas áreas da América do Norte, da Europa e da Ásia. Esse é o motivo de serem conheci-
das como florestas boreais.
Na Rússia, a floresta boreal tem o nome de taiga. Como principal característica, as
florestas de clima frio apresentam poucas espécies de árvores, o que dá a elas um aspecto
uniforme, bem diferente do observado em florestas de clima quente.
As florestas de coníferas são a principal fonte de madeira mole da superfície terrestre,
isto é, de madeira para a fabricação de papel, papelão e celulose.
Antigamente, uma grande área da Região
Sul do Brasil – do Rio Grande do Sul até o es-
tado do Paraná – era coberta pela Floresta de
Araucárias, formada por pinheiros brasileiros
chamados araucárias, como os exemplares
mostrado na página de abertura do capítulo.
O clima da Região Sul não é frio, mas subtro-
pical. Então, por que existem coníferas nessa
área? Porque no passado geológico, há mi-
lhões de anos, o clima da região era bem mais
frio que o atual. O clima se modificou, e os pi-
nheiros se adaptaram à nova situação.
Atualmente, resta muito pouco da Flo-
resta de Araucárias (menos de 1% de sua
cobertura original) em razão de sua des-
truição pelas atividades humanas.
Savanas
As savanas desenvolvem-se em áreas tropicais
de clima quente, com uma estação chuvosa e outra
seca. Sua vegetação é constituída de gramíneas, com
árvores esparsas e arbustos. A savana típica está na
África, onde vivem animais como o elefante, o leão,
a girafa, o búfalo e o rinoceronte.
No Brasil, as savanas têm aspectos particulares
e são chamadas de Cerrado ou campos cerrados.
Encontrado na porção central do país, o Cerrado se
caracteriza por apresentar árvores de pequeno por-
te, com troncos de casca grossa, galhos retorcidos e
folhas pequenas. Esses aspectos da vegetação refle-
tem a falta de chuvas durante uma estação do ano.
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Floresta de coníferas com exploração madeireira, Canadá, 2014
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Savana no Parque Nacional de Amboseli, Quênia, 2017
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Geografia
Estepes e pradarias
Localizadas entre as savanas e os desertos, as estepes e pradarias são formações vege-
tais de clima geralmente semiárido, com escassez de chuvas em grande parte do ano, ou
úmido, porém frio. Elas apresentam vegetação herbácea, com muitas espécies espinhentas,
e arbustos isolados.
Em virtude da prática do pastoreio, esse tipo de vegetação foi bastante deteriorado pela
ação humana. No Brasil, é representado pelos campos gerais, também chamados de pampas,
localizados principalmente no Rio Grande do Sul.
Cientistas afirmam que, nos últimos 40 anos, o aumento das temperaturas no Ártico vem
resultando na alteração das características da vegetação. O texto seguinte aborda a relação
entre clima e vegetação.
olhar geográfico
Vegetação de pradaria em Quaraí, Rio Grande do Sul, 2019Vegetação de estepe no Parque Nacional Altyn-Emel, Cazaquistão, 2018
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Tundras
Típicas das regiões subpolares, a vege-
tação da tundra é caracterizada por forma-
ções herbáceas constituídas de musgos e
liquens, que cobrem o solo durante o verão,
nas áreas onde há degelo. No inverno, a ve-
getação desaparece em razão do congela-
mento do solo.
A imagem ao lado retrata uma paisagem
característica de região subpolar.
Tundra em Parque Territorial Tombstone, Canadá, 2012
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De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre clima, estudados no capítulo ante-
rior, responda às questões a seguir.
1 Quais são as características climáticas associadas à tundra?
2 Apesar de se situar próximo ao Polo Norte, qual fator climático está associado ao ar quente que atua na região pesquisada?
3 Quais os efeitos da mudança climática global sobre a tundra?
4 De acordo com os estudos sobre os fatores que influenciam a vegetação, por que a tundra se modi-ficou com a mudança climática?
Paisagem do Ártico sofre alteração com temperatura maior,
diz estudoA modificação da paisagem [tundra], que fica próxima ao Polo Norte, já seria resultado da
mudança climática global [...].
A tundra abrange uma área entre a Escandinávia, Sibéria, Alasca, Groenlândia e Canadá. Recebe pouca luz e pouca chuva, apresentando um clima polar, frio e seco. Por conta disso, o solo permanece gelado e coberto de neve durante a maior parte do ano, a vegetação é rasteira e não possui árvores. Até agora.
Os pesquisadores analisaram uma área de 100 mil km², utilizando imagens de satélite, tra-balho de campo e observações trazidas por pastores de renas. Com isso, encontraram salguei-ros e algumas plantas do gênero alnus que cresceram e atingiram mais de dois metros de altura nas últimas quatro décadas. [...]
[...] a área pesquisada é uma pequena parte da vasta tundra ártica, que já é mais quente que o resto do Ártico, provavelmente devido à influência de ar quente vindo da corrente do Golfo.
PAISAGEM do Ártico sofre alteração com temperatura maior, diz estudo. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/06/paisagem-do-artico-sofre-alteracao-com-temperatura-mais-alta-diz-estudo.html>. Acesso em: 12 jun. 2019.
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Geografia
Na Europa, as características do clima mediterrâneo, seco e
quente no verão, propiciam a ocorrência de incêndios florestais.
Ultimamente, esses incêndios têm se tornado mais frequentes e
catastróficos. Existem várias explicações para isso, de alterações
climáticas à substituição das espécies vegetais nativas, que são
mais resistentes ao fogo, por espécies mais inflamáveis, como o
eucalipto, que é muito utilizado na indústria de papel e celulose.
Para reduzir os incêndios na região mediterrânea, estudos
sugerem que o cipreste-mediterrâneo, uma árvore nativa da re-
gião, seja usado como barreira natural contra o fogo, pois essa
espécie mantém a umidade mesmo durante o verão, o que faz
com que se torne mais resistente ao calor.
Vegetação de alta montanha
A vegetação de alta montanha ocorre nas regiões mais altas da Terra, com dois mil metros
de altitude ou mais, como a Cordilheira dos Andes, a Cordilheira do Himalaia e os Alpes Suíços.
São áreas que recebem pouco calor e que têm pouco oxigênio na atmosfera, por isso não cos-
tumam apresentar grandes árvores, apenas bosques nas partes mais baixas. Em alguns casos,
predomina uma vegetação rasteira, principalmente espécies de gramíneas e arbustos.
Desertos
Nos desertos, a vegetação é muito escassa. Em ge-
ral, é constituída por plantas espinhentas que se desen-
volvem após chuvas curtas e irregulares, ficando apa-
rentemente mortas durante longos períodos secos.
As raízes dessas plantas são muito profundas e
se expandem logo abaixo do solo à procura de água,
que pode estar infiltrada na terra. Somente nos oásis,
formados em torno de fontes naturais de água, a vege-
tação se torna mais variada e rica.
Vegetação Mediterrânea
A vegetação mediterrânea se forma em lugares
onde os climas são secos no verão e chuvosos no inver-
no, como ao redor do Mar Mediterrâneo, em parte da
África do Sul, do Chile e da Austrália. Apresenta plan-
tas esparsas e adaptadas tanto a períodos de muito ca-
lor quanto à escassez de água.
Oásis em Ouarzazate, Marrocos, 2019. Oásis são pequenas regiões férteis em pleno deserto, em razão da presença de água.
Vegetação mediterrânea na França, 2018
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Toscana, Itália, 2019. O cipreste-
-mediterrâneo é uma árvore utilizada no combate a incêndios florestais na Europa.
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. p. 58. Adaptação.
2 Compare os mapas Climas do mundo, abaixo, e Planisfério: vegetação original, na página 37, e res-ponda às questões.
a) Qual tipo de clima está associado à floresta de coníferas?
b) Qual tipo de clima está associado à floresta pluvial tropical?
1 Observe atentamente as imagens e escreva o tipo de vegetação que elas retratam.
Flanders, Bélgica, 2018 Parque Nacional Impenetrável de Bwindi, Uganda, 2018
Alberta, Canadá, 2019
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Climas do mundo
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Geografia
c) Qual tipo de clima está associado à tundra?
d) Qual tipo de clima está associado ao Cerrado?
e) De acordo com os mapas, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, corrigindo-as.
( ) É possível notar que o clima é um fator que influencia a distribuição da vegetação, assim como suas características, mas o inverso também ocorre.
( ) Não há relação entre a latitude e a distribuição da vegetação, pois os fatores que definem a distribuição da vegetação são as condições de umidade e temperatura.
( ) De modo geral, a vegetação, assim como as zonas térmicas, também se distribui em faixas, acompanhando latitudes semelhantes.
( ) Os contornos das formações vegetais não seguem com precisão os tipos climáticos, pois fa-tores como solo, altitude e umidade também condicionam suas características, dando-lhes outros contornos.
3 Explique qual fator climático afeta as árvores das florestas temperadas, fazendo com que percam suas folhas periodicamente?
4 Sabendo que o clima da Região Sul do Brasil é subtropical, explique a ocorrência de coníferas nessa área.
5 O que são estepes? Que atividade tem sido a principal responsável pela degradação das estepes?
45
capí
tulo
Desde a origem da humanidade, as sociedades utilizam re-
cursos naturais para satisfazer suas necessidades. Neste capí-
tulo, vamos estudar como ocorrem os impactos das atividades
humanas na atmosfera e vegetação. A imagem nos mostra o uso
de máscara contra a poluição do ar. Você já passou por alguma
situação semelhante à da imagem? Converse com os colegas e o
professor sobre isso e procure descobrir as causas da poluição
do ar.
Ação humana na atmosfera e nas formações vegetais
12
• Poluição
atmosférica
• Vegetação e equilíbrio ecológico
o que vocêvai conhecer
Pedestre se protege da poluição do ar em Pequim, China, 2019
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46
Geografia
Poluição atmosférica
A atmosfera tem a importante função de proteger a Terra dos extremos de temperatu-
ra, controlando tanto a entrada da radiação solar quanto a fuga de calor para o espaço. En-
tretanto, nos últimos 200 anos, esse equilíbrio natural da temperatura vem sendo alterado
pela poluição, causada pelas atividades humanas. A seguir, vamos conhecer alguns exemplos
de como essas atividades impactam a atmosfera e, por consequência, o ambiente como um
todo, incluindo os seres vivos.
Camada de ozônio
O ozônio é um gás presente em toda a atmosfera, sendo encontrado principalmente na
estratosfera, em uma faixa conhecida como camada de ozônio. Essa camada é muito impor-
tante para a manutenção da vida no planeta, pois absorve e filtra parte da radiação ultravio-
leta (UV-B) emitida pelo Sol.
Existem componentes produzidos pelo
ser humano que reagem ao entrar em con-
tato com esse gás, desestabilizando-o. Isso
faz a camada de ozônio ficar mais rarefeita
(fina), o que diminui a absorção e a filtragem
da radiação ultravioleta. Dessa forma, a su-
perfície terrestre passa a receber maiores
quantidades desses raios nocivos à saúde.
• Identificar as alterações causadas na atmosfera pelas atividades humanas e seus impactos.
• Analisar as alterações realizadas pela ação humana na vegetação e suas consequências.
• Reconhecer a possibilidade de o ser humano realizar suas atividades de maneira sustentável.
objetivos do capítulo
Fonte: NASA. Un panel: ozone layer on the road to recovery. Disponível em: <https://visibleearth.nasa.gov/view.php?id=84382>. Acesso em: 8 jun. 2019.
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O principal elemento que faz diminuir o ozônio estratosférico é o clorofluorcarboneto
(CFC), composto utilizado em vários processos industriais, em máquinas para resfriamento,
como aparelhos de ar condicionado e geladeiras, e em aerossóis (sprays).
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Na imagem elaborada pela Nasa, em setembro de 2014,
é possível observar a quantidade total de ozônio sobre a Antártica. O azul-escuro e o azul-claro mostram áreas em que há menos ozônio, e o amarelo e o laranja, onde há
mais ozônio.
47
Efeito estufa artificial e aquecimento global
O efeito estufa é um fenômeno natural que faz a Terra conservar o calor recebido do Sol,
mantendo sua temperatura constante.
Uma parte da radiação solar que incide sobre o planeta é refletida pela atmosfera, retor-
nando ao espaço cósmico. Outra parte é absorvida por ela, que se aquece e irradia calor. Esse
calor, em virtude da presença dos chamados gases de efeito estufa, é mantido na camada
inferior da atmosfera.
O efeito estufa é essencial para a vida na Terra, pois mantém o planeta aquecido. No
entanto, pesquisas científicas demostraram que, desde o século XVIII, a quantidade de gases
de efeito estufa, como o dióxido de carbono e o metano, tem aumentado.
Entre outros fatores, isso se deve ao excesso de emissões promovidas por algumas ati-
vidades industriais e à queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, processo
intensificado com a Revolução Industrial e a consequente urbanização. Os meios de trans-
porte também são grandes responsáveis pela intensificação do efeito estufa, contribuindo
com um quarto das emissões globais desses gases na atmosfera. Em alguns lugares, esse
índice pode ser ainda maior: na capital de São Paulo, por exemplo, o setor de transportes é
responsável por mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa.
Para tentar amenizar o problema que atinge a camada de ozônio, foi firmado o Protocolo de Montreal – acordo internacional assinado por 197 países que se comprometeram a diminuir a fabricação e o uso de CFC. Existe também a Comissão Internacional do Ozônio (IOC), composta de cientistas de vários países, inclusive do Brasil, que periodicamente avaliam o estado da camada de ozônio. Além dessas instituições, existem diversas outras que agem na defesa do ambiente, como as ONGs, organizações não governamentais e sem fins lucrativos que oferecem serviços de caráter público. Em grupos e orientados pelo professor, pesquisem informações sobre ONGs relacionadas aos cuidados com o ambiente.
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Pequim, China, 2019. Os veículos automotores são
grandes emissores de gases
poluentes.
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Geografia
O aumento dos gases de efeito estufa causa maior retenção de calor na atmosfera. Desde
que as medições começaram a ser feitas, em meados do século XIX, as temperaturas médias
do planeta têm aumentado: nos últimos 150 anos, a média mundial cresceu cerca de 0,8 °C. É
o chamado aquecimento global. Muitos cientistas afirmam que, se o aumento da temperatura
global chegar à marca de 2 °C, podem ocorrer alterações climáticas irreversíveis.
Afinal, qual é a causa do aquecimento global? A resposta não é simples. Em primeiro lu-
gar, o vilão da história não é o efeito estufa, fenômeno essencial para a vida na Terra, e sim o
aumento considerável dos gases que o ocasionam. Esse aumento ocorre em virtude das exces-
sivas emissões promovidas pela sociedade moderna, que está rompendo o equilíbrio natural.
Em segundo lugar, podem estar ocorrendo fenômenos naturais de longa duração e difícil per-
cepção, o que contribuiria para o aumento das temperaturas globais.
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Efeito estufa
49
De qualquer modo, o aquecimento global pode causar graves consequências para a hu-
manidade, como o derretimento das calotas polares e das geleiras, resultando na elevação
do nível dos oceanos e, com isso, no desaparecimento de muitas cidades litorâneas.
O aumento das temperaturas modifica os padrões climáticos, interferindo nas ativida-
des econômicas (agricultura, pecuária e turismo) e no equilíbrio ambiental como um todo.
Nos últimos anos, a intensificação de eventos climáticos extremos em várias partes do mun-
do, como furacões, secas e fortes tempestades, também pode estar relacionada ao aqueci-
mento global.
Ilha de calor
Se você estiver em uma área rural ou menos urbanizada, perceberá que existem mais
áreas cobertas por vegetação. E as plantas, que armazenam água em seus caules e folhas e,
posteriormente, a liberam em forma de vapor pela transpiração, atuam como verdadeiros
condicionadores de ar da natureza.
As áreas intensamente urbanizadas apresentam normalmente menos vegetação, que foi
feitas de cimento, asfalto, tijolo, vidro e telhados escuros, são caracterizadas por absorver e
manter o calor emitido pelo sol durante o dia.
Assim, como resultado, o meio urbano costuma ser mais quente que o ambiente rural.
Esse fenômeno, ilustrado abaixo, é denominado ilha de calor e pode ser causado pelo au-
mento da poluição – que acentua o efeito estufa natural – e pela verticalização do espaço
urbano, que dificulta a circulação do ar.
As ilhas de calor urbanas comprovam como as ações humanas podem modificar o plane-
ta. No verão, a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, é cerca de 4 °C mais quente que
Fonte: URBAN heat island. Disponível em: <https://skepticalscience.com/graphics.php?g=251>. Acesso em: 7 jun. 2019.
Ilha de calor
Rural
Urbano
Menor armazenamento da água das chuvas
Maior armazenamento da água das chuvas
Superfície construída absorve mais calor
Menos resfriamento a partir da evaporação e da
transpiração das plantas
Superfícies que absorvem menos
calor
Mais resfriamento a partir da
evaporação e da transpiração das
plantas
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50
Geografia
as áreas vizinhas. Alguns pontos da cidade de Brasília, por exemplo, chegam a ser até 6 °C
mais quentes que o entorno.
Além de causar transtornos físicos, como desidratação e exaustão, o calor excessivo re-
sulta em mais consumo de energia em razão do uso frequente de sistemas de refrigeração.
Alguns cientistas também afirmam que as altas temperaturas nas cidades podem resultar
em chuvas mais intensas e destrutivas em virtude do aumento da evaporação. Por isso, mui-
tas cidades já estão tomando atitudes para reduzir os efeitos negativos desse fenômeno:
• redução do desmatamento e plantio de mais árvores;
• aumento da área permeável, com a criação de telhados verdes e gramados;
• redução da circulação de automóveis;
• utilização de materiais de construção que refletem melhor a luz solar;
• planejamento adequado das construções, respeitando as distâncias apropriadas entre os
edifícios para favorecer a ventilação natural.
As imagens de satélite ao lado são um
exemplo de ilha de calor. A imagem de
cima mostra a cidade de Atlanta, nos
Estados Unidos. As árvores e outras
vegetações podem ser notadas por
apresentarem tons de verde; as estradas
e as construções aparecem em tons
de cinza, e o solo exposto aparece em
mostra um mapa de temperatura da
superfície terrestre da mesma área,
no qual as temperaturas mais quentes
aparecem em laranja, e as mais baixas,
vegetadas (em verde-escuro na imagem
superior) são as áreas mais frescas
(amarelo-pálido na imagem inferior).
temperatura da superfície é mais
elevada.
Fonte: NASA. Urban heat island: Atlanta, Georgia. Disponível em: <https://earthobservatory.nasa.gov/images/7205/urban-heat-island-atlanta-georgia>. Acesso em: 7 jun. 2019.
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51
Inversão térmica
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico natural que acontece principalmente
nos meses frios de inverno, quando uma camada de ar quente permanece sobre uma camada
de ar frio, bloqueando a circulação atmosférica local por um tempo. Em condições normais, à
medida que o ar próximo ao solo se aquece, o fenômeno se desfaz. Porém, em áreas urbanas
muito poluídas, esse fenômeno torna-se um problema ambiental, pois a camada de ar quen-
te não deixa o ar frio passar. Nesse caso, ele fica represado próximo à superfície e concentra
os poluentes lançados pelos veículos e indústrias.
Observe a ilustração e a fotografia a seguir.
Parque Farroupilha em dia de inversão térmica,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2018
O acúmulo de poluentes no ar provoca
doenças respiratórias, como a bronquite e a
asma, além de causar irritação nos olhos.
Fonte: CONTI, José B.; FURLAN, Sueli A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2008. Adaptação.
Ar quente
Poluentes
Ar frio
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Chuva ácida
As chuvas ácidas são formadas de gases tóxicos emitidos principalmente por indústrias
e meios de transportes. Ao serem lançados na atmosfera, esses gases entram em contato
com o vapor-d’água e a luz solar, elevando o teor de acidez da água. Quando o vapor-d’água
se condensa e cai sob a forma de chuva na superfície terrestre, provoca graves problemas,
como o aumento da acidez da água de lagos, rios e mares, e a destruição da cobertura vege-
tal e de elementos do solo, além de afetar a saúde dos animais e dos seres humanos.
52
Estátua corroída pela ação da chuva ácida na cidade de São Paulo, 2015
Geografia
Dependendo da localização das fontes poluidoras
e da direção dos ventos, as chuvas ácidas podem atingir
áreas situadas a dezenas ou centenas de quilômetros
de distância. É o que vem acontecendo com as florestas
do Canadá, atingidas pela poluição originada nos Esta-
dos Unidos. A chuva ácida, em contato com a cobertura
vegetal, queima as folhas da vegetação, causando sua
degradação.
Em centros urbanos, muitos monumentos e pro-
priedades também sofrem corrosão quando atingidos
pelas chuvas ácidas. No Brasil, elas são comuns nas
grandes cidades, locais em que os níveis de poluição do
ar são elevados. É o caso, por exemplo, de São Paulo, do
de queima de combustíveis fósseis, como as termelé-
tricas movidas a carvão mineral, no Rio Grande do Sul.
[...]
Na década de 1980, a cidade de Cubatão [em São Paulo] era conhecida como “Vale da Morte”, por conta dos reflexos provocados pelo Polo Industrial, que resultava em um alto nível de polui-ção, pela falta de legislação ambiental. O município era um dos mais poluídos do mundo e já havia sofrido com incidentes provocados pela chuva ácida. Hoje, a cidade é reconhecia pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) como símbolo de recuperação ambiental.
[...]
curiosidade?
CETESB confirma que chuva ácida atingiu Cubatão após vazamento. Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2015/01/cetesb-confirma-que-chuva-acida-atingiu-cubatao-apos-vazamento.html>. Acesso em: 8 jun. 2019.
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atividades
1 A poluição atmosférica é responsável por diversos fenômenos que podem causar graves conse-
quências para a natureza e os seres vivos. Associe esses fenômenos a seus respectivos efeitos.
A. Ilha de calor
B. Aumento do efeito estufa
C. Destruição da camada de ozônio
D. Chuva ácida
E. Inversão térmica
( ) Diminui a capacidade da atmosfera de absorver e filtrar a radiação ultravioleta. Isso faz com que a superfície terrestre receba maiores quantidades desses raios, que são nocivos à saúde.
( ) A retenção de mais calor na atmosfera tem feito as temperaturas médias do planeta aumenta-rem, o que pode resultar em desequilíbrios climáticos.
53
( ) No gráfico, é possível observar que a temperatura atmosférica global está aumentando ao longo do tempo, especialmente a partir da década de 1980.
( ) O gráfico mostra uma elevação na temperatura global de menos de 1 °C.
( ) Não existe relação entre o aumento da emissão de gases do efeito estufa e as variações na temperatura do planeta, pois o gráfico mostra períodos de queda na temperatura.
( ) O aumento da temperatura da atmosfera verificado no gráfico não tem relação com a ativida-
de industrial, pois ela não emite gases relacionados ao efeito estufa.
( ) As maiores elevações na temperatura atmosférica ocorreram nas últimas décadas.
( ) Mais comum no inverno, quando ocorre o bloqueio da circulação atmosférica, e o acúmulo de poluentes no ar provoca efeitos nocivos para a saúde humana, como doenças respiratórias.
( ) Fenômeno característico dos meios urbanos, onde o calor excessivo, além de afetar a saúde, resulta em mais consumo de energia e chuvas mais intensas e destrutivas.
( ) Formada por gases tóxicos que modificam a acidez das precipitações, alterando a composição de lagos, rios e mares, destruindo a cobertura vegetal e afetando a saúde dos seres vivos.
2 O gráfico a seguir mostra a elevação da temperatura média da atmosfera entre 1880 e 2018. Com base nele e no conteúdo estudado até agora, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, corrigindo-as nas linhas abaixo.
–0,5
–0,25
0
0,25
0,5
0,75
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Pontos (média anual)
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Fonte: NASA. Global land-ocean temperature index. Disponível em: <https://climate.nasa.gov/vital-signs/global-temperature/>. Acesso em: 8 jun. 2019.
54
Geografia
Vegetação e equilíbrio ecológico
A vegetação que cobre a superfície terrestre é extremamente importante para o de-
senvolvimento da vida. Plantas são fontes de: alimentos, vestuário, combustíveis, remédios,
produtos farmacêuticos, materiais de construção, matérias-primas industriais, entre outras.
Não menos importante é a função das formações vegetais no equilíbrio ecológico, isto é,
na conservação dos elementos da natureza em estado de equilíbrio. No entanto, conforme
já mencionado, a ação dos seres humanos pode alterar esse equilíbrio.
Imagine um morro coberto por grandes
árvores formando uma mata natural que o
protege contra a erosão das chuvas e das
enxurradas. Ali habitam pássaros e outros
animais. Há, portanto, um equilíbrio entre
relevo, solo, vegetação e fauna.
Agora, imagine que um grupo de pessoas
resolve derrubar parte da mata para construir
uma estrada ou cultivar uma plantação. Essas
ações fazem com que o morro perca sua pro-
teção natural. Com as chuvas, as enxurradas
dão início a um processo acelerado de ero-
são. Rochas e solo começam a deslizar morro
abaixo. Os pássaros e os animais fogem, pro-
curando um novo lugar para viver. Quando
isso acontece, diz-se que o local perdeu seu
equilíbrio natural. Em outras palavras, come-
ça a apresentar desequilíbrio ecológico.
Degradação das formações vegetais
Os seres vivos e o ambiente estabelecem
uma integração dinâmica, porém frágil. Assim,
qualquer alteração no meio promove seu de-
sequilíbrio. Um exemplo de interferência hu-
mana que provoca desequilíbrio é a devasta-
ção das florestas tropicais e subtropicais.
Obra de contenção de encosta na SP-098, em Bertioga, São Paulo, 2018
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Estima-se que metade da extensão original das florestas equatoriais e tropicais de todo o mundo já tenha sido extinta. Desmatamento de parte da
Floresta Amazônica para dar lugar a uma mina de ouro, Apiacás, Mato Grosso, 2019
55
Os principais motivos para os desmatamentos são o desenvolvimento da agropecuária, a
extração de madeira, a expansão urbana e a exploração mineral, ou seja, para a produção de
bens que têm grande participação nas exportações dos países em desenvolvimento.
Regiões que apresentam recursos naturais importantes (água, minérios, florestas) e
mais facilidade para a ocupação humana geralmente são as mais exploradas. O desenvol-
vimento da civilização sempre dependeu do uso de recursos naturais, o que resulta em
significativas alterações sobre as formações vegetais. O problema é que a recuperação
natural da vegetação geralmente é menor que a velocidade com a qual o ser humano de-
grada esse recurso.
Assim, conciliar o desenvolvimento tecnológico com o uso sustentável dos recursos na-
turais, mantendo assim o equilíbrio da natureza, tornou-se um dos desafios mais urgentes
das sociedades modernas.
Tentativas de conciliação ou harmonização da ação humana com a natureza progrediram
na década de 1980. Nesse período, tornaram-se mais visíveis e preocupantes as diversas
consequências da profunda interferência humana na paisagem, como chuvas ácidas, ilhas de
calor nas cidades, redução na espessura da camada de ozônio, poluição dos oceanos, grande
extensão dos desmatamentos, extinção de espécies animais e vegetais e rápido esgotamen-
to dos recursos naturais não renováveis.
Uma das propostas para diminuir os impactos da exploração da natureza é o desenvolvi-
mento sustentável. O conceito de desenvolvimento sustentável se refere à manutenção dos
investimentos econômicos, das pesquisas tecnológicas e da exploração de matérias-primas,
levando em consideração não somente as
necessidades das gerações presentes, mas
também as das gerações futuras. Em outras
palavras, usar os recursos naturais de forma
que não se esgotem. A imagem ao lado mos-
tra um exemplo de atividade explorada com
base nesse princípio.
Atualmente, as questões ambientais
vêm ocupando cada vez mais espaço nas
pautas internacionais. A Organização das
Nações Unidas vem atuando como impor-
tante mediadora nesse sentido, reunindo
líderes mundiais para estratégias que mini-
mizem os impactos negativos das atividades
humanas sobre a natureza.
Devastação das florestasQuando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das terras que atualmente perten-
cem ao nosso país eram cobertas de matas. À medida que a ocupação do território e a
expansão do povoamento avançavam, mais o território brasileiro era desmatado. Observe
os mapas.
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Artesã tecendo cestaria na Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Uatumã, São Sebastião do Uatumã e Itapiranga (AM), 2018
56
Geografia
Fonte: IBGE. Mapa de Biomas e vegetação. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomas.shtm>. Acesso em: 22 nov. 2013. Adaptação.
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Brasil: vegetação original
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Brasil: vegetação natural atual
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
57
leitura cartográfica
Com base nos mapas da página anterior, responda às questões.
1 Quais são os títulos dos mapas?
2 Que paisagem vegetal ocupava originalmente a maior parte do território brasileiro?
3 Qual é a paisagem vegetal original que predominava na unidade da federação onde você mora?
4 O que indica a hachura na legenda dos mapas?
5 Localize a floresta tropical e o Cerrado nos mapas. Compare as áreas ocupadas por essas duas pai-sagens vegetais e explique a que conclusão você chegou.
Nos mapas da página anterior, é possível observar que grande parte das paisagens ve-
getais foi antropizada, ou seja, modificada pelas atividades humanas, por motivos diversos.
No Brasil Colonial, por exemplo, já desmatavam para obter lenha para as fornalhas dos en-
genhos de açúcar. Atualmente, o desmatamento ocorre para a instalação de lavouras ou de
pastagens para o gado, construção de cidades, estradas e moradias.
Desse modo, o desmatamento tem acompanhado os processos de construção e am-
pliação do espaço geográfico brasileiro. Primeiramente, a devastação das florestas na-
tivas ocorreu nas regiões Nordeste e Sudeste; em seguida, por causa da colonização,
na Região Sul; mais tarde, na Região Centro-Oeste e, por último, na Região Norte. Isso
explica o fato de que alguns estados ainda apresentam amplas superfícies cobertas por
58
Geografia
florestas, como os da Região Norte, enquanto outros já tiveram suas matas nativas quase
inteiramente destruídas.
A primeira floresta a ser devastada no Brasil foi a Mata Atlântica, que cobria justamen-
te a faixa de terra onde o povoamento teve início: a porção oriental. Atualmente, restam
apenas 12,4% de sua área original. Outro fator que contribuiu para seu desmatamento foi a
presença de solos férteis em algumas áreas, como o massapê no Nordeste e a terra roxa no
Sudeste, utilizados inicialmente para monoculturas e pastoreio.
A devastação da Floresta de Araucárias, na Região Sul, ocorreu especialmente entre o
fim do século XIX e a primeira metade do século XX, quase causando sua extinção. Depois
de 1970, a devastação florestal se intensificou no Cerrado e na Floresta Amazônica, que já
perdeu cerca de 17% de seu domínio original.
Nessas condições, a extensão das florestas brasileiras corresponde, atualmente, entre
30% e 40% da superfície do país. Nos últimos anos, tem havido tentativas de reflorestar
áreas da antiga Mata Atlântica, com o objetivo de recompor a natureza danificada.
Expansão agrícola: 68%
Expansão de pastagem: 28%
Expansão da silvicultura: 4%
Fonte: BARBOSA, Vanessa. Sai floresta, entra pá: seis dados sobre uso da terra no país. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/sai-floresta-entra-pa-6-dados-sobre-uso-da-terra-no-pais/>. Acesso em: 8 jun. 2019.
Brasil: principais motivos do desmatamento entre 2010 e 2012 (%)
olhar geográfico
Apesar de a preocupação com a natureza ter ocupado lugar de destaque no cenário na-
cional e mundial, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a manutenção de um ade-
quado equilíbrio socioambiental. Um exemplo de ação humana que provoca desequilíbrio
ambiental são os desmatamentos, que interferem na degradação do solo, no regime pluvial
e dos rios, na pesca e nos fenômenos atmosféricos.
59
1 Em um atlas, verifique as porções do planeta onde estão localizados os maiores percentuais de florestas em relação à área do país.
2 No mapa Mudança nas áreas de florestas por país, cite os três países que tiveram as maiores perdas florestais entre 2000 e 2010.
3 Cite os continentes que apresentaram queda e ganho na cobertura florestal entre 1990 e 2010.
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Infográfico - 26.03.2010 - América do Sul e África lideram ranking do desmatamento - Editoria de Arte/Folha Imagem/Folhapress
Os mapas e os gráficos seguintes registram o percentual de desmatamento no mundo.
Observe-os.
60
Geografia
Brasil 1 347 132
República Democrática do Congo 481 248
Indonésia 339 888
Colômbia 176 977
Bolívia 154 488
Malásia 144 571
Peru 140 185
Madagascar 94 785
Papua Nova Guiné 77 266
Camarões 57 935
Fonte: WEISSE, Mikaela; GOLDMAN, Liz. Mundo perde área do tamanho da Bélgica em florestas tropicais primárias em 2018. Disponível em: <https://blog.globalforestwatch.org/data-and-research/mundo-perde-area-do-tamanho-da-belgica-em-florestas-tropicais-primarias-em-2018>. Acesso em: 7 jun. 2019.
Principais países em perda de floresta tropical nativa em 2018 (hectares)
5 As unidades de conservação são áreas criadas pelo poder público com o objetivo de proteger os recursos naturais e a biodiversidade, por isso desempenham importante papel na preservação das florestas. Existem vários tipos, de acordo com a finalidade e as atividades permitidas na área, como os parques nacionais, que são unidades de proteção integral, e as reservas extrativistas, que per-mitem a extração sustentável de recursos naturais. Que continente/subcontinente mais criou uni-dades de conservação florestais em 2010? E quais apresentam o maior número de unidades de conservação na atualidade?
6 O Brasil apresenta dezenas de parques nacionais, cujo objetivo, previsto em lei, é a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica. Também prevê a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental
e de lazer, assegurando aos cidadãos o contato com a natureza e o turismo ecológico. Faça uma pesquisa para saber se existe, na unidade da federação onde você mora, algum parque nacional. Em caso afirmativo, anote o nome do parque, sua localização e quais ambientes ele preserva.
Em 2018, quais países figuravam ainda en-tre os que sofreram as maiores perdas flo-restais em relação ao mapa Mudança nas áreas de florestas por país, referente ao período de 2000 e 2010?
4 Observe o gráfico seguinte, com dados sobre a perda de florestas tropicais no mundo, no ano de 2018, e responda à questão proposta.
61
• aumento da emissão de gases do efeito estufa e da poluição atmosférica, em razão dos
incêndios florestais;
• perda da capacidade produtiva dos solos, em consequência da retirada de sua proteção
natural;
• aumento do processo erosivo, pois a cobertura vegetal e as raízes das plantas atuam re-
duzindo a erosão;
• perda de biodiversidade, causando a extinção de muitas espécies de plantas e animais, em
virtude da redução de seu hábitat natural.
• alteração do microclima local, interferindo na umidade e na temperatura do ambiente no entor-no da área desmatada.
A tecnologia pode aumentar nossa capacidade de compreender e solucionar os efeitos nega-
tivos da exploração desenfreada da natureza. As imagens de satélite, por exemplo, são grandes
aliadas no monitoramento das florestas. Além de indicar o desmatamento, essas imagens também
são usadas para monitorar incêndios florestais. Antes do uso de imagens de satélite, o monitora-
mento era feito por terra ou com uso de fotografias aéreas, que cobriam áreas menores e torna-
vam o trabalho mais lento e aleatório. As imagens de satélite captam áreas bem mais extensas e
permitem o monitoramento em tempo quase real, possibilitando fornecer alertas rápidos e infor-
mar as coordenadas geográficas do local desmatado diretamente aos órgãos fiscalizadores.
No Brasil, existem vários projetos que utilizam imagens de satélite para monitoramento de
degradação da vegetação, como o Programa de Monitoramento do Desmatamento da Amazô-
nia (Prodes), o Projeto Monitoramento do Cerrado e o Programa Queimadas, realizados pelo
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Observe as imagens de satélite na página 2 do material de apoio. Nelas, é possível obser-
var o desmatamento de uma porção da vegetação do Cerrado, em uma região próxima ao limi-
te entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Porém, monitorar o Cerrado pode ser difícil, pois,
ao contrário da Amazônia, o Cerrado tem uma estação seca (usualmente de maio a setembro),
na qual ocorrem incêndios naturais e a vegetação se reduz. Isso dificulta compreender, pelas
imagens, quando a vegetação foi naturalmente degradada ou quando foi realmente desma-
tada pelo ser humano.
Que tal treinar sua capacidade como analista ambiental? Para isso, observe atentamente
as imagens mencionadas e procure indícios, com a ajuda do professor, que demonstrem se
a redução na vegetação original ocorrida nesse período foi causada ou não pelas atividades
humanas (ações antrópicas).
conectado
O desmatamento gerou desenvolvimento econômico para as sociedades de diversas for-
mas, mas também gerou um custo ambiental. Os impactos ambientais decorrentes da retira-
da da vegetação natural podem ser muito graves e abrangentes, como:
62
Geografia
1 Leia a tirinha a seguir, em que o personagem Calvin pergunta à sua mãe sobre as consequências do efeito estufa.
o que já conquistei
a) No primeiro quadrinho, Calvin pergunta à sua mãe o que é efeito estufa. Explique esse fenôme-no, relacionando-o com o aquecimento global.
b) No segundo quadrinho, Calvin fala sobre os poluentes que intensificam o efeito estufa. Quais são eles? Como eles chegam à atmosfera?
c) Calvin diz que o aumento do aquecimento da atmosfera vai derreter as calotas polares. Cite outros efeitos do aquecimento global.
d) No último quadrinho, a mãe de Calvin dá a entender que suas atitudes influenciam a intensifica-ção do efeito estufa. Explique.
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WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: Yukon ho! São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010. p. 32.
63
2 A imagem da Nasa, na página 47, mostra a concentração de um importante gás presente principal-mente na estratosfera e que tem a função de absorver e filtrar parte da radiação ultravioleta (UV-B) emitida pelo Sol. Observe-a novamente para responder às questões seguintes.
a) A que gás a questão se refere? Qual é o principal elemento responsável pela redução de sua concentração no planeta?
b) Sabendo que as cores quentes da figura representam as maiores concentrações do gás, e as frias, as menores, indique o continente sobre o qual o “buraco” na camada de ozônio é mais extenso?
3 Muitas áreas florestais, em especial as equatoriais e tropicais, têm sido desmatadas. Com base no que você estudou, analise as principais causas do desflorestamento.
4 A imagem a seguir retrata uma formação florestal na Carolina do Norte, Estados Unidos, 2016, de-gradada por um fenômeno resultante da poluição atmosférica. Observe-a.
a) Que fenômeno atmosférico afetou essa formação florestal?
b) Como esse fenômeno se forma? Quais são suas principais consequências?
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Material de Apoio6°. ano – Volume 3
Geografia
Capítulo 9 – Página 17 – Olhar geográfico
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Raqsonu. 2014. Digital.
Fonte: SANTOMAURO, Beatriz. Quais as semelhanças e diferenças entre furacão, tufão e ciclone? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2341/quais-as-semelhancas-e-diferencas-entre-furacao-tufao-e-ciclone>. Acesso em: 10 maio 2019.
1
Capítulo 12 – Página 62 – Conectado
Fonte: ©Google Earth/(Image Landsat/Copernicus Data: 30/12/2015). Adaptação.
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Fonte: ©Google Earth/(Image Landsat/Copernicus Data: 30/12/2015). Adaptação.
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