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CLARICE MENEZES DEGANI
SISTEMAS DE GESTO AMBIENTALEM EMPRESAS CONSTRUTORAS DE EDIFCIOS
Dissertao apresentada EscolaPolitcnica da Universidade deSo Paulo para obteno doTtulo de Mestre em Engenharia
Civil
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CLARICE MENEZES DEGANI
SISTEMAS DE GESTO AMBIENTALEM EMPRESAS CONSTRUTORAS DE EDIFCIOS
Dissertao apresentada EscolaPolitcnica da Universidade deSo Paulo para obteno doTtulo de Mestre em Engenharia
Civil
rea de Concentrao:Engenharia de Construo Civil e
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FICHA CATALOGRFICA
Degani, Clarice MenezesSistemas de gesto ambiental em empresas construtoras
de edifcios / C.M.Degani. -- So Paulo, 2003.223p.
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Ao meu av, Marnio de Menezes , por seu esforo
incansvel para garantir o sucesso pessoal e
profissional de todos os seus netos. Aos meus pais, Luiz Antnio Degani e Raquel
Menezes Degani , que me orientaram atravs de seus
exemplos de trabalho e dedicao. E, especialmente,
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AGRADECIMENTOS
Agradeo imensamente ao prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso , por suaorientao e acompanhamento em cada etapa do desenvolvimento destapesquisa, mas especialmente por sua compreenso e apoio nas fases mais
difceis.
Agradeo FAPESP pelo suporte financeiro. E acrescento meus sincerosagradecimentos a todos que, sua maneira, puderam contribuir nosresultados alcanados. E, em especial, aos professores, profissionais eempresas que to cordialmente me atenderam,:
Prof. Dr. Luis Enrique Snchez e Sr. Hugo Pacheco (Bureau Veritas), peloauxlio na elaborao do modelo para a Matriz de Aspectos e Impactos
Ambientais;Prof. Dr. Luis Enrique Snchez e Prof. Dr. Vanderley Moacir John, peloscomentrios e sugestes feitos durante o exame de qualificao;
Prof. Dr. Slvio Burrattino Melhado;
Pedreiras Cantareira (grupo HOLCIM);
ELIANE Revestimentos Cermicos;
RACIONAL E g h i
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RESUMO
Os empreendimentos de construo civil so um dos maiores causadoresde impactos ao meio ambiente. Essa pesquisa justifica-se assim pelanecessidade da minimizao de tais impactos e do desenvolvimento de
ferramentas para a gesto ambiental, aplicveis no mbito das empresasconstrutoras.
A aplicabilidade de sistemas de gesto ambiental em empresas construtorasde edifcios determinada por meio da caracterizao dos aspectosambientais de seu processo produtivo e tambm da discusso do panoramapoltico e legislativo, setorial e acadmico, que demonstram a tendncia poruma construo mais sustentvel. A anlise dos elementos propostos pelanorma ISO 14001:1996 tambm justifica a opo pela gesto ambiental emempresas construtoras, uma vez que se apresenta como uma formacoerente e vivel de padronizar a ao destas empresas sobre os aspectosambientais identificados.
E, finalmente, para ilustrar a aplicabilidade de sistemas de gesto ambientalem empresas construtoras de edifcios proposta uma metodologiaespecfica integrando os conceitos da gesto ambiental gesto da
qualidade e atuando sobre os seus pontos crticos. Como fundamentos paraa elaborao desta metodologia, feita uma anlise das similaridades entreos sistemas de gesto e, principalmente, uma anlise das experinciasobservadas nos estudos de caso e nos depoimentos apresentados por
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ABSTRACT
The necessity to minimize the environmental impacts that come from
construction activities, the existence of environmental management tools
and available site solutions, they all justify this research.
The applicability of environmental management systems at contractors is
presented by characterizing the environmental aspects of production, and
also by showing the political, legal, industrial and academic scenario. This
information illustrates and represents the tendency of sustainable
construction. The analysis of the elements proposed by the ISO 14001:1996
also justifies the option to implement environmental management at
contractors, once it presents a coherent and applicable way to standardize
these organizations' actions concerning the identified environmental aspects.
And finally, to demonstrate the applicability of environmental management
systems at contractors, a specific methodology is proposed, integrating the
environmental management concepts into quality management and acting
on their crucial issues. The analysis of the similarities found between these
two management systems and, mainly, the analysis of the experiences
observed on case studies and speeches presented by contractors, including
their specificities, necessities and difficulties, they both have worked as abasis for this methodology elaboration.
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SUMRIO
Lista de FigurasLista de TabelasLista de Abreviaturas e Siglas
1. Introduo e Justificativa 11.1 Objetivos da pesquisa 31.2 Mtodo de pesquisa 41.3 Estruturao do trabalho 5
2. Desenvolvimento Sustentvel na Construo de Edifcios 82.1 Influncias das atividades das empresas construtoras de 13edifcios no meio ambiente
2.1.1 Consumo de recursos naturais 15 2.1.2 Gerao de resduos slidos 21
2.2 A construo sustentvel e o setor de edificaes 282.2.1 Panorama poltico e legislativo brasileiro 28 2.2.2 Panorama setorial 34 2.2.3 Panorama acadmico 45
3. Sistemas de Gesto 533.1 Sistemas de gesto ambiental 55
3.1.1 NBR ISO 14001:1996 'Sistemas de gesto ambiental especificao 58 e diretrizes para uso
3.1.2 NBR ISO 14004:1996 'Sistemas de gesto ambiental diretrizes gerais 63 sobre princpios, sistemas e tcnicas de apoio
3 2 I t g d i t d g t 64
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4. Estudos de Caso 884.1 Casos de implementao de sistemas de gesto 89ambiental no setor da construo civil brasileiro
4.1.1 Empresa A - extrao e beneficiamento de minrio de rocha 89 como agregado
4.1.2 Empresa B - indstria de revestimentos cermicos 101
4.1.3 Anlise das informaes coletadas 105 4.2 Desempenho ambiental verificado em empresas 113construtoras de edifcios brasileiras
4.2.1 Empresa C 115 4.2.2 Empresa D 122 4.2.3 Diagnstico do atual desempenho ambiental das construtoras 126 de edifcios brasileiras
4.3 Implementao da gesto ambiental em empresas 132construtoras no exterior depoimentos
5. Metodologia para Implementao de Sistemas de Gesto 139 Ambiental em Empresas Construtoras de Edifcios
5.1 Anlise da situao atual da empresa 1425.1.1 Diagnstico inicial 143 5.1.2 Identificao dos aspectos e impactos ambientais significativos 150 5.1.3 Identificao de requisitos legais e outros requisitos 159
5.2 Estabelecimento de metas 167
5.3 Planejamento 1715.3.1 Programas ambientais 171 5.3.2 Ajuste da estrutura de gesto da organizao 175
5.4 Operao 1895 5 A li lh i 191
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Referncias Bibliogrficas 215
Anexo 1 Exemplos da composio mdia dos RCD obtidospor diferentes autores e em diferentes localidades
Anexo 2 Roteiro para o estudo de casos de implementao
de sistemas de gesto ambiental no setor da construo civilbrasileiro
Anexo 3 Roteiro para a coleta de dados: Diagnstico
Anexo 4 Lista de verificao para Diagnstico Inicial
Anexo 5 Matriz A & I (modelo)
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LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 Pirmide de implantao do SGA pela empresa A 91
Figura 5.1 Ciclo proposto para a implementao da gesto 142ambiental em construtoras
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LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Tabela simplificada da estimativa do entulho por 23
unidade de servio
Tabela 5.1 Planilha de Programas Ambientais (modelo) 172
Tabela 5.2 Ajustes na estrutura da documentao: 181
procedimentos gerenciais
Tabela 5.3 Resumo dos ajustes da documentao 186
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIQUIM Associao Brasileira da Indstria Qumica
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ADEME Agence de l'Environnement et de la Matrise de l'Energie
AFNOR Associao Francesa de Normalizao
ANTAC Associao Nacional de Tecnologia do AmbienteConstrudo
APME Association of Plastics Manufacturers in Europe
ATT reas de Transbordo e Triagem
BCSD-GM Business Council for Sustainable Development - Gulf ofMexico
BRAiE Programa Nacional de Avaliao de Impactos Ambientaisde Edifcios
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method
BS British Standard
CEMBUREAU the European Cement AssociationCERF Civil Engineering Research Foundation
CETESB Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental doEstado de So Paulo
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CONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteCPDS Comisso de Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e
da Agenda 21 Nacional
CSTB Centre Scientifique et Technique du Btiment
DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EMAS Eco-Management and Audit Scheme
EPA Environmental Protection Agency
Epia Estudo prvio de impacto ambiental
FFB Fdration Franaise du Btiment
FIEC Fdration de l'Industrie Europenne de la Construction
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos programa Habitare
GBC Green Building ChallengeHQE Haute Qualit Environnementale
HKCA Hong Kong Construction Association Ltd.
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renovveis
IBRACON Instituto Brasileiro do Concreto
iiSBE International Iniciative for Sustainable Built Environment
IISI International Iron & Steel Institute
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LEED Leadership in Energy and Environmental Design
LIMPURB Empresa de Limpeza Urbana
NBR Norma Brasileira
NORIE-UFRGS Ncleo Orientado Inovao da Edificao UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul
NPC-UFSC Ncleo de Pesquisa em Construo Universidade deSanta Catarina
NR-18 Norma Regulamentadora 'Condies e meio ambiente detrabalho na construo civil'
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series
ONG Organizao no governamental
ONU Organizao das Naes Unidas
PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade doHabitat
PCA Programa de Conservao da gua
PCC-EPUSP Departamento de Engenharia de Construo Civil da EscolaPolitcnica da Universidade de So Paulo
PCMAT Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho naIndstria da Construo Civil
PEL Programa Entulho Limpo
PIB Produto interno bruto
PNCDA Plano Nacional de Combate ao Desperdcio de gua
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RCD Resduos de construo, manuteno e demolioRCRA Resource Conservation and Recovery Act
RILEM Runion Internationale des Laboratoires d'Essais et deRecherches sur les Matriaux et les Constructions
RIMA Relatrio de Impacto Ambiental
SABESP Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo
SB Sustainable Buildings
SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial
SGA Sistema de gesto ambiental
SGQ Sistema de gesto da qualidade
SIERESP Sindicato das Empresas Removedoras de So Paulo
SINDUSCON Sindicato da Indstria da Construo Civil
SiQ-C Sistema de Qualificao de Empresas de Servios e Obras- Construtoras
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SMO Systme de management d'opration
SNIC Sindicato Nacional da Indstria do Cimento
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural
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1. INTRODUO E JUSTIFICATIVA
claramente perceptvel que o modo de produo adotado atualmentepelas empresas afasta-as cada vez mais do que se denominadesenvolvimento sustentvel - progresso social e crescimento econmicoaliados ao respeito ao meio ambiente. A incapacidade do meio ambiente deabsorver as decorrncias do desenvolvimento comea a transparecer.
No setor da construo civil, infelizmente, a realidade no diferente. Nasempresas construtoras, por exemplo, ainda so bastante incipientes as
iniciativas voltadas gesto adequada dos recursos naturais empregados edos resduos depositados no meio ambiente; sobre este ltimo, marcantea despreocupao com seu grande volume e destino final. Talvez isto deva-se falta de informaes a respeito dos impactos ambientais decorrentesdas prticas construtivas atuais e talvez tambm ao desconhecimento de
ferramentas e metodologias de gesto que possam auxiliar as empresasconstrutoras.
No Brasil, a dificuldade em preservar o meio ambiente agravada pelosgrandes desafios que o setor da construo civil deve enfrentar em termosde dficit habitacional e infra-estrutura para transporte, comunicao,abastecimento de gua, saneamento, energia, atividades comerciais eindustriais. Deste modo, h que se adotar novos critrios para a seleo dosinsumos a serem empregados nos empreendimentos e para sua utilizao,e tambm novas formas de lidar com os resduos gerados nos canteiros de
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e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos decorrentes de suas atividadesprodutivas e de seus produtos. Vale salientar que esta pesquisa volta-sesobretudo ao segmento de edificaes e no pretende discutir a questo dodesenvolvimento sustentvel e a construo civil em suas mltiplas facetas.
Para complementar o estudo da aplicabilidade de sistemas de gestoambiental nas empresas construtoras de edifcios esta pesquisa propeuma metodologia para sua implementao. A metodologia propostafundamenta-se na reviso bibliogrfica e nas informaes obtidas nosestudos de caso realizados e tem o seu foco principal na soluo, atravsde mecanismos de gesto, das interferncias ao meio ambiente decorrentesdas atividades empreendidas pelas empresas construtoras de edifcios.
A metodologia proposta contempla a integrao do sistema de gestoambiental ao sistema de gesto preexistente nestas empresas, geralmentesistemas de gesto da qualidade, e tem a pretenso de orient-las no
processo de implantao, salientando as especificidades requeridas pelosetor da construo civil.
Em resumo, a presente pesquisa justifica-se segundo as trs abordagensdescritas a seguir, e que servem tambm de hipteses de trabalho, as quaisorientam o raciocnio em direo ao seu objetivo principal que explicitar aaplicabilidade de sistemas de gesto ambiental em empresas construtorasde edifcios.
NECESSIDADE necessria a gesto ambiental das atividades
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e regulamentares, e tambm os resultados obtidos nestas empresas emdecorrncia da implementao de sistemas de gesto da qualidade.
APLICABILIDADE Sistemas de gesto ambiental so aplicveis nocontexto das empresas construtoras de edifcios, proporcionando aorientao adequada para a implementao e operacionalizao docompromisso destas empresas no controle das questes ambientais. Jexistem alternativas disponveis para evitar e minimizar os impactosambientais decorrentes das atividades produtivas das empresasconstrutoras.
1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA
Esta pesquisa tem por objetivos principais: (1) avaliar a aplicabilidade desistemas de gesto ambiental nas empresas construtoras de edifcios,partindo da investigao dos impactos ambientais decorrentes de suas
atividades e da existncia de alternativas que minimizariam taisinterferncias, e (2) propor uma metodologia para a implementao desistemas de gesto ambiental nestas empresas, em conformidade com osrequisitos propostos pela ISO 14001:1996, e especfica para as atividadesdesempenhadas pelas empresas construtoras de edifcios especialmente
para aquelas possuidoras de sistemas de gesto da qualidade.
Outros objetivos especficos tambm so pretendidos nesta pesquisa:
contribuir para a consolidao de um referencial terico referente
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identificar os impactos ambientais significativos decorrentes dasatividades das empresas construtoras de edifcios;
demonstrar a congruncia entre o sistema de gesto ambiental e osistema de gesto da qualidade, conforme os requisitos propostos pelasnormas de sistemas de gesto das sries internacionais ISO, alm deanalisar a integrao destes sistemas de gesto;
reunir elementos que permitam a sensibilizao dos empresrios daconstruo civil da urgncia do desenvolvimento sustentvel do setor,sob o enfoque ambiental.
1.2 MTODO DE PESQUISA
Este trabalho foi realizado por meio de revises bibliogrficas e pesquisasde campo, sendo ambos necessrios ao entendimento da dimenso atravsda qual as atividades das empresas construtoras de edifcios interferem nomeio ambiente e formulao da metodologia de implementao desistemas de gesto ambiental nestas empresas.
A reviso bibliogrfica permitiu o levantamento das informaesrelacionadas ao desenvolvimento sustentvel e sua interface com as
empresas de construo civil, no que diz respeito ao meio ambiente. Tallevantamento trouxe elementos para a sensibilizao dos empresrios dosetor para a questo ambiental e permitiu apontar os impactos ambientaissignificativos de suas atividades.
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desempenho ambiental, apontar a congruncia entre os sistemas de gestoe consequentemente a possibilidade de integr-los.
Alm das fontes acadmicas tradicionais (livros, papers , anais decongressos, teses, etc.), foi feita uma consulta s normas internacionaispara sistemas de gesto e legislao brasileira de interesse.
Para a elaborao da proposta de metodologia para implementao desistemas de gesto ambiental em empresas construtoras de edifcios, foramutilizadas as informaes obtidas:
(a) na reviso bibliogrfica;
(b) nos estudos de caso realizados em duas empresas do setor daconstruo civil, no construtoras, nas quais o sistema de gestoambiental est implementado ou em implantao;
(c) no diagnstico da atual situao das empresas construtoras brasileirasfrente s questes ambientais, o qual utilizou-se de dois estudos decaso, sendo um deles em empresa possuidora de sistema de gestoambiental formalizado;
(d) nas entrevistas com profissionais de empresas de consultoria e auditoria
ambientais, bem como de organismos de certificao;
(e) na experincia e cultura acumulados pela pesquisadora emimplementao e manuteno de sistemas de gesto da qualidade em
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O Captulo 2 pretende sensibilizar o leitor, com relao dimenso dosimpactos ambientais das atividades desenvolvidas pelas empresasconstrutoras de edifcios e urgncia do desenvolvimento sustentvel,ressaltando a necessidade de aes que protejam o meio ambiente e que,ao mesmo tempo, permitam a continuidade do desenvolvimento do setor da
construo civil. Neste captulo tambm so abordados, para o setor, ospanoramas poltico e legislativo brasileiro, setorial e acadmico, com oobjetivo de apresentar a tendncia pela construo sustentvel e adisponibilidade de solues ambientais, as quais podem contribuir paradespertar o interesse das empresas construtoras pelo tema.
O Captulo 3 discorre a respeito dos conceitos e requisitos propostos pelasnormas da International Organization for Standardization (ISO) parasistemas de gesto ambiental, abordando tambm os sistemas de gestoda qualidade e da segurana e sade ocupacional, com a finalidade deapontar a possibilidade de integrao destes sistemas nas empresas. Omodelo de gesto de empreendimentos desenvolvido na Frana tambm abordado, pois alm de tratar-se de um sistema de gesto especfico para aconstruo civil, integra as caractersticas ambientais s de qualidade edesempenho final do produto desenvolvido. Assim, este captulo pretendeapontar a aplicabilidade de sistemas de gesto ambiental comoferramentas adequadas ao aperfeioamento do desempenho ambiental dasempresas construtoras de edifcios.
O Captulo 4 apresenta estudos de caso relacionados ao desempenho e
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O Captulo 5 prope uma metodologia para a implementao de sistemasde gesto ambiental em empresas construtoras de edifcios, de formaintegrada, com o objetivo de ilustrar a sua aplicabilidade .
E, finalmente, o Captulo 6 traz as concluses da pesquisa realizada,abordando inclusive, as influncias e dificuldades esperadas e decorrentesda implementao de sistemas de gesto ambiental em empresasconstrutoras.
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2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA CONSTRUO DEEDIFCIOS
A principal inteno deste captulo apontar as interferncias maissignificativas para o meio ambiente decorrentes das atividades
empreendidas pelas empresas construtoras, e abordar o panorama polticoe legislativo brasileiro, setorial e acadmico, relacionados construosustentvel. O objetivo sensibilizar o leitor e apontar a necessidade e aviabilidade do trabalho em prol do meio ambiente. Entretanto, antes deentrar no cenrio produtivo da construo civil propriamente dito, faz-se
necessria uma breve explanao a respeito da relevncia do tema'desenvolvimento sustentvel'.
O modelo de desenvolvimento ainda hoje praticado por vrios setores
econmicos caracteriza-se pelo consumo indiscriminado de recursosnaturais para a produo de bens, os quais, aps utilizados so depositadosdescontroladamente no meio ambiente. As suas conseqncias maisevidentes so: escassez de recursos naturais no renovveis; diminuiodas reas florestais; destruio da camada de oznio e efeito estufa; perda
da diversidade gentica; gerao de resduos; poluio do ar e chuva cida;poluio das guas e poluio do solo.
So vrias as lies tiradas das conseqncias acima citadas, e sol d l
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SYSTEMIC DELAYS o sistema leva um tempo ao tentar reequilibrarum impacto gerado;
PERFECT KNOWLEDGE no preciso esperar pelo conhecimentocompleto ou pelas provas cientficas absolutas, preciso comear a agirem todos os nveis, atravs do governo, da comunidade em geral e domeio empresarial.
Neste contexto, chega-se seguinte questo: como ir em frente sem ignorarestes fatores, confrontando os limites da natureza, e sem comprometer asgeraes futuras? A soluo estaria na opo pelo desenvolvimento
sustentvel, marcando o incio de uma nova era.
O desenvolvimento sustentvel foi definido pela Comisso de Brundtland1,em 1987, como sendo o desenvolvimento que busca atender snecessidades da gerao presente sem comprometer a habilidade dasgeraes futuras em encontrar as suas.
A Agenda 212 consolida a idia de que o desenvolvimento e a conservaodo meio ambiente devem constituir um binmio indissolvel, que promova aruptura do padro tradicional de crescimento econmico, tornandocompatveis duas grandes aspiraes do final do sculo XX: o direito ao
desenvolvimento, sobretudo para os pases que permanecem empatamares insatisfatrios de renda e de riqueza, e o direito ao usufruto davida em ambiente saudvel pelas futuras geraes. Essa ruptura capaz depermitir a reconduo da sociedade industrial rumo a um novo paradigma
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principalmente efetuada por indicadores de desenvolvimento humano e noapenas pelos ndices que constituem os atuais Sistemas de ContasNacionais, como por exemplo o Produto Interno Bruto PIB (AssembliaGeral das Naes Unidas, 1992).
A Agenda 21 Brasileira3, preparada pelo Ministrio do Meio Ambiente e pelaComisso de Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e da Agenda 21Nacional (CPDS), aponta as inovaes tecnolgicas e organizacionais comoelementos estratgicos para a sustentabilidade. Da a necessidade deestmulo inventiva e s iniciativas voluntrias que aumentem a eficinciada utilizao de recursos, inclusive com reutilizao e reciclagem deresduos, reduzindo a quantidade de despejo de resduos por unidade deproduto econmico.
A Agenda 21 Brasileira prope igualmente a aplicao progressiva dosconhecimentos cientficos e tecnolgicos disponveis a todos os agentes dos
diferentes setores econmicos, em favor do desenvolvimento sustentvel.Ela salienta a importncia da articulao entre os conhecimentos,promovendo a gerao e uso de tecnologias limpas, e atendendo asnecessidades de proteo e uso racional dos recursos naturais. Tambm abordada a necessidade de estimular o comrcio e a indstria a informarem
regularmente sobre resultados ambientais e sobre o uso de energia erecursos naturais (CPDS; MMA, 2000).
E como a Agenda 21 e o desenvolvimento sustentvel aplicam-se no setord i il?
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objetivo apresentar uma estrutura global que fundamente a elaboraodas Agendas locais ou nacionais e setoriais a serem desenvolvidasinternacionalmente.
Segundo a Agenda 21 do CIB, a indstria da construo e o ambienteconstrudo so fundamentais para o desenvolvimento sustentvel dasociedade. E para justificar esta afirmativa so mencionados dados daUnio Europia, onde seria de aproximadamente 40%, do total, a frao deresduos gerados pela indstria da construo civil, e da ordem de mais de40% a frao de consumo energtico proveniente das edificaes.
A importncia da indstria da construo civil tambm tratada nesta Agenda sob a tica de sua responsabilidade na edificao do ambienteconstrudo e na soluo das necessidades da sociedade ligadas habitaoe infra-estrutura, determinando assim, o seu grau de liberdade e flexibilidadeao longo de pelo menos 100 anos ps construo.
Em geral, os elementos chave apontados pelos vrios pases participantesda elaborao da Agenda 21 do CIB para a construo sustentvel seriam:(a) reduo do consumo energtico e da extrao de recursos minerais; (b)conservao das reas naturais e da biodiversidade; (c) manuteno daqualidade do ambiente construdo e gesto da salubridade do ar interior(CIB, 1999).
Entretanto, o conceito de construo sustentvel deve variar conforme asprioridades de cada pas e relaciona-se com seu clima, cultura, tradies
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econmicas. Esta agenda preconiza a construo sustentvel no Brasilatravs de aes sobre os seguintes tpicos:
reduo de perdas e desperdcio de materiais de construo;
reciclagem de resduos da indstria da construo civil como materiais
de construo, inclusive dos resduos de construo e demolio;
eficincia energtica das edificaes;
conservao da gua;
melhoria da qualidade do ar interior;
durabilidade e manuteno;
tratamento do dficit em habitao, infra-estrutura e saneamento;
melhoria da qualidade do processo construtivo.
Neste contexto, as empresas construtoras de edifcios surgem com grandepotencial de contribuio, uma vez que interagem com vrios elementos dacadeia produtiva da construo civil. Seu papel, alm de minimizar eeliminar as interferncias negativas de suas prprias atividades produtivas,
incentivar o compromisso ambiental de fornecedores de materiais eservios, inclusive dos projetistas, alm de estimular a conscientizao poraes tambm por parte dos incorporadores e usurios dos edifcios.
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2.1 INFLUNCIAS DAS ATIVIDADES DAS EMPRESASCONSTRUTORAS DE EDIFCIOS NO MEIO AMBIENTE
O sub-setor da construo civil alvo deste estudo o de edificaes e, emfuno do produto, compreende as edificaes habitacionais, comerciais ouadministrativas, industriais e para servios pblicos.
Neste item pretende-se apontar a interao das atividades das empresasconstrutoras de edifcios com o meio ambiente e como a situao se torna,tambm neste setor, insustentvel sob o ponto de vista ambiental.
Segundo a associao francesa Haute Qualit Environnementale (HQE,2001a), a interao do edifcio com o meio ambiente d-se em momentosdistintos de sua existncia e envolve diferentes agentes da cadeia produtiva,dentre os quais as empresas construtoras. E estas, apesar de responsveisdiretamente pela produo, tambm exercem influncia em cada uma das
fases do ciclo de vida de um edifcio, as quais compreendem oplanejamento, implantao, uso, manuteno, reabilitao e demolio.
Degani; Cardoso (2002) apresentam os elementos de interface com o meioambiente para as atividades desenvolvidas em cada fase do ciclo de vida deum edifcio. O artigo ressalta o esgotamento de recursos naturais e a
poluio como sendo os impactos ambientais, ou seja, as conseqnciasnocivas ao meio ambiente, considerados mais significativos em decorrnciados elementos identificados.
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Quanto poluio, esta pode originar-se de vrios aspectos ambientaisidentificados. A gerao de resduos slidos e lquidos em todas as fases dociclo de vida de um edifcio ocasiona a poluio do solo e guas. Grandeparte da responsabilidade pelo elevado volume de resduos descartados nafase de construo atribuda s perdas e desperdcios, e para as fases de
manuteno, reabilitao e demolio, pode-se responsabilizar a prpriagrande quantidade de recursos aplicados.
Alm da poluio gerada na produo dos materiais, componentes eequipamentos incorporados aos edifcios, pode-se observ-la ainda sob osseguintes aspectos: (a) poluio atmosfrica decorrente principalmente daemisso de material particulado respirvel nas fases de implantao edemolio, e tambm da emisso de CO 2 e CFC provenientes dapossibilidade de ocorrncia de incndios, perfuraes de equipamentos ealguns utenslios domsticos nas fases de uso, manuteno e demolio;(b) poluio sonora detectada durante as fases de implantao,
manuteno e demolio, e que afeta diretamente a comunidade vizinha,causando desconforto; (c) poluio do ar interior detectada durante a fasede uso do edifcio, por meio da criao de ambientes internos poludos pelocondicionamento do ar, por poluentes emitidos pelos materiais empregados,pelo solo ou at mesmo pelas atividades relacionadas ao uso e operao de
equipamentos e produtos de limpeza, como por exemplo compostosorgnicos volteis, microorganismos patognicos, poeiras, partculas efibras, radnio, dentre outros.
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Estes dois aspectos evidenciam-se tambm pelo fato de serem questesfreqentes nas pesquisas acadmicas e alvo de aes setoriais, conformedescries do item 2.2 desta pesquisa. Os subitens seguintes detalhamestes aspectos destacados.
2.1.1 Consumo de recursos naturais
Em grande parte, a matria-prima empregada nas obras brasileiras obtidada extrao de recursos naturais, como por exemplo a areia, o cimentoPortland, a pedra britada, o ao e a madeira. Observa-se que o volume dematria-prima consumida na produo de edifcios elevado e crescente, e
que este expressivo volume deve-se s grandes dimenses dos produtosresultantes das atividades construtivas e tendncia, no Brasil, deatendimento demanda por moradias e novos empreendimentos decorrentes do prprio crescimento populacional, do dficit observado, dodesenvolvimento econmico e do fim da vida til e obsolescncia das
edificaes existentes.
A questo do consumo de matria-prima em excesso tambm deve serabordada. De acordo com Paliari (1999), sempre que consumida umaquantidade maior de material do que a estritamente necessria gera-se umaperda, e esta pode refletir-se na forma de gastos extras para a aquisiodos materiais adicionais, no consumo adicional de mo-de-obra paramovimentar e aplicar tais materiais e, principalmente, na maior utilizaodos recursos naturais de nosso planeta.
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toneladas, representando cerca de 75% dos materiais consumidos naeconomia norte-americana. Outras fontes ainda apontam que o consumo deagregados oscilaria entre 1 a 8 toneladas/habitante.ano.
No Brasil, o levantamento da produo de agregados para a construo civil feito pelo Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM)4, o qualcalculou, para o ano de 2001, o valor de 399 milhes de toneladas deagregados produzidos para a construo civil. Deste total, 162,8 milhes detoneladas representam as pedras britadas e 236,1 milhes de toneladas aareia. Assim sendo, o consumo brasileiro de agregados poderia serestimado em aproximadamente 2,3 toneladas/habitante.ano.
Os principais impactos ambientais decorrentes da extrao de recursosnaturais so a escassez e extino das fontes e jazidas, alm de alteraesna flora e fauna do entorno destes locais de explorao. Em Industry andEnvironment (1996) foi feito um alerta para o limite dos estoques de
algumas reservas de matrias prima. Pode-se citar, como exemplo, que emSo Paulo o esgotamento das reservas prximas da capital faz com que aareia natural j esteja sendo transportada de distncias superiores a 100km, implicando em enormes consumos de energia e gerao de poluio(John, 2001).
Tendo sido caracterizado o consumo de recursos naturais decorrente dasatividades construtivas, verifica-se a necessidade de ao por parte dasempresas construtoras no sentido de controlar este consumo. Para tanto,
i l d d d i d f d
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E, tratando do processo seletivo de materiais e componentes, segundoCardim (2001), no h metodologia prtica que apoie este processo, assimsendo, toma-se partido de outras metodologias tal como a anlise do ciclode vida. Alguns setores tais como o do ao, alumnio, plstico, madeira,cimento e concreto, j divulgam o perfil ambiental de seus produtos5.
Entretanto, de interesse que estes dados excedam o cartermercadolgico voltado defesa e promoo de seus produtos, e passempara o domnio pblico, ampliando as bases de dados disponveis eigualando o modo de dimensionamento e caracterizao dos materiais esistemas, facilitando assim o processo seletivo.
Ainda tratando-se da seleo de materiais e componentes a seremaplicados nas edificaes, ressalta-se o conceito da durabilidade. SegundoSjstrm (2000), alm do conhecimento especfico da durabilidade demateriais e produtos preciso avaliar o funcionamento do conjunto por elesformado o qual deve manter seu desempenho tcnico durante toda a vida
til pretendida. Para esta anlise, Sjstrm (2000) sugere que sejamutilizados dados sobre a vida til dos empreendimentos edificados, obtidos apartir de feedback de clientes, empreendedores e sociedade, e ainda, que oenfoque seja dado sobre a conservao de recursos, confiabilidade dosprodutos de construo, aspectos relativas sade e segurana, e tambm
sobre os aspectos de manuteno, desenvolvimento e reabilitao doambiente construdo existente.
Adicionalmente questo da durabilidade, a reciclabilidade surge como
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ser dada aos metais e aos materiais que possam substituir os agregados. Oautor tambm menciona que o uso de concreto reciclado, tijolos de argila econcreto leve podem atender necessidade total por agregados em novasedificaes e em reabilitaes.
Outra observao de Thormark (2001), referente seleo de materiais, que caso seja necessrio empregar materiais cuja produo exija elevadoconsumo de energia ou obtidos a partir da matria-prima escassa, estesdevero ser, pelo menos, reciclveis, fceis de desmontar e cujo processode aplicao e uso facilitem sua reciclagem, por exemplo evitandocontaminaes.
Para apresentar um resumo, Fbregas et al. (1998) apud Cardim (2001)listaram alguns critrios ambientais considerados adequados para oprocesso de seleo de materiais de construo. So eles:
Recursos renovveis Os materiais elaborados a partir de matriasprimas e energias renovveis, ou bastante abundantes, so preferveisqueles que se utilizam de fontes convencionais ou escassas (porexemplo: combustveis fsseis, minerais escassos, etc.). Este critriotem carter de preservao e refere-se tambm ao efeito biodegradveldos materiais.
Consumo energtico O balano energtico do material selecionadodeve apont-lo como um produto de baixo gasto energtico durante todoo seu ciclo de vida, especialmente quando comparado com outro sob os
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vida, principalmente sob o ponto de vista econmico, so maisfavorveis.
Tecnologia limpa Todas as fontes de matria prima e energiaempregadas na produo do material, bem como relacionadas eficincia do processo produtivo (extrao, transformao e
acabamento), devem assumir o carter no contaminante.
Toxicidade A ausncia de efeitos alrgicos, emisses txicas,anormalidades eletromagnticas e a minimizao da radioatividadenatural constituem critrios bsicos durante a seleo de materiais e
componentes.
Durabilidade Todas as informaes relativas ao valor funcional,durabilidade e prticas de manuteno, voltadas para que este produtoresista adequadamente s condies de uso ao longo de sua vida til,so valores fundamentais e que devem ser considerados nos processosseletivos.
Da observao destes critrios pressupe-se a necessidade de analis-losde modo conjunto, uma vez que h a possibilidade de que umacaracterstica positiva interfira negativamente no desempenho de outro
critrio como por exemplo, a reciclagem de um subproduto podedemandar gasto energtico que inviabilize o produto obtido, sob o ponto devista ambiental.
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Consumo de gua a distribuio no homognea do crescimentopopulacional e do desenvolvimento das atividades humanas, agravadapela distribuio geogrfica de fontes de gua tambm irregular,contribuem para o aumento de presses sobre os mananciaisdisponveis e de fcil acesso os quais representariam cerca de 0,3%
do volume total de gua do planeta (UNESCO6
). Desta forma, aescassez de gua e a sua deteriorao, decorrente da prpria ocupaoe atividade humana, so questes para serem trabalhadas.
Consumo de energia segundo dados do Balano Energtico Nacionalde 20017, a energia eltrica consumida nos edifcios residenciais,
comerciais e do setor pblico representam 47,35% do total da energiaeltrica consumida no Brasil; na Unio Europia este percentual de40% (Wenblad, 2001). Para o setor residencial brasileiro o principalproblema o aquecimento da gua, e nos setores comerciais e pblicoso consumo energtico mais significativo provm da iluminao e em
seguida das instalaes de ar condicionado (Lamberts; Westphal, 2000).
Neste contexto, o papel das empresas construtoras compreende a avaliaodos projetos de instalaes hidro-sanitrias e eltricas no tangente ao usode equipamentos e configuraes adequados que visem a otimizao do
consumo, e talvez at o uso de fontes alternativas, enquanto mantm aqualidade dos servios instalados. Tambm significativo o papel daconstrutora no tangente s orientaes de uso e manuteno repassadasaos usurios (CSTB, 2002a).
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Rio+5 tambm reconhece que os avanos em relao ao planejamento e gesto dos recursos terrestres esto aqum das necessidades do pas.
2.1.2 Gerao de resduos slidos
No obstante o crescimento da demanda por novas edificaes, observa-se
o alcance do fim da vida til de muitos empreendimentos brasileiros,geralmente projetados para durarem cerca de 50 anos 8. E, a partir de ento,so desencadeadas as prticas de reformas, reabilitaes, demolies enovas construes. Como conseqncia verifica-se o aumento da geraode resduos de construo, manuteno e demolio, tambm denominados
RCD9
, e este um aspecto de extrema importncia para a construo civil eque deve ser considerado.
Observa-se que normalmente as administraes pblicas brasileiras nooferecem regularmente os servios de coleta e destinao destes rejeitos,provocando a ocorrncia de despejos clandestinos em vias e logradourospblicos, terrenos baldios, margens de crregos e, ainda, ocasionado osurgimento de bota-foras irregulares que acabam se transformando emlixes.
Dentro do termo genrico RCD podem ser encontrados produtos de
diferentes origens e natureza, os quais causam impactos distintos no meioambiente, tais como: argamassas a base de cimento e cal, resduos decermica vermelha (como tijolos e telhas), cermica branca (especialmentea de revestimento), concreto armado ou no, solo, rocha, metal, madeira,
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O anexo 1 apresenta alguns exemplos de composio dos RCD obtidos pordiferentes autores e em diversas localidades brasileiras e do exterior. Pinto(1999) e Angulo (2000) atribuem a diferena dos valores encontrados entrediversos pases diversidade das tecnologias construtivas utilizadas; comoexemplo citada a grande presena da madeira na construo norte-americana e japonesa, e sua presena menos significativa na construoeuropia e brasileira. Angulo (2000) ainda acrescenta que em novasconstrues esta variabilidade na composio dos RCD tambm ocorre emfuno do cronograma de execuo de servios, fazendo com que em cadaperodo os materiais e ndices de perdas sejam diferentes.
Nota-se ainda que, qualitativamente, os resduos provenientes das fases deimplantao, manuteno e demolio tambm podem conter substnciasperigosas, como adesivos, tintas, leo, baterias, biocidas incorporados amadeiras tratadas, sulfatos provenientes da dissoluo de gesso, e outros,agravando o impacto da contaminao do solo, guas e ar.
Outro aspecto dos resduos slidos a ser observado, alm de suacomposio, o volume total gerado. Ressalta-se que para as novasedificaes a gerao de resduos est diretamente relacionada s perdasocorridas, sendo bastante considervel a frao proveniente dodesperdcio10. Assim sendo, Andrade et al. (2001), a partir da anlise dosindicadores de perdas de materiais estabelecidos na pesquisa 'Alternativaspara a Reduo do Desperdcio de Materiais nos Canteiros de Obra' 11,estimaram a parcela do valor do indicador global de perdas que diz respeito
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tempo, e recentemente tem aumentado em decorrncia da discusso dequestes ambientais e da busca por comunidades sustentveis.
A parcela dos indicadores de perdas relativa ao entulho gerado por servioencontra-se descrita na tabela 2.1. Por meio dos dados apresentados possvel verificar a quantidade de entulho estimada para cada material e a
cada servio executado. Nota-se ainda que em alguns casos a parcelarelativa ao entulho constitui-se na totalidade do indicador global de perdasdetectado, e em outros a parcela de entulho constitui-se em uma frao doindicador havendo portanto a frao correspondente perda incorporada.
Tabela 2.1 Tabela simplificada da estimativa do entulho por unidade de servio(Andrade et al. , 2001)
MATERIAL u.m.(1) u.s. (2) Perdaglobal
(u.m./u.s)
Entulho(% em
relao perda global)
Entulho(u.m./u.s.)
Concreto usinado m3 m3 0,0900 15 0,014 Ao kg kg 0,1100 70 0,077Blocos m2 m2 0,13 100 0.130 Argamassas alvenaria m3 m2 0,0010 16 0,002 Argamassas paredes e tetos m3 m2 0,0013 19 0,002
Argamassa fachada m3
m2
0,0020 18 0,001 Argamassa contrapiso m3 m2 0,0110 05 0,001Placas cermicas fachada m2 m2 0,13 100 0,130Placas cermicas piso m2 m2 0,19 100 0,190
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Andrade et al. (2001), a partir da transformao dos resultados obtidos parao entulho expressos em unidade de material por unidade de servio paraunidade de material por m2 de piso executado e, em seguida, transformandoestes mesmos valores para massa de entulho por m 2 de piso executado,chega ao valor de 49,58 kg de entulho estimados para cada m 2 de pisoconstrudo. Isto pode significar que, considerando a massa do edifcio iguala 1.200 kg/m2 (Pinto, 1999), o entulho gerado nos canteiros de obrabrasileiros representa aproximadamente 4,13% da massa do edifcio.
No entanto, o valor de entulho estimado de 49,58 kg/m2 de piso construdo bem inferior taxa de 150 kg de resduo por metro quadrado construdo
estimados por Pinto (1999). Para este autor, a estimativa do volume total deRCD gerado nas cidades brasileiras pode basear-se em clculos a partir deindicadores sobre as estimativas de reas construdas, a movimentao decargas pelos coletores e o acompanhamento de descargas nas reasutilizadas como destinao final dos resduos, verificadas as devidas
sobreposies. Pode-se, portanto, atribuir a esta diferena de valoresverificadas pelos autores, o fato de Andrade et al. (2001) aplicar osindicadores percentuais de entulho, por servio, sobre a massa de cadamaterial utilizado por metro quadrado de piso construdo, enquanto Pinto(1999) utiliza os seguintes valores aproximados: 50% de entulho gerados
sobre 25% de perda mdia de materiais nos processos construtivos,aplicados sobre uma massa estimada para a edificao de 1200 kg/m 2, noconsiderando, portanto, a interferncia da variao da massa de cadaresduo gerado por cada atividade sobre o metro quadrado de piso
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irregulares, reas ermas e fundos de vale, estima-se que atinjam 60% dosvolumes registrados, o que seria algo em torno de 144.000 m 3 por ms.
Nos Estados Unidos, em 1996, foi estimado o valor de 136 milhes detoneladas de resduos de construo e demolio, conforme documentoapresentado ao United States Environmental Protection Agency (U.S.EPA)
pelo Office of Solid Waste (EPA, 1998). Sendo 48% gerados nasdemolies, 44% provenientes de reformas e apenas 8% de novasconstrues. Revelando ainda os valores mdios de 1,99 kg de resduos /m2 (4,38 pounds/m2) para construes residenciais novas e 1,76 kg/m 2 (3,89 pounds/m2) para construes no residenciais novas.
Para as diferenas encontradas na quantidade de resduo gerada emdiversas localidades, Zordan (1997) considera que elas decorrem do estgiode desenvolvimento da indstria de construo local: a qualidade da mo-de-obra, as tcnicas construtivas empregadas, a adoo de programas de
qualidade, etc. Porm, deve ser observado que estas diferenas tambmesto relacionadas falta de metodologia empregada no levantamento dedados. Em seu estudo, Pinto (1999) mostra que para algumas localidadesso apontados valores coletados nos prprios canteiros de obra e, paraoutras, a fonte de coleta foram as reas de destinao final, no havendoportanto como comparar os nmeros apresentados.
As interferncias no meio ambiente originadas da incorreta deposio dosRCD nos ambientes urbanos so as seguintes, enumeradas por Pinto(1999) ( ) i d lid d d bi d i
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resduos vegetais e outros no-inertes, para os quais no so oferecidassolues aos geradores; (e) criao de ambiente propcio proliferao devetores prejudiciais s condies de saneamento e sade humana.
H outra questo ambiental resultante da insustentvel gesto de resduosadotada atualmente: a queima de combustveis fsseis (no renovveis)
para o transporte de resduos que se agrava com o acelerado processo deadensamento urbano nos ltimos anos, o qual faz com que as reas maisprximas se esgotem rapidamente gerando o distanciamento crescente dosbota-foras (Pinto, 1999). Deste fato tambm surgem problemas econmicosrelativos ao aumento do custo para deposio 13.
E, se forem considerados os aspectos do setor como um todo, verifica-seainda a gerao de resduos durante a produo dos materiais ecomponentes nas diversas indstrias da cadeia produtiva da construocivil.
Salienta-se, no entanto, que a Agenda 21 Brasileira no d a devidaimportncia ao entulho de obra. O RCD permanece sendo consideradocomo material 'inerte'14 e que pouco impacto causa ao meio ambiente, o queno verdade, como demonstra, por exemplo, um estudo realizada porOliveira; Mattos; Assis (2001). Este estudo constata a necessidade da
anlise mais criteriosa dos resduos de concreto descartados pelas obras deconstruo civil. Das anlises qumicas e de difratometria realizadas pelosautores em amostras expostas a gua de chuva com pH baixo, foi verificadol d d l d id d 'i '
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alm do que, se descartado em locais inadequados pode provocar acontaminao das guas e sua mineralizao.
Mesmo considerando a possibilidade de os RCD serem considerados'inertes', somente entraria nesta classificao o entulho composto porargamassas, tijolos, telhas, cermica, concretos e solo de escavao. Sabe-
se, entretanto, que no Brasil o sistema de caambas estacionrias recebepraticamente todo o material no coletado pelo servio de coleta regular deresduos domiciliares e de servios de sade. Assim, nem todo materialcoletado constitui-se apenas por 'inertes'; seria ideal e necessrio classificare separar o material antes de sua destinao final.
Pinto (1999) relata que recente no Brasil a percepo da necessidade deampliar o conceito de saneamento bsico para saneamento ambiental, quelide de forma integrada com a gua, esgoto, resduos slidos, drenagem econtrole de vetores. Segundo o autor, os pases europeus e o Japo, dada asua densidade demogrfica e a exiguidade de espaos para o alojamentode resduos slidos, possuem polticas elaboradas e consolidadas e, emfuno de sua elevada industrializao e carncia de recursos naturais,destacam-se nos esforos para o conhecimento e controle dos RCD.
Da anlise de uma massa de entulhos de construo civil, observa-se ainda
que, apesar de sua heterogeneidade, a quase totalidade dos materiais quea compem podem tornar-se potenciais matrias-primas (Brito Filho, 1999).Pinto (1999) tambm afirma serem formadas por parcelas reciclveis, ai i i d RCD d id d l li d
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reconhecimento de seus ndices particulares de gerao de resduos e aseu patamar tecnolgico, buscando investir em melhorias para conquistarcompetitividade e racionalidade no uso de recursos no renovveis (Pinto,1999).
Pressupe-se ainda, que os fatores para os quais as empresas construtoras
devam atentar-se, os quais influem diretamente no volume de resduosgerados, so as perdas e desperdcios ocorridos durante a execuo denovas edificaes ou em reformas de edificaes existentes, alm daquelesrelacionados ao projeto e seleo de materiais e tecnologias, que iro influirna composio e volume dos resduos gerados durante o uso e a
destinao final do empreendimento.
2.2 A CONSTRUO SUSTENTVEL E O SETOR DE EDIFICAES
Existem movimentos que vm conduzindo o setor da construo civil parauma construo sustentvel, alguns sob a forma de presses externas,inclusive legais e regulamentares.
Para apresentar o panorama poltico e legislativo brasileiro, setorial eacadmico da construo civil, so descritos e analisados a seguir algunsexemplos de aes em curso, os quais pretendem contribuir para o
despertar do interesse das empresas construtoras sobre a questo.
2.2.1 Panorama poltico e legislativo brasileiro
l l b l b l d l l l d
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estaduais; (f) rgos locais. Desta maneira, cabe ao Ministrio do Meio Ambiente o planejamento e superviso da Poltica Nacional do Meio Ambiente, enquanto ao IBAMA cabe a execuo desta Poltica em todas assuas etapas, desde a preservao dos recursos naturais at suafiscalizao e controle.
A exigncia ambiental federal, atualmente aplicvel s atividadesdesenvolvidas pelas empresas construtoras, refere-se necessidade dedesenvolvimento do estudo prvio de impacto ambiental (Epia) - conformeestabelecido pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil15,reforando o previsto pela Lei 6.938/81 e tambm o exigido pelo CONAMA
(resoluo no 001/86 EIA/RIMA). Entretanto, esta exigncia recai apenasna instalao de obras ou atividades potencialmente causadoras designificativa modificao no meio ambiente, tais como: projetos urbansticosacima de 100 hectares ou em reas consideradas de relevante interesseambiental; estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
obras hidrulicas para explorao de recursos hdricos; complexos eunidades industriais e agro-industriais; distritos industriais e zonasestritamente industriais; aeroportos; portos e terminais de minrio, petrleoe produtos qumicos; troncos coletores e emissrios de esgotos sanitrios;linhas de transmisso de energia eltrica; aterros sanitrios; dentre outros
(resoluo CONAMA no 001/86).
Conforme as regulamentaes estaduais e municipais especficas,referentes ao processo de licenciamento ambiental (resoluo CONAMA no
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de licena. O objetivo do RIMA dar conhecimento ao pblico sobre aviabilidade ambiental do empreendimento, mediante a apresentao dasconcluses e recomendaes obtidas do EIA (Freitas et al. , 2001). O RIMAdeve: (a) abordar a anlise da rea de influncia do projeto e seus impactosambientais; (b) contemplar as alternativas tecnolgicas para os processosconstrutivos e materiais adotados; (c) definir as medidas mitigadoras dosimpactos negativos, em especial, do sistema de descarte dos resduos; (d)abordar os programas de acompanhamento e de monitoramento deimpactos a serem adotados no empreendimento, inclusive os parmetros aserem considerados (resoluo CONAMA no 001/86).
Resumindo, as exigncias brasileiras descritas remetem-se aos processosde aprovao legal de empreendimentos e aos processos licitatrios elimitam-se s atividades de impacto ambiental significativo. Menciona-se,ainda, a tendncia de agncias financiadoras condicionarem seus contratosaos impactos e solues propostas pelos projetos.
Segundo Thormark (2001), leis e regras tm sido introduzidasinternacionalmente. Como exemplo o autor refere-se s tarifaes naSucia para a explorao de agregados naturais (introduzida em 1995) etambm para a deposio de resduos (comearam a ser cobradas a partirde 2000 e crescem consideravelmente).
O Resource Conservation and Recovery Act (RCRA), estabelecido nos EUApela EPA, por meio do Office of Solid Waste , outro exemplo. Este decreto
d i bi d j d d d i
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surgir normas ambientais para as reas de transbordo e triagem (ATT) epara aterros de resduos de construo civil, e tambm normas tcnicaspara o uso de agregados reciclados em pavimentao e para o uso deagregados reciclados em concreto 16.
relevante observar que ainda no h para a construo civil brasileira
exigncias legais que estabeleam limites para a emisso de resduosslidos e para a utilizao de recursos naturais. Entretanto, comea aformalizar-se a legislao ambiental brasileira que poder exercer influncianas atividades das empresas construtoras de edifcios. Espera-se que ofortalecimento dos seguintes projetos possa impulsionar o desenvolvimento
sustentvel do setor da construo de edifcios no Brasil:
Resoluo CONAMA no 307, publicada em 5 de julho de 2002 e em vigora partir de 2 de janeiro de 2003 estabelece diretrizes, critrios eprocedimentos para a gesto dos resduos da construo civil. Nela, osresduos da construo civil so classificados da seguinte maneira: (a)Classe A - resduos reutilizveis ou reciclveis como agregados; (b)Classe B - resduos reciclveis para outras destinaes, tais como:plsticos, papel/papelo, metais, vidros, madeiras e outros; (c) Classe C- resduos para os quais no foram desenvolvidas tecnologias ouaplicaes economicamente viveis que permitam a suareciclagem/recuperao, tais como os produtos oriundos do gesso; (d)Classe D - resduos perigosos oriundos do processo de construo, taiscomo: tintas, solventes, leos e outros, ou aqueles contaminados
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Gerenciamento de Resduos da Construo Civil, o qual dever: (a)estabelecer diretrizes tcnicas e procedimentos para seu ProgramaMunicipal e para os Projetos de Gerenciamento de Resduos daconstruo civil; (b) determinar as reas aptas para recebimento, triageme armazenamento temporrio de pequenos volumes; (c) estabelecer osprocessos de licenciamento para as reas de beneficiamento edisposio final; (d) definir critrios para cadastramento detransportadores; (e) atuar na orientao, fiscalizao e controle dosagentes envolvidos; (f) dentre outras funes.Os Programas Municipais devem estabelecer as diretrizes para a gestode resduos de responsabilidade dos pequenos geradores, e os Projetosdevem ser elaborados pelas empresas construtoras, a cadaempreendimento, e devem contemplar: (a) caracterizao dos resduos(identificao e quantificao); (b) triagem (conforme classificaoestabelecida); (c) acondicionamento (garantir confinamento at otransporte); (d) transporte; (e) destinao final. Assim, no permitido que os resduos de construo civil sejamdispostos em aterros de resduos domiciliares e em reas de bota-fora, oque representa um grande avano em prol do meio ambiente.De alguma forma, portanto, esta resoluo acaba incentivando a adoode sistemas de gesto ambiental pelas empresas construtoras, comoferramenta facilitadora e mantenedora das prticas de gesto dosresduos slidos.
Poltica Nacional de Resduos Slidos17 projeto de Lei que abrange os
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a finalidade de (a) reduzir a quantidade e a nocividade dos resduosgerados; (b) aplicar a reutilizao, a recuperao ou a reciclagem deresduos que no puderem ser evitados; (c) realizar a disposio final demaneira a assegurar a proteo ao meio ambiente e a sade pblica.Este projeto de Lei prope responsabilizar pela gesto e destinao dosresduos da construo civil: os proprietrios do empreendimento ouimvel; os construtores; e as empresas ou pessoas que prestamservios de coleta ou disposio de resduos. Porm, caber aomunicpio elaborar seu Plano de Gerenciamento de Resduos SlidosEspeciais, disponibilizando o local e a estrutura adequada para a gestoe destinao final dos resduos. Aos geradores habituais ser exigida a elaborao e implementao deum Plano de Gerenciamento de Resduos Especiais prprio e nosmesmos termos da Lei para os Planos do Municpio. Estes planosdevem prover mecanismos que favoream a reduo do volume deresduos, sua reutilizao, sua valorizao, e ainda, a minimizao deeventuais impactos ao meio ambiente. Ressalta-se a necessidade de sermantido nas empresas um inventrio dos resduos gerados e o registroda conduta adotada conforme a classificao dos resduos.Este procedimento perfeitamente aplicvel nas empresas construtoras,entretanto, depender da adequao e credenciamento das empresasprestadoras de servios de coleta e do apoio do municpio.
Agenda 21 Brasileira - lanada apenas em julho de 2002, dez anos apso Rio 92 Seu plano de ao dever ainda levar bastante tempo para ser
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Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H)18 - para o melhoraproveitamento das pesquisas sobre sistemas construtivos, materiais deconstruo e conforto ambiental. Tambm verifica-se que a Agenda 21Brasileira, na condio de suporte para o desenvolvimento cientfico etecnolgico, recomenda a adequao dos programas de ps-graduao formao e conscientizao para o desenvolvimento sustentvel,sobretudo mediante a criao de novos cursos integradores einterdisciplinares (CPDS; MMA, 2000).
2.2.2 Panorama setorial
Quanto ao panorama setorial, j se percebe a existncia de movimentosdirecionados sustentabilidade das atividades desenvolvidas pelasempresas construtoras, geralmente conduzidos por agentes pblicos,organismos e sindicatos setoriais.
As aes municipais so fortes elementos indutores da adoo de prticas
sustentveis no setor da construo civil. No Brasil, como exemplo, pode-semencionar o Programa Entulho Limpo (PEL) em desenvolvimento emBraslia. O programa uma parceria entre o SINDUSCON-DF, o Centro deDesenvolvimento Sustentvel da Universidade de Braslia (UnB) e a ONGEco Atitude, e pretende tratar a gesto de resduos atravs de aplicaes de
agregados reciclados na construo de habitaes de interesse social,pavimentao e revitalizao de reas urbanas degradadas.
O PEL justifica-se no crescimento da adoo do PBQP-H e das normas ISO
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facilitada a identificao dos focos de maior gerao dos mesmos para atuarna sua reduo.
O PEL parte da educao ambiental para a coleta seletiva em 10 canteirosde obras de 10 construtoras de Braslia (prazo de 6 meses para implantaoa partir de setembro de 2002) possuidoras de certificados ISO 9001:2000 ou
nvel A do PBQP-H, e prossegue com o estudo de alternativas para aimplantao da Unidade de Produo de Agregados Reciclados paraConstruo Civil (UPARCC) e sua implantao, operao e gerncia,culminado com a certificao destas obras envolvidas (selo verde).
Outro exemplo a criao do Comit de Meio Ambiente, Segurana eProdutividade (COMASP), do SINDUSCON-SP. O comit formado porempresas associadas, as quais constituem um frum permanente dedebates sobre as questes ambientais fundamentais para odesenvolvimento e capacitao das empresas da construo, identificandoas suas necessidades e problemas e encaminhando solues. O COMASPiniciou, em janeiro de 2003, o Programa de Gesto de Resduos emCanteiros de Obra. Formou-se um grupo piloto de construtoras quetrabalham no aperfeioamento de sua logstica em canteiro, com o intuito deorganizar, segregar e acondicionar seus resduos, alm de providenciar suacorreta destinao mediante transportadoras credenciadas e devidamenteselecionadas. O Programa ainda abranger o desenvolvimento dosfornecedores de materiais, equipamentos e servios necessrios a estasatividades, e tambm dos receptores dos resduos para uso em reciclagem,
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tomadas pelos geradores (construtoras), transportadores de resduos e pelomunicpio. Como resultado destas aes, os associados do SINDUSCON-SP tm acesso relao atualizada das empresas transportadoras deresduos credenciadas na Limpurb e recebero orientaes sobre asclusulas mnimas que devero constar nos contratos de remoo deresduos.
No Brasil, a gesto de resduos tambm praticada em Belo Horizonte, emcidades do interior paulista (como Ribeiro Preto), em Londrina e Salvador.Segundo Pinto (2000), as administraes municipais so impulsionadas aadotar solues em virtude da grande massa de resduos de construo
gerada nos ltimos cinco anos.
No entanto, segundo Angulo (2000), os processos de reciclagem de RCDnas centrais de moagem brasileiras limitam-se gerao de materiaisreciclados voltados para o consumo pblico municipal, e Pinto (2000)acrescenta que alguns municpios simplesmente instalaram equipamentosde britagem enquanto outros j constituram polticas especficas, paramdio e longo prazo, potencializando resultados mais significativos.
Salienta-se tambm que as empresas construtoras brasileiras submetidasao regimento do Sistema de Qualificao de Empresas de Servios e Obras
- Construtoras (SiQ-C), do PBQP-H, j precisam comprovar o seuconhecimento e considerao a respeito dos impactos ambientais dosresduos slidos e lquidos gerados em canteiros de obra; sendo tambm
i l d d di i d d P
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GBC consrcio internacional reunido com o objetivo de desenvolverum novo mtodo para avaliar o desempenho ambiental de edifcios. OCanad coordenou a primeira fase de desenvolvimento e, a partir de2000, a coordenao do GBC e da seqncia de conferncias'Sustainable Buildings - SB' foi absorvida pela International Iniciative forSustainable Built Environment (iiSBE). O GBC diferencia-se pelaproposio de uma nova gerao de sistemas de avaliao,desenvolvida para refletir as diferentes prioridades, tecnologias,tradies construtivas, e at mesmo valores culturais, para os diferentespases (Silva, 2000). A autora menciona ainda que a ferramenta utilizadana primeira fase da pesquisa, o software GBTool19, apesar de servir debase para as propostas seguintes, no aplicado devido a suacomplexidade e dificuldade de utilizao.Em 2000, durante a Conferncia SB 2000, uma equipe brasileiraintegrou-se ao GBC. Sua estratgia para desenvolver e implementaruma metodologia brasileira para a avaliao do desempenho ambientalde edifcios centraliza-se no Programa Nacional de Avaliao deImpactos Ambientais de Edifcios (BRAiE). Este programa coordenavrias pesquisas, inicialmente desenvolvidas no estado de So Paulo,cujos objetivos so identificar as prioridades brasileiras e definir osindicadores tambm especficos para o Brasil. As principais dificuldadesencontradas relacionam-se falta de dados e de normalizaoespecfica que suportem o estabelecimento dos indicadores nacionais(Silva et al. , 2002b).
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ministrios interessados pela questo, instituies de pesquisa, etc.,num total de 40 entidades. A associao HQE define 14 categorias de preocupaes ambientaisque devem ser respeitadas pelos edifcios e que se encontramagrupadas em quatro famlias: (a) eco-construo (relao do edifciocom seu entorno; escolha integrada dos produtos, sistemas e processosconstrutivos; canteiro de obras com baixo impacto ambiental); (b) eco-gesto (gesto da energia; gesto da gua; gesto dos resduos; gestoda limpeza e manuteno); (c) conforto (conforto higrotrmico; confortoacstico; conforto visual; conforto olfativo); (d) sade (qualidade sanitriados ambientes; qualidade sanitria do ar; qualidade sanitria da gua).Observa-se que as famlias (a) e (b) preocupam-se com a dimensoambiental da sustentabilidade, enquanto as famlias (c) e (d) voltam-seao aspecto social, determinando preocupaes relacionadas aosusurios dos edifcios.Estas 14 categorias originaram uma proposta de referencial de avaliaodas caractersticas de elevado desempenho ambiental deempreendimentos (HQE, 2001a). Trata-se de uma proposta de avaliaoque tem como mrito explicitar os objetivos atravs de exigncias e depropor indicadores operacionais para avali-los. Este documento foifundamental para o desenvolvimento de uma certificao deempreendimentos sob o ponto de vista ambiental, conforme detalhadono item 3.3, a ser aplicada a empreendedores imobilirios, para suacertificao, ou a de um empreendimento especfico (HQE, 2001b).
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Dentre eles, merecem destaque os seguintes sistemas:
BREEAM -Building Research Establishment Environmental AssessmentMethod 20, lanado em 1990 no Reino Unido, foi o primeiro sistema aavaliar e certificar ambientalmente os edifcios. Este esquema atribuiuma certificao de desempenho direcionada ao marketing de edifcios.
Estima-se que mais de 30% dos novos edifcios de escritrio no ReinoUnido sejam submetidos a esta avaliao anualmente (Silva, 2000).
LEEDTM Green Building Rating System - Leadership in Energy &Environmental Design 21, esquema desenvolvido pelo United StatesGreen Building Council (USGBC) e lanado nos EUA em 1996. Atua noprojeto, construo, operao e certificao de ' greenest buildings '.
Alm da certificao de empreendimentos, e embora resultem de aesisoladas, tambm j h empresas construtoras possuidoras de sistemas degesto ambiental implementados e at mesmo certificados. Um bom
exemplo o da organizao internacional Skanska, sediada na Sucia, euma das cinco maiores empresas de construo do mundo, desenvolvendoprojetos e atividades de construo em aproximadamente 60 pases. Adeciso de implementar sistemas de gesto ambiental em todas as suasunidades foi tomada estrategicamente em 1998 e, ao final de 2000, todas
elas j estavam certificadas em conformidade com a ISO 14001:1996.Skanska foi a primeira empresa internacional de construo a obter estacertificao (Wenblad, 2001).
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acidente qumico em um empreendimento22 ao sul da Sucia, em 1997, noqual era a construtora responsvel.
Relevante mencionar que na Sucia as prticas ambientais j so adotadaspelas construtoras desde 1996, sendo estimuladas principalmente pelasMunicipalidades nos termos da Agenda 21 (Malmqvist, 2002). Sendo
tambm significativo o movimento pela gesto ambiental em Singapura at o final de 2000 eram 10 empresas construtoras com sistemas de gestoambiental certificados (Oforiet al. , 2002).
Outras aes conduzidas por organismos e entidades setoriais no exteriorque merecem destaque so o prprio USGBC, a FIEC e a FFB, detalhadosnos itens seguintes:
USGBC conselho americano sediado em Washington, DC, cujopropsito integrar os setores da indstria da construo civil, liderar astransformaes do mercado e educar proprietrios e construtores. Esta
organizao desenvolveu e administra o LEEDTM Green Building RatingSystem e orienta projetos e prticas construtivas enfocando: oplanejamento sustentvel do canteiro; a economia de gua e sua gestoeficiente; a eficincia energtica e o uso de energia renovvel; aconservao de materiais e fontes de recursos; e a qualidade do
ambiente interior.
FIEC - Fdration de l'Industrie Europenne de la Construction , entidaderepresentativa do setor da construo de diversos portes e
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estabelecimento de solues tcnicas alternativas que suportem apoltica ambiental europia;
apoio e promoo de programas de treinamento que desenvolvam a'conscincia ambiental civil' em pessoas jovens nos cursos detreinamento em construo;
promoo e proteo do patrimnio cultural europeu; melhoria da eficincia no uso da energia, encorajando polticas que
busquem a modernizao de equipamentos e plantas industriais, afim de melhorarem o padro ambiental urbano;
implementao de Sistemas de Gesto Ambiental em empresasconstrutoras;
maximizao de esforos para reduzir a emisso de gases nocivos;
aprimoramento das polticas ambientais das empresas do setor daconstruo;
aplicao de poltica de construo sustentvel;
reduo de danos causados pelos canteiros de obras;
contribuio das empresas construtoras do oeste europeu com seuconhecimento adquirido, a fim de nivelarem por toda a Europa as
regulamentaes ambientais; estabelecimento de um cdigo de boas prticas na disposio de
resduos.
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O FFB tambm desenvolveu um manual para indicar aos construtores ocaminho para o desenvolvimento sustentvel. Este manual compreendeum plano de ao que aborda a identificao e controle de suasinterferncias e a busca pela minimizao de impactos ao meio ambientee sade, sugerindo os meios para o engajamento das construtoras(formao, motivao e comunicao). Ele tambm oferece um roteiropara a aplicao prtica deste plano de ao, abrangendo desde oplanejamento da obra at a sua entrega ao usurio final (FFB, 1999b).
Atualmente, bancos de dados e informaes referentes ao ' green building 'podem ser encontrados em alguns stios da Internet , alm das homepages
j referenciadas anteriormente, tais como o Green Building Resource Guide ,o Greenbuilder e o OIKOS Green Building Source 24. Tambm surgemsoftwares contendo banco de dados de materiais, recursos para a eficinciaenergtica de edifcios, alm de ferramentas para avaliar a performance ambiental de edifcios e para a realizao de anlises do ciclo de vida
(ACV). So exemplos: AthenaTM
Sustainable Materials Institute , GBToolGreen Building Tool , Hot 2000TM, Green Building Advisor , LEEDTM RatingSystem e BEES.
Ainda para ilustrar o panorama setorial em prol de uma construo maissustentvel, este item referencia a movimentao dos escritrios de projetovoltada elaborao de projetos sustentveis. O denominado ' designinggreen ' caracteriza-se como sendo a tomada de decises para responder snecessidades atuais sem impactar na habilidade de geraes futuras a
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meio ambiente forte, e somente quando inicia-se a educao para odesenvolvimento de projetos sustentveis que percebe-se comonossas edificaes so poluidoras; e, a partir deste fato, os projetistasentendem seu papel como uma grande oportunidade de mudar estecenrio. Complementando, a empresa procura demonstrar a seusclientes que um projeto 'verde' no precisa custar mais que umconvencional. E, alm disso, a empresa conta com um banco de dados,alimentado atravs de suas pesquisas, contendo uma srie de 'materiaisverdes', e que fica disponvel em sua Intranet para a consulta dearquitetos, programadores e desenhistas 25.
Austin Green Building Program programa arquitetnico voltado sustentabilidade, implantado no municpio de Austin, no Texas, EUA. Oprograma foi elaborado pelo grupo dirigido pelo arquiteto Pliny Fisk epelo Center for Maximum Building Potential e permite o aprendizado deconstrutores sobre diversas solues ecolgicas ' eco-options ', ensinando
no somente prticas sustentveis, mas tambm introduzindo materiaisalternativos e idias para reduo do consumo energtico 26.
E para finalizar a abordagem do panorama setorial, percebe-se que anormalizao aplicada ao setor da construo civil tambm comea a figurar
entre os agentes promotores da construo sustentvel, como exemplo,cita-se a norma experimental francesa AFNOR XP P01-010-1 'Qualitenvironnementale des produits de construction '. Por meio desta norma, osf b i d d d d i i f
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aplicao). Mesmo na Frana, ainda so poucos os produtos para os quaistais informaes j so disponveis.
Neste sentido, menciona-se tambm o denominado ' Sector NotebookProject ', desenvolvido pela EPA, e que apresenta, para diversas categoriasde materiais, dentre eles a pedra, a argila, o vidro e os artefatos de
concreto, as suas caractersticas especficas, a descrio de seu processoprodutivo, as emisses da produo (poluentes), as sugestes para apreveno da poluio, a estrutura legal e estatutria atuante, dentre outrasinformaes relevantes. Seu objetivo auxiliar as empresas na seleo deseus insumos e na adoo de prticas preventivas poluio.
Em complemento normalizao tambm figura o papel da ISO, a qualalm de desenvolver as normas para sistemas de gesto, conformedetalhado no captulo 3, tambm tem desenvolvido trabalhos por meio docomit tcnico TC 59 'Building construction ', dentre os quais ressaltam-se:
Subcomit SC 3 'Functional / user requirements and performance inbuilding construction ' o qual elabora, dentre outras normas, a ISO/CD21929 'Buildings - Sustainable buildings - Sustainability indicators ' e aISO/CD 21931 'Building construction - Sustainable buildings -
Assessment of impact from buildings '; e desenvolve outros trabalhos por
meio do grupo de trabalho WG 13 'Management of construction andfacilities ', tal como o provisoriamente denominado 'Building construction -Project management - Guidelines for project management systems ';
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Estes trabalhos foram desenvolvidos em conjunto com as comisses detrabalho do CIB (W080 - 'Prediction of service life of building materialsand components ' e W094 - 'Design for durability' ).
Subcomit SC 17 'Sustainability in building construction ' os trabalhosesto sendo desenvolvidos sob a coordenao da AFNOR, e ainda no
tm ttulos de procedimentos definidos.
2.2.3 Panorama acadmico
De um modo geral, no mbito da produo de obras civis, as preocupaesatuais no campo da pesquisa voltada construo sustentvel so: (a)
reduo do desperdcio; (b) seleo de materiais alternativos, incluindoaspectos da reutilizao 27; (c) reciclagem de resduos; (d) anlise do ciclode vida de materiais e componentes construtivos. E, com relao aodesempenho do edifcio como produto, as pesquisas desenvolvem-seespecialmente sobre as seguintes questes: (a) aumento da durabilidade e
qualidade dos componentes; (b) eficincia energtica, especialmenteconsiderando o envelope da construo, os sistemas HVAC (aquecimento,ventilao e condicionamento do ar), a iluminao e o aquecimento degua; (c) eficincia no uso da gua; (d) conforto e sade.
No Brasil, para o tema reduo de desperdcio, so relevantes as pesquisasdesencadeadas a partir da pesquisa nacional denominada 'Alternativas paraa Reduo do Desperdcio de Materiais nos Canteiros de Obra'. Algumasconsideraes referentes esta pesquisa e ao tema esto descritas no item
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relacionados degradao, custo do ciclo de vida e dados da vida til dosmateriais e sistemas aplicados nos edifcios.
Tambm observa-se o crescente nmero de pesquisas voltadas aoreaproveitamento de resduos da construo civil, bem como de resduos deoutras indstrias para serem aplicados na construo civil. Segundo os
pesquisadores envolvidos, o entulho, como denominado o resduo daconstruo civil, quando convenientemente selecionado, reciclado eclassificado pode ter uma infinidade de aplicaes, das quais, no Brasil,destaca-se o seu uso em: obras de pavimentao; regularizao ecascalhamento de ruas de terra; obras de drenagem; execuo de
contrapisos; agregado para a produo de concretos e argamassas;preenchimento de vazios em construes; preenchimento de valas deinstalaes; reforo de aterros; fabricao de blocos de concreto residual,dentre outros artefatos pr-moldados. Levy (2001) tambm descreve seuuso em estruturas residenciais com fck 28 = 18 a 24 MPa28. Interessante
tambm o trabalho de Grigoli (2001), o qual prope formas de utilizaodos resduos do canteiro pela prpria obra que os gera.
No Brasil, alm das pesquisas sobre a aplicabilidade e o desempenho dosresduos de construo civil reciclados, tambm so desenvolvidos estudosreferentes implantao de programas de reciclagem de entulhos nosmunicpios brasileiros (Pinto, 2000; Pinto, 1999; Brito Filho, 1999). Estesprogramas servem de incentivo e abastecimento para o mercado deresduos, alm de cumprirem seu papel principal que a preveno do
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finos de pedreira, cinzas de carvo, resduo vtreo, fibras vegetais, calcarbureto, lama da produo de estireno, pneu, dentre outros.
Importante observar a metodologia proposta em John (2000) para aconduo e abrangncia das pesquisas cientficas relacionadas reciclagem de resduos, com o propsito de conhecer-se o risco de
contaminao e encontrar para o resduo as suas aplicaes potenciais,considerando a qualidade, as limitaes e os aspectos tcnico-econmicosenvolvidos. Angulo et al. (2002) acrescenta que preciso trabalhar nodesenvolvimento de novos mercados para a reciclagem massiva de RCD e,do mesmo modo, para os novos materiais que surgem e suas novas
implicaes.
Resultados de pesquisas acadmicas brasileiras sobre reciclagem ereduo de desperdcio podem ser encontrados: nos anais dos cincoseminrios realizados pelo CT-206 Comit para o Meio ambiente doIBRACON29; na homepage do PCC/EPUSP30, que divulga os resultados deseus grupos de pesquisa; nos relatrios dos encontros cientficospromovidos pelo grupo de resduos da Associao Nacional de Tecnologiado Ambiente Construdo (ANTAC); nas atividades desenvolvidas peloNORIE-UFRGS na linha de pesquisa em Edificaes e ComunidadesSustentveis; nas atividades desenvolvidas pelo NPC-UFSC, UFSM , eCIENTEC-RS; dentre outros.
E, abordando a pesquisa relacionada ao desempenho ambiental de edifciosd l d d i i i l
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Tambm interessante mencionar nesta pesquisa o desenvolvimento deprogramas brasileiros para a preservao de gua. O Programa deConservao da gua (PCA) que se aplica em edifcios novos ou emoperao, tem como objetivos a otimizao do consumo da gua e o uso defontes alternativas, e nesta linha so desenvolvidas diversas pesquisascontando inclusive com a participao de fornecedores de materiais eequipamentos. Segundo Silva et al. (2002a), programas como o PURA31 e oPNCDA32 devem ir alm da simples substituio de equipamentos ecorrees de vazamento, devendo ter carter permanente, gesto contnuada demanda por gua e, principalmente, indutores de mudanas nocomportamento de usurios.
J com relao gesto do consumo energtico no Brasil, salientam-se aspesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), as quais contemplam a influncia das diversas variveisarquitetnicas na eficincia energtica de edifcios, e incluem a listagem das
variveis e a equao que fornece o consumo energtico. Um dos produtosfoi o desenvolvimento de um software aplicativo.
Quanto ao ensino da construo sustentvel em escolas de engenharia,destaca-se a ao do PCC/EPUSP, que iniciou em 2003 os seguintescursos: PCC-2540 O Edifcio e o Ambiente - disciplina optativa para osalunos de 5 o ano do curso de Engenharia Civil; PCC-5100 -Sustentabilidade no Ambiente Construdo - disciplina do curso de ps-graduao em Engenharia de Construo Civil e Urbana; GF-008 - Gesto
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A construo sustentvel foco de pesquisa de vrias instituiesinternacionais, dentre as quais ressaltam-se:
ISCOWA - The International Society for the Environment and TechnicalImplications of Construction with Alternative Materials , instituiopromotora das conferncias WASCON 'Environmental aspects of
construction with waste materials ', editadas pela Elsevier;
CIB - International Council for Research and Innovation in Building andConstruction , organizao internacional para pesquisas em construocivil. Em 1996, o conselho criou um comit coordenador paraConstrues Sustentveis grupo TG-16 Sustainable Construction e, em1997, iniciou as atividades na rea por meio de diversas comisses egrupos de trabalho. Hoje so relevantes os seguintes: W062 'Watersupply and drainage '; W067 'Energy conservation in the builtenvironment'; W077 'Indoor climate '; W080 'Prediction of service life ofbuilding materials and components' ; W094 'Design for durability'; W100'Environmental Assessment of Buildings' . O CIB coloca, deste modo, odesenvolvimento sustentvel entre suas prioridades de pesquisa,especialmente a partir da publicao da ' Agenda 21 on Sustainableconstruction ', em 1999. Este documento define as interfaces entre oconceito global do desenvolvimento sustentvel e o setor da construocivil e serve de guia para a elaborao de outras agendas locais 33.
RILEM (Runion Internationale des Laboratoires d'Essais et de) i i
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na pesquisa e desenvolvimento da rea de durabilidade e vida til deedificaes (Sjstrm, 2000);
instituies francesas, tais como, CSTB (Centre Scientifique etTechnique du Btiment )34, PUCA (Plan Urbanisme Construction
Architecture )35, Associao HQE, ADEME ( Agence de l'Environnement
et de la Matrise de l'Energi e)36
e FFB (Fdration Franaise duBtiment );
Hong Kong Polytechnic e Hong Kong Construction Association Ltd.(HKCA), instituies que assinaram em 1992 um acordo denominadoJoint Research Agreement . Sua finalidade conduzir uma pesquisa paraa reduo dos resduos de construo, utilizando mtodos para reduzir agerao de resduos nas fontes e tambm alternativas para o seutratamento.
CERF - Civil Engineering Research Foundation , fundao americana que
realizou pesquisa para detectar tendncias fundamentais para o futurodo setor, na qual a questo ambiental foi considerada a segunda maisimportante.
Concluindo, este captulo revela, por meio da apresentao das dimensese da significncia das interferncias ao meio ambiente das atividades dasempresas construtoras, a urgncia da gesto destas atividades e danecessidade de tomada de aes preventivas E ao descrever o panorama
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para que possam ser tomadas aes sobre as interferncias dasatividades das empresas construtoras no meio ambiente precisoconhec-las, nas particularidades de cada empresa e a cadaempreendimento, sendo tambm importante mensur-las, por meio dolevantamento do volume de insumos consumidos e de resduos gerados,bem como de sua caracterizao;
politicamente, ainda so fracos os incentivos e presses que possamimpulsionar o setor da construo civil brasileiro para a denominadaconstruo sustentvel. Entretanto, espera-se que os municpios passema exercer este papel, a partir do momento em que forneam condies
para a disposio adequada dos resduos, por exemplo, facilitando otrabalho das construtoras;
no contexto setorial, observa-se o incio de um processo deconscientizao dos profissionais envolvidos, sendo que no Brasilpercebe-se a movimentao de algumas prefeituras, mais por questesadministrativas do que ambientais, alm de aes dos sindicatos daindstria da construo civil;
o interesse das empresas construtoras pelo tema pode partir do papelmercadolgico atribudo aos sistemas de avaliao de desempenho dos
edifcios e tambm da cincia dos benefcios provenientes daimplementao de sistemas de gesto ambiental em outras empresas;
o panorama acadmico apresenta-se bastante promissor, apontando
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parte delas. E tambm identificada a existncia de solues e alternativasmitigadoras capazes de despertar seu interesse e fornecer as diretrizes paraa aplicao da gesto ambiental das atividades de responsabilidade destasempresas.
Desta forma, para a tomada das aes necessrias, resta a esta pesquisaapontar algumas ferramentas, analisar algumas experincias existentes, epropor uma metodologia adequada s empresas construtoras de edifcios,conforme os captulos seguintes.
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3. SISTEMAS DE GESTO
Para demonstrar a hiptese de trabalho desta pesquisa de que a adoo desistemas de gesto ambiental proporciona a orientao adequada para aimplementao e operacionalizao do compromisso das empresas
construtoras no controle das questes ambientais, este captulo apresentaos conceitos e requisitos do modelo de sistema de gesto ambientalproposto pela norma NBR ISO 14001:1996 'Sistemas de gesto ambiental -Especificao e diretrizes para uso'.
Tambm so analisadas as interfaces do modelo de sistema de gesto
ambiental com os modelos de sistemas de gesto da qualidade e dasegurana e sade ocu
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