ZONA DE TELEVISÃO COLEÇÃO VISITÁVEL MUSEOLÓGICA...

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Esta zona, à semelhança da anterior, pretende dar uma perspetiva evolutiva e temática sobre as formas de produzir televisão e sobre os produtos finais que lhe estão associados. O conjunto de peças de referência aqui expostas, permite desenhar o percurso técnico e evolutivo da história deste meio de comunicação que surge, em Portugal, sob o ímpeto da Emissora Nacional, quando, em 1953, cria o Grupo de Estudos de Televisão, no Gabinete de Estudos e Ensaios da Emissora Nacional, com o objetivo de efetuar uma análise técnica e económica com vista à instalação de um serviço de televisão em Portugal. A 18 de julho de 1955, no Pavilhão das Indústrias Portuenses, instalado na Feira Popular do Porto, decorrem as primeiras sessões experimentais de televisão, em circuito fechado. Em janeiro de 1956 é celebrado o contrato de concessão do Serviço Público de Televisão, assinado por Camilo Mendonça, primeiro presidente da RTP, Jorge Botelho Moniz, Stichini Vilela, administradores da empresa e Marcelo Caetano Ministro da Presidência e Interino das Comunicações. A 4 setembro desse ano têm início as emissões experimentais da RTP na Feira Popular, em Palhavã. A 7 de março de 1957 iniciam-se as emissões regulares de televisão em Portugal. Nesta zona podemos, então, apreciar alguns equipamentos emblemáticos (organizados cronologicamente), que acompanharam a evolução tecnológica da televisão, usados na captação, gravação e reprodução de som e imagem. ASSIM TEMOS: Equipamentos profissionais: gravadores de áudio; gravadores de vídeo, microfones, câmaras de televisão e câmaras de filme; Equipamentos domésticos: que permitem, nas nossas casas, captar as emissões de televisão: recetores de televisão e, mais recentemente, telemóveis e computadores que permitem aceder a conteúdos televisivos. »Todos os textos deste guião foram escritos já segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ZONAS: DE ENTRADA E RECEÇÃO » Uma plataforma móvel, designada por Charriot, marca Houston, modelo Panorama, que permitia a movimentação suave da câmara, uma EMI 203 de 1960, quer em estúdio, quer no exterior. » Um recetor de televisão de 1958 marca Philco. A Philco apostou fortemente no design das suas criações, a linha Predicta tornou-se um dos ícones da marca. Este modelo comportava um pri- meiro embrião do controlo remoto, o ecrã (que também é giratório) ligado ao sintoni- zador por um cabo flexível de 7,5 metros, podia ser posicio- nado perto do telespetador. Este modelo ficou conhecido como “Penthouse”, a versão estereofónica era chamada de “Tandem”. DÉCADA /50 » De entre os microfones expostos de destacar o Philips EL6040, microfone eletrodinâmico, omnidirecio- nal, utilizado na reportagem da erupção do Vulcão Cape- linhos, em 1958, pelas suas características únicas: resis- tente à humidade, à corrosão do ar marítimo e a tempera- turas até 75° C, estava, pois, indicado para transmissões ao ar livre, instalações sono- ras, estúdios de cinema, radiodifusão e radiotelevisão. Foi adquirido pela RTP em 1957. » O Altec/Western Electric, modelo 639A, microfone de fita, conhecido por “Bird Cage” (gaiola de pássaro). Foi adquirido pela RTP em 1957. » Câmara de Televisão marca Fernseh, Modelo KKO 100/11, modelo utilizado nas pri- meiras emissões regulares e na cobertura de grandes eventos realizados a preto e branco. Câmara que utilizava tubos Orthicon, pesava 43 Kg, sem as lentes. A RTP adqui- riu este modelo em 1957. » Câmara de filme Paillard Bolex H16, das primeiras na RTP, fez a reportagem da Rainha Isabel II em feve- reiro em 1957. É uma câmara de 16 mm, reflex, portátil. Tem motor de corda, possui torreta para 3 objetivas, usa bobinas de 15 ou 30 metros e é adaptável a caixa para fil- magens subaquáticas. As câmaras de filme funcio- navam com uma manivela que permitia uma autonomia de 2 minutos de gravação. Inicialmente estes equipa- mentos não possuíam zoom, mas uma peça com várias objetivas, designada torre ou bolacha, ou torreta, à seme- lhança do que acontecia com as câmaras de televisão. A Câmara Arriflex, modelo 16, é a primeira câmara de filme profissional portátil de 16mm com sistema reflex. Tem motor elétrico e torreta para 3 objetivas, pode levar magazins de 120 metros (cerca de 10 minutos de gra- vação). » Recetor de Televisão marca Grundig, modelo Zaubers- piegel 235, emprestado por um particular à RTP aquando das emissões experimentais na Feira Popular, em 1956. Esta peça foi doada, recente- mente, à RTP pelo Sr. Fortu- nato José Soares Carretero. » Blimp marca Arriflex, que servia para insonorizar o barulho produzido pelas câmaras de filme Arriflex, modelo 16. » Até à introdução da vídeotape (1964) a gravação da imagem era feita sepa- radamente do som, sendo necessário o recurso a equi- pamento de captação de áudio. É disto exemplo o Gra- vador/Reprodutor de Áudio Maihak, modelo MMK6, este gravador de fita magnética é uma máquina autossufi- ciente completamente inde- pendente de fontes elétricas. DÉCADA /60 As câmaras de filme conti- nuam a ser o equipamento, por excelência, utilizado nas reportagens da RTP. Arriflex, modelo 16 BL, com a particularidade de ter uma objetiva com zoom. É uma câmara de 16 mm, reflex, insonorizada (blimped), com sincronismo e possibilidade de gravar o som diretamente na película. » Desde o início das emissões da RTP, em 1956, que predo- minavam as transmissões em direto. Os registos que chegaram até à atualidade, foram gravados com recurso ao sistema Telerecording: uma câmara colocada em frente a um recetor de televi- são, gravava o programa que estava a ser emitido. A grava- ção da imagem era feita por câmaras de filme de 16 mm ou de 35 mm, sendo o registo sonoro feito em separado. » O telecinema, processo de conversão do formato filme para vídeo, consistia no aumento do frame rate (por exemplo, 24 para 25 frames por segundo), possibilitando a sua compatibilidade com a tecnologia televisiva. » Gravador de áudio marca Siemens, modelo 16MR, utiliza fita de 16mm (klang) vem facilitar a tarefa, na montagem, de sincronização do áudio com a imagem, pro- cesso executado nas movio- las (mesas de montagem). » Caixa Estanque marca Paillard Bolex, utilizada pela RTP para as primeiras fil- magens subaquáticas (peça doada ao museu por um dos pioneiros da RTP: o realiza- dor Hélder Mendes). Em 1964 surgem os primeiros equipamentos de vídeotape na RTP, que vão revolucionar a produção televisiva, uma vez que marcam o início dos programas gravados e trans- mitidos em diferido. » Conjunto de reportagem marca Sony, modelo AVC- 3420CE, já com gravador de vídeo. É nesta década (1968) que é criado o 2º Canal da RTP DÉCADA /70 Este período é marcado pelo início das emissões expe- rimentais a cor (em 1976 a cobertura das eleições presi- denciais; legislativas e autár- quicas e, em 1979, Portugal organiza e transmite, a cores, via Eurovisão, os Jogos Sem Fronteiras). » Câmara de televisão Bosch, modelo KCN 92, ENG a cores, utiliza 3 tubos Plumbicom, foi das primeiras câmaras com tecnologia a cor na RTP. Inclui uma unidade de con- trolo de câmara (backpack). » Gravador/Reprodutor áudio de fita magnética, marca Nagra, modelo IV-LE, per- mite o controlo de 2 microfo- nes. A Sela, modelo 2880-BT, por sua vez, permite associar mais 4 microfones, tornando- se numa espécie de “estúdio portátil”. Faz parte do con- junto um monitor Nagra, alti- falante que permite a repro- dução do som à posteriori ou em simultâneo. » Câmara de filme Beau- lieu, modelo R16, de 16 mm, reflex, portátil. Tem motor elétrico, possui torreta para 3 objetivas e usa bobinas de 15 ou 30 metros, mas podem-se adaptar carregadores exter- nos de 60 metros. A Socie- dade Beaulieu foi criada em 1951 por Marcel Beaulieu. A Beaulieu parou a produção de câmaras em 2002. » Câmara de filme Arriflex, modelo SR 16, trouxe uma revolução para todas as câmaras Arri: o visor era completamente móvel. Era operada em tripé. Estas câmaras são, ainda hoje, bastante procuradas, por serem facilmente adaptáveis a formato Super 16. » Câmara de filme Eclair, modelo ACL, de 16 mm, reflex, insonorizada, com sin- cronismo. Em meados dos anos 60, a Eclair começou a desenhar uma nova geração de câma- ras, mais pequenas, leves e baratas. Nasceu, assim, a ACL, o nome derivou dos seus designers, Austin Coma and Jacques Lecoeur. Os televisores expostos, um National, modelo TR-542ES (peça doada ao museu pelo Sr. arquiteto José Manuel Fernandes) e um Grun- dig, modelo Triumph 1420, brancos, marcam o início da década, com um design for- temente marcado pela ida do Homem à Lua, inspirado nos capacetes dos astronautas. Caracterizam-se, ainda, pelo facto de terem antena incor- porada e por serem portáteis. DÉCADA /80 A década de 80 assinala o iní- cio das emissões regulares a cores (1980), com o Festival RTP da Canção, cujo vence- dor foi José Cid. » Câmaras de televisão RCA, modelo TK86 e Bosch, modelo KCA PK 9A que utili- zavam tubos de captação de imagem Saticon. » Recetor de televisão Sony, modelo EV-DT1, com gra- vador/reprodutor de vídeo 8 incorporado. O formato VIDEO 8MM ou V8 foi lançado pela Sony em 1985. Tinha a vantagem do formato de fita de 8mm ser muito menor que os concorrentes VHS e Beta- max, mantendo a mesma qualidade de imagem. » Recetor de televisão Sony, modelo KV-1614 ET, com sis- tema Trinitron, uma tecno- logia de cinescópio a cores, lançada pela marca em 1968 e que será abandonada em 2006, com o surgimento dos ecrãs planos. O nome provém da contração de Trini (reu- nião dos 3 elementos RGB, Red Green Blue) e de Tron de électron: o tubo Trinitron, ao invés de três canhões uti- lizava um único canhão, com 3 cátodos que produziam 3 feixes alinhados horizontal- mente. » Gravador/Reprodutor de vídeo portátil Betacam SP para cassetes de 1/2 de pole- gada, marca BTS, modelo BCB 35P, formato desenvol- vido pela Sony na versão nor- mal, SP (Super performance) ou digital. » Câmara de televisão BTS, modelo LDK91, já com tec- nologia CCD, foi utilizada na cobertura da visita do Papa João Paulo II a Portugal, em 1991, ainda hoje usada na RTP. DÉCADA /90 Recetor de televisão Sony Black Trinitron, modelo KV- 14T1E, com teletexto, cujas emissões surgem, na RTP, em 1997. SÉCULO XXI Na era da generalização dos meios de comunicação via internet e do predomínio do digital, selecionaram-se 2 peças que exprimem esta fase: o telemóvel NOKIA de 3ª geração, modelo N76, com acesso à RTP Mobile, serviço que surge em setembro de 2006, e um monitor de com- putador. ZONA MULTIMÉDIA » Em termos de conteúdos, numa área multimédia, temos um exemplo da Alta Definição (HD). Nesta zona podemos visionar, ainda, um conteúdo de vídeo com a história dos 50 anos da instituição, assumindo-se como um tributo à excelência do Serviço Público e ao traba- lho de todos os profissionais da RTP que, ao longo de mais de meio século, dignamente o têm assegurado. Esta área expõe, também, algumas fotografias que aju- dam a traçar o percurso evo- lutivo da história da televisão em Portugal, destacando-se a fotografia dos pioneiros da RTP que, em 1956, preconiza- ram as emissões experimen- tais transmitidas, entre dia 4 e 30 de setembro, a partir da Feira Popular de Lisboa, em Palhavã. O visitante pode contemplar outros registos que ilustram os bastidores de alguns programas desde o preto e branco à cor, como é o caso dos primeiros cená- rios do telejornal e dos seus primeiros apresentadores, aqui recordados numa foto de Henrique Mendes e José Mensurado. ZONA INTERACTIVA » Como registo da produção radiofónica e televisiva, a Coleção Visitável dispõe de uma zona interativa, consti- tuída por 8 quiosques. Os quiosques estão divididos por décadas e aqui podem ser contemplados equipamentos de rádio e de televisão que, permitem acompanhar a sua evolução ao longo do tempo, simultaneamente, o visitante pode visionar conteúdos que marcaram as diversas déca- das. » Microfone marca Neu- mann, modelo M49, criado em 1951. Devido ao inovador dispositivo de comutação por controlo remoto tornou-se uma ferramenta essencial como microfone principal para grandes orquestras. Foi, também, utilizado na reali- zação de anúncios publicitá- rios. A RTP adquiriu o M49 em 1969. » Recetor de televisão tran- sistorizado, marca Philips, modelo A28-13W, da década de 60, que sinaliza a minia- turização dos equipamentos de televisão, à semelhança do que se verificou, também, na rádio. » Microfone marca RCA, modelo BK10A. Ficou conhe- cido como microfone Perry Como. A RCA terá criado pro- positadamente este micro- fone para abranger o espec- tro vocal de Como. Teve uma produção muito limitada, não mais de 100 unidades. A RTP adquiriu-o em 1960. » LCD marca Sony modelo Bravia, acrónimo de “Best Resolution Audio Visual Integrated Architecture”, assinala a tecnologia recente que substitui os recetores de televisão com cinescópio, pelas telas ou ecrãs planos que usam tecnologia de cris- tal líquido LCD (Liquid Crystal Display). ESTÚDIO DE TELEVISÃO Este espaço expositivo conta, ainda, com um moderno estúdio de televisão, onde podemos ver equipamentos em tecnologia digital e HD: câmara de vídeo portátil e a mesa de edição de vídeo por- tátil, ambos da marca Sony. O Estúdio permite criar, vir- tualmente, com recurso ao Chroma Key, uma imagem ou cenário que se sobrepõe a fundo pintado de verde. » Câmara de Televisão marca Philips, modelo LDK3. Câmara de 1966, a cores, com 3 tubos Plumbicom. Foi adquirida pela RTP, em segunda mão, em 1979, e esteve ao serviço no primeiro carro de exteriores, a cores, na RTP. 01 02 03 » www.rtp.pt COLEÇÃO VISITÁVEL MUSEOLÓGICA RÁDIO ZONA DE TELEVISÃO

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Esta zona, à semelhança da anterior, pretende dar uma perspetiva evolutiva e temática sobre as formas de produzir televisão e sobre os produtos finais que lhe estão associados.

O conjunto de peças de referência aqui expostas, permite desenhar o percurso técnico e evolutivo da história deste meio de comunicação que surge, em Portugal, sob o ímpeto da Emissora Nacional, quando, em 1953, cria o Grupo de Estudos de Televisão, no Gabinete de Estudos e Ensaios da Emissora Nacional, com o objetivo de efetuar uma análise técnica e económica com vista à instalação de um serviço de televisão em Portugal.

A 18 de julho de 1955, no Pavilhão das Indústrias Portuenses, instalado na Feira Popular do Porto, decorrem as primeiras sessões experimentais de televisão, em circuito fechado.

Em janeiro de 1956 é celebrado o contrato de concessão do Serviço Público de Televisão, assinado por Camilo Mendonça, primeiro presidente da RTP, Jorge Botelho Moniz, Stichini Vilela, administradores da empresa e Marcelo Caetano Ministro da Presidência e Interino das Comunicações.

A 4 setembro desse ano têm início as emissões experimentais da RTP na Feira Popular, em Palhavã.

A 7 de março de 1957 iniciam-se as emissões regulares de televisão em Portugal.

Nesta zona podemos, então, apreciar alguns equipamentos emblemáticos (organizados cronologicamente), que acompanharam a evolução tecnológica da televisão, usados na captação, gravação e reprodução de som e imagem.

ASSIM TEMOS:Equipamentos profissionais: gravadores de áudio; gravadores de vídeo, microfones, câmaras de televisão e câmaras de filme;

Equipamentos domésticos: que permitem, nas nossas casas, captar as emissões de televisão: recetores de televisão e, mais recentemente, telemóveis e computadores que permitem aceder a conteúdos televisivos.

»Todos os textos deste guião foram escritos já segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

ZONAS:

DE ENTRADA E RECEÇÃO

» Uma plataforma móvel, designada por Charriot, marca Houston, modelo Panorama, que permitia a movimentação suave da câmara, uma EMI 203 de 1960, quer em estúdio, quer no exterior.

» Um recetor de televisão de 1958 marca Philco. A Philco apostou fortemente no design das suas criações, a linha Predicta tornou-se um dos ícones da marca. Este modelo comportava um pri-meiro embrião do controlo remoto, o ecrã (que também

é giratório) ligado ao sintoni-zador por um cabo flexível de 7,5 metros, podia ser posicio-nado perto do telespetador. Este modelo ficou conhecido como “Penthouse”, a versão estereofónica era chamada de “Tandem”.

DÉCADA /50

» De entre os microfones expostos de destacar o Philips EL6040, microfone eletrodinâmico, omnidirecio-nal, utilizado na reportagem da erupção do Vulcão Cape-linhos, em 1958, pelas suas características únicas: resis-tente à humidade, à corrosão do ar marítimo e a tempera-turas até 75° C, estava, pois, indicado para transmissões ao ar livre, instalações sono-ras, estúdios de cinema, radiodifusão e radiotelevisão. Foi adquirido pela RTP em 1957.

» O Altec/Western Electric, modelo 639A, microfone de fita, conhecido por “Bird Cage” (gaiola de pássaro). Foi adquirido pela RTP em 1957.

» Câmara de Televisão marca Fernseh, Modelo KKO 100/11, modelo utilizado nas pri-meiras emissões regulares e na cobertura de grandes eventos realizados a preto e branco. Câmara que utilizava tubos Orthicon, pesava 43 Kg, sem as lentes. A RTP adqui-riu este modelo em 1957.

» Câmara de filme Paillard Bolex H16, das primeiras na RTP, fez a reportagem da Rainha Isabel II em feve-reiro em 1957. É uma câmara de 16 mm, reflex, portátil. Tem motor de corda, possui torreta para 3 objetivas, usa bobinas de 15 ou 30 metros e é adaptável a caixa para fil-magens subaquáticas.

As câmaras de filme funcio-navam com uma manivela que permitia uma autonomia de 2 minutos de gravação. Inicialmente estes equipa-mentos não possuíam zoom, mas uma peça com várias objetivas, designada torre ou bolacha, ou torreta, à seme-lhança do que acontecia com as câmaras de televisão.

A Câmara Arriflex, modelo 16, é a primeira câmara de filme profissional portátil de 16mm com sistema reflex. Tem motor elétrico e torreta para 3 objetivas, pode levar magazins de 120 metros (cerca de 10 minutos de gra-vação).

» Recetor de Televisão marca Grundig, modelo Zaubers-piegel 235, emprestado por um particular à RTP aquando das emissões experimentais na Feira Popular, em 1956. Esta peça foi doada, recente-mente, à RTP pelo Sr. Fortu-nato José Soares Carretero.

» Blimp marca Arriflex, que servia para insonorizar o barulho produzido pelas câmaras de filme Arriflex, modelo 16.

» Até à introdução da vídeotape (1964) a gravação da imagem era feita sepa-radamente do som, sendo necessário o recurso a equi-pamento de captação de áudio. É disto exemplo o Gra-vador/Reprodutor de Áudio Maihak, modelo MMK6, este gravador de fita magnética é uma máquina autossufi-ciente completamente inde-pendente de fontes elétricas.

DÉCADA /60

As câmaras de filme conti-nuam a ser o equipamento, por excelência, utilizado nas reportagens da RTP.

Arriflex, modelo 16 BL, com a particularidade de ter uma objetiva com zoom. É uma câmara de 16 mm, reflex, insonorizada (blimped), com sincronismo e possibilidade de gravar o som diretamente na película.

» Desde o início das emissões da RTP, em 1956, que predo-minavam as transmissões em direto. Os registos que chegaram até à atualidade, foram gravados com recurso ao sistema Telerecording: uma câmara colocada em frente a um recetor de televi-são, gravava o programa que estava a ser emitido. A grava-ção da imagem era feita por câmaras de filme de 16 mm ou de 35 mm, sendo o registo sonoro feito em separado.

» O telecinema, processo de conversão do formato filme para vídeo, consistia no aumento do frame rate (por exemplo, 24 para 25 frames por segundo), possibilitando a sua compatibilidade com a tecnologia televisiva.

» Gravador de áudio marca Siemens, modelo 16MR, utiliza fita de 16mm (klang) vem facilitar a tarefa, na montagem, de sincronização do áudio com a imagem, pro-cesso executado nas movio-las (mesas de montagem).

» Caixa Estanque marca Paillard Bolex, utilizada pela RTP para as primeiras fil-magens subaquáticas (peça doada ao museu por um dos pioneiros da RTP: o realiza-dor Hélder Mendes).

Em 1964 surgem os primeiros equipamentos de vídeotape na RTP, que vão revolucionar a produção televisiva, uma vez que marcam o início dos programas gravados e trans-mitidos em diferido.

» Conjunto de reportagem marca Sony, modelo AVC-3420CE, já com gravador de vídeo.

É nesta década (1968) que é criado o 2º Canal da RTP

DÉCADA /70

Este período é marcado pelo início das emissões expe-rimentais a cor (em 1976 a cobertura das eleições presi-denciais; legislativas e autár-quicas e, em 1979, Portugal organiza e transmite, a cores, via Eurovisão, os Jogos Sem Fronteiras).

» Câmara de televisão Bosch, modelo KCN 92, ENG a cores, utiliza 3 tubos Plumbicom, foi das primeiras câmaras com tecnologia a cor na RTP. Inclui uma unidade de con-trolo de câmara (backpack).

» Gravador/Reprodutor áudio de fita magnética, marca Nagra, modelo IV-LE, per-mite o controlo de 2 microfo-nes. A Sela, modelo 2880-BT, por sua vez, permite associar mais 4 microfones, tornando-se numa espécie de “estúdio portátil”. Faz parte do con-junto um monitor Nagra, alti-falante que permite a repro-dução do som à posteriori ou em simultâneo.

» Câmara de filme Beau-lieu, modelo R16, de 16 mm, reflex, portátil. Tem motor elétrico, possui torreta para 3 objetivas e usa bobinas de 15 ou 30 metros, mas podem-se adaptar carregadores exter-nos de 60 metros. A Socie-dade Beaulieu foi criada em 1951 por Marcel Beaulieu. A Beaulieu parou a produção

de câmaras em 2002.

» Câmara de filme Arriflex, modelo SR 16, trouxe uma revolução para todas as câmaras Arri: o visor era completamente móvel. Era operada em tripé. Estas câmaras são, ainda hoje, bastante procuradas, por serem facilmente adaptáveis a formato Super 16.

» Câmara de filme Eclair, modelo ACL, de 16 mm, reflex, insonorizada, com sin-cronismo.

Em meados dos anos 60, a Eclair começou a desenhar uma nova geração de câma-ras, mais pequenas, leves e baratas. Nasceu, assim, a ACL, o nome derivou dos seus designers, Austin Coma and Jacques Lecoeur.

Os televisores expostos, um National, modelo TR-542ES (peça doada ao museu pelo Sr. arquiteto José Manuel Fernandes) e um Grun-dig, modelo Triumph 1420, brancos, marcam o início da década, com um design for-temente marcado pela ida do Homem à Lua, inspirado nos capacetes dos astronautas. Caracterizam-se, ainda, pelo facto de terem antena incor-porada e por serem portáteis.

DÉCADA /80

A década de 80 assinala o iní-cio das emissões regulares a cores (1980), com o Festival RTP da Canção, cujo vence-

dor foi José Cid.

» Câmaras de televisão RCA, modelo TK86 e Bosch, modelo KCA PK 9A que utili-zavam tubos de captação de imagem Saticon.

» Recetor de televisão Sony, modelo EV-DT1, com gra-vador/reprodutor de vídeo 8 incorporado. O formato VIDEO 8MM ou V8 foi lançado pela Sony em 1985. Tinha a vantagem do formato de fita de 8mm ser muito menor que os concorrentes VHS e Beta-max, mantendo a mesma qualidade de imagem.

» Recetor de televisão Sony, modelo KV-1614 ET, com sis-tema Trinitron, uma tecno-logia de cinescópio a cores, lançada pela marca em 1968 e que será abandonada em 2006, com o surgimento dos ecrãs planos. O nome provém da contração de Trini (reu-nião dos 3 elementos RGB, Red Green Blue) e de Tron de électron: o tubo Trinitron, ao invés de três canhões uti-lizava um único canhão, com 3 cátodos que produziam 3 feixes alinhados horizontal-mente.

» Gravador/Reprodutor de vídeo portátil Betacam SP para cassetes de 1/2 de pole-gada, marca BTS, modelo BCB 35P, formato desenvol-vido pela Sony na versão nor-mal, SP (Super performance) ou digital.

» Câmara de televisão BTS, modelo LDK91, já com tec-

nologia CCD, foi utilizada na cobertura da visita do Papa João Paulo II a Portugal, em 1991, ainda hoje usada na RTP.

DÉCADA /90

Recetor de televisão Sony Black Trinitron, modelo KV-14T1E, com teletexto, cujas emissões surgem, na RTP, em 1997.

SÉCULO XXI

Na era da generalização dos meios de comunicação via internet e do predomínio do digital, selecionaram-se 2 peças que exprimem esta fase: o telemóvel NOKIA de 3ª geração, modelo N76, com acesso à RTP Mobile, serviço que surge em setembro de 2006, e um monitor de com-putador.

ZONA MULTIMÉDIA

» Em termos de conteúdos, numa área multimédia, temos um exemplo da Alta Definição (HD).

Nesta zona podemos visionar, ainda, um conteúdo de vídeo com a história dos 50 anos da instituição, assumindo-se como um tributo à excelência do Serviço Público e ao traba-lho de todos os profissionais da RTP que, ao longo de mais de meio século, dignamente o têm assegurado.

Esta área expõe, também, algumas fotografias que aju-dam a traçar o percurso evo-lutivo da história da televisão em Portugal, destacando-se a fotografia dos pioneiros da RTP que, em 1956, preconiza-ram as emissões experimen-tais transmitidas, entre dia 4 e 30 de setembro, a partir da Feira Popular de Lisboa, em Palhavã.

O visitante pode contemplar outros registos que ilustram

os bastidores de alguns programas desde o preto e branco à cor, como é o caso dos primeiros cená-rios do telejornal e dos seus primeiros apresentadores, aqui recordados numa foto de Henrique Mendes e José Mensurado.

ZONA INTERACTIVA

» Como registo da produção radiofónica e televisiva, a Coleção Visitável dispõe de uma zona interativa, consti-tuída por 8 quiosques.

Os quiosques estão divididos por décadas e aqui podem ser contemplados equipamentos de rádio e de televisão que, permitem acompanhar a sua evolução ao longo do tempo, simultaneamente, o visitante pode visionar conteúdos que marcaram as diversas déca-das.

» Microfone marca Neu-mann, modelo M49, criado em 1951. Devido ao inovador dispositivo de comutação por controlo remoto tornou-se uma ferramenta essencial como microfone principal para grandes orquestras. Foi, também, utilizado na reali-zação de anúncios publicitá-rios. A RTP adquiriu o M49 em 1969.

» Recetor de televisão tran-sistorizado, marca Philips, modelo A28-13W, da década de 60, que sinaliza a minia-turização dos equipamentos de televisão, à semelhança do que se verificou, também, na rádio.

» Microfone marca RCA, modelo BK10A. Ficou conhe-cido como microfone Perry Como. A RCA terá criado pro-positadamente este micro-fone para abranger o espec-tro vocal de Como. Teve uma produção muito limitada, não mais de 100 unidades. A RTP adquiriu-o em 1960.

» LCD marca Sony modelo Bravia, acrónimo de “Best Resolution Audio Visual Integrated Architecture”, assinala a tecnologia recente que substitui os recetores de televisão com cinescópio, pelas telas ou ecrãs planos que usam tecnologia de cris-tal líquido LCD (Liquid Crystal Display).

ESTÚDIO DE TELEVISÃO

Este espaço expositivo conta, ainda, com um moderno estúdio de televisão, onde podemos ver equipamentos em tecnologia digital e HD: câmara de vídeo portátil e a mesa de edição de vídeo por-tátil, ambos da marca Sony.

O Estúdio permite criar, vir-tualmente, com recurso ao Chroma Key, uma imagem ou cenário que se sobrepõe a fundo pintado de verde.

» Câmara de Televisão marca Philips, modelo LDK3. Câmara de 1966, a cores, com 3 tubos Plumbicom. Foi adquirida pela RTP, em segunda mão, em 1979, e esteve ao serviço no primeiro carro de exteriores, a cores, na RTP.

01 02 03» www.rtp.pt

COLEÇÃO VISITÁVELMUSEOLÓGICA

RÁDIO

ZONA DE TELEVISÃO

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rádio-escutas utilizavam ga-lenas de fabrico caseiro.

DÉCADA /20

» Altifalante eletromagnético da marca Gaumont, modelo Lotus de 1924. É uma peça rara este Altifalante em for-ma de “leque” e com botão de ajuste de tom, fabricado em França no início do séc. XX.

» Microfone de condensador e Amplificador/misturador estação de rádio CT1AA fun-dada por Abílio Nunes dos Santos Júnior. O CT1AA emi-tia sobretudo concertos de música clássica. Numa épo-ca em que não havia ainda emissões regulares de radio-difusão, o CT1AA fechava as emissões nas férias grandes, entre agosto e outubro, obri-gando os ouvintes a sintoni-zar outras estações e, sem-pre que surgia uma avaria no emissor, ficava-se à espera de peças sobressalentes, com a imprensa a informar os ouvintes da suspensão dos programas.

» Recetor de rádio (marca e data desconhecida). Por ve-zes é muito difícil datar os aparelhos, mesmo para co-lecionadores e restauradores. Podem ser observados alguns detalhes, as válvulas ou tec-nologias utilizadas, mas mui-tas vezes as marcas menos conhecidas utilizavam técni-cas e componentes desatua-lizados, tornando difícil a sua datação. Podem ser também consultados documentos da época, publicações como jornais e revistas com publi-cidade, onde se encontram referências a muitas marcas europeias e americanas.

» Rádio Consola, marca RCA (Radio Corporation of Ame-

rica). Estes recetores foram aparelhos produzidos para serem apresentados como um móvel nas salas das re-sidências. Possuem caixas decoradas com cerca de um metro de altura.

DÉCADA /30

» São de destacar nos anos 30 os rádios em estilo capela ou cathedral, como são co-nhecidos na literatura inter-nacional, por possuírem um topo curvo em forma de ogiva gótica. O modelo RCA Nur-sery tem alguns desenhos in-fantis porque foi feito - como o nome indica - a pensar nos quartos das crianças.

» Entre os microfones que fizeram história na Emissora Nacional está o Melodium, modelo 42B, um microfone com uma fina fita metálica suspensa entre dois pólos de um circuito magnético. Em-bora seja capaz de um exce-lente desempenho, é muito sensível a elevados níveis de pressão acústica ou vento e, por isso, foi utilizado sobretu-do em estúdio. Foi muito uti-lizado no Teatro Radiofónico.

» O Microfone de Carvão da marca Igranic, empresa bri-tânica famosa pelo fabrico de componentes e acessórios para rádio, foi utilizado, entre outros, no Rádio Clube Por-tuguês, para a locução dos primeiros episódios de “As lições do menino Tonecas”, com José de Oliveira Cosme (professor) e Henrique Sa-morano (aluno).

» O RCA da EN foi um apa-relho produzido sob licen-ça da empresa americana, e comercializado pela própria Emissora Nacional, presi-dida pelo capitão Henrique Galvão. Vendido ao preço de 300 escudos, destinava-se essencialmente aos funcio-nários públicos, embora ti-vesse também como objeti-vo permitir que as camadas mais baixas da população tivessem um maior aces-so à rádio, até então ape-nas ao alcance das famílias mais abastadas. Captava em Onda Média e tinha, no canto superior esquerdo, um dísti-co com a sigla EN, as cinco quinas e um verso dos Lusía-das: ‘Cantando espalharei por toda a parte’.

» O Recetor de Rádio, da marca Pilot, tinha um circui-to -o super heterodino- mui-to mais seletivo, na captação das emissoras, com maior sensibilidade, e menos vul-nerável a interferências.

» Os rádios FADA - Frank Ângelo D’Andrea – e Emerson eram produzidos nos Estados Unidos, e feitos num material plástico denominado Plaskon que podia ser moldado e fa-bricado em várias cores, tor-nando mais leves os receto-res. No entanto a maioria das caixas de rádio, fabricadas em material sintético, an-teriores à Guerra Mundial, eram de baquelite, o primeiro material plástico, apresen-tado nas tradicionais cores preto e castanho. Os novos materiais como o Plaskon e a resina Catalin, não obstante a sua beleza, trouxeram alguns problemas: com o tempo a cor escurecia e o material encolhia, causando fissuras. Restaurados, muitos deles preservam ainda hoje o bri-lho, as cores e os detalhes das caixas Art Deco.

» Datado de 1938, o modelo Magnetophon K4, da marca AEG, foi o primeiro Gravador/leitor de fita magnética. Este modelo foi lançado na expo-sição de Berlim, no verão de 1935, e fez sensação entre os visitantes que puderam ouvir a sua voz após a gravação. O Magnetophon representou um avanço considerável na gravação sonora, possibili-tando às estações de rádio a gravação dos seus progra-mas e sua edição em estúdio. Se houvesse um engano po-dia ser corrigido a partir do ponto em que tinha ocorrido e não era preciso repetir a gravação na totalidade, como acontecia com os discos.

DÉCADA /40

» Recetor de Rádio Mullard datado de 1940, com caixa de madeira, e banda de on-das médias e curtas. Tem um “quadrante” ou visor re-tangular que indica a banda e frequência, com os nomes das cidades que normalmen-te coincidiam com uma esta-ção emissora.

» O rádio Zenith, modelo Transoceanic é um apare-lho americano, multi-banda portátil, do final da 2ª Guer-ra Mundial. Muito decorativo, é um excelente exemplo do design industrial pós-guerra.

» Nos anos 40 os Serviços Técnicos da Emissora Nacio-nal utilizavam dois tipos de gravadores: em fita magnéti-ca e em fio de aço. A gravação em fio de aço é hoje menos

conhecida do grande público, mas foi inventada em primei-ro lugar. Foi o dinamarquês Valdemar Poulsen que em 1898 inventou um gravador de som a que deu o nome de Telegraphone, que utilizava o fio de aço como suporte de registo magnético.

DÉCADA /50

» O Recetor de Rádio Tefifon é um rádio de mesa, de fabri-co alemão, com gira-discos especial para bobines tipo cartucho, com fita plástica, e com um registo de gravação idêntico ao de um disco de acetato.

» A marca Nagra fabricou o mais conhecido gravador de áudio profissional para cap-tação em campo, ou seja, fora dos estúdios. Este é o Nagra II-B com bobines de fita magnética, que funciona-va com um motor de corda e baterias recarregáveis. O re-pórter tinha que acionar um sistema de manivela para dar corda ao aparelho.

» O Recetor de Rádio Kolster Brandes era mais conhecido como toaster devido ao seu formato curioso e por aque-cer tanto como uma torradei-ra. Datado de 1950 e feito de baquelite pintada, este apa-relho funcionava a válvulas, com onda média e longa.

DÉCADA /60

» Os rádios transístores como este Nordmende, modelo Mambo de 1961, são as gran-des estrelas desta década. O transístor é um componente eletrónico, inventado nos la-boratórios da Bell Telephone um dos mais importantes inventos do séc. XX. Ao subs-tituir as válvulas termiónicas, o transístor permitiu cons-truir recetores de rádio cada vez mais pequenos. Através dos rádios portáteis, passou a ser adotado à escala mun-dial, tendo tornado possível a revolução dos computado-res. A chave da importância do transístor na sociedade moderna é a possibilidade de ser produzido em enormes quantidades usando técni-cas simples, com preços ir-risórios. É praticamente im-possível serem encontrados “circuitos integrados” que não possuam, internamente, centenas, milhares ou mes-mo milhões de transístores, juntamente com outros com-ponentes.

DÉCADA /70

» Na era do vinil e dos LP’s não poderia faltar um Gira-discos. Este aparelho da marca Yamaha representa também a consolidação da tecnologia japonesa na Eu-ropa. Fundada no séc. XIX, como fabricante de instru-mentos musicais, a Yamaha cresceu a seguir à 2ª Guerra Mundial e passou a fabricar eletrónica de consumo.

DÉCADA /80

» Um Recetor de Comunica-ções, da marca ICOM, mode-

lo IC-R71A, é o representante da alta tecnologia em comu-nicação sem fios. Este tipo de comunicação foi desen-volvida no final da 2ª Guerra Mundial para dificultar que o inimigo intercetasse ou in-terferisse nas comunicações, e em 1988 foi libertado para uso não militar. Estes receto-res de comunicações têm ca-pacidade para receber sinais fracos, emitidos por exemplo por rádios amadores, e con-seguem sintonizar diferentes frequências.

SÉCULO XXI

» MP4 Philips de 2008. O MP4 player é um formato de áudio e vídeo que segue os pas-sos do MP3. Permite grande compressão de ficheiros sem perda de qualidade, e repro-dução de músicas e vídeos. O MP4 permite descarregar videoclips diretamente da In-ternet, tem rádio FM e função pen drive.

ESTÚDIO DE RÁDIO

» Na zona dedicada à Rádio foi recriado um estúdio dos anos 50/60, tal como funcio-nou na antiga Emissora Na-cional, sediada na R. do Que-lhas, com peças que mais tarde fizeram parte do espó-lio do antigo Museu da Rádio. Entre as peças mais curio-sas, utilizadas nas emissões radiofónicas daquela época ,estão: o Gong, com suporte para anunciar a hora certa, antes de haver sinal horá-rio; o Metalofone com 4 pla-cas de metal onde se fazia o som do indicativo da Emisso-ra Nacional; o suporte para microfone, conhecido como “Girafa” e o Microfone RCA, polidireccional, modelo 77D, de alta-fidelidade, com um estilo muito Art Déco, que foi um dos símbolos das indús-trias de emissão e gravação.

FOTOGRAFIAS DA HISTÓRIA DA RÁDIO

» Os irmãos Murillo, Alva-renga e Ranchinho, cantores brasileiros dos anos 20.

» Artistas da CT1BO-Estação de rádio que emitia a partir de Lisboa, nos anos 30, e que tinha um quinteto musical privativo.

» Os primeiros locutores da Emissora Nacional, desta-cando-se: Fernando Pessa, Maria de Resende e Áurea Rodrigues.

» Uma das primeiras repor-tagens da Emissora Nacio-nal, na Maternidade Alfredo da Costa, em 1938.

» O primeiro carro de exterio-res da EN, com Pedro Mouti-nho em primeiro plano.

» Maria Leonor, em reporta-gem, nos anos 40.

» Os diálogos do Zequinha e da Lélé, em 1947, com Vasco Santana, Irene Velez, Maria Matos e Henrique Santana.

» A equipa de reportagem da Emissora Nacional, desta-cando-se Fernando Correia, na inauguração da Ponte Sa-lazar (Ponte 25 de Abril) a 6 de agosto de 1966.

» Júlio Isidro num estúdio do Rádio Clube Português.

» Reportagem com os polí-ticos Mário Soares e Carlos Brito.

» Emídio Rangel entrevista o político Francisco Pinto Bal-semão nos estúdios da RDP.

» O político Marcelo Rebelo de Sousa à conversa com os jornalistas Adelino Gomes e Alexandra Lucas Coelho.

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A história da Rádio é aqui contada através de uma cen-tena de objetos museológicos, distribuídos por duas zonas expositivas e por um estúdio de rádio dos anos 50/60 recriado para o efeito. Numa primeira parte são expostas algumas das peças mais antigas do espólio museológico da RTP, que permitem dar a conhecer a evolução dos meios de comunicação à distância e dos mecanismos de transmissão e reprodução do som. São também mostrados equipamentos que pertence-ram às estações de rádio pioneiras em Portugal.

As primeiras experiências foram feitas por amadores da Telegrafia sem fios (T.S.F). A Era da Rádio começa em Portugal em 1914, com a criação da Rádio Hertz, fundada por Fernando Medeiros. No entanto, as pri-meiras emissões, de caráter mais ou menos regular, só ocorrem nos anos 20, com a estação CT1AA.

Os anos 30 são decisivos para o aparecimento de uma rádio pública. Em 1933 começam as emissões expe-rimentais da Emissora Nacional, em onda média. A 4 de agosto de 1935 nasce oficialmente a Emissora Nacional de Radiodifusão, (EN) na R. do Quelhas, em Lisboa.

Durante 4 décadas, a EN vai assumir-se como a voz do regime. Influenciará, no entanto, a vida cultural e social portuguesa, através da transmissão de con-certos, programas educativos e teatro radiofónico. Fizeram história as orquestras da Emissora Nacional – Orquestra Sinfónica, Típica e Ligeira – e o Centro de Formação de Artistas de Rádio.

Nas décadas de 40 e 50, a rádio ganha enorme proje-ção. Muitas famílias passam a ter uma telefonia onde ouvem as últimas notícias da atualidade, as músicas

da moda, os folhetins radiofónicos (transmitidos em partes) e as peças de teatro radiofónico.

Após o 25 de Abril de 1974, com a nacionalização de diversas rádios portuguesas, na sequência do 25 de novembro de 75, a Emissora Nacional passou a inte-grar a RDP- Radiodifusão Portuguesa.

Na década de 80, a Rádio atingiu a sua maturidade como meio de comunicação de massas. Multiplica-ram-se as “rádios piratas”, estimando-se que mais de 500 tenham chegado a emitir clandestinamente. Em 1988, com o início do processo de legalização, muitas encerraram e nunca mais voltaram a emitir.

Em 2004, a Radiodifusão Portuguesa (RDP) e a Ra-diotelevisão Portuguesa (RTP) foram reestruturadas e fundidas numa única empresa pública – a Rádio e Televisão de Portugal.

ASSIM TEMOS:Dezenas de recetores de rádio, de uso doméstico, de diversos materiais, formas e origens, mas sobretudo de fabricantes alemães, americanos e britânicos.

Gira-discos domésticos e profissionais.

Gravadores/leitores profissionais de fita magnética ou de fio de aço.

Diferentes tipos de microfones: de carvão, de fita, de condensador e dinâmicos.

»Todos os textos deste guião foram escritos já segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

ZONAS:

DE ENTRADA E RECEPÇÃO » Um imponente rádio da marca Scott, com um com-plexo sistema de válvulas no interior, datado de 1935, dá as boas vindas ao visitante.

Por cima do Scott estão afi-xados dois programas de emissão:

» O programa inaugural da Emissora Nacional a 1 de agosto de 1935.

Um dos programas diários da fase inicial da RTP, data-do de 1958. A programação era diariamente afixada num

placar no exterior da loja da RTP, na Praça de Londres, em Lisboa.

Equipamento de exteriores do serviço técnico da Emis-sora Nacional:

» Telefone de campanha e auscultadores.

» Microfone montado em colar.

» Amplificador/Misturador.

» Fotografia com o jornalista Artur Agostinho a efetuar um relato de futebol no campo 28 de maio (Campo Grande).

AS PEÇAS MAIS ANTIGAS DESTA COLEÇÃO

» Telégrafo de Morse feito de latão, aço e madeira, fa-bricado por Herrmann. Foi Samuel Morse o inventor do telégrafo e do código Morse. O aparelho emitia impulsos elétricos de uma determi-nada duração – “pontos” e “traços”- que correspondiam a carateres, formando um código. A rede telegráfica co-meçou a ser construída em Portugal em 1855.

» Fonógrafo da marca Co-lumbia. O Fonógrafo foi a

primeira “máquina falante.” Funcionava com cilindros de cera que suportavam uma gravação entre 2 a 4 minutos.

» Recetor a Galena, Sans Fil de 1910. Este é o recetor de rádio mais simples que se pode construir. Não preci-sa de energia elétrica para funcionar. A energia vem da própria onda eletromagné-tica captada pelo recetor. As primeiras galenas eram constituídas essencialmen-te por um cristal de sulfato de chumbo natural (o Cristal de Galena) e por um estilete metálico, geralmente de aço ou prata. O estilete servia de antena e o cristal funcionava como recetor das ondas ele-tromagnéticas. Os primeiros

» www.rtp.pt

COLEÇÃO VISITÁVELMUSEOLÓGICA

TELEVISÃO

ZONA DE RÁDIO

Fotografias (do acervo museológico da RTP) de Francisco Matias

www.franciscomatias.com

Folheto impresso em papel 100% reciclado