zine PRETAH2 última que morre... 6. Falta de conhecimento... 7. Não ser aceito... 8. Sentimento de...

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PRETAH2 zine 01 Mulher Somos forte, temos raça e com muita fé nunca desistiremos da luta diária! Com sabedoria cuidamos dedicadamente do nosso lar, dominamos o nosso espaço, somos dependentes de nós mesmas, e com muita consciência daquilo que fazemos, Queremos respeito e o nosso reconhecimento, na busca diária aqui estamos vamos nos juntar mulheres e Gritar bem alto para que todos ouçam chega de violência contra a mulher chegaaaaaa... Não permitiremos ser ignoradas pela sociedade respeito e dignidade já! Faby Soul Expediente: Posse PretaH2 contatos: [email protected] Escritoras: Apoio: e página http://pretah2.ning.com/ Flávia do NegreSoul,,Nega Rô, Candace, Dani Falashewa, Fabi Soul, Elis Regina Feitosa do Vale, memoria de Maria Teresa Jesus Diagramação/ grafite: Jacki Brown Associação Frida Kahlo. http://afrikaorg.blogspot.com/ Coletivo Natural blog: http://coletivonatural.blogspot.com/ Ciclo Continuo [email protected] Comunidade Louva deusas [email protected] [email protected]: 1v 2 i 3 o 4 l 5 ê 6 n 7 c 8 i 9a Passatempo complete o cruzigrama respondendo as perguntas 1. Bem mais precioso................... 2. Sentimento de possessividade 3. Já foi motivos juridico para violencia do homem contra a mulher... 4. «Jesus chorou.....» 5. A última que morre... 6. Falta de conhecimento... 7. Não ser aceito... 8. Sentimento de revolta, sentimos pelo assassinato de Eloa, 2008. 9. Em primeiro lugar o próprio!

Transcript of zine PRETAH2 última que morre... 6. Falta de conhecimento... 7. Não ser aceito... 8. Sentimento de...

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01 Mulher

Somos forte, temos raça e com muita fé nunca desistiremos da luta diária! Com sabedoria cuidamos dedicadamente do nosso lar, dominamos o nosso espaço, somos dependentes de nós mesmas, e com muita consciência daquilo que fazemos, Queremos respeito e o nosso reconhecimento, na busca diária aqui estamos vamos nos juntar mulheres e Gritar bem alto para que todos ouçam chega de violência contra a mulher chegaaaaaa... Não permitiremos ser ignoradas pela sociedade respeito e dignidade já!

Faby Soul

Expediente:Posse PretaH2contatos: [email protected]

Escritoras:

Apoio:

e páginahttp://pretah2.ning.com/

Flávia do NegreSoul,,Nega Rô, Candace, Dani Falashewa, Fabi Soul, Elis Regina Feitosa do Vale, memoria de Maria Teresa JesusDiagramação/ grafite: Jacki Brown

Associação Frida Kahlo. http://afrikaorg.blogspot.com/

Coletivo Naturalblog: http://coletivonatural.blogspot.com/Ciclo [email protected] Louva [email protected]

[email protected]:

1 v2 i3 o

4 l5 ê

6 n7 c8 i

9 a

Passatempo complete o cruzigrama respondendo as perguntas

1. Bem mais precioso...................2. Sentimento de possessividade3. Já foi motivos juridico para violencia do homem contra a mulher...4. «Jesus chorou.....»5. A última que morre...6. Falta de conhecimento...7. Não ser aceito...8. Sentimento de revolta, sentimos pelo assassinato de Eloa, 2008.9. Em primeiro lugar o próprio!

Editorial

E aí galera! Nós somos a Posse PretaH² e nessa edição de inauguração o nosso fanzine traz informações sobre a violência contra a mulher, que atualmente vem crescendo e saindo do limite das quatro paredes domésticas, aparecendo cada vez mais nas páginas dos jornais.Não podemo calar. Rompendo o silêncio, trataremos nas próximas páginas sobre a violência contra a mulher.A PretaH² é o encontro de mulheres artistas e ativistas da Cultura Hip-Hop que produzem eventos e ações relacionados às questões femininas, utilizando os elementos do Hip-Hop (rap, break, grafite e DJ) como ferramenta. O Hip-Hop é uma manifestação contra-cultural afro-diaspórica juvenil que denuncia as questões sociais. É uma manifestação artística de cunho político.

SomosFlávia do NegreSoulNega RôCandaceJackie BrownDani FalashewaFabi SoulQueen Odara

Participação Especial: Elis Regina F. do ValeMemoria deMaria Teresa

Salve Guerreiras!!!!Zine 01Rio de Janeiro, Julho de 2010

Os homens pra bater sempre têm um argumentoSe liga então mulher saia desse tormento

A sociedade impôs que os homens têm poder

E que a mulher negra é submissa ao seu prazer

Pare com essa historia de que a mulher é um objeto

Ou um saco de pancadas pra viver sobre o seu teto

Sendo que a escravidão há tempos acabou

Por isso minha amiga se livre desse horror

Reaja sempre que houver esse tipo de agressão

Não da trela pra essa cara que quer te senta à mão

Honra a conquista da mulher que tem poder

Quem sabe algum dia essa pode ser você

Imponha seu respeito, a sua moral

Não seja mulher frouxa caia na real.

A negra que lava e passa

A negra do dia a dia

A negra que da cria

A negra que faz amor

A negra que foi escrava

A negra que da prazer

E no fim você esculacha sem respeito e sem pudor.

Autoria: Flavia Souza

Flavia souza atriz, cantora e dançarina, estudante de bacharelado em dança na UFRJ, integrante da cia folclorica do rio de janeiro, sua linha de pesquisa é em cima das danças africanas e a ligação do HIP HOP, ativista, integrante da associação de

mulheres negras aqualtune, fundadora do grupo de rap feminino NEGRESOUL, professora de teatro do projeto craiança esperança, ja atuou em diversas cias e

teatros etc. 2 7

Música: ReviraVolta - Negra Rô

A vida tem muitas voltasEncontros e desencontros a toda horaDecepções e alegrias vão e vem como se fosse no balanço do tremLevamos e buscamos um objetivoE vamos ate o fim com o pensamento ativoEm coisas boas que nos dão motivaçãoPara trilharmos a caminhada com tesãoSempre pinta uma provaçãoPara ver se desistimos da missãoMas é coisa de Deus se liga entãoFaz parte da vida uma tribulaçãoO mundo gira revira a vida reviraRefrão: ReviraVolta na porta da sua vidaAbra a sua mente ande de cabeça erguidaOs problemas sempre vem até podem te pararPois a vitória está certa se você acreditar (BIS)Tudo tem o seu tempo e hora certaPara acontecer de uma forma concretaNão adianta esquentar a sua cabeçaFique tranqüila não se esmoreçaQuando menos esperar já se concretizouO que você quer do jeito que sonhouMas pra isso acontecer basta correrAtrás do que deseja sem esquecerDos altos e baixos eu irá percorrerPara no final a vitória prevalecerE quem ganha com isso somente é vocêQuebrando as barreiras e chegando ao poderRefrão:Força de vontade é o que precisamos terPara poder viver e também vencerNós matamos um leão por diaMas não deixamos de lado a alegriaDe cantar dançar com muita energiaPensando sempre de uma forma positivaNa pressão? Sempre sem quebrar a correnteSomos sobreviventes de um mundo incoerenteMas vamos seguindo sempre pra frenteDe cabeça erguida e coisa boa na menteRefrão

MensagemA nossa vida é cheia de altos e baixos, nunca desista do seu ideal. Você mulher que, cria a sua criança sozinha, não desista. Você mulher que, trabalha direto e não tem tempo de estudar ou de fazer algo que goste, pense que isso é somente uma tempestade e, que irá passar e, se você mulher, está passando por um momento de depressão por conta de algo, levante a cabeça, lute, pois, a vida é cheia de ReviraVolta.Negra Rô ReviraVoltaJulho de 2010

A letra de Candance

A Mulher Negra Guerreira está morta...Há poucas horas, enquanto lutava com a realidade de ser humana e não um mito, a mulher negra guerreira faleceu. Fontes médicas afirmam que ela morreu de causas naturais, mas os que a conheceram sabem que ela morreu por ficar em silêncio quando deveria ter gritado; por sorrir quando deveria ter liberado sua fúria; e por esconder sua doença para não incomodar a ninguém com sua dor. Ela morreu de overdose de gente em suas costas quando não tinha energia nem para si mesma. Ela morreu de tanto amar homens que não amavam a eles próprios e que a única coisa que lhe davam em troca era um reflexo distorcido. Ela morreu por criar filhos sozinha e por não poder fazer todo o serviço. Ela morreu por causa das mentiras sobre a vida, os homens e racismos que sua avó contou à sua mãe e sua mãe lhe contou. Ela morreu por ser sexualmente molestada quando criança e por ter que carregar a verdade consigo pelo resto da vida, trocando sempre a humilhação por culpa. Ela morreu de tanto ser espancada por alguém que dizia amá-la, e ela permitia que o espancamento continuasse para mostrar que também amava esse alguém. Ela morreu de asfixia, cuspindo sangue por causa dos segredos que guardava tentando abafá-los em vez de se permitir a crise de nervos que lhe era de direito – mas que só as mulheres brancas podem se dar ao luxo de ter. Ele morreu de tanto ser responsável, porque ela era o último degrau de uma escada sem apoios e não havia ninguém que pudesse ampará-la.A mulher negra guerreira está morta. Morreu por causa dos tantos partos de crianças que ela na verdade nunca quis, mas que a moral estranguladora dos que a cercam obrigou-a a ter. Ela morreu por ter sido mãe aos 15, avó aos 30 e um antepassado aos 45.Ela morreu por ter sido derrubada e tiranizada por mulheres não-evoluídas que se diziam sisters, companheiras. Ela morreu por fingir que a vida que levava no século XXI era um momento Kodak e não um pesadelo pós-escravidão. Ela morreu por tolerar qualquer zé mané só para ter um homem em casa. Ela morreu por se relacionar com homens brancos,e acreditar que era amor. Ela morreu por falta de orgasmos, porque nunca soube de suas reais capacidades. Ela morreu por causa dos joelhos dolorosamente comprimidos um contra o outro, porque respeito nunca fez parte das preliminares sexuais que lhe eram impostas. Ela morreu por causa da solidão nas salas de parto e abandono nas clínicas de aborto. Ela morreu por causa da comoção nos tribunais onde sentava-se, sozinha, vendo seus filhos serem legalmente linchados. Ela morreu nos banheiros com as veias irreversivelmente abertas pelo descaso geral e pelo ódio que sentia por si mesma. Ela teve morte cerebral combatendo a vida, o racismo, os homens, enquanto seu corpo era arrastado para um matadouro humano para ser espiritualmente mutilado. E algumas vezes quando se recusou a morrer, quando apenas se recusou a entregar os pontos, ela foi assassinada pelas imagens fatais de cabelos loiros, olhos azuis e bundas chapadas, quando foi rejeitada pelos Pelés, Djavans e Ronaldinhos da vida.Às vezes, ela era arrastada para a morte pelo racismo e pelo sexismo, executada pela ignorância hi-tech enquanto carregava a família na barriga, a comunidade na cabeça, e a raça nas costas. A escandalosa mulher guerreira sem voz está morta!!!!!!Ou Ela Está Viva, E Se Mexendo????? ?Eu sei que eu ainda estou aqui. E você? Está se sentindo viva?Irmã .. cuide-se! Asé(tradução do texto The Strong Black Woman is Dead, de autoradesconhecida)

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A bença Vovó, a bença Mamãe

Aí mamãe! Aí vovó!

Inda por cima eles me vem co'esses tal de Adão e Eva?!

Adão panguão peidou na tanga

e quem segurou o B. O. foi Eva...

Eu sou fia das lama

minh'Ancestral não é uma costela

Se a virgem santa imaculada

é seu mote paga e meta....

Minha Mãe é ferro e fogo

é gozo, riso , guerra e festa

Eu sou fia das terra

minh'Ancestral não é uma costela!

A bença Mamãe... A bença Vovó....

Elis Regina Feitosa do Vale

BRILHO PURO, REFLEXO D'OSUN

Por FalashewaEla vem de longe...

È pura beleza e encantamento!

Yeye Oloko!Habita o bosque sagradoPercorre Osogbo, território yoruba

Segue viagem, no meu mapa corporalNascente no Ori, deságua continente ancestral

Odo? Sim, ela é o rio que derrama negritude em mim

Espalha sementes da fertilizaçãoBanha o útero da vida

Alimenta o cordão umbilical da minha naçãoMeu processo de iniciação

Banha Mama África QueridaMais uma vez o meu Ori

Fortalecendo nossa ligação...

Ela vem de longe...È pura beleza e encantamento!

Yaba da seduçãoEssências secretas

Cantos líricosCom seu abebé nas mãos

Se enfeita com flores de laranjeiraLírios, e Crisântemo

Banho de cheiro, magia da cahoeira!

A coroa do amor, só cabe a elaConquistou Oxossi

Virou o segredo de EsuDe Orumila IFA – FAS-CI-NA-ÇÃO

E Sango – PAIXÃO

Guerreira da sociedade secreta das mulheres, Yeye OKEBatalha pela inclusão feminina

Sua espada, o espelho cobrePortadora de um fundamento milenarSe rebela nas profundezas das águas

Consigo trás seus raios de luz ofuscante Ela é Osun, vem de longe....é brilho puro!

Lembrando Maria Teresa Moreira Jesus

« Ó, não tenho nenhum livro para ler. Nenhum.Nem reler. Meu som quebrou. A casa está limpíssima. Frio. Não vou mesmo ao cinema nem à igreja.Frio. Já tomei cinco cervejas, me masturbei. Já jantei,almocei e caguei. Ou é muita paz ou é lombra. Tam-bém matei as pontas.» (Ruidos, 2003: 79)

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