Zeca Baleiro Renova Parceria Com a Dança Mineira

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Zeca Baleiro renova parceria com a dança mineira Disco produzido pelo músico em homenagem à escritora Hilda Hilst é escolhido como trilha sonora para novo espetáculo do grupo Primeiro Ato. Baleiro diz que a diretora Suely Machado é “gênio da raça” Carolina Braga Zeca Baleiro não costuma revisitar álbuns recentes. Dos antigos, Ode descontínua e remota para flauta e oboóe. De Ariana para Dionísio é um que sempre está à mão. “Sempre tem um vagando perto de mim. Deixo no carro. Esse disco tem uma sonoridade que não cansa. Cada música é uma sonoridade diferente que eu curto”, conta sobre o álbum escolhido como trilha sonora de Três luas, o novo espetáculo do grupo Primeiro Ato. É a segunda colaboração do cantor e compositor maranhense com a companhia de dança mineira. A primeira foi em 2007, na trilha sonora de Geraldas e avencas. “Estou muito feliz de fazer essa parceria com a Suely Machado de novo. Acho que ela é uma figura de muito talento dentro da dança brasileira. Um gênio da raça mesmo”, elogia. Zeca ainda não viu o ensaio, somente trechos gravados em vídeo. Como Ode descontínua ... foi pensado como um disco adaptado da literatura, sua transformação ainda é algo que surpreende o idealizador do álbum. “Sempre acho meio doido essa coisa de dançar com a canção. Achei meio maluco. A canção rouba muito a atenção”, ressalta. As dez faixas são adaptações dos poemas que compõe o livro Júbilo, memória, noviciado da paixão, publicado em 1974. A própria Hilda Hilst ajudou Zeca Baleiro a escolher as intérpretes. Na primeira lista figuravam nomes como Marisa Monte, Nana Caymmi, Adriana Calcanhotto e Maria Bethânia, quem de fato entrou no projeto. “Fiz contato com todas e quem não participou não foi por falta de convite ou vontade. Foi impossibilidade mesmo”, lembra o produtor. Além de Bethânia, gravaram os poemas autobiográficos de Hilst, Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria. “Eu queria que tivesse alguém da geração da Hilda

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Zeca Baleiro renova parceria com a dança mineiraDisco produzido pelo músico em homenagem à escritora Hilda Hilst é escolhido como trilha sonora para novo espetáculo do grupo Primeiro Ato. Baleiro diz que a diretora Suely Machado é “gênio da raça”

Carolina Braga

Zeca Baleiro não costuma revisitar álbuns recentes. Dos antigos, Ode descontínua e remota para flauta e oboóe. De Ariana para Dionísio é um que sempre está à mão. “Sempre tem um vagando perto de mim. Deixo no carro. Esse disco tem uma sonoridade que não cansa. Cada música é uma sonoridade diferente que eu curto”, conta sobre o álbum escolhido como trilha sonora de Três luas, o novo espetáculo do grupo Primeiro Ato.

É a segunda colaboração do cantor e compositor maranhense com a companhia de dança mineira. A primeira foi em 2007, na trilha sonora de Geraldas e avencas. “Estou muito feliz de fazer essa parceria com a Suely Machado de novo. Acho que ela é uma figura de muito talento dentro da dança brasileira. Um gênio da raça mesmo”, elogia.

Zeca ainda não viu o ensaio, somente trechos gravados em vídeo. Como Ode descontínua ... foi pensado como um disco adaptado da literatura, sua transformação ainda é algo que surpreende o idealizador do álbum.

“Sempre acho meio doido essa coisa de dançar com a canção. Achei meio maluco. A canção rouba muito a atenção”, ressalta. As dez faixas são adaptações dos poemas que compõe o livro Júbilo, memória, noviciado da paixão, publicado em 1974.

A própria Hilda Hilst ajudou Zeca Baleiro a escolher as intérpretes. Na primeira lista figuravam nomes como Marisa Monte, Nana Caymmi, Adriana Calcanhotto e Maria Bethânia, quem de fato entrou no projeto. “Fiz contato com todas e quem não participou não foi por falta de convite ou vontade. Foi impossibilidade mesmo”, lembra o produtor.

Além de Bethânia, gravaram os poemas autobiográficos de Hilst, Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria. “Eu queria que tivesse alguém da geração da Hilda e essa pessoa foi a Ângela. Achei que ficou muito bonito”, elogia Zeca Baleiro.