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CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA UNIFOR
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
ANDR FELIPE CALSAVARA
LAS HELENA GONDIM GOMES
A IMPLANTAO DO SOFTWARE GNUTECA NA BIBLIOTECA NGELA VAZ
LEO DO CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA- UNIFOR: UM ESTUDO DA
NECESSIDADE E IMPORTNCIA DA AUTOMAO
EM BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS
FORMIGA MG
2012
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ANDR FELIPE CALSAVARA
LAS HELENA GONDIM GOMES
A IMPLANTAO DO SOFTWARE GNUTECA NA BIBLIOTECA NGELA VAZ
LEO DO CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA- UNIFOR: UM ESTUDO DA
NECESSIDADE E IMPORTNCIA DA AUTOMAO
EM BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS
Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro Universitrio de Formiga UNIFOR como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Biblioteconomia. Orientadora: Prof Esp. Syrlei Maria Ferreira
FORMIGA MG
2012
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C141i
Calsavara, Andr Felipe
A implantao do software Gnuteca na biblioteca ngela Vaz Leo do Centro Universitrio de Formiga - UNIFOR: um estudo da necessidade e importncia da automao em bibliotecas universitrias / Andr Felipe Calsavara; Las Helena Gondim Gomes. Formiga : UNIFOR, 2012.
Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Biblioteconomia)
Orientadora: Prof. Esp. Syrlei Maria Ferreira
1. Automao Biblioteca universitria. 2. Software livre Gnuteca. 3. Anlise de software. 4 Gerenciamento de bibliotecas. I. Ttulo. II. Gomes, Las Helena Gondim.
CDD 025.04
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ANDR FELIPE CALSAVARA
A IMPLANTAO DO SOFTWARE GNUTECA NA BIBLIOTECA NGELA VAZ
LEO DO CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA- UNIFOR: UM ESTUDO DA
NECESSIDADE E IMPORTNCIA DA AUTOMAO
EM BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS
BANCA EXAMINADORA
Prof. Esp. Syrlei Maria Ferreira Orientadora
Prof. urea Lopes de Melo Avaliadora
Prof. Mse. Jlio Vitor Rodrigues de Castro Avaliador
Formiga, 1 de novembro de 2012
Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro Universitrio de Formiga UNIFOR como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Biblioteconomia.
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LAIS HELENA GONDIM GOMES
A IMPLANTAO DO SOFTWARE GNUTECA NA BIBLIOTECA NGELA VAZ
LEO DO CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA- UNIFOR: UM ESTUDO DA
NECESSIDADE E IMPORTNCIA DA AUTOMAO
EM BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS
BANCA EXAMINADORA
Prof. Esp. Syrlei Maria Ferreira Orientadora
Prof. Simone Soares de Oliveira Avaliadora
Prof. Tnia de Ftima Gontijo Fonseca Avaliadora
Formiga, 5 de novembro de 2012
Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro Universitrio de Formiga UNIFOR como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Biblioteconomia.
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s pessoas mais importantes de nossas vidas, os nossos pais. nossa orientadora Syrlei Maria Ferreira e s bibliotecrias da Biblioteca ngela Vaz Leo, Virgnia e Regina, que nos deram todo apoio para a concretizao desta pesquisa.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo infinitamente aos meus amados pais, que no medem esforos
para que eu realize meus sonhos.
Registro agradecimento especial amiga Adriana Soares, que suscitou as
primeiras ideias quanto ao tema desta pesquisa e motivou-me durante todo o ano
para que ela se conclusse.
s bibliotecrias da Biblioteca ngela Vaz Leo, pela solicitude com que
prestam seus servios, a simpatia que demonstram e pela incontestvel
capacidade profissional, sem dvida, so espelhos para ns.
Em especial, Virgnia, coordenadora da biblioteca e Regina, bibliotecria,
que nos auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho, com toda disposio.
Agradecimentos imensurveis nossa orientadora Syrlei Maria Ferreira,
pela sua erudio, dedicao e boa vontade para com seus alunos e orientandos.
E o que dizer destes que conviveram conosco durante estes trs anos? De
colegas a amigos, no poderia ser diferente, com vocs partilhei momentos
indelveis, os mais especiais possveis, no poderia deixar de cit-los: Gisele,
Las Helena, Beatriz, Adriana, Natlia Leal, Denilson, Natlia Rodrigues,
Alexandra e Rosalinda, saibam que vocs foram a minha fora durante este curso
e jamais sero esquecidos.
A todos os professores do curso de Biblioteconomia, os melhores que
algum poderia ter.
Enfim, a todos que contriburam de forma direta ou indireta para a
concluso desta etapa em minha vida.
Andr Felipe Calsavara
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AGRADECIMENTOS
Ao Pai que sempre me estendeu a mo e me acolheu nos momentos mais
difceis eu agradeo pelo imenso favor que Prestastes ao permitir que eu fizesse
parte de uma famlia mpar, que fizesse as melhores amizades, que pudesse
compartilhar de experincias profissionais com pessoas qualificadas, que tivesse os
professores mais capazes, e por fim, que me desse o prazer de conhecer uma
pessoa mais que especial que sempre me motiva a fazer o melhor que posso.
Sinto-me honrada em citar nomes de pessoas que me incentivaram e
contriburam para minha formao acadmica, so eles: Antnio Gomes, Maria
Aparecida Gomes, Isaas Gomes, Leidiane Gomes, Jnia Gomes, Joo Miguel
Gomes, Hadassa Gomes, Gustavo Gondim, Lohanna Vilela, Mariana Guimares,
Beatriz Vieira, Andr Calsavara, Natlia Leal, Brbara Clara, Lorena Melo, Mosa
Moniz, Janilda, Virgnia Vaz, Regina Ribeiro, Aparecida Campos, Simone Oliveira,
Syrlei Ferreira e Mateus Almeida.
Aos que no foram citados, mas sabem que sempre estaro comigo, muito
obrigada!
Las Helena Gondim Gomes
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RESUMO
Estudo de caso referente implantao do software Gnuteca na Biblioteca ngela Vaz Leo do Centro Universitrio de Formiga UNIFOR. Objetiva analisar quais aspectos sofreram maiores mudanas desde a implantao do sistema at os dias atuais. A pesquisa aborda primeiramente as caractersticas bsicas e a importncia de uma biblioteca universitria, remontando os primrdios das bibliotecas e a evoluo destas unidades de informao. Logo aps, ressalta algumas das caractersticas do ambiente estudado e insere um captulo direcionado ao estudo da automao de bibliotecas propriamente dito. A partir do questionamento central da pesquisa: quais os reais benefcios trazidos pela automao da biblioteca, debate-se, com ajuda de vrios autores, os processos de escolha, anlise e implantao de um software. A pesquisa traz uma anlise imparcial do software Gnuteca, no aprofundando nas mincias do processo de instalao e configurao a fim de oferecer um melhor estudo das mudanas dos aspectos sociais da biblioteca, que sua instalao proporcionou. Ressalta a importncia de que o planejamento e a escolha de um software de gerenciamento de bibliotecas devem ser feitos por uma equipe, e se possvel, acompanhados por um profissional de tecnologia da informao. Mostra, atravs de um roteiro de entrevista realizado com duas das bibliotecrias do Centro Universitrio de Formiga UNIFOR, as mudanas nas rotinas da biblioteca desde a instalao do novo sistema de gerenciamento, os benefcios que trouxe e as mudanas pelas quais passou a fim de que se adequasse unidade de informao. Por fim, conclui ressaltando a inexistncia de um software totalmente adequado todas as unidades de informao e ainda evidencia o papel social do profissional bibliotecrio diante de toda a tecnologia.
Palavras-chave: Automao Biblioteca Universitria. Software livre Gnuteca. Anlise de software. Gerenciamento de biblioteca.
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ABSTRACT
Case study of the installation of the software Gnuteca in ngela Vaz Leo Library of the Centro Universitrio de Formiga UNIFOR. It aims to analyze wich aspects have undergone greatest changes since the implementation of the system until present days. The research focuses primarily the basic characteristics and the importance of an academic library, reassembling the beginning of the libraries and the evolution of these information units. Just after, highlights some of the characteristics of the studied environment and inserts a chapter directed to the study of library automation itself. From the central question of the research: what the real benefits brought by automation of the library, is struggling, with help from various authors, the choice process, analysis and the implementation of a software. The research provides as impartial analysis of the software Gnuteca, maybe skipping the details of the installation and configuration process, to offer a better study of the changes of the social aspects of the library, provided by their installation. Emphasizes the importance of planning and the choice of a software library management should be done by a team, and if possible, accompanied by a professional of information technology. Shows, through a structured interview conducted with two of the librarians of the Centro Universitrio de Formiga UNIFOR changes in library routines since the installation of new management system, the benefits they brought and the changes that happened to suit to information unit. Finally, concludes highlighting the absence of the totally appropriate software for all information units and also highlights the social role of the librarian before all the technology.
Keywords: Automation Academic Library. Free software Gnuteca. Software analysis. Library management.
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LISTA DE FIGURAS
1 Circulao de material ......................................................................................... 28
2 Terminais e emprstimo ...................................................................................... 29
3 Espao de estudo ................................................................................................. 30
4 Ciclo vital dos softwares ..................................................................................... 37
5 Relatrios do sistema .......................................................................................... 50
6 Interface de busca ................................................................................................ 51
7 Reserva de material ............................................................................................. 52
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SUMRIO
1 INTRODUO .................................................................................................... 13
2 BIBLIOTECA UNIVERSITRIA .......................................................................... 18
2.1 A importncia da biblioteca universitria ....................................................... 18
2.2 A Biblioteca ngela Vaz Leo .......................................................................... 26
3 AUTOMAO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS ...................................... 28
3.1 Sistemas de gerenciamento de bibliotecas .................................................... 30
3.2 O Processo de automao e a escolha do software ...................................... 34
3.3 O Software GNUTECA ....................................................................................... 38
4 MATERIAIS E MTODOS .................................................................................. 40
4.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................... 40
4.2 Caracterizao do campo de estudo ............................................................... 40
4.3 Amostra .............................................................................................................. 41
4.4 Consideraes ticas ....................................................................................... 43
4.5 Instrumentos e procedimentos ........................................................................ 43
5 RESULTADOS E DISCUSSES ........................................................................ 45
6 CONCLUSO ..................................................................................................... 56
REFERNCIAS ................................................................................................... 58
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 62
APNDICE A Roteiro de entrevista Bibliotecrias do UNIFOR Formiga
2012 .................................................................................................................... 63
ANEXO A Manual de instalao do software Gnuteca ................................ 65
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1 INTRODUO
A pesquisa um modo de descrever situaes, estruturas e teorias, assim
como propor solues para problemas. "Por meio da pesquisa, aprimora-se o
conhecimento existente e so produzidos novos conhecimentos."1 (SANTOS,
2008, p. 25).
Esta pesquisa visa ao estudo da importncia que a automao exerce, nos
dias atuais, em uma biblioteca universitria. Os dados que fundamentam esse
trabalho esto embasados em anlises de entrevistas efetuadas com as
profissionais bibliotecrias da Biblioteca ngela Vaz Leo, do Centro Universitrio
de Formiga UNIFOR.
As tecnologias, mais do que nunca, tornam-se parte integrante de nossas
vidas. J no h como se pensar em comunicao e difuso de informaes sem
pensar na internet e nos vrios recursos eletrnicos que tornam essas atividades
possveis.
Neste contexto de automao mundial, as bibliotecas tm feito das
tecnologias, elemento fundamental de seu funcionamento, pois estas modificam
vrios processos rotineiros em uma biblioteca, tais como: o tratamento tcnico da
informao, a satisfao s questes de referncia, o gerenciamento do acervo e
a administrao da biblioteca de um modo geral.
Numa biblioteca universitria, as tecnologias tm um impacto indiscutvel.
Sabe-se que as pessoas necessitam do acesso cada vez mais rpido e eficaz
aos documentos de seu interesse.
Para a automao da unidade de informao, tm-se os softwares de
gesto de acervos, sendo divididos principalmente em livres e proprietrios. No
caso desta pesquisa ser aprofundado apenas o software livre, Gnuteca, que
est em funcionamento na Biblioteca ngela Vaz Leo, do Centro Universitrio
de Formiga UNIFOR.
1 SANTOS, Natlia Maria Leal. Automao de biblioteca universitria: anlise comparativa do software livre Gnuteca com o software proprietrio pergamum. 2008. 48 f. Trabalho de concluso de curso (Bacharelado em Biblioteconomia) Centro Universitrio de Formiga UNIFOR, Formiga, 2008.
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Damsio e Ribeiro (2006) relatam que atualmente existem vrios tipos de
softwares disponveis no mercado, sendo os livres e os proprietrios.2 Os
softwares livres caracterizam-se pela possibilidade de serem modificados ou
adaptados por qualquer pessoa, mesmo se esta no for sua proprietria. Este
tipo de software possui seu cdigo fonte aberto, para que se possa fazer
modificaes e adaptaes de acordo com as necessidades da biblioteca. So
softwares isentos de custos, para quem quiser utiliz-los, sendo esta uma de
suas maiores vantagens.
No caso dos softwares proprietrios, que so fornecidos mediante
pagamento, as alteraes e melhorias s podem ser feitas pela empresa
fornecedora do mesmo, pois so programas de cdigo fechado, no
disponibilizado ao usurio.
A automao da biblioteca traz benefcios no s para o usurio, mas
tambm para o prprio bibliotecrio em suas principais atividades. A tecnologia
facilita em todos os sentidos as atividades da biblioteca, e o profissional de
informao que no acompanha essas tendncias, ficar defasado e poder ser
substitudo por um profissional mais atualizado.
A atuao do profissional bibliotecrio torna-se imprescindvel ao atender
usurios no ensino superior, j que a biblioteca universitria , nas palavras de
Chelala e Leito (1972, p. 12):
[...] um dos elementos indispensveis em uma Universidade, quer por determinao legal, quer pela contribuio cientfica e tcnica, cultural e humanista, didtica e recreativa que dispensa ao elemento dinmico que forma uma Universidade.
3
Vrios so os aspectos que devem ser observados na escolha de um
software para gerenciamento de uma biblioteca universitria, sendo um dos
aspectos a ser analisados o eventual custo para uso do software.
Damsio e Ribeiro (2006) relatam que atualmente existem vrios tipos de
softwares disponveis no mercado, sendo os livres, sem custo para aquisio e os
proprietrios, com custo para aquisio. E ningum melhor que o bibliotecrio
para efetuar com primazia essa escolha, pois pressupe-se que conhea as
necessidades informacionais de seus usurios, como tambm a instituio da
2 DAMASIO, Edilson; RIBEIRO, Carlos Eduardo Navarro. Software livre para bibliotecas, sua
importncia e utilizao: o caso Gnuteca. In: SEMINRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS, 14., 2006, Salvador. Anais... Salvador, 2006. 1 CD-ROM.
3 CHELALA, Ruth Condur; LEITO, Ivany Souza. A biblioteca central universitria. Fortaleza:
Imprensa Universitria, 1972. p. 12.
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qual faz parte. Partindo-se desse pressuposto, faz-se mister que o bibliotecrio
tenha participao direta e ativa sobre a escolha do software que desempenhar
a melhor performance perante seu usurio e seu corpo docente.
Visando ao princpio da eficincia, o profissional da informao selecionar
o software de acordo com a melhor proposta, esbarrando-se at mesmo na Lei
8.666/93, que gerencia o princpio da licitao, a qual estabelece que o
administrador selecionar a proposta mais vantajosa para a administrao.4
oportuno destacar que no ser escolhida aquela de preo mais baixo nem a com
maiores e melhores recursos, mas uma proposta realmente vantajosa, que
observe se os custos so condizentes com as funcionalidades oferecidas pelo
software, e se estas atendem efetivamente s necessidades tanto dos usurios
quanto dos prprios bibliotecrios.
O bibliotecrio, por sua vez, agente facilitador do acesso s informaes,
sente-se coagido a fazer uso de qualquer tecnologia que facilite a vida dos
usurios, nesse momento, agindo como o administrador da unidade de
informao, equipara-se ao administrador pblico que, regido pelo art. 37 da
Constituio Federal de 5 de outubro de 1988, obedece aos princpios da
legalidade, impessoalidade, moralidade e eficincia.5 A legalidade representa o
princpio que fornece diretrizes para honestidade de todo profissional, devendo
ser observada tambm pelo bibliotecrio que geralmente atua subordinado a uma
instituio e mantm contato direto com as pessoas.
Da impessoalidade, depreende-se o entendimento de que o
administrador/bibliotecrio deve sobrepor o interesse coletivo ao pessoal, no
deixando que prevalea unicamente suas prerrogativas, pois seu trabalho
destina-se nica e exclusivamente aos usurios. Sendo assim, faz-se necessria
a observao do interesse da coletividade, pressupondo-se que ningum ser
privilegiado ou discriminado. Como previsto no caput do art. 5 da Constituio
Federal de 1988: [...] todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer
4 BRASIL. Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio
Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 23 mar. 2012.
5 BRASIL. Constituio (1988). Constituio Federal do Brasil. Disponvel em:
. Acesso em: 24 mar. 2012.
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natureza. Assim, dever ser tratado o usurio, com igualdade e o respeito que
lhe de direito.
A moralidade caracterstica imprescindvel na atuao profissional, sendo
essencial o bom senso bibliotecrio para que seus atos estejam verdadeiramente
adequados moralidade administrativa, ou seja, os padres ticos de conduta
que orientem e balizem sua realizao. Apesar do ambiente informacional no
ser regido to energicamente como a administrao pblica, o profissional ainda
h de observar as aes honestas e desonestas, embasado na antiga
prerrogativa romana: non omne quod licet honestum est, nem tudo que lcito
honesto.6
Por ltimo, porm no menos importante, tem-se o princpio da eficincia
que prev que o administrador atuar com racionalidade, que implica medir os
custos que a satisfao das necessidades importam em relao ao grau de
utilidade alcanado, o profissional preza por conseguir os melhores resultados
com os meios escassos de que se dispe e a menor custo, uma situao muito
observada nas unidades informacionais, a to comum escassez de verba.7
Diante de todo o processo de escolha e implantao de um software de
gerenciamento de bibliotecas, depara-se com a seguinte questo: quais os reais
benefcios trazidos pela automao da biblioteca?
O uso de softwares para gerenciamento de bibliotecas auxilia nos servios
e produtos oferecidos pelo centro de informao, bem como no tratamento
tcnico, agilizando o processo de busca e recuperao de informaes.
indispensvel nos dias de hoje a implantao de um software de
gerenciamento de bibliotecas, sobretudo universitrias, a fim de que se otimize o
processo de recuperao da informao necessria ao usurio.
O objetivo geral consistiu em explicitar de maneira qualitativa os benefcios
trazidos pelo software Gnuteca para a biblioteca, nas atividades tanto de
circulao de material quanto no gerenciamento geral do acervo e da biblioteca.
Alm disso, pretendeu-se:
6CADENAS, Leandro. Princpio da moralidade. Disponvel em:
. Acesso em: 24 mar. 2012.
7 MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 26. ed. So Paulo: Atlas, 2010. 922 p.
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a) descrever os objetivos, produtos e servios prestados pela Biblioteca
ngela Vaz Leo do Centro Universitrio de Formiga UNIFOR;
b) elucidar as modificaes e melhorias proporcionadas pela atualizao
realizada no sistema Gnuteca em 2012;
c) analisar se o software Gnuteca atender as necessidades futuras da
biblioteca, ou se ser passvel de migrao por eventuais mudanas.
indiscutvel que as novas tecnologias esto cada vez mais presentes em
nossas vidas tanto pessoais quanto profissionais e, sobretudo, estudantis.
A escolha do tema baseou-se no fascnio trazido pela tecnologia, as
facilidades implicadas pelos equipamentos eletrnicos e, com eles, a
democratizao do acesso informao.
Este trabalho est dividido em seis captulos. Aps esta introduo,
apresenta-se o captulo dois destinado bibliotecas universitrias, onde explicita-
se um pouco da sua importncia; o capitulo trs trata dos softwares de
gerenciamento de bibliotecas; o capitulo quatro da metodologia da pesquisa; no
captulo cinco so apresentados os resultados e discusses, que respondem aos
objetivos propostos no incio da pesquisa e finalizando a concluso que enfoca
novamente o problema e debate-o luz de toda a pesquisa efetuada.
A necessidade de realizao deste estudo explica-se pelo fato de que, ao
conhecer os benefcios e melhorias na realizao das atividades da biblioteca,
atingidos com a implantao do software Gnuteca na Biblioteca ngela Vaz Leo,
este trabalho possibilitar que o mesmo processo de automao seja utilizado em
outras bibliotecas universitrias, podendo at mesmo sofrer alteraes para
melhor adaptao ao ambiente ao qual ser inserido.
Espera-se que este trabalho explicite os reais benefcios que os softwares
podem trazer para determinada biblioteca podendo-se fazer uma generalizao a
partir desta anlise.
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2 BIBLIOTECA UNIVERSITRIA
2.1 A importncia da biblioteca universitria
O conceito de biblioteca j no mais o mesmo desde o seu surgimento.
Oriundo da Grcia, o termo bibliothke traduzia-se em depsito de livros, e
realmente na antiguidade, era essa a funo da biblioteca: preservar a histria
das sociedades e guardar documentos importantes era a atribuio dessas
entidades, o que confirmado por Martins (2002, p. 71, grifo do autor) ao dizer
que: A biblioteca foi [...] o que o seu nome indica etimologicamente, isto , um
depsito de livros, e mais o lugar onde se esconde o livro do que o lugar de onde
se procura faz-lo circular ou perpetu-lo.8
Hoje, porm, sabe-se que esse conceito evoluiu; inevitavelmente, a
biblioteca ainda detentora da histria da humanidade, pois sem os documentos
e livros que preservam, seramos um povo sem histria, podendo ser facilmente
manipulados.
inegvel a importncia das bibliotecas desde os primrdios da sociedade
at os dias atuais. Quando menciona-se eruditismo, conhecimento e cultura,
inegavelmente pensa-se na imagem de uma biblioteca.
Atualmente, no se imagina um centro educacional que no possua em
suas instalaes uma biblioteca, mesmo que tmida e s vezes meio esquecida
pela administrao. Mesmo assim, a biblioteca acompanha o desenvolvimento
intelectual de todo indivduo, desde o princpio de sua vida escolar.
Esta realidade nota-se principalmente a partir de 24 de maio de 2010, data
em que foi sancionada a lei 12.244, que dispe sobre a universalizao das
bibliotecas dizendo em seu artigo 1: As instituies de ensino pblicas e
privadas de todos os sistemas de ensino do Pas contaro com bibliotecas, nos
termos desta Lei.9 bem verdade que grande parte das escolas pblicas ainda
enfrentam um dficit no quadro de pessoal qualificado para trabalhar em
bibliotecas, onde, infelizmente, em nmero considervel, no existe um
profissional formado para gerenciar a unidade, o que faz com que ela perca
grande parte de sua potencialidade.
8 MARTINS, Wilson. A palavra escrita: histria do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed. So
Paulo: ABDR, 2002. 9 BRASIL. Lei n 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispe sobre a universalizao das bibliotecas nas
instituies de ensino do Pas. Disponvel em: . Acesso em: 1 set. 2012.
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To sublime a importncia da biblioteca universitria que viu-se a
necessidade de legislar sobre sua presena nos ambientes que prezam pelo
ensino. Esta relao to natural biblioteca/ensino nota-se principalmente no
ambiente do ensino superior, tal como ressalta Ferreira (1980, p. 7):
Se a biblioteca importante para o ensino em geral, no ensino superior seu papel proeminente em virtude do valor da prpria universidade, pois nenhuma outra instituio ultrapassa em magnitude a contribuio universitria, a qual torna possvel o formidvel avano tecnolgico e cientfico que se registra atualmente em todos os campos do conhecimento.
10
Se em 1980, Ferreira j observava um formidvel avano tecnolgico e
cientfico, 30 anos depois, se surpreenderia com a rapidez com que esses
avanos acontecem atualmente, e por conseguinte, a responsabilidade da
biblioteca neste contexto.
Perante os avanos tecnolgicos e cientficos, a biblioteca deve estar
preparada para acompanhar e atingir as finalidades da universidade. Para isso,
necessrio que se atualize e se renove, no s acompanhando, mas at mesmo
caminhando frente dos objetivos da universidade onde se instala, provocando a
adoo de novos mtodos pedaggicos, a criao de novos hbitos, a formao
de novas atitudes em relao ao acervo, ao estudo e pesquisa. (FERREIRA,
1980).
Neste contexto de prospectividade, de viso do futuro, onde se insere o
bibliotecrio, o profissional tecnicista e humanista. Em sua obra de 1995, Denis
Grogan, ao relatar os atributos pessoais do profissional bibliotecrio faz meno
a um discurso de David C. Mearns em 1948 que identificou sete atributos do
bibliotecrio de referncia, que podem ser aplicados facilmente a todos outros
segmentos da carreira.11
Dois desses atributos podem ser considerados profissionais: instruo e
talento para se comunicar. Ambos so interdependentes, pois de nada adiantaria
um bibliotecrio com toda a instruo acadmica, mas deficiente na capacidade
de comunicao. Assim como um profissional com excelente habilidade
comunicativa, mas que muitas vezes desconhece os procedimentos tcnicos a
serem seguidos.
10
FERREIRA, Lusimar Silva. Bibliotecas universitrias brasileiras: anlise de estruturas centralizadas e descentralizadas. So Paulo: Pioneira, 1980.
11 GROGAN, Denis. A prtica do servio de referncia. Braslia, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1995.
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20
Os cinco atributos restantes so, inquestionavelmente, qualidades de
carter: imaginao, entusiasmo, persistncia, humildade e devoo, sendo que
os quatro ltimos so caractersticas desejveis em qualquer profisso. Mas a
primeira delas, a imaginao, caracterstica essencial ao bibliotecrio, pois
deve ser o profissional que domina estratgias e tticas para disseminar a
informao e satisfazer seus usurios da melhor maneira possvel. Enxergar o
futuro e as necessidades latentes da instituio de ensino ou dos usurios da
biblioteca uma habilidade admirvel e talvez rara nos profissionais to focados
em procedimentos tcnicos.
A necessidade de profissionais qualificados reforada pela citao na
obra de Ferreira (1980):
J no mais possvel continuar-se pretendendo que a universidade possa estar atualizada sem bibliotecas e que as bibliotecas existam, sobrevivam e cumpram sua finalidade sem terem sua frente o seu especialista o bibliotecrio. (BRASIL, 1968 apud FERREIRA, 1980, p. 11).
A biblioteca desenvolve um papel importante no processo de ensino e
aprendizagem, pois, um ambiente social, no qual desenvolvem-se indivduos
pensantes, capazes de formarem suas prprias ideias, resolver problemas e
tomar suas prprias decises. Penna (1971 apud FERREIRA, 1980, p. 5)
comenta neste contexto:
Tout aussi important est la bibliothque en tant qu'allie de l'education qu'elle aidera a susciter de nouvelles attitudes d'esprit, dvelopper des comptances et fournir les instruments et les aptitudes pratiques ncessaires pour s'attaquer aux problmes conomiques et sociaux.
12
Um indivduo devidamente instrudo, bem informado e culto poder ser
mais propenso a resolver problemas tanto econmicos, quanto sociais. E toda
essa bagagem a biblioteca capaz de oferecer. Basta os usurios perceberem os
horizontes que a unidade de informao capaz de proporcionar, o livre arbtrio
que oferece, o mundo de informaes que no apenas detm, mas quer
disseminar, pois, seu novo papel [...] prover acesso ao invs de propriedade.13
(LANCASTER, 1994, p. 9).
A biblioteca atualmente no se restringe guarda de livros, como dita a
quinta lei de Ranganathan: A BIBLIOTECA UM ORGANISMO EM
12
Igualmente importante a biblioteca como aliada da educao, ela vai ajudar a gerar novas atitudes da mente, desenvolver competncias e fornecer instrumentos e atitudes prticas necessrias para resolver problemas econmicos e sociais. (traduo nossa).
13 LANCASTER, Frederic Winfed. Ameaa ou oportunidade? O futuro dos servios de bibliotecas luz das inovaes tecnolgicas. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 7-27, jan./jun. 1994.
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21
CRESCIMENTO. (RANGANATHAN, 2002, p. 241, grifo do autor).14 Esse
crescimento pode ser entendido de vrias formas, e todas elas indispensveis
unidade de informao.
O primeiro crescimento o fsico, a instalao em si precisa atender s
exigncias de seu acervo, comportar os documentos e ao mesmo tempo
proporcionar um local agradvel e de fcil circulao e localizao para os
usurios. Sempre observando que o acervo no esttico e tende a crescer,
mesmo que atualmente esteja muito difundido o conceito de biblioteca digital que
aquela
[...] que contempla documentos gerados ou transpostos para o ambiente digital (eletrnico), um servio de informao (em todo tipo de formato), no qual todos os recursos so disponveis na forma de processamento eletrnico (aquisio, armazenagem, preservao, recuperao e acesso atravs de tecnologias digitais).
15
Ainda assim, alguns documentos e livros impressos tm seu lugar
garantido em qualquer unidade de informao.
Michel (1987 apud CUNHA, 2000, p. 259) observa que algumas instituies
no foram projetadas permitindo que crescimentos futuros aconteam, como
explicitou:
Em geral, a automao de bibliotecas pode apresentar dois desafios para o planejamento do espao fsico. O primeiro causado pelo fato de que muitos prdios foram concebidos para dar suporte a sistemas que no utilizam muitos equipamentos e, como conseqncia (sic), no possuem os sistemas de comunicao, eltrico e de iluminao requeridos para apoiar os modernos programas informacionais. O segundo que essas instalaes foram projetadas para serem utilizadas durante vrias dcadas sem grandes alteraes.
Outro crescimento que deve ser levado em considerao o do prprio
acervo, sendo devidamente observado, pois de nada adianta um acervo com
grandes propores quantitativas, mas de pouca qualidade. A biblioteca atual tem
seu objetivo alcanado se a informao for realmente difundida e acessada, para
isso, deve-se desenvolv-lo em consonncia com as necessidades
informacionais dos usurios. Neste contexto, um acervo de grandes propores
que pouco utilizado no atende a essa premissa, remontando aos primrdios
das bibliotecas em que eram meros depsitos de livros.
14
RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da Biblioteconomia. Braslia, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2009.
15 ROSETTO, Mrcia; NOGUEIRA, Adriana Hyplito. Aplicao de elementos metadados Dublin Core para a descrio de dados bibliogrficos on-line da biblioteca digital de teses da USP. In: SEMINRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS, 12, 2002, Recife. Anais... Recife: UFPe, 2002. 1 CD-ROM.
-
22
Por fim, temos o crescimento abstrato, o crescimento do conceito da
biblioteca, de seus objetivos e suas responsabilidades. A biblioteca no mais
uma entidade fsica, pelo menos no em conceitos denotativos. A unidade de
informao atual se preocupa quase que nica e exclusivamente com seus
usurios, no mais possui apenas os materiais convencionais tais como livros e
peridicos. No sem fundamento que seja conhecida como unidade de
informao, pois vai alm de documentos fsicos, detendo informaes de todo e
qualquer tipo e suporte.
As bibliotecas universitrias, principalmente, aderiram de vez ao
movimento tecnolgico, as pessoas j se conscientizaram de que as bibliotecas
no so mais aqueles depsitos de livros, minuciosamente organizados e
sagrados, hoje enxerga-se a informao como algo dinmico e que extrapola as
barreiras fsicas.
Ao longo do tempo, as bibliotecas foram inserindo tecnologias em seu dia a
dia e foram grandemente afetadas por estas novas formas de acondicionar, e o
mais importante, tornar disponvel a informao. Algumas das tecnologias, como
a imprensa, a mquina de escrever, o telefone, o telex, o mimegrafo, o
microfilme, o carto perfurado nas margens, o computador, o disco tico e as
redes eletrnicas modificaram consideravelmente as rotinas dos profissionais.
Dentre estas, destaca-se o microfilme e os discos ticos como tendo suas
primeiras aplicaes testadas no ambiente de uma biblioteca.16
Quebrado esse antigo paradigma da biblioteca, os profissionais tiveram de
adaptar seu perfil, tal como ressaltam Morigi e Pavan (2004, p. 121):
A introduo das tecnologias altera as relaes dos bibliotecrios e as suas prticas, trazendo mudanas na forma de sociabilidade e modificando o perfil deste profissional. Essas transformaes fazem com que se reestruture ou se crie uma nova identidade coletiva do profissional. As mudanas tecnolgicas e as novas sociabilidades acarretam uma nova forma de articulao, relao e apreenso do conhecimento destes profissionais.
17
A palavra-chave do momento a sociabilidade, pois j no basta que o
profissional desenvolva suas atividades tcnicas; estas atividades esto agora,
extremamente ligadas aos usurios, desde o processo de catalogao at a
16
CUNHA, Murilo Bastos da. Desafios na construo de uma biblioteca digital. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 28, n. 3, p. 257-268, set./dez. 1999.
17 MORIGI, Valdir Jos; PAVAN, Cleusa. Tecnologias da informao e comunicao: novas sociabilidades nas bibliotecas universitrias. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 33, n. 1, p. 117-125, jan./abr. 2004.
-
23
efetiva disseminao da informao, tudo deve estar voltado a facilitar a vida de
seus clientes.
Dentre essas tecnologias, sem dvida, a que mais se destacou foi o uso
dos sistemas computacionais que:
[...] foram utilizados para melhorar as operaes de circulao, aquisies, controle de publicaes seriadas e catalogao, [sendo que] o principal impacto foi dar a possibilidade para que as mesmas operaes pudessem ser executadas mais rapidamente, e com menor esforo humano.
18
O computador possibilitou que atividades repetitivas fossem menos
dispendiosas e de execuo mais rpida. Outra grande vantagem foi a
capacidade de armazenar dados em seu interior, virtualmente. Atualmente, o
formato de catlogos impressos foi praticamente abolido das bibliotecas
justamente por essa capacidade de armazenamento em bases de dados,
facilidade e rapidez na recuperao da informao.
Porm, o computador em si no dotado de inteligncia para ser
autossuficiente, como exemplifica Kimber (1968):19
An excellent example is afforded here of the different ways in which the human brain and the electronic computer work. A brain [] is able itself to recognize all the various parts of standard catalogue entry and to understand their functions and relationships. A computer cannot do this unless it is specifically taught and even then tuition is limited to the immediate goal in view.
20
Desde os primrdios da implantao do computador, trabalha-se de forma
a melhorar essa interao homem/mquina e desenvolvem-se formas de
melhorar a inteligncia artificial dos computadores no mbito das bibliotecas.
Neste contexto surge a catalogao em formato MARC.
O formato Machine Readable Cataloging Record (MARC), como o prprio
nome sugere, um registro catalogrfico legvel por computador, que constitui -se
de [...] campos, pargrafos, indicadores, subcampos e cdigo de subcampos,
tem o propsito de desenhar a representao fsica de documento, em um meio
18
RAMOS, Jos de Alimatia de Aquino. As inovaes tecnolgicas e suas implicaes sobre o processo de trabalho dos bibliotecrios: estudo de caso no sistema de bibliotecas da PUC Minas. 2004. 215 f. Dissertao (Mestrado em Cincia da Informao) Escola de Cincia e Informao da UFMG, Belo Horizonte, 2004. Disponvel em: Acesso em: 2 set. 2012.
19 KIMBER. Richard T. Automation in libraries. [London]: Pergamon Press, 1968.
20 Um exemplo excelente oferecido aqui das diferentes formas de trabalho de um crebro e um computador eletrnico. Um crebro capaz de reconhecer todas as vrias partes das entradas dos catlogos e entender suas funes e relaes. Um computador no pode fazer isso, a menos que seja especificamente programado, e mesmo assim as instrues so limitadas ao objetivo imediato. (traduo nossa)
-
24
legvel por computadores. (FURRIE, 2000, p. 11 apud CIPRIANO;
MARCONDES; MACIEL, 2006, p. 7).21
de grande importncia ser observada a possibilidade de catalogao em
formato MARC, pois permite a migrao de dados; sendo assim, pode-se efetuar
uma eventual mudana de software, sem que seja necessrio repetir todo o
processo de catalogao j realizado.
No mbito de padronizao de registros bibliogrficos, encontra-se a ISO
2709 a qual:
[...] especifica os requisitos para o formato de intercmbio de registros bibliogrficos que descrevem todas as formas de documentos sujeitos descrio bibliogrfica [...]. Os dados, em meio magntico, esto estruturados de forma a possibilitar o intercmbio de registros bibliogrficos. Porm, esta caracterstica no elimina a incompatibilidade entre os registros que utilizam diferentes formatos de entrada e, principalmente, diferentes regras de entrada de dados. A ISO se preocupa em apresentar uma estrutura generalizada, ou seja, um arcabouo projetado especialmente para a comunicao entre sistemas de processamento de dados, e no para uso como formato de processamento dentro dos sistemas. Da forma como foi estruturada, item indispensvel que deve ser contemplado pelos produtores de softwares para automao de bibliotecas, pois possibilita a padronizao entre registros no que se refere estrutura para intercmbio de informaes que, do ponto de vista tcnico, a base filosfica que norteia, direciona e fundamenta as aes de uma biblioteca. Este preceito legitima o uso desta norma nos processos de automao.
O protocolo Z39.50 foi criado a fim de permitir a busca e a recuperao da
informao em bases de dados distintas. O protocolo Z39.50 concede a
possibilidade de que se acesse catlogos de outras instituies, mesmo que os
sistemas utilizados no sejam iguais, promove acesso simultneo a catlogos,
compartilha registros bibliogrficos, possui interface nica para diferentes fontes,
implementa catlogos coletivos virtuais, dentre outras funes. (RAMOS e
CRTE et al., 2002).
Estes trs elementos so quase indispensveis a qualquer software para
bibliotecas tal como afirma Ges (2001): [...] s considerado bom para anlise
o software que trabalhe com a ISO 2709, o protocolo Z39.50 e o formato
MARC.22
21
CIPRIANO, Andra; MARCONDES, Carlos H.; MACIEL, Vincius V. Software livre para bibliotecas pblicas: uma proposta de critrios de avaliao e sua aplicao. Disponvel em: . Acesso em: 12 abr. 2012.
22GES, Paulo. Protocolo Z39.50: interoperabilidade e recuperao de informao em um ambiente heterogneo. Disponvel em: . Acesso em: 12 mar. 2012.
-
25
Em seu artigo de 2000, Murilo Bastos da Cunha aponta algumas
perspectivas para as bibliotecas universitrias brasileiras em 2010.
No ano 2000, observa que as universidades so voltadas ao corpo
docente, os professores so detentores do conhecimento e os alunos tm de se
deslocar at o campus da universidade, cumprir rgidos horrios escolares,
grades de matrias muitas vezes inflexveis a fim de obter um diploma de
reconhecimento do aprendizado.
Com o avano da tecnologia, acredita-se que o perfil das universidades e
faculdades mudar tambm quanto ao enfoque, que ser muito mais voltado ao
corpo discente, nas palavras do autor:
Talvez o mais importante de tudo venha a ser o impacto da tecnologia de informao, que, eliminando os obstculos tempo e espao, poder propiciar mais opes no mercado. Assim, o estudante ter acesso a uma enorme variedade de oportunidades de aprendizagem, alm da atual, pois instituies educacionais no futuro estaro centradas no corpo discente. Nesse novo cenrio de aprendizagem, algumas instituies podem prover o credenciamento formal, outras, simplesmente o conhecimento e outras, ainda, esto disposio dos estudantes, caso estes necessitem de conhecimento especfico. (CUNHA, 2000, p. 73).
23
Doravante, a universidade tambm se desvencilha do antigo paradigma
que envolve estudantes fixos em suas carteiras, contemplando fixamente um
quadro onde o professor faz anotaes.
Atualmente, com o avano tecnolgico, os universitrios desejam ter mais
interao, nem sempre esto dispostos a lerem manuais e apostilas para
posteriormente responder questes de prova. Os universitrios anseiam por
experimentaes e participaes diretas nos problemas que envolvem seus
estudos.
Cunha (2000) ainda criou mais expectativas quanto ao ensino distncia e
a total automao dos ambientes universitrios dizendo: [...] em 2010, quase a
totalidade, se no a totalidade das bibliotecas universitrias brasileiras, estar
automatizada, e muitas delas sero bibliotecas totalmente digitais. bem
provvel que atualmente o nmero de bibliotecas universitrias automatizadas
supere a marca de 90%, entretanto em questo de bibliotecas totalmente digitais,
ainda observa-se que ainda so poucos os exemplos, temos sim grande parte
23
CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitria brasileira em 2010. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
-
26
das bibliotecas hbridas, que tanto oferecem servios digitais como ainda
conservam o modelo clssico de acesso fsico.
2.2 A Biblioteca ngela Vaz Leo
A biblioteca ngela Vaz Leo foi criada em 1966, e seu nome uma
homenagem professora formiguense que muito trabalhou pela instalao da
Universidade do Oeste de Minas, hoje, Centro Universitrio de Formiga
UNIFOR.
A biblioteca conta com uma rea fsica de 818 m, sendo 350 m
destinados ao acervo e 391 m para leitura e estudo. Possui ambiente adequado
para estudo em grupo e individual, setor de obras de referncia, setor de obras
preciosas, sala de peridicos e sala de pesquisa, onde esto disponveis
equipamentos de pesquisa online e digitao de trabalhos.
Seu acervo bem diverso e engloba diversas reas do conhecimento tais
como: Cincias Exatas e da Terra, Cincias Biolgicas, Engenharia/Tecnologia,
Cincias da Sade, Cincias Agrrias, Cincias Sociais Aplicadas, Cincias
Humanas e Lingustica, Letras e Artes; reas do conhecimento de acordo com o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq).
A misso da biblioteca facilitar aos professores, alunos e demais
usurios o acesso informao e ao conhecimento, e todas as atividades
desenvolvidas anseiam em contemplar esse objetivo maior. Como o caso da
poltica de desenvolvimento do acervo, onde os coordenadores dos cursos
indicam as obras que devem ser adquiridas dividindo-as em bibliografia bsica e
complementar. (CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA UNIFOR).24
Alm de emprstimo e consulta local, a biblioteca oferece inmeros
produtos e servios como: consulta Internet; normalizao de documentos;
treinamento de usurio; comutao bibliogrfica; pesquisa bibliogrfica;
elaborao de ficha catalogrfica para trabalhos de concluso de cursos, entre
outros.
A biblioteca funciona de segunda a sexta feira das 7:00 s 22:30, e h
quatro computadores que funcionam como terminais de consulta para os
usurios.
24
CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA UNIFOR. Biblioteca ngela Vaz Leo. Disponvel em: . Acesso em: 4 set. 2012.
-
27
Os servios oferecidos por meio do software Gnuteca so mais bem
explanados no captulo de resultados e discusses.
Algumas fotos ilustram, basicamente, o espao da biblioteca:
FIGURA 1 Circulao de material Fonte: Biblioteca ngela Vaz Leo
-
28
FIGURA 2 Terminais de consulta Fonte: Biblioteca ngela Vaz Leo
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29
FIGURA 3 Espao de estudo Fonte: Biblioteca ngela Vaz Leo
-
30
3 AUTOMAO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITRIAS
3.1 Sistemas de gerenciamento de bibliotecas
Na dcada de 60, nos pases mais desenvolvidos, surge um aliado da
biblioteca que a acompanharia por vrios anos. A tecnologia introduziu-se
timidamente aos ambientes da biblioteca. Em primeiro momento, os
computadores no foram bem aceitos pelos profissionais que trabalhavam na
organizao de bibliotecas, pois acreditou-se que tal engenho, complexo e caro,
jamais teria utilidade para a maioria das bibliotecas, pois eram organizadas por
instrumentos convencionais: a tabela de classificao e as regras de catalogao.
O que faltava mesmo era acervo e no tecnologia.
Com alguma resistncia, comeou-se a notar os benefcios e as facilidades
trazidas pela tecnologia. Neste contexto, Milanesi (2002) declara:
Com a popularizao dos computadores que se percebeu que a informao a razo da Biblioteconomia e que os computadores so as mquinas que tornam a informao mais acessvel e que a informtica e a informao no s tm a mesma raiz etimolgica como so indissociveis.
25
A esse processo de introduo de tecnologias ao ambiente da biblioteca,
chamou-se automao, e possibilitou biblioteca um novo enfoque sobre a
informao, assim como ressaltaram Ramos e Crte et al. (2002, p. 18):
[...] a automao dos servios de informao surge como elemento-chave para que os sistemas de informao se aperfeioem e se expandam, provocando tambm mudanas nos hbitos de acesso e uso da informao.
26
A automao passou a ser elemento indispensvel principalmente s
bibliotecas de centros universitrios, onde facilitaria a pesquisa e o ensino
provocando mudanas como as citadas por Carvalho (2004, p. 82):
tais tecnologias [inseridas na biblioteca universitria] vm no apenas como instrumento do processo ensino-aprendizagem, potencializador interdisciplinar que deve ser vivenciado por todos nas diversas reas do conhecimento, mas tambm como um instrumento provocador de profundas alteraes no ambiente da biblioteca universitria, pois, cada vez mais, as tecnologias esto presentes no seio da universidade, na pesquisa, no ensino, na extenso e/ou na administrao e numa relao de causa-efeito que afeta diretamente os servios e produtos gerados e oferecidos comunidade acadmica.
27
25
MILANESI, Lus. Biblioteca. So Paulo: Ateli Editorial, 2002. 26
RAMOS E CRTE, Adelaide et al. Avaliao de softwares para bibliotecas e arquivos: uma viso do cenrio nacional. 2. ed. So Paulo: Polis, 2002.
27 CARVALHO, Isabel Cristina Louzada. A socializao do conhecimento no espao das bibliotecas universitrias. Niteri: Intertexto; Rio de Janeiro: Intercincia, 2004.
-
31
Os programas de gerenciamento de bibliotecas so aqueles sistemas de
bases de dados cuja finalidade controlar os servios essenciais a uma
biblioteca ou centro de informao.
medida que esses sistemas se desenvolvem juntamente com o aparato
tecnolgico que os suporta, tendem a tornar-se mais eficientes e eficazes, onde a
eficincia est ligada aos processos, e a eficcia refere-se aos resultados
gerados por estes processos.
Nestes sistemas, essas melhorias podem ser observadas na interface do
programa, oferecendo um acesso fcil e agradvel, sendo assim, proporciona
eficincia, pois otimiza, agiliza e torna o trabalho mais fcil e prazeroso, fatores
indispensveis ao bom andamento dos processos. No surpresa que um
sistema eficiente seja tambm eficaz, a partir do bom desenvolvimento dos
processos, e claro, o bom senso do profissional, gera, sem dvidas, resultados
benficos e proveitosos.
Geralmente, tais programas so dotados de vrios recursos que
possibilitam o desenvolvimento de vrios servios, onde encontram-se os
trabalhos tecnicistas da biblioteca bem como a prpria administrao de servios
e produtos.
Os aplicativos e programas de gerenciamento foram desenvolvendo-se e
hoje so conhecidos como softwares. Pensar em automao pensar em
software e hardware, tomando-se como conceito bsico de que os softwares so
os programas, a parte lgica; j o hardware a parte fsica, as mquinas que
recebero os softwares para armazenamento e recuperao de informaes.
Atualmente, tanto os softwares quanto os hardwares, esto
desenvolvendo-se numa velocidade surpreendente, e de maneira paralela, ou
seja, o hardware evolui para suportar os softwares, e os softwares, observando a
evoluo dos equipamentos e as necessidades de adaptaes, podem evoluir j
que sero suportados pelo hardware. (DAMSIO; RIBEIRO, 2006).
O hardware refere-se parte de equipamentos fsicos. So exemplos de
hardware todos os perifricos que so indispensveis ao processo de automao:
mouses, teclados, monitores, impressoras, os computadores propriamente ditos,
que sero disponibilizados para consulta dos usurios, assim como os que sero
utilizadas pelos profissionais nas atividades de tratamento da informao e
-
32
administrao da unidade. Mais atualmente ainda pode-se citar o uso crescente
de tablets e e-readers.
As configuraes de hardware devem ser observadas ao adquirir um
software de automao. No entanto, geralmente, esses softwares exigem pouca
potncia do computador, e atualmente os computadores mais baratos atendem
com primazia a todas essas exigncias, tais como a frequncia do processador, a
quantidade de memria RAM, e a questo de espao no HD.
Faz-se um adendo neste momento a fim de elucidar algumas
caractersticas dos sistemas operacionais, que so indispensveis ao
funcionamento dos computadores e que vo constituir parte integrante do
planejamento de automao da biblioteca.
Denominado sistema operativo ou sistema operacional (SO), um
programa ou um conjunto de programas cuja funo gerenciar os recursos do
sistema. De qualquer forma, difcil reconhecer de modo preciso o que um
sistema operacional. Parte do problema ocorre porque os sistemas operacionais
realizam basicamente duas funes no relacionadas: estender a mquina e
gerenciar recursos. Dependendo do tipo de usurio, ele vai lidar mais com uma
funo ou com outra. (TANENBAUM, 2003, p. 2). No caso dos bibliotecrios e
gestores da informao, grande parte desconhece linguagens de programao e
arquiteturas de software, sendo assim, parte-se ao entendimento de que o
sistema operacional a ponte que comunica softwares a hardwares.
Os sistemas operacionais mais conhecidos e difundidos entre ns so
dominados praticamente por trs nomes: Windows, Linux e o sistema operacional
da Apple. Assim como os softwares, os sistemas operacionais apresentam
verses livres e proprietrias. O maior representante de sistemas operacionais ,
sem dvida, o Windows, que foi criado pela Microsoft, empresa fundada por Bill
Gates e Paul Allen. um produto comercial cujo acesso adquirido pela compra
de licenas, apesar de que se tornou o mais usado nos computadores pessoais
pela quantidade de falsificaes e cpias instaladas. O Windows s comea a ser
tecnicamente considerado como um SO a partir da verso Windows NT, lanada
em agosto de 1993.28 (SILVEIRA, [200-?]).
28
SILVEIRA, Richard Batista. Histria do Microsoft Windows. Disponvel em: . Acesso em: 17 set. 2012.
-
33
Entre as verses mais conhecidas desse sistema operacional, figuram o
Windows 98, e o to conhecido Windows XP, que tornou-se quase sinnimo de
sistema operacional. A mais utilizada verso do SO no momento o Windows
729, porm a verso: Windows 8, estar nas lojas a partir de outubro de 2012.30
Por outro lado, o Sistema Gnu/Linux um sistema operacional de cdigo
fonte aberto, que distribudo gratuitamente e pode ser modificado. conhecido
popularmente apenas como Linux, porm, o termo correto GNU/Linux. Em
palavras simplificadas, Linux apenas o kernel - cerne, ncleo - do sistema
operacional, dependendo de uma srie de ferramentas para funcionar, a comear
pelo programa usado para compilar seu cdigo-fonte. Essas ferramentas so
providas pelo projeto GNU, criado por Richard Stallman.
O criador do Linux, Linus Torvalds, desde a primeira verso at os dias
atuais dedica-se apenas ao desenvolvimento do kernel em si, porm, para o
desenvolvimento de softwares de apoio, o Linux conta com uma legio de
voluntrios espalhados pelo mundo conectados via internet, conhecida tambm
como Comunidade Linux.31
O Gnu/Linux no to difundido quanto o Windows, sendo utilizado por
menos de 3% dos computadores do mundo.32 Torna-se interessante observar que
mesmo no sendo to popular, uma tima escolha para as bibliotecas
universitrias, pois como geralmente no possuem grande verba para compra de
equipamentos, uma boa escolha ter computadores com sistemas operacionais
gratuitos, que no necessitam de licena paga para seu funcionamento.
Levando-se em considerao a manuteno das mquinas, a escolha do
Gnu/Linux ainda prevalece, pois, a incidncia de vrus nesse sistema operacional
praticamente nula, tornando raras as eventuais manutenes e formataes
das mquinas.
29
NETMARKESTSHARE. 2012. Disponvel em: . Acesso em: 17 set. 2012.
30 WINDOWS 8 ser lanado no dia 26 de outubro. Veja. Disponvel em: . Acesso em 19 set. 2012.
31 TIBET, Chuck V. Linux: administrao e suporte. So Paulo: Novatec, [2001].
32 LIMA, Nick. Cotidiano Linux. [2011]. Disponvel em: . Acesso em: 5 abr. 2012.
-
34
3.2 O Processo de automao e a escolha do software
Para a anlise e escolha de um sistema adequado biblioteca, Jennifer
Rowley expe em sua obra de 1994, cinco principais etapas para a efetiva
avaliao e implantao de um sistema automatizado:
definio de objetivos;
definio de requisitos do sistema;
elaborao do projeto;
implementao;
avaliao.33
Essas etapas no devem ser julgadas independentes, pois no possuem
fronteiras rgidas, ou seja, pode-se ajustar cada uma delas dependendo das
eventuais mudanas e novas necessidades da biblioteca.
A definio prvia de objetivos indispensvel a qualquer projeto tanto
para elucidar todos os pontos a serem observados, quanto para acompanhar a
efetividade do processo, desde o planejamento at sua concluso. Torna-se
necessrio que este planejamento seja desenvolvido por um grupo de indivduos
tal como afirma Rowley (1994, p. 95) em sua anlise de definio dos objetivos
da instalao de um sistema de gerenciamento de informaes:
evidentemente importante, nesta etapa, que sejam criadas as vrias comisses do projeto, para que elas iniciem as discusses com os organismos representativos dos funcionrios e envolvam todas as partes interessadas. Nesta fase sero estudados os procedimentos e as prticas j estabelecidos, procurando-se identificar onde, quando e como um sistema informatizado seria til.
Organizando-se essas comisses, o planejamento estar sobre anlise
tanto de profissionais diretos e indiretos do sistema, quanto de profissionais de
outras reas, tais como tecnologias da informao (TI), tornando o processo
interdisciplinar, pois o bibliotecrio conhece a unidade de informao e seus
usurios, porm, em grande escala, no est devidamente adaptado s novas
tecnologias destes sistemas, pois [...] a informao um elemento que vem
sendo tratado como imprescindvel para o convvio social.34 (NEVES; SALES,
2006, p. 1).
O grau de complexidade das informaes contidas nesses sistemas, a
variedade de recursos e possibilidades, o contnuo desenvolvimento destas
33
ROWLEY, Jennifer. Informtica para bibliotecas. Braslia, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1994. p. 47.
34 NEVES, Guilherme Luiz Cintra; SALES, Fernanda de. Software para gesto de unidades de informao: implementando o Gnuteca na biblioteca da Procuradoria Regional do Trabalho em Santa Catarina: experincia didtica. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianpolis, v. 11, n. 1, p. 233-242, jan./jul. 2006.
-
35
ferramentas e o desconhecimento das necessidades da biblioteca e de seus
usurios podem levar seleo de um software inadequado automao que se
pretende realizar na unidade de informao. Da a necessidade de
estabelecimento de mecanismos e procedimentos especficos para a avaliao e
seleo de ferramentas adequadas realidade das bibliotecas.
Como observado, alguns profissionais bibliotecrios desconhecem as
necessidades de sua unidade de informao e de seus prprios usurios, mas
pressupe-se que esta seja sua principal responsabilidade, posto que a biblioteca
uma prestadora de servios e produtos que objetiva a satisfao de seus
usurios.
Aps o planejamento, ciente dos objetivos a serem alcanados, e das
funcionalidades que o sistema deve conter, parte-se para a definio do sistema,
ou seja, a escolha propriamente dita. So muitas as opes de softwares, livres e
proprietrios, disponveis no mercado e, por isso, torna-se difcil a escolha de um
programa ideal, ainda que Krzyzanowski (1996 apud RAMOS E CRTE et al.,
2002, p. 27, grifo nosso) afirme que:
[...] no existe um sistema ideal, e mesmo que a escolha seja mais acertada, poder no atender completamente aos requisitos funcionais (quais atividades sero realizadas) e de performance (quantas atividades sero atendidas e com que rapidez), alm de executar o back-up desejado e as operaes de proteo, a custo compatvel com o oramento disponvel. Por esse, motivo importante que a biblioteca [...] determine os seus prprios requisitos obrigatrios e solicite as operaes desejveis somente aps certificar-se de que as funes bsicas e necessrias estejam plenamente atendidas.
So vrios os tipos de softwares: Freeware, Shareware, Software Fechado,
Livre, entre outros. Abaixo, encontra-se uma explicao superficial sobre alguns
deles:
a) freeware: programas geralmente distribudos gratuitamente, alguns
exigem cadastro para disponibilizao; seu cdigo fonte no disponvel,
isso caracteriza o software a no ser livre;
b) shareware: de acordo com Microsoft Press (1998, p. 371), os sharewares
possuem distribuio em carter experimental e so protegidos por
direitos autorais. Depois do perodo de experimento, normalmente o
usurio deve adquirir licena para dar continuidade utilizao;35
35
MICROSOFT PRESS. Dicionrio de informtica. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
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36
c) software fechado: o software que possui seu cdigo fonte fechado e
de propriedade privada, geralmente atravs do Copyright. Esse software
pode ser distribudo gratuitamente, com autorizao de quem mantm o
Copyright;
d) software livre: o software que pode ser utilizado, copiado, distribudo,
aperfeioado, ou seja, modificado, por qualquer pessoa, mesmo no
sendo proprietria.
Rowley (1994) ressalta que estes sistemas possuem um ciclo de vida e
ilustra por meio de uma figura as seis principais fases desse ciclo:
Anlise Projeto Implementao Evoluo operacional
Deteriorao Substituio
FIGURA 4 Ciclo vital dos softwares Fonte: ROWLEY, 1994, p. 93.
Na primeira fase, faz-se a anlise a fim de se obter os requisitos
necessrios do sistema e as opes disponveis em termos de projeto. Na fase
seguinte, de elaborao do projeto, desenvolve-se um sistema especfico que
sirva aplicao desejada, ou como muito mais comum hoje em dia, com
tantos softwares no mercado, apenas trata-se da escolha do melhor programa
segundo as necessidades da biblioteca.
A implementao trata da instalao propriamente dita, no s de pacotes
de softwares, mas tambm a instalao das mquinas e tambm as instalaes
fsicas da biblioteca. Uma biblioteca automatizada que no possui um espao
fsico e acessibilidade adequada, deixa de aproveitar muito de seu sistema.
Conforme implementado, o sistema atinge seu objetivo e comea a passar
por mudanas e/ou atualizaes com o objetivo de acompanhar o crescimento da
prpria biblioteca.
-
37
Por ltimo, o sistema alcana um estado de deteriorao, torna-se menos
eficaz do que era antes, seja por falhas mecnicas ou mesmo por no ter se
ajustado e evoludo de modo a acompanhar as mudanas. Neste contexto tem-se
a possibilidade de deixar com que a deteriorao siga seu curso ao mesmo
tempo em que se planeja a implantao de um novo sistema. A etapa final a
substituio do sistema.
Em 1994, Rowley afirmou que a durao dessas etapas variariam de um
sistema para outro, sendo desejvel que a etapa de evoluo operacional tenha
sempre a maior durao possvel, podendo durar muitos anos.
Na realidade atual, com a rapidez com que se desenvolvem as novas
tecnologias, talvez no se justifique permanecer modificando, atualizando e at
suportando certas falhas de alguns softwares perante a facilidade de intercmbio
de informaes e quantidade de programas disponveis no mercado.
Todas essas etapas devem ser feitas observando as necessidades dos
usurios, tal como afirmou Amaral (1996, p. 334):
Se no houver a preocupao com o interesse da clientela/usurios, de nada adiantar o avano tecnolgico. Os produtos e servios automatizados precisam respeitar e entender as necessidades e exigncias de qualidade, confiabilidade, respeitando as pecualiaridades (sic) especficas de cada comunidade.
36
O usurio o cliente da biblioteca, e assim como acontece em qualquer
empresa do mundo capitalista atual, todas as mudanas e melhorias tm de ser
feitas a fim de agradar e facilitar a vida de seus clientes/usurios.
Ainda sobre o assunto, Ramos e Crte et al. (1999, p. 242) ressaltam:
O cenrio indica que, se as bibliotecas e centros de documentao quiserem oferecer melhor servio aos usurios e cumprir sua misso, necessrio se torna acompanhar passo a passo o desenvolvimento da sociedade, entender com mais preciso os hbitos e os costumes dos usurios, adaptar as tecnologias s necessidades e quantidades de informao de que dispem, assim como utilizar um sistema informatizado que privilegie todas as etapas do ciclo documental, no qual a escolha recaia sobre uma ferramenta que contemple os recursos hoje disponveis, sem se tornar obsoleto a mdio e longo prazos.
37
A partir do momento que passa por esse processo de avaliao no
somente das caractersticas intrnsecas da unidade de informao, mas tambm
36
AMARAL, S. A. Marketing e desafio profissional em unidades de informao. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 25, n. 3, p. 330-336, 1996.
37 RAMOS E CRTE et al. Automao de bibliotecas e centros de documentao: o processo de avaliao e seleo de softwares. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 28, n. 3, p. 241-256, set../dez. 1999.
-
38
as caractersticas que fogem ao espao fsico de suas instalaes, que so os
usurios, pode-se partir para a escolha do software propriamente dito.
Esta pesquisa gira em torno de um nico software, analisando suas
peculiaridades e benefcios que proporcionou ao local onde foi instalado. Desta
forma, tornar-se-ia enfadonha se levantasse caractersticas de tantos outros
exemplos de softwares disponveis. Com o intuito de no destoar dos objetivos
principais, analisa-se pormenorizadamente apenas o software Gnuteca.
3.3 O Software GNUTECA
O Gnuteca um sistema para automao de todos os processos de uma
biblioteca, independente do tamanho de seu acervo ou da quantidade de
usurios. O sistema foi criado de acordo com critrios definidos a validados por
um grupo de bibliotecrios e foi desenvolvido tendo como base de testes uma
biblioteca real, a do Centro Universitrio Univates, onde est em operao desde
fevereiro de 2002. Atualmente, o software encontra-se disponvel no site:
www.Gnuteca.org.br, onde depara-se, na extremidade direita da pgina, com
links direcionando aos downloads, ao frum, s novidades e ao vdeo de
apresentao ao Gnuteca 3.0.
Para efetuar o download, clica-se no link de mesmo nome, e ao ser
direcionado pgina onde encontram-se aos pacotes disponveis para este
procedimento, clica-se na primeira opo que intitula-se: Gnuteca32.deb.
O download propriamente dito encontra-se na pgina intitulada Portal do
Software Pblico Brasileiro, que foi criado em abril de 2007 e compe-se de mais
de 50 softwares livres e disponveis qualquer pessoa perante um simples e
intuitivo cadastro no portal.38
O processo de instalao e configurao do sistema um tanto complexo
e destoaria do assunto tratado no corpo deste trabalho, por isso encontrar-se-
disponvel no Anexo A Manual de instalao do software Gnuteca.
Como Ramos e Crte et al. (1999) e Ramos e Crte et al. (2012)
ressaltaram em seus estudos, alguns critrios para a seleo de softwares para
automao de bibliotecas precisam ser observados, e podem ser dividir as
caractersticas desejveis do sistema em:
38
O PORTAL do software pblico brasileiro SPB. Disponvel em: . Acesso em: 31 ago. 2012.
-
39
a) relacionadas tecnologia;
b) relacionados ao processo de seleo e aquisio;
c) relacionadas ao processamento tcnico dos documentos;
d) relacionadas ao emprstimo de documentos;
e) relacionadas ao processo de recuperao de informao;
f) relacionadas ao processo de divulgao de informao;
g) relacionados ao processo gerencial.
Estes critrios so tratados mais minuciosamente no captulo de resultados
e discusses, onde atravs dos relatos colhidos no campo de estudo, poder ser
feita a anlise da efetividade do software em atender a essas especificaes.
-
40
4 MATERIAIS E MTODOS
4.1 Tipo de pesquisa
Esta pesquisa de cunho exploratrio, que [...] tem como objetivo o
aprimoramento de idias (sic) ou descoberta de intuies. (GIL, 2002, p. 41).39
uma pesquisa descritiva, a qual segundo Gil (2008), possui como [...]
objetivo a descrio das caractersticas de uma populao, fenmeno ou de uma
experincia.40 Caracteriza-se, portanto, como um estudo de caso nico, [...] que
o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento.41 (GIL, 2002, p. 54).
Utilizou-se da tcnica de entrevistas direcionadas s profissionais
bibliotecrias da Biblioteca ngela Vaz Leo, as quais viveram a experincia
desde a tomada de deciso que resultou na implantao do software Gnuteca,
at os dias atuais onde so feitas vrias melhorias e atualizaes pertinentes
otimizao dos servios prestados pela biblioteca. Salienta-se o embasamento
bibliogrfico como elemento norteador para a realizao do estudo.
4.2 Caracterizao do campo de estudo
A Biblioteca ngela Vaz Leo a Biblioteca Central do Centro
Universitrio de Formiga - UNIFOR, est localizada no Campus no prdio 2,
trreo, Av. Dr. Arnaldo Senna, 328, no bairro gua Vermelha, em Formiga- MG.
O quadro de funcionrios composto por trs bibliotecrias, duas auxiliares e
quatro estagirios.
Seu pblico alvo composto pelos docentes, discentes e funcionrios da
instituio. Tem como misso promover o acesso, disseminao e uso da
informao como subsdio ao ensino, pesquisa e extenso, contribuindo para a
evoluo e produo do conhecimento.
A capacitao dos usurios para a utilizao dos servios e das ferramentas
de acesso informao seu principal objetivo, como forma de elevar a produo,
reflexo, independncia e capacidade de explorao dos usurios.
Os servios oferecidos pela biblioteca abrangem o emprstimo, a consulta,
bem como o acesso Internet, alm de oferecer como produtos: a normalizao
39
GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2002. 40
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2008. 41
______. Como classificar as pesquisas? In:______. Como elaborar projetos de pesquisas. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2002.
-
41
de documentos, o treinamento de usurio, a comutao bibliogrfica, emprstimo
entre bibliotecas, a pesquisa bibliogrfica, a elaborao de ficha catalogrfica
para trabalhos de concluso de cursos, entre outros produtos e servios.
Para gerenciar alguns desses servios e produtos so utilizados os
softwares: Gnuteca e Microisis.
O horrio de atendimento de segunda a sexta-feira, de 07:00 s 22:30
horas.
4.3 Amostra
Para a realizao das entrevistas, selecionou-se, aleatoriamente, duas das
bibliotecrias da Biblioteca ngela Vaz Leo do Centro Universitrio de Formiga
UNIFOR, sendo uma delas a coordenadora.
A bibliotecria coordenadora da biblioteca ngela Vaz Leo exerce a
funo desde 19/09/2001 at a presente data. Graduou-se em biblioteconomia
pela Escola de Biblioteconomia da Fundao Educacional Comunitria
Formiguense - FUOM em 1989 e desde sua graduao vem especializando-se e
sempre buscando mais conhecimento na rea de biblioteconomia e cincia da
informao. Especializou-se em Tratamento da Informao Cientfica e
Tecnolgica para Estruturao de Banco de Dados pela Faculdade Integrada
Teresa Dvila em 1996 e ainda buscou formao em disciplinas isoladas de ps
graduao, como gesto de bibliotecas universitrias: servios, produtos e
avaliao e linguagens documentrias.
No obstante, a bibliotecria coordenadora ainda completou diversos
cursos tais como: cabealhos de assuntos, identificao e tratamento de obras
raras e preciosas, curso de micro-isis, curso de Ensino a Distncia (EAD)
indexao e sistemas de recuperao de informao, entre outros. A bibliotecria
tem participao ativa em diversos seminrios, ciclos, fruns e encontros na rea
de biblioteconomia, alm de ser supervisora de estgio curricular dos alunos do
curso de biblioteconomia, e tambm ser membro do Comit de tica em Pesquisa
envolvendo Humanos (CEPH) do UNIFOR.
As graduaes mais relevantes da outra bibliotecria investigada, foram a
formao em Biblioteconomia na Fundao de Ensino Superior do Oeste de
Minas na Escola de Biblioteconomia em 1987 e a ps-graduao Lato Senso
-
42
nvel de especializao em Tratamento da Informao Cientfica e Tecnolgica
para estruturao de Banco de Dados.
Desde ento, vem realizando vrios cursos de aprofundamento na rea e
participaes em seminrios, simpsios e congressos, dentre os quais se
destacam o III Simpsio de Oficinas Pedaggicas do Centro de Extenso,
Pesquisa e Ps-graduao (CEPEP) em 2001 realizado em Formiga MG; curso
presencial de acesso aos servios e fontes de informao da Biblioteca Virtual
em Sade (BIREME) em So Paulo SP, realizado em 2002; curso de
elaborao e apresentao de projetos para implantao de servios e captao
de recursos, realizado no Seminrio Nacional de Bibliotecas Universitrias
(SNBU) em Natal RN no ano de 2004; curso de normalizao de trabalhos
acadmicos na Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) em So Paulo
SP, em 2004.
Participou do IX Encuentro de Directores y VIII de Docentes de Escuelas
de Bibliotecologa y Ciencia de la Informacin del Mercosur em 2012, que ocorreu
em Montevidu, com o artigo: Biblioteca Estao do Trabalhador: uma
experincia de incentivo leitura.
Todas estas participaes so de extrema relevncia para sua presente
atuao profissional como coordenadora do projeto de extenso do UNIFOR,
Biblioteca Estao do Trabalhador, que tem como pblico alvo os funcionrios de
empresas formiguenses; bem como para ministrar os cursos de Treinamento de
Acesso s Bases de Dados da BIREME, e o Mini-curso Uso de Citaes,
embasado na NBR 10520/2002 da ABNT.
Outro fato marcante na sua experincia profissional foi a publicao do
artigo Biblioteca Estao do Trabalhador na revista Conexo Cincia, um dos
peridicos mais renomados na rea de Cincia da Informao. Esta publicao
ocasionou na participao do XII SNBU, em Salvador BA no ano de 2006, para
apresentao do artigo, e no XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia,
Documentao e Cincia da Informao, realizado em Macei AL,
apresentando seu trabalho, Biblioteca Estao do Trabalhador, na categoria
Pster.
A escolha destas profissionais para participao no processo da pesquisa,
foi feita observando-se a relevante experincia de ambas e a efetiva participao
-
43
no processo de instalao do software Gnuteca, uma vez que o sucesso da
pesquisa depende, do embasamento em relatos de profissionais envolvidos no
decurso da implantao do software, garantindo a veracidade e preciso dos
fatos que levaram automao, bem como os obstculos enfrentados e os
resultados dessa implantao.
4.4 Consideraes ticas
A pesquisa fez-se em consonncia com os ditames da Resoluo 196/96
do Conselho Nacional de Sade, que estabelece as normas para pesquisa
envolvendo seres humanos.42
4.5 Instrumentos e procedimentos
Uma vez que o tema j estava basicamente estruturado, fez-se uma visita
biblioteca a fim de que as bibliotecrias conhecessem o objetivo do trabalho,
contribuindo para sua realizao.
A escolha da professora orientadora, Syrlei Maria Ferreira, ocorreu
subsequentemente, pela sua indubitvel capacidade de orientao, conhecimento
multidisciplinar, competncia na rea de desenvolvimento de pesquisa, presteza
e obsequiosidade para com seus orientandos.
Recebidos por todos com admirvel hospitalidade e solicitude, foi possvel
comear a traar o plano estratgico da pesquisa, primeiro embasando-se na
bibliografia relacionada ao tema e logo depois pensando sobre qual seria a
melhor forma de recolher dados para o estudo de caso na Biblioteca ngela Vaz
Leo do Centro Universitrio de Formiga UNIFOR.
Por se tratar de uma pesquisa com abordagem qualitativa, optou-se pelo
mtodo de entrevista semi-estruturada, que aquela que como afirma Manzini
(1990, p. 152): [...] est focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos
um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questes
inerentes s circunstncias momentneas entrevista.43 Sendo assim, esse tipo
de entrevista pode fazer emergir informaes de forma mais livre e as respostas
no esto condicionadas a uma padronizao de alternativas, tm-se perguntas
pr-estabelecidas, mas podem sofrer alteraes se o pesquisador desejar.
42
BRASIL. Conselho Nacional De Sade. Resoluo n 196, de 1996. Disponvel em: . Acesso em: 15 maio 2012.
43 MANZINI, E. J. A entrevista na pesquisa social. Didtica, So Paulo, v. 26/27, 1990/1991. p. 149-158. Disponvel em: . Acesso em: 25 de mar. 2012.
-
44
Constitui-se de perguntas abertas, possibilitando um resultado mais relevante e
passvel de discusso nesse tipo de abordagem.
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45
5 RESULTADOS E DISCUSSES
A pesquisa procedeu-se atravs de um questionrio baseado na obra de
Figueiredo (1998), que na realidade, serviu efetivamente, como um roteiro de
entrevista.44 As informaes bsicas foram coletadas, transcritas de forma
contextualizada aos objetivos da pesquisa, e logo aps foram repassadas s
entrevistadas, com o intuito de que as informaes presentes no destoassem
das ideias originais fornecidas.
O primeiro questionamento serviu para elucidar os motivos pelos quais
chegou-se concluso de que deveria ser instalado um novo software de
gerenciamento de bibliotecas.
As bibliotecrias investigadas esclareceram que os principais fatores para
a instalao de um novo sistema foi o crescimento que se notava na instituio, e
com isso no acervo da biblioteca. Tambm notou-se o fato de que os softwares
que eram utilizados no ofereciam atualizaes e melhorias para acompanhar o
desenvolvimento da instituio.
Neste contexto, eram utilizados quatro softwares diferentes, cada um
responsvel por uma etapa do gerenciamento da biblioteca tal como o MS Word,
responsvel por realizar o registro de materiais, o BookMaster, que executava o
emprstimo e a devoluo de livros, para a indexao era utilizado o Microisis, e
ainda o Bibliodata, para efetuar a catalogao.
Jennifer Rowley (1994) chamou este procedimento de mtodo gradativo
de automao. Este mtodo era adotado devido limitao de recursos e tinha
como vantagem a capacidade de automatizar a rea onde havia mais urgncia.
Porm, ao recorrer a este mtodo, havia a desvantagem de que eventualmente
esses programas seriam incompatveis com mudanas futuras, como a migrao
de softwares.
Na Biblioteca ngela Vaz Leo, apesar de passar por essa automao
gradativa, no ocorreu esta incompatibilidade, os softwares utilizados j
suportavam a catalogao no formato MARC, o que facilitou a migrao para o
Gnuteca.
44
FIGUEIREDO, Nice. A automao de bibliotecas universitrias: resultados de pesquisa. So Paulo: Associao Paulista de Bibliotecrios APB, 1998.
-
46
O segundo questionamento foi quanto aos problemas que pensaram
resolver com a implantao de um nico software que gerisse todos os processos
executados na biblioteca.
As bibliotecrias relembram a questo do retrabalho, servios repetitivos e
principalmente a demora nos processos tcnicos. A dificuldade na recuperao
da informao e a no disponibilizao do acervo para pesquisa na internet
tambm contriburam para a deciso, pois, com o advento das tecnologias, tudo
ficou mais rpido, os usurios no mais queriam acessar catlogos fsicos, o que
implicava muito tempo at mesmo para investigar a existncia ou no de algum
documento.
Em seguida, perguntou-se qual foi o sistema instalado e o tipo. Como j
citado no trabalho, o software escolhido foi o Gnuteca, que um software livre e
que tem sido desenvolvido pela Cooperativa de Solues Livres (SOLIS), que
tambm quem oferece as eventuais manutenes e o suporte tcnico
necessrio.
Tambm como j foi citado no decorrer da pesquisa, ressaltou-se o tipo de
catalogao adotado pelo sistema, que o formato MARC, ferramenta de
domnio exclusivo do bibliotecrio. O usurio em geral pode no entender a
importncia do formato de catalogao MARC, mas o que proporciona ao
computador o entendimento dos registros que esto sendo alocados em seu
sistema.
O formato MARC compreende duas sees: a seo 1, que contm
informaes descritivas dos dados bibliogrficos; e a seo 2, que contm os
dados bibliogrfico propriamente ditos. (ROWLEY, 1994 p. 77). Os campos da
sesso 2 so todos campos de tamanho varivel, sendo assim, necessrio
sinalizar o comeo e o fim de cada campo, sendo cada um precedido de um
pargrafo de trs caracteres e dois indicadores numricos, e termina com um
delimitador especial.
Um campo de tamanho fixo contm o mesmo nmero de caracteres em
cada registro, e como so fixos, no necessrio sinalizar para o computador
onde comea e termina cada campo.
Com estes sinalizadores, o computador passa a entender o que se refere a
autoria, ttulo da publicao entre outras informaes de cada documento.
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47
Processo este que elementar para qualquer bibliotecrio, porm o computador
no possui a inteligncia para identificar as peculiaridades de cada um.
Terminada a breve explicao sobre o formato MARC, Rowley (1994, p.
79) conclui dizendo que o MARC trouxe uma enorme contribuio padronizao
e comunicao por redes, e destaca: [...] Talvez um formato diferente seja
mais apropriado num ambiente onde predominem os catlogos em linha de
acesso pblico. Pode-se notar que essa observao no teve tanto efeito, pois
nos dias de hoje, dezoito anos aps seu comentrio, o formato MARC ainda
continua sendo o principal sistema de intercmbio de dados por computador.
Posteriormente, desejou-se compreender os principais motivos pelos quais
o Gnuteca foi eleito como a escolha mais acertada para o gerenciamento da
biblioteca. Verificou-se que o principal motivo para a escolha foi pelo fato de que
o Gnuteca um software livre, sendo assim, haveria substancial reduo de
custos/investimentos em sua instalao.
Outro fator importante que, por ser livre e de cdigo fonte aberto, o
software pode ser modificado e adequado unidade de informao onde for
instalado. Observa-se que encontrar um software que seja totalmente adequado
biblioteca quase utpico, mesmo os mais elaborados tm de estar em
consonncia com as caractersticas de cada ambiente, posto que, as bibliotecas
so unidades sociais, e sendo assim, diferentes e singulares em suas
pretenses. Na verdade, o sistema que realmente responder s necessidade de
automao dever ser alcanado por meio da customizao, critrio fundamental
na escolha de um software.45 (CAF; SANTOS; MACEDO, 2001, p. 73).
Requisito indispensvel ao planejamento de instalao de um novo
software, uma equipe competente. Em resposta ao questionamento sobre quais
membros estiveram envolvidos no processo, as bibliotecrias informaram que
alm das profissionais pertencentes biblioteca, tambm esteve presente um
profissional da rea de informtica. A equipe da biblioteca pesquisou os
softwares disponveis no mercado na poca e elaborou um relatrio com os
critrios a serem observados na aquisio e implantao de um sistema de
automao de bibliotecas, sugerindo quatro opes de softwares.
45
CAF, Lgia; SANTOS, Christophe dos; MECEDO, Flvia. Proposta de um mtodo para escolha de software de automao de bibliotecas. Cincia da Informao, Braslia, DF, v. 30, n. 2, p. 70-79, maio/ago. 2001.
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48
Foram feitas muitas reunies entre bibliotecrias e departamento de
informtica at se chegar a um consenso. A importncia de um profissional da
rea de informtica ressaltada pela coordenadora da biblioteca quando relata:
Uma pessoa da rea de informtica fundamental na equipe de implantao de u