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Introdução à Economia E-book 1 Tatiana Boulhosa

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Introdução à Economia

E-book 1

Tatiana Boulhosa

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Neste E-book:Introdução ����������������������������������������������������4

Conceito de economia ���������������������������� 6

A Escassez e os Problemas Econômicos Fundamentais ������������������� 8

Problemas Econômicos Fundamentais ��������������������������������������������10

Sistemas Econômicos ������������������������������12

Curva de Possibilidades de Produção ���������������������������������������������������� 14

Mudança na Curva de Possibilidades de Produção ������������������18Custo de Oportunidade ������������������������������������19

Funcionamento de uma Economia de Mercado: Fluxos Reais e Monetários ������������������������������������������������� 22Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo, Bens Intermediários e Fatores de Produção ����������������������������������������������������������26

Argumentos Positivos e Argumentos Normativos �����������������������30

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E-book

1Introdução à Economia

E-book

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Inter-Relação da Economia com outras Áreas do Conhecimento ���������� 32

Divisão do Estudo Econômico �������������34

Considerações finais������������������������������� 35

Síntese ���������������������������������������������������������36

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INTRODUÇÃOOlá, estudante!

Você sabia que, no seu dia a dia, a atividade econô-mica está presente em todas as situações? Quando você compra ou vende alguma coisa, quando ganha ou gasta dinheiro e quando trabalha, está participan-do da economia de seu país.

Além disso, quando você faz a leitura de um jornal, escuta um noticiário no rádio ou assiste a um co-mentário ou noticiário na TV, em muitos casos nos deparamos com questões econômicas, tais como, aumento de preços de produtos e serviços, cresci-mento ou queda no crescimento da economia do País, emprego, desemprego, ramos de atividades em crescimento ou queda, aumento de impostos etc.

Todos esses já são temas do nosso dia a dia, os quais são discutidos por nós, seja enquanto cidadãos ou empresários.

Além disso, atualmente, o conhecimento sobre as-suntos econômicos se faz mais necessário do que nunca, uma vez que a maior parte dos complexos problemas das sociedades modernas, tais como globalização, pobreza e a questão do meio ambiente, entre outros, está atrelada a problemas de natureza econômica.

Entretanto, apesar de a maioria das pessoas parti-cipar de atividades de natureza econômica, poucas

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possuem conhecimentos teóricos que lhes permi-tam analisar os problemas econômicos que cercam nosso cotidiano.

Esse é, sem dúvida, o grande motivo pelo qual deve-mos estudar economia. O seu estudo proporcionará um conjunto de conhecimentos que nos ajudará a formar opiniões a respeito dos grandes problemas econômicos do nosso tempo, tornando-nos cidadãos, de fato, em nossa sociedade.

Dessa forma, o objetivo do estudo da ciência econô-mica é analisar os problemas econômicos e apresen-tar formas de solucioná-los, de maneira que melhore a vida do cidadão.

Diante disso, neste módulo, você conhecerá um pouco do conceito da escassez, e dos problemas econômicos fundamentais; o funcionamento da eco-nomia de mercado, a inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento e a divisão do estudo da economia.

Podcast 1

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CONCEITO DE ECONOMIA Antes de nos aprofundarmos nos fundamentos da economia, é importante que você saiba de onde se origina a palavra: ela deriva do grego OIKONOMIA (de Óikos, casa, nómos, lei), que significa a admi-nistração de uma casa, ou de uma coisa pública ou de um estado.

Em economia, estudamos as maneiras pelas quais os diferentes tipos de sistemas econômicos admi-nistram seus limitados recursos com finalidade de produzir bens e serviços, objetivando satisfazer as ilimitadas necessidades humanas. Com isso, se o objetivo é atender, ao máximo, as necessidades da população e se os recursos são limitados, então a administração desses recursos tem de ser feita de maneira cuidadosa, econômica, racional e eficiente, ou seja, temos que economizar ou – o que é mais comum ouvir na atualidade – temos que otimizar os recursos.

Dessa forma, quando falamos que uma pessoa é eco-nômica, queremos dizer que é cautelosa ou cuidado-sa no gasto do dinheiro, ou na utilização de recursos, o que nos permite afirmar que essa pessoa é bem conservadora na administração dos seus recursos.

Assim, podemos definir a economia como a ciência social que estuda como os indivíduos decidem (es-

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colhem) como empregar recursos escassos e que poderiam utilizá-lo de forma alternativa, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas ou grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.

Saiba maisA economia, portanto, também é uma ciência so-cial, pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços.

Dessa forma, a ciência econômica deve oferecer soluções, ainda que em partes, sobre:• Escassez de recursos

• Custo de oportunidade

• Alocação de recursos

• O que é inflação?

• Os motivos da disparidade na distribuição de renda

• Qual o papel do governo no bem-estar da população?

• O que ocorre com o emprego e desemprego?

• Como se definem os preços?

• O que determina a existência de relações econô-micas internacionais?

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A ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS Quando se fala em escassez, isso significa que es-tamos discutindo o problema central de qualquer sociedade, pois, se não houvesse escassez, não teria por que estudar economia.

E a escassez só existe porque as necessidades hu-manas, a serem satisfeitas por meio do consumo dos mais variados tipos de bens e serviços, são infinitas ou ilimitadas; por outro lado, temos os recursos pro-dutivos (como mão de obra, terra, matérias-primas, dentre outros) que são limitados, ou seja, são insu-ficientes para produzir e atender o volume de bens e serviços necessários para satisfazer as necessidades de toda a sociedade, como retratado na figura 1.

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Figura 1:  A Escassez e o processo de escolha.

Dessa forma, a escassez de recursos está presente em qualquer sociedade, seja ela rica ou pobre.

Um exemplo do processo de escolha (escassez): quando você recebe seu salário, no final do mês, você certamente avalia o que fazer com os recur-sos, já que o valor do salário (recursos limitados) e suas necessidades ou desejos são maiores do que a disponibilidade de recursos e, dessa forma, você necessariamente terá de fazer a escolha de um, em sacrifício de outro.

Podcast 2

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PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAISDiante da escassez de recursos (limitados) e das ne-cessidades (ilimitadas) da sociedade, naturalmente essa mesma sociedade se vê na obrigação de fazer escolhas sobre o que, quanto, como e para quem produzir.

O que e quanto produzir?

Já que não é possível produzir a quantidade de produtos e serviços desejada pela sociedade, ela própria deve escolher, entre as várias alternativas, quais produtos e serviços serão produzidos e em que quantidade. Exemplo disso: devemos produzir mais roupas ou mais calçados? Mais aparelhos de telefone celular ou aparelhos de TV?

Como produzir?

A população tem de decidir a maneira pela qual os bens serão produzidos; nesse sentido, espera-se que seja utilizada a(s) técnica(s) que resulte no menor custo por unidade de produto a ser obtido.

Para quem produzir?

Uma vez definido qual produto deverá ser fabricado, a sociedade deverá tomar outra decisão importante –para quem o produto será produzido?

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Fique atentoProblemas econômicos fundamentais:

O que, quanto, como e para quem produzir.

Para a gestão de uma empresa, é de fundamental importância conhecer esses conceitos, haja vista que um dos focos da economia é a alocação eficiente de recursos escassos. Por exemplo, ao comprar matéria--prima, empregar mão de obra e tomar decisões so-bre investimentos, o gestor da empresa é envolvido na alocação de recursos. É preciso que se tomem decisões em três níveis a saber, conforme a figura 2:

Figura 2: Decisão relativa à produção da empresa.

O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende do sistema eco-nômico de cada país.

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SISTEMAS ECONÔMICOSUm sistema econômico pode ser definido como sen-do a forma na qual uma sociedade está organizada em termos políticos, econômicos e sociais para de-senvolver as atividades econômicas de produção, troca e consumo de bens e serviços.

Os elementos básicos de um sistema econômico são:• Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: aqui estão os recursos humanos (traba-lho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia.

• Complexo de unidade de produção: constituído pelas empresas.

• Conjunto de instituições políticas, jurídicas, eco-nômicas e sociais: que são a base da organização da sociedade.

Ainda assim, os sistemas econômicos podem ser classificados em:

Sistema capitalista ou economia de mercado, que é regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.

Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada: nesse sistema, as ques-

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tões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, cha-mados, nessas economias, de meios de produção, englobando os bens de capital, terra, prédios, bancos, matérias-primas.

Todavia, na atualidade, praticamente todos os paí-ses possuem algum tipo de economia de mercado. Assim, podemos dizer que a organização econômica é realizada a partir de algum sistema intermediário entre essas duas formas, combinando a atuação do mercado com a intervenção do governo.

Vale ressaltar que apresentamos as principais carac-terísticas de sistemas econômicos, ou seja, como as sociedades se organizam do ponto de vista eco-nômico. Não confundir com diferenças de regimes políticos (democracia, socialismo, comunismo), que, embora afetem e sejam afetados pelas questões eco-nômicas, representam um campo de discussão mais amplo, mais apropriado à área da ciência política.

Podcast 3

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO Para ilustrar um pouco mais sobre a questão da es-cassez de recursos e as alternativas que as socieda-des dispõem para resolver seus problemas econô-micos fundamentais, que são: o que, quanto, como e para quem produzir, a teoria econômica nos traz dois conceitos importantes, são eles: • curva de possibilidades de produção e

• custo de oportunidade.

A curva de possibilidades de produção expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, su-pondo o pleno emprego dos recursos ou fatores de produção de que se dispõe em determinado período de tempo.

Podemos dizer ainda que se trata de um conceito teórico, com o qual se ilustra como a escassez de recursos impõe limite à capacidade de produzir de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre opões de produção.

Saiba maisUma curva de possibilidades da produção mos-tra a produção máxima de dois bens ou serviços que podem ser produzidos, considerando-se o

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nível atual de recursos disponíveis e supondo-se uma máxima eficiência na produção.

No entanto, há três hipóteses básicas necessárias para que possamos desenvolver o modelo de curva de possibilidades de produção:• Existência de uma quantidade fixa de recursos: a quantidade e a qualidade dos recursos produtivos permanecem inalterada (constante) durante o perí-odo da análise.

• Existência do pleno emprego dos recursos: a eco-nomia opera com todos os fatores de produção ple-namente empregados e produzindo o maior nível de produto possível.

• A tecnologia permanece constante.

Para ilustrar melhor a aplicabilidade desse conceito, imaginemos uma economia que só produza máqui-nas e alimentos, e que as alternativas de produção de ambos sejam as seguintes, citadas na tabela 1:

Alternativa de produção

Motos (Milhares)

Chocolate (toneladas)

A 250 0

B 200 300

C 150 470,50

D 100 600

E 0 700

Tabela 1: Possibilidades de produção.

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Na primeira alternativa (A), todos os fatores de produ-ção seriam alocados para a produção de motos; na última (E), seriam alocados somente para a produção de chocolate e, nas alternativas intermediárias (B,C e D), os fatores de produção seriam distribuídos na produção de um e de outro bem.

Figura 3: Curva de possibilidades de produção.

A curva ABCDE, na figura 3, indica todas as possi-bilidades de produção de máquinas e de alimentos, nesse exemplo hipotético. Qualquer ponto sobre a curva significa que a economia irá operar em pleno emprego, ou seja, utilizando todos os fatores de pro-dução disponíveis.

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No ponto Y, ou em qualquer outro ponto interno à curva, quando a economia está produzindo 100 mil motos e 300 toneladas de chocolates, dizemos que se está operando com capacidade ociosa ou com desemprego.

O ponto Z representa uma combinação impossível de produção (250 mil máquinas e 500 toneladas de chocolates), uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que a economia dispõe seria in-suficiente para obter essas quantidades de bens, ultrapassando, assim, a capacidade de produção potencial.

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MUDANÇA NA CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃONo exemplo anterior, observamos que os pontos si-tuados à direita da fronteira de possibilidades de produção (tais como o ponto Z, por exemplo) eram inatingíveis, dada a tecnologia existente e a limitação de recursos produtivos.

Ocorre, entretanto, que a capacidade de produzir bens e serviços pode aumentar com o passar do tempo, devido a aumentos na dotação de recursos produ-tivos da economia. Assim, o avanço da tecnologia, aumento da força de trabalho, aumento do número de fábricas e instrumentos de produção etc. podem de-terminar o aumento nas possibilidades de produção.

Como podemos observar na figura 4, mostrando um deslocamento para a direita, indicando que o país está crescendo

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Figura 4: Deslocamentos da curva de possibilidadesde produção.

É importante observar, também, que assim como pode haver o deslocamento da curva para a direita, em função do crescimento da economia, o mesmo pode ocorrer para a esquerda, mostrando, assim, uma queda, ao invés de crescimeneto da economia.

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Custo de Oportunidade

Desde cedo, aprendemos que as pessoas têm de fazer escolhas porque existe a escassez. Com isso, devemos então fazer escolhas. O maior valor da opor-tunidade ou alternativa não escolhida vem a ser o que chamamos de custo de oportunidade. Toda vez

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que fazemos uma escolha, incorremos em um custo de oportunidade.

Como exemplo disso: você teve de fazer uma escolha para: estudar ou fazer outra atividade, como ir ao cinema, jogar futebol, ou ir ao teatro etc., ou seja, você optou por estudar, logo, você teve de abrir mão de algumas opções de lazer, então, o custo de opor-tunidade de você estudar é deixar de jogar futebol, ou ir ao cinema, ao teatro etc.

O custo de oportunidade é o valor econômico da me-lhor alternativa sacrificada, ao se optar pela produção de um determinado bem ou serviço. De outra forma, podemos expressar que o custo de oportunidade é a expressão utilizada para exprimir os custos, no que se refere às alternativas sacrificadas.

Como exemplo, podemos explorar a situação citada na curva de possibilidades de produção, quando a empresa produz 250 mil motos e produz 0 tonelada de chocolate; nesse caso, ela sacrificou a produção de alimentos em função da produção de máquinas, ou seja, esse foi o grau de sacrifício, ou ainda cha-mado (custo de oportunidade) que a empresa fez na produção de alimentos, em detrimento à produção de máquinas.

O custo de oportunidade também é chamado custo alternativo, ou ainda, custo implícito (pois não implica dispêndio monetário).

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Saiba maisO custo de oportunidade de qualquer atividade é aquilo de que abrimos mão, quando fazemos uma escolha, ou seja, é a perda da oportunidade ao buscar a alternativa mais atraente, levando-se em consideração o mesmo tempo e os mesmos recursos.

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FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO: FLUXOS REAIS E MONETÁRIOSAntes de nos aprofundarmos no funcionamento de uma economia de mercado, é importante definir o que é mercado. Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (que compõem o lado da procura) e vendedores (que compõem a oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contatos e realizam transações.

Do lado dos compradores, é constituído tanto por consumidores, que são compradores de bens e ser-viços, quanto de firmas, que são compradoras de recursos (trabalho, terra, capital e capacidade em-presarial) utilizados na produção de bens e serviços.

Já o lado dos vendedores é composto pelas firmas, que vendem bens e serviços aos consumidores e pelos proprietários de recursos (trabalho, terra, ca-pital e capacidade empresarial), que os vendem (ou arrendam) para as firmas, em troca de remuneração (salários, aluguéis etc.).

Para compreender o funcionamento do sistema eco-nômico: vamos pensar uma economia de mercado

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que não tenha interferência do governo e não tenha comercialização com o exterior. Os agentes econô-micos são as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção (empresas) no mercado dos fatores de produção. As empresas, pela com-binação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias, no mercado de bens e serviços.

A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços é o que chamamos de fluxo real da economia, con-forme demonstrado na figura 5.

Figura 5:  Fluxo real da economia.

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Nota-se na figura 5 que as famílias e empresas exer-cem dupla função. No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas oferecem os mercados de fatores de pro-dução, as famílias oferecem os serviços dos fatores de produção (mão de obra), enquanto as empresas os demandam.

No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença de moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pa-gamento dos bens e serviços.

Dessa forma, paralelamente ao fluxo real, temos também o fluxo monetário da economia, conforme a figura 6.

Figura 6: Fluxo monetário da economia.

Unindo os fluxos real e monetário da economia, te-mos o denominado fluxo circular da renda, como demonstrado na figura 7.

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Figura 7:  Fluxo circular da renda.

É importante ressaltar que, em cada um dos merca-dos, atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços, formam-se os preços dos bens e serviços, enquanto, no mercado de fatores de pro-dução, são determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis, lucros, royalties dentre outros).

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Assim, esse fluxo, também chamado fluxo básico, é o que se estabelece entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora o setor público, contemplando também os efeitos dos impostos e dos gastos pú-blicos ao fluxo anterior, assim como o setor externo, que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o resto do mundo.

Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo, Bens Intermediários e Fatores de Produção

Antes de apresentarmos os bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção, é importante saber primeiramente o conceito de bem.

Pode-se dizer que bem é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou mais necessidades humanas.

Os bens podem ainda ser classificados quanto à raridade, em bens livres e bens econômicos.

Bens livres são aqueles que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. Como exemplo, citamos a luz solar, o ar, o mar etc., que são classificados como bens porque satisfazem necessidades, mas cuja utilização não implica relações de ordem econômica. Sendo

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que a principal característica dos bens livres é a de que não possuem preço (têm preço zero).

Já os bens econômicos, ao contrário, são relativa-mente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. Esses bens apresentam como características básicas o fato de terem um preço.

Sendo assim, os bens econômicos podem ser clas-sificados em duas formas: bens materiais e bens imateriais ou serviços. Os bens materiais são de natureza material, sendo, portanto, tangíveis; toma-mos como exemplo roupas, geladeiras, livros etc., enquanto que os bens imateriais ou serviços são intangíveis, ou seja, não podem ser tocados; para esses bens temos, também, alguns exemplos: servi-ços advocatícios, serviços médicos, além de vários outros tipos de prestação de serviços.

Quanto ao destino, os bens materiais são classifica-dos em bens de capital e bens de consumo.

Os bens de capital são utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. Um exemplo são as máquinas e equipamentos utilizados no processo de produção de bens.

Saiba maisToda vez que há aumento na produção de bens de capital, significa dizer que a economia tende a crescer, já que mais máquinas e equipamentos

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estão sendo produzidos e irão contribuir na pro-dução de mais bens.

Já os bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. E, de acordo com sua durabilidade, eles podem ser classi-ficados em duráveis; como exemplo: mesa, cadeira, geladeira, fogão etc.; e os não duráveis – podemos utilizar como exemplo: os alimentos, medicamentos, entre outros.

Enquanto os bens intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens e são con-sumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matérias-primas). Diferenciando-se dos bens finais, que são vendidos para o consumo ou utilização final.

Por sua vez, os fatores de produção, chamados de recursos de produção da economia, são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade em-presarial), terra, capital e tecnologia.

É importante destacar que cada fator de produção corresponde a uma remuneração, a saber:

Fator de produção Tipo de remuneraçãoTrabalho Salário

Capital Juro

Terra Aluguel

Tecnologia Royalty

Capacidade empresarial Lucro

Tabela 2: Fator de produção e tipo de remuneração.

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Nesse quadro, observa-se que, em economia, con-sidera-se o lucro também como remuneração a um fator de produção, representado pela capacidade em-presarial ou gerencial dos proprietários da empresa.

Os bens podem ser classificados, ainda, em bens privados e bens públicos.

Os bens privados são produzidos e possuídos priva-damente. Alguns exemplos disso: automóveis, apare-lhos de telefones, aparelhos de TVs etc. Enquanto os bens públicos se referem ao conjunto de bens gerais fornecidos pelo setor público, temos como exemplos: educação, segurança, transportes, saúde etc.

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ARGUMENTOS POSITIVOS E ARGUMENTOS NORMATIVOSA economia é uma ciência social que se utiliza fun-damentalmente de uma análise positiva, que deverá explicar os fatos da realidade. Assim, os argumentos positivos estão contidos na análise que não envolve juízo de valor, estando restrita e limitada a argumen-tos descritivos, ou medições científicas.

Um exemplo de argumentos positivos: “São Paulo é o primeiro Estado na produção industrial brasileira”, isso é uma análise do que é, sem fazer qualquer julgamento de valor.

Já quanto aos argumentos normativos, é uma aná-lise que contém juízo de valor, seja ela implícita ou explícita sobre alguma medida econômica.

Como exemplo, podemos citar: “o combate ao de-semprego deveria ser uma prioridade, em relação ao combate da inflação”.

Vale ressaltar que a análise econômica positiva e a análise econômica normativa estão intimamente relacionadas. O economista dificilmente consegue adotar uma atitude exclusivamente positiva desvenci-

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lhando-se de uma realidade social, econômica, cultu-ral e política. Por outro lado, jamais conseguirá uma teoria econômica normativa sem os conhecimentos da economia positiva.

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INTER-RELAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTOEmbora a economia tenha seu núcleo de análise e seu objeto bem definidos, ela tem relação com ou-tras áreas do conhecimento. Afinal, todas estudam a mesma realidade e, evidentemente, há muitos pontos comuns, como é o caso do Direito, da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia, entre outras.

Apenas para exemplificar, citamos a relação com algumas áreas do conhecimento.

Direito: ciência das normas obrigatórias que dis-ciplinam as relações dos homens em sociedade;

Sociologia: estudo objetivo das relações que se estabelecem, consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem em uma comunidade ou em um grupo social, ou entre grupos sociais diferentes que vivem em sociedade mais ampla.

Antropologia: ciência que reúne várias disciplinas, cujas finalidades comuns são descrever o homem e analisá-lo com base nas características bioló-gicas e culturais dos grupos em que se distribui,

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dando ênfase, através das épocas, às diferenças e variações entre esses grupos.

Psicologia: ciência que trata da mente e de fenô-menos e atividades mentais.

Por isso, a economia, também é uma Ciência Social, pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços.

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DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICOA análise econômica, para fins didáticos, é normal-mente dividida em quatro áreas de estudo:• Microeconomia: examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como os consumido-res e empresas interagem no mercado. Preocupa-se também com a determinação dos preços e quanti-dade em mercados específicos.

• Macroeconomia ou teoria macroeconômica: estu-da a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como o PIB, consumo nacional, investi-mento agregado, exportação, etc. com o objetivo de delinear uma política econômica.

• Economia internacional: analisa as relações eco-nômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras.

• Desenvolvimento econômico: preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da sociedade ao longo do tempo.

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CONSIDERAÇÕES FINAISEste módulo explicou o conceito da economia como a ciência social que estuda como os indivíduos deci-dem (escolhem) como empregar recursos escassos e que poderiam utilizá-lo de forma alternativa, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí--los entre as várias pessoas ou grupos da socieda-de, a fim de satisfazer as necessidades humanas, e, além do conceito de economia, apresentou também o conceito e escassez e os problemas econômicos fundamentais para qualquer tipo de economia.

Ainda neste módulo foi abordado o sistema econômi-co e seus elementos e a curva de possibilidades de produção, ajudando a reforçar o conceito de escas-sez e como é praticado esse processo de escolha no dia a dia da sociedade; foi discorrido também sobre os fluxos real e monetário da economia, chegando até o fluxo circular da economia e a importante rela-ção da economia com as demais ciências do conhe-cimento e finalizamos mostrando como se divide o estudo da economia.

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Síntese

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ReferênciasMANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

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PARKIN, Michael. Economia. São Paulo: Pearson, 2009.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2000.

TROSTER, Roberto Luis; MORCILLO, Francisco Mochón. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 1999.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

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