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 X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                            p.1         O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)     Resumo A formação de professores para a educação básica tem sido alvo de investimento das políticas educacionais brasileiras, principalmente após LDB/96, visando à melhoria da educação. Dentre iniciativas mais recentes do governo federal, está o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), foco dessa escrita. A proposta desse artigo é apresentar e discutir quais têm sido os objetivos e resultados de estudos sobre o PIBID, por meio de um levantamento junto ao Banco de Teses e dissertações da CAPES e aos trabalhos apresentados na XVI Reunião do Endipe de 2012, a fim de construir um panorama sobre a efetivação desse Programa. A pesquisa para essa escrita envolveu, dentre outros procedimentos: o levantamento bibliográfico a partir da leitura dos títulos e/ou resumos dos textos e a organização dos dados em sínteses, nas quais se buscou identificar tendências nos aspectos abordados e nos resultados encontrados pelos autores dos estudos investigados, apoiada na metodologia da Análise Textual Discursiva Moraes e Galiazzi (2007). A partir do levantamento realizado percebese a avaliação positiva do PIBID e apontamse aspectos que merecem estudos mais aprofundados, como o impacto desse programa nas instituições formadoras.  Palavraschave: Formação de professores para Educação Básica. Políticas de Formação de professores. PIBID.   Priscila de Lima Verdum IFRS [email protected]        

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X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.1 

 

 

 

 

    O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)    

 

Resumo A formação de professores para a educação básica tem sido alvo de  investimento das políticas educacionais brasileiras, principalmente  após  LDB/96,  visando  à  melhoria  da educação.  Dentre  iniciativas  mais  recentes  do  governo federal, está o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à  Docência  (PIBID),  foco  dessa  escrita.  A  proposta  desse artigo é apresentar e discutir quais têm sido os objetivos e resultados  de  estudos  sobre  o  PIBID,  por  meio  de  um levantamento  junto  ao  Banco  de  Teses  e  dissertações  da CAPES  e  aos  trabalhos  apresentados  na  XVI  Reunião  do Endipe  de  2012,  a  fim  de  construir  um  panorama  sobre  a efetivação  desse  Programa.  A  pesquisa  para  essa  escrita envolveu,  dentre  outros  procedimentos:  o  levantamento bibliográfico a partir da leitura dos títulos e/ou resumos dos textos e a organização dos dados em sínteses, nas quais se buscou identificar tendências nos aspectos abordados e nos resultados  encontrados  pelos  autores  dos  estudos investigados,  apoiada  na metodologia  da  Análise  Textual Discursiva  Moraes  e  Galiazzi  (2007).  A  partir  do levantamento  realizado percebe‐se a avaliação positiva do PIBID  e  apontam‐se  aspectos  que merecem  estudos mais aprofundados,  como  o  impacto  desse  programa  nas instituições formadoras.  Palavras‐chave: Formação de professores para Educação Básica. Políticas de Formação de professores. PIBID.  

 Priscila de Lima Verdum 

IFRS [email protected] 

      

 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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1. Introdução 

O  professor  tem  papel  fundamental  na  efetivação  de  propostas  que  visem  à 

melhoria  da  educação  escolar  e,  por  isso,  sua  formação  tem  sido  alvo  constante  das 

reformas  educacionais  tanto  em  nível  local,  nacional  e  internacional,  especialmente  a 

partir da década de 90.  

Em âmbito internacional, por exemplo, Maués (2011) ao analisar os documentos da 

Organização  de  Cooperação  de  Desenvolvimento  Econômico  (OCDE)1  constata  que  a 

maioria  das  soluções  para  a  melhora  da  qualidade  da  educação  indicadas  por  essa 

organização, diz respeito à formação de professores. 

No Brasil,  influenciado pelas orientações de organizações  internacionais, como a 

instituição antes referida, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LBD/96), vários mecanismos de regulação têm sido 

elaborados, visando disciplinar e qualificar as ações relativas à formação dos profissionais 

da educação. Nessa  legislação a preocupação com valorização do magistério é expressa 

em  diferentes  artigos  (61  a  67).  É  importante  citar  também  as  Diretrizes  Curriculares 

Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso 

de licenciatura, de graduação plena (RESOLUÇÃO CNE/CP N.º 01/2002), cujas orientações 

buscam  adequar  a  formação  docente  ao  contexto  atual,  dentre  outras  maneiras, 

fomentando  processos  de mudança  nas  instituições  formadoras,  que  permitam maior 

aproximação  entre  a  teoria  e  a  prática,  uma  preocupação  constante  na  formação 

docente.  

O governo federal defende uma formação que não seja descontextualizada, com 

forte ênfase na teoria, em detrimento das questões de ordem metodológicas e didáticas, 

o que é importante. Maués (2003) aponta que as reformas propostas para a formação de 

professores no Brasil têm trazido de uma maneira muito enfática a preocupação com a 

prática, usando como argumento que os cursos de formação são muito teóricos, que os 

                                                            1   A OCDE é uma entidade  internacional, formada por países ricos, cuja missão é promover/recomendar 

políticas que melhorarão a economia bem‐estar social em  todo o mundo. Todas as suas ações  têm o compromisso comum para o desenvolvimento, emprego, comércio e engajamento sustentável, baseada na  cooperação  internacional  e  para  o  bem‐estar  de  todos.  Disponível  em: <http://www.oecd.org/fr/apropos/>. Acesso em: 13 dez. 2013. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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professores  não  dominam  suficientemente  os  conteúdos  que  deverão  ser  trabalhados 

com os alunos e que os resultados apresentados são insuficientes. A autora, no entanto, 

alerta para que não se acabe valorizando apenas o aspecto prático da profissão,  tendo 

em  vista que  esse  saber  se perde,  se  não  estiver  ligado  a  uma  vontade política,  a  um 

querer que determina a intencionalidade do ato educativo.  

De  acordo  com  um  estudo  organizado  por  Gatti  e  Nunes  (2008),  sobre  os 

currículos dos cursos de Pedagogia, Letras, Matemática e Biologia, o perfil da educação 

centrada  no  conhecimento  disciplinar  específico  ainda  é  muito  forte  e  a  formação 

pedagógica tem papel menor nesses processos formativos. Há uma preocupação com o 

“por  quê?”  ensinar,  em  detrimento  de  outras  também  importantes:  “o  quê?”  e  o 

“como?” ensinar. Gatti e Nunes (2008) chamam a atenção para o fato de que mesmo com 

a proposição das Diretrizes Curriculares Nacionais  (RESOLUÇÃO CNE/CP N.º 01/2002) de 

inserir disciplinas de cunho pedagógico nos cursos de licenciatura desde o início, há ainda 

muitos  cursos  que  não  seguem  essa  orientação,  e  outros  que  o  fazem,  mas  sem 

estabelecer relações entre esses conhecimentos e o conhecimento disciplinar.  

Diante desse contexto, dentre as ações recentes do governo com vistas qualificar 

a formação docente e superar essa a problemática da dicotomia teoria e prática, está o 

Programa  Institucional  de  Bolsas  de  Iniciação  à  Docência  (PIBID),    tema  deste  artigo. 

Maués  (2012), ao  tratar dos marcos  regulatórios da  formação de professores no Brasil, 

aponta  a  necessidade  de  estarmos  atentos  à  proposição  e  execução  das  políticas  e 

projetos,  na  perspectiva  de  identificar  dificuldades,  potencialidades  e  poder  contribuir 

para a melhora e/ou redirecionamento dessas propostas.  

Com essa intenção, apresenta‐se nesse artigo uma primeira aproximação ao PIBID, 

com o objetivo de identificar as questões que têm sido exploradas sobre esse programa e 

as conclusões a que têm chegado sobre as mesmas pesquisadores do campo educacional. 

Para  tal,  foi  realizado  um  levantamento  das  produções  científicas  sobre  o  tema, 

constantes no Banco de Teses e Dissertações da CAPES2 e em trabalhos apresentados no 

Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (Endipe)3 no período de 2010 – 20124. 

                                                            2   A  Coordenação  de  Aperfeiçoamento  de  Pessoal  de  Nível  Superior  ‐  CAPES  ‐  disponibiliza  essa 

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2. A dicotomia teoria e prática na formação de professores 

Segundo  Rios  (2003),  desde  a  década  de  80,  se  observa  nas  discussões  dos 

próprios educadores, uma separação entre as dimensões técnica e política na formação 

docente, chegando‐se a afirmar que alguns  indivíduos  teriam competência  técnica, mas 

não  seriam  comprometidos  politicamente,  e  outros,  ao  contrário,  teriam  grande 

comprometimento político, mas não possuiriam qualidades de caráter técnico.  

Essa discussão acabou por converte‐se numa questão problemática, uma vez que 

criou,  equivocadamente,  uma  dicotomia  entre  as  duas  dimensões  da  competência, 

mesmo  reconhecendo  que  eram  componentes  de  uma  unidade.  Para  superar  essa 

dicotomia,  Rios  (2003)  defende  a  presença  de  uma  dimensão  ética,  isto  é,  de  uma 

reflexão  de  caráter  crítico  sobre  os  valores  presentes  na  prática  dos  indivíduos  em 

sociedade. Para a autora, como elemento de mediação entre a técnica e a política, a ética 

deve  estar  presente  na  técnica,  que  não  é  neutra,  e  na  política,  que  abriga  uma 

multiplicidade de poderes e interesses, pois dessa forma ela garantirá o caráter dialético 

da relação.  

O que Rios  (2003)  argumenta  é que  em  toda  ação docente,  encontram‐se  uma 

dimensão técnica, uma dimensão política, uma dimensão estética e uma dimensão moral, 

que pode ser de boa ou má qualidade. Assim, para que a qualifiquemos de competente, 

isto é, de boa qualidade, dependerá de como pensamos que cada uma destas dimensões 

deve  revestir‐se.  Tal  pensamento  será  condicionado  pelo  contexto  social  em  que  o 

                                                                                                                                                                                          ferramenta de busca e consulta a informações sobre teses e dissertações defendidas junto a programas de pós‐graduação do país, disponibilizando os  resumos  relativos  a  teses  e dissertações defendidas  a partir de 1987. As informações são fornecidos diretamente à CAPES pelos programas de pós‐graduação, que  se  responsabilizam  pela  veracidade  dos  dados. As  ferramentas  permitem  a  pesquisa  por  autor, título  e  palavras‐chave. Disponível  em:  <http://www.capes.gov.br/cadastro‐de‐discentes/teses‐dissertacoes>. Acesso em: 11 abr. 2014. 

3   O  ENDIPE  é  um  evento  científico  que  congrega  pesquisadores  e  profissionais  da  educação  que trabalham  com  questões  relacionadas  a  temática  da  formação  docente,  do  ensino  das  diferentes disciplinas e do currículo. Em sua página na  internet, menciona‐se que é o maior evento acadêmico na área  da  Educação,  uma  vez  que,  em  seus  últimos  encontros,  tem  contado  com mais  de  quatro mil participantes. O  ENDIPE ocorre  de dois  em dois  anos,  em diferentes  Estados  e  são organizados por Instituições  de  Ensino  Superior.  Disponível  em:  <http://www.fae.ufmg.br/endipe/publicacoes.php>. Acesso em: 11 nov. 2013  

4   Inicialmente, pensou‐se e incluir a pesquisa nos trabalhos apresentados na Associação Nacional de Pós‐Graduação e Pesquisa em Educação (Anped). Entretanto, ao fazer o levantamento, não foi encontrado nenhum trabalho que tivesse o PIBID como temática.  

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professor  vive  e  desenvolve  seu  ofício,  por  isso  a  autora  coloca  que  a  competência  é 

sempre  situada,  não  se  podendo  falar  dessa  como  algo  abstrato  ou  como  um 

determinado  modelo fechado a ser seguido. Nesse sentido, a tese defendida pela autora 

é de que: 

 [...] o trabalho docente competente é um trabalho que  faz bem [grifo da autora]. É aquele em que o docente mobiliza todas as dimensões de sua ação com o objetivo de proporcionar algo bom para si mesmo, para os alunos e para a sociedade. Ele utiliza todos os recursos de que dispõe – recursos  que  estão  presentes  ou  que  se  constroem  nele mesmo  e  no entorno ‐  e o faz de maneira crítica, consciente e comprometida com as necessidades concretas do contexto social em que vive e desenvolve seu ofício. (RIOS, 2003, p.87)  

Cunha,  Fernandes  e  Pinto  (2008),  ao  dissertarem  sobre  o  ensino  na  graduação 

propõem a discussão da questão “qualidade” na formação de professores, e na educação 

como um todo, a partir do conceito de  inovação. Porém, a  ideia de  inovação, aqui, não 

está reduzida à questão de novos aparatos tecnológicos, mas refere‐se às rupturas com 

as  formas  tradicionais de ensinar e aprender, baseadas na memória e na  repetição. As 

autoras destacam que as  inovações, entendidas como  rupturas paradigmáticas, exigem 

dos  professores  reconfiguração  de  saberes  e  favorecem  o  reconhecimento  da 

necessidade  de  trabalhar  no  sentido  de  transformar.  Uma  mudança  que  urge  a 

implantação  de  novos  modos  de  pensar  e  fazer  a  educação  no  âmbito  escolar,  por 

exemplo:  a  reorganização  da  relação  teoria  /prática,  rompendo  com  a  ideia  de  que  a 

teoria  precede  a  prática;  a  ruptura  com  a  forma  tradicional  de  ensinar  e  aprender, 

baseadas na repetição e memorização; a gestão participativa, desde a concepção até as 

análises; a reconfiguração dos saberes; entre outros.  

 Uma das possibilidades de proporcionar condições para que o professor  realize 

essa  inovação, segundo diferentes autores (DEMO, 1994; ALARCÃO; 1998), é através da 

investigação  como procedimento de  construção  científica  e  como processo  formativo, 

que deve estar  inserida no  cotidiano das  instituições escolares. Ou  seja, o que esses e 

outros autores defendem é a pesquisa como condição fundamental à prática  inovadora 

do professor. O que enfatiza a ideia da postura reflexiva diante da prática, como condição 

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sine  qua  non  para  que  o  professor  se  torne  um  pesquisador  da  sua  prática,  capaz  de 

propiciar a construção de uma postura investigativa. 

Tanto  a  formação  inicial  quanto  a  formação  continuada,  nesse  sentido,  devem 

criar  condições  para  que  o  professor  possa  observar,  compreender,  refletir  sobre  o 

processo  educativo  e  sobre  a  realidade  social,  tornando‐se  também  um  produtor  de 

conhecimentos,  transformando,  assim,  sua  realidade  e  promovendo  uma  educação  de 

qualidade. Teríamos na proposta do PIBID uma boa maneira para superar a problemática 

da articulação teoria e prática, sem, contudo, valorizar uma formação  instrumental, mas 

sim reflexiva, crítica sobre o trabalho docente e seu papel? Ao que tudo indica, a resposta 

parece ser positiva. 

 

3.  Programa  de  Iniciação  à  Docência  (PIBID):  teoria+prática/  instituição formadora + escola 

De acordo com informações presentes na página do PIBID na internet5 o Programa 

é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para 

a educação básica, que concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos 

de  iniciação  à  docência  desenvolvidos  por  Instituições  de  Educação  Superior  (IES)  em 

parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. 

 Trata‐se  de  um  programa  sob  égide  da  Capes,  órgão  que  em  função  das 

alterações sofridas a partir da Lei n.º 11.502, de 11 de  julho de 2007, passou também a se 

voltar  para  a  capacitação  dos  docentes  da  educação  básica,  incentivando  tanto  a 

formação  inicial  quanto  a  formação  continuada  desses  profissionais,  por  meio  da 

Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB) que organiza as ações nesse sentido.  

A DEB tem como referência de suas ações, uma matriz que articula três vertentes 

e serve como base para a criação dos programas por ela desenvolvidos, como o PIBID. 

Esses referenciais podem ser observados na figura 1. 

 

                                                            5   Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao‐basica/capespibid>. Acesso em: 15 nov. 2013. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.7 

 

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Figura 1 – Matriz de referência das ações do PIBID. 

 

Fonte: Relatório de Gestão da DEB, 2009‐2012, p. 12. 

O  PIBID  tem  como  objetivo  fomentar  a  formação  inicial  de  profissionais  do 

magistério e segue as diretrizes do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação 

(DECRETO Nº 6.094/2007) que estabeleceu dentre outras diretrizes, em seu artigo 2º, a 

instituição de “[...] programa próprio ou em regime de colaboração para formação inicial 

e  continuada de profissionais da educação  [...]” e os princípios da Política Nacional de 

Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica (PARFOR)6. 

                                                            6   O PARFOR na modalidade presencial é um programa emergencial instituído para atender o disposto no 

artigo 11, inciso III do Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009 e implantado em regime de colaboração entre a CAPES, os estados, municípios o Distrito Federal e as  Instituições de Educação Superior –  IES.  Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao‐basica/parfor>. Acesso em: 13 jun. 2013. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.8 

 

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Apesar de o PIBID ter sido instituído em 20077, só iniciou a sua implementação no 

ano  de  20098.   No Relatório  de Gestão  da DEB  (2009‐2012,  p.  49)  é  apresentada  uma 

figura  ilustrativa da organização do programa, a partir da qual podemos ter uma melhor 

compreensão da sua dinâmica. 

 

Figura 2 – Dinâmica do PIBID: 

 

Fonte: Relatório da DEB, 2009‐2012, p. 49. 

De acordo com informações constantes no site da Capes, o programa funciona da 

seguinte maneira:  

 Instituições  de  Educação  Superior  interessadas  em  participar  do  PIBID devem  apresentar  à  CAPES  seus  projetos  de  iniciação  à  docência conforme  os  editais  de  seleção  publicados.  Podem  se  candidatar  IES públicas  e privadas  com  e  sem  fins  lucrativos que oferecem  cursos  de licenciatura.  As  instituições  aprovadas  pela  Capes  recebem  cotas  de bolsas  e  recursos  de  custeio  e  capital  para  o  desenvolvimento  das 

                                                            7   Portaria  normativa  n.º  38/2007,  que  dispõe  sobre  o  Programa  de  Bolsa  Institucional  de  Iniciação  à 

Docência ‐ PIBID 8   Portaria nº 122/2009, que dispõe sobre o PIBID no âmbito da CAPES.  

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.9 

 

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atividades do projeto. Os bolsistas do PIBID são escolhidos por meio de seleções promovidas por cada IES.9   

Esse documento ainda traz uma série de dados avaliativos sobre a  implantação e 

desenvolvimento do programa, demonstrando que CAPES tem buscado acompanhar de 

forma  organizada  e  sistematizada  do  andamento  do  projeto  nas  IES.  No  Relatório 

salienta‐se  que  essa  postura  investigativa  e  reflexiva  sobre  o  programa  busca  a 

consolidação do mesmo  e  continuidade na  agenda das políticas públicas  educacionais, 

nas  palavras  do  texto:  “A  proposta  é  a  de  que  o  PIBID,  a  exemplo  do  Programa 

Institucional  de  Bolsa  de  Iniciação  Científica  –  Pibic,  que  valorizou  a  ciência  nas 

universidades, seja uma política de Estado” (p.50).

De acordo com o regulamento do PIBID/Portaria n.º 96/2013, as  IES participantes 

do programa têm uma série de responsabilidades, a fim de contribuir para a organização 

e  bom  andamento  do  programa,  devendo  elaborar  um  regimento  interno.  Nesse 

regulamento, mais uma  vez podemos notar  a preocupação para que haja um  rigoroso 

processo de acompanhamento e avaliação do programa: 

 Art. 60. [...] V – os instrumentos de acompanhamento dos egressos do PIBID; VI  –  os  indicadores  de  avaliação  ou  referenciais  de  qualidade  do programa para a formação de professores; VII – a sistemática de avaliação de todos os membros do PIBID; VIII – os instrumentos de registro das atividades do programa, incluindo a obrigatoriedade do portfólio ou instrumento equivalente; (PORTARIA N.º 96/2013)  

No Relatório de Gestão da DEB (2009‐2012) alguns interessantes dados estatísticos 

sobre o programa, demonstram o crescimento da proposta. 

 

 

 

 

                                                            9   Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao‐basica/capesPIBID>. Acesso em 16 set. 2013.  

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.10 

 

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Gráfico1:  Evolução do número de bolsas do PIBID. 

 

Fonte: Relatório de Gestão da DEB (2009‐2012), p.56 

Quanto ao  impacto da proposta do PIBID, o  referido Relatório  tem uma  secção 

especial (p.64‐69), onde apresenta, dentre outras informações referentes a esse aspecto, 

o  fato de um dos maiores  impactos do programa ser a maior articulação entre  teoria e 

prática. Além do impacto para as licenciaturas, o documento traz também: o impacto do 

ponto  de  vista  dos  bolsistas,  por  exemplo:  formação  contextualizada,  melhoria  do 

desempenho acadêmico, êxito dos bolsistas em outras atividades acadêmicas; do ponto 

de vista dos coordenadores:  incentivo à  inovação na formação de professores, produção 

científica  (eventos,  artigos)  sobre  a  formação  de  professores;  do  ponto  de  vista  dos 

supervisores:  incentivo à continuidade dos estudos,  renovação da prática pedagógica; e 

do  ponto  de  vista  das  escolas:  elevação  do  desempenho  dos  alunos,  melhora  da 

infraestrutura (laboratórios, bibliotecas, etc.). 

No  site  da  Capes,  ficamos  sabendo  que,  atualmente,  participam  do  PIBID  195 

Instituições  de  Educação  Superior  de  todo  o  país,  que  desenvolvem  288  projetos  de 

iniciação à docência em aproximadamente 4 mil escolas públicas de educação básica e 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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que,  com  o  edital  de  2012,  o  número  de  bolsas  concedidas  atingiu  49.321,  o  que 

representou um crescimento de mais de 80% em relação a 201110. 

 

4. PIBID: a visão dos pesquisadores  

Com  a  finalidade de  verificar o que os pesquisadores da  área da  educação  têm 

investigado  sobre  o  PIBID  e  como  têm  sido  avaliados  os  resultados  desse  programa, 

segundo esses estudos, foi realizado um levantamento das pesquisas sobre esse tema no 

Banco de Teses e Dissertações da CAPES e em trabalhos apresentados na XVI Reunião  do 

Endipe. 

O  programa  do  PIBID  apesar  de  iniciar  sua  história  em  2007,  conforme 

mencionado  anteriormente,  efetivou‐se  em  2009.  Por  isso,  para  a  realização  do 

levantamento dos estudos sobre o tema, foi trabalhado com o intervalo de tempo entre 

2010‐2012  para  a  análise  das  teses  e  dissertações  e  dos  trabalhos  apresentados  nos 

eventos referidos. Esse estudo envolveu as seguintes etapas: 

‐ Definição dos descritores para direcionar as buscas a serem realizadas. Optou‐se 

por utilizar como descritor a sigla do programa “PIBID”; 

‐ Levantamento dos trabalhos a partir da leitura dos títulos; 

‐ A partir dos resumos, a identificação dos objetivos e dos resultados da pesquisa; 

‐  Construção  de  um  quadro  com  as  seguintes  seções:  autor,  título do  trabalho, 

objetivos e resultados; 

‐  Organização  dos  dados  a  partir  de  sínteses,  em  que  se  buscou  identificar 

tendências  nos  aspectos  abordados  e  nos  resultados  encontrados,  apoiada  na 

metodologia da Análise Textual Discursiva Moraes e Galiazzi  (2007). Essa metodologia, 

conforme  explicam  os  autores  pode  ser  compreendida  como  um  processo  auto‐

organizado  de  construção  de  compreensão  em  que  novos  entendimentos  emergem  a 

partir de uma sequência recursiva de três componentes: a desconstrução dos textos do 

                                                            10   Disponível  em:  <http://www.capes.gov.br/educacao‐basica/capesPIBID>.  Acesso  em  08  abr.  2014.  A 

última atualização dos dados é de outubro de 2012. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.12 

 

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corpus,  a  unitarização;  o  estabelecimento  de  relações  entre  os  elementos  unitários,  a 

categorização; comunicação das novas compreensões atingidas. 

‐ Análise e elaboração de conclusões com base nas discussões sobre a  formação 

docente, nos dados do governo federal sobre o programa e no conhecimento construído 

a partir desse levantamento. 

No inventário realizado junto ao Banco de Teses e Dissertações da CAPES fazendo 

uso da palavra‐chave “PIBID”, o  sistema  localizou 23  trabalhos.  Inicialmente,  foi  feita a 

leitura  dos  títulos  desses  trabalhos,  a  partir  da  qual,  em  muitos  casos,  foi  possível 

perceber que  tinham o programa como  tema, por outro  lado, quando não  ficava claro, 

era realizada a  leitura do resumo. A partir desse procedimento, constatou‐se que dos 23 

trabalhos  localizados  pelo  sistema,  todos  referentes  ao  ano  de  201211,  14  produções 

tinham, de fato, o PIBID como foco de estudo.  

É  importante  destacar  que  houve  dificuldade  de  identificação  dos  objetivos  e 

resultados, nos resumos dos trabalhos. Alguns autores não abordavam em seus resumos 

os  resultados  encontrados,  3  (três)  deles  no  total,  o  equivale  a  21%. Apesar  desse,  foi 

possível construir organizar os dados de maneira satisfatória. Com objetivo de construir 

um  olhar  panorâmico  sobre  esses  estudos,  com  base  na  leitura  dos  objetivos  e 

conclusões  constantes  nos  resumos,  elaborei  categorias  para  a  apresentação  dos 

trabalhos encontrados: 

Tabela 1 – Análise dos trabalhos acadêmicos sobre o PIBID constante no Banco de Teses e 

Dissertações da CAPES (2010 – 2012) quanto aos seus objetivos: 

 

Categoria Quantidade de 

Trabalhos 

Análise crítica sobre o PIBID  1 

Avaliação da experiência, do impacto a nos bolsistas  7 

                                                            11   No momento do  levantamento, as dissertações e  teses defendidas em 2013 ainda não constavam no 

Banco da CAPES, por isso a escolha do recorte até 2012. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.13 

 

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participantes 

Avaliação dos projetos ou ações específicas desenvolvidas 

no âmbito do programa 4 

Avaliação do impacto na educação básica  2 

Total  14 

             Fonte: A autora (2013). 

Quanto aos resultados, destaca‐se que praticamente todas as avaliações apontam 

para aspectos positivos do PIBID, verificando que a participação no programa contribuiu 

para uma formação mais qualificada, proporcionando, principalmente: 

‐ Melhor articulação e reflexão com e sobre a prática, como é o caso dos estudos 

de Pranke (2012), Stanzani (2012), entre outros. 

‐  Estreitamento  de  laços  entre  as  instituições  formadoras  e  as  escolas  também 

como no estudo de Bedin (2012) . 

O  único  estudo  que  destacou  aspectos  negativos  foi  o  de  Paredes  (2012)  que 

constatou  que  os  subprojetos  seguem  um  modelo  da  racionalidade  técnica, 

desconsiderando  os  saberes  experienciais  dos  professores  participantes  do  programa. 

Embora, ao mesmo tempo a autora tenha avaliado que o PIBID contribui para a formação 

de  saberes  disciplinares  e  para  a  formação  continuada  dos  professores  na  escola, 

possibilitando  o  desenvolvimento  da  capacidade  de  pesquisa  e  melhoria  da  prática 

pedagógica 

Para  a  análise  dos  estudos  apresentados  no  Endipe,  realizou‐se  praticamente  o 

mesmo procedimento aplicado para o exame dos  trabalhos acadêmicos  constantes no 

Banco de Teses e Dissertações da CAPES. A partir da página onde constavam os trabalhos 

apresentados  no XVI  Endipe12,  usou‐se  a  ferramenta  “localizar”  para  digitar  a  palavra‐

chave PIBID, com esse recurso, foram encontrados 46 trabalhos. Já para a localização de 

trabalhos apresentados na XV reunião (2010) do Endipe, buscaram‐se as  informações na 

                                                            12   Disponível em: <www.infoteca.inf.br/endipe//acervo/listar/>. Acesso em 11 abr. 2014. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.14 

 

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compilação disponibilizada no CD‐ROM do evento. Nos trabalhos apresentados em 2010, 

nenhum tinha o PIBID como foco, provavelmente, devido ao fato da proposta ainda estar 

e início de implantação nas instituições de ensino superior (IES). 

A  organização  e  sistematização  para  análise  seguiu  o  mesmo  procedimento 

adotado no levantamento dos trabalhos constantes no Banco de Teses e Dissertações da 

CAPES,  no  entanto,  foi  preciso  ampliar  as  categorias,  devido  ao  volume  maior  de 

trabalhos encontrados: 

 

Tabela 2 – Análise dos trabalhos acadêmicos sobre o PIBID apresentados no Endipe – 2012 quanto aos seus objetivos:

                   Fonte: A autora (2013) 

Os  trabalhos  identificados  no  Endipe,  assim  nas  teses  e  dissertações  da  CAPES 

localizadas, de modo geral indicaram em seus resultados aspectos positivos da adoção do 

programa na formação dos licenciandos. Apenas dois deles (PUIATI, 2012; ROCHA, 2012), 

apesar  de  também  avaliarem  o  programa  de  maneira  positiva,  destacaram  algum 

problema ou dificuldade de maneira mais contundente.   

 Categoria Quantidade de Trabalhos

Análise crítica sobre o PIBID 4

Avaliação da experiência a partir dos bolsistas 9

Avaliação dos projetos ou ações específicas desenvolvidas no âmbito do programa 18

Avaliação do impacto na formação dos bolsistas 8

O PIBID e sua relação com outra prática de inserção de alunos na escola 2

Impacto na formação dos docentes da escola básica 4

Avaliação do impacto nos cursos formadores 1

Total 46 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.15 

 

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Puiati  (2012)  que  se  deteve  na  análise  dos  projetos  desenvolvidos  pelas  IES, 

salientou  que  é  preciso  que  se  pense  melhor  sobre  as  ações  características  de  um 

iniciante na docência, que tipo de atividade ele deverá desenvolver nesses espaços, para 

que não se perca a intenção do projeto que é possibilitar que o estudante reflita sobre a 

realidade  escolar  a  partir  de  experiências  concretas,  num  processo  de  formação  que 

tanto IES quanto a escola têm responsabilidade.  

Ao encontro dessas colocações de Puiati (2012), vai o estudo de Rocha (2012) que 

salientou a seguinte contradição: se de um lado a contribuição fundamental do PIBID para 

a  formação  inicial  é  a  intervenção  em  sala  de  aulas  aproximando‐se  das  atividades  da 

docência  para  a  produção  do  conhecimento  pedagógico,  de  outro  a  pressão  recebida 

pelas  escolas pelo  aumento do  Ideb13,  faz  com que  as  escolas públicas  atendidas pelo 

programa  tenham  como  expectativa/prioridade  da  intervenção  dos  licenciandos  o 

“reforço escolar”. 

Por isso, pensar quais são as ações do estudante nesse processo e o papel da IES e 

da escola é grande relevância. É evidente que o desejo que a parceria seja produtiva para 

todos os envolvidos, porém o estudante não poderá servir como mão de obra de segunda 

linha  para  a  resolução  de  problemas  que  as  escolas  enfrentam,  como  a  falta  de 

professores, ou a dificuldade de organizar ações de recuperação das aprendizagens para 

os alunos. Acerca dessa questão, Soczek (2011) destaca como um dos desafios do PIBID o 

problema da identidade dos bolsistas. Há a necessidade de pensar e pontuar melhor qual 

o  seu  papel  dentro  da  escola,  enquanto  licenciandos  participantes  de  projetos  de 

iniciação à docência.  

Vimos, então, que a análise dos estudos sobre o PIBID aponta para uma ênfase na 

avaliação  do  impacto  dessa  proposta  na  formação  dos  alunos  participantes  e  dos 

projetos desenvolvidos. Por outro  lado, dentre os aspectos poucos explorados sobre o 

programa, está o estudo sobre o impacto dessa política nas instituições formadoras, que 

                                                            13   Ideb é o  Índice de Desenvolvimento da Educação Básica,  criado em 2007, pelo  Instituto Nacional de 

Estudos  e  Pesquisas  Educacionais  Anísio  Teixeira  (Inep),  formulado  para  medir  a  qualidade  do aprendizado  nacional  e  estabelecer  metas  para  a  melhoria  do  ensino.  Disponível  em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=180&Itemid=336&msg=1>. Acesso em 04 abr. 2014. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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no  levantamento  realizado  é  discutido  somente  no  trabalho  de Ambrosetti,  Teixeira  e 

Ribeiro  (2012).  A  percepção,  avaliação  dos  professores  formadores  das  instituições 

também é um ponto menos explorado nas pesquisas. Embora alguns estudos trabalhem 

a partir de entrevistas com gestores e professores envolvidos nos projetos realizados no 

âmbito do PIBID.  

Dentre  os  resultados  apontados  pelas  pesquisas  identificadas  que  abordam  o 

PIBID,  tanto  no  Banco  de  Teses  e  Dissertações  da  CAPES  quanto  nos  trabalhos 

apresentados  na  XVI  Reunião  do  Endipe  (2012),  podemos  sintetizar  que  os  principais 

pontos destacados sobre esse programa são: 

‐ A possibilidade de reflexão sobre a prática;  

‐ A reformulação das práticas tanto na escola, quanto nas instituições formadora; 

‐ A aproximação entre as IES e a escola; 

‐ O desenvolvimento do conhecimento pedagógico do conteúdo; 

‐ Promoção da formação inicial e continuada; 

‐ Valorização das licenciaturas no espaço universitário; 

‐  Estímulo  ao  trabalho  coletivo  entre  os  professores  da  IES  para  o 

desenvolvimento de projetos na formação dos licenciandos. 

 

5. Considerações Finais 

Por meio dessa primeira aproximação em  relação à política do PIBID, a partir do 

levantamento  de  estudos  sobre  o  tema,  podemos  constatar  que  o  programa  já  se 

constitui  num  alvo de muitos pesquisadores,  cuja preocupação maior  está  no  impacto 

desse projeto na formação dos licenciandos, e que os resultados têm sido extremamente 

positivos,  pois  a  aproximação  entre  teoria  e  prática  na  formação  docente  parece  ser 

facilitada  por  essa  iniciativa,  uma  vez  que  ao  incentivar  a  reflexão  sobre  a  práxis 

pedagógica, orienta e propicia aos licenciandos a prática da pesquisa em educação. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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Há alguns pontos que ainda não receberam atenção suficiente dos pesquisadores, 

como o impacto da adesão a este programa nas IES. Salienta‐se essa questão, pois afinal, 

o programa deve ter como objetivo especial a melhora na qualificação da formação inicial 

docente, mas também tem potencial para causar mudanças nas práticas pedagógica das 

escolas da Educação Básica e das instituições formadoras. A proposta do PIBID é um meio 

de IES e escolas olharem‐se, dialogarem, estabelecerem uma “ponte”, onde todos saem 

ganhando.  

Entretanto, evidentemente há ainda o que  ser melhorado nesse programa, para 

que a proposta se consolide e não fique atrelada somente à iniciativa do governo federal, 

cuja orientação pode mudar, dependo do partido político que estiver no poder. É preciso, 

portanto,  conforme  destaca  Soczek  (2011),  no  seu  artigo  que  discute  os  limites  e 

possibilidade  do  PIBID,  atentar  para  a  necessidade  de:  regulamentação  específica  que 

garanta  a  continuidade  do  programa,  diretrizes  para  a  implantação  da  proposta  que 

permitam maior uniformidade na execução das atividades relacionada ao projeto, maior 

visibilidade do programa dentro das IES e das escolas, clareza quanto a identidade, isto é, 

a função dos bolsistas dentro do projeto.  

Desses limites do PIBID apontados por Soczek (2011), destaca‐se a continuidade, a 

importância  das  IES  participantes  dos  programas  fazerem  do  PIBID  uma  política 

institucional,  já  que  seus  resultados  têm  se  mostrado  tão  profícuos  para  formação 

docente e também podem ser para repensar as práticas das instituições formadoras, para 

a própria formação dos formadores. 

Nesse sentido, salienta‐se que estudos que busquem verificar o impacto da adesão 

ao PIBID pelas IES, em âmbito das políticas e das práticas das instituições, são de extrema 

importância.  Estaria  ocorrendo  da  mesma  forma  a  implantação  do  programa  em 

instituições  públicas  e  privadas?  Quais  são  as  diferenças?  Que  dificuldade  essas 

instituições estão encontrando para a implantação da proposta? Como estão avaliando os 

resultados? Qual a percepção dos professores universitários participantes do programa? 

Como o Programa é visto no contexto  institucional? Tem havido mudanças nas práticas 

pedagógicas  dessas  instituições  formadoras?  Os  professores  formadores  das  IES 

percebem alguma contribuição para a sua formação, ao participar do programa? 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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Os questionamentos propostos são alguns dentre vários possíveis, acredita‐se que 

a  partir  desses,  podem  ser  realizados  estudos  com  vista  a  qualificar  e  consolidar  o 

programa,  com  vista  à  fazer  dessa  proposta  uma  forma  de  licenciandos,  professores 

formadores,  IES  escolas  aprenderem  entre  si,  refletindo  e  revendo  suas  práticas,  com 

vista à melhoria da educação, ou nas palavras de Rios (2003) uma "educação da melhor 

qualidade".  

Referências 

ALARCÃO, Isabel. Formação continuada como instrumento de profissionalização docente. In: VEIGA, Ilma Passos A. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas: Papirus, 1998.  

BEDIN, Everton.  Formação de professores de Química: um olhar sobre o PIBID da Universidade Federal de Uberlândia. 2012. 166 f. Dissertação (Mestrado em Química). Instituto de Química, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, 2012. 

BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm>. Acesso em: 15 nov. 2013. 

BRASIL. CAPES/DEB. Relatório de Gestão 2009‐2012. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/DEB_Pibid_Relatorio‐2009_2011.pdf> . Acesso em 04 abr. 2014. 

BRASIL. CAPES. Portaria de 18 de julho de 2013.  Dispõe sobre o Regulamento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria_096_18jul13_AprovaRegulamentoPIBID.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2014. 

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CP. Resolução nº. 01, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,  DF, p. 9, mar. 2002. Seção 1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2013. 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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BRASIL. Decreto nº. 6.094, de 24 de abril de 2007.  Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 abr. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007‐2010/2007/decreto/d6094.htm>.  Acesso em: 13 dez. 2013. 

BRASIL. MEC. Portaria normativa n.º 38 de 13 de dezembro de 2007, que dispõe sobre o Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência ‐ PIBID. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 dez. 2007. Disponível em: <http://www.cmconsultoria.com.br/imagens/diretorios/diretorio14/arquivo1003.pdf>. Acesso em 10 abr. 2014. 

BRASIL. Lei n.º 11.502, de 11 de julho de 2007. Modifica as competências e a estrutura organizacional da fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ‐ CAPES, de que trata a Lei no 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera as Leis nos 8.405, de 9 de janeiro de 1992, e 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes de programas de formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 jul. 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007‐2010/2007/Lei/L11502.htm>. Acesso em: 13 dez. 2013. 

BRASIL. Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009. Institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, disciplina a atuação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ‐CAPES no fomento a programas de formação inicial e continuada, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, n. 21, p. 1‐2, 30 jan. 2009. Seção 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007‐2010/2009/Decreto/D6755.htm>. Acesso em: 15 nov. 2003 

BRASIL.CAPES. Portaria nº 122, de 16 de setembro de 2009. Dispõe sobre o Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência ‐ PIBID. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 dez. 2007. Disponível em: <http://www.cmconsultoria.com.br/imagens/diretorios/diretorio14/arquivo1756.pdf>. Acesso em 10 abr. 2014. 

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DEMO, Pedro.   Educação e qualidade.   4 ed. Campinas: Papirus, 1994.  

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

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ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICAS DE ENSINO, XVI, 2012. Campinas. Anais...2010.1 CD‐ROM.  

GATTI, Bernardete e NUNES, Marian Muniz Rossa (Orgs). Formação de professores para o Ensino Fundamental: instituições formadoras e seus currículos. São Paulo: Fundação Victor Cevita, 2008. 

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MORAES, Roque & GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise Textual Discursiva. Ijuí/RS: Editora Unijuí, 2007.  

PAREDES,Giuliana Gionna Olivi. Um estudo sobre o PIBID: saberes em construção na formação de professores de ciências. 2012. 171 f.Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e em Matemática). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. 

PRANKE,Amanda.PIBID I/UFPEL: oficinas pedagógicas que contribuíram para a autorregulação da aprendizagem e formação docente das bolsistas de matemática. 2012. 136f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2012. 

PUIATI, Lidiane Limana. Políticas educacionais de melhoria da formação de professores para a educação básica: um estudo no âmbito do programa PIBID/CAPES. In: ENDIPE ‐ Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, XVI, 2012. Campinas. Anais...Campinas: UNICAMP, 2012. p. 1‐12 Disponível em: <http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/acervo/docs/3210b.pdf>. Acesso e 11 abr. 2014. 

RIOS, Terezinha Azerêdo.   Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade.   4. ed. São Paulo : Cortez, 2003.  

ROCHA, Luiz Alexandre Oxley da. O PIBID linguagens e a formação de professores: princípios, ações e reflexões. In: ENDIPE ‐ Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, XVI, 2012. Campinas. Anais...Campinas: UNICAMP, 2012. p. 14‐22. Disponível 

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O programa PIBID na avaliação dos pesquisadores do campo educacional: um estudo a partir dos trabalhos do Banco de Dissertações e Teses da CAPES e do Endipe (2010‐ 2012)  Priscila de Lima Verdum 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.21 

 

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