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www.viriatosoromenho-marq www.viriatosoromenho-marq ues.com ues.com 1 ÉTICA, CRISE DO AMBIENTE ÉTICA, CRISE DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL Curso de Versão, ISEG-UTL Curso de Versão, ISEG-UTL Lisboa, 10 e 11 de Julho de Lisboa, 10 e 11 de Julho de 2008 2008 Viriato Soromenho-Marques Viriato Soromenho-Marques (Universidade de Lisboa) (Universidade de Lisboa)

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ÉTICA, CRISE DO AMBIENTE E ÉTICA, CRISE DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVELSUSTENTÁVEL

Curso de Versão, ISEG-UTLCurso de Versão, ISEG-UTL

Lisboa, 10 e 11 de Julho de 2008Lisboa, 10 e 11 de Julho de 2008Viriato Soromenho-MarquesViriato Soromenho-Marques

(Universidade de Lisboa)(Universidade de Lisboa)

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ÍNDICE DAS MATÉRIASÍNDICE DAS MATÉRIAS

• 1. De onde partimos.1. De onde partimos.• 2. O que é o domínio ético?2. O que é o domínio ético?• 3. O que é a crise ambiental?3. O que é a crise ambiental?• 4. O desenvolvimento sustentável: 4. O desenvolvimento sustentável:

interrogações em torno de um projecto.interrogações em torno de um projecto.• 5. Que obstáculos éticos ao 5. Que obstáculos éticos ao

desenvolvimento sustentável?desenvolvimento sustentável?• 6. O princípios para a sustentabilidade.6. O princípios para a sustentabilidade.

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De onde partimos? (1)De onde partimos? (1)

>A sombra da “falha de engenho” >A sombra da “falha de engenho” ((ingenuity gapingenuity gap). Declínio do ). Declínio do prometeísmo.prometeísmo.

>Uma Era Palimpsesto? Sobreposição, >Uma Era Palimpsesto? Sobreposição, simultânea e contraditória, de simultânea e contraditória, de representações.representações.

>Fragmentação dos grandes modelos >Fragmentação dos grandes modelos éticos: A “valsa das éticas” (C. Beckert).éticos: A “valsa das éticas” (C. Beckert).

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De onde partimos? (2)De onde partimos? (2)

>Niilismo experimentado como >Niilismo experimentado como “neutralização” de valores e normas.“neutralização” de valores e normas.

>Declínio políticas públicas: “governar >Declínio políticas públicas: “governar para o mercado” (M. Foucault).para o mercado” (M. Foucault).

>”Anarquia madura” sistema >”Anarquia madura” sistema internacional (A. Moreira).internacional (A. Moreira).

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O axioma do prometeísmo…O axioma do prometeísmo…

““(…) A humanidade só se coloca (…) A humanidade só se coloca tarefas que está em condições tarefas que está em condições de solucionar…”de solucionar…”

(…) stellt sich die Menschheit nur (…) stellt sich die Menschheit nur Aufgaben, die sie lösen kann…), Aufgaben, die sie lösen kann…), K. Marx, K. Marx, Zur Kritik der politischen Zur Kritik der politischen ÖkonomieÖkonomie, 1859, 1859

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……ou uma tarefa excessiva?ou uma tarefa excessiva?

• ““Nós estamos , de facto, a disputar Nós estamos , de facto, a disputar uma corrida entre o mais tenaz uma corrida entre o mais tenaz pensamento imaginativo – ou aquilo pensamento imaginativo – ou aquilo que eu chamo engenho – e as que eu chamo engenho – e as crescentemente expansivas crescentemente expansivas complicações do nosso mundo. E em complicações do nosso mundo. E em demasiado sítios e assuntos críticos demasiado sítios e assuntos críticos nós estamos a perder a corrida.”, nós estamos a perder a corrida.”, Thomas Thomas Homer-Dixon, “Ingenuity Theory: Can Humankind create a Sustainable Homer-Dixon, “Ingenuity Theory: Can Humankind create a Sustainable Civilization?”, 2003Civilization?”, 2003

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O que é o domínio ético?O que é o domínio ético?(1)(1)

•A ética no quadro da racionalidade A ética no quadro da racionalidade prática. Relações com Direito e prática. Relações com Direito e Política. Política. GesinnungsethikGesinnungsethik versus versus VerantwortungsethikVerantwortungsethik (Weber, (Weber, 1919).1919).

•A ética como poder mundano. A A ética como poder mundano. A “eficácia invisível”.“eficácia invisível”.

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O que é o domínio ético? (2)O que é o domínio ético? (2)

• "A ética, enquanto doutrina do homem, "A ética, enquanto doutrina do homem, torna-se no centro da filosofia" (torna-se no centro da filosofia" (Die Ethik, Die Ethik, als die Lehre vom Menschen, wird das als die Lehre vom Menschen, wird das Zentrum der PhilosophieZentrum der Philosophie) (H. Cohen, 1904: ) (H. Cohen, 1904: 1).1).

• "A unidade do homem consiste e realiza-se "A unidade do homem consiste e realiza-se na unidade da acção" (na unidade da acção" (In der Einheit der In der Einheit der Handlung vollzieht sich und besteht die Handlung vollzieht sich und besteht die Einheit des MenschenEinheit des Menschen) (H. Cohen, 1904: 80).) (H. Cohen, 1904: 80).

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Caracterização do domínio Caracterização do domínio ético (1)ético (1)

•Ética como deliberação Ética como deliberação racional.racional.

•Ética como problematização Ética como problematização do agir.do agir.

•Ética visa Ética visa GrundGrund, forma geral , forma geral do agir.do agir.

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Caracterização do domínio Caracterização do domínio ético (2)ético (2)

•Ética, decisões difíceis, Ética, decisões difíceis, conflitos internos.conflitos internos.

•Ética: dever-ser<>lógica do Ética: dever-ser<>lógica do consenso.consenso.

•Ética: inclusão em Ética: inclusão em comunidade universal.comunidade universal.

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Exemplos de princípios Exemplos de princípios éticoséticos

• A maximização dos bens para o A maximização dos bens para o maior número, J. Bentham.maior número, J. Bentham.

• ““Age apenas segundo uma máxima Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei querer que ela se torne lei universal”, Kant GzMS, Ak.IV, 421.universal”, Kant GzMS, Ak.IV, 421.

• VerantwortungsprinzipVerantwortungsprinzip, Hans Jonas , Hans Jonas (1979)(1979)

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Ética e liberdadeÉtica e liberdade

• ““Estas leis da liberdade designam-se, para Estas leis da liberdade designam-se, para distinção relativamente às leis da Natureza, distinção relativamente às leis da Natureza, como como moraismorais. Na media em que elas não vão . Na media em que elas não vão além das acções meramente exteriores e da sua além das acções meramente exteriores e da sua conformidade à lei, elas chamam-se conformidade à lei, elas chamam-se jurídicasjurídicas; ; mas se exigem também que elas próprias (as mas se exigem também que elas próprias (as leis) devam ser o princípio de determinação das leis) devam ser o princípio de determinação das acções, então elas são acções, então elas são éticaséticas (….)” Kant, MS- (….)” Kant, MS-RL, VI, 214.RL, VI, 214.

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A ética como “poder invisível” A ética como “poder invisível” no mundono mundo

• A ética como proposta de mundo A ética como proposta de mundo ((Sein/SollenSein/Sollen).).

• A ética como alargamento de uma A ética como alargamento de uma comunidade de agentes.comunidade de agentes.

• A ética como construção da A ética como construção da identidade pessoal.identidade pessoal.

• A ética como demanda da habitação A ética como demanda da habitação humana, humana, Heimat, Chez-soiHeimat, Chez-soi..

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Ética e NaturezaÉtica e Natureza

• "Ela [a filosofia] sempre se preocupou com "Ela [a filosofia] sempre se preocupou com a acção humana enquanto ela foi uma a acção humana enquanto ela foi uma acção do homem para com o homem, mas acção do homem para com o homem, mas muito pouco com o homem como uma força muito pouco com o homem como uma força actuante na Natureza" (actuante na Natureza" (Sie hat sich seit je Sie hat sich seit je mit dem menschlichen Handeln befasst, mit dem menschlichen Handeln befasst, soweit es ein Handeln von Mensch zu soweit es ein Handeln von Mensch zu Mensch war, aber kaum je mit dem Mensch war, aber kaum je mit dem Menschen als einer handelnden Kraft in der Menschen als einer handelnden Kraft in der NaturNatur) (Jonas, 1993: 36).) (Jonas, 1993: 36).

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Ética da Terra (1)Ética da Terra (1)

• "A ética da terra alarga simplesmente "A ética da terra alarga simplesmente as fronteiras da comunidade [onde as as fronteiras da comunidade [onde as relações éticas têm lugar] para [nela] relações éticas têm lugar] para [nela] incluir solos, águas, plantas e animais, incluir solos, águas, plantas e animais, ou colectivamente: a terra." (ou colectivamente: a terra." (The land The land ethic simply enlarges the boundaries of ethic simply enlarges the boundaries of the community to include soils, waters, the community to include soils, waters, plants, and animals, or collectively: the plants, and animals, or collectively: the landland) (Leopold, 1949: 239-240).) (Leopold, 1949: 239-240).

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Ética da Terra (2)Ética da Terra (2)

• "Em resumo, a ética da terra modifica o "Em resumo, a ética da terra modifica o papel do papel do homo sapienshomo sapiens, de conquistador , de conquistador da comunidade-da-terra para simples da comunidade-da-terra para simples membro e cidadão da mesma. Isso implica membro e cidadão da mesma. Isso implica respeito pelos seus co-membros, e respeito pelos seus co-membros, e igualmente respeito pela comunidade igualmente respeito pela comunidade como tal."(como tal."(In short, a land ethic changes In short, a land ethic changes the role of homo sapiens from conqueror the role of homo sapiens from conqueror of the land-community to plain member of the land-community to plain member and citizen of it. It implies respect for his and citizen of it. It implies respect for his fellow-members, and also respect for the fellow-members, and also respect for the community as suchcommunity as such) (Leopold, 1949: 240).) (Leopold, 1949: 240).

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Ética da Terra (3)Ética da Terra (3)

• •• A ética envolve uma noção de limite, A ética envolve uma noção de limite, voltada para a necessidade de cooperação e voltada para a necessidade de cooperação e simbiosesimbiose

• •• O paradigma de Ulisses: Privilégios, O paradigma de Ulisses: Privilégios, sem obrigaçõessem obrigações

• •• A comunidade como premissa e A comunidade como premissa e projecto da éticaprojecto da ética

• •• A A land ethicland ethic como alargamento e como alargamento e democratização da comunidade éticademocratização da comunidade ética

• •• Valor ecológico e valor económico. As Valor ecológico e valor económico. As imagens da 'casa'imagens da 'casa'

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Uma ética biocêntricaUma ética biocêntrica

• "[...] biocêntrico e não simplesmente antropocêntrico; "[...] biocêntrico e não simplesmente antropocêntrico; A ética no Ocidente moderno consistiu quase A ética no Ocidente moderno consistiu quase inteiramente numa ética interhumana [...] e ignorou inteiramente numa ética interhumana [...] e ignorou como os seres humanos se integram no mundo como os seres humanos se integram no mundo natural [...]. Nós necessitamos de uma ética natural [...]. Nós necessitamos de uma ética ambiental, uma ética que possa encontrar uma ambiental, uma ética que possa encontrar uma integração satisfatória dos humanos nas mais largas integração satisfatória dos humanos nas mais largas comunidades da fauna e da flora" ([...] comunidades da fauna e da flora" ([...] biocentric and biocentric and not simply anthropocentric: Ethics in the modern West not simply anthropocentric: Ethics in the modern West has consisted almost entirely of interhuman ethicshas consisted almost entirely of interhuman ethics [...][...] and has ignored how humans fit into the natural and has ignored how humans fit into the natural world.world. [...] [...] We need an environmental ethics, one that We need an environmental ethics, one that can find a satisfactory fit for humans in the larger can find a satisfactory fit for humans in the larger communities of fauna and floracommunities of fauna and flora) (Rolston, III, 1993: ) (Rolston, III, 1993: 252).252).

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Contra o primado da Contra o primado da espécie (1)espécie (1)• "O especieismo, por analogia com o "O especieismo, por analogia com o

racismo, deve ser igualmente condenado racismo, deve ser igualmente condenado [...] é um preconceito ou uma inclinação [...] é um preconceito ou uma inclinação para os interesses da sua própria espécie, para os interesses da sua própria espécie, contra os interesses dos membros de contra os interesses dos membros de outras espécies" (outras espécies" (Speciesism, by analogy Speciesism, by analogy with racism, must also be condemned [...] is with racism, must also be condemned [...] is a prejudice or attitude of bias toward the a prejudice or attitude of bias toward the interests of members of one's own species interests of members of one's own species and against those of members of other and against those of members of other speciesspecies) (Singer, 1975: 7).) (Singer, 1975: 7).

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Contra o primado da Contra o primado da espécie (2)espécie (2)• "Assim o limite da [qualidade de] "sentiente" "Assim o limite da [qualidade de] "sentiente"

(usando o termo como uma conveniente embora (usando o termo como uma conveniente embora não estritamente precisa estenografia para a não estritamente precisa estenografia para a capacidade de sofrer ou experimentar prazer) é a capacidade de sofrer ou experimentar prazer) é a única fronteira defensável relativamente à única fronteira defensável relativamente à preocupação pelos interesses dos outros. Marcar preocupação pelos interesses dos outros. Marcar essa fronteira através de algumas outras essa fronteira através de algumas outras características, tais como inteligência ou características, tais como inteligência ou racionalidade, seria traçá-la de um modo arbitrário"racionalidade, seria traçá-la de um modo arbitrário" ((So the limit of sentience (using the term as a convenient if not So the limit of sentience (using the term as a convenient if not strictly accurate shorthand for the capacity to suffer and/or strictly accurate shorthand for the capacity to suffer and/or experience enjoyment) is the only defensible boundary of experience enjoyment) is the only defensible boundary of concern for the interests of others. To mark this boundary by concern for the interests of others. To mark this boundary by some other characteristics like intelligence or rationality would some other characteristics like intelligence or rationality would be to mark it in an arbitrary mannerbe to mark it in an arbitrary manner) (Singer, 1975: 8-9).) (Singer, 1975: 8-9).

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Para uma viragem da éticaPara uma viragem da ética

• •• O pressuposto indiscutido de que a ética era O pressuposto indiscutido de que a ética era um assunto entre humanos, ou entre seres um assunto entre humanos, ou entre seres racionais parece não resistir à emergêcia da racionais parece não resistir à emergêcia da destruição da Natureza pela acção humana.destruição da Natureza pela acção humana.

• •• Os paradigmas, ou para-paradigmas Os paradigmas, ou para-paradigmas ecocêntrico, zoocêntrico e biocêntrico colocam a ecocêntrico, zoocêntrico e biocêntrico colocam a questão: será que teremos de alargar os titulares questão: será que teremos de alargar os titulares da categoria de agente ético, os quais, até agora, da categoria de agente ético, os quais, até agora, se confundiam com a condição humana e racional?se confundiam com a condição humana e racional?

• •• Nas nossas relações com o mundo natural -- Nas nossas relações com o mundo natural -- no mundo natural de que fazemos parte -- existe no mundo natural de que fazemos parte -- existe uma assimetria entre o saber e o poder, entre o uma assimetria entre o saber e o poder, entre o défice de sabedoria e o excesso de poder.défice de sabedoria e o excesso de poder.

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O que é a crise ambiental?O que é a crise ambiental?

•Dimensão planetáriaDimensão planetária

• IrreversibilidadeIrreversibilidade

•Aceleração acumulativaAceleração acumulativa

•Descontrolo crescenteDescontrolo crescente

•Entre a entropia e a complexidade.Entre a entropia e a complexidade.

•Natureza ontológica e estruturalNatureza ontológica e estrutural

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O que torna a crise ambiental O que torna a crise ambiental invisível?invisível?

• Valores para além da ética: “querer que Valores para além da ética: “querer que assim seja”… Esfera antepredicativa.assim seja”… Esfera antepredicativa.

• Concepções e valores de Natureza: Lynn Concepções e valores de Natureza: Lynn White, Jr., 1967.White, Jr., 1967.

• Ciência como ideologia: o debate em torno do Ciência como ideologia: o debate em torno do “princípio da precaução” (“princípio da precaução” (The Atlantic divideThe Atlantic divide).).

• Entre “cost-benefit” e prudência face à “lack Entre “cost-benefit” e prudência face à “lack of full scientific certainty” (Decl. Rio, 1992)of full scientific certainty” (Decl. Rio, 1992)

• ““Não há factos, só interpretações…” Não há factos, só interpretações…” (Nietzsche).(Nietzsche).

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Exemplos recentes do “choque Exemplos recentes do “choque de valores”…de valores”…

•O debate sobre OGM na UE e nos O debate sobre OGM na UE e nos EUAEUA

•Crise das cheias na Alemanha, Crise das cheias na Alemanha, Agosto/Setembro 2002.Agosto/Setembro 2002.

•Crise do “Katrina”, EUA,Crise do “Katrina”, EUA,

Agosto/Setembro 2005.Agosto/Setembro 2005.

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Conflito de Valores e Crise Conflito de Valores e Crise ambiental?ambiental?

• O debate incompleto:O debate incompleto:

““O princípio da esperança”, Ernst O princípio da esperança”, Ernst Bloch (1959).Bloch (1959).

VersusVersus

““O princípio da responsabilidade”, O princípio da responsabilidade”, Hans Jonas (1979).Hans Jonas (1979).

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As raízes da crise ambiental As raízes da crise ambiental em H. Arendt (1)em H. Arendt (1)

A A acçãoacção sobre a natureza substitui a sobre a natureza substitui a fabricaçãofabricação::

““The moment we started natural processes of The moment we started natural processes of our own – and splitting the atom is precisely our own – and splitting the atom is precisely such a man-made natural process – we not such a man-made natural process – we not only incresead our power over nature (..) but only incresead our power over nature (..) but for the first time have taken into the human for the first time have taken into the human world as such and obliterated the defensive world as such and obliterated the defensive boundaries between natural elements and the boundaries between natural elements and the human artifice by which all previous human artifice by which all previous civilizations were hedged in.” (Co.Hi., 60).civilizations were hedged in.” (Co.Hi., 60).

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As raízes da crise ambiental As raízes da crise ambiental em H. Arendt (2)em H. Arendt (2)• A acção (num marco humano) transporta a A acção (num marco humano) transporta a

irreversibilidade – que se corrige pelo perdão – e a irreversibilidade – que se corrige pelo perdão – e a imprevisibilidade, que se suaviza pela promessa.imprevisibilidade, que se suaviza pela promessa.

• A acção num marco natural não tem rede A acção num marco natural não tem rede protectoraprotectora: “To act into nature, to carry human : “To act into nature, to carry human unpredictability into a realm where we are unpredictability into a realm where we are confronted with elemental forces which we shall confronted with elemental forces which we shall perhaps never be able to control reliably, is perhaps never be able to control reliably, is dangerous enough. Even more dangerous would it dangerous enough. Even more dangerous would it be to ignore that for the first time in our history be to ignore that for the first time in our history the human capacity for action has begun to the human capacity for action has begun to dominate all others.” dominate all others.” (Co.Hi., 62).(Co.Hi., 62).

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Défice ético da tecnociênciaDéfice ético da tecnociência

• O triângulo da tecnociência:O triângulo da tecnociência:

• Parcelização dos saberes.Parcelização dos saberes.

• Fragmentação das competências.Fragmentação das competências.

• Irresponsabilidade nas decisões.Irresponsabilidade nas decisões.

• O sindroma da Liga Hanseática: O sindroma da Liga Hanseática: “navegar é preciso, viver não é “navegar é preciso, viver não é preciso…”preciso…”

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Crise ambiental e sociedade de Crise ambiental e sociedade de riscorisco

• Para além do risco como cálculo, passamos Para além do risco como cálculo, passamos para a: ”MANUFACTURED UNCERTAINTY. para a: ”MANUFACTURED UNCERTAINTY. Here the production of risks is the Here the production of risks is the consequence of scientific and political consequence of scientific and political efforts to control or minimize them.”, U. efforts to control or minimize them.”, U. Beck, 1998.Beck, 1998.

• Ninguém ao comando: Ninguém ao comando: bureaucracies are bureaucracies are suddently unmasked and the alarmed public suddently unmasked and the alarmed public becomes aware of what they really are: becomes aware of what they really are: FORMS OF ORGANIZED IRRESPONSIBILITY.” FORMS OF ORGANIZED IRRESPONSIBILITY.” U. Beck, 1998.U. Beck, 1998.

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Entre o risco e a incertezaEntre o risco e a incerteza

>O risco comensurável: conhecimento da >O risco comensurável: conhecimento da distribuição das probabilidades (ex: acidentes distribuição das probabilidades (ex: acidentes de viação).de viação).

Risco incomensurável ou incerteza (ex: OGM; Risco incomensurável ou incerteza (ex: OGM; alterações climáticas; resíduos e instalações alterações climáticas; resíduos e instalações nucleares).nucleares).

Risco exógeno (“catástrofes naturais” como Risco exógeno (“catástrofes naturais” como sismos, vulcões, tsunamis…).sismos, vulcões, tsunamis…).

Risco endógeno (catástrofes tecnológicas).Risco endógeno (catástrofes tecnológicas).Riscos visíveis e invisíveis: as cortinas Riscos visíveis e invisíveis: as cortinas

ideológicas…ideológicas…

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Pensar o impensável…Pensar o impensável…

O O experimentum mundiexperimentum mundi tecnológico que tecnológico que conduziu à Crise global do Ambiente.conduziu à Crise global do Ambiente.

O O experimentum humanumexperimentum humanum: a pós-: a pós-humanidade (convergência: biotecnologias, humanidade (convergência: biotecnologias, nanotecnologias, robótica, ciberciências…). nanotecnologias, robótica, ciberciências…). Trans-humanismo (Nick Bolstrom),Trans-humanismo (Nick Bolstrom),

A vitória do princípio da plenitude A vitória do princípio da plenitude tecnológica sobre a plenitude da vida.tecnológica sobre a plenitude da vida.

H. Martins, “Genetic Jacobinism…”(2003).H. Martins, “Genetic Jacobinism…”(2003).

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Valores do desenvolvimento Valores do desenvolvimento sustentávelsustentável

• Risco de ser “buzz word”.Risco de ser “buzz word”.• Tensão “dialéctica”, ou contradição Tensão “dialéctica”, ou contradição

nos termos?nos termos?• Disciplinar o progresso? Diferente do Disciplinar o progresso? Diferente do

“estado estacionário” (J.S. Mill) ou “estado estacionário” (J.S. Mill) ou “zero growth”.“zero growth”.

• Justiça entre gerações.Justiça entre gerações.• Necessidades, limites e mercado.Necessidades, limites e mercado.

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O desenvolvimento sustentável O desenvolvimento sustentável como projectocomo projecto

•Social: causa finalSocial: causa final•Ambiente: causa formalAmbiente: causa formal•Economia: causa materialEconomia: causa material•Política e institucional: causa Política e institucional: causa

eficiente.eficiente.

Aristóteles, Aristóteles, MetafísicaMetafísica, I, 3, 983a, I, 3, 983a

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Que obstáculos éticos ao Que obstáculos éticos ao desenvolvimento sustentável?desenvolvimento sustentável?

• Egoísmo (“lenho retorcido”).Egoísmo (“lenho retorcido”).• O império dos bens transaccionáveis. O império dos bens transaccionáveis.

Será possível um “natural capitalism”?Será possível um “natural capitalism”?• Hedonismo reactivo: a grande Hedonismo reactivo: a grande

descompressão. “A liberdade dos descompressão. “A liberdade dos modernos”.modernos”.

• Antropocentrismo predatório: “o Antropocentrismo predatório: “o silêncio dos inocentes”.silêncio dos inocentes”.

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O Princípio da comunidade inclusiva O Princípio da comunidade inclusiva (1).(1).

•A universalidade como A universalidade como construção está no centro da construção está no centro da ética: exemplo de Kant.ética: exemplo de Kant.

•A “ética da Terra”: Victor Hugo e A “ética da Terra”: Victor Hugo e Aldo Leopold. O sindroma de Aldo Leopold. O sindroma de Ulisses.Ulisses.

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O Princípio da comunidade inclusiva O Princípio da comunidade inclusiva (2).(2).

• "Na relação dos seres humanos com os animais, com "Na relação dos seres humanos com os animais, com as flores, com os objectos da criação existe um as flores, com os objectos da criação existe um grande vazio ético, mas que eventualmente romperá, grande vazio ético, mas que eventualmente romperá, surgindo como um complemento da ética humana [...] surgindo como um complemento da ética humana [...] Sem dúvida foi primeiro necessário civilizar os Sem dúvida foi primeiro necessário civilizar os homens nas suas relações com os outros homens. homens nas suas relações com os outros homens. Deve-se começar por aqui e os vários legisladores do Deve-se começar por aqui e os vários legisladores do espírito humano tiveram razão em sacrificar a esta espírito humano tiveram razão em sacrificar a esta todas as outras preocupações [...] Mas é igualmente todas as outras preocupações [...] Mas é igualmente necessário civilizar as relações dos seres humanos necessário civilizar as relações dos seres humanos com a Natureza. Neste domínio está tudo por fazer."com a Natureza. Neste domínio está tudo por fazer."

Victor Hugo,Victor Hugo, En Voyage En Voyage.. Alpes et Pyrénées Alpes et Pyrénées, Paris, J. , Paris, J. Hetzel, 1890, pp. 180-181 (entrada de 11 de Agosto Hetzel, 1890, pp. 180-181 (entrada de 11 de Agosto de 1843).de 1843).

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O princípio da solidariedade O princípio da solidariedade entre geraçõesentre gerações..

•O tema de justiça entre gerações: O tema de justiça entre gerações: Burke (o ideal “clássico”), Burke (o ideal “clássico”), Jefferson e Madison.Jefferson e Madison.

•Da dívida pública à dívida Da dívida pública à dívida ontológica.ontológica.

•A externalização temporal: a A externalização temporal: a guerra contra o futuro.guerra contra o futuro.

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Princípio da responsabilidadePrincípio da responsabilidade

• Ao princípio da esperança opomos nós Ao princípio da esperança opomos nós o princípio da responsabilidade, não o o princípio da responsabilidade, não o princípio do medo." [princípio do medo." [Dem Prinzip Dem Prinzip Hoffnung stellen wir das Prinzip Hoffnung stellen wir das Prinzip Verantwortung gegenüber, nicht das Verantwortung gegenüber, nicht das

Prinzip FurchtPrinzip Furcht] (Hans Jonas, 390).] (Hans Jonas, 390).““• Consciência da vulnerabilidade Consciência da vulnerabilidade

[[VerletzlichkeitVerletzlichkeit] da condição humana.] da condição humana.

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O princípio da natalidadeO princípio da natalidade

• “ “ (…) the new beginning inherent in birth can (…) the new beginning inherent in birth can make itself felt in the world only because make itself felt in the world only because the the newcomers possess the capacity of beginning newcomers possess the capacity of beginning something anewsomething anew, that is, of acting.In this , that is, of acting.In this sense of initiative, an element of action, and sense of initiative, an element of action, and therefore of natality, is inherent in all human therefore of natality, is inherent in all human activities. Moreover, activities. Moreover, since action is the since action is the political activity political activity par excellencepar excellence, natality, and , natality, and not mortality, may be the central category of not mortality, may be the central category of politicalpolitical, as distinguished from metaphysical , as distinguished from metaphysical thought.” (H. Arendt, HC, 10-11).thought.” (H. Arendt, HC, 10-11).

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Valores para a Valores para a sustentabilidadesustentabilidade

•Recusa da ideologia do Recusa da ideologia do progresso.progresso.

•Crítica do “technological fix”.Crítica do “technological fix”.•Reconstrução da esfera pública: Reconstrução da esfera pública:

do Estado e da Cidadania.do Estado e da Cidadania.•Cultura da “cooperação Cultura da “cooperação

compulsiva”.compulsiva”.

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Sugestões bibliográficasSugestões bibliográficas

Algumas obras de V. Soromenho-Marques:Algumas obras de V. Soromenho-Marques:

• Regressar à TerraRegressar à Terra, Lx, Fim de Século, 1994., Lx, Fim de Século, 1994.

• O Futuro FrágilO Futuro Frágil, M.Martins, Pub. Europa-, M.Martins, Pub. Europa-América, 1998. América, 1998.

• Metamorfoses.Metamorfoses. Entre o Colapso e o Entre o Colapso e o Desenvolvimento SustentávelDesenvolvimento Sustentável, M.Martins, , M.Martins, Pub. Europa-América, 2005.Pub. Europa-América, 2005.

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