Welton_TCC 2 Versão Final
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Centro Universitário do Distrito Federal – UDF
Coordenação do Curso de Engenharia Civil
Welton Batista de Barros
PERÍCIAS:
Requisitos mínimos para a elaboração de laudos de engenharia civil
Brasília
2015
ii
Welton Batista de Barros
Perícias:
Requisitos mínimos para a elaboração de laudos de engenharia civil Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação de Engenharia Civil do Centro Universitário do Distrito Federal - UDF, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil Orientador: Prof.: Li Chong Lee Bacelar de Castro
Brasília
2015
iii
Barros, Welton Batista de.
Perícias: Requisitos mínimos para a elaboração de laudos
de engenharia civil / Welton Batista de Barros. – Brasília,
2015.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Coordenação de Engenharia Civil do Centro Universitário do
Distrito Federal - UDF, como requisito parcial para obtenção
do grau de bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Li Chong
Lee Bacelar de Castro
1. Perícias. I. Requisitos mínimos para elaboração de laudos
CDU
iv
Welton Batista de Barros
PERÍCIAS:
Requisitos mínimos para a elaboração de laudos de engenharia civil
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à Coordenação de Engenharia
Civil do Centro Universitário do Distrito
Federal - UDF, como requisito parcial para
obtenção do grau de bacharel em
Engenharia Civil.
Orientador: Prof.: Li Chong Lee Bacelar de
Castro
Brasília, _____ de _________ de 2015.
Banca Examinadora
_________________________________________
Li Chong Lee Bacelar de Castro Titulação
Centro Universitário - UDF
__________________________________________
Nome do Examinador Titulação
Instituição a qual é filiado
___________________________________________
Nome do Examinador Titulação
Instituição a qual é filiado
Nota: ______
v
Dedico, primeiramente, a Deus, a minha família e aos amigos da faculdade pelo apoio na realização deste trabalho.
vi
AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus, por mais uma conquista; ao meu orientador, pela dedicação e correções; aos meus amigos pelo apoio nos momentos de dificuldade e a minha família pela compreensão por minhas ausências.
vii
RESUMO
O presente trabalho busca apresentar a atividade de perícia realizada por
engenheiros de uma maneira prática, especificando quais são os critérios que
deverão ser observados pelos profissionais ao realizar este tipo de trabalho. Para
tanto o trabalho foi dividido em 2 partes, sendo que a primeira parte é uma análise
da literatura (Revisão Bibliográfica) referente ao assunto, a segunda parte
(Metodologia) traz um Manual que contempla os principais pontos observados na
Revisão Bibliográfica de maneira sistêmica, o objetivo deste manual é
disponibilizar um método que possa mapear a atividade, de maneira que a perícia
torne-se mais ágil e os riscos de erros sejam minimizados. O método proposto
neste trabalho é a elaboração de um Formulário – Modelo, a justificativa para a
utilização deste método é que o formulário poderá ser utilizado em diferentes tipos
de perícias e toda vez que for utilizado poderá ser adaptado e/ou melhorado para
a próxima necessidade. Após a utilização do Manual proposto e a elaboração do
respectivo Formulário o produto do trabalho será disponibilizado, que neste caso é
o Laudo, o qual conterá os requisitos mínimos exigidos pelas normas e leis a que
se refere.
Palavras-chave: Perícia, Laudo, Manual, Vistoria, Engenheiro civil.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Requisitos essenciais nos trabalhos de perícias.................................8
Figura 2.2 – Atividades básicas de execução de perícias.......................................9
Figura 4.1 – Esquema de um sistema de Abastecimento de Água.......................21
Figura 4.2 – Imagem aérea da EAB Rio Descoberto.............................................22
Figura 4.3 – Estação de Tratamento de Água Rio Descoberto..............................22
Figura 4.4 – Subestação EAB RD..........................................................................23
Figura 4.5 – Produção de água para abastecimento por sistema produtor...........23
Figura 4.6 – Conjunto motor-bomba EAB RD .......................................................24
Figura 4.7 – Vista Frontal Esquerda da Casa de Máquinas EAB RD.....................25
Figura 4.8 – Vista Lateral Esquerda da Casa de Máquinas EAB RD.....................25
Figura 4.9 – Casa de máquinas e área livre EAB – RD..........................................26
Figura 5.1 – Fachada da residência.......................................................................35
Figura 5.2 – Planta baixa pavimento térreo............................................................36
Figura 5.3 – Planta baixa pavimento superior.........................................................36
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Descrição dos Pilares.................................................................28
Tabela 4.2 – Descrição das Vigas...................................................................29
Tabela 4.3 – Descrição da Laje.......................................................................29
Tabela 4.4 – Descrição do Piso.......................................................................30
Tabela 4.5 – Descrição da Fachada................................................................30
Tabela 4.6 – Descrição das Paredes...............................................................31
Tabela 4.7 – Descrição da Iluminação.............................................................31
Tabela 4.8 – Descrição da Ventilação..............................................................32
Tabela 5.1 – Descrição da Estrutura Pré-existente..........................................39
Tabela 5.2 – Descrição da Fundação...............................................................40
Tabela 5.3 – Descrição dos Pilares...................................................................40
Tabela 5.4 – Descrição das Lajes.....................................................................41
Tabela 5.5 – Descrição das Paredes................................................................41
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABREVIATURAS
Obs.
Ref.
Observação
Referências
SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
IBAPE Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia
EAB RD Elevatória de Água Bruta Rio Descoberto
ETA RD Estação de Tratamento de Água Rio Descoberto
KV
MVA
Kilo Volt
Mega Volt Ampère
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 2
1.1. OBJETIVO .................................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 4
2.1. A IMPORTÂNCIA DA PROVA PERICIAL ..................................................... 4 2.2. PRINCIPAIS DEFINIÇÕES .......................................................................... 4 2.3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ....................................................................... 5 2.4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS: ...................................................................... 6 2.5. HABILITAÇÃO .............................................................................................. 7 2.6. REQUISITOS ESSENCIAIS EXIGIDOS: ...................................................... 7 2.7. REQUISITOS COMPLEMENTARES ........................................................... 8 2.8. ATIVIDADES BÁSICAS ................................................................................ 9 2.9. A EXECUÇÃO DA PERÍCIA ....................................................................... 10 2.10. APRESENTAÇÃO DE LAUDOS ................................................................. 11 2.11. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART ......................... 12
3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 13
3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................. 13 3.2. SOBRE O MANUAL .................................................................................... 13 3.3. SOBRE O MODELO ................................................................................... 14 3.4. ANEXO 1 – MANUAL DE PERÍCIAS .......................................................... 15 3.5. ANEXO 2 – MODELO ................................................................................. 18
4. ESTUDO DE CASO 1: LAUDO DA CASA DE MÁQUINAS DA ESTAÇÃO
ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA DO RIO DESCOBERTO – EAB RD ............................ 21
4.1. CONTEXTUALIZANDO .............................................................................. 21 4.2. CARACTERÍSTICAS DA EAB RD .............................................................. 23 4.3. OBJETIVO DA AVALIAÇÃO ....................................................................... 25 4.4. CARACTERÍSTICAS DO BEM AVALIADO ................................................ 25 4.5. MÉTODO DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 26 4.6. ESPECIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO ........................................................... 27
4.6.1 QUESTIONÁRIO APLICADO .......................................................................... 27 4.6.2 INSPEÇÃO VISUAL DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO ............................... 28
4.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 33
5. ESTUDO DE CASO 2: LAUDO DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR ............................. 35
5.1. OBJETIVO .................................................................................................. 35 5.2. CARACTERISTICAS DA RESIDÊNCIA ..................................................... 35 5.3. MÉTODO DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 37 5.4. ESPECIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO ........................................................... 38
5.4.1 QUESTINÁRIO APLICADO AO PROPRIETARIO ........................................... 38 5.4.2 INSPEÇÃO VISUAL REALIZADA NA EDIFICAÇÃO ....................................... 39
5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 42
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 44
7. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 45
2
1. INTRODUÇÃO
Desde o início das civilizações o homem é instigado a buscar respostas para os
diversos tipos de problemas que o envolve e essas respostas nem sempre são de
simples obtenção. Com o passar do tempo as sociedades foram desenvolvendo técnicas
construtivas e criando padrões e critérios para execução de determinadas atividades, a
inserção desses critérios fez com que um novo tipo de profissional surgisse nesse cenário
que se desenvolveu, esse profissional é o perito.
O perito é o profissional com a experiência e qualificação necessária para analisar
se um determinado método, produto ou atividade está em conformidade com os padrões
e especificações aceitáveis.
Quando um perito inicia um trabalho o que ele busca na verdade são respostas
para solucionar problemas de caráter técnico e subsidiar a tomada de decisões, essas
decisões são no sentido de esclarecer as causas de fatos ocorridos e trazer à tona os
responsáveis. De acordo com a NBR 13753/96 a atividade do perito é a perícia e um dos
produtos da perícia é o laudo assim sendo:
Perícia: “Atividade que envolve apuração de causas que motivaram determinado
evento ou da asserção de direitos”.
Laudo: “Peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá
as suas conclusões ou avalia, fundamentadamente, o valor de coisas ou direitos”.
Dessa forma, observa-se que a atividade da perícia tem por principal produto o
laudo que poderá ter valor conclusivo ou avaliativo e este laudo poderá dispor sobre
coisas ou direitos, sendo que o laudo deve ter argumentos fundamentados como requisito
de validade.
3
1.1. OBJETIVO
Geral: Apresentar a atividade pericial realizada por engenheiros, suas
características e finalidade, assim como a legislação pertinente à atividade e a
responsabilização do profissional envolvido na tarefa.
Específico: Elaborar um Manual contendo os requisitos mínimos exigidos para a
elaboração de laudos de engenharia, o Manual apresenta um método que poderá ser
utilizado por profissionais de engenharia, quando estiverem executando atividades de
perícia, esse método consiste em uma sequência de atividade que serão executadas de
acordo com as principais normas vigentes e preceitos legais. Assim sendo, ao fim do
procedimento de perícia o profissional apresentará o laudo contendo suas conclusões e
recomendações e este laudo conterá todo amparo legal exigido como requisito mínimo de
validade.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. A IMPORTÂNCIA DA PROVA PERICIAL
A falta de conhecimento técnico em determinadas áreas da engenharia pode ser
um empecilho no processo de tomada de decisões, muitas vezes, faz-se necessária a
realização de atividades de perícia para que certas decisões sejam realizadas sem
equívocos.
Em outras situações a própria legislação do País exige que antes de se tomar
qualquer decisão os fatos devem ser apurados apresentando dados e outras informações
que proporcionem fundamentos para a tomada de decisões. Nesse contexto a prova
pericial oferece subsídios para que o engenheiro tenha maior segurança e tome a
decisão mais adequada na execução de determinada atividade.
2.2. PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
A NBR 13752/1996 – Perícias de engenharia na construção civil – traz em seu
texto diversas definições sobre as atividades relacionadas as perícias, essas definições
especificam os parâmetros que devem ser observados na execução de perícias de
engenharia civil, entre as definições que essa norma traz valem-se destacar as seguintes:
Perícia: Atividade que envolve a apuração de causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos;
Perito: Profissional legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, com atribuições para proceder a perícia;
Objetivo da Perícia: Definir a finalidade a que se destina a perícia, de sorte a
estabelecer o grau de detalhamento das atividades a serem desenvolvidas e do
laudo, ou segundo informação de quem o tenha solicitado;
Avaliação: Atividade que envolve a determinação técnica do valor quantitativo
ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento;
Vistoria: Constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição
minuciosa dos elementos que o constituem;
Exame: Inspeção, por meio de perito, sobre pessoas, coisas, móveis e
semoventes, para a verificação de fatos ou circunstâncias que interessem à
causa;
5
Parecer Técnico: Opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um
profissional legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade;
Laudo: Peça no qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá
suas conclusões, ou avalia, fundamentalmente, o valor de coisas ou direitos.
Segundo Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica
em Edificações 2009, p. 156 e 157), a norma peca a não contemplar em seu texto os
termos inspeção e auditoria, utilizados como ferramentas fundamentais pela Engenharia
Diagnóstica em Edificações. Além disso, os autores consideram as definições uteis,
porém incompletas e confusas, com termos inadequados, tal como o termo avaliação.
Para Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica em
Edificações 2009, p. 185), a Inspeção é a análise técnica de determinado fato, condição
ou direito relativo a um objeto, com base em informações genéricas e interpretação
baseada na experiência do inspetor e Auditoria é o ateste técnico de conformidade, ou
não, de um fato, condição ou direito relativo a um objeto.
2.3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
De acordo com a NBR 13752/1996 – Perícias de engenharia na construção civil –
a realização dos trabalhos de perícia é de responsabilidade e competência exclusiva dos
profissionais legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia – CREA. Isso não significa dizer que o profissional responsável
deve executar a tarefa sozinho, pois conforme a complexidade da análise dos sistemas
construtivos a serem examinados o responsável deve convocar profissionais de outras
especialidades para assessorá-lo. Todas as manifestações escritas de trabalhos periciais
de engenharia na construção civil, obrigatoriamente, deverão seguir as orientações
previstas na NBR 13752/1996.
Além disso no escopo desta norma está prevista a legislação complementar que
deverá ser consultada e atendida para a execução das atividades, essa legislação
complementar é constituída de decretos, normas e resoluções o atendimento dessa
legislação complementar é o que institui os fundamentos e prerrogativas da atividade,
essa legislação complementar é composta da seguinte maneira:
Decreto Federal 81621, de 03/05/78, que aprova o Quadro Geral de Unidades
de Medida;
Lei Federal 5194, de 21/12/66, que regula o exercício das profissões de
Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo e dá outras providencias;
6
Lei 4591, de 16/12/64, que dispõe sobre propriedades (em planos) horizontais
de edificações e incorporações imobiliárias;
Lei 6496/77, que institui a “Anotação de Responsabilidade Técnica – ART” na
prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e de Agronomia; autoriza
a criação pelo CONFEA de uma Mútua Assistência Profissional e dá outras
providencias;
Resolução 205 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
de 30/09/71, que adota o Código de Ética Profissional;
Resolução 218 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
de 27/06/73, e demais resoluções pertinentes, que fixam as atribuições do
Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo nas diversas modalidades.
Resolução 345 do CONFEA, de 27/07/90, que dispõe quanto ao exercício por
profissionais de Nível Superior das atividades de Engenharia de Avaliações e
Perícias de Engenharia.
O atendimento desta legislação consubstancia-se apenas como requisito básico
para a execução de perícias, pois de acordo com a NBR 13752/1996 todos os
procedimentos devem estar em conformidade com o ordenamento jurídico brasileiro,
além de obedecer às diretrizes preconizadas nas Normas Brasileiras aprovadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, aplicáveis à natureza de espécie do
objeto da Perícia.
2.4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
De acordo com a NBR 13756/1996, as perícias podem ser de arbitramentos,
avaliações, exames ou vistorias e a depender do caso poderá ter alguma outra
classificação. As perícias podem envolver ações judiciais, ações administrativas ou ações
extrajudiciais.
Para Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica em
Edificações 2009, p. 158), a norma comete um equívoco ao listar tais tipos como
espécies de perícias, pois para os autores todos esses termos são na verdade espécies
do gênero Engenharia Legal e/ou Engenharia Diagnostica, mas jamais espécies de
pericias. Tanto é que segundo os autores a própria ABNT possui normas específicas para
as avaliações, tal qual a norma para avaliações em empreendimentos – NBR 14.653/92 e
outras.
Os requisitos exigidos em uma perícia estão diretamente relacionados com as
7
informações que podem ser obtidas na execução da atividade, esses requisitos são
necessários para mensurar a exatidão do trabalho, sendo que quanto mais requisitos
forem exigidos menos subjetiva será a perícia.
2.5. HABILITAÇÃO
O Código de Processo Civil no artigo 145, com a nova redação que lhe foi dada
pela Lei federal n° 7270/84 estabeleceu, que “Os peritos serão escolhidos entre
profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente,
respeitado o disposto no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo
VI, seção VII, desse código”.
De acordo com o Manual do IBAPE – Avaliações o que é e como contratar – pág.
33-34, devido à grande variedade de disciplinas na área tecnológica o ideal é que o
contratante dependendo da situação eleja um engenheiro de avaliações e esse se
incumba de indicar e coordenar outros engenheiros especialistas.
Em resumo observa-se que para exercer a atividade de perícia o profissional
deverá ter nível superior e registro no CREA, porém nota-se que o perito deve ter
conhecimento especializado e para ter domínio deste tipo de conhecimento o profissional
terá que se capacitar com cursos de educação continuada e especialização.
2.6. REQUISITOS ESSENCIAIS EXIGIDOS:
O trabalho de um perito é desenvolvido através de uma metodologia adequada, e
essa metodologia tem por objetivo assegurar a qualidade do trabalho pericial,
encaminhando o perito a uma sequência lógica de atividades que permitam a ele elaborar
seu parecer técnico. De acordo com a NBR 13752/1996, são requisitos essenciais à
qualidade do dos trabalhos de engenharia os seguintes:
a) Inclusão de um número adequado de fotografias por cada bem
periciado, com exceção dos casos que ocorrer impossibilidade
técnica;
b) Execução de um croqui de situação;
c) Descrição sumária dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões,
áreas, utilidades, materiais construtivos, etc.;
d) Indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos
8
encontrados.
Para Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica em
Edificações 2009, p. 160), a qualidade da perícia não se limita a esses tópicos, tendo
faltado os tópicos principais, ou seja, a conclusão e a fundamentação.
Figura 2.1 Requisitos Essenciais nos trabalhos de perícia – ref.: o autor
2.7. REQUISITOS COMPLEMENTARES
Os requisitos complementares têm por objetivo fornecer informações que garantam
maior abrangência e profundidade ao trabalho pericial, assim reduzindo a margem de
subjetividade que possa estar presente e inserindo maior qualidade ao trabalho. De
acordo com a NBR 13752/1996, os requisitos complementares asseguram qualidade a
perícia e são compostos das seguintes informações:
a) Inclusão de um número ampliado de fotografias, garantindo maior
detalhamento por bem periciado;
b) Descrição detalhada dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões,
áreas, utilidades, matérias construtivos, etc.;
c) Apresentação de plantas individualizadas dos bens, que podem ser
obtidas sob forma de croqui;
d) Indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos
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encontrados, com planta de articulação das fotos perfeitamente
numeradas;
e) Análise dos danos e/ou eventos encontrados, apontando as prováveis
causas e consequências;
f) Juntada de orçamento detalhado e comprovante de ensaios
laboratoriais, quando se fizerem necessários.
Segundo Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica
em Edificações 2009, p. 161), além destes requisitos devem ser incluídos a esta lista tais
como a determinação da origem do que está sendo investigado e seu mecanismo de
ação, além das causas expostas na conclusão. Ainda, segundo os autores, a
fundamentação técnica deve ser feita com base científica na conclusão pericial. Os
autores afirmam que a norma em questão comete um equívoco ao recomendar a juntada
de orçamentos e ensaios, que são procedimentos acessórios às perícias, muito embora
uteis para a confirmação ou rejeição das hipóteses formuladas no desenvolvimento do
trabalho quando bem fundamentada, interpretada e aplicada.
2.8. ATIVIDADES BÁSICAS
As atividades básicas são as ações que necessariamente deverão ser seguidas
para a execução da atividade pericial, é uma sequência de etapas que têm por produto
final o laudo ou parecer técnico do engenheiro contendo suas considerações e
conclusões, bem como soluções e propostas, quando possível e/ou necessário.
De acordo com a NBR 13752/1996, as atividades básicas correspondem as etapas
de vistoria e/ou exame do objeto da perícia, diagnóstico dos itens objeto da perícia, coleta
de informações, escolha e justificativa dos métodos e critérios periciais, análise das
ocorrências e elementos periciais, soluções e propostas, considerações finais e
conclusões.
Figura 2.2 Atividades básicas de execução de perícias – ref.: o autor
10
Segundo Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica
em Edificações 2009, p. 156 e 157), a listagem de atividades básicas está incompleta,
pois não contemplou a data da diligência, a orientação dos trabalhos, os registros
fotográficos e outros, além de não conter o principal que é a conclusão e a
fundamentação. Além disso, segundo os autores a norma inseriu tópico alheio ao escopo
pericial, pois soluções e propostas são atividades de consultoria, que complementam a
perícia, mas que não deveriam ser sugeridas na norma específica de perícias. Ainda
segundo os autores a data da diligência é fundamental para delimitação do espaço
temporal, em que a edificação foi vistoriada, inspecionada ou periciada. As anomalias e
falhas podem progredir, estacionar ou regredir, a partir de então, a eventual negligência
para resguardar a integridade física da edificação ou dos usuários poderá ser modificada
posteriormente à data consignada no relatório, laudo ou parecer.
2.9. A EXECUÇÃO DA PERÍCIA
Ao executar a perícia o profissional realiza um trabalho de vistoria, no qual busca-
se analisar a situação encontrada, colher informações e dados que subsidiem a
elaboração do Laudo pericial e forneça informações suficientes para que possa ser
expedido o parecer técnico do profissional.
De acordo com Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia
Diagnóstica em Edificações 2009, p. 187), a metodologia tradicional recomenda que o
problema técnico em estudo siga o passo a passo, desde a realização da vistoria até a
elaboração final da consultoria com a prescrição que soluciona a questão, caso seja
necessário, sendo que na maioria dos casos uma única ferramenta, podendo ocorrer
situações em que a solução do problema pode requerer a combinação de ferramentas,
mas em geral a metodologia a ser empregada consiste em:
Determinação da ferramenta ou ferramentas a serem utilizadas na situação
encontrada;
Verificação da documentação referente ao caso;
Obtenção de informações dos usuários, responsáveis, proprietários e gestores
das edificações;
Diligência;
Ensaios tecnológicos;
Considerações técnicas – conclusões e fundamentações;
Indicação das orientações técnicas;
11
Recomendações gerais e de sustentabilidade;
Tópicos essenciais do relatório, laudo ou parecer;
Responsabilidades.
Dessa forma, observa-se que a execução da perícia disponibilizará dois produtos,
o primeiro é o Laudo, que é obtido por meio de atividades de vistoria e exame e o
segundo é o Parecer Técnico, que contém a opinião, conselho ou esclarecimento do
profissional especializado no assunto.
2.10. APRESENTAÇÃO DE LAUDOS
Para a apresentação de Laudo deve-se seguir as prescrições estabelecidas na
NBR 13752/1996, sendo que esta norma estabelece que os laudos deverão ter em seu
textos as seguintes informações:
1. Indicação da pessoa física ou jurídica que tenha contratado o trabalho
e do proprietário do bem objeto da perícia;
2. Requisitos atendidos na perícia conforme o item 4.3;
3. Relato e data da vistoria, com as informações relacionadas conforme
o item 5.2;
4. Diagnóstico da situação encontrada;
5. No caso de perícias de cunho avaliatório: pesquisas de valores,
definição de metodologia, cálculos e determinação do valor final;
6. Memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras informações
relativas à sequência utilizada no trabalho pericial;
7. Nome, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do
perito de engenharia.
Para Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas para Engenharia Diagnóstica em
Edificações 2009, p. 168), faltaram entre os itens mencionados na norma a conclusão e a
fundamentação. Além de segundo os autores há o equívoco de confundir perícia de
engenharia com avaliação.
A NBR 14653-1/2001 em seu item 10.1 estabelece os requisitos mínimos para a
apresentação de laudo de avaliação e de acordo com essa norma no conteúdo dos
laudos deverá conter no mínimo as seguintes informações:
a) Identificação do solicitante da perícia;
b) Objetivo da avaliação;
c) Identificação e caracterização do bem avaliado;
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d) Indicação dos métodos utilizados, com justificativa da escolha;
e) Especificação da avaliação;
f) Resultado da avaliação e sua data de referência;
g) Qualificação legal completa e assinatura dos profissionais responsáveis
pela avaliação;
h) Local e data do laudo;
i) Outras exigências previstas nas demais partes da NBR 14653.
De acordo com o manual do IBAPE pág. 23 - Avaliação o que é e como contratar -
o Laudo deve ser: Claro, objetivo, conciso, preciso, conclusivo e correto (não só na
perícia, mas na linguagem apresentada).
Obs.: Conforme estabelece a Lei 6496/77 as perícias de engenharia na construção civil
devem ser acompanhadas da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.
2.11. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART
De acordo com a Carta de Serviços do CONFEA, disponível no site do órgão, a
ART é o documento que define, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pelo
desenvolvimento de atividade técnica no âmbito das profissões abrangidas pelo Sistema
CONFEA/CREA. Fica sujeito à Anotação de Responsabilidade Técnica no CREA todo
contrato para execução de obra ou prestação de serviços de Engenharia, Agronomia,
Geologia, Geografia e Meteorologia, bem como para o desempenho de cargo ou função
para o qual sejam necessários habilitação legal e conhecimentos técnicos nas profissões
abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA.
As Anotações de Responsabilidade Técnica podem ser de três tipos, ART de obra
ou serviço, ART de obra ou serviço de rotina ou ART de cargo ou função, no caso dos
serviços de perícia aplica-se a ART de obra ou serviço.
A ART deve ser registrada pelo profissional no CREA da respectiva região que
será realizado o serviço antes do início das atividades, de acordo com os dados do
contrato escrito ou verbal, caso haja alteração no contrato a ART original deverá ser
substituída ou complementada.
Se as atividade forem realizadas por mais de um profissional as ARTs dos demais
responsáveis técnicos serão vinculadas à ART original. A ausência do registro da ART
sujeita o profissional ou a empresa a multa e demais cominações legais.
13
3. METODOLOGIA
3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
O método utilizado para a elaboração do manual é o levantamento de informações
através de pesquisa, como as primeiras informações são de caráter geral, como por
exemplo, cumprimento da legislação pertinente a atividade e a utilização das normas
técnicas correlacionadas, antes mesmo de iniciar a vistoria o perito poderá utilizar um
modelo para iniciar o trabalho.
O modelo proposto neste trabalho é um formulário, para ser preenchido no
decorrer da vistoria, o formulário conterá as informações que devem ser pesquisadas na
vistoria e mais um campo para o perito fazer as observações que achar pertinente.
3.2. SOBRE O MANUAL
Como o objetivo do Manual é subsidiar a atividade em um contexto pré-vistoria, no
momento da vistoria o profissional não estará com o manual em mãos, apenas com o
formulário que neste caso é o produto do manual.
O Manual tem o objetivo de esquematizar a vistoria com as principais perguntas e
análises que deverão ser feitas pelo perito, colher as informações estritamente
necessárias antes e durante a vistoria e auxiliar o profissional na expedição do laudo.
Após a realização da vistoria o manual será utilizado mais uma vez, neste terceiro
momento a ideia é fazer uma revisão para verificar se algo foi esquecido e se haverá a
necessidade de uma nova vistoria, caso tudo tenha ocorrido como previsto o perito
proporá ou não adequações ao manual e por consequência ao Modelo.
Quando a vistoria estiver finalizada, o manual será utilizado mais uma vez, agora o
objetivo é expedir o laudo, a ideia é consultar o manual para verificar quais itens são de
relevância no documento.
14
3.3. SOBRE O MODELO
O Modelo é o documento que estará à disposição do profissional no momento da
perícia, a estrutura proposta para o Modelo é a de um Formulário, que conterá em uma
sequência lógica, as atividades do perito.
O objetivo é que ao preencher o formulário o perito obtenha as informações
necessárias para a elaboração do laudo, diminuindo o tempo gasto na vistoria e
reduzindo a margem de erro, já que o processo está sendo adiantado.
O Modelo proposto aqui é um formulário misto, com perguntas, perguntas e
opções de respostas e campos para observações.
15
3.4. ANEXO 1 – MANUAL DE PERÍCIAS
MANUAL
Os itens deste manual servem de instrução para o Formulário-Modelo e o
Laudo
1 – Verificar a Legislação Pertinente à atividade:
Neste passo deve-se listar quais são as Normas, Leis, Decretos,
Resoluções e Recomendações que regulamentam a atividade. Exemplos:
NBR 13753/1996 – Perícias de Engenharia na construção civil;
Lei 6496/ 1977 – Institui a Anotação de Responsabilidade Técnica;
Decreto-Lei 5452/1943 – Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho;
Resolução 345 do CONFEA – Dispõe quanto ao exercício por profissionais de Nível Superior das Atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia.
Recomendações do IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia.
2 – Habilitação do Profissional:
Neste passo o profissional prova que é qualificado e capacitado para a
realização da perícia. Essa habilitação refere-se ao preenchimento dos requisitos legais e também de conhecimento especializado na área. Exemplos:
Cumprir o art. 145 do Código de Processo Civil – Ter nível universitário e registro no órgão de classe competente, neste caso o CREA.
De acordo com o IBAPE o conhecimento especializado é adquirido através de cursos de formação continuado e especialização.
3 – Listar os Requisitos Essenciais das Normas:
Neste passo o profissional lista quais são os requisitos essenciais das
Normas, esses requisitos estarão presentes em qualquer atividade de perícia, eles estão espalhados nas leis relacionadas a atividade e serão utilizados para a elaboração do modelo padrão que posteriormente será elaborado. Exemplo:
A NBR 13752/1996 traz alguns requisitos para as atividade de perícias, como:
Execução de um croqui de situação;
Indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ ou eventos encontrados.
16
Para Gomide, Neto & Gullo (Normas Técnicas de Engenharia Diagnóstica em edificações também são requisitos essenciais:
Conclusão;
Fundamentação.
4 – Listar os Requisitos Complementares das Normas:
Os requisitos complementares assim como os essenciais também estarão espalhados nas normas relacionadas a atividade e farão parte do formulário modelo esses requisitos têm por objetivo fornecer informações que reduzam a margem de subjetividade do trabalho. Exemplo:
Inclusão de um número ampliado de fotografias;
Descrição dos bens nos seus aspectos físicos;
Determinação da origem do que está sendo investigado;
Causas expostas na conclusão.
5 – Listar Requisitos Específicos da Atividade:
Verificar se a atividade possui legislação específica, estadual ou municipal, e
verificar o que se aplica a perícia, e relacionar com as características do local periciado. Exemplo:
No Distrito Federal o Decreto-Lei 21361/2000 Regulamenta a segurança contra incêndio e pânico no DF.
6 – Execução da Perícia
Após consultar a legislação pertinente, chega a hora de esquematiza como será
feita a perícia, quais são os itens que serão incluídos no formulário, a maneira que será executada a vistoria e qual será a metodologia empregada e quais os produtos que serão entregues pelo perito ao fim da atividade.
Neste caso proposto os produtos são o Laudo e o Parecer-Técnico e a metodologia utilizada é a pesquisa por meio de vistoria com o auxílio de um formulário. Para a execução da Perícia as seguintes atividades deverão ser seguidas e incluídas no Formulário.
Determinação da Ferramenta ou ferramentas a serem utilizadas na situação encontrada;
Verificação da documentação referente ao caso;
Obtenção de informações dos usuários, responsáveis, proprietários e gestores das edificações;
Diligencias (Vistorias);
Ensaios Tecnológicos;
Diagnóstico dos itens objetos da perícia;
Considerações Técnicas – conclusões e fundamentações;
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Indicação das orientações técnicas;
Recomendações Gerais e de Sustentabilidade;
Tópicos essenciais do relatório, Laudo ou parecer;
Responsabilidades
7 – Expedição do Laudo
Após a execução da perícia segue-se a execução do Laudo, que deve ter no mínimo os seguintes itens no documento:
Identificação do solicitante da perícia;
Objeto da avaliação;
Caracterização do bem avaliado;
Identificação dos métodos utilizados, com justificativa da escolha;
Especificação da avaliação;
Resultado da avaliação;
Qualificação legal e assinatura dos profissionais responsáveis pela avaliação;
Local e data do laudo
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3.5. ANEXO 2 – MODELO
FORMULÁRIO – MODELO
1 – Qual tipo de perícia será realizada? ( ) Apuração de causas ( ) Asserção de direitos ( ) Suporte a tomada de decisões ( ) Outros Observações: 2 – Além da legislação comum a qualquer perícia existem normas específicas relacionadas a atividade? ( ) Não Sim, especificar nas observações. Observações: 3 – Habilitação do responsável técnico: ( ) Nível universitário; ( ) Curso de formação continuada; ( ) Curso de especialização; ( ) Experiência na execução de atividades similares; ( ) Outros Observações: 4 – Quais são os requisitos específicos para a elaboração da perícia? 5 – Ferramentas que serão utilizadas na situação encontrada: ( ) Análise visual; ( ) Ensaios laboratoriais; ( ) Comparações; ( ) Pesquisa ( ) Outros Observações:
19
6 – Situação da documentação referente ao caso: ( ) Não existem documentos; ( ) Documentos inconsistentes; ( ) Documentos desatualizados; ( ) Outros Observações: 7 – Informações fornecidas pelos usuários e/ou proprietários: Situação anterior: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Situação atual: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Observações:
8 – Realização da vistoria (Armazenamento de dados): ( ) Tirar fotos; ( ) Analisar documentos; ( ) Executar croqui de situação; ( ) Caracterizar eventos encontrados; ( ) Caracterizar danos encontrados; ( ) Descrever os bens nos aspectos físicos, dimensões, áreas, utilidades, materiais construtivos; ( ) Realizar ou solicitar ensaios tecnológicos; Observações: 9 – Considerações Técnicas, soluções e propostas, conclusões e fundamentações
(Relatório): 10 – Recomendações gerais: 11 – Responsabilidades: ( ) Não há responsáveis; ( ) Há responsáveis, porém a autoria é desconhecida; ( ) Responsabilidade total do proprietário; ( ) Responsabilidade dos usuários; ( ) Responsabilidade compartilhada; ( ) Outros Observações:
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12 – Considerações finais (Laudo): ( ) Identificar o solicitante da perícia; ( ) Especificar o objeto da avaliação; ( ) Caracterizar o bem avaliado; ( ) Identificar os métodos utilizados com a justificativa da escolha; ( ) Especificar a avaliação; ( ) Detalhar o resultado da avaliação e sua referência; ( ) Conclusão e Fundamentação; ( ) Qualificação legal completa e assinatura dos profissionais responsáveis pela avaliação; ( ) Local e data do Laudo; Observações: 13 – Documentar anexos da perícia: ( ) Memórias de cálculos; ( ) Resultados de ensaios; ( ) Filmagens; ( ) Fotos; ( ) Depoimentos. Observações:
Como o mapeamento dessas atividades os requisitos mínimos das Normas foram atendidos.
21
4. ESTUDO DE CASO 1: LAUDO DA CASA DE MÁQUINAS DA ESTAÇÃO
ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA DO RIO DESCOBERTO – EAB RD
4.1. CONTEXTUALIZANDO
A captação de água bruta do Rio Descoberto é feita para que a água seja tratada e
posteriormente consumida, o tratamento da água captada no Rio Descoberto é feito na
Estação de Tratamento de Água do Rio Descoberto ETA RD localizada na QNM 42
Complexo da M Norte – Taguatinga/DF, mas para que essa água seja tratada na ETA RD
antes ela deve ser bombeada. O sistema que bombeia a água até a adutora (dutos por
onde percorre a água até chegar as estações de tratamento) é denominado Elevatória de
Água Bruta - EAB. A Estação Elevatória de Água Bruta do Rio Descoberto – EAB RD
bombeia a água até a ETA RD essa EAB está localizada a margem da BR 070 próximo à
divisa do DF com a cidade de Águas Lindas/GO. Os dados utilizados para a elaboração
deste laudo foram fornecidos pela própria companhia e são e domínio públicos estando
disponíveis na forma do Programa de Saneamento Ambiental – PSA Caesb 2013, do
Relatório da Qualidade da Água Distribuída pela Caesb em 2014 edição março/2015 e do
Relatório Anual da Administração edição 2014. Os dados referentes ao ano de 2015 até o
fechamento deste trabalho não estavam disponíveis.
Figura 4.1 – Esquema de um sistema de Abastecimento de Água – Ref.: Relatório Anual
Caesb Ed. Março/2015.
22
Figura 4.2 - Imagem aérea da EAB Rio Descoberto – Ref.: Google imagens.
Figura 4.3 - Estação de Tratamento de Água Rio Descoberto – ETA RD – Ref.: Google
imagens
23
4.2. CARACTERÍSTICAS DA EAB RD
Inaugurada em 08 de fevereiro de 1979, a EAB RD conta com aproximadamente
8.000 m² de área construída. Esta área contempla uma subestação rebaixadora com
dupla linha de transmissão de 138 KV e dois transformadores de 20 MVA.
Figura 4.4 – Subestação EAB RD. Ref.: o autor
A adutora de água bruta é composta por duas linhas de aço com diâmetro de
1219mm e extensão de 14.700m, com altura geométrica de 242m e altura manométrica
de 282m.
Cerca de 60% da água consumida no Distrito Federal é captada na bacia do Rio
Descoberto a água desta bacia abastece as seguintes cidades: Taguatinga, Ceilândia,
Vicente Pires, Águas Claras, Samambaia, Riacho Fundo l e ll, Recanto das Emas, Gama,
Santa Maria, Núcleo Bandeirante, Park Way, Arniqueiras, Guará e Candangolândia.
Figura 4.5 – Produção de água para abastecimento por sistema produtor. Ref.: Caesb, 2011
24
A EAB RD de acordo com o Relatório Anual da Administração – Caesb,
2014 trabalha com uma vazão máxima para produção de 5444,3 L/s e com uma vazão
média de 4825,9 L/s para trabalhar com estas vazões o sistema conta com um conjunto
de 5 motores, sendo que três são de 11000 HP de potência e dois são de 5500 HP de
potência.
Figura 4.6 – Conjunto motor-bomba EAB RD. Ref.: o autor
25
4.3. OBJETIVO DA AVALIAÇÃO
O presente laudo tem por objetivo avaliar a situação dos componentes estruturais
da Casa de Máquinas da Estação Elevatória de Água Bruta do Rio Descoberto – EAB
RD, o objeto do laudo localiza-se a margem da BR 070 próximo à divisa do Distrito
Federal com a cidade de Águas Lindas/GO, pertence e é administrado pela CAESB –
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal.
Figura 4.7 – Vista Lateral Frontal da Casa de Máquinas EAB RD. Ref.: o autor
4.4. CARACTERÍSTICAS DO BEM AVALIADO
De acordo com a NBR 14653/2001 – Avaliação de bens, a casa de máquinas pode
ser classificada como local de uso industrial, possuindo 4.800m² de área construída,
sendo que a largura interna do ambiente é de 40 metros e o comprimento é de 120m,
além disso o local conta com um pé direito aproximado 15m de altura.
Figura 4.8 – Vista Lateral Esquerda da Casa de Máquinas EAB RD. Ref.: o autor
26
Por se tratar de um ambiente composto por grandes máquinas, que trabalham
utilizando elevados níveis de tensão considerando o que prescreve a NR-10 – Segurança
em instalações elétricas e sendo comum a execução de trabalhos em altura considerando
o que prescreve a NR 35 – Segurança no Trabalho em Altura, e adotando-se o que rege
a NR 16 – Atividades e Operações Perigosas, o ambiente da casa de máquinas foi
classificado pela empresa (CAESB) como área de risco, possuindo apenas o perímetro
interno (acima das máquinas) como área de acesso livre.
Figura 4.9 – Casa de máquinas e área livre EAB – RD Ref.: o autor
4.5. MÉTODO DE AVALIAÇÃO
O método utilizado para a elaboração do presente laudo foi a inspeção visual do
local, associado à análise de documentos disponibilizados pela companhia e entrevista
com os funcionários que trabalham no local. O presente método é subsidiado com a
utilização de normas técnicas, em especial as da ABNT, e utilização de literatura
referente ao assunto.
A escolha deste método justifica-se pelas características do bem avaliado,
principalmente devido à falta de documentos relacionados ao local, a impossibilidade de
realização de ensaios tecnológicos e ao fato de o bem ser uma edificação com mais de
35 anos.
27
4.6. ESPECIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO
4.6.1 QUESTIONÁRIO APLICADO
1 – Documentos referentes a edificação: ( x ) Não existem documentos; ( ) Documentos inconsistentes; ( ) Documentos desatualizados. 2 – A edificação já passou por grandes obras de reforma? ( ) Sim; ( ) Não; ( x ) Não soube informar. Obs.: A edificação não aparenta ter sido alvo de grandes reformas 3 – Existe algum tipo de manutenção preventiva/corretiva para a edificação? ( x ) Sim; ( ) Não; Obs.: A cada 6 meses a empresa agenda visita de equipes de manutenção para realizar serviços de pintura, impermeabilização e pequenos reparos, e sempre que achar necessário o responsável pela edificação pode solicitar manutenção corretiva. 4 – Situação da edificação ( x ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim 5 – O trabalho das máquinas instaladas afetam a estrutura? ( ) Sim; ( x ) Não; Obs.: Como vigas, pilares e paredes não apresentam trincas ou fissuras, a estrutura aparentemente não é afetada. 6 – Existe algum histórico de acidente relacionado a operação na edificação? ( ) Não; ( ) Sim; ( x ) Não soube informar. 7 – A edificação possui algum sistema de segurança? ( ) Não; ( x ) Sim. Obs.: A edificação possui sistema de segurança contra descarga atmosférica SPDA, extintores de incêndio e saída de emergência.
28
4.6.2 INSPEÇÃO VISUAL DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO
Tabela 4.1 – Descrição dos Pilares da EAB RD Ref.: o autor
PILARES
COMENTÁRIO
Os pilares são de concreto ar-mado moldado “in loco” com se-ção transversal variável da parte interna (maior dimensão) até a parte externa da edificação (me-nor dimensão). Os pilares são feitos dessa forma para além de cumprir sua função estrutural moldar a arqui-tetura da edifi-cação.
29
Tabela 4.2 – Descrição das Vigas da EAB RD Ref.: o autor
VIGAS
COMENTÁRIO
As vigas são feitas de concreto armado moldado “in loco”, vale-se ressaltar que a viga de maior di-mensão além de re-ceber o carregamen-to proveniente da estrutura da edifica-ção está suportando uma talha com capa-cidade de carga de 30 toneladas.
Tabela 4.3 – Descrição da Laje da EAB RD Ref.: o autor
LAJE
COMENTÁRIO
Laje é feita de con-creto armado molda-da “in loco”, nota-se que a laje é traba-lhada em dois ní-veis. Sendo que a arquitetura formada entre o nível inferior e o superior cria du-tos para a passa-gem de ar.
30
Tabela 4.4 – Descrição do Piso da EAB RD Ref.: o autor
PISO
COMENTÁRIO
O piso da edificação é de concreto arma-do pois precisa su-portar o grande peso das máquinas insta-ladas no local, além de ser o elemento que recebe primeiro a energia (vibração) dissipada pelo traba-lho das máquinas.
Tabela 4.5 – Descrição da Fachada da EAB RD Ref.: o autor
FACHADA
COMENTÁRIO
Todo o fechamento da fachada é feito em estrutura metálica com vidros. A parte inferior da fachada no nível abaixa da entrada é formada por “cobogó” ao lon-go de toda a lateral, os quais são feitos de concreto.
31
Tabela 4.6 – Descrição das Paredes da EAB RD Ref.: o autor
PAREDES
COMENTÁRIO
As paredes da Casa de Máquinas na ver-dade são vigas-parede com acaba-mento em concreto aparente. A parede oposta possui um portão de aproxima-damente 6m de comprimento por 4m de altura, para aces-sar o ambiente.
Tabela 4.7 – Descrição da Iluminação da EAB RD Ref.: o autor
ILUMINAÇÃO INTERNA
COMENTÁRIO
O ambiente interno é bem iluminado du-rante o dia por cau-sa do acabamento em vidros da facha-da e durante o perí-odo noturno as lu-minárias instaladas na laje iluminam o ambiente.
32
Tabela 4.8 – Descrição da Ventilação Interna da EAB RD Ref.: o autor
VENTILAÇÃO INTERNA
COMENTÁRIO
O ambiente interno é ventilado principal-mente por meio das aberturas feitas com acabamento em “co-bogó” ao longo da edificação e pelos vãos no acabamento da laje.
33
4.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os componentes estruturais da edificação (pilares, vigas e laje) são feitos de
concreto armado moldado in loco, estão em concreto aparente e não apresentam em
suas respectivas estruturas patologias. De acordo com GRANATO 2012 (Patologia das
construções), as principais patologias destes tipos de elementos são fissuras e trincas,
que aparecem no concreto pela falta de resistência à tração, pois conforme varia a idade
do concreto varia a deformação à tração, e com isso se origina essa patologia. Ainda de
acordo com o GRANATO 2012 (Patologia das construções), as trincas e fissuras também
podem aparecer por movimentos no interior do concreto, causados pelas tensões no
concreto com os movimentos restringidos pelos vínculos ou armaduras e por recalques
diferenciais, que são movimentos externos as peças de concreto.
Segundo RIPPER e SOUZA 1998 (Patologia, recuperação e reforço da estrutura
de concreto), as fissuras podem ocorrer por carga, quando são causadas pelos esforços
provenientes das cargas atuantes nas peças de concreto, tais como compressão, torção,
flexão etc. Para a análise da fissura pode-se ter como base o ângulo e a largura da
fissura, por exemplo, quando a fissura é mais larga que 0,5 mm provavelmente o projeto
estrutural contém erros.
Como os elementos não apresentam esses tipos de patologias, pode-se dizer que
as peças foram bem executadas e estão bem dimensionadas ou superdimensionadas
para resistir aos esforços provenientes da estrutura em geral e das máquinas e
equipamentos que estão instaladas no local, as quais dissipam parte da energia na
estrutura.
De acordo com RODRIGUES,1998 (Pisos industriais de concreto armado), o piso
da estrutura tem por finalidade resistir, absorver e transferir para a fundação os esforços
verticais provenientes do carregamento. Na EAB RD o piso deve principalmente ser
dimensionado para resistir o peso das máquinas e equipamentos instalados na
edificação. Segundo CRISTELLI, 2010 (Pavimentos industriais de concreto armado –
análise do sistema construtivo), as principais patologias em pisos industriais são as
trincas e fissuras na superfície do revestimento e as falhas e irregularidades no
acabamento, sendo que esses fatos podem ocorrer por uso de materiais de baixa
qualidade e de sistemas construtivos inadequados, utilização inadequada do piso, como
por exemplo, ataque de produtos químicos e exposição a altas temperaturas e ainda por
deficiência do sistema estrutural.
34
Como não foi relatado, nem identificado qualquer anomalia no piso da EAB RD
conclui-se que com relação a este não existem críticas a serem feitas, considerando- se
boa a atual situação do elemento.
As fachadas da edificação são de estrutura metálica revestidas com vidro o que
garante boa iluminação interna com o aproveitamento da luz do sol e conforme foi
observado em visita. A estrutura metálica não apresenta corrosão ou qualquer outro tipo
de desgaste em suas características e os vidros não apresentam trincas.
Por se tratar de um ambiente industrial com máquinas robustas o ambiente interno
da casa de máquinas deve possuir uma temperatura agradável para o trabalho das
máquinas e dos funcionários. No local em questão notou-se que este critério foi atendido
e isto se deve ao fato de que ao longo da edificação existem aberturas feitas com
acabamentos em “cobogó” e na laje da edificação também existem vãos entre seus
níveis. Essas aberturas feitas na edificação fazem com que o ar frio entre na edificação
pelas aberturas em “cobogó”, empurre o ar quente para o teto e o ar quente sai da
edificação pelos vãos feitos na laje e esse sistema propicia ventilação ao ambiente.
35
5. ESTUDO DE CASO 2: LAUDO DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
5.1. OBJETIVO
O presente laudo tem por objetivo avaliar as condições estruturais de uma
residência unifamiliar de dois pavimentos localizada no Condomínio Chácaras Quintas do
Itapuã – Cidade Ocidental/GO. As informações que foram utilizadas neste laudo foram
disponibilizadas pelo proprietário da residência e também obtidas por meio de vistoria
realizada no local no dia 15/11/2015.
5.2. CARACTERISTICAS DA RESIDÊNCIA
A obra da residência está em fase final de conclusão e contará com 574,35m² de
área construída sendo que deste total 332,22 corresponde ao pavimento térreo e 242,13
ao 1º pavimento. No pavimento térreo a residência possui 3 quartos, 3 banheiros, 1
cozinha, 1 área de circulação, 1 hall, 1 área para churrasqueira, além de 1 varanda,
garagem para 4 carros e área de serviço com depósito.
No pavimento superior a residência possui 1 escritório, 1 quarto/home, 1 sala de tv
e um terraço. O deslocamento entre o pavimento superior e inferior é feito por meio de
uma escada interna a edificação.
Figura 5.1 – Fachada da residência.
36
Figura 5.2 – Planta baixa pavimento térreo.
Figura 5.3 – Planta baixa pavimento superior.
37
5.3. MÉTODO DE AVALIAÇÃO
O método utilizado para a elaboração do presente laudo foi a inspeção visual do
local, associado a análise dos documentos disponibilizados pelo proprietário da
residência, além de entrevista com o mesmo. O presente método é subsidiado com a
utilização de normas técnicas, em especial as da ABNT, e utilização de literatura
referente ao assunto.
A escolha deste método justifica-se pelas características do bem avaliado,
principalmente devido ao fato de o bem ser uma obra em fase final de acabamento não
sendo viável utilizar métodos que agridam o trabalho ali executado, primando-se por
manter intacto o acabamento que fora realizado na edificação.
38
5.4. ESPECIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO
5.4.1 QUESTINÁRIO APLICADO AO PROPRIETARIO
1 – Existem documentos referente à edificação? RESP.: Foi contratada uma empresa de engenharia e arquitetura para elaborar os projetos necessários a execução do empreendimento, os quais são: projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto elétrico, projeto hidro sanitário e projeto de instalações telefônicas. 2 – A edificação está sendo executada por uma construtora? RESP.: Sim, foi contratada uma construtora especializada neste tipo de obra. 3 – Os projetos estão sendo seguidos ou houve alguma alteração? RESP.: No decorrer da obra verificou-se a necessidade de alterar o tamanho de alguns cômodos do pavimento térreo para satisfazer a necessidade do proprietário, o construtor sugeriu a revisão em obra e o projeto original foi alterado, mantendo-se compatível a obra com o projeto. 4 – Há alguma peculiaridade na edificação? RESP.: Sim, quando o terreno foi comprado existia uma estrutura pré-existente, o início de uma obra; com pilares, contra piso e vigas, e esta estrutura pôde ser aproveitada a pedido do proprietário. 5 – Com base em que pode-se aproveitar a estrutura pré-existente? RESP.: O proprietário contratou um engenheiro para ir ao local e analisar se a estrutura poderia ser aproveitada e de acordo com o engenheiro a estrutura que ali se encontrava poderia ser utilizada para uma nova edificação. 6 – A edificação apresenta algum tipo de patologia? RESP.: Na data da vistoria 15/11/2015 a edificação não apresentava patologias em seus componentes estruturais, nem nos itens de acabamento. 7 – Alguma parte da edificação teve de ser refeita? RESP.: Algumas paredes externas tiveram infiltração. Para corrigir esse problema foram impermeabilizados os elementos associados ao fato e o acabamento foi refeito. 8 – Como você considera a atual situação da edificação? RESP.: ( x ) Ótimo; ( ) Bom; ( ) Regular; ( ) Ruim Ótimo, pois tanto o projeto, quanto a execução e o acabamento estão dentro das expectativas. 9 – Existe algum plano de ampliação para a edificação? RESP.: Não, a ideia é que se uma nova edificação for executada será utilizada outra parte do terreno, pois ainda há grande área livre.
39
5.4.2 INSPEÇÃO VISUAL REALIZADA NA EDIFICAÇÃO
Tabela 5.1 – Descrição Estrutura Pré-existente
ESTRUTURA PRÉ-EXISTENTE
COMENTÁRIO
Estrutura existente no local quando o proprietário comprou o terreno e que foi aproveitada na construção da nova edifi-cação.
Detalhe dos pilares, vigas e paredes da estrutura que foi aproveitada no projeto da edi-ficação.
40
Tabela 5.2 – Descrição Fundação
FUNDAÇÃO
COMENTÁRIO
Para a execução da edificação optou-se por realizar serviços de aterramento no local, não foi possível descobrir qual tipo de fundação foi executada, mas pelas características da obra, provavelmente o constru-tor optou por algum tipo de fundação rasa.
Tabela 5.3 – Descrição dos Pilares
PILARES E VIGAS
COMENTÁRIO
Conforme descrito em projeto os pilares e as vigas da edifi-cação são de concreto armado moldado “in loco” sendo que alguns pilares são de seção circular e o restante de seção retangular.
41
Tabela 5.4 – Descrição das Lajes
LAJES
COMENTÁRIO
Na edificação optou-se por utilizar lajes pré-moldadas, sendo que de acordo com as referências de projeto algumas lajes possuem altura de 13cm e outras de 15cm.
Tabela 5.5 – Descrição das Paredes
PAREDES
COMENTÁRIO
As paredes da edificação fo-ram executadas em tijolo ce-râmico e não apresentam pa-tologias como trincas, fissuras ou infiltrações.
42
5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a NBR 6122/2010, as fundações superficiais são elementos
cuja carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob
a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno
adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Como exemplos
desses tipos de fundações têm-se as sapatas, os blocos, os radies, as sapatas
associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.
Por causa das características da edificação em análise supõe-se que o
construtor optou por algum desses tipos de fundações rasas, já que provavelmente o
carregamento proveniente da estrutura não necessite de algum tipo de fundação
profunda e o proprietário da obra não contratou empresa especializada neste tipo de
fundação. As principais patologias em fundações de acordo com MILITITSKY ,2005
(Patologia das Fundações), são os problemas envolvendo o solo como, por exemplo,
construção de elementos de fundação assentes em solos de diferente comportamento e
situação de substituição de solo com uso de material mal apropriado ou executado sem
compactação adequada. Além desses ainda existem os problemas relacionados com os
elementos estruturais da fundação, como, por exemplo, a execução de elementos de
fundação com dimensão e geometria incorretas.
Ocorrendo algum erro no dimensionamento ou execução da fundação
poderá acontecer recalque na edificação, que é o movimento vertical descendente de um
elemento estrutural, como na edificação em análise não foram identificados quaisquer
tipos de anomalias pode-se concluir que a estrutura da fundação está com o
desempenho satisfatório.
Com relação aos pilares e vigas da edificação não foram encontrados
patologias como trincas, fissuras ou armadura aparente. Vale-se ressaltar que alguns
desses elementos foram reaproveitados de uma obra inacabada que existia no local
conforme tabela 5.1.
Na edificação optou-se por utilizar lajes pré-moldadas, segundo SANTINE,
2005 (Projeto e construção de lajes pré-moldadas de concreto armado), a vantagem da
utilização de lajes pré-moldadas se dá pelos fatos de elas serem dimensionadas para
vencer grandes vãos com a quantidade mínima possível de altura, além de ser mais
rápido sua execução, pois não necessitam de escoramentos ou fôrmas.
43
As lajes da edificação não apresentavam em sua estrutura, nenhum tipo de
patologia, podendo-se considerar que a execução do elemento foi bem feita e o
dimensionamento da mesma está adequado.
As paredes da edificação foram feitas em tijolo cerâmico e não apresentam
patologias como fissuras, trincas ou infiltrações, podendo-se considerar que no geral a
edificação aparenta ter sido bem executada e dimensionada, pois fissuras e trincas em
paredes segundo DUARTE, 1998 (Fissuras em alvenarias), geralmente são provenientes
de erros de execução ou de dimensionamento estrutural.
44
6. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que os objetivos do trabalho foram alcançados, pois o manual
proposto foi elaborado e para verificar a aplicabilidade dele foram feitos dois laudos de
caráter avaliativo, o primeiro laudo foi de uma casa de máquinas, ou seja, um ambiente
industrial e o segundo laudo foi de uma residência unifamiliar de dois pavimentos.
Observou-se que para elaborar os dois laudos o Manual mostrou-se eficaz, pois
tanto no primeiro quanto no segundo laudo pode-se relacionar os requisitos mínimos
estabelecidos como parâmetros na elaboração de laudos de engenharia, que são entre
outros critérios as características do bem, a situação encontrada e a avaliação do
profissional.
Como os objetos avaliado possuem características muito distintas foram aplicados
questionário diferentes para a realização do laudo, isso mostra a necessidade de
adaptação a cada caso, o que não diminuiu a aplicação do manual, e ainda mostrou que
o perito deve buscar flexibilidade em sua atividade, pois para se chegar ao mesmo
resultado, que é a elaboração do laudo, em determinado momento foi necessário outro
caminho, que no caso foi questionário diferente do primeiro aplicado.
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7. REFERÊNCIAS
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