Web viewEstudo das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura...

download Web viewEstudo das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana. PROF. Sérgio Luís do Nascimento. AULA I

If you can't read please download the document

Transcript of Web viewEstudo das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura...

Estudo das Relaes tnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana

PROF. Srgio Lus do Nascimento

AULA I

Organizao da aula:

-Educao e as relaes com as outras sociedades;

-A histria antiga e as diferenas culturais;

-Racismo, civilizao e viagens;

-Escravido no Brasil;

-A mo de obra indgena pelo africano;

-Diferentes naes do continente africano;

-Racismo de marca de no de origem.

CONTEXTUALIZAO

A escravido no prprio continente africano era muito passiva, sendo que era comum at mesmo o casamento de escravas com seus senhores.

importante entender que, na escravido antiga, nas cidades gregas e romanas, os escravos no eram necessariamente negros, mas de todos os tipos de origens. Geralmente eram prisioneiros de guerras, devedores, criminosos e a escravido era geralmente transitrio, ou seja, aps pagar determinada dvida o escravo era livre.

J na escravido moderna, os escravos eram tragos de outros continentes e comercializados, sem gastos, sem pagamentos e sem remunerao, como objetos e/ou mquinas para o trabalho.

A rentabilidade da escravido estava muito mais na compra e venda de cativos(as) do que naquilo produzido por essas pessoas.

(COSTA, 2013).

Seria mais fcil escravizar somente os indgenas, porm no haveria a rentabilidade com a importao e exportao dos escravos, que eram tidos como mercadorias. Houve um perodo onde havia mais escravos negros do que brancos livres no Brasil, neste perodo, o governo brasileiro via a escravido como principal forma de comrcio e rentabilidade do pas, importante lembrar que o Brasil foi o ltimo pas a abolir a escravido, com a lei urea, implantada em 13 de maio de 1888.

Mas porque os africanos e no os asiticos, por exemplo? No podemos deixar de apresentar o principal motivo pelo qual escolheram os negros do continente africano como escravos: simplesmente pelo fato de que os caminhos martimos se encaixavam facilmente com os outros continentes.

Hoje, infelizmente ainda temos como herana deste perodo fatores como a discriminao e o chamado racismo de marca.

OBS. IMPORTANTE: Racismo de marca: Quando o preconceito de raa se exerce em relao aparncia, traos fsicos, fisionomia, gestos, sotaque.

Racismo de origem: Quando basta a suposio de que o indivduo descende de certo grupo tnico para que sofra as consequncias do preconceito.

Estudo das Relaes tnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana

PROF. Srgio Lus do Nascimento

AULA II

Organizao da aula:

-1888 a abolio da escravatura;

-1889 a proclamao da repblica;

-Compreender o conceito de raa e sua diferenciao do conceito estabelecido pelas teorias do racismo cientfico;

-Reconhecer a diferena entre etnia e raa;

-Reconhecer os conceitos de racismo, intolerncia, xenofobia, preconceito e etnocentrismo.

CONTEXTUALIZAO

Alguns sculos atrs a cincia dizia que existia diferentes raas humanas, uns mais evoludos brancos e outros mais atrasados negros indgenas asiticos etc., sendo que os mais evoludos seriam os europeus e o resto do mundo teria que evoluir e se tornar exatamente como eles, mesma religio, mesma lngua, mesmos costumes e etc. importante lembrar que a partir do sculo XX denomina-se apenas uma raa: a humana.

Muito dessa teoria era a questo da economia exploradora, um exemplo disso foi quando os belgas foram ao Congo dizendo que iriam socializar o pas, levando a educao, religio, conceitos da Europa evoluda etc., porm usaram como uma sada para explorar os recursos do continente africano.

Enfim, em 1889 com proclamao da repblica o Brasil visava evoluir e se modernizar o mais rpido possvel, assim todo aquele que era considerado do povo inferior foi deixado de lado, pois a elite pensava que de tudo que os escravos fizeram nada havia sido vlido, portanto, segundo a elite da poca, era preciso esquecer tudo o que os escravos haviam feito em nosso territrio.

Neste perodo, vrios tericos como o brasileiro Raimundo Nina Rodrigues, enfatizavam sem papas na lngua a inferioridade africana, este, porm, foi um dos maiores responsveis pelas pesquisas religiosas do continente africano, tomando partido de suas pesquisas para inferiorizar os negros deste continente.

J Silvio Romero tambm era a favor da teoria que dizia que os brancos eram superiores, porm, este entendia que a miscigenao no era algo to inconcebvel como dizia Nina Rodrigues, mas pensava que essa mistura era uma forma de evoluo do negro, pois se unia aos brancos e de certa forma eles se tornavam limpos, segunda a teoria de Romero.

Na dcada de 50 a Biologia deu um grande passo na sua evoluo cientfica provando, atravs da gentica, que a cor do indivduo no altera sua capacidade como ser, pois o que diferencia a cor e o nvel de melanina de um ser so 3 ou 4 genes dos aproximadamente 30.000 existentes no corpo humano.

Infelizmente, ainda hoje existe muito preconceito em relao aos fentipos (Caractersticas visveis de cada ser) dos indivduos, no Brasil e no mundo.

Estudo das Relaes tnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana

PROF. Srgio Lus do Nascimento

AULA III

Organizao da aula:

- Histria e cultura afro-brasileira;

- Movimento social negro e educao;

- Sobre o racismo;

- Sobre os preconceitos.

CONTEXTUALIZAO

Por que devemos estudar a histria africana? Alguns motivos nos levam a isso como, por exemplo, entender que cerca de 76.560.000 habitantes brasileiros so negros, isso equivale a aproximadamente 45,3% da nossa populao, outro motivo o fato que se da a desmistificar a impresso formada na mente das populaes no africanas, que ainda hoje imaginam que o continente africano parou no tempo, de que so atrasados, que a cincia africana no evoluiu, que so uma populao miseravelmente pobres, que no existem metrpoles e somente selvas e regies parecidas, etc. importante lembrar e passar para geraes, os pensamentos e a histria de filsofos como Nelson Mandela, o qual foi uma importante fora do povo negro a partir do sculo XX na luta contra a ideia de inferioridade do africano .

Porm, para entendermos a histria do Brasil no podemos estudar somente a histria africana, mas todas as matrizes que auxiliaram para a cultura e a histria do nosso pas entre essas matrizes observam-se as seguintes: Indgena, Africana, Europeia e Asitica, outras.

Sabemos e lembramos novamente que o preconceito e o racismo ainda est presente na nossa cultura e devemos usar instrumentos como, por exemplo, e principalmente, as escolas para modificar esses pensamentos ultrapassados.

Porm, dentro das escolas devemos tomar cuidado com os livros didticos, que retratam os negros apenas como escravos subalternos que nada contriburam para a nossa nao, e os brancos (europeus) como senhores e evoludos, o que obviamente no verdade. Esse retrato preconceituoso afeta no desenvolvimento da criana negra, que forma em sua prpria mente um pensamento de represso e inferioridade e isso afeta todo decorrer de sua vida.

Estudo das Relaes tnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana

PROF. Srgio Lus do Nascimento

AULA IV

Organizao da aula:

- Da monarquia para a repblica;

- A miscigenao e o branqueamento;

- Do projeto UNESCO ao conceito de mito da democracia racial;

- As desigualdades em nmeros.

CONTEXTUALIZAO

A partir de 1888/1889 comearam as primeiras teorias do branqueamento da nao, pois se acreditava, naquele momento em que o Brasil buscava uma modernizao e um crescimento industrial em relao aos outros pases, que seria necessrio que o pas no contasse com nenhuma populao negra ou miscigenada (mestia), anulando todas as marcas da escravido, s assim, para os pensadores da poca, o Brasil seria um pas culto e civilizado.

Naquela poca, os africanos e indgenas eram tidos como deficincias genticas.

Neste perodo se levantaram 3 correntes das questes raciais e de miscigenaes do pas, entre elas: uma que dizia que havia pouca ou nenhuma discriminao racial e grande fluidez entre as raas. Outra que dizia que a discriminao racial, apesar de ampla e generalizada, era transitria. Por fim, a que dizia que a discriminao racial era estrutural e persistente.

Gilberto Freyre foi um dos grandes pensadores da poca de 30 que defendia a miscigenao e dizia que esta questo era o que diferenciava o Brasil, porm, defendia as ideias do pargrafo acima, que os negros e indgenas deveriam esquecer suas razes, transformando suas culturas com a cultura que convm aos europeus.

Oliveira Vianna tambm foi um defensor da miscigenao, porm, a via como estratgia para o branqueamento da populao, ou seja, com o tempo era preciso miscigenar a populao para que houvesse brancos e pardos, mas no negros.

Mas foi a partir da dcada de 30 que surgiu a democracia racial, que mudaria completamente a viso racista do pas, que dizia que a miscigenao e os negros em si formavam uma mistura que fazia com que o Brasil fosse especialmente privilegiado, e de modo nico, pois era a nica nao que, naquele momento, tinha o intuito de incluir os negros na sociedade, porm, esta foi mais um democracia terica, pois na prtica no era exatamente o que acontecia, j que nem todos os brancos aceitavam essa ideia de igualitarismo. J numa segunda gerao, voltando a teorias racistas, foi defendida a tese de que o Brasil s se caracterizava com a excluso racial.

Porm, mesmo os que no se denominavam preconceituosos, mais uma vez enfatizamos que os brancos acreditavam que para o negro ou ndio se integrar totalmente na populao brasileira era necessrio deixar para traz suas ideias e crenas, ou seja, era p