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Aluno(a): Data: 3º ANO I Unidade Componente Curricular: História Professor: Marcelo LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA - REVISÃO 1- TEXTO I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro”era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). TEXTO II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da: a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. c) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. e) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.

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Aluno(a):Data: 3º ANO I UnidadeComponente Curricular: História Professor: Marcelo

LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA - REVISÃO1-TEXTO I

Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro”era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.

SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo.In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

TEXTO II

Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus.Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.

SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da:a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.c) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.e) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.

2- “Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na 'preferência' pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse 'gênero de vida'; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa 'mercadoria'. Esse talvez seja o segredo da melhor 'adaptação' do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.”

(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado).

Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:

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a) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.

b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.

c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”.

d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.

e) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.

3- Não se pode dizer que Colombo descobriu a América, afirmam os estudiosos do assunto, pois, quando ele aqui chegou pela primeira vez, o continente americano era habitado por milhões de indígenas.

O historiador mexicano Miguel León Portilla sugeriu, então, que 12 de outubro de 1492 devia ser lembrado como data do “encontro de dois mundos”: o mundo americano e o europeu.

Já outros historiadores discordam dele: preferem dizer que o dia da chegada de Colombo foi o dia da invasão da América pelo europeu.

Afirmam que, devido à violência do contato entre europeus e nativos, só nos primeiros cinquenta anos após a chegada de Colombo, morreu mais da metade dos 88 milhões de nativos que o continente americano possuía no final do século XV.

(BOULOS JÚNIOR, 2004, p. 122).

Considerando-se o conteúdo do texto e os conhecimentos sobre o Continente Americano como espaço integrador de culturas, pode-se afirmar:

( ) Sociedades urbanizadas foram encontradas entre os “milhões de indígenas” citados no texto, nas quais havia divisão de trabalho entre o campo e a cidade, e a produção pode ser classificada na categoria de modo de produção asiático.

( ) O referido “encontro entre dois mundos” levou ao início das atividades do tráfico negreiro por genoveses e venezianos, tendo como destino as colônias inglesas do México e do Peru.

( ) A violência do conquistador europeu contra as populações indígenas do Novo Mundo é semelhante àquela cometida contra populações do Continente Africano, trazidas para a América e aqui escravizadas.

( ) A sobrevivência de idiomas e práticas cotidianas de origem indígena entre populações camponesas de países da América de língua espanhola demonstra a resistência das culturas locais às experiências de aculturação daquelas populações pelos dominadores europeus.

( ) As culturas africanas trazidas para o Brasil — mesmo na condição de culturas dominadas pelo sistema escravista — participaram ativamente da construção da sociedade brasileira, a partir da força de trabalho aplicada no âmbito da economia agrícola para exportação, vigente nos períodos Colonial e Monárquico.

As alternativas corretas são:

a) V-V-V-V-V

b) V-F-V-F-V

c) F-V-F-V-F

d) V-F-V-V-V

e) V-F-V-V-F

4- A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que

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cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor." (Stuart B. Schwartz, Segredos internos.) A partir do texto pode-se concluir que:

a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.

b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.

c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.

d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade.

e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.

Questões 05 e 06

5- Do ponto de vista social, o trabalho é considerado mais sob o aspecto em que diz respeito aos homens que o efetuam do que sob o ângulo em que aumenta a riqueza dos que o dirigem. As condições sociais do trabalho dependem do sistema econômico, do grau de desenvolvimento das forças produtivas, do grau de organização dos trabalhadores, da legislação e da regulamentação do Estado (Direito do Trabalho). (BIROU, 1978, p. 409).

O estabelecimento da escravidão como base da produção colonial, na Idade Moderna, está associado:

a) ao desconhecimento de outras formas de mão de obra pelos exploradores da época.b) à expansão do islamismo no Ocidente e sua crença na inferioridade racial de negros e indígenas.c) à ampliação, na Europa, do mercado de trabalho para os servos da gleba, impedindo a emigração de

trabalhadores para o Novo Mundo.d) à atribuição do valor de mercadoria aos seres humanos capturados e escravizados, gerando e alimentando um

novo mercado consumidor.e) à baixa densidade demográfica registrada nas áreas coloniais e sua incapacidade de atender às necessidades da

produção para o mercado.

6- A sobrevivência do trabalho semelhante à escravidão, nos dias atuais, expressa:

a) a falência, em todo o mundo, dos valores humanitários que derrubaram a escravidão no século XIX.b) o retorno dos condicionamentos econômicos e políticos que produziram a escravidão no mundo do

mercantilismo.c) a permanência de bolsões de pobreza que, explorados direta ou indiretamente por interesses empresariais,

alimentam, a baixo custo, o mercado capitalista.d) a dependência das economias dos países emergentes frente ao capital gerado pelo trabalho escravo.e) a permissividade e a complacência com que governos e órgãos públicos tratam os responsáveis por essas

atividades.

7- Nos textos a seguir, o jesuíta José de Anchieta e o escritor Euclides da Cunha apresentam imagens inusitadas do sertão brasileiro.

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“O mal se espalha nos matos ou se esconde nas furnas e nos pântanos, de onde sai à noite sob as espécies da cobra e do rato, do morcego e da sanguessuga. Mas o perigo mortal se dá quando tais forças, ainda exteriores, penetram na alma dos homens.”

(José de Anchieta citado por CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000. p. 66.)

“É uma paragem impressionadora. As condições estruturais da terra lá se vincularam à violência máxima dos agentes exteriores para o desenho dos relevos estupendos. O regime torrencial dos climas excessivos, sobrevindo de súbito, depois das insolações demoradas, e embatendo naqueles pendores, expôs há muito, arrebatando-lhes para longe todos os elementos degradados, as séries mais antigas daqueles últimos rebentos das montanhas (...), dispondo-se em cenários em que ressalta, predominantemente, o aspecto atormentado das paisagens. (...) Dissociam-na [a terra] nos verões queimosos; degradam-na [a terra] nos invernos torrenciais.”

(CUNHA, Euclides da. Os sertões. Ed. crítica org. por Walnice N. Galvão. São Paulo: Ática, 1998. p. 26.)

Com base nos textos, assinale a alternativa que apresenta a compreensão dos autores sobre o sertão.a) Para Anchieta o sertão é o lugar do mal, onde o demônio fica à espreita pronto para atacar, enquanto para

Euclides é uma terra atormentada e martirizada em sua essência.b) Para Euclides o sertão é a confirmação da descrição idílica de Caminha, enquanto para Anchieta é o purgatório,

onde jamais a palavra de Deus frutificará.c) Tanto para o jesuíta quanto para o escritor o sertão é o espaço do sertanejo fraco, que foge da luta contra a fúria

dos elementos da natureza.d) Tanto para o jesuíta quanto para o escritor o sertão é o lugar da promessa de riqueza, que pode redimir os males

da sociedade brasileira.e) Para Euclides o sertão é o espaço do encontro harmonioso entre o homem e a natureza, enquanto para Anchieta

é o lugar das delícias do paraíso cristão.

8- Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito "prazer e devoção", a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...)Náufragos Degredados e Traficantes

(Eduardo Bueno)Este contato amistoso entre brancos e índios preservado:a) pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no decurso da catequese.b) até o início da colonização quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser

descrito como sendo selvagem, indolente e canibal.c) pelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação.d) em todos os períodos da História Colonial Brasileira, passando a figura do índio para o imaginário social como

"o bom selvagem e forte colaborador da colonização".e) sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias medidas para impedir o genocídio e a escravidão.

9- As convicções religiosas dos escravos eram, entretanto, colocadas a duras provas quando de sua chegada ao Novo Mundo, onde eram batizados obrigatoriamente “para a salvação de sua alma” e deviam curvar-se às doutrinas religiosas de seus mestres. Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada coma Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria.

VERGER, P. Orixás: deuses iorubas na África e no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981. O sincretismo religioso no Brasil colônia foi estratégia utilizada pelos negros escravizados para:a) compreender o papel do sagrado para a cultura europeia. b) garantir a aceitação pelas comunidades dos convertidos. c) preservar as crenças e a sua relação com o sagrado. d) integrar as distintas culturas no Novo Mundo. e) possibilitar a adoração de santos católicos.

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10- As Cruzadas, durante a Idade Média, representaram uma forma de solução para os problemas decorrentes do início da desestruturação do regime feudal. A expressão “Cruzada” “derivou-se do fato de seus integrantes considerarem-se soldados de Cristo”. Tais expedições constituíram-se em:

a) empreendimentos de caráter militar, voltadas contra os inimigos da Cristandade, sem o apoio formal da Igreja Católica, mas patrocinadas por nobres feudais, que garantiam privilégios materiais aos participantes.

b) oportunidades oferecidas em uma sociedade fortemente religiosa, mais clerical do que civil, em que o pecado e o crime equivaliam a mesma coisa, ou seja, do cruzado obter a indulgência, ou perdão aos seus pecados.

c) movimentos nos quais tanto a iniciativa de lutar contra os infiéis quanto a de reconquistar a Terra Santa, partia de muitos indivíduos não combatentes, como mercadores, artesãos, mulheres e crianças, motivados pela fé.

d) iniciativas militares, cujos recursos materiais para sustentar os cruzados provinham da Igreja Católica, única interessada na reconquista da região.

e) possibilidades para escapar das dívidas e dos pagamentos dos tributos à Igreja e aos senhores feudais, já que o cruzado, ao participar dessas expedições, conseguia uma moratória estendida para toda sua vida.

11- Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo das estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto.

Jacques le Goff. Para uma outra Idade Média. Petrópolis, Vozes, 2013. Adaptado.

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao:

a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias.

b) crescimento das relações mercantis, que passaram a envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas.

c) aumento da navegação oceânica, que permitiu o estabelecimento de relações comerciais regulares com a América.

d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia.

e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para calcular a duração das viagens ultramarinas.

12- O movimento das cruzadas foi essencial para o quadro das transformações porque a Europa passaria nos processos finais da Idade Média. Definida essa questão, é possível assegurar-se em relação ao movimento cruzadista que:

a) os efeitos imediatos das cruzadas sobre a vida europeia foram de natureza política, já que contribuíram para abalar sensivelmente o poder absoluto dos monarcas europeus.

b) em termos jurídicos, as cruzadas contribuíram para modificar o sistema da propriedade no feudalismo, já que difundiram o começo da propriedade dominante no Extremo Oriente.

c) os seus resultados abalaram seriamente o prestígio do papado, provocando, inclusive, a separação entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, fato de implicações negativas para a autoridade clerical.

d) os efeitos sociais das cruzadas fizeram-se sentir principalmente sobre as relações de trabalho, já que os cruzados, ao retornarem do Oriente, defendiam a substituição da servidão pelo trabalho livre.

e) as exigências das expedições contribuíram decisivamente para o recuo da dominação árabe no Mediterrâneo, abrindo os espaços para que as suas águas viessem a sustentar, mais tarde, parte das grandes rotas do comércio europeu.

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13- Analise as afirmativas abaixo relacionadas com a existência das Cruzadas:1) As Cruzadas eram expedições organizadas pelos senhores feudais, com a finalidade de reativar a vida nos

feudos.2) As Cruzadas, expedições marcadas por interesses religiosos e econômicos, contavam com a participação da

Igreja Católica.3) As Cruzadas não trouxeram contribuições para a economia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e

exacerbaram o fanatismo religioso.4) A participação da população pobre nas Cruzadas foi significativa e aponta para um dos momentos de crise do

sistema feudal.5) Os lucros dos nobres nas Cruzadas contribuíram para revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho

assalariado.

Está(ão) correta(s):

a) 1, 2, 3, 4 e 5;b) 2 e 4 apenas;c) 5 apenas;d) 2 e 3 apenas;e) 1 apenas.

14-

A charge refere-se:a) à organização do Governo Geral, em 1549, dividindo o território brasileiro em extensos lotes de terras,

entregues, por sua vez, a nobres portugueses responsáveis pelo início efetivo da colonização do Brasil. b) às dificuldades encontradas pelo coroa portuguesa no início da colonização do Brasil, uma vez que, em virtude,

dentre outros, do fracasso das Capitanias Hereditárias, a colônia sofria constantes ataques de corsários europeus.

c) ao fracasso do Governo Geral, em virtude da corrupção existente na corte portuguesa, transferida para o Brasil, responsável pela concessão de privilégios aos piratas franceses no comércio do pau-brasil.

d) ao Governo Geral, responsável pela efetivação da colonização brasileira, por meio de incentivos aos bandeirantes paulistas, para que ultrapassassem os limites de Tordesilhas e expulsassem os piratas franceses fixados no litoral.

e) às dificuldades encontradas pela coroa portuguesa na efetiva organização da exploração da colônia, uma vez que a abundância de metais preciosos ali despertou, nos piratas europeus, o interesse pelas terras lusas na América.

15- A exploração da mão de obra escrava, o tráfico negreiro e o imperialismo criaram conflitivas e duradouras relações de aproximação entre os continentes africano e europeu. Muitos países da África, mesmo depois de terem se tornado independentes, continuaram usando a língua dos colonizadores. O português, por exemplo, é língua oficial de: a) Camarões, Angola e África do Sul. b) Serra Leoa, Nigéria e África do Sul. c) Angola, Moçambique e Cabo Verde. d) Cabo Verde, Serra Leoa e Sudão. e) Camarões, Congo e Zimbábue

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16- Considere o texto abaixo, de G. F. de Oviedo, que relata o estabelecimento do império espanhol na América, no livro L’ Histoire des Indies, publicado no ano de 1555.

“O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias (…) dos quais, e dos que nasceram desde então, não creio que estejam vivos, no presente ano de 1535, quinhentos, incluindo tanto crianças como adultos (…). Alguns fizeram esses índios trabalhar excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer como bem lhes convinha. Além disso, as pessoas dessa região são naturalmente tão inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza (…). Vários índios, por prazer e passatempo, deixaram-se morrer com veneno para não trabalhar. Outros se enforcaram pelas próprias mãos. E quanto aos outros, tais doenças os atingiram que em pouco tempo morreram (…). Quanto a mim, eu acreditaria antes que Nosso Senhor permitiu, devido aos grandes, enormes e abomináveis pecados dessas pessoas selvagens, rústicas e animalescas, que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre.Apud ROMANO, Ruggiero. Mecanismos da Conquista Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 76

Considerando o contexto histórico, pode-se afirmar que o texto de Oviedo representa:a) o pensamento singular de um ideólogo extremista do absolutismo espanhol, em oposição ao sistema do Real

Padroado e suas repercussões na América colonial.b) a posição de um intelectual cristão renascentista que busca denunciar o caráter semifeudal da expansão

ultramarina ibérica, sintetizado na figura de Colombo.c) uma justificativa, de fundo religioso moral, para o genocídio decorrente da exploração colonial, cujos

pressupostos são correntes no universo cultural europeu da época.d) uma defesa, em termos racistas e preconceituosos, dos massacres promovidos pelos primeiros colonos

espanhóis, que agiam contra os interesses econômicos do Estado Absolutista.e) uma visão irônica, de caráter naturalista e raciológico, a respeito da inutilidade da violência praticada pelos

colonizadores civis espanhóis no chamado período da Conquista.

17-A cidade medieval é, antes de mais nada, uma sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É também o centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. É ainda um sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.

LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.

No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e a: a) emancipação do poder hegemônico da realeza. b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos. c) independência da produção alimentar dos campos. d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios. e) permanência dos elementos arquitetônicos de proteção.

18-A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.

FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências. Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para:a) A restabelecer o crescimento da economia mercantil. b) B conquistar as riquezas dos territórios americanos. c) C legalizar a ocupação de possessões ibéricas. d) D ganhar a adesão das potências europeias. e) E fortalecer as rotas do comércio marítimo.

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19-O processamento da mandioca era uma atividade já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de colonização portuguesa, a produção de farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o território da colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados africanos.

BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado).

Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto exemplifica historicamente a:a) difusão de hábitos alimentares. b) disseminação de rituais festivos. c) ampliação dos saberes autóctones. d) apropriação de costumes guerreiros. e) diversificação de oferendas religiosas.

20- O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de um tipo muito particular: é uma guerra – ou a Conquista –, como se dizia então. E um mistério continua: o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão superiores em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do México – a mais espetacular, já que a civilização– como explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?

TODOROV, T. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes, 1991 (adaptado).No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as disparidades levantadas foi:

A implantar as missões cristãs entre as comunidades submetidas. B utilizar a superioridade física dos mercenários africanos. C explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos. D introduzir vetores para a disseminação de doenças epidêmicas. E comprar terras para o enfraquecimento das teocracias autóctones.21-

Nos mapas, estão indicadas as principais rotas comerciais europeias, respectivamente, na Baixa Idade Média e na Idade Moderna. Comparando os, percebem se alterações significativas nesses caminhos a partir do século XVI, provocadas pela chamada Revolução Comercial. Indique a mudança provocada pela Revolução Comercial e duas de suas consequências econômicas, uma para a Europa e outra para os demais continentes conhecidos à época._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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22-

Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa)

O poema de Fernando Pessoa descreve aspectos da expansão marítima portuguesa no século XV, dando início a um

movimento que alguns estudiosos consideram um primeiro processo de globalização. Identifique duas motivações

para a expansão portuguesa e explique por que essa fase de expansão pode ser considerada um primeiro processo

de globalização.

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