WEB Cartilha Como Restaurar Sua Floresta

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Cartilha pública sobre como restaurar. Oferecimento Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Petrobras, SEMA, Projeto Semeando Águas no Paraguaçu Conservação Internacional

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  • Como restaurarsua f loresta

    Cartilha

  • Como restaurarsua f loresta

    Patrocnio

    RealizaoIniciativa

  • Rigueira, DaryR572 Como restaurar sua floresta / Dary Rigueria; ilustraes: Jorge Santana, Ateli Astcias. Mucug, BA : Conservao Internacional (CI-Brasil); Secretaria do Meio Ambiente - Governo do Estado da Bahia (Sema); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hdricos (Inema), 2015. 20 p.; il. Projeto Semeando guas no Paraguau. Obra patrocinada pela Petrobras, por meio do Programa Socioambiental Governo Federal Ptria Educadora.

    ISBN: 978-85-98830-27-8

    . 1. Reflorestamento. 2. Florestas Conservao. 3. Proteo ambiental. I. Ttulo.

    CDD : 574

    Coordenao da publicaoMarcele Bastos de S

    AutorDary Rigueira

    Reviso de contedoIvana Lamas Erika de Almeida Maurcio Bianco Rogrio Mucug

    Colaborao projeto grficoErika de Almeida

    IlustraesJorge Galdino Santana Ateli Astcias

    Projeto GrficoLcia NemerMartuse Fornaciari

    IniciativaProjeto Semeando guas no Paraguau

    RealizaoConservao Internacional (CI-Brasil) Secretaria do Meio Ambiente - Governo do Estado da Bahia (Sema) Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hdricos (Inema)

    PatrocnioPetrobras, por meio do Programa Petrobras SocioambientalGoverno Federal Ptria Educadora

    Como restaurarsua f loresta

    Junho 2015

    DARy RIGuEIRA

    Mucug - BA

    Ficha catalogrfica elaborada pela bibliotecria Nina C. Mendona - CRB 1228-6

  • Ter acesso gua, compatibilizar crescimento econmico e con-servao dos recursos naturais para garantir o bem-estar humano so grandes

    desafios impostos sociedade. A premissa bsica para superar esses desafios

    entender que a natureza fornece os servios ambientais, que so os benefcios es-

    senciais qualidade de vida e sobrevivncia humana, tais como proviso de gua,

    alimentos e fibras, regulao do clima, controle da eroso, polinizao e recreao.

    Apenas ecossistemas saudveis e equilibrados podem prover esses benefcios ade-

    quadamente. Quando degradados, os ecossistemas perdem o equilbrio entre seus

    componentes e todos os seres vivos acabam profundamente prejudicados.

    A crise da gua tem sido um dos maiores problemas no Brasil. Observamos a

    diminuio da qualidade e da quantidade dos recursos hdricos. A gua o servio

    ambiental necessrio aos seres vivos e aos processos que movem a agricultura, as

    indstrias, a matriz energtica, a diversidade cultural, simblica, religiosa e todo o

    abastecimento de espaos pblicos, meios urbanos e rurais. Para que a natureza

    continue nos fornecendo esse precioso bem precisamos manter saudveis os

    ecossistemas que contribuem para a produo da gua, como as reas de recarga

    de guas subterrneas e as matas que protegem as nascentes e os cursos dos rios.

    Nesta cartilha que trazemos at voc, apresentamos orientaes e propostas para

    recuperar as matas em reas degradadas. Esperamos ampliar o entendimento dos

    produtores rurais e proprietrios de terras sobre tcnicas utilizadas para restaurao

    da vegetao nativa, e dessa forma, estimular a ampla recuperao da bacia do

    Rio Paraguau.

    Esta publicao parte integrante do projeto Semeando guas no Paraguau,

    que est sendo desenvolvido pela Conservao Internacional (CI-Brasil), junto

    Secretaria Estadual de Meio Ambiente da Bahia (Sema) e ao Instituto do Meio

    Ambiente e dos Recursos Hdricos (Inema), e conta com o patrocnio da Petrobras,

    por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Mais informaes sobre o

    projeto, acesse o website: www.semeandoaguas.org.br ou envie e-mail para

    [email protected].

    Esperamos que essa publicao possa inspirar e motivar pessoas a semear guas no

    Rio Paraguau por meio de florestas!

    Equipe do projeto Semeando guas no Paraguau

    Apresentao

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  • Para que restaurar?

    Grandes extenses de vegetao nativa no Brasil tm sido desmatadas, ao longo de sua histria, para dar lugar s lavouras,

    s pastagens, aos centros urbanos e industriais. A explorao das florestas e rios

    no nosso pas vem ocorrendo desde a chegada dos colonizadores portugueses, por

    meio de sucessivos ciclos econmicos (cana-de-acar, caf, gado, etc.). Nos ltimos

    50 anos, os processos de explorao dos recursos naturais tm ocorrido de forma

    ainda mais intensa, levando a alteraes profundas no funcionamento dos ecossis-

    temas naturais e comprometendo os benefcios que esses ecossistemas nos trazem.

    A alterao dos ecossistemas naturais tem impacto direto na qualidade de nossas

    vidas. Conservar os ecossistemas significa manter os servios ambientais prestados

    pela natureza. O ar mais fresco e limpo, a gua pura e cristalina, a polinizao de

    flores (o que possibilita a formao de frutos, gros e outros alimentos), o controle

    de inundaes e o controle da eroso do solo (voorocas) so alguns dos tantos

    servios que os ecossistemas equilibrados podem proporcionar para todos ns.

    Para manter um dos servios ambientais ou ecossistmicos to importantes como

    o fornecimento de gua em qualidade e quantidade para os diversos usos, as

    propriedades rurais devem manter preservadas as suas reas de florestas nas beiras

    dos rios, crregos e nascentes. As reas de Reserva Legal tambm so importantes

    para a manuteno de vrios servios ambientais e devem ser respeitadas, mantidas

    em p. Caso a sua propriedade no tenha a mata ciliar, ou seja, a vegetao nativa

    que beira os rios, crregos ou nascentes, ou a Reserva Legal, importante recuperar

    a vegetao que antes existia l!

    Apresentamos, nas prximas pginas, os procedimentos bsicos para restau-

    rao de possveis reas desmatadas. Esses procedimentos so mostrados em

    trs etapas:

    Diagnstico: como planejar o reflorestamento de uma propriedade;

    Tcnicas: quais tipos de reflorestamento podem ser realizados;

    Monitoramento: como monitorar e manter o reflorestamento.

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  • Antes de comear a restauraoPara fazer uma restaurao ecolgica numa propriedade, seja por meio do reflorestamento, da recuperao natural ou de outros processos, neces-

    srio conhecer o histrico e como funciona a propriedade. Algumas dicas podem

    auxiliar para melhor reconhecimento:

    1. Identificar os fatores, antigos e atuais, que levaram degradao da rea. Em

    muitos casos, apenas interromper a atividade que gera o impacto j suficiente

    para que a vegetao natural se regenere, sem necessidade de interveno.

    Pontos importantes a serem observados:

    De qu forma a rea foi utilizada (agricultura convencional ou

    mecanizada, pecuria, uso de fogo, retirada do solo)?

    Por quanto tempo foi usada?

    H quanto tempo est abandonada?

    Ainda h gado ou caprino na rea?

    Tem muito capim ou samambaio?

    Tem formigas?

    A rea sofre com queimadas?

    2. Identificar o tipo de vegetao natural da rea a ser reflorestada ou restaurada e

    suas principais plantas. Para saber quais as espcies de plantas devero ser usadas

    e como fazer o manejo, verificar:

    Se a mata de beira de rio ou nascente;

    Se a rea de gerais, carrasco ou caatinga;

    Se a rea de mata.

    3. Observar o potencial de chegada de sementes e plantas de reas ao redor, para

    avaliar se ser necessrio o plantio de mudas, observando:

    Existem fragmentos de floresta prximos da rea a ser

    reflorestada?

    Qual a qualidade dessa mata ( capoeira, mata nova, mata

    velha)?

    Existem mudas de plantas que nasceram espontaneamente, sem

    serem plantadas?

    Voc j viu sementes ou frutos de plantas que no existem na

    rea?

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  • 4. Avaliar a qualidade do solo na rea a ser reflorestada para escolher qu tipo de

    manejo do solo ser necessrio:

    O solo coberto ou exposto?

    Tem eroso ou vooroca (barranco ou buraco)?

    O solo est compactado (muito duro)?

    A anlise do solo ajuda na identificao dos adubos certos para

    melhorar a sua qualidade. Consulte a Secretaria de Agricultura do

    seu municpio para solicitar uma anlise.

    Caso seja necessrio fazer plantios com mudas ou sementes,

    dois passos bsicos so importantes:

    1. Retirar as fontes degradadoras ou de impactos:

    Interromper as atividades produtivas no local;

    Cercar a rea para que no entrem bovinos ou caprinos;

    Parar de cortar as rvores nativas do local;

    Fazer aceiro (espao desbastado de vegetao) para o fogo no entrar. Consulte a melhor forma de fazer um aceiro com a brigada voluntria mais prxima de voc;

    Retirar as plantas competidoras como os capins, samambaio, leucena e outras;

    Combater pragas, como as formigas (ver em Monitoramento, item 4 Controle de pragas).

    2. Recuperar o solo:

    Controlar a eroso e voorocas (barranco ou buraco);

    Fazer calagem e adubao (exceto em reas de cerrado);

    Cobrir o solo com matria orgnica viva (feijo-and, feijo-de-porco, crotalria, mucuna) ou morta (resto de capina ou podas).

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  • Como fazer o plantio

    1. Abertura dos beros para o plantio de mudas:

    Usar cavadeira ou enxado;

    Fazer os beros com cerca de 30cm de dimetro e 40cm de

    profundidade.

    1.1 Abertura de covetas para o plantio de sementes:

    Usar enxada ou enxadinha de jardinagem;

    Fazer as covetas entre 3cm a 5cm de profundidade.

    Os beros devem ficar mais baixos queo terreno para ajudar a segurar a gua.

    2. Irrigao:

    Plantar preferencialmente nos perodos chuvosos;

    Utilizar cerca de 4 litros de gua por muda a cada dois a quatro

    dias, dependendo do clima;

    Regar semanalmente at que a muda pegue e comece a

    se desenvolver;

    Se possvel, usar hidrogel j hidratado 1,5 a 2 litros por bero.

    3. Adubao:

    Pode ser orgnica 5 litros de esterco por bero;

    Pode ser qumica 200 gramas de N:P:K (6:30:6) por bero;

    Pode ser por calagem 200 gramas de calcrio por bero.

    4. Coroamento:

    Roar em um raio de 60 cm da muda/bero. A roa deve ser feita

    at cerca de 5 cm de profundidade para retirar razes e brotos.

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  • Tipos de interveno para a restaurao ecolgica que podem ser

    utilizados

    1. Conduo natural da vegetao - para reas que j apresentam um processo

    inicial de regenerao:

    Cercar (se necessrio) e deixar regenerar;

    Realizar coroamento e adubao das mudas que l se encontram;

    Eliminar plantas invasoras (leucena, algaroba, samambaio, capins).

    2. Enriquecimento da vegetao - para reas que apresentam uma regenerao

    da vegetao com pouca diversidade de espcies (poucos tipos de plantas):

    Plantar mudas e/ou sementes - entre 400 a 625 mudas ou covetas (cada coveta com 2 a 3 sementes) por hectare com espaamento de 4 ou 5 metros uma das outras;

    Usar espcies secundrias e tardias (no-pioneiras, tolerantes sombra);

    Realizar coroamento e adubao.

    3. Adensamento da vegetao - para reas em regenerao com baixa

    densidade de espcies ou em reas de clareiras:

    Plantar mudas e/ou sementes - entre 1.660 a 2.500 mudas ou covetas (cada coveta com 2 a 3 sementes) por hectare com espaamento de 3 ou 2 metros uma das outras;

    Usar espcies de preenchimento (geralmente espcies pioneiras ou secundrias iniciais, tolerantes ao sol, com rpido crescimento e rpida formao de copa/sombreamento);

    Realizar coroamento e adubao.

    4. Plantio total da vegetao - para reas degradadas ou muito impactadas,

    sem ou com baixo potencial de regenerao natural:

    Plantar preferencialmente mudas - entre 1.660 a 2.500 mudas por hectare com espaamento de 3 ou 2 metros uma das outras;

    Plantar em linhas, intercalando entre espcies de preenchimento e de diversidade;

    Fazer semeadura direta de espcies de adubao verde nas entrelinhas das mudas;

    Realizar coroamento e adubao.

    5. Muvuca - para reas degradadas. Consiste na semeadura direta, por meio de

    uma mistura de sementes de rvores nativas com espcies de adubao verde e

    alimentcias:

    Usar de 25 a 50 sementes por m (250 mil a 500 mil sementes por hectare);

    Semear em linhas (manual ou com plantadeira) ou a lano;

    Pode complementar com plantio de mudas (cerca de 400 mudas por hectare).

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  • Espcies de adubao verde

    Feijo-andFeijo-de-porcoCrotalriaMucuna e etc.

    Plantas de preenchimento

    (precisam de sol, rpido crescimento em altura e de copa)

    Quaresmeira (Tibouchina granulosa)

    Canjo (Senna spectabilis)

    Pau-pombo (Tapirira guianensis e Tapirira obtusa)

    Ing (Inga spp.)

    Tamboril (Enterolobium timbouva)

    Ingazero (Tachigali densiflora)

    Angico (Anadenanthera colubrina) e etc.

    Plantas de diversidade

    (todas as outras plantas que no tem as caractersticas

    das plantas de preenchimento)

    Pau-dleo ou Copaba (Copaifera langsdorfii)

    Sucupira (Bowdichia virgilioides)

    Leiteira (Sapium glandulosum)

    Mucug-bravo (Clusia nemorosa)

    Jatob (Hymenaea courbaril)

    Embaba (Cecropia pachystachya)

    Ip-amarelo (Handroanthus chrysotricus)

    Pau-ferro (Libidibia ferrea)

    Cedro-dgua (Vochysia pyramidalis)

    Pau-paraba (Simarouba amara)

    Lima danta (Hortia brasiliana)

    Piolho-de-urubu (Dictyoloma vandellianum)

    Laranjeirinha (Zanthoxylum rhoifolium) e etc.

    Quaresmeira

    Angico amarelo

    Pau-pombo

    Como monitorar e manter a rea que voc est restaurando1. Replantio e reposio das mudas que morreram (quando a mortalidade

    for maior que 5%): deve ser realizado com 60 a 90 dias aps o plantio.

    2. Adubaes de cobertura - podem ser orgnicas e/ou qumicas:

    Orgnica com 30 e 90 dias aps o plantio ou interveno. 4 litros de

    esterco por muda;

    Qumica com 30 e 90 dias aps o plantio ou interveno. 50 gramas

    de N:P:K (na composio 20:05:20) aplicado ao lado da muda, apenas na

    metade da rea coroada, em formato de meia lua.

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  • 3. Controle de plantas competidoras:

    Retirar plantas daninhas ou competidoras que estejam atrapalhando o

    desenvolvimento das mudas (capins, trepadeiras, cips, ervas-de-passarinho

    e outras);

    Realizar a limpeza das coroas.

    4. Controle de pragas:

    Observar e combater formigas ou outras pragas, com uso de plantas com

    potencial formicida (gergelim e feijo-de-porco) ou com iscas granuladas

    (p. ex. Mirex ou Macex), a depender da infestao.

    5. Acompanhe de perto e com ateno a rea em restaurao:

    As mudas esto crescendo?

    Qual a porcentagem de mudas que esto sobrevivendo?

    Esto chegando diferentes tipos de plantas que no foram plantadas

    (rvores, arbustos, trepadeiras, ervas, palmeiras ou outras)?

    Esto chegando mais animais silvestres na rea?

    Os capins e o samambaio esto diminuindo?

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  • PARA MAIS INFoRMAeS SobRe

    ReStAURAo eColgICA

    Pacto para Restaurao da Mata Atlntica

    www.pactomataatlantica.org.br

    Laboratrio de Ecologia e Restaurao Florestal

    www.lerf.eco.br

    Centro de Referncia para Recuperao de reas Degradadas Caatinga

    www.univasf.edu.br/~crad/

    Reflorestamento no Sul da Bahia

    www.refloresta-bahia.org/br

    Informaes sobre a lei Florestal 12.651 de 25 de maio de 2012

    Presidncia da Repblica

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm

    Projeto Semeando guas no Paraguau

    Conservao Internacional (CI-brasil)

    Rua do Cruzeiro, 80

    46750-000 Mucug, BA - Brasil

    Tel.: (75) 3338-2221 | 8349-1197

    www.semeandoaguas.org.br

    [email protected]

    SeMA - Secretaria do Meio Ambiente

    governo do estado da bahia

    Avenida Lus Viana Filho, 3 Avenida, n 390

    Plataforma IV - Ala Norte - CEP: 41.745-005

    Centro Administrativo da Bahia Salvador - BA Brasil

    Tel.: (71) 3115 6288

    www.meioambiente.ba.gov.br

    INeMA - Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hdricos

    CAB: Avenida Lus Viana Filho, 6 Avenida, n 600 - CAB

    CEP 41.745-900 - Salvador, BA - Brasil

    Tel.: (71) 3118 4267

    www.inema.ba.gov.br

    Petrobras

    Av. Repblica do Chile, n 65 - Centro

    Rio de Janeiro - 20031-912

    Tel.: (21) 3224 4477

    www.petrobras.com.br

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