Watchman Nee - A Cruz

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  E-book digitalizado por: Carlos Diniz Com exclusividade para: http://www.ebooksgospel.blogspot.com  

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A Cruz por Watchman Nee

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  • E-book digitalizado por: Carlos Diniz

    Com exclusividade para:

    http://www.ebooksgospel.blogspot.com

  • CAPTULO UM

    A PALAVRA DA CRUZ I. MORRER COM O SENHOR PARA O PECADO Quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, Ele no apenas morreu pelos pecadores,

    abrindo-lhes um vivo caminho para que obtenham a vida eterna e se acheguem a Deus, mas tambm morreu com os pecadores sobre a cruz. Se a eficcia da cruz fosse meramente no aspecto da substituio par que os pecadores tivessem a vida eterna e fossem salvos da perdio, a maneira da salvao de Deus no seria completa, porque uma pessoa que salva por crer em Jesus Cristo (veja Atos 16) ainda vive no mundo e ainda existem muitas tentaes. Alm disso, o diabo freqentemente a engana e a natureza pecaminosa dentro dela opera continuamente.

    Apesar de haver recebido a salvao, ela ainda no est livre do pecado nesta era. Ela no tem o poder para vencer o pecado. Portanto, em Sua salvao, o Senhor Jesus teve de levar a cabo ambos os aspectos: salvar o homem da punio do pecado e tambm salvar o homem do poder do pecado. Quando o Senhor Jesus morreu pelos pecadores na cruz, Ele libertou o homem da punio do pecado: o eterno fogo do inferno. Quando morreu com os pecadores na cruz, Ele libertou o homem do poder do pecado: o velho homem est morto, e ele j no escravo do pecado. O pecado no vem de fora, mas de dentro. Se o pecado viesse de fora, ento ele no teria muito poder sobre ns.

    O pecado habita em ns. Portanto, ele mortal para ns. A tentao vem de fora, enquanto o pecado habita em ns. Uma vez que todos no mundo so descendentes de Ado, todos tm a natureza admica. Essa natureza antiga, velha, corrupta e imunda; uma natureza pecaminosa. Desde que essa "me" do pecado est dentro do homem, ao virem tentaes do lado de fora, o que est dentro reage ao que est fora, e o resultado so os muitos pecados. Por termos orgulho em nosso interior (embora, por vezes, oculto), to logo venha uma tentao exterior, surge a oportunidade de ficar orgulhoso, e tornamo-nos orgulhosos. Por termos cime interiormente, to logo venha uma tentao externa, achamos os outros melhores do que somos e ficamos enciumados. Por termos temperamento agitado interiormente, assim que vem uma tentao exterior, perdemos a calma. Todos os pecados que o homem comete provm do velho homem interior.

    Esse velho homem verdadeiramente indigno, irreparvel, imutvel, incorrigvel e incurvel. A maneira de Deus lidar com o velho homem crucific-lo. Deus quer dar-nos algo novo. O velho homem deve morrer. As palavras de Deus encarregam-nos de lavar todos os nossos pecados no precioso sangue do Senhor Jesus. "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" [1 Jo 1:7]. "quele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados" [Ap 1:5].

    Os pecados aqui referem-se aos atos pecaminosos cometidos exteriormente por uma pessoa. A Bblia jamais nos diz que o velho homem interior deve ser lavado. A Palavra de Deus nunca diz que o velho homem deveria ser lavado. (O sangue de Jesus Cristo lava nossos pecados, e no o velho homem.) O velho homem precisa ser crucificado. Essa a palavra da Bblia.

    Deus realiza tudo nesta era por meio do Senhor Jesus Cristo. Ele precisa punir os pecadores, contudo puniu o Senhor Jesus porque o Senhor Jesus se firmou na posio e em nome dos pecadores. Deus quer que o velho homem morra, mas, em vez disso, fez com que o Senhor Jesus morresse na cruz. Fazendo assim, Ele levou todos os pecadores juntamente com o Senhor para a cruz. Primeiro h uma morte substitutiva, a seguir, uma morte participativa. Essa a palavra clara da Bblia. Jesus Cristo o que "morreu por todos; logo, todos morreram" [2 Co 5:14].

  • Esse ponto deve ser enfatizado e no deveria ser tratado levemente. Um crente, isto , uma pessoa salva que confesse que pecador e que cr em Jesus, deveria lembrar-se que a crucificao de seu velho homem no uma atividade independente, separada do Senhor Jesus, mas algo feito em unio com o Senhor. Quando o Senhor morreu, nosso velho homem morreu juntamente com Ele e Nele. Isso explica o fracasso de muitas pessoas. Muitas vezes os crentes exercitam a prpria fora para crucificar seu velho homem. Entretanto, descobrem seguidamente que o velho homem ainda est vivo. Eles tentam, na maioria das vezes sem inteno, crucificar o velho homem independentemente, por si prprios, sem Cristo. Isso nunca poder ser feito. A no ser que algum morra com o Senhor Jesus, no h a crucificao do velho homem. O velho homem crucificado juntamente com o Senhor Jesus.

    No morremos por ns mesmos; pelo contrrio, morremos junto com o Senhor. Fomos batizados "na sua morte" (Rm 6:3); "fomos unidos com ele na semelhana da sua morte" (Rm 6:5); "j morremos com Cristo" (Rm 6:8); "foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destrudo, e no sirvamos o pecado como escravos" (Rm 6:6). No podemos crucificar a ns mesmos, e no morreremos. Essa "co-crucificao" um fato consumado; foi cumprida quando o Senhor Jesus foi crucificado. A morte do Senhor Jesus um fato, que o Senhor Jesus morreu por ns tambm um fato e o ser crucificado juntamente com Ele tambm um fato. "Foi crucificado com ele", segundo o original, um verbo de ao contnua; ele est no pretrito perfeito, o que indica que a crucificao do nosso velho homem com o Senhor Jesus um ato realizado uma vez por todas, quando o Senhor morreu. Mas qual o resultado de morrer com o Senhor ? Qual o alvo ? Sabemos de Romanos 6:6 que o resultado que o corpo do pecado seja destrudo, e o alvo que no mais sejamos escravos do pecado. Usemos uma ilustrao para explicar esse fato. Existem trs coisas: o velho homem, o pecado e o corpo do pecado. O pecado como um senhor, o velho homem como um mordomo e o corpo como um fantoche. O pecado no tem a autoridade e poder para assumir a responsabilidade sobre o corpo do pecado ou de conduzi-lo ao pecado. O pecado dirige o velho homem; quando o velho homem consente, o corpo torna-se o fantoche. Desse modo, enquanto nosso velho homem estiver vivo, ele permanece no meio. O corpo est do lado de fora e o pecado do lado de dentro. O pecado interior tenta o velho homem, cuja concupiscncia incitada. Isso faz com que o velho homem d a ordem ao corpo para pecar e envolver-se em transgresses. O corpo muito flexvel; tudo o que voc lhe disser que faa, ele far. algo que no tem domnio sobre si mesmo. Por ele mesmo, nada pode fazer; ele s age segundo as ordens do velho homem. Quando o Senhor nos salva, Ele no leva nosso corpo morte nem destri a raiz do pecado. Antes, Ele crucificou nosso velho homem com Ele na cruz.

    Qual o resultado de crucificar o velho homem? O resultado "que o corpo do pecado fosse destrudo". No original grego, "destrudo" significa "desempregado". Isso quer dizer que sem o velho homem, o corpo do pecado no pode fazer mais nada. Inicialmente, o corpo do pecado funcionava diariamente seguindo as ordens do velho homem. como se pecar se houvesse tornado a sua ocupao. Tudo o que fazia era cometer pecados. O velho homem amava demasiadamente o pecado; queria pecar, andava por pecar e gostava muito de fazer coisas pecaminosas; o corpo seguia o velho homem para pecar e tornar-se o corpo do pecado. Agora que Senhor lidou com o velho homem e o crucificou, o corpo do pecado fica desempregado; no h mais trabalho para ele fazer. Quando o velho homem estava vivo, a profisso e a ocupao do corpo do pecado era cometer pecados todos os dias. Graas ao Senhor, esse velho homem sem esperana foi crucificado! O corpo do pecado tambm perdeu seu trabalho! Apesar de o pecado ainda existir e ainda tentar ser o senhor, contudo no sou mais seu escravo. Embora vez ou outra o pecado tente energizar o corpo para que peque, ele no pode obter sucesso, porque o Esprito Santo tornou-se o Senhor dentro do novo homem. Como resultado, o pecado incapaz de ativar o corpo novamente para pecar. Portanto, o alvo da crucificao do velho homem e o desemprego do corpo do pecado em Romanos 6:6 que "no sirvamos o pecado como escravos".

  • Vimos estes trs itens: um fato: "que nosso velho homem foi crucificado com ele", um resultado: "que o corpo do pecado seja destrudo", e um objetivo: "que no sirvamos o pecado como escravos". Esses trs esto interligados e no podem ser separados. Conhecemos o fato, o resultado e o objetivo. Mas como podemos obter isso? Quais as condies necessrias para ter a experincia de morrer juntamente com o Senhor? crer. No h outra condio seno crer.

    A maneira de receber a morte substitutiva do Senhor Jesus a mesma de morrer juntamente com Ele. Pela f, e no por obras, toma-se parte no resultado da morte substitutiva do Senhor Jesus, que a absolvio da punio eterna. De semelhante modo, pela f toma-se parte no resultado de morrer com o Senhor Jesus, que a nossa libertao do pecado. um fato que o Senhor Jesus j morreu por voc; tambm um fato que voc j morreu com Ele. Se no crer na morte de Cristo por voc, no poder participar da eficcia desta morte: a absolvio da punio. Se voc no crer na sua morte com Cristo, da mesma forma no poder receber a eficcia da morte com Ele: a libertao do pecado. Todos os que crem na morte substitutiva de Cristo esto salvos, e todos que crem na sua morte com Cristo venceram. Tomar parte na morte do Senhor Jesus, seja na morte substitutiva ou na morte participativa, requer f. Deus requer que creiamos. Precisamos crer na morte do Senhor por ns e em Sua morte conosco. Romanos 6:11 diz: "Assim tambm vs considerai-vos mortos para o pecado". A palavra "considerar" extremamente importante. Freqentemente gostamos de "perceber" se nosso velho homem morreu. Gostamos de "sentir" se ele morreu. Se tentarmos perceber ou sentir, nosso velho homem, em nossa experincia, nunca morrer. Ele no morre por nossa "percepo" ou "sentimento". Quanto mais "percebemos", mais notamos que ele no est morto, e quanto mais "sentimos", mais vemos que ele ainda est vivo. O velho homem no crucificado por "perceber" ou "sentir"; ele experimenta crucificao por meio do "considerar". Que considerar?

    "Considerar" um ato de f; "considerar" a aplicao da f; "considerar" o julgamento da vontade e a execuo da vontade. "Considerar" completamente contrrio a "perceber" e "sentir". "Perceber" e "sentir" tm a ver com os sentimentos da pessoa, enquanto "considerar" tem a ver com f e vontade. Portanto, a crucificao do nosso velho homem no algo que devamos sentir. errado dizer: "Eu no sinto que meu velho homem esteja morto". Se o velho homem morreu ou no, independe do seu sentimento; depende de voc considerar isso ou no.

    Como "consideramos"? Considerar-se morto ao pecado considerar-se j crucificado. considerar que seu velho homem j foi crucificado, e que a cruz do Senhor Jesus a cruz para seu velho homem; considerar que a morte do Senhor Jesus a morte do seu velho homem, e tambm que a poca da morte do Senhor Jesus h mil e novecentos anos a poca em que o seu velho homem morreu. O velho homem j foi crucificado com Cristo. Isso um fato, um fato consumado. Aos olhos de Deus, ele est morto. Agora consideramos que ele est morto. Se considerarmos em nosso corao as coisas nas quais cremos, Deus as cumprir. Alm disso, deveramos exercitar a vontade para considerar-nos mortos para o pecado. Se fizermos isso, no mais seremos escravos do pecado. Considerar tanto um ato como uma atitude. O ato questo de momento, enquanto a atitude algo que algum mantm todo o tempo. O ato uma ao momentnea acerca de determinado assunto, enquanto a atitude uma avaliao duradoura acerca de algo. Devemos considerar-nos mortos para o pecado. Isso significa que deveramos dar um passo definido para considerar-nos mortos para o pecado. Aps isso, deveramos continuamente manter a atitude de estar morto para o pecado. O ato o incio e a atitude a continuao. Deveramos ter ao menos um momento diante de Deus onde, de modo definitivo, a partir daquele exato dia e hora, consideramos a ns mesmos mortos. Aps essa considerao especfica, deveramos diariamente manter a atitude de considerao definitiva, atitude que declara a ns mesmos mortos para o pecado. O fracasso de muitas pessoas este: embora se considerem mortas ao pecado e tenham recebido a palavra de morrer com o

  • Senhor na cruz, acham que essa questo uma vez por todas e, uma vez que fizeram essa considerao, no tero problemas a partir de ento. Pensam que da mesma forma que algum est morto quando seu corpo morre, assim com a morte do velho homem de algum. Elas no percebem que o mesmo no verdade na esfera espiritual. Precisamos considerar-nos mortos com Cristo cada dia e cada hora. Sempre que um crente pra de considerar, seu velho homem, na experincia, no estar morto. Essa a razo de muitas pessoas acharem que seu velho homem parece ter ressuscitado. Se isso fosse algo que pudesse ser resolvido uma vez por todas, no precisaramos mais estar vigilantes. Entretanto, sabemos que precisamos estar atentos. Vigilncia algo que necessitamos exercitar a todo o momento. De semelhante modo, considerar o velho homem morto algo contnuo e ininterrupto. Se os filhos de Deus estiverem mais cnscios disso, evitaro muitos fracassos.

    Tomar essa atitude no um exerccio mental, mas uma avaliao permanente de ns mesmos na vontade. Deveramos ser capazes de considerar-nos mortos quer consciente, quer inconscientemente. Os filhos de Deus sempre encontram dificuldades em faz-lo. Por vezes, acham que "se esqueceram" de considerar-se. Eles tm feito uso do rgo errado. Considerar um exerccio da vontade, e no uma luta na mente. Se voc vence ou no, depende de ter ou no tomado a atitude de considerar-se morto. Isso no depende de ter ou no lembrado de considerar-se. Se voc exercita a vontade pelo Esprito Santo em manter essa atitude de morte, descobrir que consciente ou inconscientemente essa atitude estar com voc. A atitude ser sempre a mesma quer se lembre ou no. Naturalmente, a mente tem sua posio, mas no deveramos deixar a mente influenciar a vontade. A vontade deve controlar a mente e lev-la a auxiliar a vontade em manter essa atitude.

    Portanto, cada dia e hora, consciente ou inconscientemente, no importando o que faamos, devemos sempre firmar-nos no fundamento da cruz e considerar nosso velho homem morto. Aqui reside o segredo de vencer o pecado e o diabo. O pecado e o diabo esto relacionados entre si. Se o pecado no pode ser nosso rei, espontaneamente o diabo no ter terreno em nosso corao.

    Se os crentes perceberem e receberem a verdade da cruz, no haver tantos que retrocedem e fracassam. Uma vitria duradoura no pode ser separada de uma permanncia duradoura no fundamento da cruz.

    Entretanto, isso no significa dizer que aps termos "considerado" o velho homem morto na conduta e na atitude, o pecado dentro de ns ser eliminado e anulado. Uma vez que ainda estejamos no corpo, o pecado ainda estar conosco. Dizer que o pecado pode ser anulado nesta vida no o ensinamento da Bblia. Podemos mortificar nosso velho homem crendo na cruz do Senhor no Glgota e podemos fazer o corpo do pecado ficar sem poder, definhar e ficar paralisado como morto, mas nunca poderemos fazer o pecado ser anulado. Sempre que formos descuidados, desatentos e no firmados no terreno da morte do Glgota, nosso velho homem estar ativo e exercer sua autoridade e poder novamente. Satans busca oportunidades o dia todo para ativ-lo. Onde quer que haja uma brecha, ele tentar recuperar a posio original.

    Sendo esse o caso, quanto precisamos estar vigilantes e alertas para que o velho homem nunca tenha um dia para ressuscitar novamente! Mas isso no muito difcil? Certamente a carne considera isso difcil. Portanto, para que a cruz opere nos que crem, eles devem ter o poder do Esprito Santo. A cruz e o Esprito Santo nunca podem ser separados. A cruz torna possvel aos crentes vencer o pecado; o Esprito Santo torna real na vida dos crentes o que a cruz realizou. Um crente que quer ser libertado dos pecados no deve fazer provises para a carne; ele deve ser vigilante e estar pronto para pagar qualquer preo. Ele deveria ter menos esperana em si e mais confiana no Esprito Santo. Para o homem isso impossvel; para Deus, nada impossvel.

    A morte da cruz diferente de qualquer outro tipo de morte. Esse tipo de morte o mais doloroso e demorado. Portanto, se verdadeiramente considerarmo-nos mortos e

  • tomarmos a cruz do Senhor como nossa, ela ser dolorosa e miservel no tocante carne. O Senhor Jesus ficou suspenso na cruz por seis horas antes de morrer; Sua morte foi muito lenta. Na vida dos cristos, as experincias de co-crucificao pertencem muitas vezes a esse perodo de seis horas. Quando o Senhor Jesus estava na cruz, Ele tinha o poder de descer se assim desejasse. O mesmo verdade para os que so crucificados com o Senhor. Sempre que algum permitir que seu velho homem deixe a cruz, este a deixar. O velho homem est pendurado na cruz mediante a considerao da pessoa. Se algum mantiver a atitude de que o velho homem est morto, este ficar to sem foras quanto um morto. Mas uma vez que a pessoa relaxe, o velho homem ser ativado. Muitos filhos de Deus freqentemente querem saber por que seu velho homem fica ressuscitando. Eles se esquecem que a morte de crucificao lenta.

    Satans est muito atento; ele aproveita toda oportunidade para ressuscitar o velho homem e fazer com que os crentes cometam pecados. Toda vez que estamos desapercebidos, sua tentao e engano vm. Quando exteriormente a tentao e o engano vm, o velho homem em nosso interior rpido em reagir. Nessa hora, a pessoa deve voltar-se uma vez mais ao fundamento da cruz e uma vez mais considerar-se morta. Ela deve aguardar (por meio da sua considerao) que o Esprito Santo lhe aplique o poder da cruz, at que a tentao perca seu poder de atrao. Todo crente deveria ter essa experincia extraordinria. Quando estiver a ponto de ser derrotado, ele deve ir novamente cruz e considerar-se morto; por meio disso ele provar um poder que entra nele, que o guarda e fortalece para resistir tentao. Entretanto, no verdade que algumas vezes consideramos seguidamente e ainda assim no vemos nenhum resultado, e pecamos? Essa a experincia de muitos. Isso mostra que seu "considerar" tem algum problema. Se voc tiver realmente considerado, certamente encontrar um extraordinrio poder que entra em voc. Lembremo-nos de que esse "considerar" no dizer com a boca: "Estou morto, estou morto"; tampouco pensar na mente: "Estou morto, estou morto". E o julgamento da sua vontade ao se considerar morto e manter essa atitude de considerao com um corao que cr. Podemos dizer que essa uma deciso na vontade, por meio da qual declaramos: "Estou morto". Em outras palavras, primeiro voc est desejoso de morrer, ento considera a si mesmo morto. Precisamos aprender a considerar com a vontade e com f.

    Se realmente nos firmarmos em Romanos 6:11, sempre teremos a experincia de ser libertados do pecado. Quando um crente toma essa atitude pela primeira vez, Satans tentar de propsito causar um tumulto e far com que ele sinta que as coisas so difceis demais para controlar. Nessa hora, ele deve calmamente confiar no Esprito Santo para que aplique nele o poder da cruz. No se debata, no fique ansioso, no pense que a tentao grande demais e no superestime o inimigo por causa disso. Voc deve considerar-se morto para o pecado. A cruz tem o poder de vencer o mundo. Nas vezes que infelizmente falharmos, deveremos levantar-nos ainda mais e crer mais no poder da cruz. O Esprito Santo conduzi-lo- para a vitria no Senhor Jesus. Irmos, "o pecado no ter domnio sobre vs, pois (...) estais debaixo (...) da graa" [Rm 6:14]!

    II. MORRER COM O SENHOR PARA O EGO Em nossa experincia, morrer para o ego mais profundo e mais avanado que morrer

    para o pecado. Normalmente os filhos de Deus prestam muita ateno a vencer pecados. Eles sofrem muito aborrecimento do pecado. Sabem muito bem como, aps pecar, sua vida regenerada se preocupa com o maligno e com a amargura do pecado. Eles provaram muito disso e esperam muito vencer o pecado e no mais ser escravos do pecado. Portanto, aps ter recebido a luz e ter compreendido como morrer com o Senhor e como considerar-se mortos para o pecado, eles confiam no poder do Esprito Santo e comeam seriamente a considerar-se mortos e a permitir que a vitria da cruz se expresse em seu corao e por meio dele. Contudo, sempre falta algo: depois de ter a experincia de vitria sobre o pecado, acham que

  • essa experincia o padro mais elevado da vida e nada pode ser mais elevado. Eles do ateno excessiva aos pecados. Como resultado, uma vez que os tenham

    vencido, do-se por satisfeitos. correto que prestemos ateno aos pecados e correto que os crentes no negligenciem os pecados. A vitria sobre pecados a base de toda justia e a chave para o viver cristo adequado. Se o pecado tiver domnio sobre ns, no poderemos esperar por qualquer progresso espiritual. Mas isso no significa que possamos parar na vitria sobre o pecado, e traar um limite e designar um fim ao nosso avano. Devemos saber que isso apenas o primeiro passo da regenerao de um cristo. Ainda h um longo caminho diante de ns. No o considere um fim! Aps vencer os pecados, o problema imediato que se apresenta aos cristos como vencer o "ego".

    Os crentes freqentemente entendem mal o verdadeiro significado de "ego". Alguns o confundem com pecado. Consideram o ego como pecado e acreditam que ele deveria ser levado morte. Naturalmente, o ego e o pecado tm muito a ver um com o outro, mas o ego no o pecado. Muitos utilizam a medida com que medem o pecado para medir cada comportamento exterior. Qualquer coisa que consideram errada por eles condenada como pecado e consideram-na como ego e como a "me" do pecado, e que deve ser crucificada. Eles pouco compreendem que por mais que o ego seja ruim, ele nem sempre mau. verdade que tudo o que provm da "me" do pecado pecado, e corrompido e sujo, e tambm verdade que o que expresso pela "me" do pecado por meio do ego no pode de modo nenhum ser bom. Entretanto, s vezes, quando o ego expresso, ele pode parecer muito bom aos olhos do homem e pode parecer muito virtuoso, muito amvel e muito justo. Se tomarmos a medida com que medimos o pecado para medir o ego, certamente eliminaremos a parte m do ego e manteremos a parte boa; boa, claro, segundo a concepo do homem. Pelo fato de os crentes no perceberem a fonte do ego e no compreenderem que este pode produzir o que tanto Deus como o homem condenam como mau, assim como o que reconhecido pelo homem como bom, eles permanecem na esfera do "ego" e deixam de entrar no desfrute da vida plena e rica de Deus. Satans muitssimo sutil; ele oculta esse fato e mantm os crentes em trevas, levando-os a se contentar com a experincia da vitria sobre o pecado e parar de buscar uma experincia mais

    elevada: a da vitria sobre o ego. A vida do ego exatamente a vida natural. A vida natural foi afetada pela queda de

    Ado e tornou- se muito corrompida. Pela queda de Ado, o homem adquiriu a natureza pecaminosa. Esta est intimamente entrelaada com a vida natural, que o ego. Nosso ego exatamente o nosso eu; o que constitui nossa personalidade individual. Em outras palavras, a nossa alma. Por ser a natureza pecaminosa to intimamente relacionada ao ego, difcil separar os dois em suas operaes, isto , em seus atos de pecado. Eles so to unidos que to logo a "me" do pecado se mova, o ego concorda e executa, e o homem comete pecados exteriores.

    claro, nunca poderemos fazer uma separao muito clara entre o ego e o pecado. Em um incrdulo, o ego e o pecado so um, e muito difcil separ-los. O ego j capaz de transgredir por si mesmo. Mas o pecado, sendo to poderoso, afeta o ego, domina-o, subjuga-o e obriga-o a vir com mais idias para pecar. Sob a influncia da queda de Ado, o ego j est corrompido ao mximo. Agora quando ele colabora com o pecado, os dois tm pouco motivo para conflito. Mesmo que algumas vezes a conscincia faa um protesto muito fraco, to curto e fraco que desaparece num instante. O ego e o pecado cooperam mutuamente to bem que, em pessoas no-regeneradas, ambos esto misturados. Para eles, o pecado exatamente o ego encarnado. Para eles, o ego simplesmente os muitos males que aparecem na vida humana cada; simplesmente a raiz, os ramos e as folhas do pecado. Para eles, o ego no somente a origem do pecado, mas a prpria vida do pecado. Para eles, o pecado o ego, e o ego o pecado. Aps um homem ser regenerado, no estgio inicial de sua vida crist, ele ainda acha difcil na experincia fazer distino entre o pecado e o ego. Mais tarde, medida que

  • recebe mais graa de Deus e a obra da cruz e o poder do Esprito Santo tornam-se mais evidentes nele, ele comea a separar o pecado do ego. Ao longo do caminho na vida crist, os filhos de Deus so gradativamente capazes de diferenciar o ego do pecado. Os que tm a experincia de Romanos 6:11 percebero que embora um homem possa ter vencido o pecado, pode ainda no ter vencido o ego.

    Para os crentes que so avanados em vida, a vitria sobre o pecado fcil, ao passo que a vitria sobre o ego muito difcil. Se um crente tem a experincia plena da vitria sobre o ego, ter obtido a vida que os apstolos tiveram.

    A vida do ego exatamente a vida da alma. O ego a nossa personalidade e tudo o que nela est contido. Dele provm a opinio pessoal, gostos, pensamentos, desejos, preconceitos, amor e dio. A vida do ego o poder pelo qual algum vive. Devemos ter em mente que o ego simplesmente a nossa pessoa acrescida de gostos e desgostos. Essa vida o poder natural pelo qual realizamos o bem e trabalhamos. O ego uma vida, pois vive nos crentes cujo ego no foi removido. Mesmo nos crentes que morreram para o ego, este freqentemente tenta ressuscitar. A vida do ego centraliza-se no prprio ego da pessoa.

    Aps os crentes receberem o tratamento da cruz com relao ao pecado, o corpo do pecado ser neutralizado e no ser mais capaz de agir. Entretanto, devido falta de ateno vida do ego, esta ainda vive. Nesse estgio, a vida do ego semelhante vida de Ado antes da queda. No era espiritual porque no fora transformada pelo fruto da rvore da vida, e no era carnal, pois no havia pecado. Ela pertencia a si mesma, e, sendo assim, podia pecar se o quisesse, e ser espiritual se o quisesse. A vida dos crentes nesse perodo muito semelhante a isso. No espiritual porque seu esprito ainda no livre e no alcanou um andar segundo a vida mais elevada de Deus. No carnal porque a pessoa recebeu a consumao da cruz e se considera morta para o pecado. Ela pertence ao ego, anmica, natural e no transformada. Se no for cuidadosa, cair e ser contaminada pelo pecado da carne. Se prosseguir e proclamar a consumao da cruz, tornar-se- completamente espiritual. Contudo, se os crentes permanecerem na esfera do ego, cairo na maioria das vezes e muitas vezes tornar-se-o carnais.

    Nesse perodo, os crentes esto na condio mais vulnervel da vida crist. Por um lado, devem proteger-se de cair; por outro, devem decidir-se a ter algumas obras prticas justas. O perigo, ento, fazer o bem por esforo prprio. No necessariamente algo bvio; por vezes, pode estar muito obscuro e oculto. Algumas vezes leva longo tempo para Deus mostrar aos crentes que eles ainda esto no ego e ainda tentam cumprir a vontade de Deus por esforo prprio. O ego inclui muitas coisas. Vontade, emoes, amor e inteligncia esto no seu domnio. O ego a prpria pessoa. A vida do ego o poder pelo qual vivemos. O ego tambm a alma; um rgo. A vida do ego a vida da alma, o poder que motiva esse rgo. Quando um homem est no ego, a vida do ego comunicar poder, isto , o prprio poder do ego, para diversas partes do homem: a vontade, as emoes, o amor, a inteligncia etc, e far com que o homem pratique o bem e trabalhe. Sua vontade suficientemente forte para resistir as tentaes exteriores.

    Suas emoes alegram a pessoa e a levam a pensar que Deus est muito prximo dela. Seu amor ao Senhor profundo e sincero. Sua inteligncia leva-a a produzir muitos ensinamentos bblicos maravilhosos e muitos mtodos de realizar a obra de Deus. Mas, por fim, tudo feito pelo ego e no pela vida espiritual de Deus. Nesse perodo, Deus muitas vezes concede graa especial aos crentes para que recebam muitos dons maravilhosos. Ao perceber que todos esses dons provm de Deus, espera-se que o homem se volte completamente de si mesmo para Deus. Entretanto, na experincia, o que um crente faz totalmente o oposto do que Deus pretende. No apenas no se volta inteiramente a Deus, como tira vantagem desses dons para proveito prprio. Como resultado, esses dons tornam-se uma ajuda para prolongar a vida do ego. Portanto, Deus tem de trabalhar muitos dias e anos at que essa pessoa desista de si mesma e se volte inteiramente a Ele.

  • Aps um crente ser trazido por Deus a uma compreenso profunda da maldade do ego, ele estar disposto a levar o ego morte. Mas qual a maneira de o ego morrer? No h outra maneira seno a cruz. Devemos ler duas passagens da Bblia para entender a relao entre a cruz e o ego.

    "Estou crucificado com Cristo" (Gl 2:19b). "Se algum quer vir aps Mim, a si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23).

    O que Glatas 2:19 fala algo que foi cumprido uma vez por todas. Aps perceber que nosso ego precisa ser levado morte, deveramos ento, pela f, reconhecer de modo definitivo que "estou crucificado com Cristo". A palavra no texto original eg, o "eu", a pessoa. Alm da cruz, certamente no h outro caminho para levar o ego morte. Devemos atentar tambm para as palavras "com Cristo". A crucificao do ego no um ato independente dos crentes. Os crentes no devem cravar o ego na cruz por si mesmos, com a prpria fora. A crucificao do ego deve ser junto com Cristo e em conjunto com Cristo. Isso no quer dizer que ajudamos Cristo a colocar o ego na cruz. Pelo contrrio, significa que Cristo j cumpriu esse fato, e agora eu apenas o reconheo e creio na sua realidade. Aqui o ponto principal Cristo. Essa a razo de se dizer: "Estou crucificado com Cristo", e no "Cristo est crucificado comigo". No que queiramos levar o ego morte e que Cristo vem meramente acompanhar-nos. Pelo contrrio, foi Cristo que na morte carregou toda nossa "pessoa", nosso ego, para a cruz e pregou-o ali. Portanto, no crucifico o ego novamente, mas simplesmente reconheo o fato. A palavra "estou" nos mostra que um fato e no um desejo. Uma vida que morre para o ego possvel, real e atingvel. Os apstolos nos tempos antigos alcanaram esse tipo de vida; o ego deles passou no teste. Portanto, -nos possvel obt-la tambm. Entretanto, devemos lembrar-nos que "crucificado com" e no "crucificado sozinho".

    Separados do Senhor nada podemos fazer. Crucificar o ego com a fora do ego uma tarefa impossvel e jamais pode ser feita. Se no estivermos unidos com o Senhor em Sua morte, nosso ego nunca morrer. Em Sua morte, Cristo sozinho levou cruz toda a velha criao, junto com cada parte dela. Se tentarmos encontrar outra maneira fora da maneira do Senhor e tentarmos realizar qualquer coisa fora do que Ele cumpriu, no somente seremos tolos, mas tambm desperdiaremos o tempo.

    Portanto, no devemos fazer nada a no ser achegar-nos ao Senhor em plena certeza de f e reconhecer a Sua realizao como sendo nossa; em seguida devermos orar para que o Esprito Santo aplique em ns a obra da cruz do Senhor e expresse essa mesma obra a partir de ns.

    Devemos achegar-nos diante de Deus para repreender o ego e oferecer tudo a Deus. Pelo Esprito do Senhor, deveramos levar morte tudo o que est includo na vida do ego. Devemos dizer a Deus: "De agora em diante no mais eu, no mais minha aparncia, opinies, gostos ou preconceitos. Porei tudo isso na cruz. Comeando de hoje, viverei somente de acordo com a Tua vontade. Senhor! s Tu, e no eu". Deveramos submeter-nos ao Senhor dessa maneira enquanto levamos morte tudo o que temos. Porm isso no significa que de agora em diante nosso ego foi exterminado. Ele no pode e no ser exterminado; ele sempre existir. Por que, ento, dizemos para pregar o ego na cruz? Aqui precisamos saber algo importante: a questo diante de ns a que tem relao com a vida espiritual. Para esse tipo de pergunta, devemos enfatizar mais a experincia espiritual do que mera preciso literria. Existem muitas coisas que parecem contradizer-se a outras na semntica e parecem totalmente incompatveis. Contudo, elas se ajustam muito harmoniosamente e no tm embarao de nenhuma espcie na esfera da vida espiritual. Isso o que ocorre aqui. Segundo o significado literrio, se o ego j est morto, como no pode ser exterminado? Devemos saber que a palavra "morto" aqui refere-se a um tipo de processo na experincia espiritual. O fato de o ego estar morto no significa que de agora em diante no existe; significa que daqui para frente se submeter a Deus e no permitir que seus gostos e desgostos tomem conta, mas permitir que a cruz crucifique e elimine todos os seus pensamentos e atividades egostas.

  • Fazer com que a vida do ego pare de dirigi-lo significa que o viver que se origina da vida do ego est morto e no h mais vida do ego e viver do ego, e somente a casca do ego permanece. O ego inclui a vontade, as emoes, a inteligncia etc. Isso no quer dizer que ao crer que nosso ego foi crucificado com Cristo, nossa vontade, emoes, intelecto etc. sero anulados! Ningum pode aniquilar as poucas faculdades que compem seu ser apenas crendo que foi crucificado com o Senhor! Morrer com o Senhor simplesmente significa no mais permitir que o ego seja o dono, no agir mais segundo a prpria vontade, emoes e pensamentos, e no mais permitir que a vida do ego tenha maneira prpria; significa permitir que o Senhor Esprito governe tudo o que o ego engloba, de modo que a pessoa obedecer a vida de Deus no seu interior. Uma vez que o ego no est morto, ele no se submeter ao Esprito Santo. Uma vez que o ego saia da cruz, imediatamente reassumir sua velha postura. Os crentes no tm nem o poder nem a maneira de subjugar a si mesmos. Glatas 2:19-20 esclarece muito esse ponto: "[Eu] [o ego] estou crucificado com Cristo (...) e esse viver que agora tenho na carne". A Bblia no fala claramente aqui? Na primeira sentena Paulo deixa muito claro que seu ego foi crucificado, contudo na segunda no diz ele que o ego ainda existe ? Portanto, a crucificao do ego no implica a sua eliminao; pelo contrrio, significa a interrupo das suas atividades e a permisso de que o Senhor seja o Mestre. Isso deve estar muito claro.

    O que foi dito acima foi alcanado uma vez por todas. , porm, suficiente apenas crer uma vez que fomos crucificados com Cristo? Acaso isso ir resolver o problema uma vez por todas? Isso nos leva segunda passagem da Bblia: "A si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23). Esse versculo ressalta que as trs coisas que deveramos fazer so, na verdade, apenas uma dividida em trs passos. O primeiro passo negar o ego. Negar significa rejeitar, descartar, ignorar e no reconhecer a interpelao de algum. O significado de negar o ego simplesmente no permitir que ele seja o senhor. Esse passo um ato definido; crer especificamente que "estou crucificado com Cristo". Para preservar o trabalho desse passo, devemos levar a cabo o segundo passo, que consiste em "cada dia" tomar a cruz. Isso significa que, uma vez que entregamos o ego cruz voluntariamente e o impedimos de ser o senhor, devemos, ento, continuar a neg-lo diariamente.

    Negar o ego deve ser "diariamente" e ininterruptamente. Essa questo no pode ser realizada uma vez por todas. O Senhor precisa conceder-nos uma cruz diria para carregar. O ego muito ativo e Satans, que tira vantagem do ego, tambm incansvel. A todo o momento, o ego procura uma oportunidade de restaurar-se e jamais deixar escapar a menor chance que seja. Assim, de suma importncia que tomemos a cruz diariamente. nisso que os crentes precisam ser vigilantes.

    Deveramos "cada dia" e momento aps momento tomar a cruz que o Senhor nos tem dado; e ainda continuamente reconhecer que a cruz do Senhor nossa e no dar qualquer espao para o ego nem permitir que ele assuma qualquer posio. O terceiro passo seguir o Senhor; isto positivamente honr-Lo como Senhor e obedecer completamente a Sua vontade. Dessa maneira, o ego no ter chance nem possibilidade de se desenvolver. Esses trs passos esto totalmente baseados e centralizados na cruz. O primeiro passo, de negar o ego, do lado negativo. O segundo passo, de tomar a cruz, negativamente positivo. O terceiro passo, de seguir o Senhor, do lado positivo.

    O ensinamento nessas duas passagens no deve ser desvinculado um do outro. Se os tomarmos e os praticarmos juntos, teremos a experincia de vencer o tempo todo. Entretanto, devemos permitir que o Esprito Santo faa Sua prpria obra em ns e permitir que a obra consumada da cruz seja trabalhada em ns.

    Nosso pensamento em geral que estamos muito desejosos de dar a Cristo nossas coisas ms, sujas, pecaminosas e satnicas e t-las pregadas na cruz com Ele. Estamos muito dispostos a livrar-nos das coisas ms do ego. Entretanto, nosso problema freqente que achamos que deveramos manter as coisas boas do ego.

    Na viso de Deus, o ego est totalmente corrompido e afetado profundamente pela

  • queda de Ado. De acordo com Deus, Ele no pode curar a vida do ego nem melhor-la. No h outra maneira seno crucific-la com Cristo. O mundo est disposto a deixar que tudo se v e at mesmo se dispe a sacrificar seu prprio dinheiro e tempo; contudo, encontra muita dificuldade em negar o ego e crucific-lo. Sempre consideramos que o ego no de todo mau. Esse o ponto de vista humano. claro que o homem natural no tem a inteno de preservar somente sua bondade. Entretanto, inconscientemente e involuntariamente, ele preserva o lado bom do ego e leva morte o lado mau. Pouco nos damos conta de que o ego ou est totalmente vivo ou totalmente morto. Se a parte boa do ego mantida viva, no h garantia de que a sua parte m esteja morta. Portanto, os crentes tm uma lio sria a aprender aqui. Eles devem estar dispostos a crucificar com Cristo tanto a parte boa como a parte m do ego. O ego natural de muitas pessoas honesto por nascimento. Alguns so muito pacientes, outros so amveis. muito difcil para elas levar todo o ego morte. No subconsciente, elas mantm sua honestidade, pacincia e amor, e deixam que as outras coisas erradas sejam crucificadas com o Senhor. Esses crentes devem aprender de Deus a perceber que eles mesmos no so confiveis. Somente ento submeter-se-o ao Senhor. Podemos aprender uma lio de Pedro nesse ponto. Antes de experimentar a morte e ressurreio de Cristo e o preencher do Esprito Santo, Pedro realmente pensava que seu amor pelo Senhor fosse correto. Entretanto, sua promessa de "morrer com o Senhor" foi cumprida? A falha de Pedro foi causada pela sua total confiana em si mesmo; ele confiou em na prpria bondade. Contudo no percebeu isso. Afinal, difcil perceber o ego. Devemos confiar na avaliao que Deus faz de ns e colocar o ego na cruz.

    Se considerarmos a avaliao de Deus sobre o mundo, ficaremos mais seguros desse fato. Deus disse: "No h justo, nem um sequer" (Rm 3:10). Para o mundo, realmente no h nenhum justo? Existem uns poucos justos de acordo com o ponto de vista do mundo! O motivo de Deus considerar nenhum justo que toda justia deles produzida por eles mesmos. O ego profundamente cultivado pela natureza de Ado. "Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que doce e o que amargoso?" (Tg 3:11). O homem pensa possuir o que o inundo aceita como justia. Contudo, "desconhecendo a justia de Deus e procurando estabelecer a sua prpria, no se sujeitaram que vem de Deus" (Rm 10:3). Os que se acham justos no so justos; so tambm pecadores destinados perdio. Somente os que receberam toda a pessoa do Senhor Jesus so justos.

    Podemos examinar outro trecho da Palavra que nos diz como a bondade da vida do ego deve ser levada morte antes que algum possa produzir bons frutos. Essa passagem, entretanto, lida mais com a vida do ego do que propriamente com o ego.

    "Se o gro de trigo, no cair na terra, e morrer, fica ele s; mas se morrer, produz muito fruto" (Jo 12:24). Aqui o Senhor fala aos que Nele crem. Essa a razo de essa palavra ser um chamamento. "Se algum Me serve, siga-Me" (Jo 12:26). Aps dizer essas palavras, Ele no nos deixou em trevas, mas continuou explicando: "Quem ama a sua vida da alma perde-a; e quem odeia a sua vida da alma neste mundo, guard-la- para a vida eterna [no original, a vida espiritual]." O ensinamento aqui que a vida do ego deve ser levada morte.

    A vida muito preciosa. Pode-se sofrer a perda de tudo, menos da vida. Contudo, aqui est um chamamento para perder nossa vida. Nossa vida do ego foi-nos concedida pelo nascimento; legtima e boa. Contudo, aqui o Senhor requer que a levemos morte.

    Que essa vida? uma vida natural, uma vida que temos em comum com todos os animais, uma vida com mobilidade. Nosso intelecto, amor e emoes so todos dominados por essa vida. Cada habilidade do corpo controlada por ela. Cada parte do nosso ser controlada por ela. Apesar de no ser errado exercitar o intelecto, amor e emoes, essa vida dominante, essa vida que provm do nascimento natural, no espiritual. A menos que a vida espiritual se torne a expresso e a fora motriz de todas as habilidades dos crentes, um crente "perder" sua vida, isto , ele nunca produzir fruto.

    Essa vida do ego bela e atrativa. Nosso Senhor utiliza o trigo como ilustrao. A casca

  • de um gro de trigo muito atrativa. Sua cor dourada. Embora seja belo, ele intil se permanecer meramente como gro. Ele deve ser separado (ou ir junto) de seus companheiros e cair na terra, um lugar escuro, oculto e de sofrimento, e morrer ali. Quando morre, ele perde a beleza e tudo o que tem. No ser mais um objeto de admirao do homem como antes. Se verdadeiramente estivermos dispostos a morrer, e se realmente morrermos, perderemos os muitos elogios do homem. Nossa beleza natural ser destruda. Primeiramente, poderamos ter tido a inteligncia de apresentar muitos novos argumentos e teorias. Quando o ego morre, temos de aguardar direo e liderana do Senhor, e no ousamos depender mais da prpria inteligncia. Antes podamos ter tido amor e ter amado a muitos, podamos motivar-nos a amar o Senhor. Quando o ego morre, teremos de deixar o amor do Senhor amar por meio de ns e permitir ao Esprito Santo permear nosso corao com o amor do Senhor. No ousaremos ser motivados pelo amor natural. Antes podamos ter tido emoes e podamos estar jubilosos, irados, tristes e alegres vontade; podamos ter comunho com o Senhor por intermdio dos sentimentos e podamos sentir Sua alegria. Com a morte do ego, teremos de deixar o Senhor controlar nossas emoes. Ficaremos tristes quando o Senhor estiver triste. Ficaremos alegres quando o Senhor estiver alegre. Teremos de deixar o Senhor ter liberdade em ns. Mesmo que por vezes percamos o sentimento do Senhor, ainda teremos de permanecer fiis e no mudaremos de atitude. No ousaremos mudar por causa das emoes. O que antes nos parecia proveitoso ser considerado como perda por causa de Cristo. Ao morrer com o Senhor para o pecado, abandonamos as coisas ilcitas. Ao ser crucificados com o Senhor para o ego, abandonamos as coisas lcitas.

    Esse, sem dvida, um passo difcil de dar. Estreita a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e so poucos os que a encontram.

    Que tipo de morte essa? a morte da cruz. O Senhor mesmo disse isso (Jo 12:33). Portanto, no temos qualquer escolha a no ser cair na terra prontamente e morrer. Devemos morrer alegremente com o Senhor e participar da comunho da Sua cruz. Cada dia, deveramos manter uma atitude de odiar a vida do ego para preserv-la para a vida eterna, isto , dar fruto para a vida eterna e produzir muitos gros. Isso no algo da noite para o dia. Se fosse assim, teria sido fcil. Mas a palavra do nosso Senhor : "Quem odeia a sua vida da alma neste mundo". Devemos odiar nossa vida do ego uma vez que vivemos no mundo. Se praticarmos isso incessantemente, nosso ego ser despojado do seu poder. No devemos considerar a palavra "morte" levianamente. No suficiente ser um gro de trigo sozinho. Como filho de Deus nascido de novo (Mt 3:38), a pessoa meramente um beb e no pode fazer muito por Deus. No basta cair na terra, pois mesmo se algum estiver disposto a sofrer e ser escondido, ainda no est morto e ainda um nico gro; ainda no existe aumento. A morte o ltimo e mais importante passo. A morte destranca a porta da vida. A .morte o nico requisito para dar fruto. A morte indispensvel. E, contudo, quantos a tm de fato experimentado? A morte pe fim a toda atividade; o trmino da nossa vida humana. Depois da morte, no resta lugar para a atividade da vida do ego. Essa no uma morte hesitante, porque o Senhor disse que deveramos "odiar" essa vida do ego. Odiar uma espcie de atitude; uma atitude duradoura. Portanto, deveramos voluntariamente levar essa vida morte; deveramos ter plena compreenso da pobreza dessa vida e odi-la.

    Qual o resultado da morte dessa vida? O resultado so os muitos gros. O motivo, o real motivo de o Senhor no poder usar-nos que trabalhamos pelo nosso intelecto, amor etc. Essa vida da alma de nvel inferior; no de nvel elevado. Sendo assim, dificilmente poder dar fruto. Embora tenha alguns mritos, somente "o que nascido do Esprito esprito". A vida do ego, e tudo o mais que a acompanha, completamente intil. Se realmente colocarmos a ns mesmos, nossa vida do ego, isto , tudo o que podemos fazer e tudo o que somos, completamente na cruz do Senhor, veremos como o Senhor nos usar. Se estivermos vazios interiormente, no haver qualquer barreira para a gua viva de Deus jorrar de ns. Esse tipo de dar fruto diferente do tipo comum de dar fruto, pois o fruto que produzimos so

  • "muitos". O nosso dar fruto depende totalmente da nossa morte. Portanto, crentes, assim como nosso ego nos havia preenchido, assim tambm agora

    Cristo nos deve preencher. Caso contrrio ainda no teremos recebido a salvao plena. A chave para receber a salvao e a chave para ser salvos ser libertados do ego. fcil um crente que vive no ego cair em pecado. Essa a razo pela qual para morrer completamente para o pecado, deve-se morrer completamente para o ego. Cristo no apenas o Salvador que nos livra do pecado; tambm o Salvador que nos salva do ego. Morrer para o ego a nica vereda para o viver espiritual. Contudo, alm de Deus, ningum pode levar nossa vida do ego morte. Entretanto, se no estivermos dispostos, Deus nada pode fazer. A atividade do ego algumas vezes est completamente oculta sob um vu espiritual. Um crente pode no reconhec-la de imediato por si mesmo. Essa a razo de Deus ter de remover o vu por meio de todos os tipos de circunstncias exteriores para que o crente venha a conhecer a si mesmo. A coisa mais difcil uma pessoa conhecer a si mesma. No nos conhecemos. E por isso que temos de passar pela mo disciplinadora de Deus antes de perceber a maldade do ego. Se na experincia no morremos para o ego, no obtivemos nenhum progresso real na vida espiritual. Se voc e eu estivermos dispostos a deixar o Esprito Santo do Senhor aplicar a morte do ego a ns e oper-la em ns hoje, veremos grande progresso em nossa vida.

    Irmos! Possamos declarar juntos em unanimidade: "No seja como Eu quero, e, sim, como Tu [o Pai] queres" (Mt 26:39)!

    O artigo acima lida com questes relativas vida espiritual. Que o leitor no considere isso como uma espcie de teoria. Deve-se comparar a experincia espiritual com as palavras ditas aqui. Fazendo isso, entender-se- essas palavras. Todos somos bebs em Cristo. Que o Senhor nos dirija passo a passo. Se no temos a experincia da morte do ego, melhor dizer que no a temos. Contudo, nunca devemos tomar a vida do ego como se fosse a vida espiritual. Que Deus nos abenoe!

  • CAPTULO DOIS

    O TEMPO DA CRUZ A ETERNIDADE DA CRUZ (O presente artigo foi publicado pela primeira vez, no Volume 1, Nmero 3 da revista

    The Christian [O Cristo] em janeiro de 1926.) Toda vez que consideramos a cruz, ela causa admirao em ns! Toda vez que nos

    lembramos da redeno do Senhor Jesus, nosso corao preenchido tanto por tristeza como por jbilo. Para ns, a cruz do Senhor no somente uma cruz de madeira, mas um smbolo da Sua obra redentora completa e da plena salvao realizada por essa obra redentora.

    De incio, quando recebi o Senhor Jesus, freqentemente procurava descobrir como os homens no Antigo Testamento, que vieram antes da poca da crucificao do Senhor, poderiam ser salvos. Naqueles dias eu era um beb no Senhor e estava intrigado com essa questo.

    Nos ltimos anos, no tenho visto muito do vigoroso poder da cruz manifestado nos cristos. Parece-lhes que a morte do Senhor algo que ocorreu h muito tempo, h mais de dezenove sculos. Sendo assim, ela no parece ter qualquer poder.

    Agradeo ao Pai por recentemente ter-me mostrado a eternidade da cruz. Devido aos dois conceitos acima mencionados, acho necessrio que os santos de Deus estejam familiarizados com o ensinamento da "eternidade"da cruz. Se percebermos que a cruz ainda extremamente alentadora, quanto seremos tocados por ela!

    A MORTE DO SENHOR RELACIONADA COM A ANTIGA E A NOVA ALIANA Podemos ler primeiramente Hebreus 9:15-17: "Por isso mesmo, ele o Mediador da

    nova aliana, a fim de que, intervindo a morte para remisso das transgresses que havia sob a primeira aliana, recebam a promessa da eterna herana aqueles que tm sido chamados. Porque, onde h testamento [a mesma palavra para aliana no original], necessrio que intervenha a morte do testador; pois um testamento [aliana] s confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem fora de lei enquanto vive o testador". Esses poucos versculos nos mostram a relao entre a morte de Cristo na cruz e a antiga e a nova aliana. Sob a antiga aliana, os homens pecaram da mesma forma que o fazem agora. Uma vez que existia o pecado, havia a necessidade do Salvador. Se um homem pecou e no recebeu o perdo de Deus, ele ter de suportar seu prprio julgamento do pecado. Deus no pode perdoar o pecado do homem simplesmente pela Sua misericrdia. Fazer isso coloc-Lo-ia em injustia. Por essa razo, na redeno maneira de Deus, Ele estabeleceu o caminho da substituio. Sob a antiga aliana, Ele utilizava muitos sacrifcios e ofertas para fazer propiciao pelos pecados do homem. Uma vez que muitos animais morriam a favor do homem, este recebia o justo perdo de Deus. A palavra "propiciao" no hebraico significa "encobrir". Sob a antiga aliana, a propiciao era somente um encobrimento dos pecados do homem com o sangue de animais, pois a Bblia claramente diz: "Porque impossvel que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Por essa causa, na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho ao mundo para morrer pelos homens. Por meio de Sua nica oferta de Si mesmo, a salvao eterna da redeno foi cumprida. Os pecados que no eram removidos pelo sangue de touros e bodes, no Antigo Testamento, so agora removidos por meio da Sua morte, pois Ele o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29). A morte de Cristo conferiu grande mudana histria: dividiu a era do Antigo Testamento da do Novo Testamento. Antes dela tnhamos a era do Antigo Testamento; aps ela temos a era do Novo Testamento. A leitura dos versculos mencionados acima abrange esse ponto.

    Esses trs versculos falam sobre dois tipos de relacionamento que a morte do Senhor

  • tem com a antiga e a nova aliana. Hebreus 9:15 mostra como Ele o Mediador. Os versculos 16 e 17 mostram como Ele se tornou o que fez o testamento.

    Vimos que todos os homens na primeira aliana eram pecadores. Embora oferecessem a Deus animais como propiciao por seus pecados, estes foram apenas cobertos; no foram removidos. Naquela poca, Deus perdoou seus pecados porque pelo sangue de muitos sacrifcios Ele viu, distncia, o sangue de Seu Filho e a sua eficcia. Entretanto, a menos que o Senhor Jesus morresse, Deus ainda no poderia terminar com o problema do pecado na primeira aliana. O pecado precisa ser removido. Quando Cristo morreu, o pecado sob a primeira aliana foi removido. Podemos ver de outro ngulo a relao que a morte do Senhor tem com a primeira aliana. Toda aliana tem as suas condies. A antiga aliana tambm tinha suas exigncias. Quando o homem ficava aqum desses requisitos, ele pecava. A punio pelo pecado a morte. por isso que o Senhor Jesus teve de morrer a favor dos que estavam na primeira aliana e redimi-los de seus pecados. Ele cumpriu todos os requisitos da primeira aliana, terminou-a e iniciou a nova aliana.

    Por Sua morte, Ele redimiu o homem dos pecados cometidos na primeira aliana e tornou-se o Mediador da nova aliana. Ele ser o Mediador da nova aliana est baseado na Sua redeno dos pecados dos que estavam na primeira aliana. Originalmente, o homem deveria receber a promessa da herana eterna. Entretanto, devido ao seu pecado, ele foi impedido de herd-la. Agora o Senhor Jesus morreu. O homem est redimido do pecado e os chamados esto qualificados a receber a herana eterna. Portanto, o Senhor Jesus tornou-se o Mediador por meio da morte na cruz. Por um lado, Ele deu fim aos pecados da antiga aliana; por outro, introduziu a bno da nova aliana. Tudo isso est relacionado com o fato de Ele ser o Mediador.

    A seguir devemos consider-Lo como o que fez o testamento. A palavra "testamento" "aliana" na lngua original. Na explanao acima, vimos a lei da aliana. Todos os que transgrediam a lei morriam. Cristo morreu para redimir-nos do pecado. Posto isso, consideremos o testamento da aliana. Um testamento significa um arranjo feito por um testador para a passagem de suas posses, quando da sua morte, para seu herdeiro. O Senhor Jesus o Testador, o que fez o testamento. Todas as bnos desta era e da prxima pertencem a Ele. Assim como Ele desejava carregar os pecados dos que estavam na primeira aliana, da mesma forma Ele deseja conceder tudo o que prometido nessa aliana (testamento). Para que pudesse redimir o homem de seus pecados, Ele teve de morrer. Para que o homem pudesse herdar o testamento, Ele tambm teve de morrer. Se um homem estiver vivo, o testamento que ele fizer no estar em vigor. Ele deve morrer antes que o herdeiro possa receber a herana. Aqui vemos o profundo relacionamento entre a morte de Cristo e a antiga e a nova aliana. Resumindo, sem a Sua morte no haveria a antiga e a nova aliana. Sem a Sua morte, o Antigo Testamento no poderia ser completo, pois o requisito da Sua lei no teria sido satisfeito. Sem a Sua morte no poderia haver o Novo Testamento, porque no haveria maneira de a bno do Seu testamento ser concedida aos chamados. Mas o Senhor morreu, e terminou a primeira aliana e decretou a segunda. De fato, o Novo Testamento foi decretado por Seu sangue.

    COMO OS HOMENS ERAM SALVOS NO ANTIGO TESTAMENTO? Se o sangue de touros e bodes no era capaz de remover pecado, como mencionamos

    anteriormente, como, ento, os homens no Antigo Testamento eram salvos? Pela cruz. O homem havia pecado. Portanto, somente um homem podia cumprir a redeno do pecado. Embora os animais fossem inocentes e sem mcula, eles no podiam redimir o homem de seus pecados. Por que, ento, Deus prometeu, em Levtico 17, que o sangue de criaturas era capaz de redimir algum do pecado? Deve existir algum significado muito profundo aqui. As coisas da lei so "sombra das coisas que haviam de vir; porm o corpo de Cristo" (Cl 2:17). Portanto, todos os sacrifcios e ofertas no Antigo Testamento referem-se a Cristo. Apesar de

  • Cristo ainda no ter morrido na poca da primeira aliana, Deus pretendia que todos os sacrifcios oferecidos naquele perodo fossem prefiguraes de Cristo. A morte deles era tomada como a morte de Cristo. Por intermdio do sangue de muitos animais, Deus contemplava o sangue de Seu Filho amado. Por meio de muitos touros e bodes, Ele via "o Cordeiro de Deus". Nos muitos sacrifcios, Ele contemplava a morte substitutiva de Cristo. Ao aceitar aquelas ofertas, era como se aceitasse o valor da morte de Seu Filho. Por causa disso, o homem era redimido dos pecados. Ele reconheceu nos inocentes touros e bodes o Seu querido Filho. Assim Ele podia perdoar os pecadores com base nos sacrifcios que ofereciam. Toda vez que as ofertas eram imoladas, elas falavam do sacrifcio vindouro do Filho de Deus como a oferta pelo pecado no Glgota e do Seu cumprimento da eterna obra de salvao. Pelo fato de o Senhor ser um homem, Ele capaz de redimir o homem do pecado. Por ser Ele Deus, capaz de redimir dos pecados todos os homens, do passado e presente.

    Os que ofereciam os sacrifcios no Antigo Testamento, consciente ou inconscientemente, criam em um Salvador crucificado que havia de vir. Todos os seus sacrifcios eram para faz-los voltar ao Salvador que viria. Embora o Senhor Jesus ainda no tivesse nascido naquela poca, a f no contemplava o que podia ser visto. Pelo contrrio, ela contemplava o que no podia ser visto. A f viu ao longe um Salvador vicrio e creu Nele. Quando chegou o tempo, o Filho de Deus veio e morreu pelos homens. Ento, o que havia sido apenas questo de f, tornou-se fato.

    COMO OS HOMENS SO SALVOS NO NOVO TESTAMENTO? Sabemos que estamos na era do novo testamento. Como somos salvos nesta era? Cristo

    morreu e a salvao foi consumada. Se crermos no Senhor Jesus, que significa receb-Lo pela f como o Salvador, seremos salvos. Alguns tm dificuldade para compreender como Cristo pde morrer por eles mesmo antes de terem nascido. De fato, isso representa um problema para os sentidos fsicos. Contudo, para a f, uma verdade gloriosa.

    Primeiramente, precisamos perceber que o tempo no pode restringir Deus. Para ns, mortais, umas poucas dcadas so um longo tempo, mas o nosso Deus eterno. Para Ele, at mesmo mil anos no significam muito. Embora o tempo possa restringir-nos, ele no pode restringi-Lo. Sendo assim, muito embora tenhamos crido em um Senhor que morreu por ns uma nica vez, h muitos anos, somos salvos.

    A Bblia diz que o Senhor Jesus ofereceu-se a Si mesmo uma vez por todas e cumpriu a obra da redeno (Hb 7:27). Ele Deus, por isso pode transcender o tempo para redimir os que viveram milhares de anos antes Dele, bem como os que vivem milhares de anos depois Dele. E Ele no somente pode redimir estes; se, infelizmente, o mundo continuar por outros milhares de anos, a Sua redeno ainda ser eficaz. Uma vez que Ele terminou a Sua obra, ela foi cumprida eternamente. Se um pecador desejar ser salvo agora, o Senhor no precisa morrer por ele novamente. Ele s precisa aceitar o valor da oferta nica do Senhor e ser salvo. A nossa f tambm no restringida pelo tempo; a f pode conduzir algum para a realidade da eternidade. Assim como os homens no Antigo Testamento contemplaram um Salvador vindouro e foram salvos, da mesma forma contemplamos um Salvador no passado e somos salvos. O fato de a questo ter sido no passado no significa que tenha terminado. Pelo contrrio, significa que est feito. Os homens no Antigo Testamento olhavam para frente; ns, no tempo presente, olhamos para trs. A f levou os do Antigo Testamento a aceitar um Salvador que viria. No ir a nossa f levar-nos a aceitar um Salvador que passou?

    Ao ler Hebreus 9:12-15 seria muito significativo se ligssemos os trs "eternos" desses versculos. O que o Senhor cumpriu foi uma redeno eterna. Portanto, quando algum cr Nele, recebe essa redeno. necessrio percebermos que a importncia da cruz no foi determinada pelo homem, e, sim, por Deus. Deus avalia a redeno da cruz como sendo eterna. Por conseguinte, ns, pecadores que no temos justia prpria, deveramos reconhecer a palavra de Deus como verdadeira, agir de acordo com ela, crer na cruz do Seu

  • Filho e ser salvos. O TEMPO DA CRUZ Esse o ponto mais crucial. Embora a Bblia diga que o Senhor Jesus ofereceu um nico

    sacrifcio pelos pecados, ela ressalta que "tendo oferecido, para sempre, um nico sacrifcio pelos pecados, assentou-se" (Hb 10:12). A palavra "nico" significa que o sacrifcio do Senhor pelos pecados foi perfeito; Ele somente teve de redimir o homem dos pecados uma vez. Entretanto, esse sacrifcio pelos pecados para sempre. um eterno sacrifcio pelos pecados! Isso quer dizer que no somente o efeito desse sacrifcio pelos pecados eterno, mas o prprio sacrifcio eterno. Muito embora Cristo tenha ressuscitado e viva eternamente, .parece que a Sua cruz continua a existir! Que possamos perceber a eternidade da cruz! No se trata de um acontecimento ocorrido h mil e novecentos anos. Hoje ele permanece cheio de frescor.

    Apocalipse 13:8 diz: "Do Cordeiro que foi morto, desde a fundao do mundo". O nosso Senhor o Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo, at agora e eternamente. Para Ele, a cruz no meramente um evento de determinado tempo, em determinada data, de determinado ms, de determinado ano. Pelo contrrio, algo que tem existido desde a fundao do mundo at agora. Ao criar o homem, Ele j sabia de antemo o preo da redeno vindoura. Ele criou o homem com Seu poder. Da mesma maneira redimiu o homem com Seu sangue. como se fosse crucificado desde o incio quando criou o homem. Por milhares de anos Ele suportou o prolongado sofrimento da cruz. A morte nica no Glgota simplesmente expressou a aflio que o Esprito de Deus havia suportado por longo tempo. Que graa! Que maravilha! No temos palavras para expressar o significado desse versculo. Antes de o Senhor Jesus deixar o cu e enquanto ainda estava na glria, Ele j conhecia o sofrimento da cruz. Ele o conhecia durante os milhares de anos antes de vir. Ele conhecia isso na poca da criao. Desde a eternidade passada, a cruz tem estado no corao de Deus. Ao considerar como, na eternidade passada, Deus sabia que iria criar o homem e este iria cair, ns percebemos como o Seu corao, humanamente falando, deve ter-se afligido com isso. Por amar tanto os homens, Ele determinou antes da fundao do mundo que Cristo morreria em nosso favor (1 Pe 1:20). Embora Cristo tenha aparecido uma nica vez, nos ltimos tempos, pelos nossos pecados, por causa do Seu amor pelo mundo Ele vem sofrendo aflio e dor desde a fundao do mundo, como se j houvesse sido crucificado milhares de vezes! Que lstima que muitos, ainda agora, O aflijam, como que crucificando-O novamente. Quando ficamos cientes de Seu to grande amor, nada podemos fazer seno ficar maravilhados e admirados diante Dele! Esse o corao de Deus! Se percebermos isso, no amaremos a Deus muito mais? Portanto, humanamente falando, os do Antigo Testamento criam em uma cruz vindoura, enquanto os do Novo Testamento crem em uma cruz do passado. Na verdade, no existe distino de tempo e perodo. A cruz do Antigo Testamento algo presente e a cruz do Novo Testamento tambm algo presente. Possa o Senhor abrir-nos os olhos a fim de vermos que a cruz independe do tempo.

    O ETERNO FRESCOR DA CRUZ Os do Antigo Testamento morreram. Portanto, prestaremos ateno somente aos do

    tempo presente. Muitos afastam a cruz de volta mil e novecentos anos e consideram-na velha, ultrapassada e obsoleta. Embora seja verdade que a histria da humanidade considere o Glgota de Cristo como um acontecimento histrico, na experincia espiritual dos crentes a cruz de Cristo ainda um evento fresco. No algo velho, ultrapassado ou obsoleto. Podemos considerar alguns versculos:

    Hebreus 10:19-20 diz: "Tendo, pois, irmos, intrepidez para entrar no Santo dos

  • Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo vu, isto , pela sua carne". Para compreender esses dois versculos, precisamos entender as coisas mencionadas no Antigo Testamento. Nos tempos antigos, o tabernculo era dividido em duas sees. A primeira era chamada de Lugar Santo e a segunda, de Santo dos Santos. As duas sees eram separadas por um vu. Os que entravam no Santo dos Santos tinham de passar pelo vu. A glria de Deus era manifestada dentro do Santo dos Santos. Nenhuma pessoa comum podia entrar ali. Somente o sumo sacerdote podia entrar nele uma vez ao ano. Antes de faz-lo, ele devia primeiramente oferecer sacrifcios e fazer propiciao por si mesmo e pelo povo, e a seguir entrar com o sangue de touros e bodes. Ora, quanto a ns, entramos no Santo dos Santos por meio do sangue do Senhor Jesus. Isso representa a cruz. Antigamente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos somente uma vez ao ano. Agora, pela cruz do Senhor Jesus, podemos entrar nele a qualquer momento. Qual o significado de entrar no Santo dos Santos? Significa que podemos achegar-nos a Deus a fim de confessar os pecados, ter comunho com Ele e estar na Sua presena.

    Os que entravam no Santo dos Santos tinham de passar pelo vu, que representa o corpo do Senhor Jesus. Quando Ele foi crucificado, o vu do templo foi rasgado ao meio de alto a baixo. Se no tivesse sido rasgado, os homens no poderiam ter passado por ele. Se o Senhor Jesus no tivesse morrido e no tivesse tido Seu corpo partido, os homens no poderiam passar por ele e no poderiam entrar no Santo dos Santos. No tempo presente, achegamo-nos a Deus por intermdio da morte do Senhor Jesus. Isso tambm representa a cruz.

    Nossa Bblia nos diz que esse caminho pelo vu tornou-se acessvel a ns por causa do Senhor Jesus. De fato, Ele voluntariamente entregou a vida para redimir-nos.

    Necessitamos atentar ao fato de que esse caminho "novo e vivo". A palavra "novo" na lngua original refere-se a algo recm-oferecido ou recm-sacrificado. Aqui vemos o eterno frescor da cruz! O sumo sacerdote no podia confiar nas ofertas e sacrifcios dos anos anteriores. Ele devia ter ofertas frescas e sacrifcios frescos. Ele somente tinha ousadia e era capaz de entrar no Santo dos Santos por meio do sangue desses animais. E quanto a ns, agora? Ns nos achegamos a Deus pelo sangue do Senhor e pelo Seu corpo. Toda vez que vimos presena de Deus, no precisamos oferecer sacrifcios novamente. O nosso Sacrifcio eternamente fresco! A cruz do Senhor Jesus no envelhece com os anos. O seu frescor o mesmo hoje e eternamente assim como o foi no momento da crucificao. Toda vez que nos achegamos a Deus, podemos perceber o frescor da cruz do Senhor. Nos tempos antigos, a menos que o sumo sacerdote tivesse sangue fresco de sacrifcios recm-ofertados, ele morreria diante do Senhor. O sacrifcio dos anos anteriores no poderia redimi-lo dos pecados no presente ano. Se Deus no considerasse o sacrifcio redentor do Senhor como eternamente fresco, teramos perecido h muito tempo. Graas ao Senhor que a cruz eternamente fresca perante Ele. O Senhor considera a crucificao como algo recm-cumprido.

    Esse caminho tambm "vivo". Essa palavra pode tambm ser traduzida para "eternamente vivo". Esse um caminho "recm-oferecido". tambm um caminho "eternamente vivo". Cristo morreu e ressuscitou; Ele cumpriu a salvao por ns e nos conduziu a Deus. Devemos saber que Ele ressuscitou e a Sua ressurreio permanece at hoje. Tambm devemos saber que Ele morreu e a Sua morte substitutiva continua at hoje. Os maiores acontecimentos na vida terrena de Cristo foram a Sua morte e ressurreio. Ambas no so eventos passados, obsoletos; ainda so frescas hoje. Visto que temos tal Salvador redentor novo, deveramos receb-Lo e vir a Deus por meio Dele a fim de receber perdo e bno.

    Apocalipse 5 registra como Joo viu o Senhor Jesus Cristo no cu. Ele disse: "Ento vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os ancios, de p, um Cordeiro como tendo sido morto" (v. 6). Esse um quadro do futuro. Quando Joo viu o Senhor no cu, haviam decorrido muitos anos desde o Glgota. Contudo, o Senhor era como Aquele que acabara de ser morto. As palavras "tendo sido morto" podem tambm ser traduzidas por

  • "tendo sido recentemente morto". No cu, no momento de introduzir a eternidade, o Senhor ainda ser o que foi morto recentemente! Oh! o eterno frescor da cruz! Verdadeiramente a cruz atravessa todas as eras e continua cheia de frescor! Se a cruz ser cheia de frescor no cu naquele dia, como podemos consider-la velha hoje? Futuramente, quando a glria celestial irromper, a glria da cruz provar ser imarcescvel! Quando os redimidos de Deus ascenderem ao cu, encontraro a redeno da cruz to fresca quanto antes!

    H um ponto que merece nossa ateno. No Antigo Testamento Cristo chamado de Cordeiro duas vezes (Is 53:7; Jr 11:19). Nos Evangelhos e Atos Ele mencionado como o Cordeiro trs vezes (Jo 1:29, 36; At 8:32). Nas Epstolas Ele mencionado como o Cordeiro uma vez (1 Pe 1:19). Entretanto, em Apocalipse Ele citado como o Cordeiro vinte e oito vezes! A glria da cruz do Senhor exceder em fulgor por todas as eras! Deus propositadamente chamou a Seu Filho de Cordeiro nesse livro da eternidade. O Cordeiro aqui visto como tendo sido recentemente morto. A ferida ainda est ali! A eterna ferida garante a eterna salvao. A crucificao do Cordeiro torna-se o nosso memorial eterno. Deus jamais pode esquecer-se disso. Os anjos nunca podem esquecer-se disso e os ascendidos e salvos nunca podem esquecer-se da redeno da cruz. Quem receber essa salvao eterna? A cruz o nico lugar inabalvel. Todos os que pecaram deveriam vir.

    O MEMORIAL DA CRUZ O prprio Deus sabe do valor eterno da cruz de Seu Filho. Ele manifestou a todos o

    eterno frescor da cruz de Seu Filho. Agora Ele deseja ganhar os redimidos para que tambm conheam esse fato. A percepo do frescor eterno da cruz traz poder. A percepo do frescor eterno da cruz traz amor. A percepo do frescor eterno da cruz traz vitria. A percepo do frescor eterno da cruz traz longanimidade. Se verdadeiramente conhecermos o frescor da cruz, que inspirao receberemos dela! Que motivao obteremos dela! Se a cruz no est velha no nosso corao, certamente teremos uma comunho ntima com o nosso Senhor. Se um crente se esqueceu da cruz, isso indica que se esqueceu do Senhor.

    O Senhor pretende que a Sua cruz seja eternamente fresca em nosso esprito e em nossa mente. Essa a razo de Ele nos dizer: "Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memria de mim" (1 Co 11:25). As palavras "todas as vezes" significam "sempre". O motivo de o Senhor estabelecer a Sua ceia que os Seus santos lembrem-se sempre Dele em Sua morte. Ele anteviu que muitos considerariam Sua cruz obsoleta. Por isso Ele encarregou Seus discpulos de sempre lembrar Sua morte na ceia do Senhor. Ele sabia que os afazeres seculares, distraes e tentaes viriam e secretamente roubariam de ns o frescor da cruz. E por isso que Ele encarregou-nos de tomar a ceia com freqncia e de nos lembrar Dele. Como era fresca a cruz para ns assim que cremos! Mas, aps muitos dias, a cruz parece ter-se tornado nebulosa. Quando pela primeira vez percebemos a vitria da cruz, quo fresca ela era para . ns! Todavia, pela freqente meno da sua glria, a cruz parece ter-se tornado comum. Entretanto, o Senhor no nos quer ver perder o frescor da cruz. Ele deseja que nos lembremos dela freqentemente e que sempre tenhamos a morte do Senhor diante de ns.

    lamentvel que tenhamos perdido a inspirao da cruz do Senhor Jesus. A crucificao do Senhor deveria estar exposta ante nossos olhos todo o tempo (Gl 3:1). Nunca devemos considerar a cruz do Senhor como simples monumento histrico.

    O livro de Glatas uma epstola a respeito da cruz. Quando ela foi exposta diante dos glatas, quo livres eles ficaram! Ao tentar receber o Esprito Santo guardando a lei ou ser aperfeioados pela obra da carne, eles perderam o frescor da cruz. Pode-se dizer qual a condio espiritual de um santo simplesmente pela sua atitude em relao cruz. Se ele a considera algo velho, isso mostra que ele est afastado da fonte do seu poder.

  • A CRUZ E A ESPIRITUALIDADE Quais os benefcios de se conhecer o frescor da cruz? So inumerveis. Sabemos que

    qualquer coisa nova facilmente impressiona os homens. Se alguma coisa ocorreu h muito tempo, ela no tem o poder de comov-los. Se tivermos a cruz do Senhor exposta diante de ns, todos os dias, quanto seremos motivados por ela! Jos nos tempos antigos somente desejava ser um discpulo de Cristo secretamente. Nicodemos s ousou ir ver o Senhor noite. Mas quando ambos viram a crucificao do Senhor, foram motivados fortemente. Como resultado, eles arriscaram ofender a multido e pediram o corpo do Senhor para O sepultar. A cruz pode fazer dos mais medrosos dos homens, os mais corajosos. Quando viram Jesus na cruz e como sofria e era repreendido pelos homens, o amor da cruz os inspirou e os motivou. Portanto, se tivermos a morte de Cristo diante de ns todo o tempo, seremos motivados da mesma maneira que eles o foram. A cruz, ento, tornar-se- a nossa fora.

    "Permaneceremos no pecado, para que seja a graa mais abundante?" (Rm 6:1). Deveramos ser capazes de responder a essa pergunta. Se verdadeiramente virmos a cruz do Senhor a todo o momento, se virmos como Ele sofreu ali, se virmos os ferimentos em Suas mos e ps, e a coroa de espinhos sobre a Sua cabea, se virmos como o Seu amor e sangue se misturaram e se virmos Seus sofrimentos e tristeza, acaso no seremos profundamente motivados e no cessaremos de fazer coisas que no O agradam ou que Lhe causem sofrimento? por nos faltar o eterno frescor da revelao da cruz diante de ns que desprezamos o amor do Senhor.

    Se a cruz na qual o Senhor morreu por ns for eternamente cheia de frescor, a nossa crucificao com Ele tambm se tornar imutvel. Se tivermos revelao fresca da cruz dia aps dia, acrescentaremos a ns mesmos muitas experincias frescas de f em nosso morrer juntamente com Ele. devido ao fato de no vermos uma cruz diria que temos muitas experincias do pecado ressuscitando em ns. Se virmos o eterno frescor da cruz e a sua natureza sempre imutvel, a nossa morte para o pecado tambm ser imutvel. Muitos filhos de Deus fracassam por no perceber que a morte na cruz no simplesmente algo que ocorreu uma vez por todas, mas algo que est continuamente conosco, todo o tempo.

    Sabemos que muitas vezes camos inconscientemente. Graas a Deus Pai que no nos rejeita por isso. A Bblia diz que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1:7). Ele no nos purificou apenas uma vez. O sangue de Seu Filho ainda nos purifica continuamente. A palavra "purifica" no original tem o sentido de ao contnua. Essa a incessante obra da cruz. Quo maravilhoso que Deus nos tenha preparado tal salvao! Se tropearmos sem querer e viermos a Ele e confessarmos os pecados, Ele nos perdoar e o sangue de Seu Filho nos purificar de todo pecado. Que frescor eterno h na cruz!

    A SALVAO ETERNA Se percebermos isso, vamos exclamar com altos louvores a Deus Pai.

    Lamentavelmente, muitas pessoas no sabem que so salvas para sempre. Somos no salvos ou somos salvos para sempre. Se realmente aceitamos uma vez o sacrifcio do Senhor pelo pecado e se uma vez cremos de fato no valor da Sua cruz, ela falar por ns eternamente. "Esta a lei do holocausto: o holocausto ficar na lareira do altar toda a noite at pela manh, e nela se manter aceso o fogo do altar" (Lv 6:9). O holocausto um tipo de Cristo e o altar um tipo da cruz. A noite um tipo da presente era sem Cristo. a mesma noite de Romanos 13:12. Uma vez que o Sol da justia (o Senhor Jesus) partiu deste mundo, este tornou-se a noite. Continuar sendo a noite at que Ele venha novamente. O holocausto estar queimando at o romper do dia! Na presente era, o valor da redeno do Senhor est continuamente suplicando por ns! A noite, os israelitas poderiam estar no acampamento ainda a murmurar, mas o holocausto sobre o altar continuamente intercedia por eles! Deveramos perceber que,

  • de semelhante modo, o sangue intercede por ns. Uma vez que tenhamos aceitado a cruz, ela fala por ns eternamente! Isso a salvao eterna.

    No futuro, quando virmos a cruz no cu, ela no ter envelhecido atravs das eras. Por isso, a salvao que temos recebido no se tornar mero monumento atravs do tempo. A eternidade no ser uma vida montona e sem gosto; ela pode ser longa, mas no tirar a glria da cruz. Na eternidade, veremos Deus desvendar a glria da cruz a ns, pouco a pouco.

    "Senhor, ensina-nos o eterno frescor da cruz!" Por que razo as hostes celestiais louvam ao Senhor? "Digno o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e Sabedoria, e fora, e honra, e glria, e louvor" (Ap 5:12). Naquele dia, tambm louvaremos ao Senhor para sempre por causa da Sua cruz. A cruz o tema da Bblia, hoje, na terra. Ela ser a causa do louvor na glria, no futuro.

    Irmos! quo fresca a cruz! Ela no conhece o significado do tempo; no sabe o que velhice. Que sejamos constantemente motivados por ela! Oh! que possamos perder-nos na cruz, todos os dias da nossa vida! Oh! que ela no perca seu poder sobre ns um dia sequer! Oh! que permitamos que ela faa uma obra mais profunda em ns cada dia! Possa o Pai abrir-nos os olhos a fim de vermos o mistrio oculto na cruz de Seu Filho. "Mas longe esteja de mim gloriar-me, seno na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6:14).

  • CAPTULO TRS

    O MENSAGEIRO DA CRUZ

    (O que se segue um artigo escrito pelo irmo Watchman Nee em Kulongsu, Amoi, em

    15 de janeiro de 1926.) Ultimamente muitas pessoas parecem estar cansadas de ouvir a palavra da cruz.

    Entretanto, agradecemos e louvamos a Deus Pai por Ele ter reservado para Seu prprio nome muitos fiis que no dobraram os joelhos a Baal. Todavia, sinto que h algo que os fiis servos de Cristo devem conhecer. Por que, aps haverem labutado tanto na pregao a respeito da cruz, os resultados tm sido to desencorajadores e as pessoas no tm tido muita mudana em sua vida aps ouvir a verdadeira Palavra de Deus? Penso que esse problema digno da nossa maior ateno. Ns, que laboramos pelo Senhor devemos entender por que os outros no so subjugados pelo evangelho que pregamos. Espero que possamos orar calmamente diante do Senhor e pedir que o Esprito de Deus ilumine nosso corao a fim de sabermos onde se encontra nossa falha.

    No tempo presente, deveramos atentar palavra que pregamos. No precisamos mencionar os que pregam o falso evangelho. A crena deles de qualquer forma est errada. O que pregamos a crucificao do Senhor Jesus Cristo e como ela salva os pecadores da condenao do pecado e do poder do pecado. Ao pregar, damos muita ateno ao esboo, lgica e ao pensamento. Fazemos o melhor que podemos para tornar nosso falar claro. Dessa forma, mesmo a pessoa mais iletrada pode entender. Tambm damos ateno psique do homem e empenhamo-nos o mximo em nossa eloqncia para corresponder ela. O que pregamos verdadeiro e bblico: o nosso tema a cruz do Senhor Jesus. Sabemos que o Senhor Jesus morreu pelos pecadores na cruz para que todo o que Nele cr seja salvo parte de qualquer obra. Tambm sabemos que a crucificao do Senhor Jesus no visa somente a substituio, mas tambm a crucificao do pecador e juntamente com ele seu pecado. Conhecemos a maneira de ser salvos. Sabemos como morrer com o Senhor, como aplicar a morte do Senhor pela f e como morrer com Ele a fim de lidar com o pecado e o ego. Tambm temos clareza acerca de outras doutrinas afins na Bblia. A nossa pregao apresentada de maneira exata e clara para que qualquer dos ouvintes possa compreend-la. Os ouvintes prestam muita ateno a ns quando pregamos a cruz do Senhor; eles gostam dela e so tocados por ela. Podemos mesmo ser dotados de eloqncia e ser aptos a apresentar a verdade de modo persuasivo. Podemos pensar que nossa obra muito eficaz! Sob tais circunstncias, deveramos ver muitas pessoas recebendo vida e muitos crentes ganhando a mais abundante vida. Entretanto, os resultados so contrrios ao que esperamos. Embora os ouvintes sejam tocados no local de reunio, eles no ganham qualquer coisa que espervamos v-los ganhar aps deixar o local de reunio, muito embora as palavras ainda estejam frescas na mente deles. Eles no tm qualquer mudana em sua vida. Entendem o que pregamos, mas isso no tem qualquer influncia em seu viver dirio. Apenas armazenam no crebro a palavra pregada. Eles no a aplicam no corao.

    Uma possvel explicao para isso que o que voc possui apenas eloqncia, palavras e sabedoria. como se atrs de suas palavras no houvesse o poder que toca o corao das pessoas. Voc tem as melhores palavras e a melhor voz, contudo atrs das palavras e da voz voc no tem o tipo de poder que "controla" a vida das pessoas. Em outras palavras, voc pode fazer com que as pessoas ouam-no atentamente no local de reunio, mas o Esprito Santo no coopera com voc. Portanto, seu labor ineficiente e no produz resultados duradouros. Suas palavras no conseguem deixar marca duradoura na vida das pessoas. Apesar de da sua boca flurem palavras, de seu esprito no flui vida para alimentar, levantar e vivificar os ouvintes que perecem.

  • Nos ltimos anos, o Senhor tem-me dito para ser cuidadoso quanto a esse tipo de pregao. No almejamos ser oradores populares (nosso Senhor doador de vida). Ns almejamos ser canais de vida, conduzindo-a para dentro do corao das pessoas. Ao pregar a cruz, deveramos ter a vida da cruz fluindo para a vida de outros. A coisa mais lamentvel a meu ver que, embora muitos preguem a cruz hoje, as pessoas no tm ganhado a vida de Deus. Elas parecem concordar com nossas palavras e recebem-na alegremente; contudo, no tm recebido a vida de Deus. Muitas vezes, enquanto pregamos a morte substitutiva da cruz, os homens parecem entender o significado e o porqu da substituio, e ser tocados no momento. Entretanto, no podemos ver a graa de Deus operando nos ouvintes a ponto de, verdadeiramente, obterem a vida regenerada. Pregamos tambm a co-crucificao e a explicamos de maneira bem clara e comovente. No momento em que as pessoas ouvem, podem orar e decidir-se a morrer juntamente com o Senhor e a ganhar as experincias de vencer o pecado e o ego. Mas aps tudo haver terminado, no as vemos ganhar a mais abundante vida de Deus. Tais resultados entristecem-me muito. Isso faz com que me humilhe diante do Senhor a fim de buscar a Sua luz. Se tiver a mesma experincia que eu, espero que voc se contriste diante do Senhor como eu e arrependamo-nos das nossas faltas. O que nos falta de fato no momento so homens e mulheres que preguem a cruz, contudo o que mais necessitamos alm disso so pregadores que preguem a cruz no poder do Esprito Santo.

    Leiamos agora a Palavra de Deus. Paulo disse: "Eu, irmos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, no o fiz com ostentao de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vs, seno a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vs. A minha palavra e a minha pregao no consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstrao do Esprito e de poder" (1 Co 2:1-4). Nesses versculos vemos trs coisas: 1) a mensagem que Paulo pregou; 2) a pessoa do prprio Paulo, e 3) a maneira com que Paulo pregou sua mensagem.

    A MENSAGEM PREGADA POR PAULO A mensagem que Paulo pregou foi o Senhor Jesus Cristo, e este crucificado. O assunto

    da sua pregao foi a cruz de Cristo e o Cristo crucificado. Ele nada sabia exceto isso. Se esquecermos da cruz e no fizermos dela e de Cristo nosso nico assunto, quanto ns e nossos ouvintes iremos perder! Creio que certamente no somos dos que no pregam a cruz.

    A nossa mensagem e assunto podem ser bons. Todavia, no temos a experincia de ter uma mensagem boa e, ainda assim, ser

    incapazes de dispensar vida a outros? Deixe-me ressaltar que uma vez que a mensagem que pregamos importante, se ela no pode dar vida a outros, a nossa obra quase totalmente v. Deveramos lembrar que o objetivo da nossa obra dar vida s pessoas. Pregamos a morte substitutiva da cruz para que Deus d a Sua vida aos que crem. Se as pessoas so incitadas ou estimuladas ou at se arrependem e concordam com o que pregamos, mas no tm a vida de Deus nelas, de que adiantar isso? Elas podem mostrar-se simpticas exteriormente, mas no so salvas. Portanto, a nossa meta no fazer as pessoas se arrependerem por si mesmas nem influenci-las em sua mente, mas dispensar a vida de Deus a elas para que tenham vida e sejam salvas. At mesmo ao pregar as verdades mais profundas ou tentar ajudar outros a compreender a verdade sobre a co-crucificao, o mesmo princpio permanece verdadeiro. fcil fazer com que as pessoas saibam e entendam o que pregamos. Tambm no difcil fazer com que outros aceitem nossos ensinamentos em sua mente. Qualquer cristo com um pouco de conhecimento pode entender se voc lhe explicar os assuntos de modo suficientemente claro. Entretanto, se desejar que ele ganhe vida e poder e que experimente o que voc prega, no existe outro caminho a no ser o de Deus dispensar a mais rica vida a ele, por seu intermdio. Deveramos saber que nossa nica obra ser canais da vida de Deus, comunicando vida ao esprito dos outros. Portanto, mesmo que o assunto ou a mensagem que

  • pregamos sejam bons, ainda necessitamos descobrir se somos ou no canais adequados para Deus transmitir vida ao interior das pessoas.

    O PRPRIO PAULO A mensagem pregada por Paulo era a cruz do Senhor Jesus Cristo. A sua mensagem no

    era em vo, pois ele era um vivo canal de vida. Ele gerou muitos por meio do evangelho da cruz. O que ele pregava era a palavra da cruz. Sobre ele mesmo, disse que estava "em fraqueza, temor e grande tremor". Ele era um homem crucificado! Somente um homem crucificado pode pregar a palavra crucificada. Ele no tinha confiana em si prprio e no confiava em si mesmo. Fraqueza, temor, tremor, ser esvaziado da autoconfiana, considerar-se totalmente intil: essas so as caractersticas de um homem crucificado. Ele disse: "Estou crucificado com Cristo" (Gl 2:19b) e "Dia aps dia, morro!" (1 Co 15:31). Somente um Paulo morto poderia pregar uma palavra sobre crucificao. Se no houvesse morrido de modo real, a vida da morte do Senhor no poderia ter fludo dele. fcil pregar a cruz, mas no fcil preg-la como um homem crucificado. A no ser que algum seja uma pessoa crucificada, ele no pode pregar a palavra da cruz e no pode dar a outros a vida da cruz. Rigorosamente falando, a no ser que algum conhea a cruz, na experincia, ele no digno de pregar a cruz.

    A MANEIRA COMO PAULO PREGOU SUA MENSAGEM A mensagem de Paulo era a crucificao. Ele prprio era um homem crucificado e

    pregou a cruz maneira da cruz. Era um homem da cruz, pregando a mensagem da cruz com o esprito da cruz. Muitas vezes o que pregamos a cruz, mas a nossa atitude, as nossas palavras e nosso sentimento no do a impresso de que pregamos a cruz! Muitas pregaes sobre a cruz no so feitas no esprito da cruz! Paulo disse: "Eu (...) fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho (mistrio)1 de Deus, no o fiz com ostentao de linguagem ou de sabedoria". Aqui o mistrio de Deus refere-se palavra da cruz. Paulo no pregou a cruz com excelncia no falar ou sabedoria. "A minha palavra e a minha pregao no consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstrao do Esprito e de poder". Esse o Esprito da cruz. A cruz sabedoria para Deus, mas loucura para o homem. Ao pregar a palavra dessa loucura, deveramos ter a aparncia de "loucura", a atitude de "loucura" e o falar de "loucura". Paulo obteve a vitria porque era de fato um homem crucificado. Ele pregava a cruz com o esprito da cruz e a atitude da cruz. Os que no tm experimentado a crucificao no sero preenchidos com o esprito de crucificao, e no so dignos de pregar a palavra da cruz.

    Aps ver a experincia de Paulo, no nos diz ela a razo de nossas falhas? A mensagem que pregamos pode ser boa, mas deveramos examinar-nos luz do Senhor: somos realmente homens crucificados? Com que tipo de esprito, palavra e atitude pregamos a cruz? Possamos humilhar-nos diante dessas questes para que Deus tenha misericrdia de ns.

    No nos referimos aos que pregam um "evangelho diferente". Falamos apenas acerca dos que pregam "o evangelho da graa de Deus". A palavra no incorreta, nossa mensagem no m; todavia, por que os outros no ganham vida? Isso deve ser por causa da falha do pregador! a pessoa que est errada, e no a palavra que perdeu o poder.

    o homem que tem obstrudo o fluir da vida de Deus, e no a Palavra de Deus que tem perdido a eficcia. Quando o homem que prega a cruz no possui, ele mesmo, a experincia da cruz nem o esprito da cruz, no pode dispensar aos outros a vida da cruz. No podemos dar a outros o que no temos. Se a cruz no se torna a nossa vida, no podemos dar a vida da cruz a outros. A deficincia do nosso servio advm de gostar de dar a cruz a outros sem perceber que no a temos em ns. Os que so bons em pregar a outros, devem ser bons em pregar

    1 Alguns manuscritos antigos trazem mistrio como variante de testemunho (IBB-Rev.) (N.T.)

  • primeiro a si mesmos. Caso contrrio, o Esprito no cooperar com eles. Embora a mensagem que pregamos seja importante, no devemos enfatizar demais a

    mensagem e esquecer de ns mesmos. Podemos obter algum conhecimento dos livros sobre a palavra da cruz que pregamos. Podemos utilizar a mente buscando os seus muitos significados na Bblia. Entretanto, todos eles sero emprestados; eles no nos pertencem. Os que tm mente esperta so mais perigosos que os demais. Um pregador pode colocar-se em maior perigo que outros, pois todo o estudo, leitura, pesquisa e ouvir pode ter sido fei