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Vygotsky Formao dos Conceitos Oliveira O homem se constitui em sua relao com outro social onde a cultura torna-se naturreza humana. As Funes Psicolgicas Superiores, FPS, isto a conscincia e o controle so constitudo pela cultura e smbolos, onde: a representao mental e a significao dos smbolos (cultura) internaliza no indivduo e d-se o comportamento neste processo; e a palavra tem funo de intercmbio cultural e generaliza o pensamento quando nomeamos objetos e o classificamos servindo para mediar conceitos e torn-los smbolos. A formao de conceitos passa por trs estgios: 1.sincrtico agrupamento de objetos com nexos vagis e subjetivos; 2.complexo agrupamento por fatos, concretos, no lgicos, por isso variveis; 3.conceitos abstrai-se suas caractersticas e resume-se em sntese. A linguagem organiza o conhecimento. Os conceitos so espontneos, sem organizao do cotidiano e cientfico quando sistemtico e organizados, incluem-se num sistema mediado por smbolos e implica FPS. Atravs da aprendizagem a criana desperta os processos de desenvolvimento porque o crebro trabalha a atividade psicologia e a cultura tornando-se o homem biolgico e cultural, em scio-histrico. A memria, a percepo, a ateno e o pensamento so funes mentais. O cognitivo e o afetivo unem-se e organiza a conscincia e faz-se compreender o pensamento. Assim, a conscincia a organizao do comportamento imposto por prticas scio-culturais. A dimenso social , portanto, essencial. A conscincia internaliza o social e o individual, histrica e manipula objetos e a linguagem, constituindo uma inter relao entre intelecto e afeto, entre o mundo e a representao simblica, entre a subjetividade e a interao social. As FPS so aes voluntrias conscientemente controladas e intencionais. O processo de internalizaes das atividades sociais a prpria conscincia humana, e tambm o processo que constitui a subjetividade a partir da inter subjetividade. O conceito um significado um ato de pensamento. O pensamento e a fala unem-se em pensamento verbal. Neste significado h um sentido cognitivo e um afetivo. As falas podem ser exterior, oral; egocntrica, da criana at 4 anos; e interior, atravs de pensamento. Wallon Do Ato Motor ao Ato Mental Dantas Para Wallon, o ser humano organicamente social, e o grande eixo da psicologia a motricidade, desenvolvimento motor, psicomotor. As atividades musculares tm duas funes: 1. Cintica msculo em movimento esta tende a reduzir em ato mental, por isso, aos 2 nos, a sensrio-motricidade diminui ao fortalecer o processo ideativo. A motricidade atua primeiro, e o homem ao entrar em contato com o fsico intermediado pelo social e cultural, desencadeando o pensamento. E a imitao que realiza a passagem do sensrio-motor ao mental. 2. Postural msculo parado. Tipos de movimentos:

-reflexos, at os 3 meses; -involuntrios ou automticos, dos 3 meses aos 10 meses;e -instrumentais ou prxicos, surgem no vim de um ano de vida. No primeiro ano de vida, o cognitivo latente, escondido e domina reaes emocionais. No segundo ano de vida, a inteligncia dedica-se a construo da realidade, surgindo a funo simblica, que juntamente com a linguagem inaugura o pensamento discursivo. Que aparece aos 5 anos, revestido de sincretismo. Entre 5 aos 9 anos, reduz o sincretismo levando ao pensamento conceitual. Assim, a linguagem produto e fabricante da razo humana. Quanto afetividade, Wallon se inspira em Darwin, que diz que a emoo instrumento de sobrevivncia humana, e d o primeiro e mais forte vinculo entre as pessoas. A emoo contagiosa, epidmica, anrquica, explosiva, imprevisvel e assustadora, como tambm biolgica, orgnica e tambm social. ela que faz a transio entre o orgnico e o cognitivo, racional, mediando pelo cultural-social, como tambm o afetivo que d acesso ao universo simblico e origina a atividade cognitiva. As emoes podem ser: hipertnicas capazes de tornar ptrea a musculatura, como a clera e a ansiedade; hipotnicas reduzem o tnus muscular, como susto e a depresso. Defluxo Tnico expresses de alegria, orgasmo; Regressiva reduz o funcionamento cognitivo, quem est descontrolado no consegue pensar. A sensibilidade: a motricidade e a linguagem tem dois nveis afetivos e cognitivos. afetivo uma fase do desenvolvimento que leva a vida racional, e que passa pela afetividade emocional ou Tnica, pela simblica e pela categorial. Estes momentos constroem o sujeito. Cognitivo se constri a realidade. Nos trs primeiros meses, p desenvolvimento so movimentos de reflexos, impulsos, globais, descoordenados, movimentos que exprimem sinais de necessidades, por isso viram sinais comunicativos. Aos seis meses, a presena humana mais estimulante que os objetos. No primeiro ano de vida, as conquistas motoras e as funes simblicas elas lidam com o real pela gestualidade, pela funo simblica de cada objeto. Na puberdade, as pessoas abrem as dimenses ideolgicas, polticas, metafsicas, ticas e religiosas, construindo sua singularidade, uma individuao com objetivos, atravs da socializao.

O Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognio O indivduo vive num ambiente, onde ele e os objetos que esto sua volta formam um conjunto de relaes que se estruturam com grande complexidade. O desenvolvimento desse indivduo feito atravs da apropriao da linguagem e de formas cognitivas mais complexas que h no ambiente cultural que est sua volta.

1. Desenvolvimento da motricidade Motricidade um conjunto de funes nervosas e musculares que permitem a movimentao do corpo voluntria ou automaticamente. A criana a desenvolve desde seu nascimento e medida que vai adquirindo maturao, consegue aprimorar ainda mais a movimentao e a atividade motora do complexo corpo humano. No incio, o beb diferencia seu prprio corpo do mundo que o rodeia para depois tom-lo como referncia para perceber o espao que se encontra. A representao desse espao feita sob a movimentao de seu corpo que recebe informaes prprio-perceptivas e externo-perceptivas. A motricidade tambm desenvolvida atravs da manipulao de objetos de formas diferentes, cores, volumes, pesos ou texturas. O esforo realizado pela criana ao trabalhar diversos segmentos corporais, alterando sua postura conforme mexe com os objetos, faz com que os msculos tenham contraes de diferentes intensidades. A partir dos 6 anos, a criana capaz de adquirir cada vez mais pontos de vista externos a si mesma para a compreenso do mundo, desde que tenha uma perspectiva egocntrica na sua percepo das relaes que estabelece com elementos do espao.

2. O desenvolvimento lingstico O sistema lingstico tambm est presente nas relaes infantis e, atravs de atividades simblicas, as crianas aprimoram a motricidade, j falada acima. Somente o ser humano capaz, enquanto animal, de adquirir a lngua do grupo onde convive. E, embora possua rgos perifricos e sistema nervoso central apropriado, atravs do processo scio-histrico que ele dominar a lngua de seu grupo. O processo de desenvolvimento da linguagem algo inato do ser humano; ele sente a necessidade de comunicar-se verbalmente com o outro e isso bastante claro no primeiro ano de vida da criana. medida que a criana percebe que capaz de produzir sons da fala, ouvindo sua prpria voz ou a de algum prximo, como a me, por exemplo, enriquece-se a formao da capacidade de categorizao de objetos e imitao e memria, para reproduzir padres vocais e gestuais. Aproximadamente aos 10 meses de vida, a criana j consegue dar respostas a certos pedidos e proibies. Aps isso, a criana capaz de produzir as primeiras palavras e, entre 18 e 20 meses, h uma quantidade considervel de palavras que j foram internalizadas por ela. A combinao de palavras condensada, porm j tem a preocupao de dominar as estruturas de sua lngua, embora seja de criaes prprias. Entre 4 e 5 anos, a linguagem da criana j bastante opervel e ela capaz de produzir frases sinttica e morfologicamente corretas, ou seja, de acordo com a lngua de sua cultura. A partir dos 5 anos, ela consegue dominar algumas estruturas lingsticas mais complexas, a reorganizao semntica, empregando uma mesma palavra em diversos sentidos, desenvolve

artigos e pronomes coesos ao seu discurso. Alm disso, sente necessidade de se corrigir quando percebe que falou algo errado. Esse sistema lingstico se desenvolve e aprimora-se at a pr-adolescncia, onde j h uma gama de experincias culturais vividas, especialmente no ambiente escolar. 3. A construo do pensamento infantil O processo de aprendizagem da criana evolui da participao de um indivduo mais experiente, que pode ser o professor ou at mesmo um colega de sala. Este fato acontece at a criana ser capaz de apresentar um modo autnomo de apreender tarefas e as posies nela envolvidas. A construo desse desenvolvimento vem dos ambientes socioculturais especficos que dependem do intercmbio social, o qual pertence o aprendiz e dos ambientes de aprendizagem criados como recurso para a aprendizagem. De incio, pensamento e linguagem pertencem a caminhos diferentes. H o pensar sensriomotor e a linguagem no cognitiva. No entanto, num determinado momento estes elementos convergem no desenvolvimento para a formao do pensamento discursivo. Na fase inicial de formao do conceito, a busca das qualidades plsticas da palavra desempenha uma funo importante, pois para a criana pequena, a palavra no tem ainda fora para dirigir seu pensamento. A descrio de algo pela criana requer-lhe coordenar prprias impresses e processos mentais. Implica processo gestual, ideomotor ou identificao do objeto consigo mesmo, estabilizando-o. Por sua vez, as tarefas de definir e de explicar supem um movimento de isolamento de palavras dentro de um universo e sua reintegrao como um todo, trazendo elementos perceptuais, lingsticos e cognitivos de modo fortemente indissocivel. Para representar algo, a criana deve exterioriz-la como um objeto distinto, por meio de imagens que eliminem os elementos subjetivos e acentuem os traos mais estveis e gerais. Ao tentarem responder sobre o significado de uma palavra que lhes apresentada, as crianas muitas vezes renem elementos de experincias anteriores e os ajustam a aspectos distintivos de cada situao. Algumas vezes as crianas se referem a um conceito de modo mais descritivo, pelo fato de ter feito parte de algo que j viveram. As respostas infantis parecem indicar a dificuldade do pensamento de identificar, diferenciar e relacionar sucesso, casualidade e pertinncia de elementos, de estabelecer relaes como as de lugar, tempo, movimento e casualidade. A criana, contudo tem dificuldade de articular os contedos provenientes das diversas fontes, no apenas em virtude de um estado de imaturidade cerebral, mas tambm pela heterogeneidade das experincias a que cada conceito se refere. Assim, no processo educativo, as iniciativas das crianas de atribuir sentido so confrontadas com aspectos perceptivos dos objetos, com relaes que elas podem cognitivamente

estabelecer com base neles, e com associaes e explicaes de senso comum, mitos ou representaes sociais, discursos cientficos, religiosos, polticos ou sanitrios, e com as definies dos professores.

A Brincadeira e o desenvolvimento da imaginao e da criatividade Pesquisas sobre o jogo, realizadas de diferentes perspectivas tericas, revelam que varias espcies de mamferos ocupam-se em simular perseguies e fazer exploraes do meio de forma desligada dos objetivos de mera sobrevivncia. O jogo humano difere, contudo de modo significativo dessa situao, por requerer a capacidade de se relacionar com diferentes parceiros e com eles comunicar-se por meio de diferentes linguagens, para criar o novo e tomar decises. algo culturalmente determinado. Particularmente, o jogo simblico ou de faz-de-conta uma ferramenta para a criao da fantasia, necessria a leituras no convencionais do mundo. Abre caminho para a autonomia, a criatividade, a explorao de significados e sentidos. Atua tambm sobre a capacidade da criana de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expresso. So os jogos, ainda, instrumentos para aprendizagem de regras sociais. O brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepo, representao, memrias e outras funes cognitivas esto profundamente interligadas. A brincadeira favorece o equilbrio afetivo da criana e contribui para o processo de apropriao de signos sociais, criando condies para uma transformao significativa da conscincia infantil. Por meio da brincadeira, a criana pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e a de distinguir pessoas possibilitadas especialmente pelos jogos de fazde-conta e os de alternncia, respectivamente. A brincadeira permite a construo de novas possibilidades de ao e formas inditas de arranjar os elementos do ambiente. Os objetos manipulados na brincadeira so usados de modo simblico, como um substituto para outros, por intermdio de gestos imitativos, reprodutores das posturas, expresses e verbalizaes que ocorrem no ambiente da criana. Segundo Vigotsky, o campo inter-psicolgico produzido pelas interaes infantis nas brincadeiras, quando a criana e seus parceiros confrontam suas prprias zonas de desenvolvimento proximal, leva-os a representar a situao de forma cada vez mais abstrata e a construir novas estruturas auto-reguladoras de ao, ou seja, modos pessoais historicamente construdos de pensar, sentir, memorizar, mover-se, gesticular-se, etc.

Referncia Bibliogrfica OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educao infantil: fundamentos e mtodos. 3 edio - So Paulo: Cortez, 2007.