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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo 15/12/19, Edição nº 0003 Pág. 1/17 'Sol do Rio Tejo - foto de Silvya Gallanni © 2016 destaque nas páginas seguintes em destaque nas páginas seguintes em NO SURREALISMO DO IMAGINÁRIO NÃO-COLECTIVO SOMOS DUAS por Myriam Jubilot

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 15/12/19, Edição nº 0003 – Pág. 1/17

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NO SURREALISMO DO IMAGINÁRIO NÃO-COLECTIVO

– SOMOS DUAS – por Myriam Jubilot

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1970 - Capa do primeiro livro de sempre de ‘História de Moçambique’ editado por moçambicanos, no exílio anti-colonial, em Tanzania. Capa e layout de Mphumo João Craveirinha. Impressão e acabamento no Instituto Moçambicano – Kurasini - Temeke – Dar es Salaam.

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VuJONGA – significado.

VuJONGA significa ORIENTE, e também por analogia,

povo vaJonga do ‘Sol Nascente’– em língua Jonga.

ORIENTE – ponto cardeal

de uma das quatro direcções principais da rosa-dos-ventos

[Sul – Norte; Ocidente – Oriente]

ShiJonga ou ‘O Jonga’ é um idioma africano que tem a sua origem

milenar no idioma kiKongo, com sede em Bandundu no ‘Congo-

Kinshassa.’ Daí sairiam migrações cíclicas do povo (ba)Kongo, rumo à

África Austral, tomando rumos diferentes a partir do rio Zambeze, a sul

e a norte.

Posteriormente, em fusão genético-cultural, originou outras

variantes idiomáticas, tais como as dos povos Nhandja (Niassa), Guigóne

(Inhambane), Jonga (Móputso), e ainda outras variantes posteriores tais

como ShiSuate (Suazilândia), Zulo (Natal), Shengane (Gaza), ShiTsua

(Inhambane).

A língua Jonga é, pois, um idioma muito antigo da cultura baNto da

capital de Moçambique. Sofreu várias influências linguísticas no decurso

do tempo. Estas são o registo cultural de épocas em que navegadores

europeus e asiáticos circularam pela costa marítima moçambicana, aí

desenvolvendo relações comerciais – mais pacíficas – umas, e outras

mais conflituosas.

Este idioma, shiJonga, encontra-se actualmente em processo de

extinção, devido a imposições ideológicas do poder político

estabelecido desde 1975.■ MJC.

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1º Esboço de Mapa Etno-Etimológico

da região vaJonga - séculos XVI-XIX

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Caro Leitor,

Quando por vezes as pessoas se referem à S'tora Myriam Jubilot, surgem duas coisas a

considerar. Já o tenho explicado, mas a Amizade e o Carinho de que me vejo rodeada, fazem

esquecer esta realidade:

1º A Drª Myriam Jubilot não existe:

Esta Myriam, poetisa: é de gestação espontânea, não teve nem pai nem mãe, nem frequentou

nenhum curso; porque ninguém ensina ninguém a ser Artista. Pode alguém estudar umas

coisas, e estas poderão até ser muito, muitíssimo valiosas... Mas, ensinar alguém a ser

“artista”? É como diria o grande António Aleixo, que era semi-analfabeto:

«A arte é força imanente,

não se ensina, não se aprende,

não se compra, não se vende,

nasce e morre com a gente.

Um poeta de verdade

se se souber compreender,

não deve de ter vaidade

de o ser, porque o é sem qu`rer»

Claro que aqui não estamos a tomar em consideração aspecto algum de vaidade. Eu é que

adoro estas duas quadras.

2º A S'tora, de facto, é a Fátima Domingues, formada em Filologia Românica, e não em

Estudos Interculturais, como ela teria adorado... Mas no tempo juvenil da dita cuja nem tal

coisa existia... E os estudos em Literatura Comparada são muito posteriores à minha formação

académica, uma vez que sou mais velha que a Saragoça...

– SOMOS DUAS –

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3º Esta Myriam, para desespero de muita gente, é, como podes compreender, uma fantasia

criada por esta tua amiga: habita do lado da Fantasia. É uma entidade que teve de adoptar o

pseudónimo de Myriam Jubilot de Carvalho, para conseguir soltar, libertar, e deixar voar a voz

da alma da Poetisa... Foi um processo, para muitos, demasiado esquisito, mas o único que

encontrei para ir além das envolvências familiares, onde se dizia - “Artista? As pessoas vão

perguntar-se quem é este pássaro bisnau que se diz “artista”...

4º Eu sou Eu e não sou Eu – quem conhece a Myriam talvez, até, conheça a Outra. Mas quem

conhece só a Outra, não conhece a Myriam.

E no entanto, sou muito mais que a Myriam – essa que foi rejeitada.

Esta que sou Eu, com nome de baptismo, é que tem sido a personagem montada para

sobreviver no circo da vida.

Porque para a Myriam, não há circo nem teatro – a realidade da Myriam vive no jogo das

palavras, as herdadas, as criadas, e aquelas de que estamos sempre à procura...

Bem hajas, lírio do monte,

Bem hajas, onda da praia,

No dia em que te encontre,

vou subir àquela maia

que me ornou a infância

e vive na minha lembrança

como eterna e louca aliança

– Eterna, porque não morre

e louca, porque é livre

e indiferente ao peso das censuras

que à nossa volta se tecem...

–E essa, oh, sim, a maldita da censura

é que é eterna, e sem cura

5º- PORLOTANTO, rigorosamente, deveria ser assim: COMO SE FÔSSEMOS DUAS!

S'tora Fátima Domingues de Português, Filologista de Ciências Românicas, professora de

Francês e de Português, Mulher e Dona-De-Casa

Myriam Jubilot de Carvalho, Pássaro Bisnau Sem Género, Nem Sexo. Poetisa e Cronista

Apesar-De-Tudo.

6º E tudo isto, PORQUÊ?

PORQUE "Mulheres que escrevem, vivem perigosamente"

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et violà! 'Eurêká!

Saiu uma cró-ni-cah!!!! Ah, ah, ah!!!!

7º Fica então assente que tudo se passa como neste Poema Sobre a Escrita, dos meus anos

80:

Escrevo como quem respira, como quem come, como quem trabalha

Escrevo como quem

ama

Nada sei de pompas nem uso grinaldas

Nada sei de técnicas e recuso as regras,

Não compro nem vendo nem faço negócios –

Mas nunca durmo nem descanso os olhos

Só sei que sou

No grande altar da Vida

uma gota de água num Oceano que não abarco

Com o Sol me evaporo

com o Frio me condenso

Se umas vezes sopro e outras vezes choro,

Com os rios corro, com as aves voo e canto –

E deste vai-e-vem

nunca me canso, nunca me satisfaço

Somente por intermédio desta caneta – riscando, riscando

no papel branco – sei falar. A caneta é o meu balão

de vidro, as cartas do meu tarot.

A fumaça irritante do meu bistrot

Quem escreve não tem sexo

Não tem nexo

Não faz falta

Quem escreve só precisa

da plétora da maré-alta

8º Caríssimo Leitor, ou Leitora, com

toda a ternura, e candura –

Saúde! e Beijinhos!

9º Post Scriptum: Se for preciso, um dia ainda arranjo outro pseudónimo.

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2016 - Última publicação de Myriam Jubilot de Carvalho

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‘O Reino, a Colônia e

o Poder: o governo

Lorena na capitania

de São Paulo – 1788-

1797’ de

Adelto Gonçalves , com

Prefácio de

Kenneth Maxwell,

texto de apresentação

de

Carlos Guilherme

Mota

e fotos de

Luiz Nascimento. São Paulo: Imprensa

Oficial do Estado de São

Paulo, 408 páginas,

R$ 70,00, 2019.

Site: www.imprensaoficial.com.br

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(*) Adelto Gonçalves é doutor em Letras na área de Literatura

Portuguesa pela Universidade de São Paulo – USP (Brasil) e entre

outras obras, autor de:

2019 - O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na

capitania de São Paulo 1788-1797 (Imprensa Oficial do Estado

de São Paulo, 2019);

2015 - Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo

Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015);

2015 - Os Vira-latas da Madrugada (Taubaté-SP, Letra

Selvagem, 2015);

2012 - Tomás Antônio Gonzaga (Imprensa Oficial do Estado de

São Paulo/Academia Brasileira de Letras, 2012);

2003 - Bocage - o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003);

2002 - Barcelona Brasileira (São Paulo, Publisher Brasil, 2002);

1999 - Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999);

1999 - Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova

Fronteira, 1999);

1981 - Os Vira-latas da Madrugada (Rio de Janeiro, Livraria José

Olympio Editora, 1981).

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A Psicoterapia é para pessoas fortes ou para pessoas fracas?

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Nunca houve tanto conhecimento como aquele que

temos agora e nunca o acesso à informação foi tão fácil, e

rápido.

O contexto psicoterapêutico surgiu, numa fase inicial,

relacionado com o tratamento de perturbações psicológicas

graves, mas rapidamente se descobriu que os seus

benefícios eram evidentes e inequívocos em vários âmbitos.

Por outro lado, e no que diz respeito às emoções – a

ciência e a investigação, muito têm contribuído para o

reconhecimento da importância do cuidado a ter com a

saúde mental.

Talvez por isso, ainda me surpreenda e fique atónita

quando oiço certas afirmações e proposições!

Afirmar que a psicoterapia é para pessoas fracas de

espírito ou para pessoas loucas não só é errado como é

precisamente o oposto daquilo que é vivido nas sessões de

psicoterapia. ■ Fanisse Craveirinha© psicóloga clínica

1. A Ciência e a Investigação, muito têm

contribuído para a Saúde Mental.

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http://catalogo.bnportugal.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1D751458Y26M7.434322&menu=search&aspect=subtab11&npp=20&ipp=20&spp=20&profile=bn&ri=&te

rm=Silvya+Gallanni+Fragr%C3%A2ncias+Po%C3%A9ticas&index=.GW&x=15&y=11&aspect=subtab11

HAIKAI: FRAGRÂNCIAS POÉTICAS = POETIC FRAGANCES / SILVYA GALLANNI

COLEÇÃO: Cadernos literários - VuJonga; 2.

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2017 - Última publicação de Mphumo Kraveirinya

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