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Valença em Questão Valença em Questão Ano I n.º 5 Valença, setembro de 2005 Entrevista Pegue o seu Valença em Questão alença em Questão alença em Questão alença em Questão alença em Questão na Revistaria Vamos Ler, no Jardim de Baixo (antiga Skimoni) [email protected] Valença comemora 148 anos de história Página 2 EM NOVEMBRO, VALENÇA vai sediar uma campanha em favor da vida: o cadastramento para doação de medula óssea. Para explicar melhor como fun- ciona esse tipo de cadastro, o Valença em Questão conversou com Regina Lacerda, do HEMORIO. Ela contou como é simples o processo, tirou algumas dú- vidas freqüentes e explicou o porque da necessidade de um grande número de pessoas dispostas a colaborar: “A mé- dia nacional de compatibilidade entre doadores e pacientes é de um em um milhão”. Página 7 Conselho Municipal de Juventude Gestão Democrática e Participação Cidadã O processo democrático não termina com as eleições. Os mecanismos de participa- ção devem ter continuidade na gestão da coisa pública, com interferência, avalia- ção e controle popular permanentes sobre tudo o que faz a administração. Página 4 Política não se discute Por que hoje, mesmo com essa tão aclamada crise política, pouco se discute sobre o tema em nosso país? Com a participação do jovem nas decisões políticas, um futuro mais próspero nos espera. Página 5 II Noite do Samba Página 6

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Gestão Democrática e Participação Cidadã Política não se discute Revistaria Vamos Ler, no Jardim de Baixo (antiga Skimoni) Ano I n.º 5 Valença, setembro de 2005 [email protected] Pegue o seu V VV V V alença em Questão alença em Questãoalença em Questão alença em Questão alença em Questão na Página 2 Página 6

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Valença em QuestãoValença em Questão Ano I n.º 5 Valença, setembro de 2005

Entrevista

Pegue o seu VVVVValença em Questãoalença em Questãoalença em Questãoalença em Questãoalença em Questão na

Revistaria Vamos Ler, no Jardim de Baixo (antiga Skimoni)

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Valença comemora148 anos de história

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EM NOVEMBRO, VALENÇA vai sediar umacampanha em favor da vida: ocadastramento para doação de medulaóssea. Para explicar melhor como fun-ciona esse tipo de cadastro, o Valença

em Questão conversou com ReginaLacerda, do HEMORIO. Ela contou comoé simples o processo, tirou algumas dú-vidas freqüentes e explicou o porque danecessidade de um grande número depessoas dispostas a colaborar: “A mé-dia nacional de compatibilidade entredoadores e pacientes é de um em ummilhão”. Página 7

Conselho Municipalde Juventude

Gestão Democrática e Participação CidadãO processo democrático não termina com as eleições. Os mecanismos de participa-ção devem ter continuidade na gestão da coisa pública, com interferência, avalia-

ção e controle popular permanentes sobre tudo o que faz a administração. Página 4

Política não se discutePor que hoje, mesmo com essa tão aclamada crise política, pouco se discute sobre

o tema em nosso país? Com a participação do jovem nas decisões políticas, umfuturo mais próspero nos espera. Página 5

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2 setembro de 2005 Valença em Questão

editorial

ExpedienteEdição, Reportagens, Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica:Vitor Monteiro de Castro. Mat: 2003.1.02178-12.Essa publicação, do Movimento Valença em Questão, é um ProjetoExperimental de Monografia da Faculdade de Comunicação Social -Jornalismo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).Participaram desta Edição: Breno Slade Faria, Carlos Latuff (ilus-tração capa), Faber Paganoto Araújo, Marcela Piedade Monteiro, SamirResende, Titi (ilustração p. 4 e 5).Tiragem: 1.200 exemplaresImpressão: Gráfica PC Duboc Ltda. (24)2453-4222

Painel do LeitorEnvie críticas, matérias, sugestões,

comentários, eventos, reclamações, etc.,para o correio eletrônico

[email protected],ou por carta para Rua Francisco Di Biasi, 26,Torres Homem, Valença-RJ, CEP 27.600-000.

Para Anunciar ou ColaborarEntrar em contato pelo correio eletrônico

[email protected],com Assunto “Anúncio” ou “Colaborar”, ou ligar

para o telefone (21) 9505-6656.

O VVVVValença em Questãoalença em Questãoalença em Questãoalença em Questãoalença em Questão vem evoluindogradativamente. E isso é muito satisfatório. Cadavez mais vemos ele ter uma representatividadepositiva na sociedade valenciana.

Esta edição está especial, principalmente paraos jovens de nossa cidade. Primeiro pela partici-pação destes na formação do jornal. Segundo pelaimportância que ela representa. A partir de 29 desetembro (aniversário de Valença), o MovimentoValença em Questão estará recolhendo assinatu-ras para a criação do Conselho Municipal de Ju-ventude (Comjuve).

Na edição anterior, explicamos um pouco a fun-ção do Comjuve. E neste número voltamos a tra-tar do tema, agora com uma proposta já pronta.O que é preciso é mobilizar a população valencianainformando da importância que este conselho re-presenta para todos, em especial para a juventu-de. Entre as suas atribuições, estão fiscalizar me-didas governamentais e aumentar a participaçãopopular na vida pública da cidade.

Com sua implantação e participação efetiva dosjovens, podemos melhorar a qualidade de vida edignidade humanas. A gestão e execução de polí-ticas públicas são ações do Estado que não po-dem e não devem prescindir da participação po-pular. Estamos vivendo um momento em que aspolíticas públicas para a juventude estão se forta-lecendo no Brasil, seja pela criação da SecretariaNacional de Juventude, do Conselho Nacional deJuventude, e de programas federais como o Pró-Jovem e Primeiro Emprego.

Não somente no âmbito federal tivemos esseavanço. Diversas prefeituras já criaram conselhosmunicipais de juventude como estamos propon-do. Trata-se de um momento de compreensão danecessidade da discussão específica sobre juven-tude, e nada mais justo que nós, jovens, façamosparte desta iniciativa.

Importante particularidade do Conselho Munici-pal de Juventude em relação a outras iniciativaspúblicas que buscam dar representatividade à Ju-

ventude, é que pretende elaborar um espaço deautonomia para a realização do debate crítico,intermediando ações das políticas públicas com asociedade civil, além de impulsionar a organiza-ção consciente da Juventude. É preciso que à ju-ventude sejam dadas condições para o seu de-senvolvimento e à plena realização de suaspotencialidades. Dessa forma, o Comjuve pode seconstituir em um importante instrumento e espa-ço de atuação juvenil.

Além do Comjuve, temos na edição uma entre-vista com Regina Lacerda, do HEMORIO, expli-cando um pouco sobre a doação de medula ós-sea, sua importância e necessidade. Em novem-bro (dias 18 e 19), Valença vai realizar uma cam-panha de cadastramento de doadores de medulaóssea no Banco de Dados do HEMORIO.

Vale lembrar que entre os dias 28 e 30 de setem-bro, Valença vai estar comemorando seu 148º ani-versário, com evento no Colégio Benjamin Guima-rães e no Largo da Catedral. E já que falamos deColégio, estão abertas as inscrições para um con-curso de postais promovido pela Rede Internacio-nal de Desenho, para crianças e adolescentes en-tre 5 e 15 anos de idade. É uma forma de incenti-var o espírito criativo e valorizar nossa cidade.

Boa leitura e até o próximo número

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CRIE UM POSTAL digital e participe doconcurso promovido pela Rede In-ternacional de Desenho, com sedena Colômbia. O objetivo é incenti-var o uso das novas tecnologias deinformação nas escolas e estimularque crianças entre 5 e 15 anos sefamiliarizem com a cultura digital.Os trabalhos devem ser enviadosaté o dia 4 de novembro.

Vale tudo para desenvolver o tra-balho: lápis, canetas, scanners,câmeras digitais, animações, áudiose vídeos. A única exigência fica porconta do tema: os postais digitaisdeverão promover os locais da ci-dade onde vivem as crianças. Pormeio dos postais, os participantespromoverão o patrimônio de suascidades, divulgando os pontos maisinteressantes sob o ponto de vistada cultura, da ciência, da história,do entretenimento, da ecologia ouda religiosidade.

A coordenação aceita inscrições in-dividuais ou de grupos de uma mes-ma instituição educacional oucultural, seja ela pública ou par-ticular.

O postal digital pode ser finaliza-do numa imagem (jpg, gif ou pnd);em um desenho escaneado ou rea-lizado por meio de um programa

gráfico;n u m amensa-gem deá u d i o(mp3 ) ;n u m aan ima -ção (gif

animado, flash) ou ainda num vídeo(formato para web).

O concurso é dividido em quatrocategorias:

Infantil – 5 a 7 anos;Juvenil – 8 a 10 anos;Pré-adolescente – 11 a 12 anos;Adolescente – dos 13 aos 15 anos.Mais informações e inscrições:

CRIACRIACRIACRIACRIATIVIDADETIVIDADETIVIDADETIVIDADETIVIDADEEM JOGOEM JOGOEM JOGOEM JOGOEM JOGO REDESCOBRINDO VREDESCOBRINDO VREDESCOBRINDO VREDESCOBRINDO VREDESCOBRINDO VALENÇAALENÇAALENÇAALENÇAALENÇA

http://www.internet-fiesta.net/c o l o m b i a / f i c h a -articulos.php?art=69

VALENÇA ESTÁ FICANDO mais velha. Dia 29 de setembro comemora seus148 anos de história. E a cada ano que passa, mais história tem paracontar. Esse ano é especial, porque vem mostrar que a união entre enti-dades valencianas faz com que as coisas aconteçam. Entre os dias 28 e30 de setembro, pela iniciativa da Rede Jovem Valenciana, do ColégioEstadual Coronel Benjamin Guimarães, da Secretaria Municipal de Cultu-ra e Turismo e do SESC-RJ, a Mostra Redescobrindo Valença vai realizardiversas atividades.

A festividade vai ter a abertura na quarta-feira dia 28 de setembro, coma apresentação do grupo de Break (dança de rua) Hip Hop Cultura de Paz(H2CP) e depois a mostra Cultura Valenciana, no Colégio BenjaminGuimarães.

Na quinta-feira 29, dia do aniversário de Valença, as atividades iniciamcedo. A partir das nove da manhã, no Largo da Catedral, os alunos dasescolas municipais vão expor poesias, além de comércio de artesanatoe produtos industriais do município. Ainda na parte da manhã, come-ça o Seminário sobre Cultura, Turismo e Meio Ambiente, que vai até ascinco da tarde, com intervalo para almoço no Benjamin Guimarães. Ocardápio é feijão tropeiro, e o preço R$ 5,00.

Na parte da tarde, a partir das três horas, os alunos dos Colégios dacidade vão demonstrar seus conhecimentos sobre a Valença no Quizz,um jogo de perguntas e respostas. O tema das perguntas é a história denossa cidade e também questões atuais. à noite, teremos a Mesa Redon-

da Redescobrindo Valença – Cultura, Turismo e Meio Ambiente,seguida pela apresentação de grupos musicais de Valença no Largo daCatedral.

Finalizando a festa de aniversário, na manhã do dia 30 de setembro, asexposições Cultura Valenciana e Produz Valença vão estar no Ben-jamin Guimarães. Também no Colégio, as sete da noite, terá a MesaRedonda Valença que Queremos, com integrantes da Rede JovemValenciana, falando sobre as perspectivas para a cidade, principalmenterelacionadas com a questão da juventude. Durante todo o evento, o SESC-RJ vai expor a mostra Luzes sobre o Vale, dentro do Colégio BenjaminGuimarães.

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4 setembro de 2005 Valença em Questão

NADA COMO UMA crisezinha política,como esta do mensalão, para nosconvencer mais ainda que é che-gada a hora da participação popu-lar cidadã e da democracia diretacomo instrumentos fundamentaisde resgate e fortalecimento danossa representatividade política.Porém, se neste momento nãoencarnarmos um espírito transfor-mador, realizando as mudançasnecessárias para aproximar as de-cisões da sociedade para junto daimensa maioria da população, cor-remos sério risco de, mais uma vez,perder o Trem da História.

A democracia, nos moldes que aconhecemos (aquela que de qua-tro em quatro anos inunda o horá-rio eleitoral e delega um mandatopara um parlamentar nos repre-sentar), está fadada ao fracasso.Estão aí os Jeffersons e Severinosda vida que não nos deixam men-tir. Uma nova solução, científica epragmática, para a crise derepresentatividade é tarefainadiável na agenda para o pro-gresso da Nação. E qual seria essasaída?

Participação PopularUma direção que devemos sem-

pre tomar é aquela que apontapara consulta direta ao povo nasdecisões mais relevantes da soci-edade; ou seja, devemos escutarcada vez mais o contingente debrasileiros(as) se quisermos, defato, construir um país justo, so-berano, desenvolvido e auto-sus-tentado. Os referendos, plebiscitos,votações, consultas populares,entre outros, são ferramentas es-senciais desta nova visão político-administrativa; e agora em Outu-bro, com o Referendo do Desar-mamento, teremos chance provi-dencial de começarmos a exerci-tar essa auspiciosa metodologia.

Outro rumo que necessitamos se-guir é o da democracia participativa.Fóruns privilegiados de participaçãocidadã, os Conselhos Municipais

Gestão democrática e participação cidadã.Um futuro melhor como recompensa.

Gestores de PolíticasPúblicas têm se ca-racterizado comomecanismos de inter-locução permanenteentre Governo e So-ciedade Organizada,auxiliando a adminis-tração no planeja-mento, orientação, fiscalização e jul-gamento nas questões relativas asua área de atuação. A Rede Jo-vem Valenciana, teia de iniciati-vas e ação jovem com intuito de de-senvolvimento sócio-econômico ecultural do município, junto com ou-tras entidades representativas da ju-ventude (Grêmios Estudantis,Diretórios Acadêmicos, Pastorais,Associação de Moradores, ONG´s,etc.) está tirando um calendário dereivindicações e mobilizações paraapresentar ao poder público com-petente, um projeto de lei de inicia-tiva popular para criação do Conse-lho Municipal de Juventude.

3 mil AssinaturasEm Valença, segundo a Lei Or-

gânica do Município, no Art. 47, ainiciativa legislativa cabe, alémdos vereadores e do Prefeito, aoeleitorado sob forma de moçãoarticulada (abaixo-assinado)subscrita no mínimo por 5% (cin-co por cento) do total do númerode eleitores do Município. Hoje,segundo o IBGE, esse número deassinaturas estaria em torno de3 mil eleitores, que planejamoscoletar na cidade entre os dias29 de Setembro (148º Aniversá-rio do Município) e 30 de Outu-bro (Dia Nacional da Juventude).Lembramos que para firmarmosesse pacto social é necessário, nacoleta de assinaturas, apenas onúmero do Título Eleitoral.

A recompensa desse exercícioserá a instalação de um clima deconfiança, que garanta o compro-misso de todos os atores envolvi-dos com a solução pactuada. Aincapacidade para demonstrar ou

entender os limites de uma soluçãopode determinar o insucesso do pac-to. Ao trazer para dentro do Gover-no, de forma organizada, as preo-cupações latentes da sociedade, oConselho realimenta o debate nointerior do Governo e deste com asbases que o elegeram. Essa sinali-zação de agenda, com a participa-ção da Sociedade Civil, é a essênciado fazer democrático. É por isto que,nas palavras de Norberto Bobbio, “ademocracia é subversiva, no senti-do mais radical da palavra, porqueonde ela se instala, ela muda o con-ceito tradicional de poder”.

Samir Resende G. Souza, sociólogo,professor da rede estadual de ensino (RJ)

e membro da Rede Jovem [email protected]

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FAÇA UMA PESQUISA na sua casa, nasua escola ou no seu trabalho: per-gunte quais os assuntos que nãodevem ser discutidos para evitarconfusão. Aposto que os assuntosvencedores serão futebol, religiãoe política, com larga vantagem so-bre os demais. Mas, contrariandoos resultados, discute-se futebol noônibus a caminho do trabalho, nointervalo entre as aulas, na mesado bar. A religião, se não é discuti-da tão abertamente quanto o fute-bol, também não deixa de ser as-sunto de conversas em família oudebates acalorados na mídia. SePaga o preço da confusão para de-fender-se um ponto de vista e ten-tar chegar a um denominador co-mum. E a política?

Embora esteja na moda acompa-nhar os depoimentos em série pro-porcionados pela existência de trêsCPIs em andamento no Brasil, a ver-dade é que pouco se discute políti-ca no nosso país, especialmenteentre os jovens. A maior parte da-queles que vem acompanhando deperto esta onda de denuncismosestá mais preocupada em saber

quem xingou quem ou qual o par-lamentar mais ou menos bonito. Éuma pena. Ganha-se muito quan-do se conta com uma populaçãopolitizada e empenhada em deba-ter propostas e avaliar ações dogoverno.

No Brasil, 63% dos jovens que têm16 ou 17 anos, e, portanto, a opçãode participarem ou não das eleições,decidem não votar por não gosta-rem de política. Depois que comple-tam 18 anos serão obrigados a vo-tar, mas é triste pensar que possi-velmente votarão por obrigação, poiso gosto pela política continuará nãoexistindo. É possível que grandeparte do descontentamento dos jo-vens com a política seja fruto do des-conhecimento dela. A idéia de quesomos passivos diante das decisõesdo governo é um exemplo disso. Nãodevemos ser passivos, mas ativosna política. Se temos interesses, senão concordamos com alguma de-cisão, se gostaríamos de sugerir pro-postas, temos que participar ativa-mente.

Nosso país tem 65 milhões de jo-vens entre 14 e 24 anos. Não é acei-tável que o governo considere osjovens apenas como público-alvode alguma política pública isolada.Não adianta elaborar uma políticasem que se pergunte aos jovens oque querem. É possível tratá-loscomo sujeitos dessa política, parti-cipantes ativos de seu desenho eimplementação. É preciso enten-der os jovens enquanto parceirose interlocutores do governo. Mas épreciso também, e fundamental-mente, que os jovens se interes-sem em participar da política.

Pensando nesse universo gigan-tesco, o Governo Federal criou emagosto deste ano um espaço deinterlocução entre o governo e asociedade, representada forte-mente pelos movimentos juvenis:o Comitê Nacional da Juventude,já noticiado na última edição doValença em Questão. A juventudeé o segmento da sociedade que

mais cresceu nas últimas décadase também o que mais vem sofren-do o agravamento de problemassociais como a mortalidade juvenil.E é possível buscar melhorias paraessa parcela considerável da popu-lação através da implementação deconselhos de juventude em âmbitomunicipal.

A implantação de uma políticamunicipal de juventude traz resul-tados que não se restringem a be-nefícios imediatos para os jovens,mas que podem ser absorvidos portoda a sociedade em longo prazo.Os resultados podem ser bastantesignificativos em termos demelhoria das condições de vida dosjovens, satisfazendo suas necessi-dades básicas, ampliando seu aces-so à educação e à formação cultu-ral básica, prevenindo situações derisco social e oferecendo-lhes con-dições para um ingresso satisfatóriono mercado de trabalho. Sem dú-vida isso se reflete na melhoria dascondições sociais de toda a comu-nidade, por exemplo, através doaumento da capacidade do municí-pio de atrair investimentos em bus-ca de mão-de-obra qualificada.

É interessante para você, paraValença, para o Rio de Janeiro epara o país que, daqui a uma ouduas gerações, o resultado daque-la pesquisa que propus no primeiroparágrafo seja diferente. Mas en-quanto continuarmos na janela ven-do a vida passar, a política não per-derá seu lugar no pódio dos assun-tos indiscutíveis.

Faber Paganoto Araújo, geógrafo,professor do Colégio Pedro II

no Rio de [email protected]

Política não se discute

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6 setembro de 2005 Valença em Questão

Equilíbrio AlimentarALIMENTAR-SE É MUITO mais do que ingerir energia,vitaminas e sais minerais. O ato de comer proporcio-na prazer. Almoçar com a família, fazer um lanchecom os amigos ou ter um jantar a luz de velas com apessoa amada é super gostoso. E até mesmo umimportante contrato de trabalho ou decisão políticapodem ser tomados numa mesa de jantar. As come-morações também vêm acompanhadas de comidase bebidas.

Então, por que nosúltimos anos comerse tornou cul-pa? Devido aomodelo de umcorpo perfeitoe magérrimo, epelo aumento das doenças cardiovasculares edislipidemias (colesterol alto, triglicérides alto), o es-tilo de vida da população e seus hábitos alimentaresmudaram de forma a contribuírem com o aumento

das doenças que são influenciadas pela alimentação.O que fazer? O equilíbrio é sempre o melhor ami-

go. Aí vão algumas dicas para uma refeição saudá-vel, sem culpas e que pode ser compartilhada comas pessoas especiais com muita alegria:

• Procure fazer 5-6 refeições por dia, intercalandoas grandes refeições (café da manhã, almoço e jan-tar) com uma fruta;

• Beba bastante água, evitando oslíquidos uma hora antes e uma apóso almoço e jantar;

• Prefira os sucos naturais;• Evite frituras, excesso de sal, de

doces e alimentos industrializados;• Monte o seu prato de maneira

bem colorida (sem esquecer a salada!),assim garantirá a ingestão de todos nutrientes ne-cessários para a saúde.

Diogo Nogueira em Valença

Marcela Piedade Monteiro, nutricionista,CRN 20001003300 4ª Região

VALENÇA PODE IR se preparando. No dia sete de outu-bro, às 10 da noite, o cantor Diogo Nogueira, juntocom o Grupo Raízes do Samba, vai se apresentar naAssociação Atlética Banco do Brasil (AABB), na II Noi-te do Samba na cidade. Para incrementar, o GrupoNova Era, de Valença, vai ter participação especial.

A Noite de Samba em Valença faz parte de um pro-jeto cultural que visa a realização de noites festivasnas quais serão apresentados à população valencianamúsicas legitimamente brasileiras e de caráter popu-lar, com interpretações dos clássicos do samba e grandevariedade de chorinhos, expressão maior da músicainstrumental nacional.

Os proponentes desse projeto, Breno Slade Faria eCarlos Alberto Fernandes de Oliveira, vêm trabalhan-do para o fortalecimento da Cultura Brasileira, princi-palmente musical, em nossa cidade.

Diogo Nogueira, hoje com 24 anos, estreou nos palcosaos doze, ao lado do pai João Nogueira, um dos maiorescantores e compositores do samba nacional. Sua formaçãomusical começou cedo, acompanhando o pai nos pago-des, rodas de samba e desfiles do Bloco Clube do Samba.

Diogo Nogueira, um craque com o microfone na mãoe a bola no pé (jogou futebol profissionalmente, mas

contundiu-se seriamente), tem a com-petência de um profissional. Cantoucom o pai no Pelourinho, em Salva-dor, em 1998, no dia nacional do sam-ba, e participou do show tributo a JoãoNogueira, com Dudu Nobre, além dagravação do show ao vivo em home-nagem a seu pai, ao lado de ZecaPagodinho e Carlinhos Vergueiro. Emmarço de 2005 recebeu o troféu de cantor revelação doano, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Ainda esteano ele deve lançar seu primeiro CD.

Compra de mesas e ingressos para a II Noite doSamba na Opala Sport ou na AABB.

GRUPO NOVA ERA

O grupo valenciano Nova Era está lançando o seuprimeiro CD. Formado por jovens valencianos, o gru-po trás um repertório de samba e pagode. Com algu-mas músicas próprias e composições de Edgar do Ca-vaco e Douglas Lacerda (que também assina produ-ção do CD), o grupo procura trazer de volta a verda-deira alegria do pagode na cidade. Para comprar Cddo grupo ou contatar para shows, falar com AtierEsteves no telefone (24) 2453-1596.

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Regina Lacerdaentrevistaentrevistaentrevistaentrevista

COORDENADORA DE CAPTAÇÃO do HEMORIO, ReginaLacerda vive em busca de doadores de medula óssea.É uma luta que está chegando a Valença. Nos dias 18e 19 de novembro, o HEMORIO vai cadastrar voluntá-rios a doadores de medula óssea. Nessa entrevista elaexplica um pouco como funciona o cadastramento equal a importância do mesmo.

MEDULA ÓSSEA. É um tecido líquido que temos den-tro de nossos ossos, como o tutano do boi, aquelaparte gelatinosa. Ela é a responsável pela renovaçãodas nossas células do sangue. Por isso ela tem umaresponsabilidade muito grande nas doenças do san-gue, como leucemia. O transplante só é feito em úl-timo recurso, quando o paciente não responde aot r a t a m e n t oconvencional(quimioterapia).As doenças que levam à necessidade de transplantesão as doenças hematológicas, do sangue. A respon-sabilidade da medula é renovar as nossas células dosangue, as hemáceas, os leucócitos e as plaquetas.

INÍCIO DA CAMPANHA. Em 2001, com a novela Laçosde Família (onde a personagem da Carolina Dickmanteve leucemia) o governo federal, através do Ministé-rio da Saúde, decretou que todos os Hemocentroscapitais do Brasil assumissem esse cadastro de pesso-as para doações de medula óssea, além de orientaçãoe informação sobre o processo de doação de medula.Com isso, todos os Hemocentros criaram um Bancode dados chamado REDOME (Registro de Doadoresde Medula Óssea). Dentro do Rio de Janeiro somenteo HemoRio pode coletar. Por isso fazemos visitas a ou-tras cidades. Quando uma pessoa nos procura de qual-quer outro município, estando dentro das condições quepossamos mobilizar nossa equipe, nós vamos.

Quem pode doar deve estar entre 18 e 55 anos, nãopode ter tido Hepatite B ou C e nem o vírus HIV. Deresto, todos podem se inscrever. O grande problema éencontrar um doador compatível para um paciente.Hoje está em torno de 1 para 1 milhão. Por isso anecessidade do crescimento dessa banco de dados.

Para doar existem duas formas: A primeira atravésde um processo cirúrgico. Você retira sua medula nabacia (não tem nada a ver com medula espinhal). Oprocesso demora no máximo 90 minutos. A pessoainterna num dia e sai no outro. Em três ou quatrodias a pessoa já pode trabalhar normalmente; Outraforma é através de medicamento. Dias antes a pes-soa toma um remédio para estimular as células mãesdo osso para a circulação sanguínea e coleta o mate-rial como se fosse uma doação de sangue. O pacien-te, nos dois casos, recebe a medula como se fosseuma transfusão de sangue.

DOAÇÃO. Sendo necessário o transplante, o paci-ente se cadastra no Banco de dados dos pacientes.

PRECISAMOS DA SOLIDARIEDADE

HUMANA

Conforme vai entrando pessoas nessebanco de dados, vamos fazendo cruza-mentos com REDOME. Se houver algu-ma compatibilidade, o doador é chama-do, feito todos os exames como se fos-se para uma cirurgia. O doador não temcusto absolutamente nenhum. As des-pesas são assumidas pelo Ministério daSaúde, inclusive a hospedagem. O queprecisamos é da solidariedade huma-na. Para o doador o risco é zero. Costu-mamos dizer que temos uma certa pre-caução quando é por processo cirúrgico por causa daprópria anestesia, que é normal. Mas todos os examesclínicos são realizados, e mesmo o doador estando ca-dastrado e sendo compatível, ele só vai fazer a cirurgiase estiver apto em todos os sentidos. E todos os exa-mes são feitos pelo Ministério da Saúde e pelo INCA(Instituto Nacional de Câncer), aqui no Rio de Janeiro.

INICIATIVA. Nos temos que buscar doadores no Esta-do inteiro. Como só o Hemocentro capital, no caso oHEMORIO, pode realizar esse cadastro, nos vamos aoutras cidades captar pessoas. Não conseguimos cres-cer muito se ficarmos apenas dentro do HEMORIO,por isso vamos a outras cidades e fazemos esse tipode campanha. Não consigo, por exemplo, trazer 1500pessoas de Valença para o Rio de Janeiro, mas se eufor lá, eu vou coletar. A própria cidade se mobiliza. Nacampanha em Macaé, nos trouxemos 1982 amostrasem dois dias. Depois fomos a Petrópolis e trouxemos1500. Já fizemos cerca de 35 campanhas assim.

No Brasil, a média de compatibilidade é de 1 para 1milhão. Já no nível de Estados, a média é de 1 para100 mil. Tanto é que os transplantes não param. Pes-soas que se inscreveram no ano de 2001, 2002, estãosendo chamados. Nós já recebemos informações deque cerca de 12 pessoas já foram chamadas para aten-der pacientes no INCA. Já a probabilidade de irmãosdo mesmo pai e da mesma mãe é de 25% de chances.

DÚVIDAS. Todas as pessoas que tiverem dúvidas de-vem comparecerno local docadastramento

nos dias 18 e 19 de novembro, das nove da manhãàs cinco da tarde. Eu estarei presente ministrandopalestras e informações sobre qualquer dúvida que apopulação de Valença possa vir a ter. As pessoas queirão lá não são obrigadas a tirarem amostra. Eu que-ro que elas se dirijam ao evento para entender o queé e multiplicar para outros. Porque talvez ele não querpor receio, e nós temos que respeitar, mas que passepara outras pessoas. Para informações sobre o even-to nos dias 18 e 19 de novembro, informações pelostelefones: Hemorio (21) 2242-6080 Ramal 2254. JoãoFontes: (24) 9914-6504 / 2453-3669 / 2453-1168.

18 E 19 DE NOVEMBRO VALENÇA VAI

CADASTRAR DOADORES DE MEDULA ÓSSEA

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8 setembro de 2005 Valença em Questão

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Publicação

INCIDENTE EM ANTARES, ÉRICO

VERÍSSIMO. EDITORA GLOBO – Em tem-pos de crise política, para quem acre-dita que tudo é novidade, ÉricoVeríssimo lança um olhar objetivosobre os problemas políticos, econô-micos e sociais, exprimindo sua ab-soluta descrença nos “heróis” ofici-ais, nesta obra despojados do inútilbrilho das comendas e reduzidos aoseu verdadeiro tamanho.

Tudo começou na pré-história,mais exatamente no Pleistoceno.Nessa época, gl iptodontes emegatérios habitavam as terras domunicípio de Antares, que, um mi-lhão de anos depois, serve de cená-rio para o dramático “incidente” desexta-feira, 13 de dezembro de 1963.Irônico, destemido, franco, Inciden-te em Antares é um desabafo.

Um olhar atual

CD LUIZ MELODIA ACÚSTICO

- INDIE RECORDS (1999)R$27,90. Alguns dos gran-des sucessos do consagra-do artista estão reunidosnesta belíssima compila-ção, como os clássicos “Pé-

rola Negra”, “Estácio Holly, Estácio”,“Magrelinha” e “Codinome Beija-Flor” (su-cesso na voz do saudoso Cazuza).

Música

No roman-ce, os perso-nagens e loca-lidades imagi-nários apare-cem disfarça-dos sob no-mes fictícios,ao passo queas pessoas eos lugares quena realidadeexistem ouexistiram sãodesignadospelos seus nomes verdadeiros. Incidenteem Antares tem um caráter panorâmi-co, onde uma vasta galeria de persona-gens vivencia os problemas de nossotempo num microcosmo criado commaestria pelo autor

Com um olhar diferenciado,priorizando fatos e personagens preju-diciais ou colaborativos na construçãode comunidades que valorizem os di-reitos dos cidadãos, o site do jornalistaGilberto Dimenstein credita à educaçãoa principal energia social.

Este site é orientado pela idéia de quebaixo capital humano (pouca educação)gera baixo capital social (frágeis redesde solidariedade entre os indivíduos) oque explica, em boa parte, por que aindasomos tão desiguais e tão violentos.

www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/

Site

O FILME RETRATA a vida de Malcolm X, olíder negro norte-americano assassina-do em 1965. Dirigido por Spike Lee, di-retor que sempre trouxe a temática ne-gra ao mundo de forma corajosa e iné-dita, tudo o que vemos e ouvimos com-provam o que deveríamos saber. As ter-ríveis conseqüências da escravidão, oterror da Ku Klux Klan, o racismo e afalta de auto-estima dos negros, o ca-minho do crime como única solução e afalta de perspectivas estão corretamenteexpostas nas telas. São a introdução, oinício de um caminho trilhado porMalcolm e repetido por Lee.

Acompanhando os passos deMalcolm X durante sua vida bandida,conhecemos sua infância, descobri-mos os motivos de sua prisão. O paimorto pela Ku Klux klan, o sonho deser advogado negado, as sucessivastentativas de alisar cabelo para fi-car parecendo branco, a namoradaloira e o fato de achar que seu nomeera crioulo de tantas vezes que erachamado desta forma, nos mostrama formação de uma personalidadeforte e sofrida.

Denzel Washington, que já inter-pretou Rubin “Hurricane” Carter eSteve Biko, outros dois símbolos daluta negra, interpreta com amor eódio o líder negro Malcolm X. Suavoz, cheia de rancor e desejo demudança, nos mostra o homem e omito. Através das lentes de Spike

Lee vemosquão grandeMalcolm foi.

Malcolm X,uma super-produção secompararmoscom seus fil-mes anterio-res, mostra amaturidade e orespeito con-quistados pelodiretor. Cenasmemoráveis, reconstituição de épo-ca perfeita e atuações admiráveis sejuntavam ao costumário senso dehumor de Lee para brindar o mundocom o saber. Lee mostra o homempautado pela tragédia e seus feitosheróicos. Predestinado a acordar opovo preto de seu trágico destino,Lee se iguala a Malcolm.

História para refletirTV aberta

AFINANDO A LÍNGUA- TODOS OS DIAS, FUTU-RA, 16H - A partir da exibição comenta-da de videoclips musicais, com apoio dediferentes textos e entrevistas, o pro-grama utiliza letras de músicas como fer-ramenta para abordar questões ligadasà língua portuguesa.

RádioDEBATES POPULARES DA RÁDIO CULTURA AM(1570 KHZ), SEGUNDA, 9:30H- Progra-ma apresentado por Jairo Santos, comtemas pertinetes à realidade local, naci-onal e internacional. Participação deSamir Resende, Adauto Travaglia, Mau-rício Pereira, Pe. Paulo Augosto, além dosouvintes que participam por telefone.

BRAVO! - mensal. R$11,50. Revista cultural,com análises aprofun-dadas das manifesta-ções artísticas e culturaisno Brasil e no mundo,além de textos analíticose críticas sobre os temasda atualidade. Também

com agenda de lançamentos e desta-ques de artes plásticas, teatro e dan-ça, livros, música e filmes.