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VALENÇA EM QUESTÃO // debate / crítica / opinião ano VII // edição 47 // dezembro de 2012 // blogdovq.blogspot.com ‘Fico pasmo com a cara de pau de alguns picaretas da oposição’ Em sua última edição de 2012, o VQ apresenta uma entrevista exclusiva com o prefeito eleito Álvaro Cabral da Silva, que falou das suas expectativas, dos desafios a serem enfrentados e dos projetos já pensados para nossa cidade

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Jornal Valença em Questão edição 47. entrevista com prefeito Álvaro Cabral

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VALENÇA EM QUESTÃO // debate / crítica / opinião ano VII // edição 47 // dezembro de 2012 // blogdovq.blogspot.com

‘Fico pasmo com a cara de pau de alguns picaretas da oposição’Em sua última edição de 2012, o VQ apresenta uma entrevista exclusiva com o prefeito eleito Álvaro Cabral da Silva, que falou das suas expectativas, dos desafios a serem enfrentados e dos projetos já pensados para nossa cidade

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VALENÇA EM QUESTÃO

ano VII // edição 47 // dezembro 2012www.blogdovq.blogspot.com

Endereço:R. Francisco Di Biase 26 Torres HomemValença-RJ CEP [email protected] Tel.: 21-8187-7533

Colaboraram nesta edição:Vitor Castro (30.325 Mtb), Bebeto, Marianna Araujo, Patrícia Oliveira, Rafael Monteiro, Rodrigo Bodão, Sanger Nogueira e Panta.

Ilustração de capa:Brasão do município de Valença-RJ

Projeto Gráfico e Diagramação: Mórula Oficina de Ideiaswww.morulaideias.com.br

Tiragem: 1500 exemplares

Impressão:Gráfica PC Duboc Ltda.

O Valença em Questão circula no município de Valença, arredores e Rio de Janeiro, além de enviado via correio eletrônico e disponibilizado na internet.

Colabore Com o VQ: Banco Itaú – Agência 0380

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O VALENçA EM QuESTãO ESTÁ SOB LICENçA CREATIVE COMMONS. ALGuNS DIREITOS RESERVADOS:

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SE VOCê ALTERAR, TRANSFORMAR Ou CRIAR ALGO A PARTIR DESTE TRABALHO, VOCê PODE DIVuLGAR O RESuLTADO DESDE QuE SOB uMA LICENçA IGuAL A ESTA.

ColETA DE lIxo Em VAlEnçA

Vejo sempre esse blog para me atualizar das notícias aqui de Valença.

Há algum tempo estamos tendo problemas com a co-leta de lixo e gostaria muito que vocês do blog fizessem um breve relato que acredito que todos os cidadãos va-lencianos estão passando pelo mesmo problema.

Sou moradora do Cruzeiro e já faz 5 dias que o lixo não é recolhido e muito menos nenhum varredor nessa localidade para deixar tudo limpo, visto que aqui se diz um ponto turístico - que de turístico não tem nada, está mais para motel gratuito.

Mel Sampaio, via blog do VQ

// Deu no blog

royAlTy Do PETrólEo: FAlTA DEBATE PúBlICo E In-FormAção

Por Marianna AraujoO governador e o prefeito-playboy conseguiram co-

locar, no último dia 26, algumas milhares de pessoas nas ruas do centro do Rio de Janeiro para o protesto contra o projeto de lei (PL 448/11) que trata da distribuição dos royalties do petróleo. Nas ruas, além dos servidores dispensados do trabalho e “militantes” oficiais de CUT, PMDB, PCdoB e outras instiuições que formam a imen-sa e disforme geleia que o governo chama de “base”, esta-vam também artistas. Entre esses últimos, não era difícil identificar o perfil comum: são pessoas que vivem dos editais e leis de incentivo. Com as declarações recentes do governador, de que o estado sofreria um colapso, nada mais natural do que o fato de abraçarem a causa: a cultu-ra entraria também em “colapso” sem a grana. Pois bem, a festa foi “linda”, só não saberemos quanto vai custar. Será que foi paga com recursos do petróleo?

Nos jornais, os bilhões perdidos são calculados sabe--se lá como (...). Apenas a título de exemplo, tomo dois veículos da mesma empresa. No G1, o valor da perda em 2013 é estimado em “mais de R$ 3,4 bi”, em O Globo a pro-jeção para o mesmo ano é exatamente “R$ 2,079 bi”. A fonte do cálculo é difícil de achar. As porcentagens são todas condensadas de forma a demonstrar que a perda é grande, sem explicar ao leitor as nuances da lei.

O que o projeto propõe é incluir na divisão que hoje é feita uma porcentagem para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o Fundo de Participação dos Esta-dos e do Distrito Federal (FPE). Os critérios para a distri-buição dos royalties são amplos. (...) Mas lendo o projeto, e sugiro que todos leiam com o objetivo de formar uma opinião sobre ele, fica claro que não dá para confiar no que dizem os jornais.

leia o artigo completo no blog do VQ

// Carta do leitor

Em sua última edição de 2012, o Valença em Questão fez uma longa entrevista com o prefeito eleito de Valença, Álvaro Cabral. O próprio entre-vistado apontou a exclu-sividade desta entrevista: “Eu não dei entrevista pra mais ninguém, olha o que vocês vão fazer com isso!”, brincou por tele-fone, após a entrevista já realizada.

Talvez seja considera-do exagero dedicar toda uma edição para entrevis-tar o futuro prefeito, mas nossa avaliação é que o momento é importante e esta edição se tornará re-levante para os cidadãos valencianos. A última dé-cada ficou marcada por um vai-e-vem político, um troca-troca de prefei-tos que afetou direta - e para o mal - a população valenciana.

Nesse sentido, nossa perspectiva e interesse é abrir espaço para que o futuro prefeito possa ex-por suas opiniões, seus projetos e, porque não, questioná-lo sobre deter-minados problemas que nossa cidade vem enfren-tando nos últimos anos e que farão parte, agora ainda mais, de seus pro-blemas daqui pra frente.

Nesta entrevista conver-samos com Álvaro sobre a transição para seu go-verno, da atual situação financeira da prefeitura,

eDITorIal

de sua perspectiva em re-lação aos vereadores elei-tos, parcerias com gover-no estadual e federal, a questão da água e a Cedae em Valença, do proble-ma da coleta de lixo e da saúde que têm se tornado constantes transtornos para os valencianos, a falta de transparência da Previdência Social e do Estacionamento Rotati-vo, sobre a educação mu-nicipal etc.

Também com exclusivi-dade, Álvaro aponta dois possíveis secretários. Na Educação, ele aponta a professora Tânia, e na Saúde, o médico Sérgio. Álvaro traça um breve perfil dos dois e aponta essas duas áreas como essenciais para um bom governo, embora Valen-ça esteja carente também nas demais áreas.

Fechando nossa últi-ma página, a seção Na-vegando traz uma opção para os amantes da mú-sica, mais especifica-mente os que gostam de ouvir um bom vinil. O blog Mimis Discos dis-ponibiliza gratuitamen-te diversos e variados discos. Em sua segunda contribuição, Panta traz mais um dos seus qua-drinhos e a seção de poe-sia abre seu espaço para o poeta Rodrigo Bodão, que de tanto pensar na morte, tornou-se cheio de vida.

Com uma edição dedicada a uma entrevista exclusiva com Álvaro Cabral, o VQ escuta os anseios e propostas do futuro prefeito de Valença

Os desafios são muitos e isto não é segredo para ninguém em Valença

2 Dezembro de 2012

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O VQ conversou com Álvaro Cabral, o futuro prefeito de Valença, sobre diversas questões do município e sobre os projetos para nossa cidade: a situação financeira da prefeitura e a transição para seu governo, sua expectativa com a nova Câmara de Vereadores, a questão da saúde, ultimamente combalida em nosso município, o estacionamento rotativo, a Cedae, a Previ-Valença e a educação. Acompanhem nas próximas páginas o resultado dessa entrevista.

// Entrevista

3Dezembro de 2012

Qual será o futuro de Valença?

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// Entrevista

Você já tem ideia de como receberá a prefei-tura, especialmente em relação às finanças? Já teve alguma conversa sobre a transição com Vicente Guedes? Quais serão os princi-pais desafios a curto prazo?

Não é novidade que a prefeitura está com grandes dificuldades, são questões de falta de pagamento em vários setores, gerenciamento de pessoal, obras inacabadas, outras que ainda não iniciaram, um certo abandono urbano, problemas com previdência municipal, inadimplência, vá-rias questões na saúde, educação, saneamento etc. Enfim, acho que quase toda a população tem uma ideia, mesmo que vaga, da situação difícil que es-tamos todos atravessando.

E com isso tudo, a nossa presidente ainda tomou medidas que reduzem a arrecadação dos estados e municípios, e vai colaborar para piorar a situação.

Ainda não tive conversa pessoal com o prefeito atual, mas já tive várias conversas com seu secre-tariado, basicamente com Pedro Graça, Roberto e com o procurador do município. A transição está correndo bem e em paz, com muita colaboração da equipe do Vicente. Os desafios iniciais serão muitos: folha de pagamento, tantas dívidas com fornecedores...

Por conta da gestão atual – considerada ruim pela população – um governo razoável já deve significar uma mudança substancial para Valença. Em 93-96 você “reclamou” que governou com muita oposição da Câmara e no final do mandato dos governos estadual e federal. Qual sua expectativa com a Câmara eleita e também em relação aos governos es-tadual e federal?

Tenho certeza que os que se elegeram têm consciência, mais do que em qualquer outra elei-ção, que o povo vai cobrar muito de todos os elei-tos, porque Valença está muito desesperançada, carente de serviços efetivos e resultados práticos.

Todos estaremos sob forte cobrança de se tra-balhar em conjunto, unidos pela cidade e deixan-do paixões e interesses pessoais um pouco de lado. É o que o povo espera. Tivemos uma renovação na Câmara importante, que sinaliza a vontade popu-lar, O povo não quer ficar mais vendo brigas im-produtivas de grupos políticos ou de vereadores dominadores que querem, na volúpia de ter cada vez mais, atrapalhar a cidade, obstruir o executi-vo, e nem político que não respeite o legislativo.

Eu acredito que vamos ter um bom trabalho conjunto com a Câmara de Vereadores e acho que aqueles mais experientes vão dar o exemplo, e en-tender, colaborar para dar a resposta as suas locali-dades, e não há uma que não esteja com problemas.

Por isso acho que todos vão fazer seus esfor-ços para que a cidade avance, somando com a “Nova proposta para a cidade”, este novo proje-to que temos e que foi aprovado pela população nas urnas. Veja bem, o povo espera muitas mu-danças na cidade, e quem estiver contra essas mudanças, certamente vai amargar a maldição do povo, que já deixou vários de fora da Câma-ra; outros tiveram uma votação bem abaixo do que esperavam e, mesmo gastando muito, quase não se elegeram.

Isto é uma sinalização, e aquele que estiver atrapalhando os que estão querendo trabalhar vão ser cobrados e penalizados por seus eleitores, e até mesmo por seus parentes que vivem nesta cidade e que também estão sofrendo os efeitos da atual situação e estão descontentes, principal-mente quando precisam e não veem a saúde ou a educação funcionar.

Tenho certeza que os vereadores que se elegeram têm consciência, mais do que em qualquer outra eleição, que o povo vai cobrar muito de todos os eleitos, porque Valença está muito desesperançada, carente de serviços efetivos e resultados práticos.

Portanto, acho que teremos bom entrosamen-to. Esta é a hora de pensarmos e agirmos mais pela cidade.

Quanto ao governo estadual, não acredito que teremos problemas, vamos somar a favor de Va-lença, que tem muita gente aqui que já votou no Pezão e Sérgio Cabral por várias vezes, e espera também isso deles. Tenho a certeza que vão ser aliados de Valença.

No governo federal também tenho boa abertu-ra e grandes aliados.

Já tem o nome dos secretários, ou de alguns deles? Poderia já divulgá-los?

Alguns nomes já estão até colaborando na transição de governo já que hoje faz parte da Lei Municipal e também é exigência da Lei de Res-ponsabilidade, tanto para os que saem da prefei-tura, quanto para os que entram neste mandato.

4 Dezembro de 2012

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Mas ainda estou avaliando com muita cautela, não aceitando pressões, porque com as leis atuais é crucial que a escolha recaia sobre pessoas que não deixem o prefeito em situação delicada no futuro ou que venham a ter algum tipo de improbidade.

Considero a escolha do secretariado uma das partes mais delicadas, porque a escolha para mim e meu grupo tem que passar por pelo menos quatro critérios: honestidade, ter certa vocação de fazer a boa política, ter alguma qualificação para a área e ter lealdade ao prefeito e à cidade. São ingredientes importantes.

Por isso, tenho certa cautela para reunir no nome escolhido o máximo desses atributos, e também porque hoje quem responde legalmente é o pre-feito solidário ao secretario escolhido.

Até o momento já optei por duas pessoas excepcionais:1) secretária de Educação: professora Tânia, esposa do cardiologista

Alencar, que reúne muita experiência na área educacional e há mais de 17 anos assessora vários municípios. Possui dois mestrados e doutorado, de-senvolve trabalho junto ao MEC e tem grande experiência e mestrado na área de Gestão, inclusive assessorando universidades. Quando entrei no mestra-do de Educação ela estava saindo.

2) secretário de Saúde: Sérgio, médico em Barra Mansa, foi secretário de Saúde de Barra Mansa, ganhou prêmio pela sua gestão na área, aumentou a arrecadação da saúde de R$ 900 mil para mais de R$ 4 milhões por mês, e levou diversos serviços para Barra Mansa, como cirurgia cardíaca, UTI neonatal, vários serviços de alta complexidade, centro de referência na área de audição (para surdos), sendo que hoje Barra Mansa oferece aparelhos auditivos para a região. Também conseguiu reerguer a Santa Casa de Barra Mansa com novos serviços, foi presidente do Conselho Estadual de Saúde, é um grande conhecedor do sistema SUS, tem bom trânsito no Ministério da Saúde, e foi convidado agora para ser Secretario de Saúde em duas cidades. É uma pessoa amiga, um grande cirurgião ginecológico e obstetra, e espero que fique conosco e encare o nosso desafio em Valença, que não é pequeno.

Nestas duas áreas importantes, saúde e educação, minha intenção foi ou-sar, dar um salto de qualidade, para oferecer algo diferente e melhor para Valença.

uma das questões mais problemáticas hoje em Valença é a saúde pú-blica. Temos uma faculdade de medicina e ainda assim um hospital que fechou suas portas; o atendimento no Pronto socorro é desu-mano. o que é preciso fazer para mudarmos essa situação, o que é preciso fazer para reabrir o hospital integralmente?

Bom, para melhorarmos os serviços de saúde vamos detectar onde estão as falhas do sistema SUS em Valença, fazer um “raio x” da situação e fazer as mudanças necessárias. Algumas aberrações já detectamos inicialmen-te, como desvios, incompetência, mau gerenciamento, excesso de política e pouca efetividade. O sistema SUS é um dos mais premiados no mundo, mas quando funciona como um relógio harmônico.

Em Valença está quase tudo errado na área de saúde, sem falar nos esque-mas e na corrupção.

Um grande desafio nesta área será a mão de obra especializada que hoje é mal remunerada, principalmente o médico. Alguns precisam de capacita-ção, mas, por outro lado, tem muita gente querendo ajudar e querendo que dê certo.

O sistema SUS tem índices regulatórios de qualidade, e vamos perseguir estes índices para buscar melhor atendimento e, com isso, obtermos mais re-curso federal.

A área de saúde é o maior desafio de todos os prefeitos, é um problema nacional, mas existem algumas ilhas de atendimento que fogem a esta regra e muitas cidades fazem um bom trabalho.

Vamos levantar dados, detectar as aberrações, capacitar, criar novos servi-ços, implantar o SAMU que até hoje não deslanchou, otimizar serviços da área de saúde, buscar fortalecer os nossos hospitais e usar a capacidade instalada. Fortalecer a atenção básica, o PSF [Programa de Saúde da Família], Agentes de Saúde, modernizar serviços, melhorar a Saúde Mental, os exames labora-toriais, melhorar os serviços de Pronto Socorro e atendimento de emergência.

Vamos trabalhar com metas a curto, médio e longo prazo em todos os setores da Saúde visando melhorar gradativamente a oferta dos serviços de saúde em Valença.

Ainda não tive conversa pessoal com o prefeito atual, mas já tive várias conversas com seu secretariado, basicamente com Pedro Graça, Roberto e com o procurador do município. A transição está correndo bem e em paz, com muita colaboração da equipe do Vicente.

Em Valença está quase tudo errado na área de saúde, sem falar nos esquemas e na corrupção.

5Dezembro de 2012

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Tentaremos cumprir os pedidos de melho-ria dos serviços, que ouvimos do povo durante a campanha, apesar de estarmos bem conscientes das dificuldades e do pouco, ou quase nenhum, recurso financeiro para as reformas que precisa-mos e queremos.

Em funcionamento desde abril deste ano, o Estacionamento rotativo agora se expande para mais ruas, não tão centrais da cidade. A prefeitura alega ter feito um estudo para decidir as ruas e o valor cobrado, mas não o disponibiliza – estamos desde abril solicitan-do, e sempre têm uma desculpa; os valores oferecidos pelas empresas na licitação tam-bém não foram divulgados; para onde vai o dinheiro arrecadado também não. Qual seu posicionamento em relação ao Estaciona-mento rotativo? Pelo menos transparência a gente pode esperar?

Nós vamos rever tudo na prefeitura e verificar como foi implantado. Sou favorável ao estaciona-mento rotativo, hoje é uma realidade em muitas cidades, inclusive nas da região. O que vamos ava-liar é se este é o melhor modelo, se as tarifas devem ou não sofrer mudanças, e também rever a ques-tão das áreas do estacionamento que me parecem abusivas à primeira vista. Sou a favor também da transparência, não tem porque ser diferente.

uma outra coisa que os valencianos não es-tão entendendo, são os diversos semáforos instalados que não funcionam. Também pre-ocupa se uma vez em funcionamento irão de fato melhorar o trânsito ou até mesmo piorá--lo. os sinais entrarão em funcionamento? Há algum estudo que indique que eles podem melhorar o trânsito em Valença?

Ainda não fui informado sobre isto, poderei responder depois esta pergunta. Ouvi falar pelas ruas que existe alguma coisa a ser paga e que não foi, e que iriam retirar os semáforos por esta ra-zão. Mas não garanto que isto seja verdade e te-mos que esperar para saber. Depois faremos es-tudos com gente da área.

A CEDAE vem batendo recordes de proces-sos contra ela na cidade do rio de Janeiro – quase 5 mil processos por mês. Boa par-te desses processos é por cobrança indevi-da. Qual a sua visão em relação à gestão da água em Valença? Como é compulsório para

o consumidor – ele não tem outra opção – ele fica à mercê da empresa. não seria o caso de ser um serviço público gerido pelo município?

Quem acompanhou meu posicionamento sobre isso na campanha sabe que nosso grupo nunca foi a favor da vinda da Cedae para Valen-ça. Chegamos a entrar na justiça contra as irre-gularidades, através do engenheiro Paulo César e do Aderli Valente.

Quando fui prefeito gerenciava a água através do DAE [Departamento de Água e Esgoto], com recursos próprios e com tarifas mais sociais. Nes-ta área os investimentos e o material de consumo são muito caros, até mesmo porque nossa rede é velha e precisa de investimentos na captação, tra-tamento e também na distribuição da água.

Contudo, coloquei água em vários setores da cidade na ocasião, fiz reforma no tratamento, construímos um novo floculador da ETA [Esta-ção de Tratamento de Água] na época, expandi-mos bastante a rede e também foram trocados ca-nos de ferro por modernas tubulações.

A respeito da modalidade de gestão existem al-gumas alternativas, mas o importante é não per-dermos os investimentos federais que estão sendo feitos e termos tarifas compatíveis com o poder econômico de Valença, que não é muito.

Vamos nos inteirar sobre o assunto quando as-sumirmos. O que fico pasmo é com a cara de pau de alguns picaretas da oposição, figuras carimba-das que ficam nas ruas e no facebook dando uma de entendidos e de que são os corretos, se achando no direito de cobrar de nós a saída da Cedae de Valença. É um discurso da boca para fora, porque quando a Cedae veio para a cidade, nem ele, nem seus comparsas e nem seu deputado foram con-tra, concordaram com tudo, apoiaram o prefeito e se calaram.

São tão caras de pau que não podem nem chegar perto de cupim. São os falsos moralistas que fazem plantão para o deputado, vivem às custas das benesses da política e não se preocu-pam com o povo.

nessa mesma linha podemos comparar a coleta de lixo, que estava terceirizada pela locanty e agora voltou para o município, tra-zendo alguns transtornos para a população como interrupção da coleta durante um perí-odo. ou seja, o dinheiro pago à locanty não significou nenhum investimento, já que vol-tou para o município sem nenhuma melhoria. É melhor que o serviço de coleta de lixo seja gerido pelo município?

Quando a Cedae veio para Valença, nem ele, nem seus comparsas e nem seu deputado foram contra, concordaram com tudo, apoiaram o prefeito e se calaram.

// Entrevista

6 Dezembro de 2012

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O que fico pasmo é com a cara de pau de alguns picaretas da oposição, figuras carimbadas que ficam nas ruas e no facebook dando uma de entendidos e de que são os corretos, se achando no direito de cobrar de nós a saída da Cedae de Valença.

Hoje ainda não sei como está funcionando, me parece que existe falta de pagamento a esta em-presa por vários meses e, por isso, há certo caos na coleta do lixo e na capina.

Tem que ser bem avaliado, porque os cami-nhões de coleta são muito caros e são usados dia e noite. Quando quebram, e não se tem um so-bressalente para repor, causa um grande trans-torno para a cidade, que às vezes só conta com um ou dois caminhões. O conserto é um pouco demorado.

Outro complicador da gestão própria é a ques-tão da mão de obra que aumenta a folha de paga-mento, sendo que a nossa já está bastante alta. Os funcionários da coleta de lixo têm alta incidência de problemas por se tratar de serviço insalubre e que exige saúde perfeita, pois é preciso correr atrás do caminhão de lixo. Então, quando isso fa-lha, você é obrigado a contratar, o que não é per-mitido hoje, só em situações excepcionais, deixan-do o prefeito engessado nestes casos.

E, por vezes, o concursado nesta área também passa por este problema de saúde, e não se conse-gue substituí-lo muito rápido por outro.

Quando terceirizado com preços vigentes no mercado, talvez seja a solução mais econômica e viável, no tocante à quebra e substituição imedia-ta do veículo por outro da empresa licitada, assim como o funcionário que está incapaz e é substitu-ído de forma mais rápida, sem ônus maior para o município e sem aumentar a folha de pagamento - o que fere a Lei de Responsabilidade e a Lei Ca-mata [Lei de 1995 que limita os gastos com pessoal em até 60% da receita do mês corrente].

Mas tudo isso vamos avaliar no momento cer-to. Embora todos saibamos que de uma forma ou de outra - privado ou público - as coisas em Va-lença sejam muito difíceis, em face da grande ex-tensão do território, da quantidade de distritos e bairros e da grande quantidade necessária de mão de obra e caminhões para fazer a coleta do lixo ur-bano e da capina em toda Valença.

Qualquer modalidade de gestão é cara e pre-cisa de gente e máquinas para toda a cidade ficar limpa e agradável às pessoas.

Em dezembro de 2009 Vicente Guedes insti-tuiu a Previ-Valença – sem um estudo, sem realizar um censo dos servidores municipais, e também de forma compulsória, já que eles não foram consultados. no projeto que trami-ta na Câmara, a prefeitura deve repassar r$ 140 milhões pelos próximos 34 anos (mais de 4 milhões por ano). De onde vem esse valor, se não realizaram nenhum estudo? Qual sua posição em relação à Previ-Valença?

Temos que rever tudo, avaliar com especialis-tas do ramo, sentar com o funcionalismo e com a área econômica e ver a viabilidade de tudo.

A previdência própria é uma modalidade incentivada pelo governo federal, algumas dão certo e são bem administradas como a da cida-de de Piraí.

Vamos descascar mais esse pepino no seu tempo, porque é urgente e envolve problema para o prefeito e para o funcionalismo, como inadim-plência federal e gasto para a cidade.

Iremos propor várias saídas para esta situação de inadimplência com a Previ.

outra questão é que atualmente todos os cargos da Previ-Valença são indicados pelo Executivo, o que não indica autonomia da au-tarquia. no projeto que tramita na Câmara, 50% dos cargos passariam a ser de contra-tados via concurso público – ainda assim, os outros 50% continuariam sendo indicados. Isso não é um problema?

Acredito que sim e posteriormente irei avaliar esta questão, quando terei então mais detalhes e informações.

Já existe algum projeto de seu governo no campo da educação? o secretário estadual de Educação já deu indícios de que o Estado vai aos poucos abandonando o Ensino Fun-damental. Como estruturar o município, por exemplo, para receber a Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ensino Fundamental, que possivelmente ficará a cargo do município?

Estruturar o município não acredito que seja tão difícil. O problema é lidar com esta situação se o governo do Estado não repassar recursos sufi-cientes para essa transferência de incumbências. E, pelo que me parece, vai acontecer isto. Temos escolas em Valença que estão funcionando com baixa ocupação e subutilizadas.

O EJA tem que ser reestruturado para que cumpra sua finalidade. Temos que implantar de forma eficaz o EJA para o Ensino Médio.

Mas vejo uma luz no fim do túnel quanto à educação brasileira, principalmente quando se fala da conversão dos recursos dos royalties do petróleo do pré-sal para a educação. Isto é muito bom e animador. Muito pode ser feito para os jo-vens quando se tem vontade política e honestida-de para se cumprir essas metas.

7Dezembro de 2012

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// Navegando

A dica desta edição é musical, mas música em grande estilo:

Para quem curte um bolachão é uma excelente pedida. Quem não curte também pode acessar, porque o acervo do blog é riquíssimo. O Mimis Discos dispo-nibiliza discos completos de vinil digita-lizados. Tudo de graça, com imagem das capas dos discos incluídas. De Miltom Nascimento a Jackson do Pandeiro; de Michael Jackson a The Smiths. Tem de tudo por lá. Mas talvez o mais interessan-te da coleção sejam os discos latinos. Tem

www.mimisdiscos.blogspot.com.br

Pan

ta

bastante coisa dos hermanos, como Vic-tor Jara ou Violeta Parra. Para quem não conhece é uma boa chance e para quem já conhece, certamente será a oportunidade de entrar em contato com um acervo que nem sempre é fácil de encontrar no Brasil - salve o youtube, não? Se você visitou o Mimis Discos escreva contando se gostou e o que baixou por lá. E se tem algo para recomendar, escreva também. Esta é uma sessão aberta a sugestões.

8 Dezembro de 2012

POR Rodrigo Bodão

Muitos me perguntam como posso estar sempre sorrindo...É porque há em meu peito tamanha dorme dilacerando e consumindo,que eu então,feito um ator,disfarço a dor sorrindo...

De tanto errar ao viver,há muito,pensei em morrer...

Essa expressão anti-dorsufocou o impulso suicida,ou qualquer coisa parecida.

Esse sorriso virou meu nortecontra os desígnios da sortetalhando-me de forma invertida:

de tanto pensar na mortetornei-me cheio de vida...

Sorriso// Poesia