VOLUME 1, EDIÇÃO 1 JULHO SETEMBRO 2014 BOLETIM …VOLUME 1, EDIÇÃO 1 JULHO — SETEMBRO 2014...
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Técnicos e a outros Técnicos,
todos têm a oportunidade
de dar os seus contributos
nas mais variadas formas:
artigos científicos, artigos de
opinião, crónicas, divulgação
de eventos ou outras quais-
quer que possam contribuir
para uma maior ligação
entre todo o universo de
colaboradores do ACES.
Desta forma ficaremos todos
com a informação e a for-
mação mais facilitada e
mais acessível. Da nossa
parte iremos também dando
conta do que fazemos e do
que perspetivamos fazer.
Por ora a periodicidade
será trimestral. Se o arrojo e
a ambição crescerem pode-
remos editá-lo mais precoce-
mente mas... como vivendo
em época de incertezas,
exigências e constrangimen-
tos, também nos arrogamos
de, humildemente, agendar
a sua “saída” para... quan-
do sair e se sair. A todos os
que nos lêem agradecemos
o vosso precioso tempo e a
atenção que nos dispensam;
a todos os que connosco
queiram colaborar presta-
mos o nosso reconhecimento
pela vossa participação e
contributo que em muito nos
honra. A USF Global, no seu
primeiro ano de vida, formu-
la votos de sucesso aos pro-
fissionais de todas as unida-
des funcionais.
EDITORIAL DO COORDENADOR
A USF Global cumpre hoje o
seu primeiro aniversário. Foi um
ano de compromissos, de reor-
ganização, de planificação e
estabilidade mas igualmente
de responsabilidade, de consis-
tência e de reflexão. Ultrapas-
sámos várias vicissitudes desde
estruturais a conjunturais mas
reunimos determinação, empre-
endedorismo e labor que nos
permitem sonhar. Não preten-
demos mais do que nos afirmar
como um serviço responsável e
dedicado ao cidadão onde
este encontre e reconheça a
USF Global como um local de
humanização tão necessário
para conforto das suas vulnera-
bilidades em saúde.
A melhoria do atendimento
público aos cidadãos, a cons-
trução de proximidades e a
elevação da qualidade dos
serviços prestados serão o ga-
rante de que aquele objetivo
possa ser atingido.
Apesar de uma equipa peque-
na procuramos a nossa realiza-
ção e satisfação pessoal. Mas,
essencialmente, pretendemos
corresponder às expetativas
dos cidadãos e da comunidade.
Todos sabemos que atravessa-
mos um período difícil mas é
precisamente nesta altura que
surge a oportunidade de dar o
melhor com o que dispomos e
com o que, de momento, é pos-
sível. E é isto mesmo que nos
guia: procuramos com me-
nos, fazer mais, mais rápi-
do e melhor. Constituem
valores desta USF a confi-
ança, a qualidade, a de-
dicação, a equidade e a
formação. Será exigência
de cada um de nós saber
e estar à altura de todos
estes predicados.
Porque passamos prati-
camente um terço da nos-
sa vida no nosso local de
trabalho, torna-se funda-
mental almejar por condi-
ções humanas, estruturais e
logísticas que nos permi-
tam alcançar o êxito para
que, acima de tudo, consi-
gamos ser e fazer os ou-
tros felizes.
Porque nada se faz sem
o empenho e a dedicação
de cada um, termino dei-
xando a todos os colegas
da USF um forte abraço
de amizade e gratidão.
Mas este é também o pri-
meiro número do Boletim
da USF Global. É um es-
paço dedicado a todos os
colegas, não só da USF
Global como a todos os
colaboradores do ACES
Oeste Norte. E igualmente
aberto a todos os que com
ele pretendam colaborar.
A Médicos de Família ou a
futuros especialistas, a
Enfermeiros ou a alunos de
Enfermagem, a Assistentes
USF Global— Um ano, rumo à Saúde
JULHO — SETEMBRO 2014 VOLUME 1, EDIÇÃO 1
BOLETIM INFORMATIVO USF
GLOBAL
Pontos de interesse especiais:
A USF Global
Higiene íntima feminina
Bullying
Rastreios Oncológicos
Crítica publicações científicas
Medicina Tecnológica
Nesta edição:
1º aniversário da USF Global 1
Humorístico 7
Eventos científicos 8
Dicionário dos utentes da
Nazaré 9
Palavras de Mestre 9
Equipa de Profissionais da USF Global
Licínio Fialho
“Este fenómeno sempre
existiu em todos os países e
sociedades…”
“Se não for identificado e
evitado, pode produzir sérios
danos psicológicos... tanto
para as vítimas como para os
agressores. “
Página 2 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
“A aceitação pelos
companheiros é fundamental
para o desenvolvimento da
saúde dos jovens…”
Sabe o que é o bullying ? Saiba mais…
BULLYING
O termo “Bullying” deri-
va do termo inglês
“Bully”, que significa
“valentão”, sendo que o
bullying pode ser tradu-
zido por “intimidação”,
ou seja, trata-se de um
comportamento de ame-
aças e intimidações.
Segundo Lisboa, Braga
e Ebert (2009, s.p.), o
bullying é “o fenómeno
pelo qual uma criança ou
um adolescente é siste-
maticamente exposta(o)
a um conjunto de actos
agressivos (directos ou
indirectos), que ocorrem
sem motivação aparente,
mas de forma intencional,
protagonizados por
um(a) ou mais agressor
(es).” No bullying, a viti-
ma possui pouco ou qua-
se nenhum recurso para
evitar a e/ou defender-
se da agressão. O que o
distingue de outras for-
mas de agressão é o ca-
rácter repetitivo e siste-
mático, e a intencionali-
dade de prejudicar al-
guém que é mais frágil e
que dificilmente se conse-
gue defender ou reverter
a situação. Assim, segun-
do Neto (2005), o
bullying compreende to-
das as atitudes agressi-
vas, intencionais e repeti-
das, adoptadas por um
jovem contra outro (s),
causando dor e angústia,
sendo executadas dentro
de uma relação desigual
de poder.
Este fenómeno sempre
existiu em todos os países
e sociedades, no entanto
houve uma mudança na
maneira de analisar es-
sas atitudes agressivas –
que até então eram ig-
noradas e/ou negligenci-
adas – e passaram então
a encarar-se não como
um fenómeno normal e
inofensivo, mas como um
processo que merece ser
observado, pois implica
graves consequências
(emocionais e cognitivas)
para os envolvidos.
O bullying pode signifi-
car uma forma de afir-
mação de poder inter-
pessoal por meio de
agressão, e a diferença
entre este fenómeno e
brincadeiras de crianças
pode ser muito ténue; no
entanto, quando há sofri-
mento de qualquer um
dos envolvidos, deixa de
se tratar de uma brinca-
deira, para passar a ser
um fenómeno de bullying,
que necessita de atenção
por parte de pais e pro-
fessores.
É um processo que ocor-
re na esfera colectiva,
portanto, é um fenómeno
social pela sua natureza.
Se não for identificado e
evitado, pode produzir
sérios danos psicológicos
para as crianças envolvi-
das, tanto para as víti-
mas como para os agres-
sores.
O contexto de maior
prevalência é o ambiente
escolar, que é o principal
micros sistema em que se
dão as interacções entre
pares, o que não signifi-
ca que não ocorra nou-
tros contextos. Segundo
Neto (2005), a escola é
de grande importância
para as crianças, e os
que não gostam dela
tendem a apresentar
maus desempenhos, com-
prometimentos físicos e
emocionais à sua saúde e
sentimentos de insatisfa-
ção com a vida. A acei-
tação pelos companhei-
ros é fundamental para o
desenvolvimento da saú-
de dos jovens, melhoran-
do as suas habilidades
sociais e fortalecendo a
capacidade de reacção
a situações de tensão. É
de salientar que o
bullying não se restringe
a um determinado nível
socioeconómico, faixa
etária específica ou gé-
nero.
Enf. Luís Amaro E se for consigo?
Com um utente seu?
Com um familiar seu, ou
amigo, ou conhecido?
Preparado(a) para
quebrar o silêncio?
Já lhe aconteceu?
Página 3 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
O estilo de vida da mulher mo-
derna tem vindo a sofrer modifi-
cações nos últimos anos, implican-
do alteração de hábitos nem sem-
pre benéficos para a sua saúde e
bem-estar. Um exemplo é o uso de
roupas sintéticas justas que contri-
buí para prejudicar, ou até origi-
nar alguns problemas do foro mais
intimo.
A beleza é importante, mas a
mulher também deve atribuir im-
portância à sua higiene genital,
conceito que não é claro e levanta
muitas dúvidas. A higiene íntima
feminina define-se como o conjunto
de práticas de asseio da região
anogenital com o objetivo de a
manter livre de humidade e resí-
duos (urina, fezes, ou fluídos). Com-
preende o hábito de cuidados es-
pecíficos, que deverão contribuir
para a promoção da saúde e bem-
estar, conforto e segurança, preve-
nindo e minimizando o risco de in-
feções. Sabe-se que a maioria das
mulheres terá pelo menos uma infe-
ção vaginal durante a sua vida,
caracterizada por corrimento, pru-
rido ou odor.
Vários fatores extrínsecos podem
interferir com o bem-estar genital
feminino: atividade sexual, tipo de
alimentação, vestuário, estado hor-
monal, emocional e hábitos de higi-
ene. A mulher deve conhecer o seu
corpo, ter noção das mudanças va-
ginais consideradas fisiológicas,
relacionadas com o uso de contra-
cetivos, frequência do coito, duche
vaginal, uso de pensos diários, de-
sodorizantes vaginais, utilização de
antibióticos.
A flora vaginal é constituída em
95% por Lactobacilus acidophilus,
responsáveis pelo pH ácido da
vagina (3,8 a 4,5), na mulher em
idade fértil, que evita prolifera-
ção de agentes patogénese. O
equilíbrio da flora pode ser afe-
tado por infeções genitais, diabe-
tes, toma de medicamentos e gra-
videz. As infeções mais comumente
identificadas quando há desequilí-
brio da flora vaginal são as fúngi-
cas (Candida albicans), as de pro-
tozoários (Tricomonas vaginalis) ou
as bacterianas (Gardnerella vagi-
nalis). Nestas situações a mulher
geralmente queixa-se de um corri-
mento com odor intenso ou fétido,
associado ou não a prurido. As
queixas podem ser apenas referi-
das a desconforto durante as mic-
ções. Alguns casos as queixas são
idênticas no parceiro sexual, sen-
do que a relação sexual agrava
as queixas.
A automedicação é o erro
mais comum, sendo geralmente
utilizado sempre o mesmo medica-
mento, não adequado ao organis-
mo patogénico. O uso errado e
frequente de produtos que alcali-
nizam a vagina e vulva pode faci-
litar o aparecimento de dermato-
ses.
É pois importante e necessário
esclarecer as mulheres sobre como
conseguir uma boa higienização
intima. O produto ideal para higi-
ene intima deve ser compatível
com as mucosas, não deve irritar
nem secar, deve manter o pH áci-
do, ter ação refrescante e Deso-
dorizante, viscosidade adequada
e detergência suave.
Os produtos disponíveis no mer-
cado dividem-se em: agentes de
limpeza, hidratação, proteção e
facilitação das relações sexuais.
Os sabões comuns possuem boa
detergência produzindo bastante
espuma mas o seu pH alcalino po-
de danificar a barreira superficial
da pele levando a secura excessi-
va. Os sabões transparentes
(exemplo glicerina) potenciam se-
cura excessiva e irritação cutânea.
Os sabões cremosos são enriqueci-
dos com agentes humidificantes
que protegem a pele e não inter-
ferem tanto com a camada lipídi-
ca. Os produtos em barra também
não são indicados porque geral-
mente são muito abrasivos e com-
partilhados por toda a família
facilitando a contaminação.
Higiene íntima da mulher .. Verdades, mitos
Vários fatores extrínsecos podem interferir com o bem-estar genital feminino: atividade sexual, tipo de a l imentação , vestuário , estado hormonal, emocional
Continua na página seguinte
Adaptado de Medical News nº 302,
17 março de 2014
Página 4 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
Os sabonetes íntimos (sólidos) têm
como substancia ativa principal
uma base tensioativa de natureza
aniónica e anfótera, podendo in-
corporar agentes hidratantes e
reguladores de pH, anti-irritantes,
regeneradores e protetores da
zona vulvar, antipuriginosos e an-
tissético. (Saforelle®)
O gel que produz espuma com a
massagem são geralmente agra-
dáveis e proporcionam uma sensa-
ção de frescura. (Velastisa intim ®,
Saugella ®)
Os toalhetes humedecidos são
uteis em algumas situações como
higiene fora de casa, sanitários
públicos, mas o seu uso não deve
ser frequente pois pode remover o
biofi lme l ipídico da pele.
(Lactacyd ®, Saforelle ®, Sau-
gella ®)
Os sabonetes líquidos íntimos são
produtos a base de acido latico e
têm como objetivo manter o pH
mais próximo do ideal para o de-
senvolvimento e manutenção das
células da pele. São recomenda-
dos para uso externo e não para
lavagens vaginais, nem para tra-
tamento de infeções ou inflama-
ções. (Lactacyd ®, Saforelle ®).
Além da escolha do produto de
limpeza é importante a técnica: a
lavagem deve ser feita com água
corrente para favorecer a remo-
ção mecânica das secreções e com
movimentos que evitem o arrastar
de conteúdo perianal para a regi-
ão vulvar. Não devem ser utiliza-
dos sprays, perfumes, talcos ou
lenços humedecidos.
A higiene íntima deve ser realiza-
da de uma a três vez por dia, não
devendo exceder os 3 minutos pa-
ra evitar secagem excessiva do
local. Após a lavagem deve existir
cuidado de hidratação, com gel
(Saugella ®) ou creme de base
aquosa (Velastisa V.V. ®) com pH
compatível com a mucosa vaginal.
O uso sistemático de penso higié-
nico não é recomendado. Mulheres
com excesso de transpiração ou
incontinência urinária devem utili-
zar pensos higiénicos respiráveis
(sem plástico) ou, preferencialmen-
te, usar vestuário absorvente.
O estabelecimento de rotinas de
higiene diária é crucial para estar
sempre cuidada.
Dr.ª Inês Rocha
Higiene íntima da mulher .. Verdades, mitos
Continua na página seguinte
Página 5 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
Rastreio do cancro do
Colon e do Recto
A USF Global tem vindo a
implementar o rastreio do
cancro colorectal a todos os
seus utentes com idades
compreendidas entre os 50
os 74 anos, baseado no
exame na pesquisa de san-
gue oculto nas fezes (PSOF)
ou pela endoscopia digesti-
va baixa.
No ano de 2013, a uni-
dade cresceu de 15,34%
de utentes, entre os [50-75[
anos, com RCCR efectuado
e em Dezembro de 2013
obtivemos um resultado de
30,33% de utentes com ras-
treio, sendo que a meta
contratualizada era de
25%.
É fundamental que todos
os profissionais de saúde
veiculem uma politica de
auto-responsabilização dos
utentes pela sua saúde e
aproveitem as oportunida-
des oferecidas pela USF.
Enf.ª Aldina Santos
Rastreio do cancro do
colo do útero
O Programa de Rastreio de
Cancro do colo do útero é dirigi-
do a mulheres com idades com-
preendidas entre os 25 e os 64
anos e deve ser realizado pelo
menos de 3 em 3 anos ou de
acordo com a indicação clínica.
Trata-se de um exame (citologia)
indolor e eficaz na deteção de
células anormais do colo uterino
que podem vir a resultar em
cancro se não tratadas.
Apesar da divulgação e convo-
cação das utentes da USF Glo-
bal para realização do rastreio,
constatamos uma certa renitência
em aderirem ao programa, o
que nos deixa preocupados com
as possíveis consequências.
Em 2013 aquando do inicio da
actividade enquanto USF, apre-
sentávamos uma taxa de 37,8%
de mulheres com idades entre os
25 e os 60 anos com colpocitolo-
gia atualizada. Com uma meta
para 2013 de 45% de mulheres
a rastrear, em Dezembro de
2013 obtivemos uma taxa de
46,5% de mulheres rastreadas.
Rastreio do cancro da
mama
O Programa de Rastreio de
Cancro da Mama é dirigido a
mulheres assintomáticas (que não
apresentam sintomas) com ida-
des compreendidas entre os 45
e os 69 anos devendo ser reali-
zada mamografia a cada dois
anos.
Este ano, e bianualmente, as
utentes em idade de rastreio
receberam uma carta de convo-
catória para se dirigirem, ou
foram pela primeira vez, à Uni-
dade Móvel de Rastreio de
Cancro, que esteve junto do
Centro de Saúde da Nazaré.
Também aconselhamos a reali-
zação mensal do auto-exame
da mama para despiste de alte-
rações. Durante este procedi-
mento a mulher poderá detectar
alterações de coloração, de ta-
manho, da forma das mamas,
podendo ainda despistar a exis-
tência de feridas, nódulos e cor-
rimento mamilar. Qualquer alte-
ração detectada na mama, ma-
milo e axila ou se dúvida acon-
selhamos melhor esclarecimento
com o médico de família.
Rastreio Oncológico
O cancro é uma das doenças com maior incidência em Portugal e responsável por um elevado número
de mortos. O reconhecimento dos sinais de alerta e um rápido diagnóstico numa fase inicial potenciam
exponencialmente as probabilidades de sucesso no tratamento. A consciencialização e participação do
utente na prevenção e deteção precoce são fundamentais.
Página 6 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
C om o aumento exponencial de trabalhos publicados, muito se tem escrito sobre como deve
ser feita a leitura de um artigo cientifico. Assim, fazendo uma revisão do que os especialista nesta área indi-
cam como orientações de leitura de trabalhos científicos, pareceu-nos importante transmitir de forma sucinta
os pontos-chave encontrados.
Leitura crítica de publicações científicas
Q uando lemos um artigo, o
principal objectivo é perceber a
contribuição científica que o autor
pretende dar.
Ler um artigo deve ser um proces-
so crítico, não devendo por isso as-
sumir-se que os autores estão sem-
pre correctos. A leitura crítica impli-
ca colocar questões adequadas. Se
os autores tentam resolver um pro-
blema, devemos perceber se será
um problema pertinente, se existem
soluções simples que os autores não
consideraram e quais são as limita-
ções das soluções que apresentam
(mesmo as que os autores poderão
não ter percebido ou admitido). De-
vemos perceber também se as con-
siderações que os autores fazem
são adequadas, bem como se a or-
ganização do artigo é clara e justi-
ficada. Quando são apresentados
dados, devemos perceber se foram
reunidos os dados correctos, se fo-
ram interpretados de forma correc-
ta e se outros dados seriam mais
consistentes.
Não devemos esquecer-nos que a
leitura crítica deve ser feita de for-
ma construtiva, o que muitas vezes
se torna ainda mais difícil. Assim,
devemos perceber quais são as bo-
as ideias a retirar do artigo, se es-
sas ideias têm outras aplicações ou
extensões que os autores podem
não ter pensado, se podem ser ge-
neralizadas e se existem melhorias
que podiam ter sido feitas com sig-
nificado prático importante.
De destacar que podemos pensar
também se poderíamos começar a
fazer investigação a partir do arti-
go lido e nesse caso qual seria o
próximo passo.
Fazer notas em caso necessário
pode ser um ponto muito importan-
te. O número de artigos lidos não
permite fazê-lo em todos, no entan-
to muitas vezes pode ser importante
escrever tópicos nas margens ou
sublinhar pontos-chave, como por
exemplo dados mais importantes ou
questões mais controversas, o que
ajuda sobretudo quando existe mais
tarde necessidade de o rever.
Quase todos os bons artigos de
investigação tentam proporcionar
uma resposta a uma questão espe-
cífica. Se depois de ler uma vez o
artigo, tentarmos sumarizá-lo numa
ou duas frases e o conseguirmos
fazer, é sinónimo de que percebe-
mos a questão inicial e a resposta
final. Uma vez que conseguimos
perceber a ideia chave, podemos
depois reler com mais detalhe e
perceber outros pormenores incluí-
dos.
Resumir o artigo é uma forma de
tentar determinar a sua contribuição
científica. No entanto, para real-
mente aferir o seu mérito científico,
torna-se necessário comparar o arti-
go a outros trabalhos na mesma
área.
É importante referir que as contri-
buições cientificas podem tomar vá-
rias formas. Alguns artigos oferecem
ideias novas, outros implementam
ideias e/ou mostram a forma como
funcionam, outros ainda reúnem vá-
rias ideias dispersas no mesmo tra-
balho.
Dr.ª Raquel Osório
Boas LeiturasBoas LeiturasBoas Leituras
VOLUME 1, EDIÇÃO 1 Página 7
Q uando lemos um artigo, o
principal objectivo é perceber a
contribuição científica que o autor
pretende dar.
Ler um artigo deve ser um proces-
so crítico, não devendo por isso as-
sumir-se que os autores estão sem-
pre correctos. A leitura crítica impli-
ca colocar questões adequadas. Se
os autores tentam resolver um pro-
blema, devemos perceber se será
um problema pertinente, se existem
soluções simples que os autores não
consideraram e quais são as limita-
ções das soluções que apresentam
(mesmo as que os autores poderão
não ter percebido ou admitido). De-
vemos perceber também se as con-
siderações que os autores fazem
são adequadas, bem como se a or-
ganização do artigo é clara e justi-
ficada. Quando são apresentados
dados, devemos perceber se foram
reunidos os dados correctos, se fo-
ram interpretados de forma correc-
ta e se outros dados seriam mais
consistentes.
Não devemos esquecer-nos que a
leitura crítica deve ser feita de for-
ma construtiva, o que muitas vezes
se torna ainda mais difícil. Assim,
devemos perceber quais são as bo-
as ideias a retirar do artigo, se es-
sas ideias têm outras aplicações ou
extensões que os autores podem
não ter pensado, se podem ser ge-
neralizadas e se existem melhorias
que podiam ter sido feitas com sig-
nificado prático importante.
De destacar que podemos pensar
também se poderíamos começar a
fazer investigação a partir do arti-
go lido e nesse caso qual seria o
próximo passo.
Fazer notas em caso necessário
pode ser um ponto muito importan-
te. O número de artigos lidos não
permite fazê-lo em todos, no entan-
to muitas vezes pode ser importante
escrever tópicos nas margens ou
sublinhar pontos-chave, como por
exemplo dados mais importantes ou
questões mais controversas, o que
ajuda sobretudo quando existe mais
tarde necessidade de o rever.
Quase todos os bons artigos de
investigação tentam proporcionar
uma resposta a uma questão espe-
cífica. Se depois de ler uma vez o
artigo, tentarmos sumarizá-lo numa
ou duas frases e o conseguirmos
fazer, é sinónimo de que percebe-
mos a questão inicial e a resposta
final. Uma vez que conseguimos
perceber a ideia chave, podemos
depois reler com mais detalhe e
perceber outros pormenores incluí-
dos.
Resumir o artigo é uma forma de
tentar determinar a sua contribuição
científica. No entanto, para real-
mente aferir o seu mérito científico,
torna-se necessário comparar o arti-
go a outros trabalhos na mesma
área.
É importante referir que as contri-
buições cientificas podem tomar vá-
rias formas. Alguns artigos oferecem
ideias novas, outros implementam
ideias e/ou mostram a forma como
funcionam, outros ainda reúnem vá-
rias ideias dispersas no mesmo tra-
balho.
Dr.ª Raquel Osório
negócios de família... O sujeito chega no consultório do psiquiatra e desabafa: - Doutor, preciso da sua ajuda! Acho que tou a ficar maluco! Já lá vão três noites que não consigo dormir de tanta preocupação! - E qual o motivo de sua preocupação? - Dinheiro, doutor! - Ah! Mas é muito fácil. É só o senhor parar de pensar no assunto. Outro dia esteve aqui um camarada que também não conseguia dormir por causa das dívidas que tinha contraído com o tio. Disse-lhe que o tio é que deveria ficar preocupado, já que tinha dinheiro pra receber. Daí em diante, ele passou a dormir tranquilo! - Pois é, doutor, era o meu sobrinho!
No hospital... O dono do hospital, ansioso, pergunta ao me dico que acabou de internar uma nova paciente: - E enta o, que tal a paciente do 208? - humm...bem gerida a coisa, pode render uns 5 mil euros por me s...
maluquinho...
O sujeito vai ao psiquiatra e queixa-se:
- Doutor! A minha mulher diz que sou maluco só porque eu gosto de mortadela!
O doutor responde:
- Mas isso não faz o menor sentido! Eu também adoro "MORTADELA"!!
E o paciente:
- Pois é, pois é!!! Então vamos lá pra casa ver a minha coleção! Eu já tenho mais
de "TRE-ZEN-TAS!!
(psico)terapias... O psiquiatra incentiva o paciente: - Pode me contar desde o princí pio... - Muito bem, doutor! No princí pio... eu criei o ce u e a terra...
votação... Um homem vai ao me dico e diz: - Doutor, quero fazer uma vasectomia. O me dico adverte: - Essa e uma decisa o muito se ria. O senhor ja con-sultou a sua mulher e seus filhos? - Claro que sim, doutor. Os que sa o favora veis venceram por 19 a 2!
Como dar más notícias à esposa Uma senhora chega ao hospital e pergunta: – Doutor, sou a mulher do Ze , que sofreu um acidente. Como ele es-ta ? – Bem, da cintura para baixo, ele na o teve nem um arranha o. – Poxa, que alegria! E da cintura para cima? – Na o sei. Ainda na o trouxeram essa parte.
Consultório..ou domicílio... Alta madrugada e o telefone toca na casa do me dico. O me dico, so-nolento, atende o telefone. - Alo ... - Doutor, quanto e que o senhor cobra por uma consulta na casa do paciente? - Duzentos euros. - E por uma consulta no seu con-sulto rio? - Cem euros. - Ta bem, ata o encontramo-nos daqui a meia hora la no seu con-sulto rio.
Dieta milagrosa... - Doutor, como eu faço para emagrecer? - Basta a senhora mover a cabeça da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. - Quantas vezes, doutor? - Todas as vezes que te oferecerem comida.
remédios... O me dico da uma bronca no paciente: – Na o estou a perceber “qual e a sua”... Voce passa a vida a pedir reme dios pra dormir, mas na o sai daquela boate perto da sua casa! – O senhor na o entendeu mesmo... Os reme dios sa o pra minha mulher!
HumorísticasHumorísticasHumorísticas
Página 8
EVENTOS CIENTÍFICOS 2014
Evento Area Datas
19.ª Conferência WONCA Europa Medicina Geral/
Cuidados Primários De 02 a 05 Julho
Open Day Wonca International Classification Committee MGF/CSP De 6 a 11 de Setembro
Wonca International Classification Committee, FCM-UNL MGF/CSP 6 de Setembro
4º Congresso Nacional de Saúde Pública Outra De 02 a 03 Outubro
13ºEncontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Famí-lia
Medicina Geral De 24 a 25 Outubro
6º Congresso Português do Cancro do Pulmão Oncologia De 09 a 11 Outubro
15.º Congresso Nacional de Pediatria Pediatria De 15 a 18 Outubro
X Congresso Nacional de Psiquiatria Psiquiatria De 13 a 14 Novembro
Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Hematologia 2014
Outra De 20 a 22 Novembro
Escola de Outono da APMGF-2014 MGF De 20 a 22 Novembro
Medicina informática vs Medicina centrada no utente
E sta rubrica aborda
e abordará nas próxi-
mas edições os desafios
impostos pela inovação
tecnológica na prática
clínica diária.
Sem dúvida, de positivo
destacam-se: os registos
legíveis, a maior facili-
dade de consulta dos
registos, maior facilida-
de em prescrever (com
simples clicks em vez da
escrita manual), os da-
dos administrativos do
utente disponíveis.
E o que nos é exigido:
a médicos e enfermeiros?
Quantas plataformas in-
formáticas diferentes estão
a ser usadas? E que variam
de unidade para unidade;
e na mesma unidade, au-
sência de transmissão de
dados e registos efectua-
dos pelos profissionais de
s e c t o r e s d i f e r e n -
tes...resultado...duplicação
de trabalho.
E que mais implica? Muita
atenção e dedicação à má-
quina dos registos: o com-
putador. E o utente? Espe-
ra, a sua vez, de poder
entrar na relação que em
15 minutos predomina ser en-
tre o Méd./Enf e o computa-
dor.
E que mais nos exigem? Indi-
cadores...olhem os BI. ”se não
clicar aqui...ali e ali”, por me-
lhor cuidado que tenha na
realidade prestado ao utente,
“não clicou, não está bem vi-
giado...não atingiu indicador”
Susana Santos
BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL
“Comece por fazer que é necessário, depois o que é possível, e de repente estará a fazer o impossível”
São Francisco de Assis
(1182-1226)
PALAVRAS DE MESTRE
Colaboradores nesta Edição: Licínio Fialho, Lídia
Carepa, Inês Rocha, Helena Isabel Fernandes,
Aldina Santos, Luís Amaro, Raquel Osório, Susana
Santos
FICHA TE CNICA
Publicação trimestral
VOLUME 1, EDIÇÃO 1 O DICIONA RIO DOS UTENTES
Dr.ª Lídia Esgaio Carepa
Dôtora, eu nã durmo ...afoga-se-me
a garganta, depois o coração pára de bater
...e as dores...parece um cão a quemer-me per dentre… qué iste ó Dôtora?
Aah Dôtora, tô xeia da dôres na coluna vertical !!!
Aah Dôtora, o cardiologista diz qu´ê tanho uma ratimia cardícula...
Dôtora, venho buscar uma cardencial pro especialista do autoringo
Caixins
2450-125 Nazaré
Telefone: 262 569 120
Fax: 262 561 938
USF Global
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