VOLUME 1, EDIÇÃO 1 JULHO SETEMBRO 2014 BOLETIM …VOLUME 1, EDIÇÃO 1 JULHO — SETEMBRO 2014...

Técnicos e a outros Técnicos, todos têm a oportunidade de dar os seus contributos nas mais variadas formas: artigos científicos, artigos de opinião, crónicas, divulgação de eventos ou outras quais- quer que possam contribuir para uma maior ligação entre todo o universo de colaboradores do ACES. Desta forma ficaremos todos com a informação e a for- mação mais facilitada e mais acessível. Da nossa parte iremos também dando conta do que fazemos e do que perspetivamos fazer. Por ora a periodicidade será trimestral. Se o arrojo e a ambição crescerem pode- remos editá-lo mais precoce- mente mas... como vivendo em época de incertezas, exigências e constrangimen- tos, também nos arrogamos de, humildemente, agendar a sua “saída” para... quan- do sair e se sair. A todos os que nos lêem agradecemos o vosso precioso tempo e a atenção que nos dispensam; a todos os que connosco queiram colaborar presta- mos o nosso reconhecimento pela vossa participação e contributo que em muito nos honra. A USF Global, no seu primeiro ano de vida, formu- la votos de sucesso aos pro- fissionais de todas as unida- des funcionais. EDITORIAL DO COORDENADOR A USF Global cumpre hoje o seu primeiro aniversário. Foi um ano de compromissos, de reor- ganização, de planificação e estabilidade mas igualmente de responsabilidade, de consis- tência e de reflexão. Ultrapas- sámos várias vicissitudes desde estruturais a conjunturais mas reunimos determinação, empre- endedorismo e labor que nos permitem sonhar. Não preten- demos mais do que nos afirmar como um serviço responsável e dedicado ao cidadão onde este encontre e reconheça a USF Global como um local de humanização tão necessário para conforto das suas vulnera- bilidades em saúde. A melhoria do atendimento público aos cidadãos, a cons- trução de proximidades e a elevação da qualidade dos serviços prestados serão o ga- rante de que aquele objetivo possa ser atingido. Apesar de uma equipa peque- na procuramos a nossa realiza- ção e satisfação pessoal. Mas, essencialmente, pretendemos corresponder às expetativas dos cidadãos e da comunidade. Todos sabemos que atravessa- mos um período difícil mas é precisamente nesta altura que surge a oportunidade de dar o melhor com o que dispomos e com o que, de momento, é pos- sível. E é isto mesmo que nos guia: procuramos com me- nos, fazer mais, mais rápi- do e melhor. Constituem valores desta USF a confi- ança, a qualidade, a de- dicação, a equidade e a formação. Será exigência de cada um de nós saber e estar à altura de todos estes predicados. Porque passamos prati- camente um terço da nos- sa vida no nosso local de trabalho, torna-se funda- mental almejar por condi- ções humanas, estruturais e logísticas que nos permi- tam alcançar o êxito para que, acima de tudo, consi- gamos ser e fazer os ou- tros felizes. Porque nada se faz sem o empenho e a dedicação de cada um, termino dei- xando a todos os colegas da USF um forte abraço de amizade e gratidão. Mas este é também o pri- meiro número do Boletim da USF Global. É um es- paço dedicado a todos os colegas, não só da USF Global como a todos os colaboradores do ACES Oeste Norte. E igualmente aberto a todos os que com ele pretendam colaborar. A Médicos de Família ou a futuros especialistas, a Enfermeiros ou a alunos de Enfermagem, a Assistentes USF Global— Um ano, rumo à Saúde JULHO — SETEMBRO 2014 VOLUME 1, EDIÇÃO 1 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Pontos de interesse especiais: A USF Global Higiene íntima feminina Bullying Rastreios Oncológicos Crítica publicações científicas Medicina Tecnológica Nesta edição: 1º aniversário da USF Global 1 Humorístico 7 Eventos científicos 8 Dicionário dos utentes da Nazaré 9 Palavras de Mestre 9 Equipa de Profissionais da USF Global Licínio Fialho

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Técnicos e a outros Técnicos,

todos têm a oportunidade

de dar os seus contributos

nas mais variadas formas:

artigos científicos, artigos de

opinião, crónicas, divulgação

de eventos ou outras quais-

quer que possam contribuir

para uma maior ligação

entre todo o universo de

colaboradores do ACES.

Desta forma ficaremos todos

com a informação e a for-

mação mais facilitada e

mais acessível. Da nossa

parte iremos também dando

conta do que fazemos e do

que perspetivamos fazer.

Por ora a periodicidade

será trimestral. Se o arrojo e

a ambição crescerem pode-

remos editá-lo mais precoce-

mente mas... como vivendo

em época de incertezas,

exigências e constrangimen-

tos, também nos arrogamos

de, humildemente, agendar

a sua “saída” para... quan-

do sair e se sair. A todos os

que nos lêem agradecemos

o vosso precioso tempo e a

atenção que nos dispensam;

a todos os que connosco

queiram colaborar presta-

mos o nosso reconhecimento

pela vossa participação e

contributo que em muito nos

honra. A USF Global, no seu

primeiro ano de vida, formu-

la votos de sucesso aos pro-

fissionais de todas as unida-

des funcionais.

EDITORIAL DO COORDENADOR

A USF Global cumpre hoje o

seu primeiro aniversário. Foi um

ano de compromissos, de reor-

ganização, de planificação e

estabilidade mas igualmente

de responsabilidade, de consis-

tência e de reflexão. Ultrapas-

sámos várias vicissitudes desde

estruturais a conjunturais mas

reunimos determinação, empre-

endedorismo e labor que nos

permitem sonhar. Não preten-

demos mais do que nos afirmar

como um serviço responsável e

dedicado ao cidadão onde

este encontre e reconheça a

USF Global como um local de

humanização tão necessário

para conforto das suas vulnera-

bilidades em saúde.

A melhoria do atendimento

público aos cidadãos, a cons-

trução de proximidades e a

elevação da qualidade dos

serviços prestados serão o ga-

rante de que aquele objetivo

possa ser atingido.

Apesar de uma equipa peque-

na procuramos a nossa realiza-

ção e satisfação pessoal. Mas,

essencialmente, pretendemos

corresponder às expetativas

dos cidadãos e da comunidade.

Todos sabemos que atravessa-

mos um período difícil mas é

precisamente nesta altura que

surge a oportunidade de dar o

melhor com o que dispomos e

com o que, de momento, é pos-

sível. E é isto mesmo que nos

guia: procuramos com me-

nos, fazer mais, mais rápi-

do e melhor. Constituem

valores desta USF a confi-

ança, a qualidade, a de-

dicação, a equidade e a

formação. Será exigência

de cada um de nós saber

e estar à altura de todos

estes predicados.

Porque passamos prati-

camente um terço da nos-

sa vida no nosso local de

trabalho, torna-se funda-

mental almejar por condi-

ções humanas, estruturais e

logísticas que nos permi-

tam alcançar o êxito para

que, acima de tudo, consi-

gamos ser e fazer os ou-

tros felizes.

Porque nada se faz sem

o empenho e a dedicação

de cada um, termino dei-

xando a todos os colegas

da USF um forte abraço

de amizade e gratidão.

Mas este é também o pri-

meiro número do Boletim

da USF Global. É um es-

paço dedicado a todos os

colegas, não só da USF

Global como a todos os

colaboradores do ACES

Oeste Norte. E igualmente

aberto a todos os que com

ele pretendam colaborar.

A Médicos de Família ou a

futuros especialistas, a

Enfermeiros ou a alunos de

Enfermagem, a Assistentes

USF Global— Um ano, rumo à Saúde

JULHO — SETEMBRO 2014 VOLUME 1, EDIÇÃO 1

BOLETIM INFORMATIVO USF

GLOBAL

Pontos de interesse especiais:

A USF Global

Higiene íntima feminina

Bullying

Rastreios Oncológicos

Crítica publicações científicas

Medicina Tecnológica

Nesta edição:

1º aniversário da USF Global 1

Humorístico 7

Eventos científicos 8

Dicionário dos utentes da

Nazaré 9

Palavras de Mestre 9

Equipa de Profissionais da USF Global

Licínio Fialho

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“Este fenómeno sempre

existiu em todos os países e

sociedades…”

“Se não for identificado e

evitado, pode produzir sérios

danos psicológicos... tanto

para as vítimas como para os

agressores. “

Página 2 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

“A aceitação pelos

companheiros é fundamental

para o desenvolvimento da

saúde dos jovens…”

Sabe o que é o bullying ? Saiba mais…

BULLYING

O termo “Bullying” deri-

va do termo inglês

“Bully”, que significa

“valentão”, sendo que o

bullying pode ser tradu-

zido por “intimidação”,

ou seja, trata-se de um

comportamento de ame-

aças e intimidações.

Segundo Lisboa, Braga

e Ebert (2009, s.p.), o

bullying é “o fenómeno

pelo qual uma criança ou

um adolescente é siste-

maticamente exposta(o)

a um conjunto de actos

agressivos (directos ou

indirectos), que ocorrem

sem motivação aparente,

mas de forma intencional,

protagonizados por

um(a) ou mais agressor

(es).” No bullying, a viti-

ma possui pouco ou qua-

se nenhum recurso para

evitar a e/ou defender-

se da agressão. O que o

distingue de outras for-

mas de agressão é o ca-

rácter repetitivo e siste-

mático, e a intencionali-

dade de prejudicar al-

guém que é mais frágil e

que dificilmente se conse-

gue defender ou reverter

a situação. Assim, segun-

do Neto (2005), o

bullying compreende to-

das as atitudes agressi-

vas, intencionais e repeti-

das, adoptadas por um

jovem contra outro (s),

causando dor e angústia,

sendo executadas dentro

de uma relação desigual

de poder.

Este fenómeno sempre

existiu em todos os países

e sociedades, no entanto

houve uma mudança na

maneira de analisar es-

sas atitudes agressivas –

que até então eram ig-

noradas e/ou negligenci-

adas – e passaram então

a encarar-se não como

um fenómeno normal e

inofensivo, mas como um

processo que merece ser

observado, pois implica

graves consequências

(emocionais e cognitivas)

para os envolvidos.

O bullying pode signifi-

car uma forma de afir-

mação de poder inter-

pessoal por meio de

agressão, e a diferença

entre este fenómeno e

brincadeiras de crianças

pode ser muito ténue; no

entanto, quando há sofri-

mento de qualquer um

dos envolvidos, deixa de

se tratar de uma brinca-

deira, para passar a ser

um fenómeno de bullying,

que necessita de atenção

por parte de pais e pro-

fessores.

É um processo que ocor-

re na esfera colectiva,

portanto, é um fenómeno

social pela sua natureza.

Se não for identificado e

evitado, pode produzir

sérios danos psicológicos

para as crianças envolvi-

das, tanto para as víti-

mas como para os agres-

sores.

O contexto de maior

prevalência é o ambiente

escolar, que é o principal

micros sistema em que se

dão as interacções entre

pares, o que não signifi-

ca que não ocorra nou-

tros contextos. Segundo

Neto (2005), a escola é

de grande importância

para as crianças, e os

que não gostam dela

tendem a apresentar

maus desempenhos, com-

prometimentos físicos e

emocionais à sua saúde e

sentimentos de insatisfa-

ção com a vida. A acei-

tação pelos companhei-

ros é fundamental para o

desenvolvimento da saú-

de dos jovens, melhoran-

do as suas habilidades

sociais e fortalecendo a

capacidade de reacção

a situações de tensão. É

de salientar que o

bullying não se restringe

a um determinado nível

socioeconómico, faixa

etária específica ou gé-

nero.

Enf. Luís Amaro E se for consigo?

Com um utente seu?

Com um familiar seu, ou

amigo, ou conhecido?

Preparado(a) para

quebrar o silêncio?

Já lhe aconteceu?

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Página 3 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

O estilo de vida da mulher mo-

derna tem vindo a sofrer modifi-

cações nos últimos anos, implican-

do alteração de hábitos nem sem-

pre benéficos para a sua saúde e

bem-estar. Um exemplo é o uso de

roupas sintéticas justas que contri-

buí para prejudicar, ou até origi-

nar alguns problemas do foro mais

intimo.

A beleza é importante, mas a

mulher também deve atribuir im-

portância à sua higiene genital,

conceito que não é claro e levanta

muitas dúvidas. A higiene íntima

feminina define-se como o conjunto

de práticas de asseio da região

anogenital com o objetivo de a

manter livre de humidade e resí-

duos (urina, fezes, ou fluídos). Com-

preende o hábito de cuidados es-

pecíficos, que deverão contribuir

para a promoção da saúde e bem-

estar, conforto e segurança, preve-

nindo e minimizando o risco de in-

feções. Sabe-se que a maioria das

mulheres terá pelo menos uma infe-

ção vaginal durante a sua vida,

caracterizada por corrimento, pru-

rido ou odor.

Vários fatores extrínsecos podem

interferir com o bem-estar genital

feminino: atividade sexual, tipo de

alimentação, vestuário, estado hor-

monal, emocional e hábitos de higi-

ene. A mulher deve conhecer o seu

corpo, ter noção das mudanças va-

ginais consideradas fisiológicas,

relacionadas com o uso de contra-

cetivos, frequência do coito, duche

vaginal, uso de pensos diários, de-

sodorizantes vaginais, utilização de

antibióticos.

A flora vaginal é constituída em

95% por Lactobacilus acidophilus,

responsáveis pelo pH ácido da

vagina (3,8 a 4,5), na mulher em

idade fértil, que evita prolifera-

ção de agentes patogénese. O

equilíbrio da flora pode ser afe-

tado por infeções genitais, diabe-

tes, toma de medicamentos e gra-

videz. As infeções mais comumente

identificadas quando há desequilí-

brio da flora vaginal são as fúngi-

cas (Candida albicans), as de pro-

tozoários (Tricomonas vaginalis) ou

as bacterianas (Gardnerella vagi-

nalis). Nestas situações a mulher

geralmente queixa-se de um corri-

mento com odor intenso ou fétido,

associado ou não a prurido. As

queixas podem ser apenas referi-

das a desconforto durante as mic-

ções. Alguns casos as queixas são

idênticas no parceiro sexual, sen-

do que a relação sexual agrava

as queixas.

A automedicação é o erro

mais comum, sendo geralmente

utilizado sempre o mesmo medica-

mento, não adequado ao organis-

mo patogénico. O uso errado e

frequente de produtos que alcali-

nizam a vagina e vulva pode faci-

litar o aparecimento de dermato-

ses.

É pois importante e necessário

esclarecer as mulheres sobre como

conseguir uma boa higienização

intima. O produto ideal para higi-

ene intima deve ser compatível

com as mucosas, não deve irritar

nem secar, deve manter o pH áci-

do, ter ação refrescante e Deso-

dorizante, viscosidade adequada

e detergência suave.

Os produtos disponíveis no mer-

cado dividem-se em: agentes de

limpeza, hidratação, proteção e

facilitação das relações sexuais.

Os sabões comuns possuem boa

detergência produzindo bastante

espuma mas o seu pH alcalino po-

de danificar a barreira superficial

da pele levando a secura excessi-

va. Os sabões transparentes

(exemplo glicerina) potenciam se-

cura excessiva e irritação cutânea.

Os sabões cremosos são enriqueci-

dos com agentes humidificantes

que protegem a pele e não inter-

ferem tanto com a camada lipídi-

ca. Os produtos em barra também

não são indicados porque geral-

mente são muito abrasivos e com-

partilhados por toda a família

facilitando a contaminação.

Higiene íntima da mulher .. Verdades, mitos

Vários fatores extrínsecos podem interferir com o bem-estar genital feminino: atividade sexual, tipo de a l imentação , vestuário , estado hormonal, emocional

Continua na página seguinte

Adaptado de Medical News nº 302,

17 março de 2014

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Página 4 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

Os sabonetes íntimos (sólidos) têm

como substancia ativa principal

uma base tensioativa de natureza

aniónica e anfótera, podendo in-

corporar agentes hidratantes e

reguladores de pH, anti-irritantes,

regeneradores e protetores da

zona vulvar, antipuriginosos e an-

tissético. (Saforelle®)

O gel que produz espuma com a

massagem são geralmente agra-

dáveis e proporcionam uma sensa-

ção de frescura. (Velastisa intim ®,

Saugella ®)

Os toalhetes humedecidos são

uteis em algumas situações como

higiene fora de casa, sanitários

públicos, mas o seu uso não deve

ser frequente pois pode remover o

biofi lme l ipídico da pele.

(Lactacyd ®, Saforelle ®, Sau-

gella ®)

Os sabonetes líquidos íntimos são

produtos a base de acido latico e

têm como objetivo manter o pH

mais próximo do ideal para o de-

senvolvimento e manutenção das

células da pele. São recomenda-

dos para uso externo e não para

lavagens vaginais, nem para tra-

tamento de infeções ou inflama-

ções. (Lactacyd ®, Saforelle ®).

Além da escolha do produto de

limpeza é importante a técnica: a

lavagem deve ser feita com água

corrente para favorecer a remo-

ção mecânica das secreções e com

movimentos que evitem o arrastar

de conteúdo perianal para a regi-

ão vulvar. Não devem ser utiliza-

dos sprays, perfumes, talcos ou

lenços humedecidos.

A higiene íntima deve ser realiza-

da de uma a três vez por dia, não

devendo exceder os 3 minutos pa-

ra evitar secagem excessiva do

local. Após a lavagem deve existir

cuidado de hidratação, com gel

(Saugella ®) ou creme de base

aquosa (Velastisa V.V. ®) com pH

compatível com a mucosa vaginal.

O uso sistemático de penso higié-

nico não é recomendado. Mulheres

com excesso de transpiração ou

incontinência urinária devem utili-

zar pensos higiénicos respiráveis

(sem plástico) ou, preferencialmen-

te, usar vestuário absorvente.

O estabelecimento de rotinas de

higiene diária é crucial para estar

sempre cuidada.

Dr.ª Inês Rocha

Higiene íntima da mulher .. Verdades, mitos

Continua na página seguinte

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Página 5 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

Rastreio do cancro do

Colon e do Recto

A USF Global tem vindo a

implementar o rastreio do

cancro colorectal a todos os

seus utentes com idades

compreendidas entre os 50

os 74 anos, baseado no

exame na pesquisa de san-

gue oculto nas fezes (PSOF)

ou pela endoscopia digesti-

va baixa.

No ano de 2013, a uni-

dade cresceu de 15,34%

de utentes, entre os [50-75[

anos, com RCCR efectuado

e em Dezembro de 2013

obtivemos um resultado de

30,33% de utentes com ras-

treio, sendo que a meta

contratualizada era de

25%.

É fundamental que todos

os profissionais de saúde

veiculem uma politica de

auto-responsabilização dos

utentes pela sua saúde e

aproveitem as oportunida-

des oferecidas pela USF.

Enf.ª Aldina Santos

Rastreio do cancro do

colo do útero

O Programa de Rastreio de

Cancro do colo do útero é dirigi-

do a mulheres com idades com-

preendidas entre os 25 e os 64

anos e deve ser realizado pelo

menos de 3 em 3 anos ou de

acordo com a indicação clínica.

Trata-se de um exame (citologia)

indolor e eficaz na deteção de

células anormais do colo uterino

que podem vir a resultar em

cancro se não tratadas.

Apesar da divulgação e convo-

cação das utentes da USF Glo-

bal para realização do rastreio,

constatamos uma certa renitência

em aderirem ao programa, o

que nos deixa preocupados com

as possíveis consequências.

Em 2013 aquando do inicio da

actividade enquanto USF, apre-

sentávamos uma taxa de 37,8%

de mulheres com idades entre os

25 e os 60 anos com colpocitolo-

gia atualizada. Com uma meta

para 2013 de 45% de mulheres

a rastrear, em Dezembro de

2013 obtivemos uma taxa de

46,5% de mulheres rastreadas.

Rastreio do cancro da

mama

O Programa de Rastreio de

Cancro da Mama é dirigido a

mulheres assintomáticas (que não

apresentam sintomas) com ida-

des compreendidas entre os 45

e os 69 anos devendo ser reali-

zada mamografia a cada dois

anos.

Este ano, e bianualmente, as

utentes em idade de rastreio

receberam uma carta de convo-

catória para se dirigirem, ou

foram pela primeira vez, à Uni-

dade Móvel de Rastreio de

Cancro, que esteve junto do

Centro de Saúde da Nazaré.

Também aconselhamos a reali-

zação mensal do auto-exame

da mama para despiste de alte-

rações. Durante este procedi-

mento a mulher poderá detectar

alterações de coloração, de ta-

manho, da forma das mamas,

podendo ainda despistar a exis-

tência de feridas, nódulos e cor-

rimento mamilar. Qualquer alte-

ração detectada na mama, ma-

milo e axila ou se dúvida acon-

selhamos melhor esclarecimento

com o médico de família.

Rastreio Oncológico

O cancro é uma das doenças com maior incidência em Portugal e responsável por um elevado número

de mortos. O reconhecimento dos sinais de alerta e um rápido diagnóstico numa fase inicial potenciam

exponencialmente as probabilidades de sucesso no tratamento. A consciencialização e participação do

utente na prevenção e deteção precoce são fundamentais.

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Página 6 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

C om o aumento exponencial de trabalhos publicados, muito se tem escrito sobre como deve

ser feita a leitura de um artigo cientifico. Assim, fazendo uma revisão do que os especialista nesta área indi-

cam como orientações de leitura de trabalhos científicos, pareceu-nos importante transmitir de forma sucinta

os pontos-chave encontrados.

Leitura crítica de publicações científicas

Q uando lemos um artigo, o

principal objectivo é perceber a

contribuição científica que o autor

pretende dar.

Ler um artigo deve ser um proces-

so crítico, não devendo por isso as-

sumir-se que os autores estão sem-

pre correctos. A leitura crítica impli-

ca colocar questões adequadas. Se

os autores tentam resolver um pro-

blema, devemos perceber se será

um problema pertinente, se existem

soluções simples que os autores não

consideraram e quais são as limita-

ções das soluções que apresentam

(mesmo as que os autores poderão

não ter percebido ou admitido). De-

vemos perceber também se as con-

siderações que os autores fazem

são adequadas, bem como se a or-

ganização do artigo é clara e justi-

ficada. Quando são apresentados

dados, devemos perceber se foram

reunidos os dados correctos, se fo-

ram interpretados de forma correc-

ta e se outros dados seriam mais

consistentes.

Não devemos esquecer-nos que a

leitura crítica deve ser feita de for-

ma construtiva, o que muitas vezes

se torna ainda mais difícil. Assim,

devemos perceber quais são as bo-

as ideias a retirar do artigo, se es-

sas ideias têm outras aplicações ou

extensões que os autores podem

não ter pensado, se podem ser ge-

neralizadas e se existem melhorias

que podiam ter sido feitas com sig-

nificado prático importante.

De destacar que podemos pensar

também se poderíamos começar a

fazer investigação a partir do arti-

go lido e nesse caso qual seria o

próximo passo.

Fazer notas em caso necessário

pode ser um ponto muito importan-

te. O número de artigos lidos não

permite fazê-lo em todos, no entan-

to muitas vezes pode ser importante

escrever tópicos nas margens ou

sublinhar pontos-chave, como por

exemplo dados mais importantes ou

questões mais controversas, o que

ajuda sobretudo quando existe mais

tarde necessidade de o rever.

Quase todos os bons artigos de

investigação tentam proporcionar

uma resposta a uma questão espe-

cífica. Se depois de ler uma vez o

artigo, tentarmos sumarizá-lo numa

ou duas frases e o conseguirmos

fazer, é sinónimo de que percebe-

mos a questão inicial e a resposta

final. Uma vez que conseguimos

perceber a ideia chave, podemos

depois reler com mais detalhe e

perceber outros pormenores incluí-

dos.

Resumir o artigo é uma forma de

tentar determinar a sua contribuição

científica. No entanto, para real-

mente aferir o seu mérito científico,

torna-se necessário comparar o arti-

go a outros trabalhos na mesma

área.

É importante referir que as contri-

buições cientificas podem tomar vá-

rias formas. Alguns artigos oferecem

ideias novas, outros implementam

ideias e/ou mostram a forma como

funcionam, outros ainda reúnem vá-

rias ideias dispersas no mesmo tra-

balho.

Dr.ª Raquel Osório

Boas LeiturasBoas LeiturasBoas Leituras

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VOLUME 1, EDIÇÃO 1 Página 7

Q uando lemos um artigo, o

principal objectivo é perceber a

contribuição científica que o autor

pretende dar.

Ler um artigo deve ser um proces-

so crítico, não devendo por isso as-

sumir-se que os autores estão sem-

pre correctos. A leitura crítica impli-

ca colocar questões adequadas. Se

os autores tentam resolver um pro-

blema, devemos perceber se será

um problema pertinente, se existem

soluções simples que os autores não

consideraram e quais são as limita-

ções das soluções que apresentam

(mesmo as que os autores poderão

não ter percebido ou admitido). De-

vemos perceber também se as con-

siderações que os autores fazem

são adequadas, bem como se a or-

ganização do artigo é clara e justi-

ficada. Quando são apresentados

dados, devemos perceber se foram

reunidos os dados correctos, se fo-

ram interpretados de forma correc-

ta e se outros dados seriam mais

consistentes.

Não devemos esquecer-nos que a

leitura crítica deve ser feita de for-

ma construtiva, o que muitas vezes

se torna ainda mais difícil. Assim,

devemos perceber quais são as bo-

as ideias a retirar do artigo, se es-

sas ideias têm outras aplicações ou

extensões que os autores podem

não ter pensado, se podem ser ge-

neralizadas e se existem melhorias

que podiam ter sido feitas com sig-

nificado prático importante.

De destacar que podemos pensar

também se poderíamos começar a

fazer investigação a partir do arti-

go lido e nesse caso qual seria o

próximo passo.

Fazer notas em caso necessário

pode ser um ponto muito importan-

te. O número de artigos lidos não

permite fazê-lo em todos, no entan-

to muitas vezes pode ser importante

escrever tópicos nas margens ou

sublinhar pontos-chave, como por

exemplo dados mais importantes ou

questões mais controversas, o que

ajuda sobretudo quando existe mais

tarde necessidade de o rever.

Quase todos os bons artigos de

investigação tentam proporcionar

uma resposta a uma questão espe-

cífica. Se depois de ler uma vez o

artigo, tentarmos sumarizá-lo numa

ou duas frases e o conseguirmos

fazer, é sinónimo de que percebe-

mos a questão inicial e a resposta

final. Uma vez que conseguimos

perceber a ideia chave, podemos

depois reler com mais detalhe e

perceber outros pormenores incluí-

dos.

Resumir o artigo é uma forma de

tentar determinar a sua contribuição

científica. No entanto, para real-

mente aferir o seu mérito científico,

torna-se necessário comparar o arti-

go a outros trabalhos na mesma

área.

É importante referir que as contri-

buições cientificas podem tomar vá-

rias formas. Alguns artigos oferecem

ideias novas, outros implementam

ideias e/ou mostram a forma como

funcionam, outros ainda reúnem vá-

rias ideias dispersas no mesmo tra-

balho.

Dr.ª Raquel Osório

negócios de família... O sujeito chega no consultório do psiquiatra e desabafa: - Doutor, preciso da sua ajuda! Acho que tou a ficar maluco! Já lá vão três noites que não consigo dormir de tanta preocupação! - E qual o motivo de sua preocupação? - Dinheiro, doutor! - Ah! Mas é muito fácil. É só o senhor parar de pensar no assunto. Outro dia esteve aqui um camarada que também não conseguia dormir por causa das dívidas que tinha contraído com o tio. Disse-lhe que o tio é que deveria ficar preocupado, já que tinha dinheiro pra receber. Daí em diante, ele passou a dormir tranquilo! - Pois é, doutor, era o meu sobrinho!

No hospital... O dono do hospital, ansioso, pergunta ao me dico que acabou de internar uma nova paciente: - E enta o, que tal a paciente do 208? - humm...bem gerida a coisa, pode render uns 5 mil euros por me s...

maluquinho...

O sujeito vai ao psiquiatra e queixa-se:

- Doutor! A minha mulher diz que sou maluco só porque eu gosto de mortadela!

O doutor responde:

- Mas isso não faz o menor sentido! Eu também adoro "MORTADELA"!!

E o paciente:

- Pois é, pois é!!! Então vamos lá pra casa ver a minha coleção! Eu já tenho mais

de "TRE-ZEN-TAS!!

(psico)terapias... O psiquiatra incentiva o paciente: - Pode me contar desde o princí pio... - Muito bem, doutor! No princí pio... eu criei o ce u e a terra...

votação... Um homem vai ao me dico e diz: - Doutor, quero fazer uma vasectomia. O me dico adverte: - Essa e uma decisa o muito se ria. O senhor ja con-sultou a sua mulher e seus filhos? - Claro que sim, doutor. Os que sa o favora veis venceram por 19 a 2!

Como dar más notícias à esposa Uma senhora chega ao hospital e pergunta: – Doutor, sou a mulher do Ze , que sofreu um acidente. Como ele es-ta ? – Bem, da cintura para baixo, ele na o teve nem um arranha o. – Poxa, que alegria! E da cintura para cima? – Na o sei. Ainda na o trouxeram essa parte.

Consultório..ou domicílio... Alta madrugada e o telefone toca na casa do me dico. O me dico, so-nolento, atende o telefone. - Alo ... - Doutor, quanto e que o senhor cobra por uma consulta na casa do paciente? - Duzentos euros. - E por uma consulta no seu con-sulto rio? - Cem euros. - Ta bem, ata o encontramo-nos daqui a meia hora la no seu con-sulto rio.

Dieta milagrosa... - Doutor, como eu faço para emagrecer? - Basta a senhora mover a cabeça da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. - Quantas vezes, doutor? - Todas as vezes que te oferecerem comida.

remédios... O me dico da uma bronca no paciente: – Na o estou a perceber “qual e a sua”... Voce passa a vida a pedir reme dios pra dormir, mas na o sai daquela boate perto da sua casa! – O senhor na o entendeu mesmo... Os reme dios sa o pra minha mulher!

HumorísticasHumorísticasHumorísticas

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EVENTOS CIENTÍFICOS 2014

Evento Area Datas

19.ª Conferência WONCA Europa Medicina Geral/

Cuidados Primários De 02 a 05 Julho

Open Day Wonca International Classification Committee MGF/CSP De 6 a 11 de Setembro

Wonca International Classification Committee, FCM-UNL MGF/CSP 6 de Setembro

4º Congresso Nacional de Saúde Pública Outra De 02 a 03 Outubro

13ºEncontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Famí-lia

Medicina Geral De 24 a 25 Outubro

6º Congresso Português do Cancro do Pulmão Oncologia De 09 a 11 Outubro

15.º Congresso Nacional de Pediatria Pediatria De 15 a 18 Outubro

X Congresso Nacional de Psiquiatria Psiquiatria De 13 a 14 Novembro

Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Hematologia 2014

Outra De 20 a 22 Novembro

Escola de Outono da APMGF-2014 MGF De 20 a 22 Novembro

Medicina informática vs Medicina centrada no utente

E sta rubrica aborda

e abordará nas próxi-

mas edições os desafios

impostos pela inovação

tecnológica na prática

clínica diária.

Sem dúvida, de positivo

destacam-se: os registos

legíveis, a maior facili-

dade de consulta dos

registos, maior facilida-

de em prescrever (com

simples clicks em vez da

escrita manual), os da-

dos administrativos do

utente disponíveis.

E o que nos é exigido:

a médicos e enfermeiros?

Quantas plataformas in-

formáticas diferentes estão

a ser usadas? E que variam

de unidade para unidade;

e na mesma unidade, au-

sência de transmissão de

dados e registos efectua-

dos pelos profissionais de

s e c t o r e s d i f e r e n -

tes...resultado...duplicação

de trabalho.

E que mais implica? Muita

atenção e dedicação à má-

quina dos registos: o com-

putador. E o utente? Espe-

ra, a sua vez, de poder

entrar na relação que em

15 minutos predomina ser en-

tre o Méd./Enf e o computa-

dor.

E que mais nos exigem? Indi-

cadores...olhem os BI. ”se não

clicar aqui...ali e ali”, por me-

lhor cuidado que tenha na

realidade prestado ao utente,

“não clicou, não está bem vi-

giado...não atingiu indicador”

Susana Santos

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL

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“Comece por fazer que é necessário, depois o que é possível, e de repente estará a fazer o impossível”

São Francisco de Assis

(1182-1226)

PALAVRAS DE MESTRE

Colaboradores nesta Edição: Licínio Fialho, Lídia

Carepa, Inês Rocha, Helena Isabel Fernandes,

Aldina Santos, Luís Amaro, Raquel Osório, Susana

Santos

FICHA TE CNICA

Publicação trimestral

VOLUME 1, EDIÇÃO 1 O DICIONA RIO DOS UTENTES

Dr.ª Lídia Esgaio Carepa

Dôtora, eu nã durmo ...afoga-se-me

a garganta, depois o coração pára de bater

...e as dores...parece um cão a quemer-me per dentre… qué iste ó Dôtora?

Aah Dôtora, tô xeia da dôres na coluna vertical !!!

Aah Dôtora, o cardiologista diz qu´ê tanho uma ratimia cardícula...

Dôtora, venho buscar uma cardencial pro especialista do autoringo

Caixins

2450-125 Nazaré

Telefone: 262 569 120

Fax: 262 561 938

[email protected]

USF Global

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