Volei 03

22
Curso de Voleibol: Iniciação e Formação de Equipes MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

Transcript of Volei 03

Page 1: Volei 03

Curso de Voleibol: Iniciação e Formação

de Equipes

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

Page 2: Volei 03

46

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

MÓDULO III 3. FUNDAMENTOS

Definem-se fundamentos como sendo as partes que, quando somadas compõem o

jogo como um todo. Os fundamentos técnicos do jogo são: o saque, a recepção, o

levantamento, o ataque, o bloqueio e a defesa (RIBEIRO, 2004).

De acordo com a sua dependência ou não do adversário, podem ser classificados

como princípios ofensivos, que são os que podem resultar em ponto (saque,

levantamento, ataque); e princípios defensivos, que não resultam em ponto direto

(recepção, defesa) (RIBEIRO, 2004). O bloqueio, por suas particularidades pode ser

considerado um princípio tanto ofensivo, quanto defensivo.

Além dos fundamentos, nós temos os chamados elementos, que são recursos

técnicos utilizados para a execução dos fundamentos. Nesta categoria temos as posturas

básicas ou posições de expectativa, deslocamentos, toque e manchete, além de outros

menos utilizados.

Os fundamentos e elementos caracterizam o voleibol. Quanto melhor for a técnica

de execução de ambos, maior será o nível de proficiência na modalidade do praticante.

3.1 Descrição dos fundamentos:

3.1.1 Saque

Uma das principais características do saque é o fato de ser a única ação do jogo

que depende somente do executor. O saque é a primeira ação do rally. Portanto, o

executor pode planejar com antecedência todo o movimento, diferentemente das demais

situações de jogo. Desta forma, O saque é a única habilidade motora fechada do voleibol

(ZACARON e KREBS, 2006).

Quando o voleibol foi criado, o objetivo do saque era eminentemente colocar a bola

em jogo. Com a evolução do desporto, passou a ser uma forma de dificultar as ações do

Page 3: Volei 03

47

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

adversário e, até mesmo, um meio de conseguir o ponto em disputa diretamente

(RIBEIRO, 2004).

Um bom saque se caracteriza pela sua precisão, potência, irregularidade da

trajetória da bola, emprego estratégico e nível de dificuldade imposto ao adversário. É

interessante que o atleta de voleibol domine mais de um tipo de saque (MACHADO,

2006).

Os tipos de saque mais utilizado são:

• Saque por baixo – É um tipo de saque que atualmente só é utilizado por crianças

no início da aprendizagem, praticantes com pouca habilidade ou que não tem

condições físicas de realizar um saque mais potente. Possui um índice de precisão

satisfatório, sendo essa sua principal virtude. Deve ser incentivado o seu uso em

treinamento de iniciantes, pois a sua baixa potência permite a continuidade do jogo

por mais vezes (ROCHA, 2004).

• Saque por cima (tipo tênis) – Em virtude da velocidade do braço e do ângulo de

contato com a bola, o saque por cima é bem mais potente do que o por baixo.

Exige um maior controle motor do executante. É o tipo de saque mais utilizado por

praticantes de nível intermediário, além de ser utilizado no alto nível. É um saque

mais agressivo do que o por baixo, porém mais conservador do que os tipos que

veremos adiante (ROCHA, 2005).

• Saque flutuante com salto: É uma evolução do saque por cima. O aluno deve

manter os procedimentos técnicos do saque anterior e acrescentar um salto antes

de sua execução, devendo buscar o contato com a bola no ponto de máximo

alcance possível. O golpe na bola deve ser com a palma da mão rígida, buscando

imprimir uma trajetória irregular e sem giros no seu percurso (BIZZOCHI, 2004).

• Saque viagem ao fundo do mar: É o saque mais forte que se conhece.

Consequentemente é o mais utilizado no alto nível atualmente. Para a sua

execução o atleta deve lançar a bola para o alto e fazer um gesto semelhante ao

da cortada, golpeando a bola no ponto mais alto e imprimindo uma rotação da bola

de cima para baixo, através de uma violenta flexão do punho (RIBEIRO, 2004).

Page 4: Volei 03

48

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Os jogadores iniciantes devem se preocupar prioritariamente em acertar a técnica

para a execução do saque. Na medida em que o nível técnico vai aumentando e o aluno

tem um maior controle sobre o saque, deve ser incentivado que o aluno busque alvos

específicos, direcionando o saque para estes (MACHADO, 2006).

3.1.2 Recepção

Como visto anteriormente, a construção de uma jogada é realizada, normalmente,

através dos três toques que a equipe tem direito. Quando a bola é originária de um saque

do adversário, a ação de jogo é denominada recepção (RIBEIRO, 2004).

Portanto, a recepção atua diretamente contra o saque do adversário. É um

fundamento que tem importância essencial na finalização da jogada ofensiva da equipe.

Quanto mais precisa for, maior possibilidade de êxito terá levantamento e,

consequentemente, o ataque.

É realizada normalmente através do toque ou da manchete. Sua ineficácia pode

proporcionar um ponto direto para o adversário ou uma maior possibilidade disto

acontecer. É importante em situações de jogo delimitar a área de responsabilidade de

cada aluno, dividindo as responsabilidades (MACHADO, 2006).

O estado de prontidão, que permite ao atleta reagir o mais rapidamente possível

quando da detecção de uma ação do oponente e a capacidade de antecipação são pré-

requisitos fundamentais para a obtenção de uma recepção de qualidade.

3.1.3 Levantamento

É a ação preparatória para a finalização da jogada ofensiva da equipe, sendo

normalmente o segundo toque dos três que a equipe tem direito. É uma habilidade que

requer extrema precisão, sendo considerada uma habilidade motora fina. Assim, o toque

é o recurso que mais é utilizado para a sua realização (BOJIKIAN, 2003).

Page 5: Volei 03

49

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Com a evolução do voleibol, o levantamento deixou de ser apenas a ação de

erguer a bola para o alto para ter um aspecto tático/estratégico vital para a finalização das

jogadas.

O levantamento é um fundamento primordial para o sucesso da jogada ofensiva da

equipe. O atleta que desempenha esta função deve ter uma visão apurada do jogo,

conseguindo ter uma boa leitura das características de seus adversários, para explorar

suas possíveis falhas, além de perceber as virtudes e o momento psicológico de seus

atacantes. Por tantas atribuições complexas, o levantador é considerado a alma da

equipe (RIBEIRO, 2004).

Diversas formas de toque podem ser efetuadas para sua realização. O mais fácil e

comum é o toque para frente. Porém, levantadores habilidosos utilizam-se dos toques

laterais, para trás e em suspensão (toque com salto) para a sua realização. Em casos de

recepção inadequada, recursos como à manchete e o levantamento com apenas uma das

mãos devem ser utilizados (RIBEIRO, 2004).

O levantador pode optar pela execução do levantamento obedecendo a diferentes

empregos estratégicos no contexto do jogo, condicionados a sua habilidade e a dos seus

atacantes. Sendo assim, temos as alternativas de ataque denominadas de ataque de

ponta, com bolas altas ou rápidas; ataque de meio (rápidas); jogadas combinadas;

ataques de fundo da quadra; entre outras.

3.1.4 Ataque

É o fundamento do jogo que desperta o maior interesse na maioria dos praticantes.

Constitui-se de uma combinação de movimentos que culmina com um golpe na bola no

ponto mais alto possível, que na maioria das vezes encerra um rally.

O ataque é um fundamento que normalmente motiva o aprendiz e é praticado

espontaneamente pelos alunos nos momentos de intervalo de treinamento e mesmo nos

momentos em que não está treinando. Atualmente temos ciência de um grande número

Page 6: Volei 03

50

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

de brincadeiras que envolvem o ataque. Tal situação favorece o aparecimento de alguns

erros técnicos (BIZZOCHI, 2004).

É uma habilidade motora de execução bastante complexa. Sua preparação para a

realização varia em conseqüência da recepção e da trajetória do levantamento. Um bom

atacante deve dominar golpes variados para sua execução, já que o tempo que ele tem

para decidir no momento da jogada é pequeno (MACHADO, 2006).

O alcance do jogador no momento de golpear a bola e o entendimento da dinâmica

do jogo e das várias situações a ela inerentes são outros importantes requisitos, que

podem ajudar na formação de um atacante de qualidade.

De acordo com as regras atuais do jogo (sistema de pontos por rally), o ataque

assumiu um papel ainda mais importante para o resultado final da partida.

3.1.5 Bloqueio

É o fundamento que busca interceptar ou diminuir a velocidade do ataque do

adversário próximo a rede. Tem como particularidade o fato de poder ter um caráter tanto

ofensivo quanto defensivo, de acordo com seu emprego estratégico no jogo.

O bloqueio é um fundamento considerado de fácil aprendizado, porém de difícil

aplicabilidade no jogo. Este fato é decorrente dos poucos elementos inerentes à dinâmica

da sua execução, que contrasta com o reduzido tempo para o sucesso de sua ação, ou

seja, conseguir parar o ataque adversário (BIZZOCHI, 2004).

A dificuldade da sua aplicação em situações concretas de jogo está relacionada ao

seu confronto direto contra o ataque. Como a bola está de posse de seu adversário, este

é quem decide qual a natureza do ataque a ser realizado, com o bloqueador só tomando

ciência após a efetivação do levantamento. Sendo assim, toda movimentação necessária

para sua realização tem que ser feita em um tempo mínimo.

Page 7: Volei 03

51

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Talvez seja o fundamento que maior desgaste ocasiona em seu treinamento e, ao

contrário do ataque, não é dos mais estimulantes para o aluno, provavelmente pelos

poucos sucessos conseguidos em sua execução (RIBEIRO, 2004).

3.1.6.Defesa

É a ação que visa impedir o ataque adversário, quando este passa pelo bloqueio. É

o fundamento que mais recursos são utilizados para a sua execução, com o próprio corpo

servindo como uma espécie de escudo para defender a bola. A coragem é um pré-

requisito indispensável para a formação de um bom defensor (BIZZOCHI, 2004).

A importância da defesa na dinâmica do jogo pode ser entendida a partir da

constatação que cada vez que se executa uma defesa com sucesso, o adversário deixa

de pontuar e a equipe que defendeu tem condições de executar um contra-ataque,

passando a ter uma maior possibilidade de vencer o rally em disputa (RIBEIRO, 2004).

O ângulo descrito pelo ataque e a velocidade do mesmo são fatores que

contribuem para a dificuldade em obter sucesso nas ações defensivas. O jogador de

defesa deve atuar em conjunto com seu colega de bloqueio, procurando minimizar os

espaços vulneráveis na quadra, já que o tempo não é suficiente para realização de

deslocamentos.

O entendimento do jogo faz com que o jogador tenha uma melhor leitura das ações

do seu oponente, podendo se antecipar à ação deste, diminuindo sua desvantagem.

Aspectos importantes a serem analisados pelo defensor são a velocidade da bola, a

proximidade da bola com a rede, as características individuais dos atacantes, entre outras

(BOJIKIAN, 2003).

3.2 Técnica de execução dos fundamentos e elementos

3.2.1 Saque.

Para a execução do saque por baixo, temos dois momentos:

Page 8: Volei 03

52

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

1 – Fase preparatória: De frente para a quadra adversária, tronco ligeiramente inclinado à

frente. A bola deverá ser segura com a mão que não golpeará a bola, aproximadamente

na altura do quadril. O pé contrário à mão que golpeará a bola deve estar à frente. O

braço que irá realizar o golpe na bola deve estar estendido para trás.

2 – Execução: O aluno deverá fazer um movimento único do braço que golpeará a bola,

tocando nesta com a mão fechada e em supinação. A bola deverá ser solta pela outra

mão um pouco antes do golpe. O golpe deve ser efetuado aproximadamente na altura do

quadril (BIZZOCHI, 2004).

Saque por cima:

1 – Preparação: De frente para a quadra adversária, corpo ereto, segurando a bola com a

mão contrária a que executará o saque ou com ambas as mãos. O Pé contrário à mão

que golpeará a bola deverá estar posicionado à frente (Rocha, 2004).

2 – Execução: O aluno lançará a bola acima da sua cabeça, na direção do ombro do lado

que a bola será golpeada. Em um movimento firme, deverá golpear a bola com a palma

da mão aberta, buscando uma angulação que a permita passar sobre a rede.

Figura 3.1. Saque por cima

Page 9: Volei 03

Figura 3.1, extraída do site www.cbv.com.br

Saque flutuante:

Aluno de frente para a quadra, a uma distância da linha de fundo que lhe permita

realizar o seu deslocamento tranquilamente.

O aluno lançará a bola para o alto, dará o número suficiente de passadas, saltará

tendo seu último contato com o solo com o pé contrário a mão que vai golpear a bola a

frente, e golpeará a bola com a palma da mão “chapada”, no ponto de máximo alcance,

tentando conferir uma trajetória irregular a bola.

Saque viagem ao fundo do mar:

O aluno estará de frente para a quadra, a uma distância da linha de fundo que

permita fazer a corrida de aproximação.

Em seguida lançará a bola e fará uma pequena corrida de aproximação

semelhante ao deslocamento realizado para o ataque, e golpeará a bola fazendo uma

53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 10: Volei 03

flexão do punho por sobre a bola, no momento de contato com a mesma, de forma que a

bola saia girando no sentido de cima para baixo, alcançando uma maior velocidade.

Figura 3.2. Saque viagem ao fundo mar

Figura 3.2. Extraída do site www.cbv.com.br

3.2.2 Toque

O toque é o elemento mais característico de um jogo de voleibol e deve ser

dominado por todos os jogadores. Sua descrição será feita em duas etapas:

1 – Entrada sob a bola: Os joelhos e cotovelos devem estar semi-flexionados, os

membros inferiores com um afastamento suficiente para proporcionar equilíbrio ao corpo.

A bola deve estar exatamente acima da cabeça no momento do contato. Um pé deverá

estar ligeiramente à frente do outro. As mãos devem estar com os dedos estendidos, com

um formato arredondado para melhor acomodar a curvatura da bola.

54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 11: Volei 03

55

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

2 – Execução: O contato com a bola deve ser feito com a parte interna dos dedos, com

uma pequena flexão do punho. Os dedos devem encaixar perfeitamente na bola, como se

fossem segurá-la. Os polegares são a base principal, auxiliados pelos indicadores e

médios. Os anulares e os mínimos participam menos da execução. Os cotovelos e joelhos

deverão estender-se simultaneamente impulsionando a bola (MACHADO, 2006).

As variações do toque (toque lateral, toque de costas) seguem o mesmo princípio

básico. A única forma que tem uma diferença considerável é o toque em suspensão, onde

o aluno deverá realizar um salto e tocar na bola no ponto mais alto possível.

3.2.3 Manchete

Deve ser realizada com os braços estendidos à frente do corpo. As mãos se unem

de forma que seja conseguida a maior simetria possível, além de oferecer uma ampla

superfície de contato. As pernas devem estar ligeiramente afastadas, com um dos pés

estando um pouco à frente do outro, com os joelhos devendo estar semi-flexionados.

O corpo deve estar atrás da linha da bola, sempre direcionado para o local que se

pretende enviar a bola. O contato com a bola deve ser feito com o antebraço, jamais com

o punho. Deve ser feita uma extensão do joelho e do tronco, além de uma breve elevação

dos braços, sem haver a flexão do cotovelo.

A manchete foi o último dos fundamentos a aparecer no jogo de voleibol. Como o

saque foi ficando mais potente, e o toque, que era o recurso utilizado para a recepção não

era mais tão eficaz, abrindo espaço para a implantação da manchete (BIZZOCHI, 2004).

3.2.4 Recepção

A recepção é geralmente realizada através da manchete, sendo utilizado o toque

em algumas ocasiões. Tem como principais objetivos, primeiramente evitar que o saque

do adversário se transforme em ponto; e posteriormente, buscar a máxima qualidade

possível para facilitar as ações subseqüentes da equipe.

Page 12: Volei 03

56

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

A forma de o aluno intervir na bola vai estar diretamente relacionada à trajetória e

velocidade da mesma. Sendo assim, em saques mais potentes, velozes o receptor deve

tentar amortecer a bola, diminuindo sua velocidade. Quando o saque é mais fraco, mais

lento, ocorre o contrário, ou seja, o receptor deve aumentar a velocidade da bola

(RIBEIRO, 2004).

3.2.5 Levantamento

O levantamento normalmente é realizado através do toque, possuindo

características técnicas bastante similares a este. Quando o aluno já domina a técnica,

devemos orientá-lo a tentar fazer o mesmo procedimento gestual técnico para levantar

bolas para diferentes locais da quadra, com o objetivo de enganar o adversário.

Outra forma de desenvolvimento técnico do levantamento é a variação na altura e

na velocidade imposta à bola. Quanto mais veloz é o levantamento, maior terá que ser o

entrosamento do levantador com os atacantes, e maior é a margem de erro na jogada.

Porém, também implica em maior dificuldade para a marcação adversária.

Um bom levantamento deve obedecer alguns critérios táticos e estratégicos, como:

* Manter todos os seus atacantes motivados e aquecidos.

* Retardar ao máximo a definição da trajetória da bola

* Perceber o atacante em melhor condição para finalizar a jogada.

* Jogar em função do bloqueio menos eficiente.

* Observar qual alternativa de ataque está obtendo melhor resultado.

* Analisar a relação entre o saque adversário e a recepção de seu time, tentando antever

situações que possam interferir no desfecho da jogada.

* Utilizar os levantamentos para uma maior distância para dificultar a ação do bloqueio

adversário.

Page 13: Volei 03

57

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

3.2.6 Ataque

É o fundamento com maior riqueza de movimentos dentro do voleibol. Requer uma

combinação de movimentos extremamente complexa para a sua execução.

Pode ser feito através de bolas com altura variada; diferentes velocidades e

distância da rede. Um bom atacante deve dominar golpes variados para maior eficiência

no fundamento.

Para melhor entendimento, vamos fracionar sua execução em seis fases:

Fase 1 : Deslocamento ou passadas: Quantidade de passos que serão dados até o local

do salto. O número de passos varia geralmente entre dois e quatro. Porém este número

não deve ser pré-determinado e sim ajustado de acordo com as características do aluno.

A velocidade horizontal proveniente do deslocamento deve ser aproveitada no salto.

Fase 2 : Preparação ou ajuste: É o último contato do corpo com o solo. Normalmente a

última passada é a mais larga e a finalização deve ser feita com o pé contrário à mão que

vai golpear a bola estando ligeiramente à frente. O aluno deverá estar a aproximadamente

80 cm da rede. Os membros inferiores se flexionam, o tronco é trazido um pouco para

frente e os membros superiores são estendidos atrás do corpo.

Fase 3 : Salto: Os braços são trazidos estendidos para a frente do corpo, sendo ainda

lançados para o alto. Os membros inferiores se estendem, assim como o tronco. A

velocidade horizontal da corrida auxilia na impulsão vertical, ajudando na busca pelo

máximo alcance.

Fase 4 : Fase aérea: Após sair do chão há toda uma preparação para o ataque. O tronco

faz uma leve hiper-extensão, as pernas são flexionadas para trás, o braço que vai golpear

a bola vai para trás da cabeça.

Fase 5 : Golpe na bola: O corpo se fecha sobre a bola, através de uma flexão do tronco e

da volta das pernas que estavam flexionadas para trás. O braço de ataque vem para

Page 14: Volei 03

frente até o encontro com a bola, no ponto de maior alcance possível. Deve ser feita ainda

uma flexão de punho, para imprimir rotação à bola.

Fase 6 : Aterrissagem : Os membros inferiores devem flexionar-se, para recuperação do

equilíbrio e preservação das articulações. O aluno deve voltar ao solo em condições que

lhe permita dar seqüência ao jogo (BIZZOCHI, 2004).

Figura 3.3. Golpe na bola no ataque.

Figura 3.3. Extraída do site www.cbv.com.br

58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 15: Volei 03

59

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

3.2.7 Bloqueio

O aluno deverá estar de frente para a rede; com os joelhos semi-flexionados; com

os cotovelos na altura e na direção dos ombros; palmas das mãos voltadas pra frente.

Pode ser necessária a execução de passadas para ajustar o corpo ao local que vai ser

realizado o ataque.

Alguns fatores interferem na eficácia de sua execução como o tempo disponível

para a preparação; a distância entre o local do golpe na bola pelo atacante e o

bloqueador; a altura e a velocidade do levantamento; a quantidade de possibilidades de

combinação de ataque do adversário (BIZZOCHI, 2004).

O bloqueio pode ser feito por:

# 1 Jogador: bloqueio simples

# 2 Jogadores: bloqueio duplo

# 3 Jogadores: bloqueio triplo

Figura 3.4. Bloqueio simples.

Page 16: Volei 03

Figura 3.4. Extraída do site www.cbv.com.br

Figura 3.5. Bloqueio duplo.

60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 17: Volei 03

Figura 3.5. Extraída do site www.cbv.com.br

O bloqueio pode ser:

Defensivo: Quando o objetivo é fazer com que a bola toque no bloqueador e o jogo

tenha prosseguimento. Normalmente é realizado quando o bloqueador tem um alcance

menor do que o atacante.

Ofensivo: Quando o objetivo é finalizar o ponto diretamente. Geralmente é

realizado quando o alcance do bloqueador é maior do que o do atacante.

O bloqueio sofre influência de fatores como tempo de bola do atacante e do

bloqueador; trajetória descrita pela bola a partir do levantamento; número de alternativas

de ataque; entre outras.

3.2.8 Defesa

61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 18: Volei 03

62

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Normalmente é realizada através da manchete ou do toque. Porém, é entre os

fundamentos o que apresenta um maior número de recursos.

O defensor deve partir de uma posição de expectativa baixa, apoiado na ponta dos

pés para facilitar um possível deslocamento. A análise de todos os fatores que interferem

no posicionamento do defensor deve ser feita rapidamente.

O defensor deve procurar se posicionar de frente para o atacante, buscando estar

com o pé mais próximo da linha lateral mais a frente. Quando do contato com a bola, o

jogador de defesa deve procurar amortecer a bola ou fazer com que ela vá o mais para o

alto possível, de forma que outro componente da equipe possa dar prosseguimento ao

jogo.

3.3 Aplicabilidade dos elementos e fundamentos a situações de jogo

3.3.1 Posição de expectativa:

É a postura adotada pelo aluno que o permita agir prontamente assim que a

situação exigir em condições ideais de velocidade e qualidade de movimento. Sua

importância no contexto do jogo de voleibol se justifica pela imprevisibilidade e rapidez

das ações. Quanto mais rápida a resposta a uma situação de jogo, maior a possibilidade

de sucesso (BIZZOCHI, 2004).

É um hábito que deve ser estimulado desde os momentos iniciais da

aprendizagem. O professor deve prover meios para que os alunos iniciantes entendam

sua importância no contexto do jogo.

As posições de expectativa mais utilizadas no voleibol são a baixa, que é mais

empregada em situações de defesa e de proteção ao ataque; a média, utilizada

principalmente para a recepção e levantamento; e a alta, que é mais usada para o saque

(exceto o por baixo), ataque e bloqueio (MACHADO, 2006).

3.3.2 Deslocamento:

Page 19: Volei 03

63

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

São as movimentações específicas necessárias para o emprego dos fundamentos

a situações de jogo. Os deslocamentos no voleibol são realizados normalmente através

de passadas e, esporadicamente, através de pequenas corridas. Quanto maior é o nível

dos praticantes, mais velocidade tem o jogo e maior será a necessidade de

movimentações velozes e eficazes (BIZZOCHI, 2004).

O discernimento do aluno pode o levar a escolher mais rapidamente qual

deslocamento irá utilizar. As passadas mais comuns são realizadas para frente,

lateralmente, em diagonal e para trás.

3.3.3 Toque

Considerado o elemento mais característico e preciso do jogo de voleibol, o toque

pode ser utilizado para a recepção, o levantamento, a defesa e até mesmo para o ataque.

Auxilia tanto nos princípios ofensivos quanto nos princípios defensivos.

3.3.4 Manchete

Ação eminentemente defensiva, utilizada nos fundamentos recepção e defesa,

além do levantamento, em situações de necessidade. Também pode ser um recurso para

o envio da bola para a quadra adversária, embora promova pouca perturbação na equipe

oponente.

3.3.5 Saque

De acordo com os diferentes tipos de execução o saque pode ser utilizado para um

dos seguintes objetivos:

* Colocar a bola em jogo

* Dificultar ao máximo a recepção adversária

* Conseguir o ponto direto

Page 20: Volei 03

64

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

O saque possui ainda outras características relacionadas a sua trajetória, podendo

ser (BIZZOCHI, 2004):

- Longo ou curto

- Alto ou rasante

- Distante ou próximo da linha de fundo

- Diagonal ou paralela

3.3.6 Recepção

Tem funções inversamente proporcionais ao saque, ou seja:

* Evitar o ponto do adversário

* Proporcionar uma maior facilidade para a finalização da jogada ofensiva.

3.3.7 Levantamento

Normalmente é o segundo toque da equipe, usado para a preparação do ataque e

é realizado preferencialmente através do toque, por este ser mais preciso e pelo fato do

levantador estar mais próximo com os braços elevados da mão do atacante (BIZZOCHI,

2004). O levantador pode também efetuar o ataque de segunda, buscando enganar o

bloqueio adversário.

O levantador é o principal responsável pela organização da equipe dentro de

quadra, principalmente relacionado aos aspectos ofensivos.

3.3.8 Ataque

Fundamento responsável pela finalização da maioria dos rallys. O ataque pode ser

realizado através de golpes potentes, podendo ser em diagonal ou na paralela; pode ser

feito através de largadas; ou por ataques de meia força.

Page 21: Volei 03

Em todas as situações, o atacante deve agir em função do levantamento e da

marcação do bloqueio adversário.

3.3.9 Bloqueio

Compõe, junto com a defesa, o sistema defensivo da equipe. Tem importante

função para a equipe, não só na conquista dos pontos, como também por diminuir a área

do atacante, além de amortecer ações ofensivas, facilitando o trabalho da defesa.

3.3.10 Defesa

Componente do sistema defensivo tem sua importância fundamentada por impedir

o ponto do adversário. Na maioria das vezes, o jogador de defesa está em flagrante

desvantagem em relação ao atacante adversário.

Este é um dos motivos de algumas mudanças importantes das regras do jogo, que

visam fazer com que a bola permaneça mais tempo em jogo. A criação do líbero e a

permissão dos dois toques simultâneos na primeira bola da equipe são exemplos dessas

mudanças (BIZZOCHI, 2004). Figura 3.6. O líbero.

Figura 3.6. Extraída do site www.cbv.com.br

65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Page 22: Volei 03

66

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

-------------FIM DO MÓDULO III-------------