Você sabe o que pedir?

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Por Marco Tulio Michalick Publicado na Revista Cristã de Espiritismo , edição nº 83, ano 2010

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Por Marco Tulio Michalick

Publicado na Revista Cristã de Espiritismo , edição nº 83, ano 2010

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Estamos acostumados a pedir, em nossas orações, algo queconsideramos importante, porém, quando conseguimos a graça,voltamos a pedir algo que, muitas vezes, julgávamos trivial ebanal, sem ao menos agradecer as nossas súplicas anteriormenteatendidas.

Acostumados a petições intermináveis, julgamos sermosmerecedores de alguma vantagem ou privilégio, simplesmente portermos uma religião e, algumas vezes, praticarmos a caridade.Doce ilusão pensar que “somos especiais” por fazer algo que não émais do que a nossa obrigação. Podemos usar, neste caso, ametáfora do filho que barganha com o pai para ganhar um carro sepassar no vestibular. Mas a barganha é coisa antiga e chega a sercômica em algumas situações, como aquela em que o individuobarganha com Deus caso venha a ganhar na loteria; irá praticarcaridade e ajudar muitas instituições beneficentes! Mas, sabemosque quando a matéria sobrepõe à espiritualidade torna-se umaarma perigosa, capaz de escravizar a sociedade sedenta e desejosade felicidade, e achamos que na abonança financeira iremospossuir esta felicidade.

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Oramos por projetos pessoais, mas,para amenizar a consciência,alegamos intimamente que outraspessoas também serão beneficiadas. Averdade é que pensamos primeiro emnós. É difícil encontrarmos alguémrogando a Deus para que nacaminhada evolutiva não obtenhanenhuma vantagem e que seja feita avontade de Deus em sua provação.

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E somos ingratos quando não somos atendidos, achamos queDeus não olha por nós, que somos excluídos ou coisa parecida,pois tantas pessoas conseguem ser atendidas e nós, não. Nolivro Palavras de Vida Eterna, psicografado por Chico Xavier,pelo espírito de Emmanuel, podemos ler - no capítulo Rogar -que “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nosparecem males são bens que não chegamos a entender, depronto, e basta analisar as ocorrências da vida parapercebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bensresultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiamo coração”. Pensamos estar preparados, mas quando estesentimento não se concretiza nos sentimos incompetentes. Podelevar anos para entendermos que aquele projeto que tantoansiávamos poderia ser prejudicial para nós nesta encarnaçãopor não estarmos aptos a exercê-lo na oportunidade em quetanto almejávamos.

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Mesmo assim, ainda contamos comamigos espirituais que se prejudicam porse comoverem com nossas súplicas, e emnome do amor, recorrem à espiritualidadesuperior, “mas nem sempre estamoshabilitados a receber o que desejamos”,comenta Emmanuel.

A verdade é que nem sempreestamos satisfeitos com o que temos,precisamos de mais. O sonho de ter umcarro é normal, mas porque o vizinho temum melhor, precisar se igualar ou superá-lo por mera vaidade já é um ato dearrogância. Perturbar-se por vulgaridadesé prejudicial, afetando, inclusive, aquelesque nos cercam.

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Temos uma quantidade imensa de livros espíritas parapodermos estudar, refletir, trabalhar nossa reformaíntima e moral. Porém, o livro As Vidas de Chico Xavier,escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior, descreve comclareza e eficiência a missão do nosso querido Chico. Éuma leitura imprescindível para conhecermos melhoreste médium que trabalhou fervorosamente napsicografia de 412 livros, divulgando, assim, a doutrinaespírita. Psicografou mais de 10 mil mensagens às mãesque perderam seus filhos; doou todos os direitos autoraisdestes livros a entidades espíritas, pois, como ele mesmodizia, os livros não eram dele, mas dos espíritos. Praticoua caridade na íntegra; viveu com simplicidade e cumpriusua árdua missão.

Depende de nós aproveitarmos cada momento notrabalho mútuo em prol do bem, afinal, ninguém evoluisozinho; temos diversos companheiros no mundo físico eespiritual comprometidos conosco!