VIZIOLI PAULO - Apresentacao de Chaucer

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VIZIOLI, Paulo. A L iteratura I nglesa Medieval . São Paulo: Nova Alexandria, 1992. Edição

bilíngüe. Introdução, seleção, tradução e notas de Paulo Vizioli.

(p. 93-113)

Geoffrey Chaucer 

Geoffrey Chaucer nasceu em Londres por volta de 1340. Foi pagem da Condessa de Ulster edepois de algum tempo combateu na França, onde caiu prisioneiro em 1359. Foi resgatado pelorei Eduardo III, por uma quantia inferior à que o monarca pouco antes pagara por um cavalo. Devolta à Inglaterra, casou-se e passou a servir na corte. O novo ambiente e as viagens que, de 1370a 1378, fez à França aumentaram o seu interesse pela literatura desse país. Também entrou emcontato com a literatura da Itália, península que visitou duas vezes (em 1372 e 1378) nocumprimento de missões diplomáticas. O poeta faleceu, ao que parece, em 1400.

A obra de Chaucer é geralmente dividida em três períodos: o francês, o italiano e o inglês. No primeiro, que se inicia com a tradução do Roman de la rose, ele imitou os modelos da poesia palaciana francesa. As melhores obras dessa fase foram The boke of the duchesse (O livro daduquesa) e The parlement of foules (O parlamento das aves). No período seguinte (1370-1384)Chaucer introduz temas e técnicas inspiradas principalmente por Dante e Boccaccio. Ainfluência de Dante esta presente em alguns ecos no esquema rítmico dos decassílabos e naelaboração de The house of fame (A casa da fama) em forma de sonho. Por outro lado, o poetainglês encontrou em Il Filostrato e na Teseida de Boccaccio os argumentos para TroyIus andCryseide, uma de suas maiores obras, e para o poema que depois figuraria nos Contos deCantuária como "O conto do cavaleiro". Na mesma fonte (e em Ovídio) colheu o material para acoletânea incompleta de histórias trágicas em tomo de mulheres famosas do passado, Thelegende of good women. Finalmente, ao último período (1384-1400) pertence a sua obra,máxima, The Canterbury Tales (Os contos de Cantuária), onde o seu gênio se revela livre e

 plenamente. Na verdade, Os contos de Cantuária constituem uma gigantesca pintura da sociedade da

época e, pela variedade dos gêneros em que se enquadram os diferentes contos, apresenta um panorama completo da literatura medieval. Mais que tudo isso, porém, é uma análise profunda danatureza humana, realizada com humor e simpatia.

O plano geral da obra é simples. Vários peregrinos, que pretendem visitar o túmulo de SantoTomás Becket em Cantuária, reúnem-se por acaso na taverna do Tabardo, ao sul de Londres, e, por segurança, resolvem cavalgar juntos. Para que a viagem transcorra mais agradavelmente, otaberneiro sugere que cada um conte duas histórias na ida e duas na volta, prometendo um belo jantar ao melhor narrador. Como os peregrinos (com Chaucer) eram trinta, o livro deveria perfazer 120 histórias; mas o poeta não chegou a escrever três dezenas. Os contos são precedidos

 por um "Prólogo", onde se faz a apresentação das personagens. Nessa galeria de retratos hárepresentantes da baixa aristocracia (o Cavaleiro e seu filho Escudeiro), do clero (a Prioresa, oMonge, o Frade, a Freira, o Secretário da Freira, o Oficial de Justiça Eclesiástica, o Pároco pobre, o Estudante de Oxford e o Vendedor de Indulgências), da burguesia (o Mercador, oMédico, o Advogado, a Fabricante de Tecidos  —   conhecida como a Mulher de Bath  —   e oProprietário de Tentas) e das classes inferiores (como o Moleiro, o Feitor, o Provedor, oCarpinteiro, o Tapeceiro, o Marujo, o Cozinheiro, o Camponês e vários outros). Ao descrevercada tipo, Chaucer demonstra os mais variados sentimentos, desde a admiração pelo Cavaleiro e

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o afeto pelo Pároco pobre até a crítica sutilmente irônica à Prioresa e a mal disfarçada reprovação pelo Vendedor de Indulgências. Mas a nenhum deles permanece indiferente, procurandoretratá-los não com a parcialidade do moralista rigoroso, mas com a objetividade do observador perspicaz e tolerante, que ama a vida e compreende a natureza humana.

A grandeza do autor se torna ainda mais evidente quando notamos que cada narrador conta

uma história quase sempre de acordo com sua profissão, seu nível cultural e seu temperamento.Assim, o "Conto do Cavaleiro" é, muito apropriadamente, um romance em estilo nobre etrabalhado; os contos do "Moleiro" e do "Feitor", indivíduos grosseiros das camadas inferiores, são fablieaux obscenos; o “ Conto do Vendedor de Indulgências" é, ironicamente, um exemplummoralista; o "Conto do Pároco" não passa de longo sermão sobre os sete pecados capitais; eassim por diante.

Bibliografia:

Há duas edições muito boas das obras completas de Chaucer. Uma delas é a de W.W.Skeat, The complete works of Geoffiey Chaucer (Oxford, 1594-97), em sete volumes; e a outra,em apenas um volume, é a de F.N. Robinson (ed. revista, Boston1 1957), também intituladaThe complete works of Ceoffiey Chaucer. Quanto as traduões modernas de The CanterburyTales, recomendamos a de Nevill Coghíll (Penguin, 1951). Dada a importância do autor, é bastante extensa a lista bibliográfica a seu respeito, Por isso, limitar-nos-emos às seguintesobras: P.F. Baum Chaucer, a critical appreciatian ( Durham, N.C.,1958); M. Chute, GeoffreyChaucer of England (1946); N. Coghill, Geoffrey Chaucer (1956); G.H. Gerould, Chaucerianessays (Princeton, 1952); T.A. Kirby, Chaucer's Troylus, a study of courtty love (Baton Rouge,1940); W.W. Lawrence, Chaucer and the Canterbury Tales (1950); K. Malone, Chapters onChaucer (Baltimore, 1951); C. Muscatine, Chaucer and the French tradition (Berkeley, 1957);R. Preston, Chaucer (1952); E. Rickert, Chaucer’s World (edição de C.C. Olson e M.W. Crow,1948); C. Schaar, The golden mirror: Siudies in Chaucer’s descriptive technique and its Iiterarv background (Lund, 1955); J. Speirs, Chaucer the maker (1951); e J.S.P. Tatlock, Themind and art of Chaucer (Syracuse, 1950).

Obs.: Traduções de Chaucer para o português também podem ser encontradas:Olívio Caeiro, G. Chaucer: Os contos de Cantuária ("Prólogo Geral", "0 conto do Cavaleiro" e"O conto da Mulher de Bath"), Lisboa: Brasília Editora, 1980; e Paulo Vizioli, G. Chaucer: Oscontos de Cantuária (tradução integral em prosa), São Paulo: T.A. Queiroz, 1988 (1 ª reimpressão, 1991).

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De “OS CONTOS DE CANTUÁRIA” 

Excertos do PRÓLOGO

Quando o chuvoso abril cortou feliz

A secura de março na raiz,E banhou cada veia no licorQue tem o dom de produzir a flor;Quando Zéfiro com o alento docePara as copas e os campos também trouxeTenros brotos, ,e o sol de pouca idadeDo curso em Aries percorreu metade,'7 E a passarada faz o seu concerto,E dorme a noite inteira de olho aberto(Que a natureza acende o coração),Então se vai em peregrinação,E até nos mais inóspitos confinsAos santuários chegam palmeirins;18 Enquanto na Inglaterra toda genteVisita Cantuária especialmente,A fim de conhecer a sepulturaDo santo mártir que lhes trouxe cura.'9 

 Naquele tempo, um dia aconteceuQue em Southwark, no Tabardo, achando-me euPronto a seguir em peregrinaçãoA Cantuária, todo devoção,Vieram essa noite à hospedariaBem vinte e nove numa companhiaDe pessoas diversas1 que os destinosReuniram, por serem peregrinosBuscando o mesmo fim de igual maneira.Eram amplos os quartos e a cocheira,E assim tivemos lá ótimo pouso.E logo1 quando o sol buscou repouso,Falara com cada um, se bem me lembro;Assim, da comitiva fiquei membro,E concordei em levantar-me cedoPara partir, como a narrar procedo.Potêm1 enquanto tenho tempo e espaço,E antes que nesta história avance o passo,Creio de bom alvitre e boa razãoDe cada um descrever a condição,Mostrando, em meu juízo pessoal, O modo de posição de cada qual,E também suas roupas e ativo:E com um cavaleiro principio. (vv. 1-42)

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 O Cavaleiro

Havia um CAVALEIRO, um homem digno,Que sempre, tendo as armas como signo,

Amou a lealdade e a cortesia,A honra e a franqueza da cavalaria. Nas guerras de seu amo lutou bem,E mais distante não andou ninguém,Entre os pagãos ou pela cristandade;E sempre honrado por sua dignidade.Já vira Alexandria prisioneira;20 Muitas vezes tomara a cabeceira,Precedendo às demais nações na Prússia;A Lituânia visitara, e a Rússia, Onde cristão tão nobre não se vira.Em Granada, no cerco de Algecira,Estivera também, e em Belmaria.Passou depois por Ayas e AtaliaQuando Caíram, e no Grande MarPôde altos desembarques presenciarTravou lutas mortais, uma quinzena,E pela fé bateu-se em Tramassena,Em três justas, matando ao inimigo,A este bravo levou então consigoCerta vez o senhor de Palatia,Contra um outro pagão lá na Turquia:Louvores mereceu de todo lábio.E, além de ser valente, ele era sábio,Modesto qual donzela na atitude,Pois jamais dirigiu palavra rude,Em toda a vida, a estranho ou companheiro.Era um gentil, perfeito cavaleiro.Quanto à aparência, era isto que vos falo:Simples no traje; bom o seu cavalo.Via-se a grossa túnica manchadaPela cota de malha enferrujada,Pois voltava de mais uma missão,Saindo logo em peregrinação. (vv. 43-78)

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 A Prioresa

E estava lá uma freira, PRIORESA.Sorria assim como a modéstia sói,E, se jurava, era por Santo Elói;21

Essa dama chamava-se Eglantina.Sempre cantava a prática divinaCom voz fanhosa tal como convém;Falava ela francês bonito e bem,Como em Stratford-at-Bow a gente o diz,E não com o sotaque de Paris.22

Sua conduta à mesa era educada;Da boca não deixava cair nada, Nem no molho afundava muito os dedos.Da graça no comer tinha os segredos,Sem uma gota respingar no peito.O seu refinamento era perfeito.Limpava tanto o lábio superiorQue a taça em que bebia o seu licor Nenhum indício tinha de gordura;Sabia ela servir-se com finura.E era de ânimo alegre, certamente,E se mostrava amável e contente;As etiquetas copiava inteirasDa corte, para ter boas maneirasE de todos granjear a reverência.Para falar, porém, de Sua consciência,Tinha tanta piedade e fino trato,Que até chorava quando via um ratoMorto na ratoeira, ou a sangrarOs seus cãezinhos vinha alimentarCom pão branquinho e leite e carne assada.Mas, se um deles levasse bastonada,Ou se morresse, ardia de aflição:Era toda consciência ç compaixão.O véu pregueado lhe estava mal;. Nariz reto; olhos cinza, de cristal;Pequena a boca rúbida e macia;Bela testa sem dúvida exibia,Com quase um palmo de largura, eu acho; Não era nada magra por debaixoDas vestes, apropriadas por sinal.Tinha ao braço um rosário de coralCom as contas maiores esverdeadas,23 E um medalhão de refrações douradasOnde se lia, coroado, um A,E depois: Amor vincit omnia.24  (vv. 118-162)

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O Médico

Conosco estava um MÉDICO também;Em todo o mundo não existe alguémTão bom em medicina e cirurgia, E alicerçado assim na astronomia.Previa a hora propícia contra o malPelo uso da magia natural.25 Com firmeza traçava ele o ascendenteDos amuletos para o seu paciente.26 Via a causa de cada enfermidade No frio, calor 9 secura ou umidade,27 Onde nascia, e qual o seu humor;Era um perfeito, um ótimo doutor.Sabendo a fonte de onde o mal provinha,Receitava ao enfermo sua mezinha,Surgiam a seguir os boticáriosCom suas drogas e remédios vários,Pois a esta classe aquela classe obriga Numa amizade já bastante antiga;Seu Esculápio conhecia bem,Rufus e Deiscórides também,O velho Hipócrates, Ali, Galeno,Serapião, Razis e Damasceno;Avicena, Averróis e Constantino;Bernardo e Gatesden e Gilbertino.28 Tinha a dieta muito moderada,Pois de supérfluo não comia nada,Mas só alimento rico e digestivo.Em ler a Bíblia parecia esquivo. ÉDe vermelho e de azul vinha vestido;29.De seda e tafetá era o tecidoGastava o seu dinheiro com cuidado,Guardando o que na peste havia lucrado.30 Como o ouro entre os cordiais tem mais valia,31 Ao ouro mais que tudo ele queria. (vv. 411-444)

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 A Mulher de Bath

Uma MULHER de BATH havia em cena;Mas era meio surda, o que era pena.De bons tecidos era fabricante , 

Chegando a superar Yprês e Gante.32

 Tirar-lhe alguém na igreja a precedência No beijo da relíquia era imprudência,33 Porque ela abandonava as boas maneirasE perdia de vez as estribeiras.Seus lenços, feitos das melhores fibras,Por certo pesariam bem dez libras,Que aos' domingos na testa carregava. Nas calças justas o escarlate usava,E era novo e macio o seu calçado;Rosto atrevido, belo e avermelhado.

Em sua vida digna. e benfazejaCinco vezes casara-se na igreja —  Fora os casos de sua juventude(Falar disso, porém1 seria rude).Com três viagens a Jerusalém,Atravessara rios mais que ninguém;Em Roma tinha estado, e mais Boulogne; Na Galícia, em Santiago, e então Colônia.34 Vira assim muitas coisas diferentes.Mostrava uma janela entre seus dentes. Num cavalo esquipado,35 usando um véu,

Cavalgava debaixo de um chapéuMais largo que um broqueI ou que um escudo;Sobre os amplos quadris, um sobretudo;De esporas pontiagudas se servia.Ria e tagarelava em companhia.Dos remédios de amor tinha abundância,Pois dessa arte sabia a velha dança. (vv.445-476)

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O MoleiroEra forte o MOLEIRO, era um colosso,

De músculo era grande, e grande de osso,E onde lutasse, no pais inteiro,Sempre levava o prêmio do cameiro.36 

Era entroncado, largo atrás e à frente.Tirava qualquer porta do batente,Ou na testa a quebrava em disparada.A barba era uma pá, larga e arruivada,Como porca ou raposa no matiz.Havia, no espigão de seu nariz,Verruga de pelugem tão vermelhaQuanto as cerdas que a porca tem na orelha,Suas narinas, antros de negrura.Tinha broquei e espada na cintura.A boca era fornalha desmedida.Só matracava casos de má vida,Histórias de pecado e putaria.Roubava o trigo, e nisto se serviaDe seu polegar de ouro, por Jesus.37 Branco o casaco, e azul era o capuz.Tocava a cornarnusa com vontade,38 E assim nos trouxe fora da cidade. (vv. 545-566)

 A Sugestão do Taberneiro"Senhores", disse, "agora eis o melhor;

E fazer pouco caso ninguém deve.Este o ponto - serei rápido e breve:Que cada um, já que a estrada é tão comprida,Conte dois contos na viagem de idaA Cantuária, e que, também depois, Na volta, cada qual conte mais dois,Sobre casos antigos do passado;E aquele que melhor tiver contado,Ou seja, quem narrar, na circunstância,Os contos de mais graça e mais substância,Vai ganhar de nós todos um jantar,Sentado mesmo aqui neste lugar,Quando acabar-se a peregrinação.E, para que haja mais animação,Eu com prazer me agrego à companhia,Às minhas próprias custas, como guia.E quem contradisser meu julgamentoDas despesas fará o pagamento.Se com isso vós todos concordais,Dizei-me logo,, não se fala mais,E eu vou me preparar para a partida." (vv. 788-809)

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  Existe ainda em Os Contos de Cantuária:O conto do FeitorO conto do CozinheiroO conto do MagistradoO conto do Homem-do-mar

O conto de Chaucer sobre Sir TopázioO conto de Chaucer sobre MelibeuO conto do MongeO conto do Padre da FreiraO conto do FradeO conto do BeleguimO conto do EstudanteO conto do MercadorO conto do EscudeiroO conto do Proprietário de TerrasO conto do Vendedor de IndulgênciasO conto da Outra FreiraO conto do Criado do CônegoO conto do ProvedorO conto do Pároco