Vivendo bem no Semiárido

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1489 Abril/2014 Maria Aparecida dos Santos Silva, 63 anos, a Dona Cida, é uma exemplo da mulher que vive no Semiárido. Determinada, comunicativa e dedicada à família, conta que desde muito nova trabalha na lavoura. Desde 1970, após o seu casamento com o Seu José Fernandes, 84 anos, reside na Comunidade de Várzea Redonda, no Município de Paramirim. Dona Cida fala que ao chegar à localidade toda a água utilizada para consumo era retirada de uma barragem, durante o período das cheias a agricultora cultivava alho, cebolinha e tomate às margens da barragem. Porém, com longos períodos de estiagem a barragem secou, impossibilitando o cultivo das hortaliças. Ela lembra com satisfação que com uma boa colheita conseguia uma renda vendendo as hortaliças na feira da região. Apesar dos desafios para viver na região, a família da agricultora, nunca deixou que os obstáculos impedissem de acreditar em dias melhores. Com muitas dificuldades, mas com força de vontade, conseguiu oferecer estudo para os quatros filhos: Armando, Maria José, Hernandes e João Paulo. A sua filha Maria José, atualmente, é diretora do Colégio na comunidade vizinha, Canabravinha. Dona Cida, além de agricultora, é a costureira da região, tem uma clientela fiel e com grande demanda. “Não há um dia na semana em que eu não tenha costura para fazer”, relata a agricultora que tira uma renda extra para a família. Ressalta que o dom da costura vem de Deus, já que nunca tomou um curso e acredita que realiza um bom trabalho. Livramento de Nossa Senhora Vivendo bem no Semiárido A alegria do casal: D. Cida e Seu José A arte de costurar

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O boletim conta a história de D. Cida, exemplo da mulher sertaneja, comunicativa e disposta que mostra com satisfação que pode viver bem no Sertão.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1489

Abril/2014

Maria Aparecida dos Santos Silva, 63 anos, a Dona Cida, é uma exemplo da mulher que vive no S e m i á r i d o . D e t e r m i n a d a , comunicativa e dedicada à família, conta que desde muito nova trabalha na lavoura. Desde 1970, após o seu casamento com o Seu José Fernandes, 84 anos, reside na Comunidade de Várzea Redonda, no Município de Paramirim. Dona Cida fala que ao chegar à localidade toda a água utilizada para consumo era retirada de uma barragem, durante o período das cheias a agricultora cultivava

alho, cebolinha e tomate às margens da barragem. Porém, com longos períodos de estiagem a barragem secou, impossibilitando o cultivo das hortaliças. Ela lembra com satisfação que com uma boa colheita conseguia uma renda vendendo as hortaliças na feira da região. Apesar dos desafios para viver na região, a família da agricultora, nunca deixou que os obstáculos impedissem de acreditar em dias melhores. Com muitas dificuldades, mas com força de vontade, conseguiu oferecer estudo para os quatros filhos: Armando, Maria José, Hernandes e João Paulo. A sua filha Maria José, atualmente, é diretora do Colégio na comunidade vizinha, Canabravinha. Dona Cida, além de agricultora, é a costureira da região, tem uma clientela fiel e com grande demanda. “Não há um dia na semana em que eu não tenha costura para fazer”, relata a agricultora que tira uma renda extra para a família. Ressalta que o dom da costura vem de Deus, já que nunca tomou um curso e acredita que realiza um bom trabalho.

Livramento de

Nossa Senhora

Vivendo bem no Semiárido

A alegria do casal: D. Cida e Seu José

A arte de costurar

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Realização Apoio

O sonho em ter água para consumo tornou-se realidade com a chegada da cisterna de placa de 16 mil litros, a chamada primeira água, que é captada diretamente do telhado da residência. Agora Dona Cida não necessita realizar longas caminhadas à procura de água destinada ao consumo humano. Vibra ao dizer que a cisterna está completamente cheia com as chuvas de dezembro. A família cultiva no quintal: feijão, mandioca, laranja, banana, milho. “Tendo água e coragem a gente consegue melhorar a vida”

conta Seu Zé, que apesar da idade, afirma que tem muita disposição para trabalhar com agricultura, e é o que realmente gosta de fazer. A criação de animais recebe o cuidado do filho Hernandes, 38 anos, que também é motorista. Hernandes cria porco, carneiro, ovelha, galinha, cabra. Dona Cida fala que o seu filho aprendeu muito quanto ao cultivo e a criação de animais na Escola Agrícola de Paramirim. A família está ansiosa, já que será beneficiada com a cisterna-enxurrada pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), desenvolvido na região pela Associação Diocesana de Promoção Social – ADIPS, com recursos provenientes do BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Dona Cida deixa a sua mensagem: “A cisterna-enxurrada virá cheia de benefícios, apesar de ainda não está pronta, já trouxe alguns, como o aprendizado adquirido no curso [de Gestão de Água para Produção de Alimentos, o GAPA]”. Com entusiasmo, a família afirma que a implementação permitirá que se plante de tudo um pouquinho, principalmente as hortaliças, sem uso de agrotóxicos, apenas com defensivos naturais.

D. Cida e Seu José na plantação de feijão

D. Cida alimentando as galinhas

A criação de cabras