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VISÕES ALÉM DO V É U H. A. BAKER

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VISÕES ALÉM DO

V É U

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VISÕES ALÉMDO VÉU

H. A. BAKER

Rio de Janeiro2008

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Título Original: Visions Beyond The VeilCopyright © 2006 por Whitaker House

Publicado de acordo com a Whitaker House

ISBN: 978-85-99664-40-7Todos os direitos reservados © à Editora Propósito Eterno

Categoria: Visões - Revelaçãoes - Batalha Espiritual

Diagramação e editoração: Editora Propósito Eterno

Tradução: Daniela Valente

Revisão de Texto: Sônia Ribeiro Alves

Primeira Edição: Setembro de 2008

Capa: Editora Propósito Eterno

Todos os direitos são reservados. Deverá ser pedida a permissão por escrito àEditora Propósito Eterno para usar ou reproduzir qualquer parte deste livro,

exceto por breves citações, críticas, revistas ou artigos.

Baker, H. A. Visões Além do Véu /H. A. Baker / Rio de Janeiro:Editora PropósitoEterno, 2008.

ISBN: 978-85-99664-40-7

1. Visões 2. Revelações 3. Céu 4. Inferno 5. Guerra Espiritual 6.Libertação 7. I Título

[email protected]

(21) 2255-2216

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Sumário

Prefácio ................................................................................. 7Introdução ........................................................................... 111. O Poderoso Derramar do Espírito Santo ...................... 192. As Manifestações Sobrenaturais do Espírito Santo ...... 273. Os Resultados do Derramar do Espírito Santo ............ 354. Visões do Cèu .................................................................. 475. O Paraíso ......................................................................... 616. Anjos Entre Nós .............................................................. 717. Visões do Inferno ............................................................ 758. Visões do Fim dos Tempos e do Retorno de Cristo ....... 959. Meninos de Rua Chineses Profetizam ........................ 10910. Luz Sobre as Escrituras ............................................. 11511. O Lar Eterno ............................................................... 12112. O Caminho ................................................................. 127Sobre o Autor .................................................................... 134Projeto Lar Adulão ........................................................... 135

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Referências bíblicas extraídas da Almeida Corrigida e RevisadaFiel (1994).

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Prefácio

Você tem em mãos um livro revelador, uma janela paranovas dimensões com as quais muitos têm sonhado, masque não sabiam que existiam. H. A. Baker viveu nesse“mundo do Espírito” por mais de 50 anos depois do serbatizado no Espírito Santo.

Mas mesmo antes de receber o batismo, o Senhorabençoou a família Baker com um trabalho frutífero noscampos missionários do Tibete de 1911 a 1919. Muitoshaviam lhes dito que era impossível converter um únicotibetano a Cristo. Mas em um período de seis anos, elesaprenderam a língua local e desenvolveram um amor tãointenso por aquele povo que nunca mais desejaram voltarpara a América.

O coração dos tibetanos se abriu cada vez mais para oevangelho e as perspectivas de um forte trabalho pareciammuito promissoras. Mas quando sua esposa, Josephine,caiu doente, tornou-se necessário retornarem aos EstadosUnidos. Nessa época, parecia que nunca mais voltariampara o campo missionário, mas Deus tinha um propósitoem levá-los de volta à terra natal; pois foi nessa ocasiãoque ambos foram batizados no Espírito Santo. Poucotempo depois, receberam uma carta de uma igreja doando-lhes mil dólares em passagens aéreas para que retornassem

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ao campo missionário.Pela segunda vez foram compelidos ao trabalho

missionário, mas agora o Senhor lhes disse que deveriamir para a China e serem missionários de fé, sem nenhumsuporte financeiro denominacional.

O ministério na China era emocionante. No extremodo sudoeste da província Yunnan localizava-se umapequena cidade com 5.000 habitantes chamada Kotchiu.A família Baker havia sido advertida de que Kotchiu forainvadida por bandos de ladrões. Na verdade, disseram-lhes que era a pior cidade da China, mas os Bakersestabeleceram-se lá em meio a pessoas vis e pecadoras, edeixaram que a Luz de Deus brilhasse.

Quase que imediatamente, tomaram ciência de quemeninos de rua estavam passando fome e morrendo nassarjetas. Foi quando decidiram abrir um orfanato — o LarAdulão. Além de disenteria e outras doenças internas, osgarotos tinham feridas por todo o corpo.

Josephine tinha grande alegria e satisfação emremover seus trapos imundos e dar-lhes banho. Os cabelosdesgrenhados eram cortados e roupas limpas eramdistribuídas. As feridas eram curadas rapidamente quandorespondiam ao amor de Jesus.

Havia 40 garotos no Lar Adulão quando um grandemilagre ocorreu. Nesse lugar bastante incomum, houveum derramar do Espírito Santo, como um dos queraramente são relatados na fé cristã. Órfãos de rua sem amenor instrução caíram prostrados no chão sob o poderdo Deus e, enquanto estavam no Espírito, receberamvisões do mundo vindouro. Viram e falaram com anjos;brincaram em maravilhosos parques do Paraíso e viramos santos de antigamente.

Esse derramar durou muitos dias, com as jovens

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PREFÁCIO 9

crianças chinesas se levantando e pregando sob uma forteunção do Espírito Santo, recebendo revelações de mundosinvisíveis e das glórias da redenção.

Depois que os comunistas assumiram o poder em 1949,a família Baker voou para Formosa, quando H. A. Bakerministrou até sua morte em 3 de novembro de 1971.Naquela manhã, o irmão Baker carregou as baterias doseu amplificador de som, encheu uma sacola com folhetose andou até um beco em Miaoli, pregando as Boas Novas.Ele chegou em casa antes do almoço e ocupou-se emescrever uma carta para um amigo nos Estados Unidos. Acozinheira nativa se aproximou da porta e chamou-lhepara comer. Ela disse que ele sorriu como se respondesseque não tinha pressa em levantar-se. Quando ela retornouno começo da tarde, encontrou-o caído inconsciente sobrea máquina de escrever. Naquele domingo, o coração delefinalmente havia parado de bater.

Na terça-feira, atendendo a seus pedidos, um simplesculto funerário ocorreu do lado de fora da casa, com apresença daqueles a quem havia fielmente ministrado,assim como poucos amigos missionários. Ele foi enterradoao lado da esposa, Josephine, em LiShan, Miaoli, ao soarda última trombeta.

Por ter sido seu editor, eu e o Sr. Baker estivemos emconstante contato em seus últimos anos de vida eministério. Foi através das cartas que recebi dele queaprendi sobre suas experiências na China.

É com alegria que apresento essa edição revisada deVisões Além do Véu, publicada em português pela EditoraPropósito Eterno, e oro para que os escritos de H. A. Bakercontinuem a abençoar a humanidade e a impactar vidas.

—T. A. Lanes

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Introdução

As crianças e jovens da Casa de Abrigo Adulão (ou LarAdulão) eram, na maior parte, menores abandonados nasruas da cidade. Em alguns casos, apenas crianças pobresque haviam perdido um ou ambos os pais. Outras erampródigas, haviam fugido de suas casas nas partes maisdistantes das províncias adjacentes. Essas crianças, amaioria meninos com idades que variavam de seis adezoito anos, chegavam a nós sem qualquer educaçãomoral ou instrução. A mendicância era um tipo de sistemade “gangue” no qual roubar era a forma de se obter rendapara o sustento. Seu código de moralidade era o que sepodia esperar de uma sociedade de bandidos em uma terraímpia.

A Bíblia era cuidadosa e diariamente ensinada no LarAdulão, e o evangelho era constantemente pregado. Ascrianças que vinham para o lar estavam abertas aosensinos cristãos antes mesmo do derramar do EspíritoSanto que tivemos; algumas delas eram recém-convertidas, enquanto que outras tinham um bomconhecimento dos principais temas da Bíblia.

Todas as crianças que receberam o Espírito Santoconheciam o suficiente para crer em um único Deus e

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confiar no sangue de Cristo para a salvação. Essascrianças buscavam verdadeiramente a Cristo. Não vimosnenhuma delas meramente buscando as visões oumanifestações que recebíamos no dia-a-dia. SomenteJesus Cristo era buscado e magnificado ao longo de todasas semanas do derramar do Espírito Santo.

Durante essa visitação do Senhor, todos foram tratadosimparcialmente. Dos mais velhos aos mais novos, dosprimeiros aos últimos a chegarem ao lar, do melhor aopior, todos se sentavam para ter comunhão na mesa doPai e eram tratados com Sua generosidade celestial.

Esse mover do Espírito foi claramente um presente deamor da graça “isento de obras” ou de mérito pessoal.Não foi algo preparado; foi algo que aconteceu do nada.Não foi resultante do caráter edificante de um homem;foi uma bênção de Deus que veio do alto. Estouconvencido de que as experiências das crianças do LarAdulão não foram produzidas. Tais prodígiossimplesmente jamais poderiam ter sido produto da mentenatural dessas crianças. Meninos sem instrução,treinamento ou pouco criativos jamais poderiam terconcebido todas essas coisas por vontade própria.

Nem poderiam essas experiências espirituais, visõese revelações serem obras do subconsciente. As criançaseram pequenas demais, ignorantes demais ourecentemente resgatadas do paganismo para teremconhecido em profundidade os ensinos bíblicos presentesnesses assuntos.

Nem essas coisas podem ser explicadas pelapsicologia da sugestão mental de outros. Nós mesmosnunca havíamos experimentado visões como as que foramdadas às crianças. Eram experiências completamente

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novas para todos nós. Por isso, as crianças jamais poderiamter extraído tais informações de qualquer pessoa ali.Quando o poder do Senhor caiu em nosso meio, muitasdelas foram cheias com o Espírito ao mesmo tempo e asque estavam em recintos diferentes costumavam recebervisões simultâneas das mesmas coisas. Averiguamos e nãohavia a menor possibilidade de terem sido combinadas.

A completa harmonia das visões abrangia inúmerosdetalhes além de qualquer explanação natural. Até mesmoas crianças mais ignorantes que poderiam facilmenteconfundir-se na análise da cruz, quando questionadasindividualmente ou em grupos, davam respostas claras euniformes acerca de um grande número de detalhes.

Nem mesmo essas experiências poderiam serexplicadas como qualquer tipo de excitação mental,frenesi religioso, emoção natural, estado de nervosismoou qualquer outro tipo de condição autoproduzida. Essederramar do Espírito Santo veio sobre crianças comunsenquanto seguiam uma rotina diária que se resumia apenasem ir à escola.

A princípio, muitos de nós estávamos bastante céticosquando as visões e revelações começaram a manifestar-se. Abordávamos o assunto com muitas dúvidas equestionamentos, mas nos lembrávamos de que visões erevelações sobrenaturais são os fundamentos sobre osquais a igreja foi estabelecida e se firma. Na verdade, aBíblia em si, o Antigo e o Novo Testamento, é umarevelação sobrenatural de Deus. No Antigo Testamento,Deus costumava revelar Sua vontade aos homens falandoatravés dos profetas por inspiração direta. Deus Serevelava a eles em sonhos, visões e através de todo tipode revelações sobrenaturais. Anjos traziam mensagens aos

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homens e atuavam continuamente como embaixadores deDeus na execução do plano divino de redenção para aTerra. O Senhor aparecia para os homens e falava comeles em “voz” e com “palavras”. Dessa forma, Ele falavacom Moisés, face a face, como fazem os homens (verÊxodo 33:11).

Da mesma forma, grande parte do Novo Testamento éuma revelação sobrenatural. Paulo disse a respeito doevangelho que pregava: “Porque não o recebi, nemaprendi de homem algum, mas pela revelação de JesusCristo” (Gálata 1:12). O que ele escreveu em todas assuas epístolas era simplesmente parte dessa sobrenatural“revelação de Jesus Cristo”.

Quando Herodes quisdestruir o menino Jesus,homens sábios foramavisados por Deus emsonhos (ver Mateus 2:12).Um anjo apareceu a Joséem sonho (ver Mateus2:13). Um homem daMacedônia apareceu aPaulo em uma visão (ver

Atos 16:8-10). Em Corinto, o Senhor falou com ele certanoite por uma visão (ver Atos 18:9). Quando ele estavaorando no templo em Jerusalém, caiu em transe e viu Jesus,que falou com ele dando-lhe direções para sua obra (verAtos 22:17). Pedro também entrou em transe quandoestava pregando no sobrado da casa.

Ele teve uma visão e ouviu o Senhor falar com ele emuma voz audível (ver Atos 10:9-15). Um anjo apareceu aCornélio em uma visão aberta de dia (ver Atos 10:1-3).

Na Igreja Primitiva,quando Deus

respondiaa uma oração,todos sabiam que

Ele havia feito isso.

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INTRODUÇÃO 15

Todo o livro do Apocalipse foi dado a João comorevelação sobrenatural quando ele estava “no Espírito”.Trata-se de uma revelação do Senhor que falou com elecom uma “grande voz” e também de um registro de visõesrecebidas no Espírito e através do ministério dos anjos(ver Apocalipse 1:9-11). Também “fora do corpo” ou“arrebatado” em visão ao Céu, como nossas crianças noLar Adulão, Paulo teve acesso ao Céu e viu o Paraíso. Eleteve tantas revelações sobrenaturais que o Senhor lheenviou um espinho na carne para mantê-lo humilde (verII Coríntios 12:1-7).

Os anjos tinham grande participação no trabalho daIgreja Primitiva também. Os primeiros discípuloscostumavam ser protegidos e dirigidos em seus trabalhospor anjos. Dessa forma, eles eram livrados de iminentesperigos dos poderes terrenos. Um anjo falou a Felipeconduzindo-o a Gaza (ver Atos 8:26). Um anjo apareceua Paulo e falou com ele, dando-lhe ânimo edirecionamento (ver Atos 27:23-24). Cornélio, seu auxiliare seus amigos foram conduzidos ao caminho da salvaçãoe ao batismo do Espírito Santo através das palavras deum anjo que lhes apareceu. Esse anjo, que apareceu comvestes brilhantes, lhe disse para procurar Pedro e entãosumiu (ver Atos 10:1-3). Quando Pedro estava na prisão,um anjo o resgatou, soltando as correntes das mãos dePedro e dizendo-lhe para vestir-se e calçar os sapatos,então abriu a porta da prisão e o portão da cidade queestavam trancados, permitindo que Pedro fugisse (ver Atos12:7-8).

A maior de todas as manifestações sobrenaturais naIgreja Primitiva foram as do poderoso Espírito Santo, queveio às pessoas exatamente como o Senhor havia

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prometido que aconteceria depois que Ele ascendesse aoPai.

Os primeiros cristãos não liam orações. Em vez disso,oravam a Deus de todo coração e o Senhor respondia demaneira direta e sobrenatural a seus clamores. Quandoalgum companheiro cristão estava em perigo, eles sereuniam e oravam. Mas não era uma oração formal,forçada, sem vida e prolixa para o homem ouvir. Todosoravam ao mesmo tempo e gritavam a Deus em voz bemaudível. Era uma reunião de oração específica paraatender a uma grande necessidade. Quando Deusrespondia, todos sabiam que Ele havia feito isso. OEspírito Santo fez tremer a casa em que as pessoas estavamorando e todos foram “cheios com o Espírito Santo” ecom um poder sobre-humano (ver Atos 4:31). Então foramfortemente incomodados a sair e espalhar o fogo doevangelho pela face da Terra.

A Igreja Primitiva experimentava o Deus vivo. Pormeio do Espírito Santo, eles tinham Jesus no meio deles,que operava neles e através deles de maneira sobrenaturalpelos dons do Espírito Santo:

Porque a um pelo Espírito é dada a palavra dasabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavrada ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e aoutro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outroa operação de maravilhas; e a outro a profecia; e aoutro o dom de discernir os espíritos; e a outro avariedade de línguas; e a outro a interpretação daslínguas. (I Coríntios 12:8-10)

Pergunto a você: Onde está o Deus Vivo que retirouIsrael do Egito com Sua mão poderosa bem diante dos

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olhos dos pagãos? Onde está nosso Deus que respondiaem uma voz tão audível que os homens conseguiam ouvir,cuja voz fazia tremer toda a Terra? O que dizer do Deusque enviou Seus anjos para andar e falar com Seu povo?

Na verdade, o que dizer também dos anjos? E o Cristoda Bíblia, onde Ele está? Será que levaram embora nossoSenhor para que não descubramos onde Ele está? E quantoà Sua “Promessa”? Jesus disse: “Todavia digo-vos averdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu nãofor, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei” (João 16:7). “Aquele que crê em mim tambémfará as obras que eu faço” (João 14:12).

Então, Jesus voltou para o Pai, mas onde se encontra oEspírito Santo que deveria vir assumir o Seu lugar ecumprir as obras que ainda tinham de ser realizadas, quedeveria trabalhar no meio da Sua igreja com sinais eprodígios e distribuir os dons do Espírito Santo? Deus estámorto? Ou Ele está recluso em um lugar tão distante quenão consegue nos ouvir? Ainda é possível falar com Deus?Os anjos nos abandonaram e foram para algum outrouniverso? Se sim, quando nos deixaram sozinhos? Depoisde tudo, o Espírito Santo não passa de uma merainfluência? Onde está o Espírito que fazia tudo tremer eenchia toda a casa na qual oravam os discípulos e atravésdeles impactava o mundo?

Se houve um Deus Vivo, se houve anjos, se houve umCristo operando milagres, se o Espírito Santo nos foraenviado, se a Bíblia surgiu como uma revelaçãosobrenatural de Deus, então tais transes, visões, revelaçõese obras do Espírito Santo, como as que foram dadas àsnossas crianças no Lar Adulão, são visitaçõessobrenaturais de Deus as quais devemos esperar.

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Os transes, visões, revelações e manifestaçõessobrenaturais eram freqüentemente experimentados pelaIgreja do Novo Testamento, que fora fundada, cheia edirigida de maneira sobrenatural — a única Igreja sobrea qual a Bíblia diz ou prediz alguma coisa.

—H.A. Baker

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Capítulo 1

O Poderoso Derramardo Espírito Santo

A reunião de oração matinal estava durando mais do queo de costume. As crianças mais velhas deixavam a sala deoração uma por uma para dar início aos estudos na salade aula, enquanto os menores permaneciam de joelhos,orando com fervor. O Senhor estava próximo. Todossentiam a presença do Espírito Santo em nosso meio.Alguns dos que haviam saído retornavam ao recinto.

Uma forte convicção do pecado — algo pelo qualhavíamos orado há tanto tempo — tomou-nos de formatão intensa que com lágrimas escorrendo pelos rostos ebraços erguidos clamavam ao Senhor o perdão de seuspecados, os quais agora pareciam tenebrosos demais. Umaapós outra, as crianças foram se colocando sob o fortepoder do Espírito Santo até que mais de 20 estavamprostradas no chão. Apesar da incerteza quanto ao queestava acontecendo, eu tinha ciência de que o Senhorestava fazendo algo bastante incomum em nosso meio.

Fui até a sala de aula e disse aos garotos que, casoestivessem se sentindo incomodados a vir e orar, entãoestariam dispensados da aula. Pensei que apenas algunspediriam para sair, mas, em poucos instantes, o professorchinês se viu sentado sozinho em sua mesa. Todos os

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alunos haviam corrido para a sala de oração na qual logoestariam orando e louvando a Deus de todo coração.Quando o professor percebeu que não havia mais nada afazer foi embora para casa. Eu não o havia convidado parair com as crianças porque, apesar de estar conosco háalgum tempo, ele parecia absolutamente morto paraqualquer entendimento espiritual do evangelho. Noentanto, após caminhar uma curta distância, o professordecidiu retornar.

Ninguém percebeuquando ele adentrou a salade oração, pois todosestavam intensamentevoltados para o Senhor. Oprofessor foi ao canto maisdistante da sala, onde, pelaprimeira vez na vida,colocou-se de joelhos e

tentou orar. Como o poder do Senhor era evidente, sentique era melhor deixar aquele jovem sozinho e não meintrometer no que sabia que só podia ser obra do EspíritoSanto. Pouco tempo depois, percebi que o professor estavacom os braços levantados, com lágrimas nos olhos,implorando a Deus que perdoasse seus pecados, os quaiso ouvi dizer que eram muitos, muitos mesmo. Ele era umjovem bastante orgulhoso e humilhar-se daquela formana presença de seus alunos apenas podia significar umapoderosa convicção do Espírito Santo em relação a seuspecados.

A reunião continuou por horas; no entanto, as criançasnão demonstravam o desejo de sair. Não havia nada queeu pudesse fazer ou dizer, uma vez que era o Senhor quem

Eu tinha ciênciade que o Senhorestava fazendo

algoincomum emnosso meio.

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O PODEROSO DERRAMAR DO ESPÍRITO SANTO 21

parecia ter total controle. Fiz o máximo possível para nãoatrapalhá-lO.

ALGO DECIDIDAMENTE NOVOPor fim, um choro agonizante se levantou, muito além doque eu jamais havia ouvido ou imaginado, quando emvisões, as crianças viam os horrores do inferno, a angústiadas almas perdidas e o indescritível poder maligno dodiabo e seus anjos. Muitos meninos testemunharam queviram a si mesmos presos e arrastados para o maisprofundo do inferno.

A condenação pelos pecados e o poder do diabo sobreeles se tornou uma realidade aterradora. Mas a libertaçãodesse poder maligno através da graça do Senhor JesusCristo também era igualmente real. Quando elesexperimentavam esse poder libertador das garras domaligno, a salvação se tornava tão real quanto havia sidoa condenação. Grande alegria, riso e paz resultavam doconhecimento de que haviam sido salvos. Foi umentendimento que estou certo de que jamais esquecerão.

Após estar na presença do Senhor desde o início damanhã e já estando na hora do jantar ser servido, imagineique a reunião daquele dia estivesse prestes a acabar. Queengano! Alguns deixaram a sala de oração por algunsinstantes, mas logo estavam todos de volta, dizendo quequeriam buscar o Senhor à noite inteira. Isto era algodecididamente novo; pois antes as crianças reclamavamque nossos cultos eram longos demais. Por muito tempo,insistíamos que ficassem mais um pouco orando. Agoraque isso estava acontecendo, por que parar? Nenhumacriança foi dormir até o início daquela madrugada esomente no início da manhã seguinte, às seis horas, os

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últimos remanescentes encerraram a oração e o louvorque havia durado mais de 24 horas quase ininterruptas.

Depois de dois dias desse poderoso derramar doEspírito Santo, a coisa pareceu diminuir. Pensando quetudo havia terminado, voltamos às nossas atividadescorriqueiras, esperando passar mais tempo à noite orandoe buscando ao Senhor. Os garotos retomaram as aulas econvidamos algumas pessoas para falar-lhes sobre oevangelho.

A reunião de oração damanhã começou por volta

de 7h30 e, como de costume,todos orávamos ao mesmotempo e cada um saíaquando se dava porsatisfeito. Por volta domeio-dia, ouvi alguémorando na sala de oração.

Era um dos nossos garotos mais tímidos e quietos, WangGia Swen, que tinha cerca de oito anos e encontrava-seescondido atrás do órgão orando em voz alta e chorandoao confessar seus pecados diante de Deus. Descobrimosque ele estava orando desde o culto da manhã sem pararsequer para o café.

Quando saí da sala de oração, as aulas já haviamencerrado e os garotos estavam sendo liberados. Algunsforam para o jardim ou se envolveram em trabalhosmanuais pelo resto do dia, mas a maioria perguntou sepodia ficar e orar. Ao saber sobre os que desejavam ficare orar pedi que alguns fossem cumprir algumas tarefasnecessárias e o restante dirigiu-se à sala de oração ecomeçou a orar. Quase que de repente, houve outro

Grande alegria epaz resultavam

do conhecimentode que haviam

sido salvos.

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poderoso derramar do Espírito Santo.Esse derramar foi tão contínuo que, por uma semana,

deixamos de tentar cumprir as tarefas regulares, realizandosomente o que era mais necessário e indispensável. Todospassavam todo o tempo disponível absortos nasgrandiosas bênçãos de Deus.

Naqueles primeiros dias, ninguém ligava muito paracomer ou dormir. Sempre que os jovenzinhos começavama orar, o poder de Deus descia, fazendo com que muitosse prostrassem no chão. Tornou-se impossível fazer asrefeições em horários regulares sem interferir com omover do Espírito Santo. À medida que o poder de Deusdeixava alguns, eles se retiravam por um tempo ou iamlanchar. Quando retornavam à sala de oração, logo estavamnovamente sob o poder do Espírito Santo.

As manifestações do Espírito Santo eram tãoconstantes que alguns sob Seu poder praticamente ficavamnesse estado o dia inteiro até tarde da noite. Por volta denove ou dez horas da noite, quando as coisas ficavammais calmas, sugeríamos que todos fossem para a cama eque descansassem até de manhã. Muitos perguntavam sepodiam continuar orando e buscando a Deus. Como estespoucos continuavam em oração por todos que tinham idodormir, logo aqueles retornavam e uniam-se a eles emoração. Pouco se dormiunaquelas noites. Algunsgarotos não deixavam asala de oração durante todaa noite. Quando os meninosadormeciam, eram deitadosno chão por um breveperíodo de tempo, e logo

Sempre que osjovenzinhos

começavam aorar, o poder de

Deus descia.

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estavam de pé novamente buscando a Deus e tomados porSeu mover.

FICANDO FORA DO CAMINHOUma coisa era certa, este era um derramar do Espírito Santoque não exigia qualquer participação de missionários“experientes”, a não ser a necessidade de ficarmos forado caminho e não interferir em Sua obra maravilhosa.Nossa participação era abrir o coração para tambémpodermos ser profundamente tomados pelas bênçãoscelestiais que caíam em intensas torrentes.

Nossa presença ou ausência naquelas reuniões deoração não fazia a menor diferença. Em uma daquelasprimeiras manhãs, era com prazer que descíamos asescadas. Sem precisar fazer qualquer chamada para areunião de oração, cada uma das crianças dirigia-se àssalas de oração onde começavam a orar e louvar aoSenhor. Quando descíamos até lá, podíamos encontrarmuitas das criancinhas deitadas no chão sob o poder doEspírito Santo, cantando em outras línguas conforme omover do Espírito.

Desde o início, a manifestação do Espírito estavamovendo o mundo sobrenatural bem além do nossoconhecimento limitado ou das nossas experiênciasanteriores com assuntos sobrenaturais. As coisas estavamacontecendo tão rápido que eu e minha esposa, Josephine,confessamos um ao outro que nosso único recurso eracooperar com tudo aquilo, crendo que Deus era bemsuperior ao diabo e que estaria cuidando de tudo. Nós nosrefugiamos atrás das promessas de que aquele que pedirao Pai pão, não receberá pedra (ver Mateus 7:9); queaqueles que pedem peixe não recebem uma cobra; que os

Page 25: VISÕES ALÉM DO V É U · 8 VISÕES ALÉM DO VÉU ao campo missionário. Pela segunda vez foram compelidos ao trabalho missionário, mas agora o Senhor lhes disse que deveriam

O PODEROSO DERRAMAR DO ESPÍRITO SANTO 25

que pedem um ovo não recebem um escorpião; que osque têm motivações puras como as daquelas crianças, quebuscam o Espírito Santo, não receberão coisas malignasou demônios, mas sim exatamente aquilo que buscam: oEspírito Santo (ver Lucas 11:13).

Nas semanas seguintes, Deus provou ser essa promessaverdadeira e, com isso, fomos libertos da ansiedade aocomeçarmos a testemunhar as coisas maravilhosas deDeus que ocorriam em nosso meio. Cada dia era diferente,um prodígio seguia o outro. Diariamente, a todo instante,nosso Deus operador de milagres levava os órfãos do LarAdulão de um estágio a outro, de uma glória a outra, naescola em que o professor era ninguém menos que oEspírito Santo.