Visão do Alto ano 21, n 42 setembro de 2011

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Informativo Institucional de Asas de Socorro House Organ of Asas de Socorro

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Dando asas aos que dão suas vidas

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Carta ao Leitor

Estimados irmãos e irmãs,

Não quero escrever um artigo, mas ape-nas falar de coração para coração sobre o que tem sido para mim contribuir com o trabalho missionário de Asas de Socorro.

Para mim, Clemen, tem sido uma delí-cia... de engordar o coração!

Receber a notícia, por exemplo, de que os índios lá nas lonjuras, que há anos es-tavam em plenas trevas e que agora, pelo trabalho missionário sob a mão do nosso Deus, estão ensinando outros e alcançan-do outras tribos! Não é maravilhoso?!

Irmãos, essa notícia me traz lágrimas de gozo.

Saber que o Senhor, na sua misericór-dia, nos tocou o coração para contribuir com missionários que se dedicam a essa obra de maneira integral, é muito bom!

Engrandecido seja Deus!!!

Com um abraço no Senhor,

A irmã Clemen Moreira, 84 anos, de São Paulo - SP

ExpedienteVisão do AltoInformativo Institucional de Asas de Socorro

Conselho Editorial: Cristiane Costa, Nilton de Paula, Rita Mucci, Otnaracy Silva, e Tábata Mori

Tiragem: 30 mil

Edição Geral: Tábata Mori – MTE 2602 GO

Produção: Tábata Mori, Rita Mucci e Cristiane Costa

Colaboração: Alan Bachmann, Lissânder Dias e Keith Dalmon (HQ)

Diagramação: James T. Lea

Revisão: Vivian Nakamura e Priscila Slobodticov

Fotos: Reyner Araújo, James Gilbert, Jordana Barale e arquivo

Impressão: Excellência Gráfica (Goiânia, GO)

ASAS DE SOCORRO

Presidente: Ernei de Oliveira Pina

Diretoria Executiva: Alan Bachmann, Eunice Cunha e Luis Carlos M. Huttenlocher

SEDEAnápolis –GO Caixa Postal: 184 CEP: 75024-970

Tel.: (62) 4014-0333 | Fax: (62) [email protected]

VISITE nOSSO nOVO SITE: www.asasdesocorro.org.br

Quem dá asas, também dá sua vida . O piloto de Asas de Socorro passa por um treinamento rigoroso em um período de anos, voa pela selva e pelos rios da Amazônia, pousa em pistas das mais pre-cárias. Sim, o piloto dá sua vida.

E o mecânico? Ser credenciado para fazer a manutenção da aeronave exige um enorme conhecimento quanto à estrutura do avião e das milhares de peças que ele contém. Tudo segue um processo infalível. O mecânico é o cirurgião do avião.

E o suporte tecnológico? Toda vez que um avião voa a tecnologia moderna monitora seus procedimentos. Rádios em frequências autorizadas mantêm contato com os missionários e avisam qualquer emergência ou situação imprevista.

Deus sustenta Asas de Socorro ao mover pessoas, igrejas e empresários, que pedem a Deus a proteção, o bom êxito e contribuem com recursos financeiros. As-sim tem sido há 56 anos!

E as pessoas que trabalham nos escritórios? Há um número sem fim de papéis que acompanha cada voo, cada re-visão do motor, a logística do combustível. É imprescindível coordenar recursos humanos especializados e manter o corpo em constante ajuste, na busca do aper-feiçoamento.

E, por que tudo isso? Altruísmo? Não. Humanitarismo? Não. Por mais que sejam motivos nobres, Asas de Socorro faz seu trabalho em cumprimento da ordem de Jesus: que os povos saibam que Deus perdoa e transforma em vida aquele que apenas existe. Em nome de Jesus levamos na bagagem serviços de saúde, ensino e/ou qualquer tipo de assistência. Quem aceita seu convite ouve: “eis que estou convosco para sempre”. Haverá motiva-ção melhor do que levar a mensagem do nosso Salvador e Senhor?

Alan Bachmann, Diretor Executivode Asas de Socorro

Expediente Eu Apoio um Missionário!

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Nossa História

Asas de Socorro começou seu trabalho com um sonho e desde a década de 50 até hoje, muito foi conquistado em benefício dos povos não alcançados da região Amazônica. Olhamos para a história e trazemos à memória aquilo que nos traz esperança. Veja nesta edição como aprendemos a sonhar e a realizar sonhos e quem sabe, venha sonhar com a gente!

Fotoreportagem – parte 2

1969 – Asas de Socorro recebe licença do CONTEL para estrutura de rádio comunicação em Boa Vista (RR). Ao lado, posto em Parimi-Ú

1985 – Asas de Socorro organiza o Programa de Assistência Médica, Dentária e Evangelística (AMDE): saúde e cuidado integral.

1988 – A Sede Administrativa de Asas de Socorro é inaugurada em Anápolis (GO).

92[sem foto] 1992 – Asas de Socorro inicia ações na área de educação e fortalecimento de lideranças com o curso Ferramenta Para Líderes (FPL).

1972 – Inauguração da Escola de Aviação Asas de Socorro. Em 1977, forma-se o primeiro piloto brasieiro: Lelis Fachini.

Final dos 50 – “Eu vejo as asas, mas onde está o socorro?” disse um menino ao seu pai. Ele mesmo era fruto do socorro oferecido pela Escola Bíblica Dominical, que acontecia no próprio hangar.

Também no ano 2000, Asas de Socorro alarga as tendas ao receber a doação do Caravan Anfíbio, aumentando nossa capacidade logística.

Em 2003, Asas de Socorro abre oficialmente a Base Belém, a primeira no Pará, e em 2009, a segunda, em Santarém. Em 2011, inaugura a Base Porto Velho, em Rondônia.

76[sem foto] 1976 – Abertura da base de operação Manaus (AM), com o início das opera-ções aéreas em apoio às missões, igrejas e outras organizações.

1959 – Implantação da base em Boa Vista(RR), com o início das operações aéreas em apoio à Missão Evangélica da Amazônia (MEVA) e Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB).

Edith Moreira, da Meva, no Posto Surucucu com índios Yanomamis

Piloto Luís Debelak (MEVA), Hamilton Bosson e Marta Kirsch em Boa Vista (RR)

No ano 2000, Asas de Socorro firma a região amazônica como sua área de atuação e começa seu plano de expan-são para a região no Norte do país.

Índios Yanomamis, Posto Mucajaí

Diretoria Executiva e missionários da base na inauguração da Base Porto Velho

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Artigo

Lissânder Dias

“Vão e façam discípulos... ensinando-os a obedecer a tudo que eu lhes ordenei” (Mt 28.19, 20 - NVI). Esta emblemática ordem de Jesus aos seus alunos revela que somos chamados para ser muito mais que religiosos. Ele nos convoca a obede-cer integralmente sua vontade. Se isso é verdade, a esfera de atuação de quem segue a Cristo não se reduz ao aspecto religioso, a assuntos ligados ao céu e aos anjos. A questão é viver a ordem de Deus sobre todas as coisas, seja na esfera eclesiástica, social, econômica, familiar, espiritual. Nada mais coerente com a identidade do Deus que é Senhor de tudo (ver Visão do Alto nº 41, pgs. 6 e 7).

Imagem e semelhança

A compreensão de discipulado é prece-dida pelo entendimento da nossa identi-dade em Deus, pois ser discípulo de Jesus é, na prática, buscar viver como Deus nos criou: à sua imagem e semelhança (Gn 1.27). Nossa identidade de discípulo está atrelada a Deus; somos quem somos porque Ele é quem é.

A saga do pecado humano trouxe con-fusão e separação da nossa semelhança com o Criador. Queremos ser como Deus, fomos enganados e enganamos. Mas, no fundo, ansiamos pela sua presença e sua realidade em nós. Precisamos de Deus

Por que a missão é integral? – parte 2Porque somos discípulos integrais

porque se não o encontramos, deixamos de encontrar a nós mesmos.

Quando o amor de Deus nos alcança, Ele restaura nossa identidade perdida e nos torna seus filhos e discípulos. Descobrimos que a alegria está em ser como Jesus, de obedecer a sua vontade, de expressar seu caráter a todo mundo. Quanto a isso, não há exceção. Tudo e todos são esferas possíveis da ação de Deus, por meio de nós, seus discípulos.

Ao sermos redimidos pela cruz de Cristo, voltamos a reconhecer nossa semelhança com Deus, expressando sua imagem aos que ainda não conseguem enxergá-la. Essa missão é imensamente maior do que podemos imaginar, pois é a própria ação de Deus na existência humana.

Ser um discípulo integral de Jesus é viver concretamente a imagem e seme-lhança de Deus em nós, testemunhando que a criação de Deus foi redimida em nós e anunciar que o trabalho de reden-ção um dia será completo.

Amigos e testemunhas

Jesus também identificou seus discípulos como amigos (Jo 15.15) e testemunhas (At 1.8). Assim podemos entender o discipulado como uma relação dinâmica, amorosa e fiel ao Mestre. O padrão de obediência de Jesus não é marcado pelo

farisaísmo religioso dos judeus, mas pela fidelidade apaixonada e humana a um Deus amigo e santo.

Ser discípulo de Jesus, então é mais do que representá-lo institucional e religio-samente. É nutrir o nosso coração com o coração dEle e olhar o mundo como ele olha (Mc 6.34), além de empenhar-se nos meandros da vida, por entender que Jesus faria o mesmo e ainda, andar no compas-so do Mestre e Amigo.

Se cremos que o amor de Jesus pode alcançar toda a humanidade e que a justiça de Deus pode consertar todos os

erros, não é possível entendermos que so-mos chamados para uma missão fragmen-tada, dualista, parcial e descompromissada com os dramas atuais. Nossa missão é inte-gral, porque seguimos um Deus integral.

Jesus nos chama para sermos seus discípulos em todo o tempo e qualquer situação. Assim é a sua ordem para nós. Assim nos criou, assim nos redimiu. Qual-quer coisa menor que isso é subestimar a vontade de Deus para a existência humana.

Acesse nosso site e leia: Por que a missão é integral? (Parte 3) - Porque o mundo inteiro necessita

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Lissânder Dias, casado, é jornalista, estudante de missiologia e colaborador

de RENAS e da Editora Ultimato

Página 3 - Carta ao leitor “Nenhuma fatalidade ou incidente ocorreu em 55 anos...”

Realmente não aconteceu nenhuma fatalidade, mas incidentes ocorreram nesse período e fazem parte da nossa história.

p. 4 - nossa Historia

A base da UFM ficava em Bonfim, Roraima e não Rondônia.

Foto errada 1: a foto de James E Darlene Lonheim, na verdade são Harold e Elisie Berk. A foto correta é essa ao lado.

Foto errada 2: As pessoas na foto onde diz “Harold e Elisie Berk”, são o casal James e Beth Truxton. A foto correta é essa ao lado.

Erramos

p. 17 - Defesa de direitos A Kristin é esposa do Steven Lee Van Beveren, mas seu nome não é Kristin Steven (ou Stephen), e sim Kristin Leigh Van Beveren.

Edição n° 41/Ano 21

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senti que estava em um

lugar necessitado, onde pudemos fazer

diferença

Mobilização da Igreja

Cristiane Costa

O Projeto Ide 2011 foi o primeiro que eu participei... Essa experiência comprovou que Asas de Socorro não perdeu a visão de alcançar, transformar as comunidades de difícil acesso com o poder do Evangelho de Jesus e do testemunho da Igreja.

Eunice Cunha, Superintendente de Administração de Asas de Socorro

No último mês de julho, 137 projetistas deixaram suas casas, familiares e trabalho, saindo de sua zona de conforto para se transformarem em ferramenta de Deus na comunidade de Curuai, Santarém (PA). Dezenas de projetistas participaram pela

Ide... para uma terra que eu lhe mostrareiDeixando a zona de conforto em prol da obra de Deus

primeira vez do projeto com muita ansie-dade e outros, como a Aurora Idalina, de 80 anos, que participou pela décima vez.

Entre os integrantes estavam médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos, advo-gados, estudantes, professores, pastores, missionários, cabeleireiros e diversos profissionais que chegaram àquele lugar apenas como servos. Ali, o advogado se tornou missionário; o professor, auxiliar da equipe de adolescentes; estudantes de medicina, ministros para crianças. Lá também estava a equipe de saúde para servir com suas profissões no Programa de Assistência Médica, Dentária e Evan-gelística (AMDE).

Grandes barreiras políticas foram levantadas e vencidas. Mas, sem dúvidas, consideramos que as mais altas eram as barreiras espirituais. Contudo, nenhuma conseguiu impedir o agir de Deus naquela região. Algumas pessoas se fechavam quando eram abordadas, mas os projetistas conseguiram alcançar com o amor de Cristo, corações carentes e aflitos.

Vários filmes e peças de teatro que foram apresentados mexeram com os sentimentos e emoções, até dos próprios projetistas, pois os conteúdos levaram muitos a refletir, repensar e se render aos pés do único Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Diário de bordoDebaixo do sol quente, umidade alta, muitas formigas e saudades da família, o Projeto Ide foi para mim, Cristiane, muito mais que a primeira viagem de avião ou o primeiro passeio de oito horas em um grande barco. Foi mais do que contemplar uma natureza exuberante, toda feita pelas mãos de Deus.

O Projeto Ide foi como sentir na pele o peregrinar de Cristo, experimentar como ele alcançou pessoas com seu amor. Foi levantar bem cedinho, se preparar para o dia, passar o dia todo andando, ser picada por formigas e ter os ombros queimados pelo sol. Ide foi bater de porta em porta, ouvir as pessoas clamarem por conta da falta de apoio do governo e da pouca assistência médica. Foi ver o sofrimento estampado na face de um povo carente de ajuda, carente de Deus. Ide foi ir e viver em lugares onde nunca pensei estar.

Como parte do Departamento de Comunicação, fui incumbida

de colher os depoimentos e testemunhos. Para colher dados dos meus colegas, percebi que a melhor hora

era à noite, durante ou após o jantar, pois era o momento em

que meus companheiros estavam menos atarefados. Fazendo isso, acabei tomando banho à 1h40 da manhã, hora em que a água, até mesmo no Pará, já estava gelada. O banho à luz do luar não foi fácil, mas quando estamos dispostos a cumprir o Ide de Jesus, não se tem hora de comer ou tomar banho, mas tudo o que fazemos é para que o nome de Jesus seja glorificado.

ReportagemEspecial

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Mais de 1 Mil indígenas reunidos

homens mulheres e crianças...

... por uma igreja genuinamente indígena

17 a 20 de novembro de 2011No Acampamento Elim,da Primeira Igreja Batista Regular de Roraima

Apoie essa causa!

Contribua!

Banco BradescoCC 13237-3 (Missão Evangélica da Amazônia)Final da contribuição 60 centavos - Ex: R$100,60Identifique sua oferta para [email protected]

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Mobilização da Igreja

O projeto, para muitos se resumiu na frase do meu amigo e projetista André de Mello: “a morte do velho homem e o nascer de uma nova criatura em Cristo Jesus”. E é como a bem-humorada dona Aurora disse no trajeto de volta: “o projeto é como uma gravidez: mal acaba um e eu já me sinto como se estivesse gestante do próximo”. Pois foi, literalmente ir para o lugar onde Deus nos levou, sabendo que lá era o lugar certo. Para Joel Ebersole, mecânico de Asas do Socorro, que também participou do projeto, “esse foi o melhor IDE que eu já participei, a equipe trabalhou muito bem, as pessoas da comunidade estavam muito abertas a ouvir e receber oração, e senti que estava em um lugar necessitado, onde realmente pudemos fazer diferença”.

Todos os integrantes do projeto acreditaram que estariam levando na bagagem algo de bom para aquela região,

e com certeza levaram, mas acabaram por entender que o que trouxeram

foi muito maior do que pensavam. Aprenderam grandes lições com um povo simples e distante, que mesmo com as dificuldades enfrentadas diariamente, estavam sempre sorrindo. Muitos deles vieram conosco, pois estão em nossos corações.

Mais um projeto e muitos amigos que deixaram saudades.

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”

(Marcos 16:15.)

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)ReportagemEspecial

Cristiane Costa, casada, mãe, é estudante de Comunicação Social da Faculdade

Anhanguera e estagiária em Asas de Socorro

Projeto IDE 2011A 13° edição do IDE foi realizada em Curuai, uma comunidade ribeirinha com 22 mil ha-bitantes, que fica em Lago Grande, região que engloba 76 comunidades de Santarém (PA).

MobilizaçãoParticiparam 1.163 crianças e 120 adolescentes, 417 casas foram visitadas, 1.058 adultos abordados, 432 Bíblias e 200 Novos Testamentos foram distribuídos, além de 1.200 folhetos. Assistiram ao filme e à peça teatral 545 pessoas. E o mais importante: 782 aceitaram Jesus como Salvador.

Saúde e educação667 consultas Médicas/Psicológicas348 consultas odontológicas550 procedimentos Odontológicos788 escovas de dente distribuídas113 participaram na Oficina de Artesanato189 cortes de cabelo57 participaram do Treinamento de Evangelismo25 participaram do Treinamento de Educador Infantil

Foto: James T. Lea

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Missões, dons e talentosA Bíblia nos ensina que há diversidade de dons e ministérios, e diversidade nas realizações. É Deus quem opera tudo em todos, visando o aperfeiçoamento do Seu corpo e a glória do Seu nome.

Dentro de missões são vários os serviços e ministério, que são: trabalho com povos indígenas, como evangelização e tradução da Bíblia, com comunidades ribeirinhas e sertanejas em locais de difícil acesso, em países não evangelizados, entre outros.

Asas de Socorro é uma missão que atua com um ministério logístico (técnico) de apoio a outras missões e igrejas, com um ministério social, fornecendo apoio integral ao homem, assim, levando-o ao conhecimento de Jesus Cristo.

Como um hospital precisa de técnicos para fazer a manutenção de aparelhos médicos e um carro precisa de mecânico, ‘Asas de Socorro’ precisa de pessoas que atuem na manutenção e pilotagem de suas aeronaves.

Deus nos chamou para esse ministério, em que colocamos à disposição do Senhor os dons e talentos que ele nos tem dado. Eu, Nilson, como técnico em eletrônica e Milena, como auxiliar de enfermagem, temos a convicção da necessidade desse ministério técnico. O avião é o meio mais prático e às vezes o único de chegar a povos isolados no Norte do Brasil. O nosso desejo é contribuir para que em todos os locais de difícil acesso seja anunciado o Evangelho da Salvação em Cristo Jesus, através da aviação missionária.

Unidos pela causa de Cristo,

Chamados Para ServirCuidado espiritualVocê se lembra daquele pássaro grande? O missionário de Asas de Socorro faz suas andanças em terras que às vezes é difícil voltar! O que é bom, pois o desafio de alcançar os tão, tão distantes fica guardado no coração de forma que é impossível esquecer aqueles que um dia entraram na nossa vida. Leia uma história de Jakobine, missionária alemã na Base Belém. (p. 20)

Mural Asas de SocorroSaúde e oportunidade

Nilson e Milena Souza e os filhos Nathan e Daniel são uma família missionária de Asas de Socorro

essas páginas e coloque no mural da sua igreja ou organização

Visão do AltoSetembro de 2011

Depósito identificado ou transferência bancária:

Banco Bradesco Asas de Socorro Ag. 0240-2 CNPJ C/C 55508-8 01.052.752/0001-69

Identifique sua contribuição: [email protected] www.asasdesocorro.org.br

Dê asas aos que dão suas vidas

Destaque

Acesso difícil – difícil acessoO acesso a cursos de liderança e outros treinamentos é muito difícil para as comunidades ribeirinhas. Asas de Socorro porém tem o compromisso de

fortalecer e capacitar aqueles tão distantes dos centros acadêmicos e por isso levou o curso Ferramenta Para Líderes (FPL) para as Bases de

Santarém e Porto Velho. (p. 22)

Entre o chão e o arVoar com Ele, por Ele e para Ele

Ser um piloto de Asas de Socorro vai muito além de um trabalho técnico. O piloto e mecânico é aqui um servo chamado por Deus e seu apoio a essas comunidades vai muito além de logística, antes, é integral! Chamado integral gera ações integrais. Conheça um pouco do chamado do piloto gaúcho, que atua na Base Manaus. (p. 14)

Um estudante de enfermagem ou odontologia que têm a oportunidade de atender pessoas que nunca viram

um dentista, nunca mais serão os mesmos. Os dias na Bacia do Arapiuns, em Santarém, marcou a vida desses jovens e também o início de um programa de desenvolvimento comunitário de longo prazo. Veja como a Base Santarém foi a protagonista desse trabalho. (p. 23)

Parceria para Asas de Socorro é muito mais do que trabalhar junto, é ver o resultado e celebrar por ele ser seu também. É ver a dificuldade e se sentir motivado a andar a segunda milha. Porque tão bom quanto voar, é carregar e descarregar, é montar, desmontar e saber que assim você ajuda a transformar vidas! Saiba como a Base Boa Vista auxilia a MEVA e outras organizações. (p. 18)

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Apoio a Povos Distantes

Rita Mucci

Conversar pelo skype nem sempre é bom. A conexão falha e a voz parece longe. Mas ao entrevistar o piloto missionário Ricardo Bock não foi a conexão que falhou. Foi o choro que fez a voz ficar meio distante e as palavras difíceis de se entender. Mesmo longe, foi perceptível que falar sobre o trabalho para Deus é uma coisa que emociona.

“Eu estava no seminário e nos dispomos ao Senhor para trabalhar em Sua obra. Não foi uma revelação ou um sonho, apenas nos colocamos à disposição do Senhor como família...” E, silêncio. Como conta Ricardo, às vezes “a voz tranca, falha” e fica a emoção ao lembrar o compromisso estabelecido.

Mas é preciso continuar. Quero

Voar com Ele, por Ele e para ElePiloto missionário, técnico e chamado por Deus

entender melhor a história do piloto, que é também missionário. E depois de uns segundos, pergunto: “Ricardo, e como tem sido o trabalho e a opção por seguir o caminho sugerido por Deus?”. “Tem sido muito bom. Até aqui o Senhor Deus nos tem conduzido. Somos de Porto Alegre e estamos muito, muito longe de casa. Mas a gente entende que aqui é o nosso local. E nos sentimos bem aqui”, respondeu ele.

Ricardo mora com a esposa e dois filhos em Manaus, a segunda maior base de Asas de Socorro e a maior em operação de voo, que beneficia 66 comunidades localizadas em dozes pontos de rios diferentes.

Em seu dia a dia, ele pilota voos missionários, isto é, que apóiam o trabalho de igrejas e organizações missionárias, oferecidos aos parceiros a um preço

reduzido. Mas entende que mais do que piloto, ele é também um missionário e segundo ele, não faltam oportunidades para testemunhar. Basta apenas estar disposto e se lembrar que talvez nunca mais volte a ver aquelas pessoas.

Conta que quando o avião está pousando as crianças das comunidades ribeirinhas logo vêm correndo para a margem do rio e, muitas vezes, é com elas que a conversa sobre Deus acontece de forma bem natural. A maioria daquelas pessoas esta vendo um avião pela primeira vez. Eles chegam e vão subindo no avião, querendo olhar dentro, ver quem são aqueles dois estranhos chegando.

Enquanto desembarcam os passageiros e a carga para atender a necessidade de alguma igreja ou missionários que vivem naquela comunidade, eles começam a conversar com as pessoas. “Quando temos mais tempo, vamos dar uma volta na comunidade e as pessoas nos recebem em suas casas. Quando pedimos para orar, logo se levantam em sinal de respeito”, conta o piloto.

Nosso trabalho é técnico, de apoio. Mas quando estamos lá, “é preciso amarrar o avião e deixar de ser apenas técnico. Se lembrar das pessoas e dar atenção a elas. Quando chegamos na comunidade, acham que somos meio super-heróis, mas tentamos mostrar que apenas temos habilidades diferentes delas e que, muitas vezes, o que elas sabem, nós não sabemos.

Algumas vezes, como ser humano, estou mais cansado, dormi mal e fico mais

quieto, mas é bom que somos sempre em dois e quando um está “chururu”, meio calado e cansado, o outro faz este papel de conversar e dar atenção, deixar a conversa ‘ir além’”.

Lá, longe, onde só é possível chegar de avião ou de barco, é

que Ricardo além de pilotar, sonha em contribuir com um pouco mais.

Afinal, os pilotos missionários vão e voam, enquanto outros missionários ficam nas comunidades. Enquanto são luz no caminho de quem anda por aquelas vias estreitas, silenciosas e distantes das estradas iluminadas das cidades, sabem que podem contar com o apoio de Asas de Socorro, que se compromete em eliminar as distâncias.

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Rita Mucci, casada, mãe, é jornalista especializada em vídeodocumentário e

missionária em Asas de Socorro

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Defesa de Direitos

Rita Mucci

De acordo com o relatório da Unicef, “as crianças indígenas fazem parte do grupo dos mais marginalizados do mundo”.

Diante dessa má notícia, o Brasil, ao contrário, uma notícia muito boa para contar. Um im-portante passo foi dado para a defesa da criança indígena com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1.057/2007 na Comissão de Direitos Hu-manos da Câmara dos Depu-tados. O PL visa o “combate às práticas tradicionais nocivas e à proteção dos direitos fundamentais de crianças indígenas, bem como pertencen-tes às outras sociedades ditas não tradi-cionais”. Em algumas aldeias indígenas, “a criança pode ser morta, rejeitada ou abandonada se nascer com deficiência física ou mental, for gêmea, ser filha de mãe solteira, ou por outras razões de-terminadas pela tradição de cada povo

Criança indígena em focoA primeira vitória em defesa da vida

indígena”, relata a ONG Atini, pioneira na defesa da criança indígena.

Não há dados específicos e confiáveis sobre o número de crianças indígenas

mortas em situações que poderiam ser evitadas. Segundo dados da Atini,

“com base no Censo Demográfico de 2000, pesquisadores do IBGE constataram que para cada mil crianças indígenas nascidas vivas, 51,4 morreram antes de completar um ano de vida,

enquanto no mesmo período, a população não-indígena apre-

sentou taxa de mortalidade de 22,9 crianças para cada mil nascidos vivos.”

Assim, “a taxa de mortalidade infan-til entre índios e não-índios registrou diferença de 124%”. Outros dados ainda apontam que “muitas das mortes por infanticídio estão mascaradas nos dados oficiais como morte por desnutrição ou por outras causas misteriosas”.

O texto do Projeto de Lei, informado pela agência da Câmara dos Deputados e aprovado recentemente prevê que “o Estado deve desenvolver programas de conscientização e educação em direitos humanos nas comunidades indígenas, visando à proteção de crianças em risco por questões de origem cultural”. O pro-jeto ainda precisa ser aprovado em outras instâncias para que se torne lei, mas já

é uma vitória dos que lutam em defesa da vida das crianças indígenas. Asas de Socorro apoia as ações da ONG Atini por meio da parceria com a Rede Mãos Dadas, que busca a dignidade de todas crianças e adolescentes.

Muwaji- uma mulher que fugiu para proteger a filha

O PL 1.057/2007 é conhecido como Lei MUWAJI. Muwaji é uma indígena que saiu de sua tribo para proteger a vida de sua filha, que nasceu com paralisia cerebral. Segundo a tradição, se ficasse em sua al-deia, a filha de Muwaji poderia ser morta pelos outros indígenas.

No documentário sobre a questão do infanticídio indígena, da também indí-gena e jornalista Sandra Terena, “Queb-rando o Silêncio”, o índio Paltu Kamayurá conta que teve filhos gêmeos e um deles foi sepultado vivo.

No relato, ele diz que quando a crian-ça nasce gêmea, uma delas é morta. “Até

hoje não esqueço... porque estou vendo o menino que viveu, o crescimento dele e aí eu penso no outro também. Agora meu pensamento não é mais como o deles, não é mais pensamento como de antropólogo, que fala: ‘Deixa esses índios viverem as-sim. Essa é a cultura deles’. Não é. Porque a cultura não para, ela anda. O pensamen-to também anda, igual a cultura”, observa.

Em seu artigo, “A Estranha Teoria do Homicídio Sem Morte”, uma das fundado-ras e conselheira da Atini, Márcia Suzuki, afirma que “a partir do momento em que as mulheres e lideranças indígenas se manifestaram a favor da vida, é obrigação do governo e sociedade prover meios para que essas crianças possam sobreviver”. Afinal, como diz Ayato Kuikuro, também em depoimento ao documentário, “a morte é triste, mas sente-se alegria quan-do se vê uma criança em pé brincando”.

Para saber mais

www.atini.orgwww.hakani.org/pt

Agora meu pensamento não é mais

pensamento como de antropólogo

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Rita Mucci, casada, mãe, é jornalista especializada em vídeodocumentário e

missionária em Asas de Socorro

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O piloto Denis (de azul, à direita) e sua esposa Rebeca (de amarelo) com missionários da Novas Tribos e indígenas na aldeia Marari.

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Parcerias

Rita Mucci

A parceria entre as missões faz com que o trabalho em locais de difícil acesso seja possível e se torne menos desgastante física e emocionalmente. Segundo Otoniel Berti, vice-presidente da Missão Evangélica da Amazônia (MEVA) sem o avião, o trabalho que desenvolvem não seria realizado e muitas vidas não seriam salvas, pois muitas aldeias tem acesso extremamente restrito.

“Lembro-me de um caso de uma índia que chegou muito abatida, magra, sem ânimo para viver. O marido a tinha jogado em uma fogueira e ela estava com graves queimaduras. Após ser contatado por nossos missionários

Entre o chão e o arDiferentes missões trabalham juntas para alcançarem os mais distantes

na tribo, o avião de Asas de Socorro a trouxe para a cidade e nós, da MEVA, a levamos ao hospital. Ela ficou seis meses internada, fez várias operações e voltou para sua tribo bem”, conta Otoniel.

Segundo o piloto missionário, Denis Engelhardt, no dia a dia, o elo entre as

missões e o missionário é forte e faz com que diferentes missões

se pareçam uma só. “Quem olha de fora não percebe que somos missões diferentes. Trabalhamos muito juntos. Acho que porque somos

irmãos em Cristo e temos o mesmo objetivo. Há uma união

de propósitos em nosso trabalho.”Neste jeito parceiro de trabalhar,

Denis fala de como já esta acostumado a

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ver os resultados do

trabalho de outras missões dá ânimo para continuar

ser o “link” entre as aldeias e as cidades para levar aos missionários que vivem nas tribos, “tudo que caiba no avião”. Para ele, ver os resultados do trabalho de outras missões dá ânimo para continuar, pois, melhor do que voar é “ver a transformação de vidas pelo Evangelho, a tradução da Bíblia para a língua indígena e o surgimento de igrejas nas aldeias”.

A importância da parceria de missões através da vida de um missionário

O casal de missionários, Sara e Josias Cambuy, viveu 13 anos em uma tribo Yanomami, no meio da floresta Amazônica. Para Josias, quando se vive isolado no meio de rios, árvores e muita floresta, o avião conduzido por um piloto missionário não é apenas uma tecnologia do progresso, mas uma “estrutura mecânica com coração”.

“Se precisássemos de algo que dava mais trabalho, os pilotos missionários que vinham até a aldeia ficavam mais uma noite para nos ajudar. Dormiam em nossa casa. Consertavam nossos aparelhos danificados, contavam sobre o futebol, sobre o novo presidente e tudo o mais que

acontecia na cidade”, explica Josias. Segundo o missionário, “em 13 anos,

usamos o avião de Asas de Socorro o tempo todo. Não apenas uma vez por mês, mas vinte e quatro horas por dia, todo dia. Usamos o avião mesmo ele estando parado na cidade, porque sabíamos que em qualquer emergência poderíamos contar que o avião passaria para nos pegar. Sabíamos também que o avião deixaria de vir nos atender se aparecesse alguma emergência em outras aldeias e se pudéssemos esperar.”

A família Cambuy é missionária da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), organização parceira de Asas de Socorro. No tempo em que viveram na tribo, tiveram suas filhas, ajudaram a desenvolver uma escola de alfabetização em Yanomami e em português, cuidaram de um posto de saúde na aldeia e também da saúde dos indígenas. Com isso, tornaram-se amigos muito próximos dos índios Yanomami.

Josias diz que já lhe disseram que está velho para esse trabalho. Mas ele reluta, “se (eu) parar, fico triste. Então, prefiro continuar e ficar alegre. A aldeia é longe, é difícil de chegar, é um lugar perigoso, mas é onde gosto de estar”. O casal se dispõe a ir, outros se dispõe a apoiar, para que a vida seja beneficiada.

Rita Mucci, casada, mãe, é jornalista especializada em vídeodocumentário e

missionária em Asas de Socorro

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Cuidado Espiritual

Tábata Mori

Toda segunda-feira de manhã temos um culto na sede de Asas de Socorro, em Anápolis (GO). Em alguns felizes momentos pudemos receber os companheiros das bases para compartilhar as experiências do campo e nos motivar no trabalho administrativo, ou mesmo aqueles que ainda estão em treinamento.

Em um desses momentos recebemos a missionária alemã Jakobine Diemer, da Base Belém (PA). A ocasião foi também de despedida, Jakobine passará alguns meses na Alemanha para o seu período de férias, divulgação e confirmação do trabalho no Brasil.

A Base Belém era formada por quatro pessoas, com a ausência de Jakobine e a saída de outra missionária, Myrian Arndt, o casal Ronaldo e Mara está trabalhando a

Você se lembra daquele pássaro grande?Os rios estão brancos, à espera de palavras de Salvação

partir da Base Santarém, também no Pará. A Base Belém continua com sua agenda de clínicas médicas, mas as visitas contínuas às comunidades foram temporariamente prejudicadas.

Com o coração apertado, a missionária contou-nos a história do “Pássaro Grande”, uma história que representa bem o trabalho de Asas de Socorro. A conversa abaixo aconteceu em São Raimundo (PA), em uma comunidade daquelas que você não encontra nada em sites de pesquisa, nem rotas nos mapas online... A história, vou deixar por conta da Jakobine:

”Tive a oportunidade de voltar para a comunidade de São Raimundo, à beira do Rio Anapu. Faz mais de sete anos desde a minha última visita.São Raimundo é uma comunidade com apenas quatro moradias, um salão de

festas e duas igrejas: uma católica e outra evangélica.Nessa minha última visita, matei a saudade do tempo passado. E sentada a beira do rio eu conversava com as irmãs Dominga e Helena, quando elas dizem:- Você se lembra quando aquele pássaro grande passou aqui no rio?Sorri. A irmã Helena com quase 91 anos, já não enxergava bem, mas viu o pássaro grande sobrevoando a comunidade. Pássaro que na verdade era o Caravan Anfíbio*, que chegava de Manaus com os profissionais para realizar uma ação integral em São Raimundo. Sonhando e conversando acerca do tempo passado, as duas disseram:- Olha, nós temos tanta saudade daquele povo...- Por quê? Eu perguntei. Vocês gostaram muito do pássaro?- Não, elas respondem. É que vocês não vieram apenas visitar, vocês trouxeram palavras de conforto para nós... Quando vocês vão voltar?Minha resposta foi um silêncio e

nada mais que um “quem sabe”, pois sei que a viagem até São Raimundo, começando em Belém, dura entre 13 e 18 horas de barco até o município de Portel. De lá, mais dez ou 12 horas com uma embarcação particular até São Raimundo.Claro, com o avião a viagem é bem mais rápida, mas a pergunta principal é “onde

há pessoas disponíveis para ir?”Há uma oportunidade para você, que agora lê esse texto, embarcar conosco nesse ministério levando a Palavra de Deus que traz conforto e Salvação aos que vivem em locais tão distantes.”

São Raimundo é uma entre as muitas comunidades abençoadas

pelo trabalho de Asas de Socorro e é apenas uma entre as que estão à espera

de alguém para viver entre eles. Os campos estão brancos, os rios estão brancos, a floresta está branca, orem ao Senhor da seara por obreiros!

* O Caravan é um avião para 10 pessoas, incluindo o piloto, com mais de 12 metros de comprimento e que carrega 1.900kg entre passageiros e carga; Anfíbio, pois consegue pousar tanto na terra como na água.

vocês trouxeram palavras de

conforto para nós... Quando

vocês vão voltar?

Foto Tábata Mori, solteira, jornalista.

Coordenadora de Comunicação em Asas de Socorro

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ParceriasEducação

Tábata Mori

Santarém, no Pará, e Porto Velho, em Rondônia, são distantes? De difícil acesso? Pense na possibilidade de entrar em um barco e navegar pelo Amazonas ou pelo Madeira, a distância parece ainda maior?

Agora pense em uma universidade boa. Onde ela está? Com certeza em um local inacessível à população que vive às margens desses rios. Pense em um pastor sempre atualizado. Onde está esse pastor? Em um local bem distante das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Asas de Socorro foi chamada para abençoar comunidades em locais de difícil acesso, logo seus obreiros e pastores também são o nosso alvo. Segundo Ester Alves, uma das coordenadoras do Ferramenta Para Líderes (FPL), “no final de 2008, ouvimos dezenas de líderes pontuando suas grandes necessidades, entre elas, treinamento de uma liderança

que pudesse implantar e pastorear as igrejas em comunidades ribeirinhas”.

Pensando nessa necessidade, Asas de Socorro oferece o FPL, um curso que aborda planejamento, estratégia, dinâmica da administração, metas, avaliação e outros princípios de administração.

O conteúdo com base bíblica permite a fácil assimilação dos

conceitos administrativos por parte dos líderes e favorece o desenvolvimento de uma liderança cristã, que leva

em conta os propósitos e as características de Deus.O FPL já treinou dezenas de líderes,

mas 2011 marca a sua volta para casa, com o foco em líderes de comunidades em locais de difícil acesso. Em abril, o Pará recebeu dois treinamentos: 16 pessoas em Novo Progresso e 60 pessoas em Santarém. No mês de agosto, em Porto Velho (RO), 25 pessoas também fizeram o curso.

Na sua simplicidade, João Bosco Caldeira diz: “Agradeço a Deus pela rica oportunidade que tivemos aqui em Santarém”. Assim respondemos: “Gratos somos nós, por podermos abençoar a Igreja plantada em locais de difícil acesso.”

Tábata Mori, solteira, jornalista.Coordenadora de Comunicação

em Asas de Socorro

Saúde e Saneamento

O conteúdo

com base bíblica permite a fácil

assimilação

Tábata Mori

No final do mês de agosto, onze estu-dantes de Enfermagem e Odontologia, um técnico e cinco professores da UniEvan-gélica acompanharam a expedição Marco Zero, juntamente com três missionários de Asas de Socorro e dois profissionais da ONG Terre des Hommes.

A expedição Marco Zero dá início ao primeiro programa de longo prazo desen-volvido por Asas de Socorro, em parceria com a UniEvangélica e trabalha com a proposta de desenvolvimento comuni-tário integral da região para um período de cinco a sete anos. A viagem de sete dias teve dois objetivos: levantar dados socioeconômicos e realizar atendimento básico de saúde e odontológico.

Para Omar Abdalla, den-tista e missionário de Asas de Socorro, “o projeto ofer-eceu à sociedade universitária uma nova visão sobre a realidade brasileira na região Norte e deu à comuni-dade atendida, oportunidade de acesso à saúde”.

Patrícia Mota, estudante de Odontolo-gia, é veterana, pois participa a diversos anos de projetos, mas essa foi sua primei-ra vez na Amazônia. “Atendi uma senhora que tinha 14 dentes para tirar e no final ela chorou e disse ‘ não acredito que tirei

Saúde e oportunidadeAsas de Socorro inicia programa de longo prazo no Rio Arapiuns

todos esses dentes’”. “Eu sou protética e tenho vontade de voltar para devolver o sorriso para essas pessoas”, conta Patrícia.

O hidroavião C206 de Asas de Socorro e um ultraleve da Missão

Sal e Luz da Amazônia fizeram o rápido e seguro percurso da equipe de pesquisa entre o barco e as comunidades, enquanto o

barco-hospital da Terre des Hom-mes abrigou a equipe médica.O trabalho intenso atendeu mil

pessoas de treze comunidades, além de um voo para realizar o socorro emergen-cial. Esse é só o começo, contamos com você para escrever a história dos próximos anos.

Acesso difícil – difícil acessoAsas de Socorro leva curso de liderança para o Pará e Rondônia

tenho vontade

de voltar para devolver o sorriso

para essas pessoas

Tábata Mori, solteira, jornalista.Coordenadora de Comunicação

em Asas de SocorroFoto

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