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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 VII-011 - IMPACTO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA SAÚDE PÚBLICA Getúlio Martins (1) Engenheiro Civil. Consultor Interno da Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP, para redesenho de processos. Na SABESP foi Gerente do Departamento de Controle de Orçamentos, Preços e Contratos de Obras e Serviços e Coordenador de Obras do Interior. Mestre em Saúde Pública e Doutorando pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Pós Graduado pelo IHE - em Delft, na Holanda. José Aurélio Boranga Administrador. Superintendente da Unidade de Negócio do Alto Paranapanema da SABESP e Presidente da ABES – SP. Conselheiro da Associação dos Profissionais Universitários da SABESP. Josué Tadeu Leite França Engenheiro Químico. Gerente da Divisão de Controle Sanitário da Unidade de Negócio do Alto Paranapanema da SABESP. Helena Apparecida dos Santos Lima Pereira Professora Doutora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP. Endereço (1) : Rua João Rolando, 57 - Guaratinguetá - SP - CEP: 12515-010 - Brasil - Tel: (11) 3030-4790 - Fax: (11) 3030-2613 - e-mail: [email protected] RESUMO Objetivo: Avaliar o impacto do Sistema de Abastecimento de Água na Morbidade por Doenças Infecciosas Intestinais e Helmintíases, de moradores de comunidades rurais do Vale do Ribeira e Médio Paranapanema, no Estado de São Paulo, Brasil. Métodos: As comunidades rurais estudadas foram Barra do Braço (Município de Eldorado), Colonização (Município de Juquiá), Serrote (Município de Registro), Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro (Município de Ribeirão Grande). A escolha dessas comunidades foi em razão delas apresentarem condições favoráveis à pesquisa dos dados de morbidade, que permitisse a comparação entre as populações atendidas e não atendidas, por Sistemas de Abastecimento de Água. Os dados de morbidade foram obtidos nos postos de saúde dos bairros e nos hospitais das cidades sedes dos municípios, por falta de dados oficiais publicados. Os dados dos Sistemas de Abastecimento de Água foram obtidos na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. O indicador de saúde pública utilizado foi a incidência de doenças infecciosas intestinais e helmintíases na população exposta. Resultados: Em seis dos sete bairros estudados, a incidência foi menor na população atendida por Sistema de Abastecimento de Água. A redução do risco de se adquirir as doenças pesquisadas após a implantação dos Sistemas de Abastecimento de Água variou de 49,87% a 78,58%. As helmintíases (76,60%) tiveram maior incidência do que as doenças infecciosas intestinais (23,40%), provavelmente porque nos bairros estudados não havia sistema de esgotamento sanitário. O número de casos levantados pode estar subestimado, em virtude de fatores relacionados com os critérios da CID e fidedignidade dos dados vitais. Conclusões: os resultados mostraram que a eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água na redução da incidência das doenças infecciosas intestinais variou de 49,87% a 78,58%, e nas doenças infecciosas intestinais e helmintíases, juntas, variou de 65,34% a 78,23%. PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Abastecimento de Água, Morbidade, Doenças Infecciosas Intestinais, Helmintíases, Eficiência, Saneamento Básico. INTRODUÇÃO Em 1996, a população servida por Sistemas de Abastecimento de Água, no Brasil era de 71,92% e no Estado de São Paulo 90,03%. Todos os 625 municípios do Estado de São Paulo eram atendidos, sendo 330 pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP e 295 por Serviços Municipais de

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

VII-011 - IMPACTO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NASAÚDE PÚBLICA

Getúlio Martins(1)

Engenheiro Civil. Consultor Interno da Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo- SABESP, para redesenho de processos. Na SABESP foi Gerente do Departamento deControle de Orçamentos, Preços e Contratos de Obras e Serviços e Coordenador de Obrasdo Interior. Mestre em Saúde Pública e Doutorando pela Faculdade de Saúde Pública daUSP. Pós Graduado pelo IHE - em Delft, na Holanda.José Aurélio BorangaAdministrador. Superintendente da Unidade de Negócio do Alto Paranapanema daSABESP e Presidente da ABES – SP. Conselheiro da Associação dos ProfissionaisUniversitários da SABESP.Josué Tadeu Leite FrançaEngenheiro Químico. Gerente da Divisão de Controle Sanitário da Unidade de Negócio do AltoParanapanema da SABESP.Helena Apparecida dos Santos Lima PereiraProfessora Doutora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Endereço(1): Rua João Rolando, 57 - Guaratinguetá - SP - CEP: 12515-010 - Brasil - Tel: (11) 3030-4790 -Fax: (11) 3030-2613 - e-mail: [email protected]

RESUMO

Objetivo: Avaliar o impacto do Sistema de Abastecimento de Água na Morbidade por Doenças InfecciosasIntestinais e Helmintíases, de moradores de comunidades rurais do Vale do Ribeira e Médio Paranapanema,no Estado de São Paulo, Brasil. Métodos: As comunidades rurais estudadas foram Barra do Braço(Município de Eldorado), Colonização (Município de Juquiá), Serrote (Município de Registro), Boa Vista,Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro (Município de Ribeirão Grande). A escolha dessascomunidades foi em razão delas apresentarem condições favoráveis à pesquisa dos dados de morbidade, quepermitisse a comparação entre as populações atendidas e não atendidas, por Sistemas de Abastecimento deÁgua. Os dados de morbidade foram obtidos nos postos de saúde dos bairros e nos hospitais das cidades sedesdos municípios, por falta de dados oficiais publicados. Os dados dos Sistemas de Abastecimento de Águaforam obtidos na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. O indicador desaúde pública utilizado foi a incidência de doenças infecciosas intestinais e helmintíases na populaçãoexposta. Resultados: Em seis dos sete bairros estudados, a incidência foi menor na população atendida porSistema de Abastecimento de Água. A redução do risco de se adquirir as doenças pesquisadas após aimplantação dos Sistemas de Abastecimento de Água variou de 49,87% a 78,58%. As helmintíases (76,60%)tiveram maior incidência do que as doenças infecciosas intestinais (23,40%), provavelmente porque nosbairros estudados não havia sistema de esgotamento sanitário. O número de casos levantados pode estarsubestimado, em virtude de fatores relacionados com os critérios da CID e fidedignidade dos dados vitais.Conclusões: os resultados mostraram que a eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água na redução daincidência das doenças infecciosas intestinais variou de 49,87% a 78,58%, e nas doenças infecciosasintestinais e helmintíases, juntas, variou de 65,34% a 78,23%.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Abastecimento de Água, Morbidade, Doenças Infecciosas Intestinais,Helmintíases, Eficiência, Saneamento Básico.

INTRODUÇÃOEm 1996, a população servida por Sistemas de Abastecimento de Água, no Brasil era de 71,92% e no Estadode São Paulo 90,03%. Todos os 625 municípios do Estado de São Paulo eram atendidos, sendo 330 pelaCompanhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP e 295 por Serviços Municipais de

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Água e Esgotos - SMAE (ABES 1998). Nesse ano, a população urbana do Estado de São Paulo era 93,11% ea rural 6,89%. A cobertura da população urbana era de 96,69% e a rural era 2,82% 1.

A principal conseqüência da falta de abastecimento de água potável é a contaminação da população de baixopoder aquisitivo, principalmente nos primeiros anos de vida, quando as crianças apresentam baixa resistênciaorgânica. Essa população habita, na maioria das vezes, as periferias das cidades e a zona rural, exatamenteaquelas com menor cobertura de serviços de saneamento básico.

A contaminação é feita por microorganismo patogênicos, presentes na água sem tratamento adequado ou emalimentos que não são lavados antes da ingestão. Além disso, pode haver contaminação pelo contato diretodas pessoas com os agentes infecciosos, devido à falta de higiene pessoal.

Dessa forma as enfermidades que têm maior relação com a falta d’água ou água de má qualidade, são asdoenças infecciosas intestinais (diarréias) e as helmintíases (verminoses), que pertencem ao grupo dasdoenças infecciosas e parasitárias. Essas enfermidades são endêmicas nas comunidades não atendidas porsistemas adequados de abastecimento de água e, por isso, representam indicador importante no planejamentodos serviços de saúde. Portanto, em termos de saúde pública, a eficiência dos Sistemas de Abastecimento deÁgua será maior, quanto menor for a incidência dessas doenças na população.

Não têm sido publicados muitos estudos para avaliação desse indicador recentemente. Há, no entanto,algumas pesquisas feitas nas décadas de 1950 a 1980, que observaram reduções dessas doenças, após aimplantação de Sistemas de Abastecimento de Água, como por exemplo: 61,30% em Kentucky nos EUA(SCHIESSMANN e col. 1958); 67% na população de 4 bairros rurais da Guatemala (BRUNCH e col. 1963);37% em Lusaka na Zâmbia (BAHL 1976); 45% em Belo Horizonte, Brasil (GROSS 1989). Por outro lado, háestudos que não observaram diferenças significativas entre as incidências dessas doenças antes e depois daimplantação dos Sistemas de Abastecimento de Água, como os realizados por FEACHEM e col. (1978) noLesoto, e SHAFFER e col. (1979) no Quênia.

Mais recentemente a AWWA publicou uma pesquisa realizada nos anos de 1994 e 1995, em Quebec no Canadá,onde se concluiu que as crianças foram mais afetadas pelas doenças infecciosas intestinais, do que os adultos, e que40% dos casos, ocorridos com crianças, foram atribuídos à água de má qualidade. Os casos de doenças infecciosasintestinais ocorreram mais no período outono - inverno e menos no verão (PAYMENT e col. 2000).

Nesses estudos, geralmente, não são apresentadas as características dos Sistemas de Abastecimento de Águaimplantados nas localidades, impossibilitando a comparação de suas eficiências, uma vez que a comparaçãosó é possível no caso de sistemas com mesmas características. O tipo de tratamento da água, por exemplo, éuma característica fundamental, que na maioria das vezes não é informado. Nos países da África, muitasvezes, os sistemas implantados em comunidades rurais são constituídos de poço freático, equipados combomba d'água manual, de onde as pessoas retiram a água, colocam em vasilhames de diversos tipos etransportam até suas moradias. Outras vezes a água é disponibilizada em torneiras públicas, de onde sãotransportadas em vasilhames até as moradias. Portanto, a falta dessas informações constituem um dosprincipais problemas das metodologias utilizadas. ESREY e col. (1986) abordam essa questão de diferentesmetodologias, enfatizando que isso, muitas vezes, não permite analisar as contradições encontradas nosresultados. Outras vezes as pesquisas feitas por especialistas em epidemiologia carecem da contribuição deoutras áreas de conhecimento, como engenharia ou sociologia, por exemplo, para interpretar as contradições.

Além da falta dessas questões, as informações de saúde, quando disponíveis, não são de boa qualidade. LEBRÃO(1978) estudando a fidedignidade dos dados estatísticos hospitalares do Estado de São Paulo, em 1974, relata que17,58% dos diagnósticos constantes nos prontuários eram diferentes dos do Boletim 101, que indica amovimentação de pacientes saídos dos hospitais. O grande número de óbitos por causas desconhecidas, tambémprejudica a qualidade dos dados. No Brasil em 1998, esse grupo representou 15,1% dos óbitos (BIO 1998).

Mesmo a disponibilização de água em quantidade suficiente, por sistemas de abastecimento precários, emtermos de qualidade, no entanto, é melhor do que nada, pois é sabido que muitas doenças, como as escabioses

1 Calculado a partir de dados do CABES XVIII.

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(sarnas) e dermatofitoses (infecções da pele), por exemplo, podem ser reduzidas com higiene pessoalconstante. Assim, com a expansão do abastecimento de água, é de se esperar que haja redução dasenfermidades relacionadas com a qualidade ou quantidade de água. A redução dessas enfermidadesconstituem importante indicador, que, no entanto, não tem sido avaliado pelas empresas de saneamentobásico. A ABES/SP, em 1999, fez consultas à todas as empresas de Saneamento Básico do Brasil e constatouque nenhuma delas utiliza esse indicador para avaliar sua performance. Os indicadores de eficiênciautilizados se restringem à área operacional e econômico-financeira.

Na SABESP, apesar de não ser prática institucionalizada, foram elaborados, nas Regiões do Vale do Ribeira e doMédio Paranapanema, estudos nesse sentido, para avaliar a eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água. Emvirtude das dificuldades em se obter dados oficiais de morbidade, foram escolhidas pequenas comunidades, compopulações expostas ao risco de contrair doenças e beneficiadas pelos Sistema de Abastecimento de Água, bemdefinidas, possibilitando assim a pesquisa dos casos nos prontuários arquivados nos postos de saúde.

OBJETIVOAvaliar o impacto do Sistema de Abastecimento de Água na Morbidade por Doenças Infecciosas Intestinais eHelmintíases, de moradores de comunidades rurais do Vale do Ribeira e Médio Paranapanema, no Estado deSão Paulo, Brasil.

MATERIAIS E MÉTODOSAs comunidades rurais estudadas foram as seguintes: Barra do Braço (Município de Eldorado), Colonização(Município de Juquiá), Serrote (Município de Registro), Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos eMato Dentro (Município de Ribeirão Grande).

Essas comunidades foram escolhidas, para objeto de estudo, porque apresentaram condições favoráveis àpesquisa dos dados de morbidade, que permitisse a comparação entre as populações atendidas e nãoatendidas, por Sistemas de Abastecimento de Água.

Os dados das populações dos bairros Barra do Braço, Colonização e Serrote, foram obtidos na dissertação demestrado realizada por Getúlio Martins, apresentada à Faculdade de Saúde Pública da USP em 1995(MARTINS 1995). Os dados das populações dos bairros, Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos eMato Dentro, foram obtidos na pesquisa feita por Josué Tadeu Leite França, da Unidade de Negócio do AltoParanapanema, da SABESP, em setembro de 1996 (FRANÇA 1996).

O indicador de saúde pública utilizado foi a incidência de doenças infecciosas intestinais e helmintíases napopulação desses bairros. Essas enfermidades têm caráter endêmico e estão diretamente relacionadas com a falta deágua de boa qualidade para beber e preparar alimentos. São também as enfermidades, que apresentam maiorproporção entre as doenças infeciosas e parasitárias (SMS 1992, LEBRÃO 1982, ESREY e col. 1986).

O coeficiente de incidência é “definido como a razão entre o número de casos novos de uma doença, queocorre em um intervalo de tempo determinado, e o número de pessoas expostas ao risco de adquirir a referidadoença, no mesmo período” (ALMEIDA FILHO e col. 1992).

Optou-se pelo estudo de morbidade, apesar das restrições que devem ser consideradas na interpretação dos seusresultados, porque ele é mais completo do que o de mortalidade (LAURENTI 1992), especialmente no caso dasdoenças infecciosas intestinais e helmintíases em que a letalidade é baixa. Optou-se também pelo levantamento damorbidade ambulatorial, além da hospitalar, por constituir, a primeira, maior fonte de casos de enfermidadesrelatados pelos pacientes. Sabe-se que em comunidades, com características semelhantes às pesquisadas, cerca de12% da população procuram os serviços de saúde e as internações hospitalares se restringem a 0,34% dessapopulação (MARTINS 1995). Além disso, as internações, por doenças relacionadas com falta de SaneamentoBásico, representam 6,67% do total de internações de habitantes de bairros semelhantes aos estudados (MARTINS1995), o que representaria uma amostragem muito pequena se considerada somente a morbidade hospitalar.

A população estudada foi obtida da seguinte maneira:

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! Barra do Braço, Colonização e Serrote: informado pela Unidade da Secretaria Estadual de Saúde deRegistro;

! Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro: informado pela Unidade da SecretariaEstadual de Saúde de Capão Bonito.

Por falta de registros oficiais disponíveis, os casos de doenças foram obtidos nas Fichas de AtendimentoAmbulatorial - FAA, que são preenchidas nas consultas, e nos Livros de Registro de Internações dosHospitais, nos seguintes locais:

! Barra do Braço: Posto de Atendimento Rural do bairro, Posto de Saúde de Eldorado e Hospital deEldorado;

! Colonização: Posto de Atendimento Rural do bairro, Posto de Saúde de Juquiá e Hospital de Juquiá;

! Serrote: Posto de Atendimento Rural do bairro, Posto de Saúde de Registro e Hospital São João Batistade Registro;

! Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro: Posto de Atendimento Rural do bairro.

Os casos foram separados conforme os nomes dos respectivos bairros. Para cada caso anotou-se o diagnósticoprincipal, segundo a Classificação Internacional de Doenças - CID - 9ª revisão de 1975, até o 4º algarismo dosagrupamentos 001 a 009 e 120 a 129. Esses agrupamentos indicam, respectivamente, as doenças infecciosasintestinais e helmintíases. Foram anotados também a data de nascimento e o nome do paciente. Para acontagem, considerou-se um caso, quando um mesmo morador comparecia a mais de uma consulta com omesmo diagnóstico principal.

Para a população dos bairros Barra do Braço, Colonização e Serrote, foram anotados os casos de doençasinfecciosas intestinais e helmintíases. Já para os bairros Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos eMato Dentro, foram anotados somente os casos de doenças infecciosas intestinais, uma vez que as pesquisas,que originaram os dados aqui utilizados, tinham objetivos diferentes.

Para comparação das incidências foram adotados critérios conforme os objetivos das pesquisas que deramorigem aos dados aqui apresentados, conforme segue:

! Nos bairros Barra do Braço, Colonização e Serrote foram levantados os casos da população atendida enão atendida por Sistemas de Abastecimento de Água, no período de seis meses (julho a dezembro de1992 nos bairros Barra do Braço e Colonização; janeiro a junho de 1994 no bairro Serrote).

! Nos bairros Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro, foram levantados os casos,num período de doze meses antes da implantação dos Sistemas de Abastecimento de Água e doze mesesdepois da implantação, conforme mostrado na Tabela 1.

Tabela 1 - Período da pesquisa efetuada nos bairros, antes e depois da implantação dos Sistema deAbastecimento de Água.

BAIRRO ANTES DEPOIS

Boa Vista 22/03/1994 a 22/03/1995 23/03/1995 a 23/03/1996

Barreiro do Cabral 17/11/1994 a 17/11/1995 18/11/1995 a 18/11/1996

Ferreira dos Matos 06/08/1994 a 06/08/1995 07/08/1995 a 07/08/1996

Mato Dentro 25/06/1994 a 25/06/1995 26/06/1995 a 26/06/1996

Fonte: FRANÇA 1996

A eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água foi calculada pela relação entre as incidências dasdoenças na população abastecida e não abastecida. Essa eficiência expressa o risco evitado de se contrair adoença, atribuído ao Sistema de Abastecimento de Água, que foi o único fator interveniente na infra-estruturados bairros, que pudesse ser relacionado com a prevenção à saúde da população.

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CARACTERÍSTICAS DOS BAIRROS ESTUDADOSOs bairros rurais estudados distam cerca de 30 km dos centros urbanos mais próximos. A população possuibaixo poder aquisitivo e sua ocupação principal é o trabalho na lavoura. Todos possuem escola de primeirograu e o atendimento primário, na área de saúde, é feito no posto de atendimento localizado no própriobairro. Os casos não resolvidos são encaminhados para o Centro de Saúde ou para o hospital da cidade sededo município.

Os Sistemas de Abastecimento de Água utilizam mananciais subterrâneos e superficiais. A água domanancial subterrâneo é captada por meio de poço tubular profundo e não recebe tratamento, por possuirpadrão de potabilidade dentro das normas vigentes. Já a água do manancial superficial, é tratada pelo sistemade filtro lento construído em alvenaria. Em ambos os casos há injeção de cloro, na forma de hipoclorito desódio, e flúor, na forma de ácido fluossilícico líquido, na água, por meio de bombas dosadoras, antes dachegada nos reservatórios, para garantia da desinfecção e prevenção da cárie dentária nas crianças. Em todosos bairros, a água é entregue nas moradias por meio de ramais conectados com a rede interna de distribuiçãoexistente em todas as casas. As características específicas dos Sistemas de Abastecimento de Água de cadabairro estão descritas a seguir:

Barra do BraçoO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em março de 1985. A água é captada em um PoçoTubular Profundo com 81,00 m de profundidade e capacidade de produção de 3,89 l/s. Funcionava 13 horaspor dia e a exploração era de 1,48 l/s. A água captada é recalcada para um reservatório de poliester comcapacidade para 50 m³, localizado na parte alta da vila, de onde é distribuída por gravidade. Havia 97ligações domiciliares de água no bairro, em 31/12/1992.

Bairro ColonizaçãoO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em março de 1989. A água é captada na serra, por meiode uma barragem de elevação de nível, de concreto ciclópico, a 800 m da vila. A capacidade de produção é de0,83 l/s e era utilizado 0,31 l/s. A água captada é aduzida, por gravidade, para um reservatório de alvenaria,com capacidade para 30 m³, de onde é distribuída, também por gravidade. Havia 54 ligações domiciliares deágua no bairro, em 31/12/1992.

Bairro do SerroteO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em fevereiro de 1985. O manancial é um poço tubularprofundo com 118,60 m de profundidade e capacidade de produção 5,56 l/s. Funcionava 15 horas por dia e aexploração era de 1,78 l/s. A água captada é recalcada para um reservatório de poliester com capacidade para75 m³, localizado na parte mais alta da vila, de onde é distribuída por gravidade. Havia 204 ligaçõesdomiciliares de água no bairro, em 31/06/1994.

Bairro Boa VistaO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em 23/03/1995. A água é captada por meio de umabarragem de elevação de nível, de concreto ciclópico, na serra e aduzida por 627 m com tubulação de 75 mmde diâmetro de PVC, para o filtro lento, localizado em cota inferior. A água tratada é armazenada em umreservatório de alvenaria com capacidade de 50 m³, localizado em cota intermediária, entre a captação e redede distribuição. A distribuição é feita com 2 590 m de tubulação de PVC. Havia 91 ligações domiciliares deágua no bairro, em 23/03/1996 e a produção era de 0,70 l/s.

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Bairro Barreiro do CabralO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em 18/11/1995. A água é captada por meio de umabarragem de elevação de nível, de concreto ciclópico, na serra e aduzida por tubos de PVC, sendo 1 834 mcom diâmetro de 75 mm e 1 309 m com diâmetro de 50 mm, para o filtro lento, localizado em cota inferior.A água tratada é armazenada em um reservatório de alvenaria com capacidade de 50 m³, localizado em cotaintermediária, entre a captação e rede de distribuição. A distribuição é constituída por tubos de PVC, sendo300 m com diâmetro de 75 mm e 1 600 m com diâmetro de 50 mm. Havia 39 ligações domiciliares de águano bairro, em 18/11/1996 e a produção era de 0,50 l/s.

Bairro Ferreira dos MatosO Sistema de Abastecimento de Água foi implantado em 07/08/1995. O manancial é um poço tubularprofundo com capacidade de produção 2,00 l/s. A água captada é aduzida por 1 600 m de tubulação de 100mm de diâmetro até um reservatório de alvenaria com capacidade para 100 m³, de onde é distribuída porgravidade por uma rede com 4 400 m de tubos de PVC 50 mm e 1678 m de tubos de PVC 75 mm. Havia 123ligações domiciliares de água no bairro em 07/08/1996.

Bairro Mato DentroO Sistema de Abastecimento de Água, implantado em 26/06/1995, é integrado com o Bairro Ana Benta doMunicípio de Capão Bonito. Nesse sistema integrado, a água é captada por meio de uma barragem deelevação de nível, de concreto ciclópico, na serra e aduzida por tubulações de PVC com diâmetros de 100 mme 150 mm, com extensão de 2516 m e 2223 m, respectivamente. O tratamento é feito em um filtro lento,localizado em cota inferior à captação. A água tratada é armazenada em um reservatório de alvenaria comcapacidade para 100 m³, localizado em cota intermediária, entre o filtro lento e a rede de distribuição. A redede distribuição é constituída por 4515 m (Ø = 50 mm), 567 m (Ø = 75 mm), 823 m (Ø = 100 mm), 600 m (Ø= 150 mm). Havia 49 ligações domiciliares de água no bairro, em 26/06/1996 e a vazão consumida no bairroera de 1,00 l/s.

RESULTADOSVerifica-se pela Tabela 2, que nos bairros Barra do Braço e Serrote, a incidência de doenças infecciosasintestinais e helmintíases nas populações atendidas pelos Sistemas de Abastecimento de Água, foi menor doque nas populações não atendidas. A redução do risco da população exposta adquirir doenças infecciosasintestinais e helmintíases, foi respectivamente: 78,23% e 65,34% 2, conforme mostra a Figura 1.

No bairro Colonização a incidência na população atendida foi maior do que na não atendida. Um dos fatoresque pode explicar esse resultado é o fato de que a população, não atendida, faz uso de água proveniente demanancial de serra, portanto, com boa qualidade, apesar de não receber desinfecção. Pode também terocorrido erros na identificação do local de residência dos pacientes, uma vez que a área não atendida é muitaextensa e se confunde com outros bairros vizinhos. A investigação das causas, no entanto, não foi realizadapor fugir dos objetivos da pesquisa.

2 [(incidência na população atendida / incidência na população não atendida) – 1] x 100

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Tabela 2 - População, casos de doenças infecciosas intestinais e helmintíases, e incidência dessasdoenças na população atendida e não atendida por Sistema de Abastecimento de Água, nascomunidades estudadas.

POPULAÇÃO NÚMERO DE CASOSINCIDÊNCIA

(por 100 habitantes)Comunidade

Não atendida AtendidaPopulação

não atendida

População

atendida

População

não atendida

População

atendida

Barra doBraço

262 233 62 12 23,66 5,15

Colonização 325 218 16 15 4,92 6,88

Serrote 439 895 75 53 17,08 5,92

Fonte: MARTINS 1995.

Nos bairros Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro, a incidência de casos dedoenças infecciosas intestinais foi menor depois que a população passou a receber água do Sistema deAbastecimento de Água (Tabela 3). No bairro Boa Vista o número de casos foi menor do que o valor mínimoda zona de normalidade, representada pela diferença entre a média aritmética e o desvio padrão 3 do conjuntodos casos da Tabela 3, por essa razão não foi considerado no cálculo de eficiência do Sistema deAbastecimento de Água.

A redução do risco de se adquirir doenças infecciosas intestinais, nos bairros Barreiro do Cabral, Ferreira dosMatos e Mato Dentro, foi respectivamente: 73,48%, 49,87% e 78,58%, conforme mostra a Figura 1.

Tabela 3 - Comunidade estudada, população, quantidade de casos de Doenças Infecciosas Intestinais eIncidência dessas doenças, por 100 habitantes atendidos e não atendidos pelo Sistema deAbastecimento de Água.

NÚMERO DE CASOSINCIDÊNCIA

(por 100 habitantes)Comunidade População

População

não atendida

População

atendida

População

não atendida

População

atendida

Boa Vista 364 7 0 1,92 0

Barreiro do Cabral 156 49 13 31,41 8,33

Ferreira dos Matos 580 22 11 3,79 1,90

Mato Dentro 196 14 3 7,14 1,53

Fonte: FRANÇA 1996.

3 Média aritmética = 23; Desvio padrão = 15,92; 38,92 < Zona de normalidade > 7,08

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Figura 1 - Eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água na redução do risco de se adquirirDoenças Infecciosas Intestinais e/ou Helmintíases.

A prova de hipótese foi feita por meio da análise estatística das freqüências, apresentadas nas tabelas 2 e 3,com utilização do χ² (Qui-quadrado). Os cálculos indicaram χ² observados (217,53 e 200,03, respectivamentepara as freqüências ou número de casos, apresentadas nas tabelas 2 e 3) maiores do que χ² críticos (5,99 e7,81, com 2 e 3 graus de liberdade, respectivamente, para as tabelas 2 e 3), ao nível de significância de 5%,permitindo afirmar, com 95% de certeza, que:

! Nos bairros Barra do Braço, Serrote e Colonização, a freqüência de casos de doenças infecciosasintestinais e helmintíases depende dos Sistemas de Abastecimento de Água.

! Nos bairros Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro, a freqüência de casos dedoenças infecciosas intestinais depende dos Sistemas de Abastecimento de Água.

Nos bairros Boa Vista, Barreiro do Cabral, Ferreira dos Matos e Mato Dentro, foi possível verificar que amaior incidência de casos ocorreu nas estações da primavera e verão (FRANÇA 1996), diferente da pesquisapublicada pela AWWA (PAYMENT e col. 2000).

Além das reduções significativas estatisticamente observadas, é importante ressaltar que os casos levantadospodem estar subestimados, devido a alguns fatores, tais como:

! As fichas dos pacientes atendidos no Posto de Atendimento Rural - PAR, localizado no bairro, sãoenviadas ao Centro de Saúde da cidade a que pertence o bairro, no entanto, há casos rotineiros, em que aagente de saúde do PAR, que mora no bairro, fornece medicamentos aos pacientes ou recomendatratamento com ervas medicinais, sem que isso fique registrado.

! A distância dos bairros até o Centro de Saúde da cidade, muitas vezes impede o acesso do paciente,fazendo com que ele conviva com a doença, como ocorre com as helmintíases que são endêmicas emalgumas famílias.

! Os diagnósticos de desnutrição, anemia e desidratação, não foram considerados, por estarem fora dosgrupos da CID pesquisados, no entanto, essas enfermidades podem estar indiretamente relacionadas coma falta de água de boa qualidade, uma vez que podem ser conseqüências de diarréias e verminoses.LEBRÃO (1982) faz referência aos casos de desidratação.

! Para alguns habitantes do bairro Serrote, principalmente os que moram nos sítios, é mais fácil seratendido em Juquiá, do que em Registro. Esses casos não foram considerados.

Apesar dessas considerações, as eficiências na redução do risco de se adquirir as doenças pesquisadas,encontradas estão entre os maiores valores encontrados na bibliografia pesquisada, conforme relatado naintrodução deste trabalho.

73,48

49,87

78,5878,23

65,34

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Barra do Braço Serrote Barreiro do Cabral Ferreira dos Matos Mato Dentro

Redução de infecciosas intestinais Redução de infecciosas intestinais e helmintíases

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O grupo de idades mais atingido pelas doenças estudadas foi de 1 a 19 anos, que representou 17,12%(MARTINS 1995), o que confirma a hipótese de que os maiores prejudicados pelos baixos índices decobertura dos Sistemas de Abastecimento de Água são as crianças.

Onde foram levantados casos de infecciosas intestinais e helmintíases, constatou-se que 76,60% (Tabela 4)dos casos foram de helmintíases, independente de ter ou não Sistema de Abastecimento de Água (MARTINS1995), o que confirma o caráter endêmico dessas doenças, nas regiões de baixo poder aquisitivo, como são ascomunidades estudadas. Essa alta proporção de helmintíases em relação às infecciosas intestinais eraesperada, porque os bairros estudados não dispunham de rede de esgotos sanitários, na época das pesquisas.Sabe-se que as helmintíases são associadas, principalmente, aos esgotos sanitários, conforme relatam ESREYe col. (1986). É de se supor, portanto, que nos bairros em que foram levantados somente as doençasinfecciosas intestinais, a eficiência dos Sistemas de Abastecimento de Água seria maior, se tivessem sidoconsiderados também os casos de helmintíases.

Tabela 4 - Casos de doenças infecciosas intestinais e helmintíases nos bairros Barra do Braço,Colonização e Serrote, em população atendida e não atendida por Sistema de Abastecimentode Água.

DOENÇAPopulação

não atendida

População

atendidaTOTAL %

Infecciosas Intestinais 34 10 44 23,40

Helmintíases 87 57 144 76,60

TOTAL 121 67 188 100,00

Fonte: MARTINS 1995

CONCLUSÕES! A freqüência de casos de doenças infecciosas intestinais e helmintíases depende dos Sistemas de

Abastecimento de Água.

! A redução do risco de se adquirir doenças infecciosas intestinais variou de 49,87% a 78,58%.

! A redução do risco de se adquirir doenças infecciosas intestinais e helmintíases variou de 65,34% a78,23%.

! O grupo de idades mais atingido pelas doenças estudadas foi de 1 a 19 anos, que representou 17,12% doscasos.

! Onde foram levantados casos de infecciosas intestinais e helmintíases, constatou-se que 76,60% doscasos foram de helmintíases, independente de ter ou não Sistema de Abastecimento de Água.

! A maior incidência de casos de doenças infecciosas intestinais ocorreu nas estações da primavera everão.

! As eficiências encontradas podem estar subestimadas.

RECOMENDAÇÕESFace às dificuldades para obtenção de recursos financeiros, para expansão dos serviços de abastecimento deágua, estudos como esse poderiam ser feitos pelas Empresas de Saneamento Básico, em parceria com asSecretarias de Saúde dos Estados, a fim de mostrar à sociedade, o incontestável benefício do SaneamentoBásico à população, como ação preventiva de Saúde Pública. Para isso é preciso que essas empresasentendam seu papel de agentes de Saúde e passem a considerar indicadores de Saúde Pública na avaliação dasua eficiência.

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A avaliação dos custos envolvidos nos investimentos e nas despesas operacionais, com energia elétrica,materiais de tratamento, controle sanitário, operação e manutenção dos sistemas, constitui fatorcomplementar a este tipo de pesquisa, que também precisam ser realizados.

De posse das informações dos custos e benefícios, será possível a elaboração dos estudos de viabilidade dosempreendimentos de Saneamento Básico, de forma a propiciar maiores ganhos de qualidade de vida para apopulação e se conseguir o melhor retorno para os investimentos realizados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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