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Universidade de São Paulo

Escola de Comunicações e Artes

Departamento de Comunicações e Artes

Trabalho final: a USP em 20 anos

Thayane Gomes Veiga

Nº USP: 7165532

São Paulo

Julho de 2014

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“Promover, pela pesquisa, o progresso da ciência; transmitir, pelo ensino,

conhecimentos que enriqueçam ou desenvolvam o espírito ou sejam úteis à vida;

formar especialistas em todos os ramos da cultura, e técnicos e profissionais em todas

as profissões de base científica ou artística; e realizar a obra social de vulgarização das

ciências, das letras e das artes por meio de cursos sintéticos, conferências, palestras,

filmes científicos e congêneres.”

O excerto acima retirado do livro “História da Universidade de São Paulo” (2004)

representa a finalidade, o seu por que existir, da Universidade de São Paulo.

Criada em 25 de janeiro de 1934, a Universidade de São Paulo nasceu dois anos após a

Revolução Constitucionalista de 32, tendo com um de seus objetivos atender aos

desejos da elite paulistana que queria formar uma nova elite pensante. Hoje, a

Universidade de São Paulo tem 80 anos de existência, e conta com 249 cursos

espalhados por 10 campis.

Sob o lema Scientia Vinces (Vencerás pela Ciência), hoje a universidade está entre as

100 melhores universidades do mundo pela “Times Higher Education” e é considera a

2ª melhor da América Latina pelo “QS Latin American University Rankings”.

Uma vez dentro da Universidade, o nosso senso crítico é instigado, nos levando a

pensar e questionar além de nossos cursos, mas também o ambiente em que estamos.

Com isso, pensamos na estrutura da universidade, na grade dos cursos, o real papel da

faculdade na sociedade e o que o futuro reserva para ela.

Hoje, não existe uma iniciativa que estimula a troca entre os campis da universidade -

até mesmo no maior deles, a Cidade Universitária, observamos certo distanciamento

das próprias faculdades que compõem o campus. Não há nenhum canal digital que

permita a troca de conhecimento produzido para os alunos de outras unidades ou até

mesmo para a sociedade.

Os espaços de lazer, também poderiam ser um momento de troca entre alunos,

professores e funcionários de diferentes instituições. Os que existem hoje são

dominados por entidades e a sua vivência acaba se limitando ao grupo de alunos de

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cada escola. A falta desses ambientes, também desmotivam pessoas sem vínculo com

a universidade a circulem pelos campis.

Essa dificuldade de trocar estudos, melhores práticas e conhecimento, também

influencia na relação do aluno com o mercado de trabalho. A universidade não

consegue adaptar cursos e grades curriculares na mesma velocidade em que novas

formas de conhecimento surgem.

As aulas optativas são oportunidades de complementar sua grade curricular e te criar

uma visão mais ampla em sua graduação, mas os alunos enfrentam problemas para

consegui aulas fora da sua escola. Muitas unidades não abrem vagas para optativas ou

um número pequeno de vagas para matérias optativas.

Futuro: e daqui a 20 anos?

Nos últimos tempos surgiu uma teoria sobre conhecimento distribuído, o

conectivismo. George Siemens, especialista no assunto, explica hoje são mais usadas

três teorias da aprendizagem: behaviorismo, cognitivismo e construtivismo.

Esses métodos foram desenvolvidos num era pré-tecnologia, por isso, foram criadas

para uma sociedade que não sofreu impacto da internet. A tecnologia modificou o

modo como vivemos, as relações humanas, o mercado e também a educação. Com

essa alteração, Siemens acredita que as necessidades e os processos de aprendizagem

devem refletir o novo ambiente social.

Para explicar sua tese, Siemens (2004) explica que há 40 anos o desenvolvimento das

informações era muito devagar e hoje, o conhecimento é produzido em uma alta

velocidade. Segundo a Sociedade Americana para Treinamento e Desenvolvimento

(ASTD), em 2002, a quantidade de conhecimento produzido dobrou nos últimos 10

anos e agora está dobrando a cada 18 meses.

Siemens (2004) define o conectivismo como “integração de princípios explorados pelo

caos, rede, e teorias da complexidade e auto-organização”. Isso significa que o

processo de aprendizagem considera que as situações que estão em mudança e que os

fundamentos também podem sofrer alterações. Por esse contexto, Siemens (2004)

acredita que é vital conseguir distinguir quando uma informação é importante ou não.

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Entre os princípios da teoria conectivista propostos por Siemens (2004) estão:

A aprendizagem e conhecimento apoiam-se na diversidade de opiniões;

Aprendizagem é um processo de conectar nós especializados ou fontes de

informação.

É necessário cultivar e manter conexões para facilitar a aprendizagem contínua.

A habilidade de enxergar conexões entre áreas, deias e conceitos é uma

habilidade fundamental.

A tomada de decisão é, por si só, um processo de aprendizagem. Escolher o

que aprender e o significado das informações que chegam é enxergar através

das lentes de uma realidade em mudança.

Com essa teoria, podemos pensar em algumas ações que fariam o ensino da USP se

adaptar ao novo contexto social tecnológico, usando algumas das ideias da teoria

conectivista.

Hoje, a USP já possui uma rede social para hospedar trabalhos e informações, o Stoa.

Esse canal não é muito usado, com pouca usabilidade, e por isso, não estimula

professores e alunos que preferem usar outros canais para comunicação.

O Skoob, rede social que reúne resumos, opiniões e debates sobre livros, é um

exemplo de ação digital que poderia ser realizada pela Universidade de São Paulo. Com

uma rede social neste estilo, a USP ajudaria alunos a debaterem e opinarem em

diferentes textos, trabalhos ou apresentações públicas. Além disso, a ferramenta

tornaria mais simples o acesso a materiais acadêmicos e poderia sugerir outros

materiais relacionados para ampliar as referências bibliográficas do aluno.

Um site ou outra rede social também pode ser usado para divulgar trabalhos dos

alunos das artes, como curtas, apresentações musicais e peças de teatro. Hoje, esses

materiais produzidos na universidade são pouco veiculados e acabam atingindo,

majoritariamente, os próprios alunos do curso que produziram.

Além de medidas sociais, também é necessário pensar na estrutura física da

universidade para facilitar o aprendizado conectivista. Criar espaços pra debates e

disponibilizar eletrônicos em espaços mais livres, os computadores dentro das

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bibliotecas ou espaços reservados para computação limita o aluno, são algumas das

iniciativas que podem ser tomada.

A ideia é adaptar a Universidade que conhecemos hoje com a nossa nova realidade. Os

cursos, livros e a grade curricular não conseguem acompanhar a mudança da

sociedade tecnológica. Dentro da USP, as mudanças levam mais tempo para acontecer.

Mas, uma postura conectivista conseguiria complementar a formação universitária do

aluno com notícias propostas recentes e novidades.

O aluno formado pela USP saíra com a mesma bagagem teórica de hoje, e também

encontraria espaço para manter seu aprendizado contínuo com as plataformas digitais

desenvolvidas pela Universidade.

Referências bibliográficas

CAMPOS, Ernesto de Souza. História da Universidade de São Paulo. Editora da

Universidade de São Paulo, São Paulo – 2ª ed, 2004.

Equipe CTAE. Artigo da faculdade FGV sobre conectivismo. Disponível em:

http://www5.fgv.br/ctae/publicacoes/Ning/Publicacoes/00-Artigos/Conectivismo/

Artigo_Conectivismo_impressao.html. Acesso em: 02/07/2014

SIEMENS, George. Conectivismo: uma Teoria de Aprendizagem para a Idade Digital.

Disponível em: http://usuarios.upf.br/~teixeira/livros/conectivismo%5Bsiemens

%5D.pdf. Acesso em 01/07/2014.