Vida Universitária

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Conceitos de Bioética podem auxiliar na discussão sobre interromper uma vida ou prolongar o fim ética da vida ou da morte Deficit de atenção Encarar a doença e encontrar soluções criativas para conviver com ela é a melhor saída Status: Namorando virtualmente Perfis verdadeiros viram redes de negócios que envolve namoro fake e dinheiro no bolso edição 222 • abril | maio 2013

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Edição Abr-Mai | 222

Transcript of Vida Universitária

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Conceitos de Bioética podem auxiliar na discussão sobre interromper uma vida ou prolongar o fi m

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Status: Namorando virtualmentePerfi s verdadeiros viram redes de negócios que envolve namoro fake e dinheiro no bolso

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Herança valiosa Pequenos gestos

Iniciativa de

professor pode

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Tecnologia do bem Defi cit de atenção Francisco é teu nome

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vem aíperguntepara puc

qualidadede vida

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espiritualidade

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A morte representa mais do que o fi m para quem fi ca. Não é fácil se despedir de um ente querido. Imagine, então, quando

acontece em um momento marcado. Mas, afi nal, há hora para morrer?

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ESTAÇÃO PUC MUNDO MELHOR

O FTD Digital Arena é a tecnologia que vai revolucionar aulas e fazer com que o estu-dante torne-se fi gura indispensável na intera-tividade.

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Saiba como uma pesquisa com células-tronco está buscando uma solução duradoura para a artrose no joelho.

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Estudantes e professores atentos a eventos, pales-tras e grandes atividades têm espaço reservado para uma agenda bem selecionada sobre a esfera acadêmica.

Conheça a história do ofi cial do exército brasileiro que descobriu que fazer o bem é contagiante.

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A participação dos pro-fessores da PUCPR em eventos, lançamentos e congressos é desta-que na Vida Univer-sitária, com direito a muitas fotos.

Este espaço é do aluno. Fotos e registros dos acadêmicos que par-ticipam de eventos, premiações e diversas oportunidades dentro e fora da Universidade.

40Dúvidas são fundamen-tais para gerar conheci-mento. Aquilo que você não sabe pode ser a dúvida de mais universi-tários. Saia da dúvida e descubra a resposta.

Ele é o Másimo Falta tempo?

sintoniacultural

mercado de trabalho da puc na prática

vidadocente

reportagem reportagem

Quem pode decidir?

mundoafora

índice

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Boa leitura a todos!

Clemente Ivo JuliattoReitor da PUCPR

Em todos os momentos devemos celebrar as mudanças, pois esse movi-mento signifi ca que a vida segue sua trajetória como deve ser: em constante curso. Em nossa Santa Igreja também temos a oportunidade de vivenciar um momento histórico: a eleição do Papa Francisco, que promete ser um marco e um sopro de renovação para todos os católicos no mundo.

Como você percebeu, já na edição anterior, a Vida Universitária também se moveu ao sabor dos ventos da mudança. Estamos muito mais atentos aos debates que são importantes em nossa sociedade e queremos fazer parte da construção de um diálogo mais amplo e que promova a refl exão em nosso meio acadêmico.

Nesta edição, temos mais um tema de suma importância em debate: a Bio-ética. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, temos desde 2001 o Nú-cleo de Bioética, que tem por objetivo promover integração entre ética e pes-quisa, fazendo com que a ciência avance, porém sempre embasada em sólidos valores humanos. Recentemente, tivemos a aprovação de nosso Mestrado em Bioética, que já tem em curso sua primeira turma.

Por ser um assunto de extrema importância para a sociedade e estar forte-mente ligado aos valores de nossa Universidade, julgamos que o tema Bioética é mais do que apropriado para ser debatido em nossa revista. Quais são os limites éticos da ciência? Até que ponto devemos ir em nome do progresso? Essa discussão tem início em nossas páginas, e esperamos que a refl exão con-tinue fora delas.

Também, ressaltando nossa missão de formar cidadãos éticos e compro-metidos com a transformação do mundo, apresentamos um caso de sucesso de nosso estimado Projeto Comunitário. Você conhecerá um aluno que teve sua vocação para o trabalho voluntário despertada enquanto ainda era nosso estudante e decidiu levar esse legado para sua vida.

Para fi nalizar, gostaria de convidá-los a uma refl exão: “Onde há amor e sa-bedoria, não existe temor e nem ignorância”. A frase é de São Francisco de Assis, que inspirou o nome de nosso Papa, e foi fi gura de vida simples e dedi-cada a espalhar a palavra do Senhor. Que a nossa Universidade possa semear o amor e a sabedoria, por meio de suas publicações, nas palavras de seus do-centes e na vida de nossos alunos.

Os bons ventosmudançada

GRÃO-CHANCELER Dom Moacyr José Vitti

VIDA UNIVERSITÁRIA é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/85 - Curitiba, Paraná

CONSELHO EDITORIAL – PUCPR

REITOR Clemente Ivo Juliatto

VICE-REITOR Paulo Otávio Mussi Augusto

PRÓ-REITOR ACADÊMICO Eduardo Damião da Silva

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Waldemiro Gremski

PRÓ-REITOR COMUNITÁRIO Másimo Della Justina

PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO E DE DESENVOLVIMENTO José Luiz Casela

DIRETORA DE RELACIONAMENTOSilvana Hastreiter

REDAÇÃO

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rulian Maftum - DRT 4646

SUPERVISÃO Maria Fernanda Rocha

TEXTOS Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski e Elizangela Jubanski

EDIÇÃO DE ARTE Julyana Werneck

FOTOGRAFIA Renata Duda

PROJETO GRÁFICO E LOGOTIPO

Estúdio Sem Dublê | semduble.com

REVISÃO

Editora Champagnat

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Lumen ComunicaçãoRua Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho. Cep 82120-000. Curitiba. Paraná.

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Rua Imaculada Conceição, 1155 - 2º andarPrado Velho - Curitiba - ParanáCaixa Postal 17.315 - CEP: 83.215-901Fone: (41) 3271-1515www.pucpr.br

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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editorial

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“Francisco é teu nome”

Há 800 anos, ocorre o mesmo processo para a eleição de um Papa. Por que manter esses rituais e simbolismo?

Se nós falamos das tradições, en-tão falamos da essência da Igreja Católica. Nós temos dois pilares que sustentam a fé Cristã-Católica: a primeira é o evangelho de Jesus Cristo, e a segunda é a sucessão apostólica. Temos nossa raiz em Jesus Cristo, que escolheu Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edi-ficarei a minha Igreja”: Quando ele morre, a comunidade primitiva da Igreja escolhe seu sucessor, e assim continua durante 2 mil anos. É uma caminhada ininterrupta quando um homem representa aquele Pedro que expressou sua fé em Jesus Cristo e ele como sucessor, no caso, o Papa Francisco, tem esta missão de trans-mitir o Evangelho de Jesus Cristo sem erros.

Após a renúncia de Bento XVI, é eleito Francisco, o pri-meiro Papa não europeu. Para falar sobre o novo papa-do e seus desafi os diante da atual situação que a so-ciedade enfrenta, a Vida Universitária conversou com o Padre Zdzislaw Malczewski SChr. Nascido na Cracó-via, Polônia, chegou ao Brasil em 1979, e desde 1991 é correspondente permanente da Rádio Vaticano. Nos anos de 1995 a 1999 colaborou com a Agência Católica de Informações em Varsóvia. Em 1995 concluiu o dou-torado em Ciências Humanas, na área de História, na Universidade Adam Mickiewicz, em Poznan. Foi então que, entre os anos de 1995 e 2004, exerceu a função de provincial da Sociedade de Cristo na América do Sul. Desde 2004 é pároco da paróquia de São João Batista em Curitiba, e em 2009 assumiu a função de reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil.

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entrevista

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Gregório XII foi o último Papa a renunciar até então, em 1415, período em que a Igreja vivia uma grande crise. Diante da renúncia de Bento XVI, quais serão os desafi os do Papa Francisco?

É muito difícil comparar duas épocas tão distantes, porque aquela é uma realidade em que o poder civil, os reis, os imperado-res procuravam intervir na vida da Igreja. Hoje nós vivemos uma situação mais clara, porque o Papa é líder religioso. Esperamos do Papa que ele continue a missão de Pe-dro, fortalecer os irmãos na fé. Hoje, não é a Igreja que está em crise, a humanidade está em crise. Se observamos o que acon-tece na Europa ou nos Estados Unidos, sentimos também essa infl uência de crise

no nosso continente, na América Latina. En-tão esperamos que o Papa, com sua menta-lidade latino-americana, com sua abertura, não se preocupe tanto em seguir uma linha de certo comportamento, o “como devo di-zer”, “como devo agir”, “como devemos ca-minhar” e assim por diante. Vejo que o Papa vai trazer para a Europa este espírito que nós vivemos aqui na América Latina, em que o espírito de colegialidade fala mais forte-mente do que o espírito do legalismo.

Nesse primeiro momento de pontifi cado, o Papa Francisco tem se mostrado um homem simples e que busca transmitir a necessidade da atenção aos mais pobres. O que essa característica representa para a Igreja?

Precisamos ter a clareza de que, durante a caminhada de 2 mil anos, a Igreja recebeu muitos presentes dos nobres. Por isso pos-sui tantos bens. No entanto, ela é curadora desse patrimônio que, na verdade, é da humanidade – não da Igreja. O que o Papa está propondo para todos, já desde o início do seu pontifi cado, vai revolucionar, no

bom sentido da palavra, a convivência so-cial, o diálogo dele, como Papa, com o mun-do. No encontro de mais de 30 minutos com a presidenta Dilma, falaram sobre os pobres, além de como a Igreja e o Estado podem colaborar juntos para ajudar os jovens de-pendentes químicos.

Bento XVI havia confi rmado sua presença na Jornada Mundial da Juventude. Como será o encontro do atual Pontífi ce com a juventude mundial, nesta que será sua primeira viagem internacional? O momento é uma oportunidade para o surgimento de um papado mais próximo dos jovens?

Precisamos voltar com nosso pensamen-to para o Bem-Aventurado João Paulo II, que iniciou esta movimentação da Jorna-da Mundial da Juventude. Quando João Paulo II morreu já no pontifi cado dele era programado o encontro de jovens da Co-lônia. Bento XVI entrou naquele projeto, precisava ir ao encontro dos jovens na Alemanha. Hoje o Bento XVI renunciou, assumiu o papado o Papa Francisco que esta realizando aquilo que já foi planejado no pontifi cado de Bento XVI, quer dizer a Jornada Mundial que vai acontecer no Rio

de Janeiro. Lendo alguns portais da Europa, percebe-se que é feita uma comparação en-tre a transformação que aconteceu no início do pontifi cado de João Paulo II, e agora no início do pontifi cado do Papa Francisco. Ele é mais aberto, mais espontâneo, mais sim-ples, vai ao encontro das pessoas, então isto com certeza vai aproximar ainda mais os jovens. Percebe-se nestes primeiros dias do pontifi cado, que o Papa Francisco já foi bem acolhido pela população católica sobretudo a juventude.

Falando apenas dos últimos 100 anos, desde 1914, o mundo teve apenas Papas europeus (italianos, polonês e alemão). Algum motivo? Antes, apenas cardeais europeus participavam do conclave? E sendo Francisco I latino-americano, o que isso representa para a Igreja?

É uma valorização. Por outro lado, a Igreja da América Latina, do Papa Francisco, dará contribuição de sua riqueza espiritual, da sua piedade popular para a Igreja Católica. Então, a Europa hoje está morrendo no sentido espiritual, com o agnosticismo, o ateísmo muito violento que procura impor certas regras para a sociedade, rejeitando qualquer manifestação religiosa da po-pulação. O pontifi cado do primeiro Papa latino-americano vai trazer um novo sopro

do Espírito Santo para fortalecer ou até des-pertar o Espírito Religioso da Europa, que foi construída sobre a cultura e civilização judaico-cristã. Hoje, de certa forma, está se esquecendo ou marginalizando seu alicer-ce. Então, a presença do Papa que vem da América Latina para a Europa vai mexer um pouquinho mais na espiritualidade dos eu-ropeus. Então, claro, isso vai trazer a reno-vação e fortalecimento da fé do povo latino--americano.

Os jovens, que são o futuro da Igreja, sentem a necessidade de um papado mais próximo de sua realidade. Qual a importância de que a escolha do novo Pontífi ce esteja alinhada a essa busca?

Os jovens sempre foram, para a Igreja, pro-tagonistas. O primeiro encontro de jovens do mundo inteiro aconteceu na Argentina, e agora o Papa, sendo argentino, estará aqui no Brasil encontrando-se com jovens do mundo inteiro. Então a juventude sempre é uma porcentagem da comunidade mui-to importante, porque o jovem traz para a

Igreja seus anseios, seus projetos, sua es-pontaneidade. Ao mesmo tempo o jovem já está lançando o futuro. Se hoje temos jovens atuantes na comunidade, suponhamos que eles, como pessoas maduras, ajudarão a Igre-ja a crescer ainda mais no sentido espiritual, transformando a sociedade para que haja mais fraternidade, mais paz, mais amor.

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Quem pode decidir?

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Estar entre nós ou já não fazer parte deste mundo? Definitivamente, ninguém tem vivên-cia suficiente para responder a essa questão. A discussão sobre qual o limite entre a vida e a morte e quem o determina já está presente nas conversas que vão além dos corredores hospitalares, desde o escândalo do Hospital Evangélico, em Curitiba. A prisão da médica--chefe da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Virgínia Soares de Souza, em fevereiro, acusada de antecipar a morte de pacientes, abriu também discussões midiáticas relevan-tes sobre a bioética, que literalmente significa a ética da vida. Afinal, a hora de partir pode ser determinada por reles mortais?

Segundo preceitos da bioética, a ciência não aponta subsídios suficientes para deci-sões como essas. Por isso, de acordo com o professor de Bioética da PUCPR, Mário An-tônio Sanches, é preciso conduzir a temática sobre várias perspectivas: teológica, jurídica, filosófica, biológica e psicológica. “A eutanásia é um assunto discutido pela bioética exata-mente porque não é possível avaliar devida-mente a partir de uma única perspectiva, ou uma ciência apenas. Para uma boa avaliação do assunto, há a necessidade de uma aborda-gem múltipla, que reúne profissionais de dife-rentes áreas”.

Mais do que ter uma conclusão é preciso refletir sobre o assunto, para que, a cada caso, possa se estabelecer um posicionamento, jus-tamente por tratar do direito mais defendido em organizações mundiais, principalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) – o direito à vida.

No Brasil, o panorama da eutanásia (que quer dizer morte facilitada de forma serena ou sem sofrimento) aponta, de um lado, médicos experientes que temem ser julgados profa-nos; do outro, a família repleta de esperança mesmo em um caso terminal. Diante disso, médicos acabam estendendo a manipulação de remédios, prolongando o funcionamento de aparelhos e sustentando outras formas de manter o paciente vivo – mesmo percebendo que a cura é praticamente impossível. Essa forma de prolongar a vida é classificada como distanásia, também discutida pela bioética, as-sim como outras formas relacionadas à morte: ortotanásia e mistanásia.

Seguindo essa linha de raciocínio, o pro-fessor Mário Antônio Sanches acredita que a religião tem papel relevante no assunto e que querer uma morte digna não é crime. “Os pre-ceitos religiosos são, usualmente, elaborados em outros tempos e em outras culturas; por isso a eutanásia está relacionada às posições que as religiões assumem frente ao valor da vida e a qualquer ato contra ela. É preciso saber que aceitar a morte, e desejar que ela aconteça dignamente não pode ser compre-endido como eutanásia”, explica o professor.

“A eutanásia é um assunto discutido pela bioética exatamente porque não é possível avaliar devidamente a partir de uma única perspectiva, ou uma ciência apenas. Para uma boa avaliação do assunto, há a necessidade de uma abordagem múltipla, que reúne profissionais de diferentes áreas.”[Mário Antônio Sanches, professor de Teologia Bioética da PUCPR]

A morte representa mais do que o fim para quem fica. Não é fácil se despedir de um ente querido. Imagine, então, quando acontece em um momento marcado. Mas, afinal, há hora para morrer?

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COMPREENDENDO CONCEITOS

Saiba a definição de alguns procedimentos estuda-dos pela bioética.

Eutanásia: esta é a prática de abreviar ou de apres-sar a morte de pacientes que não têm expectativa de vida. Em alguns países (ver box “No mundo”), a eutanásia acontece a pedido do paciente ou da fa-mília. É uma combinação entre medicamentos e o desligamento de aparelhos que mantém o paciente vivo. No Brasil, o Código Penal proíbe esta prática.

Distanásia: é prolongar abusivamente o processo de morte e agonia, impedindo que ela ocorra natu-ralmente, sem que a doença seja curada ou a vida melhore.

Ortotanásia: é aceitar e desejar uma morte com dignidade, sem abreviar artificialmente a vida e sem prolongá-la com procedimentos inócuos. É a experi-ência de se chegar no limiar da vida e perceber que a morte é um componente da plenitude do viver.

Mistanásia: é uma morte que não deveria ocorrer, fora e antes da hora, relacionada mais com as difi-culdades de um sistema de saúde de cumprir sem-pre seu papel de promover vida. Acontece com pes-soas que nem chegam a ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico. É impossibilitar que a vida experimente o seu fim.

*Informações baseadas nos depoimentos dos professores da PUCPR Mário Antônio Sanches, docente de Teologia e Bioética, e

Waldir Souza, docente de Teologia.

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Na mesma linha e na visão conceitual, o teólogo Waldir Souza, professor de Teologia da PUCPR, diz que a eutanásia “quer apenas nos fazer lembrar que sonhamos e idealiza-mos algo muito maior que a realidade”. Ele acredita, no entanto, “que essa realidade é uma construção fruto de decisões, ora pro-vocativas, ora ignorantes. A eutanásia pode recobrar o sentido pela vida não a negando, mas sim a signifi cando outra vez. Dessa for-ma, a realidade pode com certeza se aproxi-mar do ideal”, acredita o teólogo.

No entanto, decidir pela morte de fami-liares ou até mesmo a própria morte não é autorizado pela Justiça, com exceção das leis da Bélgica, Holanda e Suíça. Do ponto de vis-ta legislativo brasileiro, não há justifi cativa plena que autorize abreviar a vida de um ser humano – seja em doença terminal ou de um paciente em sofrimento. O consentimento do paciente é, ainda, irrelevante juridicamente. Já o recente Código de Ética Médica diz que o doente pode ter mais autonomia no poder de decisão.

Nos tribunais do país, a eutanásia vem sendo entendida como hipótese de homicí-dio piedoso, ou seja, cometido por motivo de relevante valor moral em decorrência de interesse particular. De acordo com o Código Penal, a antecipação da morte – mesmo que piedosa – é considerada homicídio. O dife-rencial é que, especifi camente, em atos con-

siderados piedosos, a pena pode ser reduzida de um sexto a um terço pelo juiz.

No Brasil, ainda não há qualquer registro de médicos condenados por desligar apare-lhos ou praticar a morte piedosa. O caso que assola o estado do Paraná, que ainda está sob investigação, é o primeiro a ganhar repercus-são nacional, já que a suspeita é de que a mé-dica acusada agia sozinha com a conivência de outros médicos, também indiciados, e sem qualquer conhecimento ou discussão junto aos familiares do paciente.

O geriatra José Mário Tupiná Machado, chefe do serviço de Geriatria do Hospital Universitário Cajuru, diz que o importante é maximizar a dignidade. “O que temos que fazer é lutar contra, reconhecer a irreversibi-lidade da situação e oferecer a morte com o mínimo de sofrimento. Há momento em que o mais importante é oferecer conforto e ma-ximizar a dignidade, respeitando a escala de valores do paciente e dos familiares”.

“Já atendi vários pacientes limitados à cama, usando fralda, alimentando-se por son-da e incapazes de interagir verbalmente. Podem permanecer neste estado por semanas, meses e anos. O que oferecer a esses pacientes? Higie-ne, hidratação, nutrição, analgesia, oxigênio e suporte afetivo. Considero esses procedimen-tos ordinários, independente do prognóstico do paciente. Porém, não há consenso entre os médicos em relação ao que oferecer. Sendo o paciente incapaz de participar da decisão, cabe ao médico assistente determinar junto aos fa-miliares as maneiras de tratá-lo”, completa o geriatra Tupiná.

Ainda que o Código de Ética Médica não seja claro sobre até que ponto um médico possa interferir em um tratamento clínico de pacientes sem cura, pedidos de morte de pacientes em plena condição mental estão sendo cada vez mais debatidos com cautela e compaixão pelos profi ssionais. Diante disso, a vontade do paciente e a base familiar são claramente discutidas.

“EU LUTEI” A atendente de farmácia lembra sua

experiência e se emociona. “Eu lutei cada segundo”. Márcia Luciana do Car-mo, 38 anos, fi cou em coma por quase três meses e foi desenganada pelos mé-dicos de um hospital público de Curiti-ba. “Uma funerária chegou a ligar para a minha família dizendo que eu já es-tava praticamente morta e se, por isso, eles já não queriam adiantar o serviço”, revolta-se.

O drama de Márcia começou com o nascimento do terceiro fi lho, em de-zembro de 2009. Embora os dois pri-meiros tenham vindo ao mundo sem problemas, desta vez uma complicação resultou em meses de sofrimento.

O período de internação após o nas-cimento, que em geral dura 48 horas, durou cem dias. Márcia teve complica-ções no parto que a levaram a quatro cirurgias – uma delas para a retirada de todo o aparelho reprodutor. “Minha irmã chorava muito. Eu me lembro de poucas coisas naquele período. Lembro que um dia eles me colocaram em uma sala isolada com pessoas que já esta-vam nas últimas. Foi então, pela única vez, que eu pensei que fosse morrer”, conta emocionada.

A família de Márcia não desistiu de tentar livrá-la da morte e ia até o hos-pital praticamente todos os dias. “Mé-dicos diziam pra eles irem diminuindo as idas até lá e ir se acostumando com a ausência dela. Na verdade, eles não queriam ouvir aquilo. Ninguém queria desistir de mim”, disse Márcia. Pessoas próximas a Márcia sentiam que, mes-mo em situação crítica, ela queria viver e sair da cama hospitalar. Os cuidados médicos que vieram após algumas evoluções da paciente contribuíram para a recuperação. “Teve médico que se doou pela minha melhora, mas ver minha família sempre ali comigo ou, pelo menos, sentir que estavam ali foi essencial”, revela.

O fi lho de Márcia também fi cou in-ternado por sete dias no hospital e con-seguiu escapar sem nenhuma sequela. “Hoje eu descobri que tudo na vida tem um sentido. Soube dar valor à vida. Hoje curto mais meus fi lhos e minha família. Sei das minhas limitações”, re-vela a atendente, que mesmo tomando uma série de remédios em decorrência do coma, sente-se uma vitoriosa.

“Sendo o paciente incapaz de participar da decisão, cabe ao médico assistente determinar junto aos familiares as maneiras de tratá-lo.”[José Mário Tupiná, geriatra]

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José Mário Tupiná Machado

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NO MUNDO

Dois países da Europa são os únicos que possuem a eutanásia legalizada: Bélgica e Holanda. Por lá, a prática virou lei em 2002. “Nesses países você pode programar a própria morte. Há hotéis em que a pessoa se hospeda para morrer, inclusive escolhendo o método”, conta o doutor Tupiná.

O direito de morrer é apoiado pela maioria da população na Suíça. O país tolera a eutanásia, embora não tenha uma lei federal especifi cada.

Na Alemanha e na Áustria, desligar os aparelhos que mantêm a pessoa viva não é ilegal, contanto que o paciente deseje. Na Espanha, o doente pode recusar tratamento. Na Hungria e na República Checa a prática de recusar tratamento é “benefí-cio” para os doentes incuráveis. Na Noruega, os médicos podem decidir deixar de tratar um doente quando o próprio paciente pede por isso. Desde abril de 2005, a França possui uma lei de “direito de morrer”, para pessoas com doenças incuráveis.

Já os uruguaios foram os primeiros a discutir assuntos sobre a eutanásia, em 1934, quando o Código Penal do país intro-duziu a fi gura do “homicídio piedoso”.

Noruega Alemanha Bélgica França Espanha HungriaÁustriaSuíça República ChecaUruguaiHolanda

Em 1934, o 1º país a abrir discussão sobre o assunto

Governo estuda caso a caso

Desde 2005 acontece o chamado ‘deixa morrer’

Desde 2005 acontece o chamado ‘deixa morrer’

60 mil pessoas são a favor

Somente eutanásia passiva

Somente eutanásia passiva

Somente em pacientes terminais

Desde 2005 acontece o chamado ‘deixa morrer’

Desde 2010, libera suicídio assistido

Somente se o paciente pedir

* Fonte: Pesquisa em sites de notícias

EM COMUNHÃOA peça principal durante qualquer dis-

cussão em que se aborde o fi m do sofrimen-to deve ser a família do doente. Levando em consideração a vontade do paciente, o apoio emocional da família é rigorosamente essen-cial. Para o geriatra Tupiná, em casos de irre-versibilidade do quadro de saúde do paciente há sempre a possibilidade da negação inicial por parte dos entes próximos. “Não assimilar as informações passadas pode ser um meca-nismo de defesa dos familiares. Ao detectar essa postura, é importante identifi car alguém entre os familiares que possa ser orientado neste sentido, alguém que assuma a interlo-cução, e utilizar linguagem adequada nas ex-plicações sobre as pesadas realidades”.

Hoje, de acordo com o chefe do serviço de geriatria do Hospital Universitário Cajuru, há possibilidade de se manter vivos pacientes com doenças graves e avançadas por meio de procedimentos e medicações, sem que haja a menor chance de reversibilidade e menos ain-da de cura. “Existem familiares que cobram es-tas atitudes do médico assistente, sem avaliar o grau de sofrimento que esta postura, se ado-tada, pode causar no paciente. Os tratamentos têm seus efeitos colaterais, causam desconfor-tos e, algumas vezes, complicações. E tudo isso é justifi cável, se trouxer resultados que impac-tem positivamente”, opina o médico.

Diante de qualquer situação, o especia-lista da causa deve sempre colocar as pos-sibilidades, suas vantagens, seus riscos e seus desconfortos para que, de forma com-partilhada, decida-se pelo melhor para o pa-ciente. Também, segundo o Código de Ética Médica, a abordagem sobre a interrupção de qualquer procedimento durante o tratamen-to deve ser tomada pelo paciente ou pela fa-mília, jamais pelo médico.

“Deve-se sempre questionar o que é me-lhor para cada paciente a cada momento, de forma contextualizada. Busca-se sempre respeitar a preferência do paciente”, fi naliza Tupiná.

O teólogo Waldir Souza acredita que são poucas as famílias que desejam a eutanásia. “Os familiares desejam que os profi ssionais da saúde façam o possível e o impossível para o prolongamento da vida, por meio de uma obstinação terapêutica. Se porventura houver o desejo do desligamento dos apare-lhos, é papel do profi ssional da saúde, junta-mente com a equipe multidisciplinar, escla-recer os responsáveis do paciente sobre seu quadro geral, por meio de um preciso diag-nóstico. A discussão não é crime. A ignorân-cia é que causa muito sofrimento”, defende.

O anseio em encontrar um caminho, en-fi m, para qualquer decisão que envolva os preceitos da vida é rigorosamente embasada pela sensatez.

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DR. MORTEJack Kevorkian (Al Pacino) sempre defendeu que o ser humano tem o direito de morrer com dignidade, esco-lhendo a forma como deseja encerrar a vida diante de doenças terminais. Apoiado pelo amigo Neal Nicol (John Goodman) e por sua irmã Margo Janus (Brenda Vaccaro), ele passa a prestar uma “consultoria de morte”. Dessa forma, Jack ajudou em mais de uma centena de suicídios assistidos, o que lhe rendeu o apelido de “Dr. Morte”. Em seu trabalho ele ganha o apoio de Janet Good (Susan Sarandon), a presidente do Hemlock Society, e a ira dos pro-motores locais, que abrem um processo contra Jack. O responsável por defendê-lo na corte é Geoffrey Fieger (Danny Huston), que precisa lidar não apenas com o processo em si, mas também com a cobertura da mídia ao julgamento.

MAR ADENTROO fi lme conta a sofrida história de Ramon Sampedro (Javier Bardem), um ex-marinheiro que aos 19 anos de idade fi cou tetraplégico após um acidente no mar. O enredo mostra Ramon 26 anos após a tragédia. Ele vive deitado numa cama todo o tempo, e depende de seus familiares para suprir todas as suas necessidades. Por sentir-se humilhado e escravo de sua doença, Ramon contrata uma advogada para que o ajude a conseguir permissão para que ele sofra eutanásia. A partir daí eles terão que lutar contra as leis da Espanha e a opinião pública, para que Ramon – alguém bastante lúcido e inteligente, ao contrário dos outros suicidas – consiga dar fi m à própria vida.

A BELA QUE DORMEUm caso real levado às telonas. A bela que dorme conta o drama vivido pela família de Eluana Englaro, uma italiana que viveu 17 anos em estado vegetativo. O cineasta italiano Marco Bellocchio conta a batalha judicial, que se esten-deu por vários meses, até que Beppino Englaro conseguiu dar fi m à vida de sua fi lha, em 2009.A decisão que abalou o país e abriu precedentes para o tema foi acompanhada pelo cineasta e autorizada pela famí-lia. A história conta com personagens reais, como Eluana, mas também com fi ctícios. A base da trama, que discute aspectos éticos e judiciais da eutanásia, fala sobre os bastidores do direito de interromper ou não a vida de alguém numa situação irreversível.

MENINA DE OUROE quando a vontade de cessar o sofrimento de alguém ultrapassa o desejo de mantê-la viva? Ganhador de quatro Oscars – prêmio máximo do cinema –, o drama Menina de ouro, de Clint Eastwood, põe em discussão aspectos psicológicos fortes, humanos e até trágicos. Depois de persistir no sonho de ser lutadora de boxe e conseguir con-vencer Frankie Dunn (Clint Eastwood) a treiná-la, Maggie Fitzgerald (Hilary Swank) se torna uma ótima boxeadora e campeã na categoria. Ela e o treinador – que antes relutava em ensiná-la por ser mulher – engatam uma forte e admirável amizade. Mas, ao ver sua carreira ceifada por um ato desleal em uma luta, não consegue admitir a ampu-tação de uma perna depois de muitos procedimentos clínicos.É aí que a discussão sobre a eutanásia começa. Em um pedido emocionante, Maggie suplica que o treinador desli-gue o tubo do respirador. “Papai dizia que eu lutei para entrar no mundo e agora quero lutar para sair. Não me deixe aqui até que eu não possa ouvir aquela gente cantar meu nome”, diz. Frankie retira o tubo de ar e dá uma injeção de adrenalina na ex-lutadora.A decisão do treinador divide opiniões, mas dá brecha sobre a importância de estudar caso a caso situações de de-cisões tão sensíveis.

História decinema

A discussão sobre o abreviar da vida também está presente em roteiros e adaptações cinematográfi cas. São tramas que evidenciam a eutanásia pela ótica psicológica e também judicial. A Vida Universitária separou quatro fi lmes que, de maneiras diferentes, abordam o tema.

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Uma continuidade da tradição, qualidade e formação com base nos princípios e valores cristãos do ensino Marista. É o refl exo da família do secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Alípio Santos Leal Neto. Bacharel em Direito pela Pontifícia

Universidade Católica do Paraná, em 1977, e especialista em Didática do Ensino Superior, também pela PUCPR, em 1989, Alípio já lecionou Direito Constitucional na Instituição

e foi presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Marista Santa Maria, onde fundou o Grupo Escoteiro Marcelino Champagnat. Seguindo seus passos, a família toda

tem vínculos Maristas e leva essa formação para a vida

Herança valiosa

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Alexandre Cercal Santos Leal, à esquerda,

Sheila do Rocio Cercal Santos Leal ao lado do

marido Alípio Santos Leal Neto, ao centro, a

fi lha Danielle Cercal Santos Leal e, à direita,

Alípio Santos Leal Junior.

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da puc

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Possuir formação Marista é um privilégio de poucos, não só pela oportunidade de adquirir sólida formação para superar as dificuldades que a vida nos oferece, mas também de desenvolver, ao lado da competência técnica e profissional, a sensibilidade para compreender os problemas sociais e contribuir com a cons-trução de uma sociedade mais justa e solidária.

Graduado e pós-graduado pela PUCPR, como é possuir uma formação Marista desde a base escolar,

quando estudou no Colégio Santa Maria?

A formação pela PUCPR propiciou a aquisição de competências específicas de criatividade, empreendedorismo, espírito crítico e ético, dentre tantas outras habilidades que se constituíram em diferenciais fundamentais para a minha vida profissional, quer no exercício da advocacia, na atividade política, no campo do magistério ou na gestão empreendedora. Não tenho dúvidas de que o desenvol-vimento pessoal e os resultados alcançados nas funções e atividades até aqui exercidas não são fruto da sorte. As oportunidades que foram surgindo ao longo do tempo decorrem da formação que recebi do Grupo Marista, onde aprendi a estudar sempre, não abrir mão dos princípios éticos, ter fé em Deus e principal-mente a disposição de servir ao próximo.

Esta formação que a PUCPR ofertou influenciou de que maneira sua carreira profissional?

Atualmente tenho colaborado vez por outra em palestras ministradas na PUCPR, uma vez que a função que exerço atualmente requer dedicação em tempo integral. Minha esposa, Sheila, cursou especialização e mestrado em Di-reito pela PUCPR. É também professora do curso de Direito desde 1990. Todos os meus filhos cursaram o Ensino Fundamental e Médio no Colégio Santa Maria e continuaram os estudos na PUCPR. Minha filha Danielle é graduada e especialis-ta em Direito também pela Universidade. Meu filho Alípio Junior iniciou o curso de Engenharia Mecânica pela PUCPR, tendo concluído os estudos na Federal. O caçula Alexandre graduou-se em 2012 pela PUCPR, em Publicidade e Propagan-da, e está se preparando para cursar sua especialização na PUC. A preferência da família pelo ensino do Grupo Marista decorre da tradição, qualidade e formação com base nos princípios e valores cristãos das escolas Maristas.

Qual o vínculo que sua família possui com o ensino do Grupo Marista, e por que houve esta continuidade

pela formação?

O Grupo Marista, do qual a PUCPR faz parte, prima pela excelência do ensino em todos os níveis e ainda está comprometido com a transformação da sociedade, por meio das ações sociais que promove. O Grupo Marista possui compromisso com a solidariedade. O mercado de trabalho mostra-se cada vez mais competi-tivo e desafiador. Os profissionais do futuro, além de uma formação científica de qualidade, devem ser éticos e colaborar com a sociedade.

Como vê a busca pela formação, que o Grupo Marista oferece, ao qual a PUCPR faz parte, além

das salas de aula, em que há a busca pela formação de cidadãos éticos e morais comprometidos com a

sociedade, e não apenas a formação de profissionais para o mercado de trabalho?

Nossa missão está focada na estruturação e articulação do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, com o objetivo de criar um am-biente mais favorável ao desenvolvimento sustentável. Por meio de uma forma-ção científica de qualidade, devem ser éticos e colaborar com a sociedade.

Como você, sendo secretário de Ciência, Tecnologia e En-sino Superior do Paraná, vê a importância desta secretaria

para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das ciências aplicadas e tecnologias no ensino superior no estado?

Estamos estabelecendo as parcerias necessárias, entre as instituições de ensino superior (públicas e privadas), os institutos e as entidades de pesquisa, o setor produtivo e os órgãos públicos de todos os níveis de governo para fortalecer nossas universidades. A articulação com todos os setores da sociedade civil orga-nizada tem como o objetivo fazer com que a tríplice hélice do desenvolvimento formada cumpra de fato seu papel, ou seja, a Academia e os Institutos de Pesqui-sa produzindo conhecimento, o Setor Produtivo aplicando o conhecimento pro-duzindo inovação em produtos, serviços ou processos e o Poder Público apoian-do, incentivando, subsidiando e financiando a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação, melhorando a qualidade na aplicação dos recursos públicos.

Como deve ser o desenvolvimento deste objetivo para a aplicação nas instituições?

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A rádio da MPB em Curitiba.

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Vivenciar uma experiência é uma manei-ra importante de potencializar o processo de aprendizado. Mas vivenciar o trajeto dos glóbulos brancos dentro da corrente san-guínea ou a velocidade do movimento dos pistões de um motor à combustão é algo im-possível. Ou era. A nova tecnologia educa-cional lançada pelo Grupo Marista permite aos alunos protagonizarem essas situações.

O FTD Digital Arena inaugura inúmeras possibilidades de aplicação em educação, pesquisa, entretenimento e eventos comer-ciais. Mas, afi nal, o que é? Trata-se da pri-meira experiência 4D imersiva do país. Sua cúpula de 14 metros de diâmetro, estrutura formada por uma tela em formato semies-férico, possibilita a projeção em 180o e 360o, gerando uma completa imersão, que coloca o espectador dentro do cenário, como per-sonagem. Desenvolvido ao longo de dois anos, o FTD Digital Arena permitirá a reali-zação de aulas interativas nas mais diversas áreas do conhecimento, além do uso para

fi ns de entretenimento e também como um sofi sticado planetário digital.

“Este é mais um passo na trajetória do Grupo Marista na busca da inovação em tecnologias educacionais que potencializem o aprendizado. O equipamento permitirá a promoção do conhecimento para alunos da PUCPR, do TECPUC, dos Colégios Maristas, da Rede Marista de Solidariedade e também de outras instituições de ensino, que soma-rá aos conteúdos tradicionais aplicados em sala de aula uma série de recursos tecnoló-gicos”, conta o superintendente executivo do Grupo Marista, Marco Cândido.

O espaço será utilizado prioritariamente para a exibição de conteúdos didáticos vol-tados aos alunos da Educação Básica ao En-sino Superior, mas também possibilitará seu uso para fi ns de entretenimento e como um sofi sticado planetário digital.

A realidade é tamanha que talvez você saia de lá pensando que faz parte do con- teúdo didático.

O FTD Digital Arena é a tecnologia que vai revolucionar aulas e fazer com que o estudante torne-se fi gura indispensável na interatividade

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O QUE ACONTECE

• Aulas interativas nas mais diversas matérias. Sistema permite a inclusão de quaisquer objetos, como cadeias de DNA, organismos microscópios, átomos, moléculas, construções, equipamentos industriais, corpo humano (esqueleto, sistemas, órgãos) etc.

• Desenvolvimento de tecnologias, aplicativos e material didático.

• Filmes e outras atividades de entretenimento e turismo. O espaço se transforma em um cinema 3D de alta defi nição.

• Planetário digital. É possível observar a imagem do céu em tempo real a partir de qualquer ponto do planeta e em qualquer data, viajar pelo siste-ma solar e visitar outras galáxias.

• Intercâmbio com Universidades e Museus no mundo inteiro.

A arena que nostorna parte do cenário

A arena que nostorna parte do cenário

HORÁRIOS | ALUNOS PUC

• MANHÃ (Início 24/04) – duração 06 semanasQuarta-feira e Sexta-feiraHorário: 12:00 – 13:00 hrs R$ 20,00 (inteira)R$ 10,00 (meia)

• NOITE (Início 23/04) – duração 06 semanasTerça-feira e Quinta-feiraHorário: 18:00 – 19:00 hrsR$ 20,00 (inteira)R$ 10,00 (meia)

LÁ DENTRO

O FTD Digital Arena ocupa uma área de 980 metros quadrados no câmpus da PUCPR, em Curitiba:

• 116 poltronas interativas e com sistema vibra-tório que permitem ao expectador controlar sua participação a partir de efeitos externos como controle do som e reclinação; há quatro reserva-dos para portadores de necessidades especiais.

• Tela de projeção em formato semiesférico. Os expectadores fi cam levemente inclinados para ter uma visão completa. A tela também é inclinada e possui diâmetro de 14 metros.

www.pjmgrupomarista.org.br

/PastoralJuvenilMarista

Início: 12h do dia 4 de maio de 2013

Término: 12h do dia 5 de maio de 2013

Local: Colégio Marista Santa Maria

Rua Prof. Joaquim de Matos Barreto, 98 Parque São Lourenço

Inscrição: R$ 35,00

Curitiba · PR

Participe!

CHANGE:FAÇA A DIFERENÇA!“Ide e fazei discípulos entre todas as nações.” (Mt 28,19)

II JORNADA PROVINCIALMARISTA DAS JUVENTUDES

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sintoniacultural

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www.pjmgrupomarista.org.br

/PastoralJuvenilMarista

Início: 12h do dia 4 de maio de 2013

Término: 12h do dia 5 de maio de 2013

Local: Colégio Marista Santa Maria

Rua Prof. Joaquim de Matos Barreto, 98 Parque São Lourenço

Inscrição: R$ 35,00

Curitiba · PR

Participe!

CHANGE:FAÇA A DIFERENÇA!“Ide e fazei discípulos entre todas as nações.” (Mt 28,19)

II JORNADA PROVINCIALMARISTA DAS JUVENTUDES

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virtualmentenamorando

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O ciúme que sentia pela recente ex-namo-rada fez o publicitário *Rodrigo da Silva qua-se subir pelas paredes. Assim que o namoro de três anos chegou ao fim, ela resolveu aproveitar a solteirice. O alvará de soltura da garota combi-nado com o seu perfil no Facebook geraram uma bela dor de cotovelo no publicitário. Os famosos ‘#partiu alguma coisa bem legal’ tomaram conta da timeline da ex, enquanto o rapaz se roía em casa, jogando videogame.

Solução para a ciumeira? Realmente não houve, mesmo porque a vontade de mostrar que estava tão feliz quanto a ex foi inversamente pro-porcional a saídas e baladas – ou seja, nenhuma. Ele não estava bem, mas queria demostrar que estava. O remédio para o problema, então, veio com os serviços do empresário Flávio Estevam, de 32 anos, dono do www.namorofake.com.br. Estevam é de Mato Grosso do Sul e já virou su-cesso internacional. O objetivo do site? Contra-tar uma namorada de mentira para fazer aquela ‘moral’ nas redes sociais.

COMO FUNCIONA?O site funciona como qualquer outro que

presta serviço – tem planos e pacotes especiais. São quatro: ficante, que custa R$ 10; ex-namora-da, pelo valor de R$ 19; namorada, por R$ 39; e namorada virtual, que custa R$ 99. Esses valores são para o período de um mês. Depois de esco-lher o serviço e pagar em até 18 vezes no cartão, é hora de escolher a futura “namorada”.

“Não aceitamos perfis falsos. Todas as mu-lheres são verdadeiras e passam por um cadas-tro antes de serem aceitas. Elas também ganham fazendo parte disso”, diz o empresário que já es-tampou matérias e reportagens no Brasil inteiro.

Do ponto de vista sociológico, essas atitudes são exemplos de dois sintomas contemporâneos: a importância das redes sociais no mundo atual frente às relações interpessoais e o caráter virtual dessas relações. “É significativo que tenha surgi-do um sistema organizado para suprir a demanda desse tipo de necessidade, e também é um resul-tado de algo possível apenas nessa plataforma e nesse modelo de comunicação”, alerta o sociólogo Cauê Krüger, coordenador da especialização de Antropologia Cultural da PUCPR.

A ideia de Estevam de criar o site começou de forma bem típica – um amigo cheio de ‘dores no

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FEEDBACK

A página possui ainda um espa-ço para depoimento que mede a ‘febre’ dos contratantes. No ano-nimato um deles disparou: ‘’Com-binei uma viagem com a minha namorada fake e viajei! Durante a minha viagem de negócios ela postou vários comentários dizen-do o quanto estavam sendo bons nossos dias juntos. Suficiente pra dar um maior boooommm no meu face”.

coração’ queria impressionar a ex-namorada, mas não conseguiu encontrar uma garota que topasse enfrentar essa ‘mentirinha virtual’. Sem sucesso na tentativa de dar o troco, ele contou o drama para Estevam, que imediatamente viu a carência desse serviço no mercado.

“Em poucos dias o site bombou. A gente não foi atrás de nenhuma candidata. Começou com o boca a boca e tomou uma proporção imensa. Hoje temos milhares de garotas cadastradas”, disse o empresário. Ainda o site, segundo ele, não é só para namoros fakes, mas também para agregar na vida social da pessoa – já que pos-tagens como ‘adorei hoje’ ou ‘bora pra festa’, sempre rendem o que falar.

“Nosso serviço é tão sério quanto a polêmica que ele gera”, diz Estevam, que garante pagar para as garotas escolhidas 50% do valor do serviço.

A especialista em relacionamentos pela in-ternet Érica Queiroz acredita que esses sites re-fletem um problema de autoestima. “Quando a pessoa não está bem consigo mesma, ela precisa fazer coisas que provem aos outros o contrário. É como sair e comprar uma bolsa caríssima ou um carrão. Aquilo dá um prazer imediato, mas não resolve o real problema”.

A autora do livro O Amor Está na Rede vê que essa falta de autoestima não é privilégio de quem tem perfis em redes sociais. “O exibi-cionismo e a necessidade de aceitação sempre existiram no mundo real. Nada mais esperado que isso acontecesse no virtual também”, fina-liza.

E AS NAMORADAS?

O site atingiu mais de 100 mil visualizações por dia e, por isso, está com o estoque de namoradas lotado. As ga-rotas que querem fazer parte da escolha do site fazem um cadastro que – diga-se de pas-sagem – pede como requisito básico boa aparência. Elas devem ter acima de 18 anos, ter um perfil verdadeiro, não estar em nenhum relaciona-mento amoroso na rede social, ter disponibilidade – porque os comentários devem começar 24 horas depois do negócio fechado – e, principalmente, não ter envolvimento pessoal com os clientes.

* Rodrigo da Silva é um nome fictício

Serviço de namoro online vê espaço em mercado ainda pouco difundido. Pessoas reais precisam alimentar uma rede de negócios que envolve namoro fake e dinheiro no bolso

“É significativo que tenha surgido um sistema organizado para suprir a ‘demanda’ desse tipo de necessidade, e também é um resultado de algo possível apenas nessa plataforma e nesse modelo de comunicação.”[Cauê Krüger, sociólogo]

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É TUDO VIRTUALIr a um restaurante e não postar

uma foto do prato na rede social está fi cando imperdoável. Tirando mensa-gens de autoajuda de autores duvido-sos com imagens coloridas, tudo vale nas redes sociais – ainda mais porque é virtual.

Há, constantemente, discussões so-bre a limitação ou mesmo a potencia-lização dos encontros físicos por meio da internet. De acordo com o profes-sor Krüger, observa-se uma tendência crescente da dependência dos apare-lhos eletrônicos bem como da prática constante de comunicação. “Estar on-line é muitas vezes um valor: signifi ca estar consciente do que está aconte-cendo, do que é notícia. Este fenômeno da presença no mundo virtual gera sta-tus. Sem contar os valores simbólicos associados ao número de pessoas que curtem determinada ação, número de seguidores, amigos e, no caso, também pretendentes”.

O site namorofake deixa bem claro: “Não somos uma agência de acompa-nhantes. Não estamos oferecendo ser-viços de namoradas verdadeiras. Por favor, não confunda nosso serviço para qualquer fi m de natureza sexual”.

É exatamente por ser virtual que as pessoas, ou restritamente, as garotas se cadastram para preencher as vagas. Este “outro mundo” que as pessoas

criam, diz o sociólogo, é mais mágico e com regras diferentes das que temos no mundo real. “Há coisas que a inter-net potencializa, entre eles, é a possi-bilidade de você criar um ‘eu’, mesmo sem ser. Ou seja, a internet nos dá essa possibilidade de você apresentar aos outros um outro ‘eu’ ou um ‘eu’ que não existe”, opina.

O empresário Estevam jura que já fez ex-namoradas fi carem muito enciu-madas com a situação. “Temos muitas histórias. Algumas fi cam bravas, mas depois logo vão atrás do ex-namorado”, diz.

E o Rodrigo? Lembram-se do Ro-drigo do começo da matéria? Pois bem, depois de contratar uma “bela more-na”, como ele mesmo disse, passou 15 dias sem notícias da ex. “Senti que ela sumiu do Facebook. Não via mais postagens dela, nem fotos, nem nada. Comecei a achar estranho”. Um mês depois – exatamente quando chegou a primeira parcela do cartão de crédito do serviço fake –, a ex ligou. “Aproveitei e fi z aquele charme”.

Mas, o charme não durou muito e eles voltaram. Ela – a ex e atual namo-rada – quis logo saber onde Rodrigo ti-nha conhecido o breve affair. Rodrigo diz que nem sob tortura vai contar a verdadeira história de amor por inte-resse repentino entre ele e a namorada fake.

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FALANDO NISSO...

A autora de O Amor Está na Rede publicou em seu livro ensinamentos de como buscar um amor na internet de for-ma segura, evitando golpistas, pessoas casadas, viciados em namoro online, entre outros. “Eu acho que a internet é um dos melhores – se não o melhor – modo de se co-nhecer alguém nos dias de hoje, principalmente para quem não tem tempo, não gosta de sair e não tem onde conhecer alguém”, diz.Então, no livro, ela explica todas as vantagens de usar a in-ternet, mais especifi camente os sites de relacionamentos, para buscar ou encontrar o amor. “Também tento quebrar paradigmas e preconceitos que as pessoas têm com rela-ção à busca de um amor na rede. Adoro ajudar as pessoas em sua busca por um grande amor”, fi naliza Érica.

Página inicial do site

www.namorofake.com.br

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reportagem

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Na universidade as oportunidades sim-plesmente afloram. Engana-se quem pensa assim. A estrutura e corpo docente que a ins-tituição oferece é a mesma para todos. Basta o acadêmico saber cultivar um relacionamen-to interpessoal com professores e colegas nos corredores e saber aproveitar toda a troca de experiências que a universidade, fonte primá-ria de interação social, proporciona.

Construir uma carteira de contatos, boas e verdadeiras amizades e cativar a confi ança dos professores, para manter o vínculo, vai muito além de um belo sorriso e muita simpatia. “O bom relacionamento se impõe para o conjunto da co-munidade acadêmica: alunos, professores, ges-tores e colaboradores”, como explica o professor da Escola de Negócios da PUCPR Rogério Valério Ribeiro.

E essa construção é um exercício que se aper-feiçoa diariamente através do convívio em gru-po, atitude que pode e deve ser desenvolvida no período em que se é estudante. “A Academia funciona como um grande laboratório, pois é lá que se pode errar e depois reparar o erro, diferen-temente do que ocorre na vida prática”, explica Ribeiro. Habilidades que são levadas e aplicadas no mercado. “Durante o trabalho em equipe você aprende a lidar com diferentes personalidades, a ouvir o outro, aceitar opiniões e até ceder quando a sua decisão não é a da maioria”, como explica Lorena Matioli, que, do projeto de TCC do curso de Design da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, juntamente com sua amiga de facul-dade Roberta Custódio, fundou a Lupi Design.

É preciso aprender a estabelecer interconexão (networking), “pois na vida acadêmica as relações extrapolam os limites da Academia, viabilizando,

por via de consequência, maior socialização e in-teração com o ambiente externo”, explica o pro-fessor. Isso é fundamental para o desenvolvimen-to do futuro profi ssional, porém deve ser feito com naturalidade para a construção de relações com respeito e duradouras.

Com os professores a relação deve seguir o mesmo caminho. “Disciplina, respeito e muito in-teresse pelas aulas, em particular, e pelo curso de forma geral”, explica Ribeiro. São os mestres que vão fazer a orientação durante a Academia. “Em al-guns casos, mesmo depois do término da univer-sidade o contato com o professor ainda é mantido. Eles têm contato dentro e fora da faculdade, tem experiência e isso pode ajudar muito na vida pro-fi ssional do aluno”, completa Roberta Custódio.

ALÉM DA UNIVERSIDADEPensando o futuro, no presente, é na univer-

sidade que você pode construir uma carreira ou uma empresa, é preciso “inovação, uma boa dose de criatividade e ser encarado com muito com-prometimento por parte dos seus autores”, expli-ca o professor da Escola de Negócios, ao falar que um projeto de TCC pode render no futuro.

Foi o que aconteceu com a Lorena e a Roberta por exemplo: “nós sempre nos interessamos por estamparia, desde o começo da universidade, e decidimos que trabalharíamos com isso no nosso projeto de conclusão de curso”, explica Lorena. A dupla percebeu na amizade que a junção do gos-to e a identifi cação com o tema latino-americano renderiam um bom trabalho.

Formadas em Moda no Senai, tiveram a ideia de ter uma marca: “como já tínhamos o TCC pronto, um catálogo de estampas, decidimos aplicar isso em peças de roupa e lenços. Com as roupas fi ze-mos um desfi le na Semana de Moda de Curitiba e os lenços foram comercializados no showroom do evento”, diz Lorena, explicando como surgiu a Lupi Design.

Formadas há dois anos, já colhem frutos fabri-cando desde acessórios como lenços, adesivo de celular e ecobags, até objetos de decoração como almofadas, papel de parede personalizado e puffs, comercializando os produtos pela internet. Uma prova de que o bom relacionamento vai além das cadeiras da universidade.

Construindo a

CARREIRAComo o bom relacionamento dentro da universidade com

professores e colegas pode vir a agregar à construção de uma

carreira profi ssional

“Na vida acadêmica as relações extrapolam os limites da academia, viabilizando, maior socialização e interação com o ambiente externo.” [Rogério Valério Ribeiro, professor da Escola de Negócios da PUCPR]

Roberta Custódio e Lorena Matioli, que,

a partir do TCC, criaram produtos hoje

comercializados.

As almofadas são um dos produtos

desenvolvidos pela dupla.

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mercado de trabalho

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espiritualidade

Quando um grupo de oficiais do exército brasileiro se reúne, fora do ambiente de tra-balho, algo inusitado pode acontecer. Durante alguns sábados de 2012, Ary Kertcher, oficial do exército e formado em Direito pela PUCPR, e seus colegas do exército realizaram ações so-ciais no Tatuquara, um dos 75 bairros de Curi-tiba. Atualmente, eles ajudam o local promo-vendo eventos e buscando parcerias.

Eles atuam especificamente na Associação de Proteção à Infância Vovô Vitorino, que tem como objetivo “atender crianças de 4 a 6 anos, adolescentes e seus familiares, nos aspectos biopsicosociais e culturais, promovendo-os e prevenindo-os para o futuro com ações edu-cativas, em atenção primária, valorizando-os enquanto pessoas e cidadãos”, como declara a Associação.

O envolvimento com a instituição come-çou com Ary, por meio do Projeto Comunitá-rio, uma das ações sociais incentivadas pela Pastoral da Universidade. “A escolha da asso-ciação foi aleatória, filtrei apenas pelos dias da semana e pelos horários. As horas do projeto acabaram em uns quatro sábados, mas nesse pouco tempo acabei me envolvendo muito com todas as pessoas da Associação e da co-

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Por meio de Projeto Comunitário, oficiais do exército brasileiro promovem ações sociais em comunidade em situação de vulnerabilidadeA ordem é:

ajudar o próximo

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Page 25: Vida Universitária

Atualmente, Ary auxilia a comunidade com ações mais administrativas, como contato com possíveis parceiros e organização de palestras. Confira algumas atividades:

Arrecadação de óleo de cozinha: semanalmente, uma empresa co-leta aproximadamente 150 litros de óleo dos moradores da comu-nidade e disponibiliza o material para uma fábrica de sabão;

Reciclagem: temporariamente, há um acordo para que seja feita a retirada de lixo reciclável do local. Já foram coletadas mais de duas toneladas.

Palestra: Esporadicamente existem reuniões com toda a comunidade. Em uma de-las, um colega do trabalho de Ary, Amaury Castro, foi o palestrante. Ele abordou o problema com as drogas. Ary conta que todos pude-ram se manifestar e tirar dúvidas de como tratar do problema em casa.

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smunidade também. Isso me motivou muito a continuar indo lá todos os outros fins de se-mana”, diz Ary.

O contato com a comunidade mais caren-te da região fez com que ele tivesse uma per-cepção diferente da vida. “Quis transmitir isso aos meus colegas do exército. Todos de pron-to atenderam meu convite e começaram a recolher alimentos para ajudar a Associação”.

Ele ainda conta que, com o passar do tem-po, foi se interessando ainda mais pelos pro-jetos da ONG e logo começou a se envolver com mais ações.

A PROXIMIDADEO início do projeto começou num sábado

pela manhã com uma visita nos pontos mais carentes da comunidade. Foi onde Ary se de-parou com uma realidade totalmente dife-rente da sua, com necessidades em todos os sentidos, da afetiva à financeira. “O primeiro ponto positivo do projeto comunitário é po-der ver e sentir outras realidades”, afirma Ary.

Em um segundo momento, foi desafiado a arrecadar brindes no comércio local, para uma atividade que ocorreria no próximo fim de semana. Em seguida, esteve em contato direto com as crianças, que além de frequen-tar a Associação durante a semana como creche, vão ao local, nos fins de semana, para participar de oficinas e de várias atividades infantis.

Para Ary, essa proximidade com as pesso-as é o ponto mais marcante de sua experiên-cia lá. “O que mais me marcou foi o contato com as crianças, durante as visitas na comu-nidade. Percebi que o grande foco era mudar o dia a dia das pessoas e a situação em que se encontravam”.

HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO Quando o Tatuquara ainda nem era cha-

mado assim, muitas famílias vieram para o local para construir suas casas e buscar uma vida mais digna. Os pais precisavam traba-lhar, mas as crianças não tinham com quem ficar.

Então, surgiu o personagem que, futura-mente, daria nome à Associação: Vitorino Xa-vier. Ele começou cuidando dessas crianças, enquanto seus pais trabalhavam. Contava--lhes histórias e dava-lhes o que comer. Aos poucos, conquistou os pequenos.

Quando um acidente fatal tirou o Vô Vito-rino de perto das crianças e da comunidade, sua família e os moradores locais resolve-ram assumir o projeto realizado. Fundaram, em 1994, a Associação de Proteção à Infância Vovô Vitorino, como uma justa homenagem ao homem, cujo coração era morada de todas as crianças do local.

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É baseado na busca pela transformação da sociedade que atitudes fazem, ainda que por pequenos gestos, grandes mudanças. A cons-trução parceira de uma relação ativa, a proxi-midade daqueles de quem precisam a fim de encontrar respostas para os problemas e de-safios da realidade, fazem parte do dicionário dos acadêmicos da PUCPR.

Mas fica aquela pergunta que muitos se fazem: o que os leva a praticar ações volun-tárias na universidade? A resposta não é difí-cil quando questionados, como explica a es-tudante do 3º período do curso Superior de Tecnologia em Gastronomia, Giovanna Ron-tal Weber Schiller: “minha família sempre fez ações solidárias e tenho esse incentivo desde pequena, me sinto bem fazendo”, conta a alu-no que participou do Trote Solidário. “É im-portante para que os alunos, como cidadãos e futuros profissionais, tenham um diferencial no mercado de trabalho e se desenvolvam na prática dos valores, tais como a solidariedade, o comprometimento social e a fraternidade”, como explica a agente de Pastoral, Emanuelli Luisa Monteiro.

A ação Trote Solidário, por exemplo, é re-alizada voluntariamente pelos acadêmicos da Universidade por intermédio da Pastoral. Neste ano o curso de Medicina foi o campeão em arrecadações, com 6.185 kg de alimento, 21 cadastros de medula óssea e 125 bolsas de sangue. Todas as doações são direcionadas a instituições escolhidas pelo trabalho que de-senvolvem, ou por indicação de alunos e co-laboradores. “O representante de uma das en-tidades beneficiadas em sua fala nos disse que as doações do projeto ajudavam a sustentar a entidade por um ano”, comenta o acadêmico Hugo Alexander Martins Pereira, 9º perío-do de Engenharia Civil e presidente do DCE. “Quando escutei aquilo, percebi o real motivo de estar participando com tamanha dedicação nesta ação”, completa ao justificar o motivo da sua participação em ações sociais.

Mas a busca pela “construção de uma so-ciedade mais justa e humanizada”, como ex-plica Emanuelli, acontece por meio de várias outras ações de participação voluntária para os acadêmicos. “O que me levou a participar foi por que adoro esses projetos, que podem

ajudar a comunidade e trazer um pouco de alegria a essas pessoas, e eu vou por vontade própria”, como explica a acadêmica Daniella Cristina Cheslacki, do 1º período de Licencia-tura em Química, que teve a experiência de participar do PUC Solidária.

E essa vontade de ajudar não para: com o apoio da coordenação do curso de gastro-nomia e da Pastoral, os veteranos e calouros do curso farão uma continuidade do Trote Solidário por vontade própria: “será um trote solidário ‘estendido’, uma vez que vai ocorrer um pouco depois do convencional”, explica Giovanna. “O apoio de nossos professores, co-ordenadores e da Pastoral da Universidade foi primordial para a continuação da ideia, e fico feliz que isso esteja dando certo e espero que se torne rotina”, completa a aluna, que junto de outros acadêmicos organiza a ação no Asi-lo São Vicente. “Basta uma atitude dessa para que nossa alegria seja dispersada para os ou-tros e isso é o melhor de tudo, fazer a diferença é o melhor de tudo!”, finaliza a aluna.

pequenos gestosGrandes mudanças começam a partir de pequenas ações. Voluntariado de acadêmicos contribui nessa construção.

Alunos do curso

de Educação Física

participando do Trote

Solidário na Pastoral

do Câmpus Curitiba.

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“É importante para que os alunos, como cidadãos e futuros profissionais, tenham um diferencial no mercado de trabalho e se desenvolvam na prática dos valores.”[Emanuelli Luisa Monteiro, agente de Pastoral]

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Encerramento do Trote Solidário 2013. Na foto, a comemoração

do curso campeão em arrecadação, Medicina, ao lado do Reitor

Clemente Ivo Juliatto.

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Foi do filme 2001 – Uma odis-seia no espaço, de Stanley Kubri-ck, que surgiu a ideia para um pro-jeto que, em síntese, visa a salvar vidas, por meio de previsões de catástrofes. Tudo começou quan-do o engenheiro civil Fábio Teo-doro de Souza, pesquisador em Gestão Urbana e professor nos cursos de Engenharia Ambiental e Civil da PUCPR, começou a se interessar por estudar inteligência artificial, influenciado pelo filme de Kubrick. “O fato de saber que a máquina também pode ‘aprender’ analogamente ao cérebro humano despertou meu interesse em ex-plorar esse campo de pesquisa”.

Ele, então, decidiu direcionar os estudos para o desenvolvi-mento de sistemas de previsão de acidentes geotécnicos, para que vidas pudessem ser salvas efeti-vamente. Diferente das previsões de Nostradamus, os estudos são comprovados cientificamente e têm alto índice de confiabilidade. O professor explica que e os mo-delos construídos para a previ-são desses acidentes apresentam confiança sempre maior que 90% (veja ao lado como funciona o sis-tema).

Aqui no Brasil, os estudos es-tão voltados para previsão de for-tes chuvas, causa de milhares de

Iniciativa de professor visa a desenvolver sistemas de previsão de desastres naturais, com baixa margem de erro. Ele também luta para que a ideia seja implantada nas cidades necessitadas

Kubrick, Nostradamus

e o deus da chuva

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Os pesquisadores Fábio Teodoro de Souza

e Guilherme de Morais apresentaram o

projeto “Modelo de Previsão de Enchentes

na Região da Cidade de Curitiba, PR”,

durante o SEMIC 2012.

“[Quero ver o dia em que] as soluções propostas

pelos cientistas brasileiros servirão de fato para

harmonizar os ambientes urbanos durante o

crescimento populacional.”

[Fábio Teodoro de Souza,

pesquisador e professor da PUCPR, Câmpus Curitiba]

mortes durante o verão – estação mais chuvosa no país. Em 2004 apresentou uma tese de douto-rado, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com foco na previsão de deslizamentos de encostas.

Já em Curitiba, seus esforços estão voltados para a orientação de pesquisas relacionadas às enchentes na capital. Em 2012, o personagem central dos estudos foi o Rio Belém. O trabalho foi apresentado no mesmo ano pelo aluno Gui-lherme de Morais, de Engenharia Civil, Câmpus Curitiba, e foi premiado no Concurso PUC Jovens Ideias. Este ano, o aluno Bruno Henrique Maria-no, do mesmo curso, prossegue com essa temáti-ca, mas em uma escala maior, avaliando todos os riscos de enchentes da cidade de Curitiba.

O QUE ESPERAROs projetos citados nesta matéria, apesar de

aprovados, ainda não foram implantados. Sen-do assim, a maior expetativa de Souza é viven-ciar o dia em que “o poder público nacional vai considerar com mais atenção a problemática das pessoas carentes e mais necessitadas, e que as soluções propostas pelos cientistas brasileiros servirão de fato para harmonizar os ambientes urbanos durante o crescimento populacional, com uma política intensa de constante melhoria principalmente na saúde pública, educação e sa-neamento básico”.

O pesquisador afirma que os modelos com-putacionais erram menos que os especialistas, no processo de tomada de decisão, diante de um possível desastre. Isso justifica a importância da

implantação. “A Defesa Civil de cada cidade po-deria ter um sistema como esse para auxiliar na identificação de riscos de catástrofes”. Ele ainda complementa que a mesma metodologia pode ser replicada para qualquer região, em qualquer escala temporal ou espacial, desde que sejam ob-tidos dados suficientes para um treinamento ade-quado dos sistemas computacionais.

COMO FUNCIONA O SISTEMA?Segundo o pesquisador, uma das técnicas

para a construção desses modelos de previsão é chamada Redes Neurais Artificiais (RNA), “que é desenhada de acordo com a arquitetura e apren-dizado do cérebro humano”. A ideia é a seguinte:

1) O sistema é abastecido com dados passados e presentes referentes aos acontecimentos mete-orológicos e geológicos da região, como chuvas, parâmetros de solo e deslizamentos.

2) Os fatos são caracterizados em: entrada (chuva) e saída (deslizamento), por exemplo.

3) O modelo faz uma leitura desses dados, o que é chamado de treinamento, em que aprende os padrões das situações que acontecem no local.

4) Uma vez que os modelos são treinados em dados históricos, eles podem generalizar uma si-tuação futura ou de previsão, através da simples leitura dos dados de entrada. De acordo com os índices pluviométricos medidos e das caracterís-ticas de solo locais, o modelo é capaz de prever deslizamentos.

5) O mesmo princípio se aplica à previsão de enchentes ou terremotos, mas usando as variáveis associadas ao particular fenômeno estudado.

O engenheiro Fábio Teodoro de Souza já viajou muito para aprimorar suas ideias sobre os sistemas de previsão de aci-dentes geotécnicos. De 2008 a 2010, ele morou na China, onde fez um pós-doutorado na Universidade de Tsinghua, em Pequim. Saiba o que ele pes-quisou por lá:

1) Metodologia para prever abalos sísmicos com magni-tude maior que 4.8 na Escala Richter.2) Procedimento de localização de movimentação provocada por abalos. O estudo utilizou 3.883 registros de movimentos de massa na região da provín-cia chinesa de Sichuan, refe-rentes ao acidente ocorrido em maio de 2008. 3) Método para prever o cresci-mento do diâmetro das árvores através da análise de dados meteorológicos.4) Sistema de previsão da vazão média anual de água e sedimento do Yellow River (Rio Amarelo), o segundo maior rio chinês, com 5.000 km de extensão.

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Page 30: Vida Universitária

PARCERIA

A PUCPR assinou um convênio com a University of the Incarnate

Word (EUA) e a empresa farmacêutica Prati-Donaduzzi, que prevê a

realização de projetos com o curso de Farmácia do Câmpus Curitiba e

Toledo. A proposta é que os alunos da instituição do Texas estudem

aqui, bem como recebam os alunos da PUCPR.

EVENTOS

Para celebrar os 54 anos da

Pontifícia Universidade Católica

do Paraná, a Instituição promo-

veu um Missa de Ação de Graças

celebrada por Dom Moacyr José

Vitti, Grão-Chanceler da Universi-

dade e Arcebispo Metropolitano

de Curitiba, com a participação de

solistas da Orquestra de Câmara

e Coral Champagnat da PUCPR.

Dom Moacyr ao lado do Vice

Reitor Paulo Otávio Mussi.

A Escola de Negócios da PUCPR

iniciou o Projeto Digital “Business

at PUCPR”, trazendo o palestran-

te internacional Hernán Kazah

(Argentina), um dos fundadores

do Mercado Livre e Daniel Scan-

dian, CEO da MadeiraMadeira.

No evento, que aconteceu no

câmpus São José dos Pinhais,

foram abordados temas relacio-

nados à visão empreendedora

nas empresas do mundo digital e

aspectos importantes para uma

empresa digital de sucesso.

A PUCPR fechou parceria com a Braox, empresa do

ramo de Equipamentos de Informática e Integração

Digital. A empresa realizará na Instituição a montagem

de duas salas digitais interativas, chamadas de Sala do

Futuro Inteligente, e visa facilitar a interação do pro-

fessor com os alunos através de tecnologias.

O Decano da Escola de Negócios, professor Carlos Augusto Fontanini, e coordenadores receberam os representantes da Universitá di Ferrara, os pro-

fessores Gianfranco Franz, Giuseppina Antolini, Alessia Bitti, Sandrine Labory e os representantes do Escritório de Relações Internacionais da PUCPR,

professor Alvaro Amarante e Leonardo Peroni, para discutir projetos entre PUCPR e a Universitá di Ferrara.

O Câmpus Toledo da PUCPR realizou, em parceria com a Secretaria Munici-

pal de Saúde de Toledo, uma campanha de combate à Dengue. Como parte

das ações, criaram grupos de capacitação e organizaram um mutirão para

detectar os focos de dengue no Câmpus e tomar as medidas de prevenção.

Além disso, realizaram uma bicicletada como forma de conscientizar a po-

pulação. A equipe do Câmpus contou com apoio do Serviço Especializado

em Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) da Instituição.

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registro

Page 31: Vida Universitária

PESQUISA

RECONHECIMENTO

O professor e pesquisador Ubiratã Tortato ficará

entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014 em Cin-

gapura desenvolvendo pesquisa de Pós-Doutorado

sobre sustentabilidade. Durante este período atuará

como professor visitante na Escola de Negócios da

Nanyang Technological Univeristy (NTU). Na institui-

ção, o professor desenvolverá um projeto de pes-

quisa que busca identificar relações entre atitudes e

comportamentos para a sustentabilidade.

O coordenador do curso de Educação Física da PUCPR,

Rodrigo Reis, foi nomeado membro do conselho da

“International Society for Physical Activity and Health”

como representante para as Américas, sendo o único

brasileiro na diretoria da sociedade.

Ivens Fontoura, professor do curso de Desenho Industrial –

Design Gráfico da PUCPR e curador do Museu Universitário

da Instituição foi convidado para participar como jurado do

prêmio Internacional Design Award 2013, evento que aconte-

ceu na Alemanha, na cidade de Herford, em março.

A coordenadora de Assuntos Culturais da PUCPR,

Maria Comninos, foi uma das homenageadas na 10a

edição do Prêmio Mulher Destaque. O prêmio é pro-

movido pelo Shopping Novo Batel em parceria com o

Conselho da Mulher Executiva da ACP e Associação

de Mulheres de Negócios e Profissionais (BPW).

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Plano estratégico para driblar

defi cit de atençãoO transtor-

no, que pode ser diagnos-

ticado ape-nas na fase

adulta, deve ser encarado com raciona-

lidade para se tornar um aliado no dia

a dia

O cérebro fervilha de ideias criativas a cada minuto. A curiosidade é uma de suas características principais. Em um único dia, ele gosta de executar funções totalmente diferentes. Por um prisma otimista, a pessoa com trans-torno de defi cit de atenção e hiperatividade (TDAH) pos-sui todas essas características, além daquelas já rotuladas – como viver no mundo da lua, esquecer compromissos, ser muito agitada e não concluir pensamentos ou ideias. Com disciplina, o transtorno pode ser controlado e usado a favor de quem o tem.

Segundo a psicóloga Eliane Schwab, do Seap (Serviço de Apoio Psicopedagógico) da PUCPR, esse deve ser o pen-samento, pois não existe cura para a disfunção. “O porta-dor da doença precisa aprender a conviver com ela”, diz. O TDAH se manifesta desde a infância, mas há casos em que o problema só é percebido na adolescência ou na fase adulta, quando as cobranças aumentam, de acordo com informa-ções da Associação Brasileira de Defi cit de Atenção (ABDA).

O jovem e o adulto, por sua autonomia, podem lidar melhor com a situação e até usar a hiperatividade de forma construtiva. O estudante Matheus Miranda Gué-rios, 19 anos, foi diagnosticado com o transtorno ainda na infância. Sua marca registrada sempre foi não con-seguir parar quieto. Hoje, ele está no 2º ano de Direito, da PUCPR, Câmpus Curitiba, e estagia em um escritó-rio de advocacia. Ele afirma que prefere os dias mais agitados, aqueles em que o escritório não para. Quem não queria ter um estagiário assim? Segundo Eliane, “pessoas com TDAH se dão muito bem em profissões dinâmicas, como jornalismo, publicidade. Dentro das Engenharias, ele pode ser um engenheiro de obras. Di-ficilmente, ele seria um engenheiro para ficar dentro de um escritório”, afirma a psicóloga. Ela complementa que, para que essas características sejam potencializa-das e bem aproveitadas, é preciso ter um bom plano estratégico.

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Diagnosticado com TDAH ainda na

infância, Matheus Miranda Guérios

estagia em um escritório de advocacia e

afi rma que prefere os dias mais agitados,

aqueles em que o escritório não para.

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reportagem

Page 33: Vida Universitária

“Pessoas com TDAH se dão muito bem em profissões di-nâmicas, como jornalismo, publicidade. Dentro das Enge-nharias, ele pode ser um enge-nheiro de obras. Dificilmente, ele seria um engenheiro para ficar dentro de um escritório.” [Eliane Schwab, psicóloga do Serviço de Apoio Psicopedagógico]

UM PASSO DE CADA VEZO Seap passa a ser mediador entre aluno e

professor para amenizar os danos no estudo causados pelo deficit. Eliane explica que me-didas simples podem fazer grande diferença. “Um aluno com deficit de atenção precisa sen-tar na primeira carteira em sala de aula, mesmo sendo alto. Nesse caso, ele pode sentar próxi-mo à parede, para não atrapalhar a visão do quadro dos colegas”. Outra medida listada pela psicóloga envolve a colaboração do professor. “Às vezes é preciso adaptar a forma de avalia-ção. Em questões de múltiplas alternativas, é importante que as opções sejam objetivas, sem pegadinhas. Em outros casos, será preciso fa-zer uma avaliação oral e escrita, para ser justo com o aluno com TDAH.

Eliane reforça que essas medidas devem ser aplicadas a toda a turma, pois a intenção não é superproteger o aluno. As medidas adotadas pela Universidade visam a viabilizar o conhe-cimento. Por isso, o portador deve estar ciente de sua condição, buscar tratamento e entender que nem sempre o mundo se adaptará a suas dificuldades.

TRATAMENTOPor vezes, é recomendado o uso de psico-

estimulantes – como o nome sugere, são remé-dios com a função de deixar o paciente mais atento, menos cansado. Para Eliane, a medica-ção deve sempre ser usada em conjunto com a terapia, que tem como objetivo permitir que o indivíduo conviva melhor com a disfunção.

Algumas famílias apostam num remédio di-ferente. No caso de Matheus foi o esporte. Na época, os pais de Matheus optaram por inse-rir na rotina do garoto aulas de natação e judô. “O esporte me ajudou a dormir melhor. Passei, também, a me concentrar mais nas aulas”. Ele acredita que a presença do esporte em sua vida, quando criança e adolescente, trouxe conse-quências positivas para o hoje. “Eu não tenho dificuldade em me concentrar e aprendi a ter uma rotina com horários bem definidos”.

HÁ UMA GRANDE CONTROVÉRSIA QUANDO O ASSUNTO É O USO DE MEDICAÇÃO NO TRATAMENTO DE TDAH. SAIBA, A SEGUIR, O QUE TEM SE FALADO:

l Em 2011, o repórter Millos Kaiser, da revista Trip, realizou uma matéria com o objetivo de desven-dar a tarja preta Ritalina, principal pscioestimulante utilizado no tratamento do TDAH. O primerio passo foi ir a um psiquiatra. Após ter dito ao médico que tinha dificuldade em ler um livro até o final e cumprir prazos, foi diagnosticado com o transtorno. A solução: Ritalina. Durante cinco dias de medicação, ele transitou do desconforto físico, com dores fortes de cabeça, ao desejo de chegar logo ao escritório para trabalhar. Ele conclui que, para ele, o melhor mesmo são prazos bem definidos e alguém – no seu caso, um editor – que possa estar lhe orientando a manter o foco. Confira a matéria no link: http://migre.me/dHheO.

l Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), a medicação estimulante deve ser usada “de acordo com a necessidade, para possibilitar a obtenção das metas propostas pelo tratamento”. As diretrizes listadas pela AAP sobre o TDAH tem foco no acompanhamento psicológico, que deve ter como objetivo ajudar o portador da doença a estabelecer um plano de metas e caminhos para atingi-las. Acesse a revista Pediatrics, veículo oficial da AAP, para saber mais sobre esse e outros assuntos da área: pediatrics.aappublications.org. l A ABDA apresenta um posicionamento favorável ao uso de medicação em primeira instância. A Associação informa que o melhor tratamento é aquele baseado “na intervenção multidisciplinar envolvendo profissionais das áreas médicas, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os pais. […] Sobre as influências psicofarmacológicas, a literatura claramente apresenta os estimulantes como as medicações de primeira escolha para este transtorno”.

ADULTOS

O diagnóstico em adultos leva em consideração o seu histórico de vida e, por isso, depende de que a pessoa lembre de situações de sua infância que possam denunciar sintomas da doença, como a hiperatividade ou ser chamado de “avoado”. Para um adulto ser diagnosticado com TDAH, é obriga-tório a existência de marcas do transtorno na infância. A pessoa com deficit de atenção apresentará um histórico desde a infância”, diz a professora Mari Angela, do Núcleo de Prática em Psicologia da PUCPR.Caso contrário, o TDAH pode estar sendo confundido com um momento de dificuldade da vida da pessoa. “Precisamos entender que alguns sinais semelhantes aos do transtorno de atenção podem aparecer como consequência de uma situação circunstancial que a pessoa está vivendo e não se caracterizar como transtorno. O diagnóstico bem feito é fundamental”, afirma a professora.

SEGUNDO A ABDA, OS SINTOMAS MAIS RECORRENTES EM ADULTOS SãO:

l Dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia. É uma tortura ter que determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que se tem para fazer; l Em consequência disso, o estresse toma conta do indivíduo quando ele se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com frequência, uma vez que assume vários compromissos diferentes e tem medo de não conseguir dar conta de tudo); l Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade, interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele; l O portador de TDAH tem dificuldade em realizar sozinho suas tarefas, principalmente quando são muitas. O tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com outras pessoas.

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Page 34: Vida Universitária

Participe e concorra a bolsas de estudo nas categorias:• Melhor composição e melhor interpretação: R$ 1.500,00• Voto popular: R$ 500,00

Inscrições, regulamento e informações em:www.pucpr.br/orquestra

INSCRIÇÕES ATÉ 19 DE ABRIL.

Page 35: Vida Universitária

“Ela é carioca, ela é carioca. Basta o jei-tinho dela andar. Nem ninguém tem cari-nho assim para dar. Eu vejo na cor dos seus olhos. As noites do Rio ao luar...”. Essa se-ria a música perfeita para Marjorie Rodri-gues Digois, 22 anos – não fosse o fato de ela ser francesa. “Eu queria ser carioca. Eu amo o Brasil”. A jovem é natural da região de Borgonha – conhecida por suas vinícolas –, mas ela gosta mesmo é da terra da cai-pirinha e do samba. Marjorie está fazendo intercâmbio no Brasil há oito meses. No en-tanto, ela não pensa em ir embora tão cedo. “Vou tentar renovar minha permanência aqui por mais um ano. Só devo ir à França, para o Natal”.

O intercâmbio é facilitado por meio de uma parceria da PUCPR com a Universi-dade de Borgonha. Lá na França, a jovem é aluna da Escola de Negócios, porém ainda não decidiu em que área específica seguir. “Pode ser Administração, Comércio Exterior ou Relações Internacionais”. Por isso, aqui, ela cursa matérias comuns a essas possibili-dades.

DE ONDE VEM TANTO AMOR?É no sobrenome Rodrigues que pode estar

a explicação de tanta paixão pelo Brasil. Os avós de Marjorie são portugueses. Ela cres-ceu ouvindo português e, por isso, sempre se sentiu mais próxima do Brasil. A estudante afirma que esse contato também facilitou o aprendizado da língua, mesmo reconhecendo o quanto é diferente do português europeu. “O maior desafio ainda é a ter o vocabulário certo e falar sem sotaque francês. Eu acho o sotaque brasileiro lindo”.

PARA GRINGO OUVIRMesmo com a barreira linguística, Marjo-

rie não se intimida e, buscando facilitar o en-trosamento do estrangeiro com o Brasil, ela elaborou um programa de rádio, que é vei-culado na Rádio Web da Escola de Negócios. No contraturno das aulas, ela também está dedicada ao estágio voluntário no setor de in-tercâmbio da Universidade. Todas as suas ini-ciativas são em prol do bem-estar dos inter-cambistas. “Quero ajudá-los a se relacionar mais com as pessoas daqui e terem a mesma

experiência que eu estou tendo”. É por isso que ela também faz parte do IExchange, in-ciativa da aluna Mariani Fangueiro, de Ad-ministração, e responsável pela acolhida dos intercambistas da Universidade.

MANIAS BRASILEIRASEm Curitiba, um beijinho de oi basta! No

Rio, dois – afinal, são mais calorosos. No Rio Grande do Sul, três... para casar. São tantos regionalismos e contato físico, que não tem como um estrangeiro não estranhar. Até os mais abertos a novas culturas demoram para se acostumar – a Marjorie está inclusa aqui. “Foi a coisa que eu mais estranhei quando cheguei. Na França, são os namorados que se cumprimentam com um beijo só”. Ela tam-bém conta que um primeiro encontro francês é bem menos afetuoso que o brasileiro. Mas, hoje, ela já se adaptou.

SÓ O BRASIL TEMNatureza em todo lugar, praias e brigadei-

ro. Três itens que, para Marjorie, fazem o Bra-sil ser o Brasil que ela sempre imaginou. Ela conta que ficou admirada ao perceber que, em muitos locais, a natureza está integrada ao espaço urbano. “Na França, há mais mo-numentos e construções feitas pelo homem”. Em Curitiba, seu lugar favorito é a Universi-dade Livre do Meio Ambiente. “Gosto de ou-vir o silêncio. Eu estou na cidade, mas não ouço o barulho dela”.

Esse é o Brasil! “Meu Brasil brasileiro, ter-ra boa e gostosa...”. Ary Barroso estava certo e a Marjorie concorda!

bossa nova com sotaque francês O que pode acontecer quando uma francesa

resolve morar no Brasil?

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mundoafora

Participe e concorra a bolsas de estudo nas categorias:• Melhor composição e melhor interpretação: R$ 1.500,00• Voto popular: R$ 500,00

Inscrições, regulamento e informações em:www.pucpr.br/orquestra

INSCRIÇÕES ATÉ 19 DE ABRIL.

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Page 36: Vida Universitária

Das dez doenças que mais incapacitam as pessoas de terem uma vida economicamente ativa e até social, uma delas é a artrose, segun-do dados da Organização Mundial da Saúde. A enfermidade – que provoca a destruição da car-tilagem articular, comprometendo a movimen-tação das articulações – é degenerativa, ou seja, não tem cura.

Desafi ados por esse contexto, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da PUCPR, formada pelas biólogas Alexandra Senegaglia e Carmen Rebelatto, coordenadoras técnicas do Centro de Tecnologia Celular da PUCPR, e Paulo Brofman, coordenador geral do Centro, juntamente com o ortopedista Alcy Vilas Boas, do Hospital Marcelino Champagnat, estão apri-morando estudos sobre o desenvolvimento de células-tronco para o tratamento da artrose no joelho. “Os tratamentos existentes para doenças crônicas são paliativos. No caso da artrose, é possível tratar com medicação e até implantar próteses, mas isso não é uma garantia 100% de bem-estar. As próteses, por exemplo, precisam ser trocadas com frequência”, afi rma Alexandra.

Segundo o ortopedista, o joelho é uma das regiões mais afetadas pela artrose. Em contra-partida, é um dos locais mais adequados para se realizar o procedimento proposto pela equipe.

A pesquisa, que é fi nanciada pela Fundação Araucária, está na fase de ensaios clínicos, mo-mento em que os procedimentos pesquisados são aplicados em pacientes reais. Ao todo, dez pacientes serão submetidos ao novo tratamen-to. No fi m deste ano, será feita uma avaliação dos resultados, que serão enviados para o Con-selho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). O procedimento pode se tornar se tornar uma medida clínica padrão para a doença.

Confi ra o infográfi co e entenda um pouco mais sobre a artrose e como o tratamento é realizado.

DO QUADRIL PARA O

joelhoPesquisa desenvolve

técnica para tratar artrose com células-tronco

AO ACEITAR O TRATAMENTO COM CÉLULAS–TRONCO, O PACIENTE É ENCAMINHADO PARA O CENTRO CIRÚRGICO, ONDE É FEITA A COLETA DE 60 ML DE MEDULA ÓSSEA*.

*Ela está presente em todos os ossos,

mas é mais seguro fazer a retirada do

osso do quadril (crista ilíaca). Por ser

mais largo, o processo é mais fácil e tem

mais chances de ser bem-sucedido.

“Os tratamentos existentes para doenças crônicas são paliativos.”[Alexandra Senegaglia, coordenadoras técnicas do Centro de Tecnologia Celular da PUCPR]

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pesquisa

Page 37: Vida Universitária

CARTILAGEM ARTICULAR

Tecido que reveste a extremidade de dois ossos que possuem movimentação entre eles. Por exemplo, as articulações: joelhos, quadril, juntas dos dedos. A principal função desse tecido é diminuir o atrito entre as superfícies ósseas. A pessoa com artrose possui essa cartilagem desgastada.

ALGUNS CRITÉRIOS SÃO AVALIADOS PARA IDEN-TIFICAR SE O PACIENTE COM ARTROSE PODE PARTICIPAR DOS ENSAIOS CLÍNICOS PROPOSTOS PELA PESQUISA. SÃO ELES:

l Nível de dor no joelhol Incapacidade funcionall Tipo de artrose

de células tronco me-senquimais é o que deve ser

infundido (por meio de pro-cedimento cirúrgico - artros-copia) na região comprome-tida do joelho do paciente. Esse número é determinado pela literatura e baseado em demais ensaios realizados em outros órgãos.

40MILHÕES

Essa coleta é ar-mazenada para cultivo e expansão in vitro, durante um período de 3 a 4 semanas. O tempo de cultura varia de acordo com cada pacien-te. O objetivo é atingir uma quan-tia mínima de células.

Segundo a pesquisa-dora Alexandra, ainda

não existe uma certeza sobre essa quantida-

de. Ao fim da pesquisa, mediante avaliação dos resultados, poderá se es-

tabelecer o número ideal de células-tronco mesen-

quimais para esse pro-cedimento, podendo

ser maior ou menor.

A CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE ARTROSE É FEI-TA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA. A ESCALA VAI DE 1 A 4, SENDO QUE 4 REPRESENTA A AUSÊNCIA DE CARTILA-GEM. PARA A PESQUISA, PRIORIZOU-SE PACIEN-TES COM GRAUS 2 E 3.

GRAU 1

25%deteriorada

GRAU 2

50%deteriorada

GRAU 3

75%deteriorada

GRAU 4

100%deteriorada

Após a infusão, é realizado acompanhamento clínico periódico*. O paciente também é submetido a um questionário internacional, para que possam ser identifi cadas melhorias, ou não, nas dores, na capacidade funcional e, consequentemente, na qualidade de vida.* Acompanhamento a cada três meses durante um ano.

APROXIMADAMENTE 1/5 DA POPULAÇÃO

MUNDIAL COM MAIS DE 60 ANOS TEM

ARTROSE

OS IDOSOS SÃO OS MAIS

ATINGIDOS PELA DOENÇA

4 EM CADA 5 PESSOAS QUE TÊM ARTROSE

TERÃO LIMITAÇÕES DE MOVIMENTOS

DAQUELES QUE SOFREM COM ARTROSE NÃO

CONSEGUEM EXECUTAR SIMPLES TAREFAS

DIÁRIAS

A OBESIDADE É UM DOS FATORES QUE INFLUENCIA NEGATIVAMENTE

NA DOENÇA

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS).

25%

A OBESIDADE É

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Page 38: Vida Universitária

Oito alunos de diversos cursos da graduação da PUCPR levaram alegria e cor ao

Hospital Universitário Cajuru no dia 27 de fevereiro. A visita dos alunos integra o

Projeto Comunitário Hospital.

Os alunos Claudia Palace Mallemont Cunha, Frede Henrique Dias, Isabella

Kovaleski Sartori, Juliana Berbo de Lima, Lia Bartniczuk, Nathany Winhaski

Agostini, Ninah Fernanda Graça e Suellen Carolina Henrichs, vestidos com

chapéus, colares e outros acessórios coloridos, entraram nas enfermarias

cantando músicas de todos os gêneros. O desejo de fazer a diferença na

realização da disciplina foi cumprido com sucesso.

Estudantes de Jornalismo da PUCPR receberam um

grupo com dezesseis estudantes norte-americanos e

três professores, da Kent State University, de Ohio.

O encontro dos universitários é um programa de

intercâmbio de curta duração.

Os ‘gringos’ estiveram no Brasil para produzir conteúdo

multimídia sobre a cultura curitibana e brasileira. Os

alunos da PUCPR auxiliam na seleção de entrevistados,

realização de entrevistas, tradução e também estão

produzindo materiais jornalísticos sobre a passagem

dos norte-americanos pela PUCPR.

ALEGRIA NO CAJURU

CULTURA BRASILEIRA

A aluna Licely Rodrigues, as professoras Ana Paula Nadalini, Patrícia Lisboa e o

coordenador do curso de Gastronomia, Alexandre Dhein, fizeram um tour gastronômico

por Buenos Aires, na Argentina. A viagem foi parte da premiação do concurso “Churrasco

Brasileiro”, promovido pelo site TV Churrasco.

A receita de Licely, frango picante com bacon, venceu o concurso e, além da viagem, a

aluna teve a oportunidade de conhecer a fábrica da Tramontina, no Rio Grande do Sul. Na

viagem à Argentina, Licely e os professores se familiarizaram com o corte e o preparo das

famosas carnes portenhas.

VENCEDORA DE CONCURSO VIAJA PARA BUENOS AIRES

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drops

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Nove estudantes de Direito da PUCPR Maringá

participaram do estande da Ordem dos Advogados

do Brasil (OAB) na Feira do Consumidor. Eles

realizaram 30 atendimentos e pré-triagem para

atendimento no Núcleo de Prática Jurídica (NPJ)

da Universidade. Sete casos foram encaminhados

ao núcleo.

A Feira do Consumidor é um evento tradicional

na cidade, organizado pelo Sindicato do Comércio

Varejista de Maringá (SIVAMAR) e ocorre em

homenagem ao Dia do Consumidor.

ACADÊMICOS NA FEIRA DO CONSUMIDOR

Alunos do curso de Direito de São José dos

Pinhais da PUCPR realizaram Mutirão de

Conciliações na Vara de Família do município.

Vinte e dois alunos do 8° ao 10° período

passaram por esse treinamento.

O lema do evento, “Nós fazemos a diferença!”,

quer mostrar que trabalho supervisionado dos

estudantes pode mudar a vida daqueles que

buscam o Poder Judiciário para solucionar seus

conflitos. O projeto é de iniciativa do Núcleo

de Prática Jurídica do Câmpus de São José dos

Pinhais e da Vara de Família da cidade.

MUTIRÃO DE CONCILIAÇÕES

ERRATA

Na última edição da Vida Universitária, a nota sobre o projeto “Recicle Certo” não mencionou o nome de todas as alunas de Relações Públicas envolvidas na ação. As acadêmicas são: Andreia Tanaka, Jessica Pscheidt, Rebecca Staufler, Ana Paula Turbay, Isabel Novinski e Thais Silvério. Pedimos desculpas às estudantes.

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Másimo DirksenDella Justina Amigos Mensagem

Jardim de energias

Chegando ao câmpus, a primeira parada é no jar-dim. Na tranquilidade do espaço, ele renova suas

energias e afi rma que as-sim começa o dia de forma

muito positiva. Másimo tem uma grande preocu-pação com a comunidade local e a sustenbilidade.

Esses pensamentos estão sempre em sua cabeça, que busca soluções constantes para os problemas sociais.

Quando jovem, Másimo chegou a morar na favela Vila das Torres, conhecida como Vila Pinto, onde seu objetivo era conscientizar

as pessoas sobre o destino correto dos dejetos em

geral. Mais tarde, morou na África, onde esteve

como missionário. Agora, como pró-reitor, suas ações

continuam com o foco no próximo, porém de outra

forma.

Rotina

Entre um e-mail e outro, um telefonema impor-

tante ou uma assinatura de autorização para a

utilização de algum espaço cultural da Universidade, Másimo tem uma tarefa bem delicada para exe-cutar. Todo dia, o reitor compartilha uma frase

com a comunidade pelas redes sociais. Másimo é o responsável por vasculhar algumas obras literárias

para auxiliá-lo nessa escolha.

O lado artístico

Faz também parte de sua rotina encomendar obras

de arte com artistas, como Plácido Fagundes. Algumas obras da Universidade são fruto da imaginação do rei-tor ou de outros membros,

como o próprio Másimo. Em breve, sua sala contará com uma obra idealizada

pelo próprio. A pintura retratará sua concepção da

criação do Universo, sob uma ótica matemática.

Reunião com Decanos

É no turno da manhã que Másimo costuma se reu-nir com os decanos das

Escolas. No dia em que a equipe da Vida Univer-

sitária acompanhou sua rotina, a reunião era com o decano da Escola de Direito,

Alvacir Nicz. A pauta: a adesão e a infl uência do curso em

outros câmpus, o anda-mento os centros acadê-micos e desenvolvimento

de novas regras para prestação de contas dos CAs para com os demais

alunos.

Primeira impressão

Qual a imagem que você faz de um pró-reitor? Na

sua cabeça, ele deve andar com o carro do ano, morar

em uma casa enorme e não ser nada econômico? O pró-reitor que iremos apre-sentar aqui é bem diferente e a quebra de paradigmas começa cedo. Ele acorda

por volta de 6h40, e 7h20 já está no ponto de ônibus da R. XV de Novembro esqui-na com a R. Dr. Muricy. É

lá que ele subirá no Raquel Prado - PUC rumo à Univer-sidade. No caminho, costu-ma ler, dormir ou conversar um pouco com a cobradora.

A escolha de andar de ônibus foi feita aos 15 anos, por uma questão de preser-

vação do meio ambiente. Com o passar do tempo, a decisão se tornou bem

racional. Hoje, ele sabe que andar de ônibus é menos estressante e mais viável

economicamente. O dinhei-ro que economiza gosta de

investir em viagens.

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diáriode bordo

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Curtiu

Ele é o

MásimoConheça o dia a dia do pró-reitor comunitário da PUCPR, Másimo Della Justina, e inspire-se.

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Comida étnica

Comida mexicana, árabe, italiana ou uma feijoada bem

completa. Másimo é bem eclético quando o assunto é comida. Ele gosta de experimentar

e conhecer sabores diferentes. Se quiser comer alguma comi-da étnica na hora do

almoço, ele é a compa-nhia perfeita.

Confraternização

Após o almoço, o pró-reitor Comuni-

tário faz questão de passear pelos blocos e conversar um pouco com os funcionários e alunos. É o que ele chama de confrater-nização. Ele acredita

que manter esse rela-cionamento e mostrar

o quanto a reitoria pode estar próxima

dos colaboradores da Universidade e dos

acadêmicos é uma das principais funções de

seu cargo.

A vontade de aprender

Depois de ter se gra-duado em Filosofi a e Economia; ter feito

mestrado em Londres e algumas pós-

graduações, Másimo retorna à sala de aula para ocupar um lugar importante. Não o de professor, mas o de um aluno prestativo no curso de Química.

Ele conta que, em sala de aula, é apenas mais um acadêmico, mas,

na verdade, para seus colegas ele é mais que isso. Ele é o mais expe-riente da turma. É para ele que todos correm quando precisam de um reforço em algu-

mas matérias ou uma ajudinha na semana

acadêmica. O Másimo, super-herói da classe,

só tem descanso mes-mo quando participa

dos eventos da turma. Ele é bem participativo e seu nome nunca fal-ta num amigo secreto.

Estudos no escritório

Nos dias em que não tem aula à noite, é

após o expediente que Másimo costuma es-

tudar para as matérias de Química. Em seu

escritório mesmo, ele põe a leitura em dia. De uma dessas leitu-ras surgiu a vontade de vivenciar uma das experiências do livro.

A obra em questão é a Origem das espécies, de Charles Darwin. A região escolhida por

Másimo foi a América central, um dos lo-

cais por onde Darwin passou. O pró-reitor

conta que foi uma das viagens mais incríveis que já realizou, ainda

mais tendo Darwin como seu guia.

Poemas de internet

No fi m de semana, vem a inspiração para escrever poemas que, costumam ser publi-cados no perfi l pes-

soal do professor, no Facebook. É na lógica subjetiva da poesia

que ele aborda ques-tões polêmicas, como a criação do mundo ou a contagem do nosso tempo. A mensagem transmitida é refl exi-va e transita entre a

ciência e a beleza das metáforas da língua

portuguesa.

Bike e música

Depois de uma sema-na repleta de ativida-des, engana-se quem pensa que domingo é dia de descansar.

Másimo acorda cedo e, das 7h às 8h, passeia por Curitiba sob duas rodas. É de bicicleta

que o pró-reitor vai de sua casa até o Parque

São Lourenço.Depois, é hora de

relaxar ouvindo músi-ca. Sempre que pos-

sível, ele vai ao Teatro Guaíra prestigiar as apresentações da

Orquestra Sinfônica do Paraná.

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Pulseira criada para que os pais não esqueçam seus fi lhos no carro ou os percam é desenvolvida por aluno da PUCPR

do bem Pulseira criada para que os pais não esqueçam seus fi lhos no carro do bem

TecnologiaO pequeno Matheus Henrique Bordignon,

de 1 ano e 7 meses, utilizando a pulseira

(em branco) Bebê a Bordo.

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reportagem

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É em meio à correria do dia a dia, e aos grandes conglomerados de pessoas, que o perigo mora. Não é raro os noticiários rela-tarem mais tragédias de crianças esqueci-das no carro, morrendo de asfi xia, ou tendo queimaduras graves pela irradiação solar, ou deixadas em algum outro estabelecimento e até mesmo sequestradas em um momento de descuido durante as compras, praias e pas-seios.

Foi pensando nesses fatores que se deu a criação do projeto Bebê a Bordo, que surgiu em 2007 na Bahia, onde até então morava o inventor da ideia, Matheus von Biveniczko Tomio, 21 anos, hoje estudante do 3º perío-do de Engenharia de Controle e Automação (Mecatrônica) na PUCPR. “Começamos com um dispositivo de base imantada que seria colocado na parte superior do carro quan-do uma criança estivesse dentro”, explica Matheus, com uma proposta boa, mas um porém: “se um pai esquece um fi lho dentro do carro, esquece também um dispositivo”, conta.

Oportunidade que promoveu o incentivo a um desenvolvimento maior. “Depois então desenvolvemos o Bebê a Bordo – Radar, Ra-dar II e Sonar. As primeiras têm a mesma no-menclatura por se diferenciarem em poucos aspectos de hardware (bluetooth e wireless). Já a Sonar é via GPS”, conta. O projeto ain-da é um protótipo em constante construção, mas que ganhou impulso em 2010.

BEBÊ A BORDOSendo pioneiro, o produto é o primeiro

completamente voltado para bebês e crian-ças. “É comum as pessoas usarem em casa as babás eletrônicas para monitorar o leito da criança, mas não aparelhos para monitoração de distâncias entre pais e fi lhos”, conta Ri-cardo Alexandre Diogo, professor e coorde-nador do curso de Engenharia de Controle e Automação da PUCPR e que dá suporte e au-xílio ao projeto. “Este dispositivo surgiu para trazer segurança para nossos fi lhos, tornando o Bebê a Bordo um equipamento de primeira

necessidade”, conta o administrador de redes Alexandre Bordignon, pai do Matheus Henri-que Bordignon, de 1 ano e 7 meses.

Seu funcionamento se baseia no uso de duas pulseiras, uma fi ca com o bebê/criança e outra com a mãe/pai. A partir do momento em que a criança ou os pais se afastam 10 me-tros, ambas vibram, sendo que a pulseira que a criança carrega consigo emite um efeito sono-ro, dispositivo que torna possível a localização imediata nesse raio de dez metros. “A pulseira tem fi xação por imã, para se adequar facilmente em qualquer pulso, sem machucá-lo. É a pro-va d’água para que o bebê sinta-se à vontade para brincar com seu novo ‘relógio’ e que as crianças menores entrem na piscina ou no mar tranquilamente”, explica Matheus.

Praticidade e conforto são as palavras de ordem, a bateria possui a duração de 90 horas e o carregamento é feito por indução. “Assim, a mãe não precisa fi car procurando fi os para conectar e carregar. Basta jogar as pulseiras em um recipiente que elas irão carregar por

indução”, conta o acadêmico. O protótipo ainda sofrerá adaptações para que seja mais confortável e para que a criança não o tire com facilidade. Outro passo é que a pulseira do bebê emita um sinal de vibração na pul-seira dos pais quando for removida. “Assim, se por um descuido a criança estiver sendo sequestrada e sua pulseira for removida, a mãe receberá o alerta”, completa.

A mãe do pequeno Matheus, a advogada Regina Ramos Bordignon, vê a produção do projeto como um bem útil e necessário: “um fi lho exige muita dedicação, sobrando pouco tempo para as demais atividades diárias, de-vido a uma sobrecarga de atividades”, explica, ao afi rmar que compraria o produto e utili-zaria diariamente. Para Matheus, o acadêmi-co criador da ideia, é um sonho simplifi cado entre a rotina: “o dia em que fi carei feliz será o que o Evaristo Costa abrir o Jornal Hoje di-zendo que uma criança não foi esquecida gra-ças ao Projeto Bebê a Bordo”, revela, ao contar a ideia de comercialização futura.

“Este dispositivo surgiu para trazer segurança para nossos fi lhos, tornando o Bebê a Bordo um

equipamento de primeira necessidade.”[Alexandre Bordignon, administrador de redes]

Circuito de funcionamento

da pulseira Bebê a Bordo.

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O PRODUTO“Meu sonho é andar na rua e ver que o Bebê a Bordo está

em funcionamento, e que várias pessoas poderão comprar. Para mim, o produto não deve custar mais que um triângulo de carro, R$ 25,00”, conta o acadêmico. A principal intenção no momento é aprimorar para que possa haver sua comercialização. “Gosto de deixar bem claro que não visamos apenas ao lucro”, comple-ta.

Para que exista de fato essa viabilidade, e que o objetivo em si do produto seja alcançado, a ideia é iniciar a comercialização em lojas de brinquedos e escolas infantis. Mas antes disso tudo, um desafio pela frente: “a perspectiva de patentear o produto é muito grande. Pesquisas feitas pelo Matheus comprovam que não há algo parecido no mercado”, conta Diogo. Mas o estudante revela que a PUCPR está dando o suporte necessário para que consigam a patente da ideia. “Atualmente a Agência PUC está em parceria conosco para iniciarmos a fabricação das pulseiras”, explica, alegando novidades futuras.

E como se trata de um aparelho com viés de segurança para as famílias, acredita-se que o mercado aceitará o produto com bons olhos. “Pretendo usar, assim que for comercializado. Vou me sentir muito mais segura ao saber que posso localizar meu filho em poucos segundos”, explica Regina. Isso reflete conse-quentemente em novos empregos, seja no desenvolvimento de melhorias, na produção e até mesmo na venda do produto, que pode se tornar uma inspiração para novas ideias a partir do Bebê a Bordo.

RECONHECIMENTODepois de tanto empenho, as premiações vieram: em 2007 o

projeto recebeu prêmio na XXVI Mostra de Ciência das Escolas Positivo, como projeto inovador. Mas as conquistas continuaram: na XX SEMIC PUCPR, em 2012, o projeto recebeu o terceiro lugar no PUC Jovens Ideias, o que lhe rendeu o único apoio financeiro até o momento; e, no Campus Party Brasil 2013, da Fundação Te-lefônica - Vivo, o terceiro lugar no Desafio Tecnologias que Trans-formam. Ele também conquistou seu espaço como palestrante no III Simpósio Institucional de Pós-Graduação, na PUCPR, no mês de março, no qual falou sobre exemplos de inovação e sucesso apresentando o Bebê a Bordo.

O mercado de trabalho preza muito por novas ideias, busca e valoriza pessoas que façam a diferença. “E é isso que o Matheus tem demonstrado: que ele será um agente de transformação na sociedade, para o bem dela”, conta Diogo. Para ele, o estudante tem flexibilidade para lidar com diversas situações, além de ter o perfil de pesquisador, desenvolvedor de tecnologias inovadoras e empreendedor.

O desenvolvimento do projeto aconteceu em casa com o au-xílio de alguns livros de eletrônica e um computador com aces-so aos sites de tecnologia. “Alguns desenhos que começaram no famigerado Paint e hoje estão no Solidworks e com muitas dis-cussões sobre possíveis – e até impossíveis – melhorias”, conta Matheus.

Conquista que rende frutos, mas rodeado de apoios e estudos, o futuro engenheiro faz questão de falar de todas as pessoas que apoiam e de algum modo contribuem para seu projeto, como o pai o projetista Algacir Tomio,“ inventor nato que sempre me apoiou, professores como Maria Ângela Moscaleswski Roveredo e Gerson Link Bichinho, são grandes motivadores, além do ami-go e quase orientador professor Ricardo Alexandre”, explica.

“(...) pretendo usar, assim que for comercializado. Vou me

sentir muito mais segura ao saber que posso localizar meu

filho em poucos segundos.”[Regina Ramos Bordignon, advogada e mãe do pequeno Matheus]

Matheus von Biveniczko Tomio,

criador da pulseira para evitar o

esquecimento de bebês.

FARMÁCIA PUCPR. UMA FARMÁCIA COMERCIAL ESPECIALIZADAEM ATENDERBEM VOCÊ ESUA FAMÍLIA!

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reportagem

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Falta tempo?

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qualidadede vida

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Vida de universitário é rodeada de compromissos e obrigações, mas a reclamação de todos é que não

há tempo suficiente para cumprir tudo, e com qualidade

Aulas na universidade, trabalho, está-gio, sair com os amigos, namorar, família, várias cobranças que o dia a dia exige do universitário. Mas nem sempre é possí-vel, ou melhor, se consegue dar conta de todas essas atividades na rotina, e a culpa não é sua, mas sim da nossa cultura.

O repórter da Vida Universitária re-solveu viver na pele, por uma semana, a experiência de organizar sua rotina e priorizar suas atividades, por uma quali-dade de vida melhor. Em conversa com a psicóloga e coach Carla Bittencourt Lo-russo, foi dada a largada para o desafio. “Às vezes é necessário saber priorizar, fo-car em objetivos, ter metas, se não a sen-sação é de que você está conduzindo uma metralhadora giratória”, explica.

Tudo é culpa do tempo, mas por que nunca temos tempo para nada? “Por não sabermos nos organizar, por que temos pouca logística e por que nem sempre fa-zemos bem feito da primeira vez”, como explica Carla. Era hora de saber definir o tempo para trabalhar, realizar as ativi-dades da universidade, e todas as outras situações particulares.

“O primeiro passo é a logística e a or-ganização de uma agenda”, conta Carla. Os tempos ociosos foram eliminados da rotina do nosso repórter; durante esse período a vida afetiva, os amigos e a fa-mília ganharam espaço, o contato foi maior do que de costume. Se antes um livro malmente se encaixava na rotina, agora dois livros eram lidos simultane-amente, um para lazer e outro exigência dos estudos. A delimitação do tempo para leitura de cada um foi fundamental para uma boa leitura e de qualidade.

A organização, delimitação do tempo e o automonitoramento foram importan-tes para o sucesso da proposta durante a semana. Várias atividades que estavam pendentes foram realizadas. E o melhor, o repórter teve uma semana tranquila, com qualidade, pois não se prendeu a pensar em mil e uma coisas ao mesmo tempo, mas sim em uma de cada vez, dando a atenção necessária a cada atividade, den-tro do tempo a ela destinado.

“(...) às vezes é necessário

saber priorizar, focar em

objetivos, ter metas, senão a sensação é

que você está conduzindo

umametralhadora

giratória.”[Carla Bittencourt Lorusso]

SEPARAMOS ALGUMAS DICAS QUE COM CERTEZA VOCÊ VAI CURTIR

É importante identificar as ações necessárias para transformar em realidade algum objetivo seu. “O que

você pode fazer e que, sendo bem feito, fará uma grande diferença para o alcance de suas metas?”, como propõe a coach Carla.

Avaliar as atividades diárias é um fator importante. Veja como é seu dia e descreva tudo. Tendo anotado,

você consegue delimitar o que é de grande importância, ou urgente; desse modo vai saber priorizar e irá se preocupar muito menos com as diversas atividades.

“Avalie as consequências de cada ação e classifique-as em ABCDE”, explica Carla. Essa é uma prática impor-

tante para o sucesso no seu desafio pela busca da qualidade de vida. Passo A: Auto impacto – São atividades de gran-de importância e com consequências altamente positivas, trazem grande resultado para sua vida. B: Médio impacto – Sabe aquelas atividades importantes, mas que, se você deixar de fazê-las, as consequências serão pequenas? São atividades importantes, mas que possuem pouca influên-cia na realização de seus objetivos.

Passo C: Baixo Impacto - são aquelas atividades que seria bom você cumprir, mas cuja influência é pequena

sobre seu objetivo, tarefas que não são urgentes. D: Delegá-veis - Avalie quais ações poderiam ser delegadas para outras pessoas e passe a responsabilidade para que elas cumpram essa questão. Passo E: Elimináveis – Hora de fazer um exa-me de consciência e descobrir no que você perde tempo. Ava-lie o que lhe traz algum conforto, mas que não agrega em nada no alcance de seu objetivo de vida.

Reorganize sua agenda, avalie como você pode se re-organizar para utilizar melhor seu tempo e atuar de

maneira mais firme e eficaz em direção do seu objetivo. Busque ter acesso à lista de pesquisas de fontes seguras, preste atenção aos detalhes, limite seu tempo de redes so-ciais ao intervalo das aulas e o tempo para jogos para os fins de semana.

Claro que aplicativos não solucionarão sua falta de tempo, mas com essas dicas e um aplicativo para

auxiliar, você alcançará seu objetivo com mais sucesso. O “Evernote” é fácil de usar, gratuito e ajuda-o a se lembrar de tudo através de todos os dispositivos que você usa. O aplicativo permite tomar notas, capturar fotos, criar listas de tarefas, gravar lembretes de voz e faz com que essas no-tas sejam completamente pesquisáveis, independente de sua localização. O “Horário Planner Pro” é outra dica que funciona como uma agenda de tarefas que pode ajudá--lo a lidar com os horários e aumentar seu desempenho. Mas o melhor aplicativo de todos ainda é a boa e velha agenda, barata e de fácil manuseio. Portanto, mãos à obra e boa programação.

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Falta tempo?

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Page 48: Vida Universitária

...masE AGORA?

BRUNA WALESKO FALCE Relações Públicas

7º período

POR QUE É IMPORTANTE DESENVOLVER PESQUISAS NA UNIVERSIDADE, COMO PIBIC E PIBITI, POR EXEMPLO?

QUEM RESPONDE: Prof. Cleybe Vieira [Coordenadora da Iniciação Científi ca da PUCPR]: Uma grande oportunidade para os alunos que têm interesse e perfi l para a pesquisa, pois iniciam sua formação de pesquisador durante o curso de graduação. Essa participação com certeza abrirá caminhos futuros quando da seleção para o mestrado e o doutorado.A iniciação científi ca oportuniza ao aluno atuar em pesquisas em desenvolvi-mento na Universidade, participar de grupos de pesquisa e de eventos cientí-fi cos, enfi m adentrar em um mundo totalmente diferente do cenário da sala de aula. E, além do conhecimento específi co do tema da pesquisa, o aluno desenvolve habilidades relacionadas à capacidade de fazer e receber críticas, lidar com a pluralidade de opiniões e diferenças entre pessoas, raciocínio científi co, a criatividade, convivência e trabalho em equipe.

COMO UMA OPORTUNIDADE DE INTERCÂMBIO AGREGA NA CONSTRUÇÃO DA MINHA CARREIRA?

QUEM RESPONDE: Valesca Walesko, Student Adviser [Orientadora para alunos que saem em intercâmbio]: O intercâmbio acadêmico traz um diferencial grande no curriculum de um aluno. Ele agrega não somente van-tagens competitivas no mercado de trabalho, mas também muitos benefí-cios pessoais ao estudante. Uma pessoa que fez intercâmbio (um semestre ou mais) é vista como uma pessoa fl exível, adaptável e independente, além de possuir fl uência no idioma do país para onde estudou. Qualidades muito procuradas no mercado de trabalho nos dias de hoje. Os benefícios para o próprio aluno são muito maiores, como: autoconhecimento, independência, resolução de confl itos, amadurecimento, networking, oportunidade de co-nhecer outras culturas e estudar matérias diferenciadas. Essas são algumas competências que o aluno agregará ao realizar um intercâmbio acadêmico.

ADRIAN BENGUA Engenharia Mecânica

3º período

NA HORA DE ESTUDAR PARA PROVAS E TRABALHOS, COMO FAZER PARA TER UM BOM APROVEITAMENTO E QUALIDADE?

QUEM RESPONDE: Evelise Maria La-batut Portilho [professora titular do Programa de Pós-Graduação Strito Sensu em Educação]: Mas como fa-zer isso? Inicie separando os conteú-dos a serem estudados, selecionan-do aqueles que você mais domina daqueles que você tem mais difi cul-dade. Revise os mais conhecidos, da

maneira que é mais fácil para você. Se gosta de escrever, ou prefere fa-lar alto, ou ainda fazer um resumo, faça do seu jeito. Aqueles conteúdos que você não consegue entender, vá parte por parte. Assinale as palavras--chave. Destaque os conceitos novos e procure o signifi cado deles na in-ternet ou nos livros indicados pelos

professores. E as palavras que você não conhece, use o dicionário para entender o signifi cado delas. É uma experiência bem interessante porque descobrimos a origem e o sentido de-las. Depois da pesquisa das partes do texto, releia, interprete e relacione o conteúdo com aquilo que já é conhe-cido.

AMANDA DE JESUS SOARESGastronomia

5º período

A vida acadêmica é rica em descobertas e experiências. Um mundo novo se abre a cada livro, a cada leitura, a cada conversa ou aula. Mas como não poderia deixar de ser, essa vivência é repleta de perguntas. Dúvidas a respeito do universo acadêmico, que envol-vem, acredite, não só você, mas a mente de muitos alunos que cursam o ensino superior. Fomos atrás de algumas dessas dúvidas frequentes e comuns, e buscamos uma resposta para você tirar sua dúvida aqui, na Vida Universitária.

A vida acadêmica é rica em descobertas e experiências. Um mundo novo se abre a cada livro, a cada leitura, a cada conversa ou aula. Mas como não poderia deixar de ser, essa vivência é repleta de perguntas. Dúvidas a respeito do universo acadêmico, que envol-vem, acredite, não só você, mas a mente de muitos alunos que cursam o ensino superior. Fomos atrás de algumas dessas dúvidas frequentes e comuns, e buscamos uma resposta para você tirar sua dúvida aqui, na

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perguntepara puc

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EVENTO_CULTURALDe 7 a 9 de maio, Curitiba receberá o Festival O Boticário na Dança, que acontece também em outras cidades brasileiras. A ideia do Festival é valorizar e promover a dança no país, entendendo que existe uma beleza única na movimentação corporal. Durante o evento, companhias nacionais e internacionais subirão ao palco do Guairão para encantar o público. Mais informações pelos telefones (41) 3304-7900 ou (41) 3304-7999 ou pelo site.

www.oboticarionadanca.com.br

GOOGLE_SCIENCE_FAIRFeira de ciências é coisa séria. Se você tem uma ideia inovadora, um projeto que pode mudar o mundo, participle do Google Science Fair (a Feira de Ciências do Google). É preciso ter entre 13 e 18 anos. O prêmio principal inclui uma viagem de dez dias para as Ilhas Galápagos com a National Geographic Expeditions e um fi nanciamento educacional de 50 mil dólares.

www.googlesciencefair.com

BUSINESS_INSPIRATIONPara quem tem interesse em ter um negócio na área digital, a Aldeia Coworking Curitiba promoverá o curso Business Inspiration – soluções, dicas e insights para negócios digitais. O objetivo é capaci-tar os participantes a criar e viabilizar soluções para produtos e serviços digitais. De 13 a 16 de maio. As inscrições já estão abertas.

www.aldeiaco.com.br/eventos

GESTÃO_PÚBLICA_NA_ESPANHA_E_EUA

Estão abertas as inscrições para o curso intensivo de Gestão Pública, na Espanha e nos EUA. O programa é uma iniciativa

da Fundação Botín, instituição privada espanhola. Para participar é preciso ter entre 19 e 23 anos, além de critérios re-

lacionados ao desempenho acadêmico e fl uência em inglês. As inscrições vão até

30 de abril pelo site. www.fundacionbotin.org

CONCURSO_ NANO_ MINUTOO Festival do Minuto, criado no Brasil em 1991, lança concursos mensalmente, para premiar criações audiovisuais. O desafi o é que a ideia precisa ser contada em curtas-metragens de um minuto, ou até menos. O concurso da vez é o Nano Minuto, em que o interessado precisa fazer um vídeo de temática livre, contando uma história em até 10 segundos. As inscrições vão até 30 de abril e o melhor vídeo ganhará o prêmio de R$ 500,00.

www.festivaldominuto.com.br

PRÊMIO_PARA_CIENTISTASAnualmente, o CNPq concede o Prêmio José Reis a um pesqui-sador, jornalista ou veículo de comunicação que, de alguma forma, tenha contribuído para a formação da cultura científi ca, aproximando a ciência do gran-de público. O prêmio é divido em categorias, que se interca-lam a cada ano. Na edição de 2013, a categoria é Divulgação Científi ca e Tecnológica, a qual elegerá um pesquisador como o grande vencedor.As inscrições podem ser feitas até 17 de maio de 2013.

www.premiojosereis.cnpq.br.

INGLÊS_SEM_FRONTEIRASTem vontade de participar do Programa Ciências sem Fronteiras, mas seu inglês não está em dia? Pensando nesses alunos de graduação e pós-graduação, o Ministé-rio da Educação, junto com a Coordenação de Aperfeiço-amento de Pessoal de Nível Superior (Capes), desenvol-veu o Programa Inglês sem Froteiras, com o objetivo de elevar o nível de profi ciência dos estudantes para esta-rem aptos a estudar fora do Brasil. As aulas serão online e é preciso concorrer a uma vaga, por meio de avaliação da nota do Enem e de um cadastro prévio.

www.myenglishonline.com.br/site/cadastrar

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