Vida e obra de J. M. Cotzee
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John Maxwell Coetzee (pronunciado Kuutse-e), Prêmio Nobel de
Literatura (2003), nasceu em 1940, em Cape Town, na África do Sul, e
vive desde 2006 em Adelaide, adotando a nacionalidade da Austrália.
O pai, Zacharias Coetzee, advogado e funcionário no governo, além de
proprietário de uma fazenda de ovelhas; a mãe, Vera Wehmeyer
Coetzee, professora numa escola secundária. A família falava Inglês em
casa, Afrikaans com os parentes. A vida de um dos antepassados
holandeses do século XVIII fornece elementos para a narrativa de
Jacobus Coetzee no livro Dusklands. Uma série de elementos da vida
da infância em Worcester (Cape Province) forma o lastro do livro
VIDA E
OBRA
CURITIBA - 15/04/13
PORTO ALEGRE - 18/04/13
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Boyhood/Infância (1997). A família se mudou para esta cidade pequena
depois de desentendimentos do pai com a política de apartheid do
governo. Coetzee foi educado numa escola católica e estudou
Matemática e Inglês na Universidade de Capetown, onde recebeu os
diplomas em 1960 (Inglês) e 1961 (Matemática).
Do primeiro casamento, com Philippa Jubber, em 1963, nasceram
Gisela (1968) e Nicolas (1966), o filho que faleceu num acidente em
1989, perda que aparece transfigurada no romance O Mestre de
Petersburgo. O casal se divorciou em 1980.
O início da carreira independente fornece o material para outra ficção
“auto-outro-biográfica”, Youth / Juventude (2002). Coetzee mudou-se
para Londres em 1962, onde trabalhou como programador, trabalhando
para a IBM e escrevendo sua dissertação de Mestrado sobre o escritor
Ford Madox Ford. Em 1965, como bolsista Fulbright, ele se dedica a sua
tese de doutorado com uma análise computadorizada que investiga o
estilo da obra de Samuel Beckett. Entre 1968 e 1971, começa a lecionar
na Staate University of New York at Buffalo. A nacionalidade Norte-
Americana lhe é negada em 1971, devido à sua participação em
protestos anti-Vietnam (45 professores ocuparam ilegalmente uma sala
da universidade e Coetzee foi criminalmente indiciado). Ele retorna para
a África do Sul como Professor de Inglês (elementos desta fase
aparecem no livro Verão / Summertime de 2010) e “Literatura
Universal” a partir de 1983; entre 1999 e 2001, ele ocupa uma cátedra
como “Professor distinto”.
Em 2002, Coetzee se muda para Adelaide, Austrália, como pesquisador
honorário, no Departamento de Inglês da Universidade de Adelaide,
onde trabalha também sua companheira, Dorothy Driver. Ele também
atuou como professor no Commitee on Social Thought na Universidade
de Chicago, até 2003.
Além dos livros de ficção, Coetzee escreveu também inúmeras
resenhas e ensaios críticos, em particular sobre literatura em língua
inglesa e em alemão, holandês e Afrikaans.
Sua mais recente obra, A Infância de Jesus, está prevista para abril de
2013. Um breve resumo no site do Amazon permitiu saber, desde a
leitura de parte da obra na Universidade de York, UK, em junho de
2011, que o livro trata do árduo esforço do jovem Jesus para livrar-se da
disciplina severa de seus pais sofridos, de conquistar uma moça, ganhar
um salário e de viver num mundo impiedoso.
A obra de Coetzee dá inúmeras dicas sobre o caráter recluso do autor,
que declinou estar presente pessoalmente nas atribuições do Booker
Prize que ganhou duas vezes. O autor Rian Malan disse dele: “Coetzee
é um homem de dedicação e autodisciplina de um monge. Não bebe,
nem fuma, nem come carne. Faz imensos tours de bicicleta para
manter-se em forma e passa no mínimo uma hora por dia na sua
escrivaninha, sete dias por semana. Um colega que trabalhou com ele
mais de uma década, afirma que viu-o rir somente uma vez. Um
conhecido foi para diversos jantares nos quais Coetzee não pronunciou
uma única palavra.” Consequentemente, existem poucas cópias
autografadas da ficção de Coetzee. Reconhecendo o valor de tais
exemplares, Coetzee participou decisivamente na fundação da Série
Primeiro Capítulo da Oak Tree Press, que lança edições limitadas de
obras assinadas por grandes autores com a finalidade de captar
dinheiro para as crianças órfãs ou vítimas da Aids na África.
A maioria dos livros de Coetzee foi distinguida com os mais prestigiosos
prêmios; o Prêmio Nobel é, portanto, apenas um, entre muitos que se
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encontram na lista dos livros do autor abaixo.
A obra crítica e ensaística de Coetzee conta com livros de crítica literária: Inner Workings e Stranger Shores.
Devido à aguda consciência da complexidade e da fluidez que envolvem todas as manifestações de sentido e de
opinião, Coetzee toma inúmeros cuidados para alertar seus leitores das sorrateiras mutações desta “matéria
vertente”. Nunca faz declarações sustentadas diretamente pelo prestígio de sua personalidade, mas sempre
encenando-se a si mesmo na terceira pessoa, como o personagem do qual é possível saber partes, momentos,
fases, direções, porém nunca coisas firmes que definam uma identidade estável. Num dos raros volumes de
entrevistas com David Attwell, Doubling the Point, ele fala das (suas) tendências para a esquerda em termos de
“ele, esta pessoa, este sujeito, meu sujeito livra-se da direita.” Pois desde a infância “ele talvez tenha visto mais
crueldade e violência do que deveria ser permitido a uma criança ver. Então, como estudante, ele se move nas
margens da esquerda, sem ser parte da esquerda. Simpático com as preocupações humanas da esquerda, ele é
afugentado, quando estoura a crise, pela linguagem da esquerda – por toda linguagem política, na verdade.”
(Doubling, 394) E, mais recentemente, ele disse numa entrevista com Jane Poyner “Não há mais esquerda
merecendo que se fale dela, nem uma linguagem da esquerda. A linguagem da política, com sua nova guinada
economistica, é ainda mais repugnante do que era há quinze anos.” (J.M. Coetzee and the Idea of the Public
Intellectual, Ohio UP, 2006, p. 22).
Ao ganhar o Jerusalem Prize em 1987, Coetzee falou das “relações deformadas e atrofiadas entre seres
humanos” na África do Sul. A literatura neste país é “exatamente o tipo de literatura que se espera de pessoas
escrevendo da prisão”. Com Nadine Gordimer e André Brink, Coetzee formou o grupo dos “três mais distintos
escritores da África do Sul dedicados ao movimento antiapartheid”, escreveu Isidore Diala em 2002.
No romance Desonra, de 1999, a comissão de acadêmicos que julga o professor David Lurie pelas suas relações
com a estudante Melanie foi vista como alegoria da Truth and Reconciliation Commission, instituição que
procurou mediar a transformação das relações entre etnias na África do Sul pós-apartheid. Coetzee nunca se
pronunciou a respeito, disse apenas que “num estado sem religião oficial, a TRC é algo um tanto anômalo: certo
tipo de tribunal, baseado em grande parte na doutrina cristã, que é aceita somente por uma pequena proporção
dos cidadãos. Somente o futuro dirá o que o TRC poderá conquistar.” Poyner, 2006, p. 22)
Há especulações de que Coetzee teria emigrado para a Austrália depois de Desonra ser taxado de “racista” pelo
African National Congress e severamente criticado por escritores engajados como Nadine Gordimer. Coetzee
somente disse que “não deixei a África do Sul, um país com o qual mantenho laços emocionais fortes, mas antes
vim para a Austrália. Vim porque desde minha primeira visita em 1991, fui atraído pelo espírito livre e generoso
das pessoas daqui, pela beleza do país e – quando vi Adelaide pela primeira vez – pela graça da cidade que
agora tenho a honra de chamar minha.” (Guardian, 2006). Apesar das críticas, talvez orquestradas pelo próprio
Presidente Mbeki, este parabenizou Coetzee “em nome da nação Sul-Africana e do continente da África” pelo
Prêmio Nobel.
No livro Diário de um Ano Ruim (2007), o personagem Senhor C vilipendia o crescente hiato entre justiça, lei e
legalidade que marca o mundo contemporâneo. Em particular, este velho professor de esquerda se insurge
contra os sistemas de segurança e as leis antiterror que suspendem, dentro do estado de direito, as liberdades
fundamentais do estado de direito. A crítica não se volta somente contra as medidas de John Howard e George
W. Bush, mas contra as ameaças globais contra a liberdade de expressão.
Coetzee é também um ativista que combate a crueldade contra os animais e procura assegurar os direitos dos
animais. Vegetariano, ele é consequente nessa sua demanda que se volta contra os sistemas de criação de
animais para o consumo de carne e seus livros A vida dos animais, Elizabeth Costelo e Disgrace debatem e
combatem a crueldade contra animais.
Dos seus livros de ensaios, entrevistas e correspondência, dois são traduzidos para o português: a
correspondência com Paul Auster (a ser lançada em abril 2013) e Inner Workings (Mecanismos internos,
Companhia das Letras, 2011)
Dusklands (http://en.wikipedia.org/wiki/Dusklands) (1974) ISBN 0-14-024177-9 (http://en.wikipedia.org
/wiki/Special:BookSources/0140241779)
In the Heart of the Country (http://en.wikipedia.org/wiki/In_the_Heart_of_the_Country) (1977) ISBN
0-14-006228-9 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140062289)
Waiting for the Barbarians (http://en.wikipedia.org/wiki/Waiting_for_the_Barbarians) (1980) ISBN
0-14-006110-X (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/014006110X)
Life & Times of Michael K (http://en.wikipedia.org/wiki/Life_%26_Times_of_Michael_K) (1983) ISBN
0-14-007448-1 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140074481)
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Foe (http://en.wikipedia.org/wiki/Foe_(novel)) (1986) ISBN 0-14-009623-X (http://en.wikipedia.org
/wiki/Special:BookSources/014009623X)
Age of Iron (http://en.wikipedia.org/wiki/Age_of_Iron_(book)) (1990) ISBN 0-14-027565-7
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140275657)
The Master of Petersburg (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Master_of_Petersburg) (1994) ISBN 0-14-023810-7
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140238107)
Boyhood: Scenes from Provincial Life (http://en.wikipedia.org
/wiki/Boyhood:_Scenes_from_Provincial_Life) (1997) ISBN 0-14-026566-X (http://en.wikipedia.org
/wiki/Special:BookSources/014026566X)
The Lives of Animals (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Lives_of_Animals) (1999) ISBN 0-691-07089-X
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/069107089X)
Disgrace (http://en.wikipedia.org/wiki/Disgrace_(novel)) (1999) ISBN 978-0-14-311528-1
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/9780143115281)
Prêmio Nobel 2003
Elizabeth Costello (http://en.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_Costello) (2003) ISBN 0-670-03130-5
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0670031305)
Youth: Scenes from Provincial Life II (http://en.wikipedia.org
/wiki/Youth:_Scenes_from_Provincial_Life_II) (2002) ISBN 0-670-03102-X (http://en.wikipedia.org
/wiki/Special:BookSources/067003102X)
Slow Man (http://en.wikipedia.org/wiki/Slow_Man) (2005) ISBN 0-670-03459-2 (http://en.wikipedia.org
/wiki/Special:BookSources/0670034592)
Summertime (http://en.wikipedia.org/wiki/Summertime_(novel)) (2009) ISBN 1-84655-318-0
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/1846553180)
The Childhood of Jesus (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Childhood_of_Jesus) (forthcoming, March
2013) ISBN 978-1846557262 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/9781846557262)
Ensaios, entrevistas e correspondências publicados em livro
White Writing: On the Culture of Letters in South Africa (http://en.wikipedia.org
/w/index.php?title=White_Writing:_On_the_Culture_of_Letters_in_South_Africa_(book)&action=edit&
redlink=1) (1988) ISBN 0-300-03974-3 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0300039743)
Doubling the Point: Essays and Interviews (http://en.wikipedia.org
/w/index.php?title=Doubling_the_Point:_Essays_and_Interviews_(book)&action=edit&redlink=1)(1992) ISBN
0-674-21518-4 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0674215184)
Giving Offense: Essays on Censorship (http://en.wikipedia.org
/w/index.php?title=Giving_Offense:_Essays_on_Censorship&action=edit&redlink=1) (1996),University of
Chicago Press (http://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Chicago_Press) [hence, US spelling “offense”] ISBN
0-226-11176-8 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0226111768)
Stranger Shores: Literary Essays, 1986–1999 (http://en.wikipedia.org
/w/index.php?title=Stranger_Shores:_Literary_Essays,_1986%E2%80%931999&action=edit&redlink=1)
(2002) ISBN 0-14-200137-6 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0142001376)
Inner Workings: Literary Essays, 2000–2005 (http://en.wikipedia.org
/wiki/Inner_Workings:_Literary_Essays,_2000%E2%80%932005)(2007) ISBN 0-09-950614-9
(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0099506149)
Here and Now: Letters, 2008–2011 (2013) A forthcoming collection of letters exchanged with Paul Auster.
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