Vida e obra de J. M. Cotzee

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( HTTP://LENDOCOETZEE.COM/ ) John Maxwell Coetzee (pronunciado Kuutse-e), Prêmio Nobel de Literatura (2003), nasceu em 1940, em Cape Town, na África do Sul, e vive desde 2006 em Adelaide, adotando a nacionalidade da Austrália. O pai, Zacharias Coetzee, advogado e funcionário no governo, além de proprietário de uma fazenda de ovelhas; a mãe, Vera Wehmeyer Coetzee, professora numa escola secundária. A família falava Inglês em casa, Afrikaans com os parentes. A vida de um dos antepassados holandeses do século XVIII fornece elementos para a narrativa de Jacobus Coetzee no livro Dusklands. Uma série de elementos da vida da infância em Worcester (Cape Province) forma o lastro do livro VIDA E OBRA CURITIBA - 15/04/13 PORTO ALEGRE - 18/04/13 Home ( http://lendocoetzee.com/ ) Vida e obra ( http://lendocoetzee.com /o-autor/ ) Temas e fases ( http://lendocoetzee.com /temas-e-fases/ ) O evento ( http://lendocoetzee.com /o-evento-2/ ) Quem somos ( http://lendocoetzee.com /quem-somos/ ) Contatos ( http://lendocoetzee.com /contatos/ ) Links ( http://lendocoetzee.com /outras-ideias/ ) Seguir “Lendo Vida e obra | Lendo Coetzee http://lendocoetzee.com/o-autor/ 1 de 5 29-09-2015 16:13

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John Maxwell Coetzee (pronunciado Kuutse-e), Prêmio Nobel de

Literatura (2003), nasceu em 1940, em Cape Town, na África do Sul, e

vive desde 2006 em Adelaide, adotando a nacionalidade da Austrália.

O pai, Zacharias Coetzee, advogado e funcionário no governo, além de

proprietário de uma fazenda de ovelhas; a mãe, Vera Wehmeyer

Coetzee, professora numa escola secundária. A família falava Inglês em

casa, Afrikaans com os parentes. A vida de um dos antepassados

holandeses do século XVIII fornece elementos para a narrativa de

Jacobus Coetzee no livro Dusklands. Uma série de elementos da vida

da infância em Worcester (Cape Province) forma o lastro do livro

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Boyhood/Infância (1997). A família se mudou para esta cidade pequena

depois de desentendimentos do pai com a política de apartheid do

governo. Coetzee foi educado numa escola católica e estudou

Matemática e Inglês na Universidade de Capetown, onde recebeu os

diplomas em 1960 (Inglês) e 1961 (Matemática).

Do primeiro casamento, com Philippa Jubber, em 1963, nasceram

Gisela (1968) e Nicolas (1966), o filho que faleceu num acidente em

1989, perda que aparece transfigurada no romance O Mestre de

Petersburgo. O casal se divorciou em 1980.

O início da carreira independente fornece o material para outra ficção

“auto-outro-biográfica”, Youth / Juventude (2002). Coetzee mudou-se

para Londres em 1962, onde trabalhou como programador, trabalhando

para a IBM e escrevendo sua dissertação de Mestrado sobre o escritor

Ford Madox Ford. Em 1965, como bolsista Fulbright, ele se dedica a sua

tese de doutorado com uma análise computadorizada que investiga o

estilo da obra de Samuel Beckett. Entre 1968 e 1971, começa a lecionar

na Staate University of New York at Buffalo. A nacionalidade Norte-

Americana lhe é negada em 1971, devido à sua participação em

protestos anti-Vietnam (45 professores ocuparam ilegalmente uma sala

da universidade e Coetzee foi criminalmente indiciado). Ele retorna para

a África do Sul como Professor de Inglês (elementos desta fase

aparecem no livro Verão / Summertime de 2010) e “Literatura

Universal” a partir de 1983; entre 1999 e 2001, ele ocupa uma cátedra

como “Professor distinto”.

Em 2002, Coetzee se muda para Adelaide, Austrália, como pesquisador

honorário, no Departamento de Inglês da Universidade de Adelaide,

onde trabalha também sua companheira, Dorothy Driver. Ele também

atuou como professor no Commitee on Social Thought na Universidade

de Chicago, até 2003.

Além dos livros de ficção, Coetzee escreveu também inúmeras

resenhas e ensaios críticos, em particular sobre literatura em língua

inglesa e em alemão, holandês e Afrikaans.

Sua mais recente obra, A Infância de Jesus, está prevista para abril de

2013. Um breve resumo no site do Amazon permitiu saber, desde a

leitura de parte da obra na Universidade de York, UK, em junho de

2011, que o livro trata do árduo esforço do jovem Jesus para livrar-se da

disciplina severa de seus pais sofridos, de conquistar uma moça, ganhar

um salário e de viver num mundo impiedoso.

A obra de Coetzee dá inúmeras dicas sobre o caráter recluso do autor,

que declinou estar presente pessoalmente nas atribuições do Booker

Prize que ganhou duas vezes. O autor Rian Malan disse dele: “Coetzee

é um homem de dedicação e autodisciplina de um monge. Não bebe,

nem fuma, nem come carne. Faz imensos tours de bicicleta para

manter-se em forma e passa no mínimo uma hora por dia na sua

escrivaninha, sete dias por semana. Um colega que trabalhou com ele

mais de uma década, afirma que viu-o rir somente uma vez. Um

conhecido foi para diversos jantares nos quais Coetzee não pronunciou

uma única palavra.” Consequentemente, existem poucas cópias

autografadas da ficção de Coetzee. Reconhecendo o valor de tais

exemplares, Coetzee participou decisivamente na fundação da Série

Primeiro Capítulo da Oak Tree Press, que lança edições limitadas de

obras assinadas por grandes autores com a finalidade de captar

dinheiro para as crianças órfãs ou vítimas da Aids na África.

A maioria dos livros de Coetzee foi distinguida com os mais prestigiosos

prêmios; o Prêmio Nobel é, portanto, apenas um, entre muitos que se

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encontram na lista dos livros do autor abaixo.

A obra crítica e ensaística de Coetzee conta com livros de crítica literária: Inner Workings e Stranger Shores.

Devido à aguda consciência da complexidade e da fluidez que envolvem todas as manifestações de sentido e de

opinião, Coetzee toma inúmeros cuidados para alertar seus leitores das sorrateiras mutações desta “matéria

vertente”. Nunca faz declarações sustentadas diretamente pelo prestígio de sua personalidade, mas sempre

encenando-se a si mesmo na terceira pessoa, como o personagem do qual é possível saber partes, momentos,

fases, direções, porém nunca coisas firmes que definam uma identidade estável. Num dos raros volumes de

entrevistas com David Attwell, Doubling the Point, ele fala das (suas) tendências para a esquerda em termos de

“ele, esta pessoa, este sujeito, meu sujeito livra-se da direita.” Pois desde a infância “ele talvez tenha visto mais

crueldade e violência do que deveria ser permitido a uma criança ver. Então, como estudante, ele se move nas

margens da esquerda, sem ser parte da esquerda. Simpático com as preocupações humanas da esquerda, ele é

afugentado, quando estoura a crise, pela linguagem da esquerda – por toda linguagem política, na verdade.”

(Doubling, 394) E, mais recentemente, ele disse numa entrevista com Jane Poyner “Não há mais esquerda

merecendo que se fale dela, nem uma linguagem da esquerda. A linguagem da política, com sua nova guinada

economistica, é ainda mais repugnante do que era há quinze anos.” (J.M. Coetzee and the Idea of the Public

Intellectual, Ohio UP, 2006, p. 22).

Ao ganhar o Jerusalem Prize em 1987, Coetzee falou das “relações deformadas e atrofiadas entre seres

humanos” na África do Sul. A literatura neste país é “exatamente o tipo de literatura que se espera de pessoas

escrevendo da prisão”. Com Nadine Gordimer e André Brink, Coetzee formou o grupo dos “três mais distintos

escritores da África do Sul dedicados ao movimento antiapartheid”, escreveu Isidore Diala em 2002.

No romance Desonra, de 1999, a comissão de acadêmicos que julga o professor David Lurie pelas suas relações

com a estudante Melanie foi vista como alegoria da Truth and Reconciliation Commission, instituição que

procurou mediar a transformação das relações entre etnias na África do Sul pós-apartheid. Coetzee nunca se

pronunciou a respeito, disse apenas que “num estado sem religião oficial, a TRC é algo um tanto anômalo: certo

tipo de tribunal, baseado em grande parte na doutrina cristã, que é aceita somente por uma pequena proporção

dos cidadãos. Somente o futuro dirá o que o TRC poderá conquistar.” Poyner, 2006, p. 22)

Há especulações de que Coetzee teria emigrado para a Austrália depois de Desonra ser taxado de “racista” pelo

African National Congress e severamente criticado por escritores engajados como Nadine Gordimer. Coetzee

somente disse que “não deixei a África do Sul, um país com o qual mantenho laços emocionais fortes, mas antes

vim para a Austrália. Vim porque desde minha primeira visita em 1991, fui atraído pelo espírito livre e generoso

das pessoas daqui, pela beleza do país e – quando vi Adelaide pela primeira vez – pela graça da cidade que

agora tenho a honra de chamar minha.” (Guardian, 2006). Apesar das críticas, talvez orquestradas pelo próprio

Presidente Mbeki, este parabenizou Coetzee “em nome da nação Sul-Africana e do continente da África” pelo

Prêmio Nobel.

No livro Diário de um Ano Ruim (2007), o personagem Senhor C vilipendia o crescente hiato entre justiça, lei e

legalidade que marca o mundo contemporâneo. Em particular, este velho professor de esquerda se insurge

contra os sistemas de segurança e as leis antiterror que suspendem, dentro do estado de direito, as liberdades

fundamentais do estado de direito. A crítica não se volta somente contra as medidas de John Howard e George

W. Bush, mas contra as ameaças globais contra a liberdade de expressão.

Coetzee é também um ativista que combate a crueldade contra os animais e procura assegurar os direitos dos

animais. Vegetariano, ele é consequente nessa sua demanda que se volta contra os sistemas de criação de

animais para o consumo de carne e seus livros A vida dos animais, Elizabeth Costelo e Disgrace debatem e

combatem a crueldade contra animais.

Dos seus livros de ensaios, entrevistas e correspondência, dois são traduzidos para o português: a

correspondência com Paul Auster (a ser lançada em abril 2013) e Inner Workings (Mecanismos internos,

Companhia das Letras, 2011)

Dusklands (http://en.wikipedia.org/wiki/Dusklands) (1974) ISBN 0-14-024177-9 (http://en.wikipedia.org

/wiki/Special:BookSources/0140241779)

In the Heart of the Country (http://en.wikipedia.org/wiki/In_the_Heart_of_the_Country) (1977) ISBN

0-14-006228-9 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140062289)

Waiting for the Barbarians (http://en.wikipedia.org/wiki/Waiting_for_the_Barbarians) (1980) ISBN

0-14-006110-X (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/014006110X)

Life & Times of Michael K (http://en.wikipedia.org/wiki/Life_%26_Times_of_Michael_K) (1983) ISBN

0-14-007448-1 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140074481)

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Foe (http://en.wikipedia.org/wiki/Foe_(novel)) (1986) ISBN 0-14-009623-X (http://en.wikipedia.org

/wiki/Special:BookSources/014009623X)

Age of Iron (http://en.wikipedia.org/wiki/Age_of_Iron_(book)) (1990) ISBN 0-14-027565-7

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140275657)

The Master of Petersburg (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Master_of_Petersburg) (1994) ISBN 0-14-023810-7

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0140238107)

Boyhood: Scenes from Provincial Life (http://en.wikipedia.org

/wiki/Boyhood:_Scenes_from_Provincial_Life) (1997) ISBN 0-14-026566-X (http://en.wikipedia.org

/wiki/Special:BookSources/014026566X)

The Lives of Animals (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Lives_of_Animals) (1999) ISBN 0-691-07089-X

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/069107089X)

Disgrace (http://en.wikipedia.org/wiki/Disgrace_(novel)) (1999) ISBN 978-0-14-311528-1

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/9780143115281)

Prêmio Nobel 2003

Elizabeth Costello (http://en.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_Costello) (2003) ISBN 0-670-03130-5

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0670031305)

Youth: Scenes from Provincial Life II (http://en.wikipedia.org

/wiki/Youth:_Scenes_from_Provincial_Life_II) (2002) ISBN 0-670-03102-X (http://en.wikipedia.org

/wiki/Special:BookSources/067003102X)

Slow Man (http://en.wikipedia.org/wiki/Slow_Man) (2005) ISBN 0-670-03459-2 (http://en.wikipedia.org

/wiki/Special:BookSources/0670034592)

Summertime (http://en.wikipedia.org/wiki/Summertime_(novel)) (2009) ISBN 1-84655-318-0

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/1846553180)

The Childhood of Jesus (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Childhood_of_Jesus) (forthcoming, March

2013) ISBN 978-1846557262 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/9781846557262)

Ensaios, entrevistas e correspondências publicados em livro

White Writing: On the Culture of Letters in South Africa (http://en.wikipedia.org

/w/index.php?title=White_Writing:_On_the_Culture_of_Letters_in_South_Africa_(book)&action=edit&

redlink=1) (1988) ISBN 0-300-03974-3 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0300039743)

Doubling the Point: Essays and Interviews (http://en.wikipedia.org

/w/index.php?title=Doubling_the_Point:_Essays_and_Interviews_(book)&action=edit&redlink=1)(1992) ISBN

0-674-21518-4 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0674215184)

Giving Offense: Essays on Censorship (http://en.wikipedia.org

/w/index.php?title=Giving_Offense:_Essays_on_Censorship&action=edit&redlink=1) (1996),University of

Chicago Press (http://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Chicago_Press) [hence, US spelling “offense”] ISBN

0-226-11176-8 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0226111768)

Stranger Shores: Literary Essays, 1986–1999 (http://en.wikipedia.org

/w/index.php?title=Stranger_Shores:_Literary_Essays,_1986%E2%80%931999&action=edit&redlink=1)

(2002) ISBN 0-14-200137-6 (http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0142001376)

Inner Workings: Literary Essays, 2000–2005 (http://en.wikipedia.org

/wiki/Inner_Workings:_Literary_Essays,_2000%E2%80%932005)(2007) ISBN 0-09-950614-9

(http://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/0099506149)

Here and Now: Letters, 2008–2011 (2013) A forthcoming collection of letters exchanged with Paul Auster.

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