Vida e Morte de M. J. Gonzaga - 3ª A - 2011

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Lima Barreto E.E. Profª Irene Dias Ribeiro Maria Cláudia Gonçalves Alexandra de Freitas Lima Márcia Gonçalves Amaro Alex Lavecchia Rezende 3ª série A - 2011

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Lima Barreto

E.E. Profª Irene Dias Ribeiro

Maria Cláudia GonçalvesAlexandra de Freitas LimaMárcia Gonçalves AmaroAlex Lavecchia Rezende

3ª série A - 2011

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Nasceu dia 13 de maio de 1881, em Laranjeiras.Mas viveu parte de sua vida em Todos os Santos(RJ);

Estudou na Escola Politécnica;Foi amanuense da Secretaria da Guerra;Em pouco tempo de vida produziu 17 obras;Faleceu em 1922,minado pelo alcoolismo e após

sofrer três internamentos psiquiátricos;

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Esta é, em resumo, uma das teorias de Gonzaga de Sá, personagem principal deste romance que é considerado pela crítica o mais bem escrito por Lima Barreto.O romance não tem um enredo preciso, sendo marcado pelo aspecto filosófico. O conflito não passa pela ascensão social ou profissional, mas pelo conflito interior: como situar um homem de espírito num meio social inconseqüente?Augusto Machado, o narrador, personagem íntima de Gonzaga, faz a biografia do amigo, cuja morte aparece nas primeiras do trabalho.

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Faz uma alternância entre lembranças e suas

próprias reflexões. Gonzaga era um bacharel em Letras que não se

tornou doutor, pois queria fugir das solenidades do título. Trabalhou como funcionário público e assim teve mais tempo para estudar, assim mantendo-se atualizado. Muito pessimista, frio e calculista, manteve-se longe do casamento e próximo dos humildes, dos explorados.

Ao longo da vida, Gonzaga torna-se cada vez mais desacreditado na humanidade, nas transformações, até que começa a ver na morte sua única saída:

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" A morte tem sido útil e será sempre. Não é só a sabedoria que é uma meditação sobre ela – toda civilização resultou da morte."Gonzaga, sempre muito crítico, atacava a sociedade sobretudo a aristocracia, representada pela gente de Petrópolis e de Botafogo; denunciando o preconceito racial, na idolatria do Doutor. Fazia, ainda, uma crítica ao Barão do Rio Branco pelo uso do dinheiro público em obras que não atendiam aos interesses e necessidades da população que pagava os impostos. Enfim, uma sátira à ineficiência do serviço público.

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O sofrimento de Gonzaga diante do mundo vem da consciência que a educação recebida o fez adquirir: "Longe de me confortar, a educação que recebi só me exacerba, só fabrica desejos que me fazem desgraçado, dando-me ódios e talvez despeitos! Por que me deram? Para eu ficar na vida sem amor, sem parentes e, porventura, sem amigos? Ah! Se eu pudesse apagá-la do cérebro! Varreria uma por uma todas as noções, as teorias, as sentenças, as leis que me fizeram absorver; e ficaria sem a tentação danada da analogia, sem o veneno da análise."

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Augusto Machado, ao contrário de Gonzaga que era uma figura associada à morte e à decadência, está preso à vida. Oposto ao amigo que sempre se isolou durante a vida de funcionário público e silenciou-se em sua sabedoria, Augusto Machado quer manter contato com as outras pessoas. Procura estabelecer comunicação com os outros mesmo através do livro que escreve e com isso tenta também vivificar o amigo, agora morto. A historia é toda tecida através de um dialogo entre o personagem e um interlocutor, em passeios pelo Rio de Janeiro, satirizando a burocracia e o pedantismo.

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O livro foi editado por Monteiro Lobato, em 1919, pouco antes da morte do autor, em meio a toda sorte de dificuldades. Lima Barreto não teve suas obras reconhecidas pela critica enquanto viveu. Sensibilidade a flor da pele, deixava transparecer nesse livro, como em outros, seu inconformismo com a indiferença dos contemporâneos e com sua condição social. A Academia Brasileira de Letras, que havia impedido sua entrada em 1919, premiou Vida e Morte de M. J. G. de As com menção honrosa no ano seguinte.

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Manuel Joaquim Gonzaga de Sá: “Um velho alto, já todo grisalho, mas avançado

em idade, todo seco, com um longo pescoço de arvore, um grande gogó...”

Machado e Alcmena: “-Mas tudo isso do que vale? Vem a morte... -De fato, mas enquanto se vive a gente deve

procurar as coisas bonitas,os teatros...”Tia Escolástica: Tia de Gonzaga de Sá, ela quem o criou.

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Dona Gabriela: “Uma velha senhora de cor veio nos

receber.Gonzaga de Sá falava nela.Dona Gabriela tinha um vago parentesco com a mulher de seu compadre; era viúva e mãe de quatro filhos.”

Romualdo: Pai de Aleixo Manuel, viúvo, ficou doente e

morreu, era muito amigo de Gonzaga.

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Psicológico: “Por uma tarde clara e de quinta feira...”

(pág.44)Cronológico:

Barão do Rio Branco.(1876-1889) O espetáculo do teatro Lírico (1906)

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A história se passa no Rio de Janeiro, relata sobre as pessoas de Petrópolis ou o pessoal dos subúrbios.O cenário é utilizado para dar destaque a repartição publica.

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A narração é em primeira pessoa,pois Machado narra a história de Gonzaga de Sá,ou seja, ele é um personagem narrador.

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O autor procura usar uma linguagem mais próxima da época,incorporando a linguagem do texto jornalístico.

O autor faz o uso de figuras de linguagem: Sinestesia:

“Os seus grandes olhos, macios e lentos, nas órbitas de uma curvatura regular e suave, estavam vermelhos.”

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Personificação:“[...] seu cabelo dourados faziam estremecer os

ares , as casas as almas da cidade. As próprias pedras do cais sentiam-se, tornavam-se macias a seus pés e a mica do granito procurava ter faiscações de diamantes.”

Comparação: “eu não compreendo,..., que um homem –um

animal dotado de senso crítico, capaz de colher analogias- levanta-se às quatro horas da madrugada, para vir trabalhar no Arsenal de Marinha, enquanto o ministro dorme até as onze e ainda por cima vem de carro...”

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Ironia :

“se a dor da rima e do metro aumentam a beleza da poesia, a escassez do espaço dá um grande realce aos artigos das pequenas revistas.”

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O autor retrata a realidade da época e crítica a sociedade e o governo, através da ficção.

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A marginalização dos personagens; “Ao me dizer Gonzaga de Sá que ignorava

completamente tão transcendente departamento da vida,que não tinha as menores noções de conhecimento tão útil a filosofia das paixões...”

A retratação dos personagens da época; “Foi então que me arrependi de ter mal julgado

o meu excelente e arguto amigo.”Linguagem Formal; “Ponto de contato sobremodo honroso para

ambos...”

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O título desta obra é enganador: pouco se vê da vida ou da morte de Manuel Joaquim Gonzaga de Sá. O que se vê são conversas entre o sexagenário Gonzaga de Sá e seu jovem amigo Augusto Machado, onde o que transpira é uma conversa do autor consigo próprio, denunciando sempre os absurdos: burocrata da Secretaria de Cultos, Gonzaga de Sá critica sempre a mania estúpida de aristocracia (logo ele, que descendente de Salvador de Sá) e a burocracia ineficiente, arcaica, mesquinha e inútil. Existem ainda mais umas pitadas dos temas eternos de Lima Barreto: uma crítica ao preconceito, ao governo, a sociedade; a tudo, enfim, que de podre afligia então e aflige hoje a humanidade .

CONCLUSÃO