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era uma vez...
Diariamente utilizamos dinheiro para comprar o
que desejamos ou precisamos, como alimentos,
roupa, jogos, gelados, bilhetes de cinema, livros e
muitas outras coisas…
Actualmente, se necessitamos de adquirir um bem
ou um serviço, basta dirigirmo-nos ao local onde ele
é vendido ou prestado e, obviamente, ter dinheiro
para efectuar o pagamento.
Mas nem sempre existiu o dinheiro tal como hoje o
conhecemos, isto é, em notas e moedas. Então, se
não havia dinheiro para pagar os alimentos ou as
roupas, como faziam as pessoas para efectuar as
compras?
O dinheiro tem uma longa história…
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o dinheiroHá muitos anos atrás não havia dinheiro, e quando alguém necessitava de um produto que outro indivíduo detinha, estes efectuavam trocas entre si para poderem satisfazer as suas necessidades.
A este processo chama-se troca directa, e consiste numa troca de produtos por produtos.
... e tenho estes
dois peixes que
posso dispensar...
Preciso de
feijão...
...
Dou-te um saco
de feijão em troca
de um peixe!
E assim as pessoas iam adquirindo os
produtos que necessitavam!
Mas a troca directa colocava alguns
obstáculos...
Tenho esta ovelha
e queria trocá-la
por algum arroz...
Tenho esta
tigela cheia,
queres trocar?
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O arroz que ofereces
não é suficiente. Aceito
trocar a minha ovelha pelo
dobro do arroz que tens
nessa tigela!
Mas só tenho este...
E se for esta tigela
em troca de metade
da tua ovelha?
Para isso tenho
de matar o animal...
Depois o que faço com
o que sobrar?
Iria
estragar-se...
Como podes imaginar esta situação era muito habitual, e
tornava-se difícil estabelecer alguns acordos no desenrolar dos
processos de troca...
Para resolver os problemas associados ao processo de troca
directa, a dada altura, o sal passou a funcionar como
instrumento de troca. Além do sal, também se utilizaram
cereais, peles de animais, conchas, entre outros … Tinha-se
chegado à época da moeda mercadoria.
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Vou trocar
esta ovelha
por sal...
A seguir será mais
fácil trocar sal por
algum arroz. O sal é
sempre útil...
Porém a moeda mercadoria
continuava a suscitar dificuldades ao
desenvolvimento do processo, pois era difícil
encontrar pessoas interessadas em efectuar
determinadas trocas. Quando era necessário
percorrer longas distâncias para adquirir os
produtos necessários, tornava-se difícil
transportar grandes quantidades de moeda
mercadoria e, além disso, alguns produtos
podiam facilmente estragar-se
no caminho.
Perante as dificuldades inerentes à aplicação da troca
directa, houve necessidade de encontrar uma outra
forma de desenvolver o processo de troca. Nesta época o
metal começou a ganhar importância dada a sua
resistência e o seu elevado valor. Tal facto levou ao
surgimento da moeda metálica. Assim, e à medida que
se iam trabalhando os metais e desenvolvendo novas
técnicas para os manipular, iniciou-se a cunhagem de
moeda que passou a ter nela inscrito um valor que
correspondia ao seu peso.
O valor inscrito na moeda passou a ser aceite por todos,
pois o metal precioso que incorporava garantia-lhe o
seu valor facial. Foi assim que as pessoas passaram a
trocar os seus produtos por moedas, utilizando-as
depois para comprarem os produtos que
necessitavam.
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Todavia, e com o passar do tempo, o transporte
de grandes valores em moeda também se veio a
tornar complicado face ao seu peso. Essa
dificuldade foi resolvida com a intervenção dos
ourives e dos artesãos, que trabalhavam com
ouro e outros materiais valiosos, e tinham bons e
seguros cofres para guardar os seus bens. Os
ourives e os artesãos assumiram assim a função
de guardadores das moedas, tendo passado a
emitir, contra o recebimento da moeda, um
certificado com a indicação do valor das moedas
recebidas – um certificado de depósito.
Este começou a funcionar como se fosse dinheiro, e quando as
pessoas precisavam de pagar uma dívida, em vez de irem ao
ourives levantar as moedas depositadas, podiam endossar o
certificado de depósito à pessoa a quem deviam, passando
esta a ser a legítima detentora das moedas depositadas.
Surgiram assim as primeiras formas de moeda-papel, que ao
longo do tempo vieram a evoluir para as notas actuais – o
designado papel-moeda.
Os certificados de depósito constituem então a
moeda-papel representativa, assim designada por
existir uma reserva de ouro (ou outro metal precioso)
equivalente ao valor de todos os certificados de
depósito em circulação, e que eram convertíveis a
qualquer momento.
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Com o decorrer dos anos os ourives e os artesãos passaram a
dedicar integralmente o seu tempo a receber e guardar os
valores das pessoas. Tinha-se dado início à actividade bancária.
Juntamente com o seu aparecimento surgiram as primeiras
emissões de moeda de papel a descoberto (primeiras notas de
banco) – dado o valor da emissão de moeda ser superior ao
valor do metal precioso que se encontrava em reserva.
Desta forma evoluiu-se da moeda representativa para a moeda
fiduciária (do latim, fidúcia – confiança), que era aceite porque
as pessoas confiavam no banco emissor e acreditavam que, a
qualquer momento, podiam ser reembolsadas em moeda
metálica, pois o banco continuava obrigado a converter todas
as notas em metal precioso, sempre que o cliente o exigisse.
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Mais tarde muitos Estados decidiram retirar a
possibilidade de conversão da moeda papel em metal
precioso, e os certificados de depósito passaram a ser
impressos previamente com um valor determinado,
dando origem às actuais notas. Ao contrário da moeda
papel, o papel-moeda (as notas actuais) não tem uma
reserva equivalente de ouro ou outros metais preciosos.
Diz-se que o papel-moeda é inconvertível (porque não
é possível trocá-lo por um valor equivalente de metal
precioso) e de curso forçado (já que é
obrigatoriamente aceite por força de lei.)
Hoje em dia, além de existirem muitos estabelecimentos
comerciais onde as pessoas podem efectuar compras, é
também possível recorrer a outras formas de pagamento
diferentes das notas e moedas – como as transferências
bancárias ou os cartões bancários. Com estes instrumentos
a realização de pagamentos de bens e serviços torna-se
mais fácil e cómoda, exigindo-se contudo a titularidade de
uma conta num banco para a utilização desses meios de
pagamento.
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A moeda veio simplificar as nossas vidas, e este facto
pode ser explicado pelas funções económicas que
desempenha, nomeadamente:
1. Meio de pagamento ou instrumento geral de
troca, deixando de existir a necessidade de realizar
trocas directas.
2. Unidade de conta ou medida de valor, ao ser
utilizada para expressar o valor dos bens e serviços.
3. Reserva de valor. A moeda veio permitir a detenção
de valor ao longo do tempo, ao poder ser guardada
para utilizar no futuro. Nas economias de troca directa a
constituição de poupanças tornava-se difícil, já que era
necessário consumir os bens antes que eles se estragassem.
A moeda possibilita a poupança pois a sua utilização
imediata não é imprescindível, e a sua não aplicação
imediata em consumo representa o uso da moeda enquanto
reserva de valor.