VIABILIDADE DE SEMENTES DE Handroanthus heptaphyllus (Vell ...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
VIABILIDADE DE SEMENTES DE Handroanthus
heptaphyllus (Vell.) MATTOS ARMAZENADAS NOS
FRUTOS
MARIA RITA SILVA GILLI MARTINS
Dissertação apresentada à Faculdade
de Ciências Agronômicas da Unesp -
Câmpus de Botucatu, para obtenção
do título de Mestre em Ciência
Florestal
BOTUCATU-SP
Janeiro – 2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
VIABILIDADE DE SEMENTES DE Handroanthus
heptaphyllus (Vell.) MATTOS ARMAZENADAS NOS
FRUTOS
MARIA RITA SILVA GILLI MARTINS
Orientador: Prof. Dr. Edson Seizo Mori
Dissertação apresentada à Faculdade
de Ciências Agronômicas da Unesp -
Câmpus de Botucatu, para obtenção
do título de Mestre em Ciência
Florestal
BOTUCATU – SP
Data da Defesa: 09/08/2011
Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus, pela dádiva da vida e principalmente pela
oportunidade de trabalhar em um projeto elaborado com amor e dedicação. Também a
Ele agradeço por toda força, paciência e persistência concedida nos momentos mais
difíceis.
Ao Prof. Dr. Edson Seizo Mori, orientador desta dissertação, por todo empenho,
sabedoria e compreensão.
Ao Prof. Dr. João Nakagawa e a Prof Dra Giuseppina Pace Pereira Lima, pelas
orientações na elaboração do projeto dessa pesquisa e pelo interesse durante todo o
desenvolvimento dos trabalhos.
Agradeço a minha família, principalmente ao meu pai, Antonio Carlos, minha mãe
Maria Nanci (in memorian) e minha irmã, Ana Maria, pelo amor, carinho, apoio e
compreensão em todos os momentos da minha vida! Agradeço muito pela confiança em
minhas decisões e todo o incentivo dado.
Em especial, agradeço ao amigo-irmão Danilo Scorzoni Re, pela ajuda, apoio e
paciência incondicional, e também pela competência, sugestões, ensinamentos e
empenho na intenção de chegar à excelência nesse trabalho.
Aos meus amigos, principalmente a Sergiane Frison, Isliana Griebler Ribeiro Caldas
Lucas Luis da Silva e Gustavo Luis Silva, agradeço pelo incentivo e apoio em todos os
momentos, felizes e principalmente nos mais difíceis.
À Valeria Giandoni e aos amigos do Laboratório de Análise de Sementes do
Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal da Faculdade de Ciências
Agronômicas – UNESP, Botucatu pela ajuda na realização dos trabalhos.
À Raquel Cavasini, Marizete Cavalcante e Sérgio Marques pela ajuda e paciência na
realização das análises bioquímicas.
À FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela bolsa
concedida.
E a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a execução desse
trabalho.
SUMÁRIO
I. Resumo..................................................................................................................... IV
II. Abstract.................................................................................................................... V
1. Introdução................................................................................................................ 01
2. Revisão de literatura................................................................................................. 03
3. Objetivos.................................................................................................................. 12
4. Material e métodos................................................................................................... 13
4.1. Colheita dos frutos............................................................................................ 13
4.2. Delineamento experimental e análise estatística............................................... 14
4.3. Dimensionamento dos frutos e das sementes.................................................... 14
4.4. Avaliações......................................................................................................... 15
4.5. Determinação do teor de água dos frutos e das sementes................................. 15
4.6. Medições da condutividade elétrica.................................................................. 16
4.7. Germinação....................................................................................................... 17
4.8. Determinação da atividade enzimática e teores de proteína solúvel................. 18
4.8.1. Obtenção do extrato bruto................................................................ 18
4.8.2. Determinação de proteína solúvel.................................................... 18
4.8.3. Determinação da atividade da polifenoloxidase............................... 19
4.8.4. Determinação da atividade da peroxidase........................................ 20
4.9. Determinação do teor de lipídeos...................................................................... 21
5. Resultados e Discussão............................................................................................ 22
5.1. Caracterização das sementes coletadas............................................................. 22
5.1.1. Dimensionamento das sementes....................................................... 22
5.1.2. Germinação, condutividade e teor de água inicial............................ 25
5.2. Germinação e condutividade elétrica................................................................ 25
5.3. Teor de água das sementes e dos frutos............................................................ 31
5.4. Atividade da enzima peroxidase....................................................................... 34
5.5. Atividade da enzima polifenoloxidase.............................................................. 43
5.6. Determinação de proteína solúvel..................................................................... 47
5.7. Determinação do teor de lipídeos...................................................................... 47
6. Considerações........................................................................................................... 50
7. Conclusão................................................................................................................. 52
8. Referência de literatura............................................................................................ 53
IV
RESUMO
O objetivo da pesquisa foi avaliar o comportamento das sementes de Handroanthus
heptaphyllus (VELL.) MATTOS, armazenadas dentro dos frutos e de forma
convencional. Os frutos e as sementes foram armazenados em sacos de papel
permeáveis, para avaliações pelo período de 8 meses. Testaram-se três diferentes locais:
câmara seca, a 20º C e UR de 45%; câmara fria, a 10ºC e UR de 90%; e ambiente de
laboratório, sem controle de temperatura e umidade. Avaliou-se germinação,
condutividade elétrica, teor de água das sementes e dos frutos, teor de proteína solúvel e
teor de lipídeos e atividade da enzima peroxidase e polifenoloxidase. Também mediu-se
o dimensionamento das sementes (comprimento, altura e espessura), para caracterização
do lote. As sementes colhidas após 120 da antese apresentaram boa germinação (83%) e
condutividade elétrica (40,7 µs.cm-1
.g-1
), mesmo estando com alto teor de água (49,3%).
De forma geral, as sementes armazenadas da forma convencional apresentaram
melhores resultados dos parâmetros avaliados com relação às sementes armazenadas
dentro dos frutos. Os valores de germinação e teor de água apresentaram queda ao longo
do tempo, enquanto os valores da condutividade elétrica aumentaram. Os resultados
observados para as sementes armazenadas em câmara fria foram superiores aos demais
locais de armazenamento. Verificou-se maior atividade da enzima peroxidase nos
frutos, em relação às sementes, quando em câmara seca. Entre as sementes, a atividade
nas sementes dos frutos foi menor, quando armazenadas em câmara fria. Em câmara
seca e ambiente, a atividade da peroxidase foi menor nas sementes convencionais. A
atividade da polifenoloxidase foi maior nos frutos em todos os locais de
armazenamento, também foi maior nas sementes convencionais quando em câmara fria
e quando em câmara seca até o 4° mês. Já em ambiente foi menor nas sementes
convencionais até o 3° mês de armazenamento. As sementes armazenadas de forma
convencional apresentaram maiores teores de lipídeos em todos os locais de
armazenamento e maior teor de proteína quando em câmara fria e seca. Conclui-se que
o armazenamento das sementes dentro dos frutos não é indicado para manter a
viabilidade das sementes de Handroanthus heptaphyllus.
Palavras-chave: Handroanthus heptaphyllus, armazenamento de sementes em fruto,
armazenamento convencional, compostos fenólicos.
V
FEASIBILITY OF SEEDS Handroanthus heptaphyllus (Vell.) MATTOS STORED IN
FRUIT, 59f.
Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Faculdade de Ciências Agronômicas,
Universidade Estadual Paulista.
Author: MARIA RITA SILVA GILLI MARTINS
Adviser: EDSON SEIZO MORI
The objective of the research was to evaluate the behavior of Handroanthus
heptaphyllus (Vell.) MATTOS seeds, stored into the fruits (SF) and by conventional
procedure(SC). The fruit and seeds were stored in kraft paper bags by the period of
eight months. They were tested through the three different conditions: dry chamber at
20 ° C and 45% RU; cold chamber at 10 º C and 90% RU, and laboratory environment
without control of temperature and humidity. We evaluated the seeds by their
germination, electrical conductivity, water content of seeds and fruits, soluble protein
content, and lipid content and enzyme activity of peroxidase and polyphenoloxidase. It
was also measured the size of seeds (length, height, and thickness), for seed lot
characterization. Seeds harvested after 120 days of anthesis, showed good germination
(83%) and electrical conductivity (40.7 μs.cm-1.g-1), even though with high water
content (49.3%). Generally, seeds stored by conventional procedure (SC)presented
better results than compared to seeds stored into the fruits the fruit (SF). The values of
germination and water content decreased along the time, while the values of electrical
conductivity increased. The results for seeds stored in cold chamber were higher than
the other storage conditions. There was higher peroxidase activity in fruits than for
seeds, into the dry chamber. Among the seeds, the activity in SF seeds was lower when
stored in cold chamber. In dry chamber and in environment conditions, the peroxidase
activity was lower for SC seeds. The polyphenoloxidase activity was higher in fruit in
all of storage conditions , also was higher in SC seeds when in cold chamber and in dry
chaqmber until 4th
month. Already for environment conditions was lower in SC seeds
until the 3rd
month of storage. Seeds stored of conventional procedures (SC) had higher
levels of lipids in all storage conditions and higher protein content when in cold and dry
chambers. We conclude that storage of seeds into the fruits (SF) is not indicated to
maintain seed viability of Handroanthus heptaphyllus.
Key Words: Handroanthus heptaphyllus, seed storage into the fruits, conventional
storage of seeds, phenolic content
1
1. INTRODUÇÃO
A espécie Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos,
também conhecida como ipê roxo de sete folíolos, pertence à família Bignoniaceae, que
possui cerca de 120 gêneros e 800 espécies, sendo 100 espécies incluídas atualmente
nos gêneros Handroanthus e Tabebuia (LORENZI, 1992).
O H. heptaphyllus é uma espécie secundária tardia a
clímax, tolerante ao sombreamento em seu estádio juvenil e quando adulta ocupa o
extrato superior da floresta. É geralmente encontrada em vegetação secundária de
Floresta Estacional Semidecidual e Decidual, Floresta Ombrófila Densa a Mista, Chaco
Sul-Matogrossence e Pantanal Matogrossence (LONGHI, 1995). Regionalmente, a
espécie é encontrada no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. No Brasil
ocorre no sul e oeste da Bahia, no Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,
Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (CARVALHO, 1994a).
A espécie H. heptaphyllus pode ser encontrada em
regiões de clima tropical úmido e subúmido, clima tropical, com inverno seco, clima
subtropical de inverno seco e clima subtropical, com verão quente, de acordo com a
classificação de Köppen. Ocorre em ambientes de regime pluvial uniforme, podendo a
precipitação variar entre 1.000 a 1900 mm no ano, entretanto tolera déficit hídrico
moderado. Quanto à temperatura, tolera variação média anual entre 18 e 26º C
(CARVALHO, 2003).
A madeira das espécies do gênero Handroanthus possui
alta resistência mecânica e densidade (da ordem de 1070 kg/m3) e baixa retratilidade
volumétrica (JANKOWSKY et al., 1990), possuindo coloração escura e alburno claro
(PAULA ; ALVES, 1997). Devido à suas características de madeira, é procurado para o
2
uso como dormentes, tacos, portais, postes, construção civil e naval, móveis,
instrumentos musicais, entre outros (JANKOWSKY et al., 1990; PAULA ; ALVES,
1997).
Da casca podem-se extrair ácidos tânicos e lapáchico,
sais alcalinos e corantes para coloração de algodão e seda. Na medicina popular, usa-se
espécie tem propriedades anticancerígenas, antireumáticas e antianêmicas
(CARVALHO, 2003).
É uma espécie ornamental, apresentando flores de
coloração rosa a lilás intenso, podendo ser utilizada para arborização urbana de praças,
jardins públicos, ruas e avenidas. O ipê também é uma espécie atrativa da fauna,
principalmente quando de seu florescimento, na fase de polinização, sendo indicada
para o reflorestamento de recuperação de áreas degradadas e reposição de mata ciliar,
em ambientes sem inundações (CARVALHO, 2003).
Por apresentar alta demanda de mudas, as espécies de
ipê são produzidas em larga escala para atender a demanda do mercado paisagista e de
reflorestamentos.
As árvores da espécie são altas, podendo alcançar até
25 metros de altura. Esse fato, associado a frutos deiscentes, sementes aladas e alta
sazonalidade anual de produção de frutos, contribui para dificultar a disponibilidade de
sementes para a produção de mudas ao longo de um ciclo produtivo (SOUZA et al.,
2005a).
Assim, entender o comportamento fisiológico das
sementes armazenadas pode trazer indicativos de como a forma de armazenamento
influi nas condições de conservação da qualidade dessas sementes para a germinação e
portanto, poderá auxiliar na padronização de formas de armazenamento mais eficientes
para disponibilizar sementes viáveis ao longo do tempo.
Dessa forma, o objetivo do trabalho foi armazenar a
viabilidade de sementes de Handroanthus heptaphyllus (ipê roxo) armazenados com e
sem os frutos, em diferentes ambientes.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
A germinação é considerada uma das mais importantes
etapas do biociclo vegetal, pois nela as atividades metabólicas são restabelecidas. Na
germinação há o aumento da taxa respiratória, das sínteses de proteínas e mobilização
das reservas após a absorção da água, que possibilitam o crescimento do eixo
embrionário e assim, a protrusão da radícula. A germinação está relacionada a aspectos
fisiológicos e bioquímicos, associados a fatores ambientais e fatores intrínsecos às
sementes (BEWLEY, 1997; DESAI et al. 1997; CARVALHO ; NAKAGAWA, 2000;
FERREIRA ; BORGHETTI, 2004).
As sementes podem ser classificadas como ortodoxas
ou recalcitrantes, com relação à sensibilidade à dessecação e ao armazenamento
(ROBERTS, 1973).
Sementes ortodoxas caracterizam-se por serem
relativamente pequenas, com baixas taxas metabólicas e de respiração, possuindo alta
longevidade, podendo apresentar ou não dormência e possuem capacidade de formar
banco de sementes; toleram secagem, sendo capazes de reduzir seu metabolismo a
níveis que favorecem a conservação da qualidade fisiológica durante o armazenamento
(FERREIRA ; BORGHETTI, 2004).
Em contra ponto, as recalcitrantes são intolerantes à
dessecação, possuem curta longevidade e são intolerantes às temperaturas baixas
(ROBERTS, 1973; FERREIRA ; BORGHETTI, 2004).
As sementes do gênero Handroanthus, são classificadas
como ortodoxas (KANO et al., 1978; MELLO; EIRA, 1995; DEGAN et al., 2001;
4
MARQUES et al., 2004; GEMAQUE et al., 2005; CARVALHO et al., 2006; SILVA et
al., 2001).
Existe divergência com relação à capacidade de
armazenamento dessas sementes por longos períodos. NATALE e CARVALHO (1983)
observaram perda total do potencial fisiológico de sementes de ipê-roxo após 150 dias
de armazenamento, enquanto que GEMAQUE et al. (2005) afirmam que semente de
Tabebuia impetiginosa apresentou comportamento ortodoxo em relação ao
armazenamento quando previamente secas em salas climatizadas.
Durante o armazenamento as sementes sofrem
deterioração, a qual pode ser rápida ou lenta, dependendo das características ambientais,
como temperatura, umidade relativa do ar e tipos de embalagens e também de fatores
intrínsecos à semente, incluindo seus constituintes, como substâncias de reserva,
presença de óleos, entre outros (CARNEIRO; AGUIAR, 1991).
A queda do poder germinativo e do vigor das sementes
é a mais alta manifestação da deterioração. A viabilidade da semente é bastante
influenciada pelas condições de armazenamento, sobretudo pelo teor de água e
temperatura do ambiente (FERREIRA; BORGHETTI, 2004).
Pesquisas com sementes de ipê veem sendo
desenvolvidas há mais de 40 anos para maior entendimento do comportamento e da
qualidade fisiológica após o armazenamento (CARVALHO et al., 1976; KANO et al.,
1978; FREITAS et al., 1979; KAGEYAMA ; MARQUEZ, 1981; NATALE ;
CARVALHO, 1983; MAEDA ; MATTHES, 1984; PINTO et al., 1986; FIGLIOLIA,
1988; CUNHA et al., 1992; KAGEYAMA et al., 1992, MELLO ; EIRA, 1995; SILVA
et al., 2001).
Dentre esses estudos, foi observado que sementes de H.
heptaphyllus mantiveram a germinação inicial por 360 dias, quando armazenadas a 10
ºC e -196 ºC (umidade de armazenamento não citada). Entretanto quando armazenadas a
20ºC, observou processo de deterioração da semente, desfavorecendo a sua conservação
(MARTINS et. al., 2012).
Em armazenamento de sementes de ipê branco foi
observado que o armazenamento a 20 °C (umidade relativa de armazenamento não
citada) desfavoreceu a germinação das sementes após 300 dias de armazenamento,
sugerindo ação fortemente prejudicial à conservação, enquanto que para as temperaturas
de 10 e -20 °C a germinação inicial foi mantida pelo período (MARTINS et al., 2009a).
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Também foi verificado por KAGEYAMA &
MARQUEZ (1981) boa resposta em manter a viabilidade de sementes de ipê amarelo
quando armazenadas em câmara fria (com temperatura de três a 5ºC e UR acima de
70%).
Para períodos de armazenamento de um ano, TOLEDO
& MARCOS FILHO (1977) comentaram que teores de água das sementes devem variar
entre 11 a 14% para melhor conservação e que a porcentagem de germinação é reduzida
à medida que o teor de água das sementes aumenta. Em sua maioria, as sementes recém-
colhidas apresentam altos teores de água, não adequados para o seu armazenamento,
podendo causar perda do poder germinativo através do aumento na taxa respiratória,
favorecendo ação de microrganismos (DESAI et al., 1997).
Segundo KANO et al. (1978), para o armazenamento
por períodos superiores a um ano, as sementes devem apresentar teores de água
inferiores a 11%. Os autores também observaram que em armazenamento por um ano
em câmara seca (20ºC e UR de 45%), sementes de ipê dourado mantiveram-se
conservadas, com manutenção do teor de água das sementes em torno de 8% e
germinação ao final do armazenamento em 72,5%.
Buscando diferentes formas de armazenamento de
sementes, estudos diversos são realizados, principalmente para espécies florestais
nativas brasileiras, as quais ainda demandam pesquisas para melhor compreensão de
suas características e comportamentos fisiológicos durante o armazenamento
(MELCHIOR et al., 2006; BIRUEL et al., 2007; TRESENA et al., 2009; PESSOA et
al., 2010).
BIRUEL et al. (2007) em estudo com a espécie
Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke (pau-ferro), observaram que as sementes
armazenadas dentro dos frutos, após oito meses de armazenamento em condições de
laboratório (sem controle de temperatura e umidade), tiveram melhor germinação do
que as sementes beneficiadas, armazenadas em câmara seca.
Alguns estudos sobre a germinação de sementes
armazenadas em frutos demonstram relação positiva entre períodos de armazenamento
de frutos e potencial de germinação de sementes, como para a espécie Mucuna aterrima
em trabalho realizado por Nakagawa et al. (2005) e Piptadenia viridiflora (PESSOA et
al., 2010).
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É possível que o ponto de maturidade fisiológica da
semente possa ser influenciado positivamente após um período de repouso, antes da
extração das sementes (COSTA et al., 2006). Quando em armazenamento adequado, as
sementes provenientes de frutos imaturos podem apresentar qualidade fisiológica,
comparável àquelas de frutos maduros (BARBEDO et al., 1994). Esse comportamento
pode estar relacionado ao fluxo de material de reserva do fruto para as sementes,
resultando em aumento de massa das sementes durante o período do armazenamento no
fruto (PESSOA et al., 2010).
O sucesso do armazenamento de sementes dentro dos
frutos pode estar diretamente relacionado à época de colheita e a maturidade fisiológica
das sementes. As diferentes espécies de ipê apresentam momentos distintos de
maturidade das sementes. GEMAQUE et al. (2002) observaram para a espécie Tabebuia
impetiginosa maturidade fisiológicas das sementes após aproximadamente 120 dias da
antese, ponto em que se dá o inicio do processo de deiscência do fruto e dispersão das
sementes. Ao estudar a maturidade fisiológica da espécie Tabebuia serratifolia,
CARVALHO et al., (2008) afirmaram que a maturidade fisiológica das sementes foi
alcançada aos 53 dias após a antese, período em que também se observou o inicio da
deiscência dos frutos. FONSECA et al. (2005) observaram que a maturidade fisiológica
de sementes de Tabebuia chrysotricha também ocorreu no início da deiscência dos
frutos, momento em que os frutos apresentavam um começo de rachaduras e coloração
marrom esverdeada. Para a espécie H. heptaphyllus, OHTO et al. (2001), quando
coletados em duas diferentes colorações de seus frutos (verde e marrom), a maior
percentagem de germinação se deu para as sementes dos frutos de coloração verde,
sendo este estádio o indicado para coletas. De maneira geral, a maturação das sementes
das espécies de ipê está diretamente relacionada ao inicio do aparecimento de
rachaduras nos frutos e posterior dispersão.
O armazenamento das sementes dentro de seus frutos
pode ser uma ferramenta alternativa para preservação da qualidade das sementes, em
casos em que técnicas que demandem maiores tecnologias não estejam disponíveis.
A técnica de armazenamento das sementes dentro dos
frutos já vem sendo utilizada em pós-colheita, principalmente em espécies frutíferas,
como forma de antecipação da colheita dos frutos, com a posterior maturação das
sementes (AROUCHA et al., 2005; MELCHIOR et al., 2006; NEGREIROS et al.,
2006).
7
ARAUJO et al. (1982) estudando o efeito do
armazenamento de fruto no vigor das sementes de abóbora constataram continuação do
fluxo de nutrientes do fruto para as sementes, mesmo após a colheita dos frutos e
também que sementes colhidas de frutos com 35 dias de idade, as quais não germinaram
após a colheita, atingiram 93% de germinação após cinco semanas de armazenamento
em frutos.
Em estudo desenvolvido por AROUCHA et al. (2005)
com o armazenamento de frutos de mamão, verificaram que a porcentagem de
germinação das sementes de frutos recém-colhidos foi baixa, entretanto as sementes de
frutos armazenados apresentaram germinação superior às sementes recém colhidas.
Observaram também que, de maneira geral, o armazenamento das sementes nos frutos
contribuiu para um acréscimo médio de 10 a 15% na porcentagem de germinação das
sementes recém-colhidas.
A viabilidade das sementes no armazenamento também
está diretamente relacionada a fatores intrínsecos (CARNEIRO; AGUIAR, 1991;
FLORIANO, 2004; FERREIRA; BORGHETTI, 2004). Dessa forma também a baixa
longevidade natural das sementes de ipê pode estar associada a esses fatores, como
baixa quantidade de substâncias de reserva e elevado teor de óleos em sua composição
química (DEGAN et al., 1997).
De acordo com MARCOS FILHO (2005), a
deterioração é um processo determinado por uma série de alterações fisiológicas,
bioquímicas, físicas e citológicas, que ocorre de maneira progressiva, determinando a
queda da qualidade da semente.
Dentre as principais alterações relacionadas ao processo
de deterioração estão a degradação e inativação de enzimas, perda de integridade das
membranas celulares e redução da atividade respiratória (FERGUSON et al., 1990;
MCDONALD, 1999; COPELAND; MCDONALD, 2001). Uma forma de identificar o
início da deterioração das sementes é a realização de avaliações relacionadas à atividade
de enzimas associadas à biossíntese em tecidos novos, uma vez que, com o processo de
deterioração das sementes, as enzimas tornam-se menos eficientes para exercer sua
atividade catalítica (COPELAND; MCDONALD, 2001).
Variações nos perfis de proteínas e de enzimas
específicas, como por exemplo, as esterases, fosfatase e transaminases, bem como as
relacionadas ao processo respiratório, peroxidação de lipídeos e remoção de radicais
8
livres, podem ser ferramentas eficientes no monitoramento de alterações bioquímicas,
que podem resultar na degradação (CHAUHAN et al., 1985). Segundo KALOYERAS
et al. (1958) apud VALLILO et al. (1998) sementes com altos teores de lipídeos
apresentam com o tempo perda da sua viabilidade, apresentando uma relação do
desenvolvimento da rancidez do óleo fixo e a perda do poder de germinação em
sementes de Pinus sp.
Durante o armazenamento, os lipídeos sofrem
peroxidação, gerando hidroperóxidos, ácidos graxos oxigenados e radicais livres. Os
radicais livres instáveis reagem com moléculas próximas, danificando-as. Os ácidos
graxos oxigenados, na ausência de atividade enzimática na semente seca, acumulam-se.
Durante a germinação, por ocasião da hidratação, ocorre a degradação enzimática dos
ácidos graxos oxigenados. Essa reação causa danos adicionais às sementes ao produzir
um aumento de radicais livres e ao formar produtos secundários tóxicos (WILSON;
MCDONALD, 1986b apud VIDAS et al. 1992).
Os lipídeos são acumulados nas sementes sob a forma
de triglicerídeos e armazenados em organelas denominadas corpos lipídicos
(FERREIRA; BORGHETTI, 2004).
Os lipídeos são utilizados como fonte de energia
durante a germinação das sementes, mas também podem exercer função estrutural nas
sementes (FERREIRA; BORGHETTI, 2004; MARCOS FILHO, 2005).
São constituintes encontrados em todas as partes das
sementes, com maior ocorrência no embrião. Dentro da composição da membrana
celular, os fosfolipídeos são os componentes mais importantes (GUIMARÃES, 1999).
Os lipídeos são acumulados durante o processo de
maturação fisiológica (VALLILO et al., 2007) e hidrolisados no decorrer da germinação
para liberação de ácidos graxos, que, por sua vez, são quebrados e liberam energia para
a nova planta (HITCHCOCK e NICHOLS, 1971).
A oxidação enzimática dos fenóis ocorre por ação das
polifenoloxidases (PPOs) e das peroxidases (POD) (BRAVERMAN, 1967; TEISSON,
1979). As polifenoloxidases catalisam as reações que podem ocasionar uma redução na
atividade enzimática (WHITAKER, 1972), enquanto que as peroxidases catalisam as
reações de uma grande variedade de compostos (BARZ; HOESEL, 1979), os quais se
incluem os fenóis, que podem ser inibidores naturais da germinação.
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Os compostos fenólicos atuam como inibidores do
alongamento celular pelo consumo de oxigênio durante o processo de oxidação,
restringindo a quantidade de oxigênio que chega ao embrião, inibindo a germinação de
sementes (BEWLEY; BLACK, 1994).
A atividade da enzima polifenoloxidase está
diretamente ligada aos teores de compostos fenólicos, uma vez que estes são o substrato
para essa atividade enzimática (CAMPOS; SIVEIRA, 2003).
O comprometimento da estrutura celular facilita o
contato da enzima polifenoloxidase com compostos fenólicos (AMORIM;
JOSEPHSON, 1975). Isso ocorre uma vez que os danos ocorridos nas membranas
liberam, e assim, ativam a polifenoloxidase (AMORIM, 1978). A polifenoloxidase
oxida os ácidos clorogênicos à quinonas, que são inibidoras da atividade da
polifenoloxidase. Dessa forma, danos às membranas podem ser relacionados com a
baixa atividade da enzima polifenoloxidase.
As polifenoloxidases, juntamente com as peroxidases,
estão entre os principais componentes químicos que sofrem modificações durante a
maturação e a refrigeração dos frutos, influenciando na qualidade final dos produtos
vegetais (THÉ et al., 2001).
Mesmo com o armazenamento adequado, as sementes
perdem sua viabilidade ao longo do tempo. Com o envelhecimento, as membranas se
tornam fracas e as enzimas perdem a atividade catalítica (OLIVEIRA et al., 2011).
As peroxidases incluem um grupo de enzimas que
catalisam a transferência do hidrogênio de um doador para H2O2 ou peróxidos orgânicos
(KVARATSKHELIA et al., 1997), podendo constituir uma proteção antioxidativa em
plantas.
A atividade de peroxidase é maior em plantas
submetidas a diversos tipos de estresse (SIEGEL, 1993; ROSSI; LIMA, 2001), podendo
ser utilizada como um marcador bioquímico de estresse resultante tanto de fatores
bióticos como abióticos (LIMA et al., 1999). GASPAR (1986) afirmou que a peroxidase
parece ser a molécula chave de adaptação das plantas, ou de algum de seus órgãos
separadamente, às mudanças do meio ambiente.
Na germinação de sementes, o efeito das peroxidases
pode ser antagônico, podendo ter efeito positivo, devido à sua ação benéfica oxidativa
10
dos compostos fenólicos ou efeito negativo, quanto da sua característica competidora
pelo oxigênio disponível à germinação, retardando-a ou inibindo-a (VIEIRA et al.,
2008). Estas enzimas têm sido caracterizadas durante a germinação de sementes, assim
como em estádios de crescimento (EGLEY et al., 1983), podendo servir como
indicadoras da qualidade fisiológica de sementes.
CARVALHO et al. (2006) observaram mudança da
atividade da enzima peroxidase em função do envelhecimento artificial de sementes de
copaíba, afirmando que a redução da atividade destas enzimas indicou perda da
capacidade germinativa das sementes.
A peroxidase desempenha um papel crítico no
metabolismo das sementes, podendo contribuir para o aumento dos mecanismos de
defesa e prevenção de perda na qualidade (USHIMARU et al., 2001).
A redução da atividade dessa enzima proporciona
maior exposição dos sistemas de membranas aos efeitos do oxigênio (BEWLEY;
BLACK, 1994), o qual atua de forma intensa na oxidação dos compostos.
Também essa enzima está entre os principais
componentes químicos que sofrem modificações durante a maturação e a refrigeração
dos frutos (THÉ et al., 2001). Estas mudanças são de extrema importância, uma vez que
irão influenciar na qualidade final dos produtos vegetais.
Segundo BEGNAMI (1998) as sementes são
constituídas por substâncias estruturais e de reserva (proteínas, lipídios e carboidratos).
As proteínas de reserva, em especial, são essenciais
para todas as sementes, pois são os únicos componentes de reserva que possuem
nitrogênio (FERREIRA E BORGHETTI, 2004).
Grandes quantidades de proteínas são acumuladas pelas
sementes durante a fase inicial da germinação, funcionando como fonte posterior de
nitrogênio para a síntese de novas proteínas (BECKERT et al., 2000; LIMA et al.,
2008).
As proteínas de reserva têm como principal função
prover aminoácidos e esqueletos carbônicos para a síntese de novas proteínas ou
enzimas que atuarão na mobilização de outros tipos de reservas (BEWLEY; BLACK,
1994), as quais são hidrolisadas por proteinases e peptidases formadas na maturação das
sementes (SREENIVASULU et al., 1979). Esses aminoácidos são também utilizados
11
para a formação de novas proteínas durante a germinação (PERNOLLET; MOSSÉ,
1983).
As reservas nas sementes serão utilizadas como fonte
de matéria e energia para a germinação e principalmente para o desenvolvimento da
plântula a partir do crescimento embrionário (BUCKERIGDE E REID, 1996 apud
FERREIRA E BORGHETTI, 2004).
As proteínas solúveis são consumidas à medida que os
esqueletos carbônicos, compostos nitrogenados como enzimas e aminoácidos são
requeridos pelo embrião ou pela plântula em crescimento (BEWLEY; BLACK, 1994).
EICHELBERGER et al. (2002) observaram uma
correlação positiva entre teor de proteína solúvel e germinação, após quatro e oito meses
de armazenamento de sementes de azevém, em condições de laboratório, sem controle
de temperatura e umidade.
A determinação enzimática e bioquímica em sementes
pode ser utilizada como indicadores da qualidade fisiológica e de germinação.
Compreendendo como essas reações se mantém durante o armazenamento de sementes,
pode contribuir na procura de novas técnicas e ferramentas na busca por aumentar a
viabilidade de sementes armazenadas.
12
3. OBJETIVOS
O objetivo da pesquisa foi avaliar a viabilidade de
sementes da espécie Handroanthus heptaphyllus (ipê roxo) armazenadas nos frutos, em
três diferentes ambientes, pelo período de oito meses.
13
4. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de
Análise de Sementes do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal da
Faculdade de Ciências Agronômicas do Campus de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP.
4.1. Colheita dos frutos e extração das sementes
Os frutos de ipê roxo foram colhidos de 15 árvores,
localizadas na Fazenda Lageado da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu –
UNESP, latitude 22o51‟S e longitude 48
o 27‟ W, tendo sido realizada no mês de
setembro de 2010, 120 dias após a antese, quando os frutos apresentavam coloração
marrom e pequenas fissuras (Figura 4.2.1).
Após a colheita os frutos foram higienizados com
hipoclorito a 1% e separados em duas porções. De uma extraíram-se todas as sementes
das síliquas (Figura 4.2.1), enquanto que da outra os frutos foram mantidos da mesma
forma a qual foram colhidos.
Os frutos e as sementes foram colocados em sacos de
papel tipo Kraft, sendo um saco para cada mês de avaliações. Os frutos foram
armazenados em três diferentes ambientes: câmara seca, com temperatura média de 20º
14
C e umidade relativa de 45%; câmara fria, com temperatura média de 10ºC e umidade
relativa acima de 90%; e ambiente de laboratório, sem controle de temperatura e
umidade, os quais foram monitorados periodicamente, pelo período de oito meses.
Figura 4.2.1.frutos e sementes de ipê. a) fruto marrom com detalhe da rachadura, b) sementes
extraídas.
4.2. Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 2 x 3 x 8 (material x condição de armazenamento x
tempo). A análise estatística foi realizada pelo teste F – análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste Tukey a 5%.
4.3. Dimensionamento dos frutos e sementes
As medições (Figura 4.3.1) foram realizadas no
momento da colheita, para os frutos e sementes extraídas. Já para os meses de avaliação,
fez-se somente a medição das sementes. Após a colheita, foram feitas medições em 50
frutos, determinando seu comprimento e diâmetro. Para a medição do comprimento
utilizou-se de fita métrica e o diâmetro dos frutos, paquímetro digital (Mitutoio
Digimatic Caliper®).
Para a medição das sementes, após a coleta, foram
separadas 30 unidades, as quais foram medidas a comprimento, largura e espessura,
utilizando paquímetro digital (Mitutoio Digimatic Caliper®). O mesmo procedimento
15
foi utilizado para todas as sementes, em todos os meses de avaliação. Para a medição
das sementes, as regiões das asas foram desconsideradas.
Figura 4.3.1. Dimensionamento do material a) Dimensionamento do fruto, b) Dimensionamento
da semente.
4.4. Avaliações
Para as avaliações mensais foram verificados a
germinação das sementes, o teor de água das sementes e dos frutos, a condutividade
elétrica das sementes, o teor de lipídeos, o teor de proteína solúvel e a atividade das
enzimas peroxidase e polifenoloxidase para as sementes e para as cascas dos frutos,
como forma de verificar se houve interferência do material (casca do fruto) na qualidade
da semente.
Para melhor entendimento das denominações dos
tratamentos, as sementes foram nomeadas como “sementes dos frutos” (SF), para as
sementes que foram armazenadas dentro dos frutos, e “sementes convencionais” (SC),
para as sementes que foram extraídas dos frutos logo após a colheita.
4.5. Determinação do teor de água dos frutos e das sementes
O teor de água dos frutos e das sementes foi
determinado segundo as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
A determinação do teor de água das sementes foi feito
com 4 amostras contendo 50 sementes cada e para os frutos 4 amostras de 4 a 5 gramas
cada (Figura 4.5.1.), os quais foram secas em estufa a 105 ±3ºC por 24 horas.
16
Figura 4.5.1. Determinação de teor de água para coleta e meses de avaliação: a) semente b)
fruto.
Foi calculado o teor de água para sementes e para os
frutos no momento da coleta e em cada mês de avaliação do armazenamento, para todos
os tratamentos.
4.6. Medição da condutividade elétrica da solução de embebição da
semente
O teste de condutividade elétrica das sementes foi
realizado segundo metodologia proposta por OLIVEIRA (2004) com modificações e foi
feito para o momento da colheita e para as avaliações mensais do armazenamento.
Para o início do experimento, na caracterização dos
lotes, foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes cada e para os meses de
avaliação foram utilizadas três repetições com 25 sementes cada. As sementes foram
pesadas e colocadas em copo plástico com 75 mL de água destilada/deionizada, por 12
horas, em temperatura de 25°C. Para garantir a imersão total das sementes, as mesmas
foram cobertas com pedaços cortados de papel Germitest®. A condutividade elétrica da
solução de embebição foi medida pelo método de massa, utilizando condutivímetro,
modelo DIGIMED® DM31.
Os cálculos de condutividade elétrica foram obtidos
pela condutividade da solução, subtraindo a condutividade inicial da água, divida pelo
peso úmido das sementes, sendo o resultado apresentado em µS.cm-1
.g-1
.
17
CE: condutividade elétrica da semente (µS.cm-1
g-1
)
CE = CM – CMI CM: condutividade elétrica medida da solução (µS.cm-1
)
P CMI: condutividade elétrica inicial da solução (µS.cm-1
)
P: Peso úmido da semente (g)
4.7. Germinação
A avaliação da germinação das sementes foi realizada
segundo Brasil (2009), com modificações, sendo realizada no momento da colheita dos
frutos e em cada mês de avaliação do armazenamento, para todos os tratamentos.
A germinação foi realizada em folhas de papel
Germitest®, previamente umedecidas com água destilada/deionizada (2,0 vezes o seu
peso sem hidratação) e levadas ao germinador a 25ºC. Os rolos foram acondicionados
em sacos plásticos impermeáveis e transparentes, de espessura de 0,05 mm e colocados
em bandejas. Foram realizadas quatro repetições, contendo 50 sementes cada, no
momento da coleta e quatro repetições de 25 sementes cada para os meses de avaliação
do armazenamento (Figura 4.7.1). Considerou-se sementes germinadas as que
apresentaram emissão de raiz primária de 5 mm, sendo as contagens realizadas aos 7,
14, 21 e 28 dias após a instalação do teste.
Figura 4.7.1. Análises da germinação. a) Germinação: avaliação do primeiro mês de
armazenamento, b) Rolos com sementes em saco plástico transparente: avaliação do primeiro
mês de armazenamento em câmara seca.
18
4.8. Determinações da atividade enzimática e do teor de proteína solúvel
O preparo do material para as determinações da
atividade enzimática e teor de proteína solúvel foi realizada para as sementes e para as
cascas dos frutos beneficiados (meses de avaliação do armazenamento).
Para a maceração foi utilizado aproximadamente 5
gramas de sementes e as cascas de 6 a 8 frutos.
Para as determinações enzimáticas, as sementes e
cascas foram maceradas em nitrogênio líquido (Figura 4.8.1) para posterior obtenção do
extrato bruto.
Figura 4.8.1. Preparação para análises bioquímicas. Maceração de fruto e semente: a) casca do
fruto, b) casca após maceração, c) semente, d) semente após maceração.
4.8.1. Obtenção do extrato bruto
A obtenção do extrato bruto foi realizada de acordo
com a metodologia descrita por LIMA (2001), adaptada de ROBINSON (1987). As
amostras foram pesadas em aproximadamente 500 mg e o peso de cada amostra foi
anotado para posterior cálculo. Em seguida, adicionou-se 8 ml de solução tampão de
acetato de sódio 0,1M e pH 5,0. A solução foi levada para centrífuga, a 5ºC, com
rotação de 6.000 rpm, por 20 minutos,
4.8.2. Determinação de proteína solúvel
Foi coletado do extrato bruto 50µl do sobrenadante da
amostra, descartando o precipitado. Em seguida adicionou-se 2,5 ml de solução reagente
19
de Bradford e as amostras foram submetidas à agitação e posterior repouso por 15
minutos.
A concentração de proteína solúvel foi determinada
pela metodologia de BRADFORD (1976), pela leitura espectrofotométrica
(absorbância), com comprimento de onda de 595 nm, em cubetas de plástico. Foram
realizadas três leituras para a cada amostra. A quantidade de proteína solúvel foi
expressa em mg de proteína.g-1
de matéria fresca (MF), sendo determinada por uma
curva padrão de reagente de Bradford com solução de caseína.
4.8.3. Determinação da atividade da polifenoloxidase
Foi coletado do extrato bruto 0,3 ml do sobrenadante da
amostra, descartando o precipitado. Em seguida adicionou-se 1,85 ml de solução de
Catecol a 0,1M e as amostras foram submetidas à agitação. As amostras foram deixadas
em banho Maria, a 30ºC por 30 minutos, sendo após esse período, a reação paralisada
com 0,8 ml de ácido perclórico e novamente agitadas.
A atividade da enzima polifenoloxidase foi determinada
de acordo com o método descrito por ROBINSON (1987), com modificações. A leitura
foi realizada em espectrofotométrica (absorbância), com comprimento de onda de 395
nm, em cubetas de vidro. Foram realizadas três leituras para a cada amostra. A
determinação da atividade enzimática foi expressa em μmol de catecol oxidado.min-1
.g-1
de matéria fresca (MF), e o cálculo feito pela fórmula a seguir:
POF= (leitura/30) x 1000 onde:
Peso POF: atividade determinada
Peso: peso da amostra em 8 ml
30: tempo de reação
20
4.8.4. Determinação da atividade da peroxidase
A atividade da enzima peroxidase foi determinada de
acordo com o método descrito por LIMA (1999), com modificações.
Para a determinação da atividade da peroxidase foram
preparadas duas soluções: solução A e solução B. Para o preparo da solução A pipetou-
se 2,2 ml de H2O2 (30%) em balão volumétrico de 10ml, o qual foi completado com
água destilada/deionizada. Em seguida pipetou-se 0,5 ml dessa solução e balão
volumétrico de 50 ml, completando-o com solução tampão fosfato de potássio pH 6,7.
Para o preparo da solução B pesou-se 81,5 mg de fenol,
o qual foi diluído em 40 ml de água destilada/deionizada. Em seguida pesou-se 40,65
mg de APP o qual foi diluído em 10 ml de água destilada/deionizada. Em seguida, as
duas soluções foram colocadas em balão volumétrico de 50 ml, completando-o com
água destilada/deionizada.
Para a determinação da atividade enzimática foi
utilizado 1,0 ml do extrato bruto. Em seguida adicionou-se 0,5 ml de solução A e 0,5 ml
de solução B. As amostras foram deixadas em banho Maria, a 30ºC por 5 minutos,
sendo após esse período, a reação paralisada com 2,0 ml de álcool etílico absoluto.
A leitura foi realizada em espectrofotométrica
(absorbância), com comprimento de onda de 505 nm. Foram realizadas três leituras para
a cada amostra.
A determinação da atividade enzimática foi expressa
em μmol H202 decomposto.min-1
.g-1
de matéria fresca (MF), e o cálculo feito pela
fórmula a seguir:
onde:
POD: (leitura x VL/6,58) x 5 x V POD: atividade determinada
peso do volume da amostra VL: volume total do líquido
6,58: coeficiente de extinção molar
5: tempo de atividade
V: volume da amostra em 1 ml
21
4.9. Determinações do teor de lipídeos
Para as determinações do teor de lipídeos, as sementes
e as cascas dos frutos foram secos em estufa a 60°C, até atingir peso constante. Em
seguida foram moídas e armazenada em ambiente seco.
O teor de lipídeos foi determinado de acordo com o
método descrito por BLIGH & DYER (1959). Pesou-se 1,0 grama de amostra em
Erlenmeyer de 250 ml. Em seguida, foi adicionado 10 ml de clorofórmio, 10 ml de
metanol, 4 ml de água destilada e 5 ml de sulfato de sódio. Os Erlenmeyers foram
levados a mesa agitadora por 30 minutos. Após a agitação, as amostras foram colocadas
em tubos de plástico (Falcon) para centrifugação por 2 minutos a 3000 rpm, a 25ºC. O
sobrenadante foi descartado com auxílio de trompa d‟água e o restante da amostra foi
filtrado, com auxilio de papel filtro, em proveta de 25 ml.
Os valores filtrados foram anotados e do filtrado se
retirou 3 ml e transferido para Becker previamente pesado e seco em estufa. Em
seguida, levou-se a estufa a 80°C até evaporação total dos reagentes. Depois da retirada
da estufa, os Beckers foram levados para dessecador para resfriamento, e em seguida
foram pesados em balança de precisão de 4 casas decimais. O teor de lipídeos foi dado
em porcentagem pela fórmula a seguir:
Peso final do Becker – peso inicial do Becker x 100
Peso da amostra x 3 x volume total do filtrado -1
22
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Caracterização das sementes coletadas
5.1.1. Dimensionamento das sementes
Os valores do comprimento, largura e espessura das
sementes de H. heptaphyllus, medidos logo após a colheita (tempo 0) e após o
armazenados por 8 (tempo de 1 a 8) meses podem ser observados nas tabelas 5.1.1,
5.1.2 e 5.1.3 respectivamente.
Tabela 5.1.1. Valores médios do comprimento de sementes de H. heptaphyllus na coleta e nos
meses de avaliações. SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional; d.p. – desvio padrão.
Ambiente Comprimento das sementes (mm)
Câmara Fria Câmara Seca Ambiente
Tempo SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p.
0 15,35 2,26 15,35 2,26 15,35 2,26 15,35 2,26 15,35 2,26 15,35 2,26
1 13,36 1,98 13,94 1,78 13,76 1,33 14,06 1,89 13,17 1,57 14,19 1,78
2 15,37 2,65 14,70 1,48 13,92 1,82 14,44 1,64 15,78 2,24 15,41 1,55
3 18,27 2,41 15,54 2,30 14,97 2,26 16,73 1,96 15,18 2,26 15,41 2,36
4 15,52 1,67 14,22 1,41 14,37 1,95 15,41 2,20 14,68 2,26 15,02 1,57
5 14,12 1,60 13,68 1,89 13,82 1,55 14,43 2,31 14,64 1,59 14,46 1,31
6 15,61 2,89 16,46 1,93 15,09 1,85 16,34 1,67 17,14 2,60 16,09 2,13
7 16,27 1,92 16,47 1,73 16,42 2,47 15,72 1,92 18,10 2,15 16,63 1,82
8 16,21 2,35 17,01 2,03 15,35 2,27 15,66 1,88 14,92 2,35 16,70 2,10
Média 15,57 15,26 14,78 15,35 15,44 15,47
23
Tabela 5.1.2. Valores médios da largura de sementes H. heptaphyllus na coleta e nos meses de
avaliações. SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional; d.p. – desvio padrão.
Ambiente Altura das sementes (mm)
Câmara Fria Câmara Seca Ambiente
Tempo SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p.
0 8,85 1,37 8,85 1,37 8,85 1,37 8,85 1,37 8,85 1,37 8,85 1,37
1 7,40 0,81 7,88 0,97 8,54 0,91 8,08 0,99 7,24 0,90 7,68 1,42
2 8,24 1,00 8,36 0,93 7,75 0,66 8,13 0,81 7,75 0,69 8,09 0,85
3 8,01 0,67 7,91 1,00 7,57 0,72 7,86 0,87 7,95 1,10 7,60 0,76
4 7,62 0,99 8,11 0,86 8,21 0,88 7,95 0,75 7,19 1,09 7,65 0,99
5 7,96 1,21 7,76 1,28 7,90 1,28 8,02 0,93 8,06 0,67 7,78 0,68
6 7,96 0,79 8,13 0,87 8,86 1,11 7,87 0,87 8,12 0,87 7,82 0,90
7 8,37 0,80 7,54 0,77 8,41 1,28 7,99 0,93 8,06 0,78 7,81 0,81
8 8,36 1,40 7,82 1,10 7,88 0,98 7,66 0,95 7,44 0,88 7,60 0,97
Média 8,09 8,04 8,22 8,04 7,85 7,88
Tabela 5.1.3. Valore médios da espessura de sementes H. heptaphyllus na coleta e nos meses
de avaliações. SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional; d.p. – desvio padrão.
Ambiente Espessura das sementes (mm)
Câmara Fria Câmara Seca Ambiente
Tempo SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p. SF d.p. SC d.p.
0 1,08 0,54 1,08 0,54 1,08 0,54 1,08 0,54 1,08 0,54 1,08 0,54
1 1,32 0,40 1,17 0,42 1,21 0,49 1,36 0,53 1,25 0,48 1,32 0,49
2 1,21 0,33 1,13 0,55 1,15 0,41 1,37 0,46 1,42 0,39 1,40 0,34
3 1,06 0,38 1,06 0,33 0,75 0,24 1,01 0,36 1,01 0,50 0,95 0,35
4 0,71 0,25 0,84 0,32 1,02 0,22 0,82 0,34 0,72 0,30 0,85 0,31
5 0,91 0,29 0,81 0,32 0,85 0,38 0,88 0,35 1,02 0,37 0,90 0,36
6 0,80 0,27 0,93 0,26 0,90 0,35 0,91 0,32 0,91 0,34 1,06 1,12
7 0,92 0,36 0,82 0,27 0,70 0,30 0,76 0,29 0,80 0,31 0,82 0,30
8 0,48 0,22 0,49 0,16 0,48 0,20 0,43 0,19 0,49 0,24 0,46 0,25
Média 0,94 0,93 0,90 0,96 1,03 0,98
As medições de comprimento, largura e espessura das
sementes apresentaram grandes variações, como pode ser observado pelo desvio padrão.
SANTOS et al. (2009) estudando a biometria de Tabebuia chrysotricha observaram
grandes variações biométricas das semente entre diferentes matrizes coletadas.
OLIVEIRA et al. (2006) estudando Tabebuia aurea, constataram que o tamanho das
sementes está intrinsecamente vinculado ao local de coleta. Segundo CRUZ &
CARVALHO (2003) as espécies arbóreas tropicais apresentam grande variabilidade
24
com relação ao tamanho dos frutos, número de sementes por fruto e tamanho das
sementes.
Não foi observada reduções no comprimento e na
largura das sementes ao longo dos meses de armazenamento. Entretanto, foi observada
redução da espessura das sementes ao longo do tempo, tanto nas sementes armazenadas
dentro dos frutos como para as sementes extraídas, em todos os ambientes de
armazenamento.
Pode ser observado que as sementes armazenadas
dentro dos frutos, em câmara seca apresentaram menor comprimento em relação às
demais sementes e que as sementes armazenadas em ambiente, tanto as sementes
armazenadas dentro dos frutos como as sementes extraídas, apresentaram menor altura
em relação as sementes armazenadas em câmara fria e câmara seca.
As sementes armazenadas dentro dos frutos, em
ambiente, apresentaram maior espessura em relação às demais sementes.
As sementes de Handroanthus heptaphyllus estudadas
nesse experimento foram coletadas de 15 matrizes, o que pode explicar a grande
variação nas dimensões das sementes. Esta variação pode estar ligada principalmente ao
efeito genético de cada indivíduo coletado. As questões climáticas também podem ser
consideradas, entretanto, os indivíduos coletados não estão consideravelmente
afastados, a ponto de sofrerem diferentes efeitos de temperatura ou precipitação.
5.1.2. Germinação, condutividade e teor de água inicial
Para caracterizar o lote coletado, determinou-se teor de
água inicial das sementes e dos frutos, bem como a germinação e condutividade elétrica
inicial das sementes (tabela 5.1.4), logo após a coleta.
Tabela 5.1.4. Valores de germinação e condutividade elétrica das sementes e teor de
água de sementes e frutos, no momento da coleta.
Germinação
(%)
Condutividade elétrica
(µS.cm-1
.g-1
)
Teor de água da
semente (%)
Teor de água
do fruto (%)
83,0 40,72 49,3 % 68,9 %
25
A germinação inicial das sementes foi de 83,0%,
apresentando em seu total plântulas normais, mesmo as sementes não estando em
processo de dispersão, diferentemente de MARTINS et al., (2012), que observaram
baixa germinação (44%) em sementes de H. heptaphyllus extraídas de frutos maduros,
mas também sem apresentar dispersão. SILVA et al., (2001) observaram 100% de
germinação em sementes de H. heptaphyllus, colhidas no início da abertura dos frutos,
quando as sementes apresentavam 5,9% de teor de água.
CROOKSTON & HILL (1978) atribuem a maturidade
fisiológica em relação à redução do tamanho das sementes e a perda de teor de água.
Assim, pode-se afirmar que as sementes coletadas não estavam em seu máximo de
maturidade fisiológica, uma vez que apresentaram teor de água em 49,3%.
Segundo ABDUL-BAKI & ANDERSON (1972)
concentrações médias e baixas de lixiviados não implicam em alterações na integridade
das membranas celulares. Dessa forma, o valor encontrado para a condutividade elétrica
das sementes coletadas (40,72 µS.cm-1
.g-1
), considerada um valor baixo, indica que não
houve degradação da membrana celular das sementes. GEMAQUE et al. (2005),
estudando Tabebuia impetiginosa, observaram condutividade inicial de 80 µs.cm-1
.g-1
,
considerando o valor como baixo para a condutividade.
A condutividade elétrica pode ser utilizada como
indicativo da qualidade fisiológica das sementes e está diretamente relacionada a sua
germinação (DIAS ; MARCOS FILHO, 1995).
5.2. Germinação e condutividade elétrica
Do ponto de vista botânico, a germinação tem por
conceito o reinício do crescimento do embrião até que esse rompa tegumento da
semente, pela radícula ou raiz primária (LABOURIAU, 1983). Já pela visão
tecnológica, a germinação vai além da protrusão da radícula, envolvendo a emergência e
o desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, com consequente formação de
plântula normal (BRASIL, 2009). Em ambos os casos, a semente precisa oferecer
condições estruturais e de reserva adequadas para que ocorra a germinação.
Uma forma de avaliar as condições da estrutura celular,
sendo muito utilizada, é a determinação da condutividade elétrica da solução em que a
26
semente foi embebida. Existe uma correlação inversamente proporcional entre
germinação de semente e a condutividade elétrica do soluto. A extensão da
desorganização das membranas celulares pode usualmente ser estimada pela magnitude
dos solutos lixiviados de sementes (ROSA et al., 2000).
Os quadros da análise de variância (ANAVA) dos
valores encontrados para germinação e condutividade elétrica das sementes pode ser
observado nas tabelas 5.2.1 e 5.2.2, respectivamente.
Tabela 5.2.1. Análise de variância da germinação
sementes de H. heptaphyllus, em três ambientes de
armazenamento, por 8 meses.
Tabela 5.2.2. Análise de variância da condutividade
elétrica de sementes de H. heptaphyllus, em três
ambientes de armazenamento, por 8 meses.
Fonte de
Variação GL QM F P
Tempo 8 3,97 521,95 < 0,0001 *
Ambiente 2 0,59 77,96 < 0,0001 *
Material 1 1,53 201,04 < 0,0001 *
Tempo x
Ambiente 16 0,06 7,74 < 0,0001 *
Tempo x Material
8 0,10 12,52 < 0,0001 *
Ambiente x
Material 2 0,12 15,33 < 0,0001 *
Tempo x
Ambiente x
Material
16 0,04 5,21 < 0,0001 *
Resíduo 162 0,01
Total 215
* Significativo a 5%
Fonte de
Variação GL QM F P
Tempo 8 53524 12,42 < 0,0001 *
Ambiente 2 43735 10,15 0,000091 *
Material 1 990958 229,94 < 0,0001 *
Tempo x
Ambiente 16 9216 2,14 0,011338 *
Tempo x Material
8 41974 9,74 < 0,0001 *
Ambiente
x Material 2 43726 10,15 0,000092 *
Tempo x
Ambiente
x Material
16 6188 1,436 0,138688 ns
Resíduo 108 4310
Total 161
* Significativo a 5% , ns – não significativo
Pode ser observado pelo quadro da ANAVA (tabela
5.2.1) que, para a germinação das sementes, houve interação entre todos os fatores
avaliados. Para a condutividade elétrica (tabela 5.2.2.) apenas não foi observada
interação entre os fatores tempo x ambiente x material.
As interações dentro de cada fator avaliado (ambiente
de armazenamento, material e tempo), ao longo dos 8 meses de armazenamento podem
ser observadas nas tabelas 5.2.3 e 5.2.4 a seguir.
27
Tabela 5.2.3. Germinação de sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF
– Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente
armazenada após extração.
Germinação (%)
Ambiente/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8
CF SF 83,0 Aa 67, 0 Ab 35,0 Ac 8,0 Ad 3,0 Ae 14,0 Af 4,0 Ae 0,0 Ag 0,0 Ag
SC 83,0 Aa 77,0 Ab 72,0 Bb 59,0 Bc 35,0 Bd 20,0 Be 7,0 Af 10 ,0 Bf 2,0 Bg
CS SF 83,0 Aa 38,0 Bb 39,0 Ab 13,0 Ac 0,0 Cd 0,0 Cd 0,0 Bd 0,0 Ad 0,0 Ad
SC 83,0 Aa 50,0 Cb 46,0 Cb 34,0 Cc 6,0 Ad 1,0 Ce 0,0 Be 0,0 Ae 0,0 Ae
AMB SF 83,0 Aa 43,0 Db 39,0 Ac 37,0 Cc 7,0 Ad 0,0 Ce 0,0 Be 0,0 Ae 0,0 Ae
SC 83,0 Aa 71,0 Ab 63,0 Db 46,0 Dc 39,0 Bd 22,0 Be 4,0 Af 0,0 Ag 0,0 Ag
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, entre os tempos de
armazenamento não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Tabela 5.2.4. Condutividade elétrica de sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF –
Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional.
Condutividade elétrica (µs.cm-1.g-1.)
Ambiente/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8
CF SF 40,7 Aa 95,8 Ab 152,0 Ac 147,6 Ac 335,4 Ad 299,9 Ae 340,4 Ad 479,0 Af 329,6 Ad
SC 40,7 Aa 34,4 Bb 35,9 Bb 52,9 Bc 60,9 Bc 85,8 Bd 60,0 Bc 80,7 Bd 73,5 Bc
CS SF 40,7 Aa
109,6
Cb 177,5 Ac 254,8 Cc 490,1 Cd 237,2 Cc 269,7 Cd 374,6 Ce 250,2 Cd
SC 40,7 Aa 65,9 Db 57,2 Cb 49,0 Bb 61,4 Db 50,1 Db 41,1 Da 60,3 Db 67,1 Bb
AMB SF 40,7 Aa
136,8 Eb
100,6 Dc 156,5 Ad 215,9 Ed 183,1 Cd 105,8 Ee 182,9 Ed 203,4 Cd
SC 40,7 Aa 69,7 Fb 56,5 Cb 66,9 Bb 52,3 Bb 62,2 Db 47,0 Da 55,3Db 58,6 Bb
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Os valores de germinação e condutividade ao longo dos
8 meses de armazenamento podem ser vistos na figuras 5.2.1 e 5.2.2, respectivamente.
28
Germinação das sementes
Figura 5.2.1. Germinação de sementes de H. heptaphyllus em três locais de
armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente;
SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada após a extração.
Condutividade elétrica
Figura 5.2.2. Condutividade elétrica de sementes de H. heptaphyllus em três locais de
armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente;
SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada após a extração.
Pela observação das figuras 5.2.1 e 5.2.2 é possível
verificar a correlação inversamente proporcional entre germinação e condutividade
elétrica das sementes.
29
Observando a tabela 5.2.3 nota-se que as sementes
armazenadas após a extração (SC) apresentaram porcentagens de germinação superior
quando comparadas as sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) ao longo dos
meses de avaliação, em cada um dos ambientes de armazenamento.
Para os ambientes de armazenamento essa relação se
estendeu em todos os meses de avaliação para a câmara fria, 6° mês para ambiente e 5°
mês para a câmara seca.
Dessa forma, é possível afirmar que a técnica utilizada
para o armazenamento de sementes dentro dos frutos para a espécie H. heptaphyllus não
é indicada para manter a germinação das sementes ao longo do tempo.
As sementes armazenadas em câmara fria apresentaram
maior germinação ao longo do tempo. MARTINS et al. (2012) trabalhando com a
mesma espécie estudada, observou taxa de germinação de 44, 39 e 31%, após
respectivamente 120, 240 e 360 dias de armazenamento em 10°C. Resultados
semelhantes da manutenção do potencial germinativo para sementes do gênero
Handroanthus armazenadas em câmara fria foram observados por FIGLIOLIA (1988).
Com relação à forma de armazenamento das sementes
(convencional e dentro do fruto), e descartando as germinações não observadas
(germinação igual a 0%) se observou diferença significativa entre os tratamentos (SF e
SC) para todos os meses de avaliação, com exceção do 1° mês de armazenamento em
câmara fria.
A recomendação para o melhor ambiente de
armazenamento para as sementes de ipe é em câmara fria (MARQUE et al., 2004;
BORBA FILHO ; PEREZ, 2009). Entretanto, para as sementes armazenadas após a
extração (SC), não se observou diferença significativa da germinação quando
armazenadas em câmara fria e ambiente, com exceção nos 2° e 3° meses de avaliação.
Assim, pode-se afirmar que o armazenamento de sementes de H. heptaphyllus pode ser
realizado em condições de ambiente. MELLO & EIRA (1995) e MAEDA &
MATTHES (1984) observaram resultados semelhantes, em estudo com sementes de ipê.
As sementes armazenadas em câmara seca tiveram as
menores porcentagens de germinação, em relação aos demais ambientes de
armazenamento. Também para câmara seca foi observado o menor tempo de
armazenamento com germinação para as sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) e
armazenadas após a extração (SC). Sementes de H. heptaphyllus, armazenadas a
30
temperatura de 20°C, apresentaram germinação de 25, 12 e 5%, após respectivamente
120, 240 e 360 dias de armazenamento (MARTINS et al.,2012). As sementes de ipê
podem manter-se por períodos mais longos em câmara seca, quando apresentam teores
de água baixo (KANO et al., (1978); DEGAN et al., (2001)).
Com relação à condutividade elétrica das sementes se
observa um acréscimo dos valores medidos ao longo do tempo, para todos os ambientes
de armazenamento, bem como para a forma de armazenamento das sementes (dentro
dos frutos e após extração).
BORBA FILHO & PEREZ (2009) também observaram
aumentos da condutividade elétrica de sementes de Tabebuia róseo alba e T.
impetiginosa, ao longo do tempo (240 dias).
Pela Figura 5.2.2 pode-se observar que as sementes
armazenadas de forma convencional (SC) apresentam, de uma maneira geral, valores
menores de condutividade elétrica do que as sementes armazenadas dentro dos frutos
(SF).
Pela Tabela 5.2.4 se observa que dentro de cada
ambiente de armazenamento (câmara fria, câmara seca e ambiente) as sementes
armazenadas após a extração (SC) apresentaram diferenças significativas para os
valores da condutividade elétrica.
A degradação celular causa desestruturação interna, a
qual traria reflexos principalmente na capacidade da membrana em regular o fluxo de
entrada e saída de água e de solutos (CARVALHO, 1994b).
Segundo ABDUL BAKI & ANDERSON (1972)
médias e baixas concentrações de lixiviados não implicam em alterações na integridade
das membranas, mas quantidades maiores de lixiviados e liberação de moléculas
maiores podem implicar em ruptura das membranas.
Assim, pelos dados apresentados, pode-se afirmar, para
a espécie estudada, que o armazenamento da semente dentro dos frutos foi promotor de
maior degradação celular e por consequência maior lixiviação de solutos das sementes
embebidas.
31
5.3. Teor de água das sementes e dos frutos
O quadro da análise de variância (ANAVA) dos valores
encontrados para os teores de água das sementes e dos frutos podem ser observados nas
tabelas 5.3.1 e 5.3.2, respectivamente.
Tabela 5.3.1. Análise de Variância do teor de água de sementes de
H. heptaphyllus, em três ambientes de armazenamento, por 8
meses.
Tabela 5.3.2. Análise de Variância do teor de água dos frutos de
H. heptaphyllus, em três ambientes de armazenamento, por 8
meses.
Fonte de
variação GL QM F P
Tempo 8 4074,27 5613,3 <0,0001 *
Ambiente 2 1278,10 1760,9 < 0,0001 *
Material 1 9,74 13,41 0,0003 *
Tempo x
Ambiente 16 143,09 197,14 <0,0001 *
Tempo x
Material 8 10,48 14,43 < 0,0001 *
Ambiente x
Material 2 22,10 30,45 < 0,0001 *
Tempo x
Ambiente x
Material
16 9,14 12,59 < 0,0001 *
Resíduo 162 0,73
Total 215
*Significativo a 5%
Fonte de variação GL QM F P
Tempo 8 4048,2 773,95 <0,0001 *
Ambiente 2 597,6 114,25 <0,0001 *
Tempo x
Ambiente 16 30,64 5,858 < 0,0001 *
Resíduo 81 5,23
Total 107
* Significativo a 5%
Pode ser observado pelo quadro da ANAVA (tabela
5.3.1 e 5.3.2) que houve interação entre todos os fatores avaliados, tanto para os teores
de água das sementes, como para os dos frutos.
As interações dentro de cada fator avaliado (ambiente
de armazenamento, material e tempo), ao longo dos 8 meses de armazenamento podem
ser observadas nas tabelas 5.3.3 e 5.3.4.
Tabela 5.3.3. Teor de água de sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma convencional.
Teor de água - sementes (%)
Ambiente/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Média
CF SF 49,3 Aa 38,2 Ab 20,6 Ac 19,9 Ac 15,6 Ad 13,0 Ae 7,7 Af 8,8 Af 15,1 Ad 20,9 A
SC 49,3 Aa 36,1 Ab 18,3 Ac 20,5 Ac 17,5 Bd 16,4 Bd 7,4 Ae 8,4 Ae 19,8 Bc 21,5 A
CS SF 49,3 Aa 25,6 Ab 10,6 Bc 12,1 Bd 10,6 Cc 9,9 Ce 8,3 Be 11,1 Bc 10,3 Cc 16,4 B
SC 49,3 Aa 16,6 Bb 10,5 Bc 11,1 Bc 9,2 Cd 9,6 Cd 7,5 Ae 9,0 Ad 10,6 Cc 14,8 B
AMB SF 49,3 Aa 10,6 Cb 8,4 Dc 8,2 Cc 8,2 Dc 8,3 Dc 7,7 Ad 8,3 Ac 8,9 Dc 13,1 C
SC 49,3 Aa 11,5 Cb 8,4 Dc 8,6 Cc 6,7 Ed 7,1 Ed 7,4 Ad 8,2 Ac 8,1 Dc 12,8 C
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
32
Para as sementes armazenadas em ambiente, a
temperatura e a umidade relativa do ar foram monitoradas periodicamente durante os 8
meses de avaliação, sendo que a temperatura variou entre 14 e 26ºC e a umidade
relativa do ar entre 33 a 85%.
Os valores de teor de água das sementes e dos frutos ao
longo dos 8 meses de armazenamento podem ser vistos na figuras 5.3.1 e 5.3.2,
respectivamente.
Teor de água da semente
Figura 5.3.1. Teor de água de sementes de H. heptaphyllus em três locais de
armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB –
Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada
após a extração.
Tabela 5.3.4. Teor de água dos frutos de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS
- Câmara seca; AMB – Ambiente.
Teor de água - frutos (%)
Ambiente/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Média
CF FRUTO 68,9 Aa 35,3 Ab 17,4 Ac 27,0 Ad 20,6 Ad 17,3 Ac 16,3 Ae 15,0 Af 20,4 Ad 26,5 A
CS FRUTO 68,9 Aa 24,3 Ab 11,7 Bc 13,9 Bc 12,4 Bc 10,7 Bd 13,5 Bc 13,3 Bc 12,4 Bc 20,1 B
AMB FRUTO 68,9 Aa 26,6 Ab 11,1 Bc 11,1 Cc 8,4 Cd 9,6 Be 12,0 Bf 12,2 Bf 9,8 Ce 18,9 B
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
33
Teor de água dos frutos
Figura 5.3.2.. Teor de água dos frutos de H. heptaphyllus em três locais de
armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB –
Ambiente;
De madeira geral, pela observação das figuras 5.3.1 e
5.3.2, verificou-se que os teores de água das sementes e dos frutos decresceram ao
longo do tempo.
SOUZA et al., (2005b) estudando sementes de
Tabebuia serratifolia também observaram queda dos teores de água das sementes ao
longo do tempo, quando armazenadas em geladeira (7°C e 54% de UR) e ambiente de
câmara (22±3°C e 74±2%UR).
Pela tabela 5.3.4, pode-se observar que de forma geral
para os três ambientes de armazenamento, os valores de teor de água das sementes não
foram diferentes significativamente entre os tratamentos (SF e SC), mesmo tendo sido
observada germinação superior para as sementes armazenadas após a extração (SC).
Assim, pode-se afirmar que o teor de água das sementes não foi a principal razão para a
diferença observada entre esses tratamentos em relação à germinação das sementes.
Foi verificada diferença significativa do teor de água
entre as sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) com relação às sementes
armazenadas após a extração no 4° e 5° mês de armazenamento para o armazenamento
em câmara fria e ambiente, no 6° e 7° mês para armazenamento em câmara seca e no 8°
mês para armazenamento em câmara fria.
34
Entretanto, não foi observada diferença significativa
dos teores de água das sementes (SF e SC) entre os três ambientes de armazenamento
entre o 2° e 5° mês.
Com relação ao teor de água nos frutos, foi observado,
com exceção do 1° mês de armazenamento, diferença significativa para os frutos
armazenados em câmara fria, em relação aos frutos armazenados em câmara seca e
ambiente. Assim, é possível afirmar que a câmara fria conseguiu manter o teor de água
dos frutos em níveis superiores aos demais ambientes de armazenamento.
O valor do teor de água das sementes, no início do
armazenamento (49,3%), foi superior aos valores indicados para as espécies do gênero
Handroanthus, e que variam entre 4,3% a 15,6% (KANO et al, 1978; MARTINS et al,
2009a; MARTINS et al, 2009b; MARTINS et al, 2012).
Para as sementes armazenadas em câmara seca e
ambiente, o teor de água máximo recomendado (15,6%) foi alcançado logo após o 2°
mês. Já para as sementes armazenadas em câmara fria, as quais apresentaram maiores
valores de germinação ao longo do tempo de armazenamento, os teores de água
indicados somente foram alcançados após o 7° mês.
Esse fato diverge de FIGLIOLIA (1988) que indica
teores de água em torno de 8% para armazenamento de sementes de ipê, como também
da hipótese na qual indica teores de água reduzidos visando prolongar a viabilidade de
sementes ortodoxas (FOWLER, 2000).
5.4. Atividade da enzima peroxidase
Os quadros da análise de variância (ANAVA) dos
valores encontrados para a determinação da atividade da enzima peroxidase para as
sementes e frutos podem ser observados nas tabelas 5.4.1 e 5.4.2, respectivamente.
35
Tabela 5.4.1. Análise de variância da atividade da enzima
peroxidase em sementes de H. heptahyllus, em três
ambientes de armazenamento, por 8 meses.
Tabela 5.4.2. Análise de variância atividade da enzima peroxidase nas cascas
dos frutos de H. heptahyllus, em três ambientes de armazenamento, por 8
meses.
Fonte de
variação GL QM F P
Ambiente 2 0,0008 3288,7 < 0,0001 *
Material 1 0,0001 198,0 < 0,0001 *
Tempo 8 0,0004 1742,9 < 0,0001 *
Ambiente x
Material 2 0,0015 5868,4 < 0,0001 *
Ambiente x
Tempo 16 0,0002 798,2 < 0,0001 *
Material x
Tempo 8 0,0001 397,5 < 0,0001 *
Ambiente x
Material x
Tempo
16 0,0001 337,7 < 0,0001 *
Resíduo 108 0,0000
Total 161
* Significativo a 5%
Fonte de
variação GL QM F P
Ambiente 2 0,00036 988,19 < 0,0001 *
Tempo 8 0,00112 3084,03 < 0,0001 *
Ambiente x
Tempo 16 0,00010 265,22 < 0,0001 *
Resíduo 54 0,00000
Total 80
*Significativo a 5%
Pode ser observado pelo quadro da ANAVA (tabela
5.4.1 e 5.4.2) que houve interação entre todos os fatores avaliados, tanto para a
atividade da enzima peroxidase nas sementes quanto nas cascas dos frutos. As
interações dentro de cada fator avaliado (ambiente de armazenamento, material e
tempo), ao longo dos 8 meses de armazenamento podem ser observadas nas tabelas
5.4.3 e 5.4.4.
Tabela 5.4.3. Atividade da enzima peroxidase em sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8
meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma convencional.
Atividade da enzima peroxidase (μmol H202 decomposto.min-1.g-1 de matéria fresca)
Ambiente
/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Média
CF SF 0,019 Aa 0,021 Ab 0,014 Ac 0,003 Ad 0,003 Ad 0,006 Ae 0,006 Ae 0,003 Ad 0,001 Af 0,008 A
SC 0,019 Aa 0,032 Bb 0,023 Bc 0,018 Ba 0,025 Bc 0,025 Bc 0,017 Bd 0,014 Be 0,002 Bf 0,019 B
CS SF 0,019 Aa 0,011 Cb 0,047 Cc 0,008 Cd 0,009 Ce 0,016 Cf 0,021 Cg 0,010 Ch 0,017 Cf 0,018 B
SC 0,019 Aa 0,006 Db 0,024 Bc 0,009 Dd 0,014 De 0,007 Df 0,008 Dd 0,007 Df 0,004 Dg 0,011 C
AMB SF 0,019 Aa 0,033 Bb 0,032 Dc 0,030 Ed 0,025 Be 0,021 Ef 0,027 Ec 0,026 Eg 0,011 Eh 0,025 B
SC 0,019 Aa 0,018 Ea 0,014 Ab 0,017 Fc 0,015 Ee 0,021 Ef 0,015 Fe 0,018 Fa 0,014 Fb 0,017 E
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
36
Tabela 5.4.4. Atividade da enzima peroxidase nas cascas dos frutos de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente.
Atividade da enzima peroxidase (μmol H202 decomposto.min-1
.g-1
de matéria fresca)
Ambiente
/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8
CF CASCA 0,045 Aa 0,0105 Ab 0,0096 Ac 0,0080 Ad 0,0182 Ae 0,0071 Af 0,0056 Ag 0,0141 Ah 0,0073 Af
CS CASCA 0,045 Aa 0,0266 Bb 0,0191 Bc 0,0171 Bd 0,0230 Be 0,0239 Be 0,0090 Bf 0,0026 Bg 0,0225 Be
AMB CASCA 0,045 Aa 0,0050 Cb 0,0100 Cc 0,0163 Cd 0,0150 Ce 0,0134 Cf 0,0060 Ag 0,0138 Af 0,0180 Ch
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Os valores da atividade da enzima peroxidase ao longo
dos 8 meses de armazenamento podem ser vistos na figuras 5.4.1 e 5.4.2,
respectivamente.
Atividade da enzima peroxidase nas sementes
Figura 5.4.1. Atividade da enzima peroxidase em sementes de H. heptaphyllus armazenadas por
8 meses em câmara fria, câmara seca e ambiente. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB –
Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada após a
extração.
37
Atividade da enzima peroxidase nas cascas dos frutos
Figura 5.4.2. Atividade da enzima peroxidase nas cascas dos frutos de H.
heptaphyllus armazenadas por 8 meses em câmara fria, câmara seca e ambiente.
CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente.
Para todos os ambientes de armazenamento foi
observada diferença significativa da atividade da enzima peroxidase entre as formas de
armazenamento das sementes (SF e SC) (tabela 5.4.3).
Para as sementes armazenadas em câmara fria, a
atividade da peroxidase nas sementes armazenadas após a extração (SC) foi maior, em
relação às sementes armazenadas dentro dos frutos (SF). A peroxidase é considerada
uma enzima de estresse estimulada por temperaturas baixas nas espécies que são
sensíveis ao frio (EL-HILARI et al., 2003; KUK et al., 2003). Nessas condições há a
formação de espécies reativas de oxigênio e a maior atividade da enzima peroxidase,
reduzindo, dessa forma, os danos causados pelas espécies reativas de oxigênio
(SALISBURY ; ROSS, 1992). Assim, com a ação da peroxidase, mecanismos de
preservação da perda da qualidade das sementes podem ter sido ativados, concordando
com USHIMARU et al. (2001).
Entretanto, tanto para as sementes armazenadas em
câmara seca e ambiente, a atividade da peroxidase foi menor nas sementes armazenadas
após a extração (SC). Essas sementes apresentaram menores valores da condutividade
elétrica e maiores porcentagens de germinação em relação às sementes armazenadas
dentro dos frutos (SF). Nesse caso, a maior atividade da enzima peroxidase nas
38
sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) pode estar competindo pelo oxigênio no
processo germinativo, o que pode justificar os baixos valores de germinação das
sementes, como já foi observado por VIEIRA et al. (2008) em estudos anteriores.
Assim, tem-se uma indicação que para as sementes
armazenadas dentro dos frutos (SF) em câmara fria, a redução da atividade da
peroxidase promoveu maior exposição do sistema de membranas, causando degradação
da semente, inviabilizando o armazenamento dessa forma. Mas a atividade da
peroxidase não pode justificar os altos valores da condutividade elétrica e as baixas
porcentagens de germinação das sementes armazenadas dentro dos frutos (SF), quando
em câmara seca e ambiente.
As cascas dos frutos armazenados em câmara seca
apresentaram maior atividade da peroxidase, seguidos das cascas dos frutos
armazenados em ambiente, sendo a menor atividade observada nas cascas dos frutos
armazenados em câmara fria. (CS > AMB > CF).
Em relação às sementes que foram armazenadas dentro
dos frutos (SF), a maior atividade da peroxidase foi observada quando armazenadas em
câmara fria, seguida pelas armazenadas em ambiente, sendo a menor atividade, para as
sementes armazenadas em câmara seca (CF > AMB > CF).
Pode ser observada, dessa forma, a inversão da
atividade da peroxidase entre as sementes e as cascas dos frutos que as abrigaram ao
longo do tempo.
5.5. Atividade da enzima polifenoloxidase
Os quadros da análise de variância (ANAVA) dos
valores encontrados para a determinação da atividade da enzima polifenoloxidase para
as sementes e para as cascas dos frutos podem ser observados nas tabelas 5.5.1 e 5.5.2,
respectivamente.
39
Tabela 5.5.1. Análise de Variância da atividade da enzima
polifenoloxidase em sementes de H. heptaphyllus, em três ambientes
de armazenamento, por 8 meses.
Tabela 5.5.2. Análise de Variância atividade da enzima
polifenoloxidase nas cascas dos frutos de H. heptaphyllus, em três
ambientes de armazenamento, por 8 meses.
Fonte de Variação GL QM F P
Ambiente 2 79914 3949,44 < 0,0001 *
Material 1 14900 736,38 < 0,0001 *
Tempo 8 8763 433,08 < 0,0001 *
Ambiente x
Material 2 8280 409,21 < 0,0001 *
Ambiente x Tempo 16 5487 271,17 < 0,0001 *
Material x Tempo 8 3731 184,40 < 0,0001 *
Ambiente x
Material x Tempo 16 4135 204,34 < 0,0001 *
Resíduo 108 20
Total 161
*Significativo a 5%
Fonte de
Variação
GL QM F P
Ambiente 2 71850 1855,4 < 0,0001
*
Tempo 8 36248 936,1 < 0,0001
*
Ambiente x
Tempo 16 43723 1129,1 < 0,0001
*
Resíduo 54 39
Total 80
*Significativo a 5%
Pode ser observado pelo quadro da ANAVA (tabela
5.5.1 e 5.5.2) que houve interação entre todos os fatores avaliados, tanto para a
atividade da enzima polifenoloxidase nas sementes, como nas cascas dos frutos.
As interações dentro de cada fator avaliado (ambiente
de armazenamento, material e tempo), ao longo dos 8 meses de armazenamento podem
ser observadas nas tabelas 5.5.3 e 5.5.4 a seguir.
Tabela 5.5.3. Atividade da enzima polifenoloxidase em sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses.
CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional.
Atividade da enzima polifenoloxidase (μmol de catecol oxidado.min-1.g-1 de mat. Fresca)
Ambiente /tempo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 Média
CF SF 42,1 Aa 43,2 Ab 43,5 Ab 16,2 Ac 9,2 Ad 22,9 Ae 32,1 Af 20,2 Af 10,4 Ad
26,6
A
SC 42,1 Aa 142,2 Bb 33,7 Bc 66,7 Bd 108,2 Be 134,3 Bb 66,6 Bd 49,5 Bf 21,6 Bg 73,9
B
CS SF 42,1 Aa 27,0 Cb 137,5 Cc 38,2 Cd 34,8 Ce 74,9 Cf 101,4 Cg 77,4 Ch 84,4 Ci
68,6
C
SC 42,1 Aa 52,0 Db 193,2 Dc 78,1 Dd 108,5 Be 38,1 Df 48,4 Dg 39,3 Dh 21,5 Bi 69,0
C
AMB SF 42,1 Aa 182,6 Eb 182,8 Eb 157,8 Ec 129,8 Dd 74,9 Ce 108,7 Ef 92,1 Eg 102,5 Dh
119,2
D
SC 42,1 Aa 143,4 Fb 115,8 Fc 140,2 Fd 131,4 Ee 193,7 Ef 117,4 Fg 177,4 Fh 101,2 Ei 129,2
E
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
40
Tabela 5.5.4. Atividade da enzima polifenoloxidase na casca dos frutos de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF –
Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma convencional.
Atividade da enzima polifenoloxidase (μmol de catecol oxidado.min-1.g-1 de mat. fresca)
Ambiente
/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8
CF CASCA 150,21 Aa 213,65 Ab 216,08 Ab 177,71 Ac 141,35 Ad 160,13 Ae 415,64 Af 308,94 Ag 219,18 Ag
CS CASCA 150,21 Aa 505,57 Bb 277,53 Bc 295,71 Bd 420,48 Be 397,03 Bf 250,09
Bg 86,15 Bh 542,52 Bi
AMB CASCA 150,21 Aa 148,47 Ca 284,98 Bb 392,47 Cc 359,40 Cd 352,98 Cd 197,33
Ce 283,12 Cf 387,46 Cg
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Os valores da atividade da enzima polifenoloxidase ao
longo dos 8 meses de armazenamento podem ser vistos na figuras 5.5.1 e 5.5.2,
respectivamente.
Atividade da enzima polifenoloxidase nas sementes
Figura 5.5.1. Atividade da enzima polifenoloxidase em sementes H. heptaphyllus
armazenadas por 8 meses em câmara fria, câmara seca e ambiente. CF – Câmara fria; CS
- Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC –
semente armazenada após a extração.
41
Atividade da enzima polifenoloxidase nas cascas dos frutos
Figura 5.5.2. Atividade da enzima polifenoloxidase nas cascas dos
frutos de H. heptaphyllus armazenadas por 8 meses em câmara fria,
câmara seca e ambiente. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB –
Ambiente.
Com relação às cascas dos frutos, a maior atividade da
enzima polifenoloxidase foi verificada no armazenamento em câmara seca e a menor
atividade em câmara fria (tabela 5.5.4).
Com relação às sementes armazenadas em câmara fria,
observa-se diferença significativa da atividade da polifenoloxidase, sendo esta
atividade, maior nas sementes armazenadas após a extração (SC), com exceção do 2°
mês de armazenamento (tabela 5.5.3). Também foi observado para as essas sementes
(SC) em câmara fria, maior atividade da enzima peroxidase.
É sabido que a polifenoloxidase e a peroxidase atuam
na oxidação enzimática dos fenóis (BRAVERMAN, 1967; TEISSON, 1979;
NICKERSON ; ROSINVALLI, 1980). Assim, é possível que essas sementes
apresentem altos níveis de compostos fenólicos.
A germinação das sementes armazenadas após a
extração (SC) em câmara fria foi superior aos demais ambientes de armazenamento.
Nesse caso, pode-se afirmar que a ação da polifenoloxidase foi positiva, pela
degradação dos compostos fenólicos, os quais são inibidores da germinação.
42
Também para as sementes armazenadas em câmara
seca, a atividade da polifenoloxidase é maior nas sementes armazenadas após a extração
(SC), até o 4° mês. Entretanto, a partir do 5° mês, observa-se maior atividade da
polifenoloxidase nas sementes armazenadas dentro dos frutos.
Já para as sementes armazenadas em ambiente, a
atividade da polifenoloxidase é maior nas sementes armazenadas dentro dos frutos (SF),
até o 3° mês. Contudo, a partir do 4° mês, observa-se maior atividade da
polifenoloxidase nas sementes armazenadas após a extração (SC), com exceção do 8°
mês de armazenamento.
Em câmara seca e ambiente pôde-se observar que,
quando as sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) apresentam maior atividade da
enzima polifenoloxidase, são observados para essas sementes (SF) menores valores da
atividade da peroxidase, diferentemente ao ocorrido para as sementes em armazenadas
em câmara fria.
De maneira geral, as sementes armazenadas dentro dos
frutos (SF) apresentaram menor valor da atividade da enzima polifenoloxidase, com
relação às sementes armazenadas após a extração (SC).
As sementes armazenadas dentro dos frutos (SF)
apresentaram maiores valores da condutividade elétrica, bem como também os menores
valores de germinação, indicando que houve degradação celular dessas sementes.
Também para essas sementes (SF) se observa menores atividades da enzima
polifenoloxidase, concordando com AMORIM (1978).
Da mesma forma observada para a atividade da
peroxidase, as cascas dos frutos armazenados em câmara seca apresentaram maior
atividade da polifenoloxidase, seguidos dos frutos armazenados em ambiente, sendo a
menor atividade observada nas cascas dos frutos armazenados em câmara fria. (CS >
AMB > CF).
Entretanto não se observou a mesma inversão dos
valores das atividades da polifenoloxidase para as sementes armazenadas dentro dos
frutos (SF), sendo a maior atividade da polifenoloxidase observada para essas sementes
quando armazenadas em ambiente, seguida pelas armazenadas em câmara fria. A menor
atividade dessas enzimas, tanto da polifenoloxidase como da peroxidase, foi observada
para as sementes armazenadas dentro dos frutos quando armazenadas em câmara seca.
43
5.6. Teor de proteína solúvel
Os quadros da análise de variância (ANAVA) dos
valores encontrados para a determinação de proteína solúvel para as sementes e para as
cascas dos frutos podem ser observados nas tabelas 5.6.1 e 5.6.2, respectivamente.
Tabela 5.6.1. Análise de Variância do teor de proteína solúvel em
sementes de H. heptaphyllus, em três ambientes de armazenamento, por 8
meses.
Tabela 5.6.2.. Análise de Variância do teor de proteína solúvel na
casca dos frutos de H. heptaphyllus, em três ambientes de
armazenamento, por 8 meses.
Fonte de variação GL QM F P
Ambiente 2 157,51 1161,52 < 0,0001 *
Material 1 114,67 845,60 < 0,0001 *
Tempo 8 52,62 388,07 < 0,0001 *
Ambiente x
Material 2 38,87 286,61 < 0,0001 *
Ambiente x Tempo 16 9,05 66,76 < 0,0001 *
Material x Tempo 8 9,31 68,64 < 0,0001 *
Ambiente x
Material x Tempo 16 5,61 41,39 < 0,0001 *
Resíduo 108 0,14
Total 161
*Significativo a 5%
Fonte de
variação GL QM F P
Ambiente 2 55,84 210,98 < 0,0001 *
Tempo 8 30,36 114,72 < 0,0001 *
Ambiente x
Tempo 16 28,19 106,52 < 0,0001 *
Resíduo 54 0,27
Total 80
*Significativo a 5%
Pode ser observado pelo quadro da ANAVA (tabela
5.6.1 e 5.6.2) que houve interação entre todos os fatores avaliados, tanto para os teores
proteína solúvel das sementes, como das cascas dos frutos.
As interações dentro de cada fator avaliado (ambiente
de armazenamento, material e tempo), ao longo dos 8 meses de armazenamento podem
ser observadas nas tabelas 5.6.3 e 5.6.4.
Tabela 5.6.3. Proteína solúvel em sementes de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara
fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente armazenada de forma
convencional.
Proteína solúvel (mg de proteína.g-1 de matéria fresca)
Ambiente /tempo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 Média
CF SF 0,0023 Aa 2,27 Ab 1,15 Ac 0,00 Aa 0,00 Aa 0,14 Ad 0,79 Ae 0,00 Aa 0,00 Aa 0,5 A
SC 0,0023 Aa 7,93 Bb 6,45 Bc 3,33 Bd 5,35 Be 6,69 Bf 3,87 Bg 2,32 Bh 0,002 Aa 4,0 B
CS SF 0,0023 Aa 0,56 Cb 3,48 Cc 0,95 Cd 0,79 Ce 1,92 Cf 2,71 Cg 0,90 Ch 0,84 Bh 1,3 C
SC 0,0023 Aa 2,20 Db 9,11 Dc 2,97 Dd 3,80 De 2,26 Df 2,05 Dg 1,32 Dh 0,58 Ci 2,7 D
AMB SF 0,0023 Aa 6,72 Eb 6,86 Ec 7,78 Ed 6,38 Ee 3,97 Ef 7,05 Ec 4,55 Eg 1,66 Dh 5,0 E
SC 0,0023 Aa 7,08 Fb 6,36 Bc 7,32 Fd 5,59 Fe 8,02 Ff 4,19 Fg 3,96 Fh 4,03 Eh 5,2 F
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
44
Tabela 5.6.4. Proteína solúvel na casca dos frutos de H. heptaphyllus em três ambientes de armazenamento, por 8
meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB – Ambiente.
Proteína solúvel (mg de proteína.g-1 de matéria fresca)
Ambiente
/tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8
CF CASCA 0,56 Aa 2,72 Ab 4,32 Ac 3,23 Ad 2,56 Ae 3,26 Ad 9,80 Af 5,67 Ag 2,98
Ag
CS CASCA 0,56 Aa 13,08 Bb 8,58 Bc 5,33 Bd 6,40 Be 5,76 Bd 5,34 Bd 1,63 Bf 8,06
Bg
AMB CASCA 0,56 Aa 3,40 Cb 4,53 Cc 9,51 Cd 1,21 Ce 1,17 Ce 0,71 Ca 4,59 Cc 4,62 Cf
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste
Tukey a 5%.
Os teores de proteína solúvel ao longo dos 8 meses de
armazenamento podem ser vistos na figuras 5.6.1 e 5.6.2, respectivamente.
Proteína solúvel nas sementes
Figura 5.6.1. Teor de proteína solúvel de sementes de H. heptaphyllus em três
locais de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca;
AMB – Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente
armazenada após a extração.
45
Proteína solúvel nas cascas dos frutos
Figura 5.6.2. Teor de proteína solúvel nas cascas dos frutos de
H. heptaphyllus armazenadas por 8 meses em câmara fria,
câmara seca e ambiente. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca;
AMB – Ambiente.
Pela figura 5.6.1 os menores teores de proteína solúvel
foram observados nas sementes armazenadas dentro dos frutos, em câmara fria.
Com relação às sementes, para todos os ambientes de
armazenamento, foi observada diferença significativa dos teores de proteína solúvel
entre as sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) e as sementes armazenadas após
extração (SC) (tabela 5.6.3).
Ao longo dos meses de armazenamento, as sementes
armazenadas após a extração (SC) apresentaram maiores teores de proteína solúvel
quando armazenadas em câmara fria e câmara seca em relação às sementes armazenadas
dentro dos frutos (SF), com exceção ao 6° mês, para a câmara seca. As sementes
armazenadas dentro dos frutos apresentaram menores valores de germinação em todos
os ambientes de armazenamento. Dessa forma, pode-se dizer que os baixos teores de
proteínas solúveis nas sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) contribuíram para a
baixa germinação dessas sementes, concordando com EICHELBERGER et al.(2002).
Para as sementes armazenadas em ambiente, os maiores
teores de proteína solúvel foram encontrados nas sementes armazenadas dentro dos
frutos (SF), com exceção para o 1°, 5° e 8° mês de armazenamento (tabela 5.6.3).
46
Contudo, pela média geral ao longo dos meses de armazenamento, percebe-se maior
teor de proteína solúvel também nas sementes armazenadas após a extração.
Na média geral, as sementes armazenadas em ambiente
apresentaram maiores teores de proteína solúvel, seguidas pelas sementes armazenadas
em câmara seca, sendo os menores teores de proteína solúvel encontrados nas sementes
armazenadas em câmara fria.
Pôde também ser observada diferença significativa
entre os teores de proteína solúvel nas cascas dos frutos, em todos os ambientes de
armazenamento, sendo que os teores foram maiores para as cascas dos frutos
armazenados em câmara seca (tabela 5.6.4).
Os teores de proteína solúvel decresceram ao longo do
8 meses de armazenamento, principalmente para as sementes armazenadas dentro do
frutos, em câmara fria
5.7. Teor de lipídeos
Os valores médios encontrados do teor de lipídeos nas
sementes e nas cascas dos frutos podem ser observados nas tabelas 5.7.1 e 5.7.2,
respectivamente.
Tabela 5.7.1. Teor de lipídeos em sementes de H. heptaphyllus em três
ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara
seca; AMB – Ambiente; SF – semente armazenada no fruto; SC – semente
armazenada de forma convencional.
Teor de Lipídeos (%)
Ambiente/tempo 0 4 8 Média
CF SF 15,93 Aa 8,13 Ab 8,47 Ab 10,84 A
SC 15,93 Aa 12,94 Bb 11,06 BC 13,31 B
CS SF 15,93 Aa 10,68 Cb 9,59 Cc 12,07 C
SC 15,93 Aa 15,02 Da 12,05 Db 14,33 D
AMB SF 15,93 Aa 11,24 Eb 12,73 Dc 13,30 B
SC 15,93 Aa 13,68 Fb 15,07 Ec 14,89 D Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
47
Tabela 5.7.2. Teor de lipídeos nas cascas dos frutos de H. heptaphyllus em
três ambientes de armazenamento, por 8 meses. CF – Câmara fria; CS -
Câmara seca; AMB – Ambiente.
Teor de Lipídeos (%)
Ambiente/tempo 0 4 8
CF CASCA 11,64 Aa 1,08 Ab 1,53 Ac
CS CASCA 11,64 Aa 1,32 Aa 1,04 Ab
AMB CASCA 11,64 Aa 1,08 Ab 0,78 Ab Médias seguidas pela mesma letra maiúscula para coluna e minúscula para linha, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Teor de lipídeos nas sementes
Figura 5.7.1. Teor de lipídeos em sementes de H. heptaphyllus em três locais de
armazenamento, por 4 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB –
Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada
após a extração.
48
Teor de lipídeos nas cascas dos frutos
Figura 5.7.2. Teor de lipídeos nas cascas dos frutos de H. heptaphyllus em três
locais de armazenamento, por 4 meses. CF – Câmara fria; CS - Câmara seca; AMB
– Ambiente; SF – semente armazenada dentro do fruto; SC – semente armazenada
após a extração.
Pelas figuras 5.7.1 e 5.7.2 pode-se perceber decréscimo
dos teores de lipídeos nas sementes armazenadas dentro dos frutos (SF), nas sementes
armazenadas após a extração (SC), e também para os teores de lipídeos nas cascas dos
frutos, ao longo do armazenamento.
Da mesma forma para as sementes, se observou
decréscimo nos teores de proteína solúvel e no teor de água.
A dessecação pode induzir a formação de enzimas
envolvidas na quebra de proteínas de reserva e na utilização de lipídios (KERMODE ;
BEWLEY, 1986 apud BARBEDO ; MARCOS FILHO, 1988). Assim, a redução dos
teores de lipídeos e proteínas, com a queda do teor de água das sementes, poderia ser
explicada por processos enzimáticos ligados a quebra desses componentes.
Foi observado em todos os ambientes de
armazenamento, maiores teores de lipídeos nas sementes armazenadas após a extração
(SC), sementes essas que apresentaram maiores valores de germinação.
BORGES et al. (1992) observaram decréscimo no teor
de lipídeo à medida que se aumentou o tempo de exposição de sementes de Piptadenia
49
communis ao envelhecimento, indicando uma provável relação entre qualidade das
sementes e teores de lipídios, sendo que o decréscimo no teor de lipídio acompanhou a
redução da qualidade final das sementes.
Associação entre modificações no teor de lipídios e
qualidade de sementes é um aspecto controverso entre autores (BORGES et al., 1992).
BORGES et al. (1990) observaram, em sementes de
cedro, que sob a temperatura de 50°C houve decréscimo na viabilidade das sementes,
sem a observação de redução significativa no teor de lipídeo. Já PRIESTLEY &
LEOPOLD (1979) não detectaram alterações no teor de lipídeos totais ou fosfolipídeos
em sementes deterioradas de soja.
Segundo ANDERSON & BAKER (1983), a associação
entre alterações no teor de lipídios e deterioração da semente pode ser questionada, uma
vez que as alterações podem ser provocadas por alta temperatura do tratamento.
Segundo PONTES et al. (2002) em sementes Apuleia
leiocarpa é possível concluir que as necessidades de substâncias energéticas e
estruturais físicas são supridas por lipídeos do próprio eixo embrionário, uma vez que
não são usadas na síntese de amido.
Na média ao longo do tempo, as sementes armazenadas
em ambiente apresentaram os maiores teores de lipídeos, seguidas pelas armazenadas
em câmara seca, sendo o menor teor de lipídeos encontrado nas sementes armazenadas
em câmara fria. Esse comportamento também foi observado nos teores de proteína
solúvel das sementes.
Em síntese, para as cascas dos frutos, maiores teores de
lipídeos foram observados quando armazenados em câmara fria, seguido das cascas dos
frutos armazenados em câmara seca, sendo observados para as cascas dos frutos
armazenados em ambiente os menores teores de lipídeos.
50
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De maneira geral, observando todas as análises
realizadas, pode-se afirmar que as sementes armazenadas dentro dos frutos
apresentaram menor qualidade fisiológica em relação às sementes armazenadas após a
extração. A qualidade inferior dessas sementes foi destacada pelos baixos valores de
germinação e altos valores da condutividade elétrica ao longo do armazenamento.
O armazenamento das sementes dentro dos frutos
causou degradação das sementes, uma vez que essas sementes apresentaram altos
valores da condutividade elétrica ao longo do armazenamento.
Os valores de germinação, teor de água, teor de
proteína solúvel e teor de lipídeos apresentaram queda ao longo do tempo de
armazenamento.
Os valores da atividade enzimática não apresentaram
tendência de queda ou acréscimo ao longo do tempo de armazenamento, não podendo
dessa forma, indicar tendências do comportamento das sementes.
Pelas análises bioquímicas, a atividade da peroxidase
foi maior para as sementes armazenadas nos frutos (SF) na condição de armazenamento
no ambiente, ao passo que, para as sementes armazenadas após a extração (SC) a
câmara fria foi o ambiente de armazenamento que mostrou maior atividade desta
enzima, ao longo dos meses de armazenamento. A atividade da enzima peroxidase, para
sementes armazenadas dentro dos frutos (SF) em câmara fria, promoveu maior
exposição do sistema de membranas.
51
Pela observação da atividade das enzimas peroxidase e
polifenoloxidase, pode-se afirmar que suas altas atividades nas sementes armazenadas
após a extração (SC) em câmara fria, contribuíram para a preservação da qualidade
fisiológica das sementes estudas. Também nessas condições, observou-se a manutenção
dos componentes proteína solúvel e teor de lipídeos, mantendo as fontes energéticas
necessárias para o processo de germinação.
Pelas observações das atividades das enzimas
peroxidase e polifenoloxidase pode-se intuir que as sementes de H. heptaphyllus
apresentam altos teores de compostos fenólicos. Entretanto, avaliações específicas
devem ser realizadas para a afirmação dessa hipótese.
Verificou-se que baixos teores de proteína solúvel
contribuem para baixos valores de germinação nas sementes estudadas
Houve uma tendência de maiores teores de proteína
solúvel e de lipídio, para ambas as sementes (SF e SC), para aquelas armazenadas em
condição de ambiente.
52
7. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que sementes de Handroanthus
heptaphyllus (ipê roxo) mantém sua viabilidade por mais tempo quando armazenadas
após a extração e em ambiente de câmara fria.
53
8. REVISÃO DE LITERATURA
ABDUL-BAKI, A. A. & ANDERSON, J. D. Physiological and biochemical
deterioration of seeds. In: Kozlowski, t.t. Seed Biology, London: Acad. Press, v.2, p.
283-315, 1972.
AMORIM, H. V. Aspectos bioquímicos e histoquímicos do grão de café verde com a
qualidade da bebida. 1978. 85 f. Tese (Livre Docência em Bioquímica) - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1978.
AMORIM, H.V.; JOSEPHSON, R.V. Water-soluble protein and non-protein
components of brasilian green coffes beans. Journal of Food Science. 40: 1179-1185,
1975.
ANDERSON, J.D.; BAKER, J.E. DETERIORATION OF SEEDS DURING AGEING.
Phytopatology,vol.73, n.2, p. 321-325, 1983.
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Época de colheita e período de repouso dos frutos de mamão (Carica papaya L.) cv
54
Golden na qualidade fisiológica das sementes. Revista Ciência Rural, v.35, n.03, Santa
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