Vet News 93

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Ano XVI - nº 93 - Jan./Fev./Mar./2009 - Distribuição gratuita Leitura Científica Pet • Efetividade da utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4% para o controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo: resultados preliminares. Pecuária • Efeitos do dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) no metabolismo de equinos com babesiose crônica Eventos • Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados • 3º Encontro das Fazendas Maxi-Leite • Curso de Gestão e Marketing para veterinários • Palestras para lojistas e veterinários em Cachoeiro do Itapemirim Gestão de Negócios A parceria entre Fazenda Pitangueiras e Intervet/Schering-Plough Animal Health

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Revista destinada ao público PET (animais de estimação) e VET (grande porte, veterinário, rural).

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Ano XVI - nº 93 - Jan./Fev./Mar./2009 - Distribuição gratuita

Leitura Científica

Pet • Efetividade da utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4% para o controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo: resultados preliminares.

Pecuária • Efeitos do dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) no metabolismo de equinos com babesiose crônica

Eventos• Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados

• 3º Encontro das Fazendas Maxi-Leite

• Curso de Gestão e Marketing para veterinários

• Palestras para lojistas e veterinários em Cachoeiro do Itapemirim

Gestão de NegóciosA parceria entre Fazenda Pitangueiras e Intervet/Schering-Plough Animal Health

Proteja-se!A Leishmaniose pode matar você e seu cão.

A coleira que protege vidas.

A orientação do médico veterinário é fundamental para o correto uso do medicamento.

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Prezado leitor:

Começo de ano é o momento de planejar objetivos e traçar metas para os próximos meses. No entanto, apesar de as notícias referentes ao cenário econômico não serem muito positivas, acreditamos no crescimento e no aprendizado diante das dificuldades. Assim, trazemos mais uma revista Vet News, com informações especiais para vocês. Nesta edição, na Leitura Científica de Pecuária, o artigo é sobre os Efeitos do dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) no metabolismo de equinos com babesiose crônica. No segmento de Pet, o destaque da seção é a Efetividade da Utilização de Coleiras Impregnadas com Deltametrina a 4% para o Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo e seus Resultados Preliminares.

Confira também os eventos dos segmentos. Em Pecuária, o Curso de Gestão e Marketing para veterinários de renomadas universidades, realizado por profissionais da Intervet/Schering-Plough Animal Health, reforçou a credibilidade da empresa. Em Pet, as palestras realizadas em Cachoeiro do Itapemirim divulgaram a eficácia dos produtos ZUBRIN® e ARTROGLYCAN®.Em Dicas de Pet, você confere como proteger não só os animais, mas as pessoas também contra os insetos. Em Pecuária, o destaque são as dicas para pulverização com carrapaticidas. Além de tudo isso, conheça ainda, na seção Gestão de Negócios, a Fazenda Pitangueiras. Esperamos que apreciem esse conteúdo preparado com muito empenho pela nossa equipe!

Fernando Vasconcelos HeiderichCRMV-PR 1367

Presidente da Intervet/Schering-Plough Animal Health

Vet News® é uma publicação trimestral, editada pela Intervet/Schering-Plough Animal Health, dirigida aos Médicos Veterinários, estudantes de matérias afins agropecuárias, revendedores de produtos veterinários e pecuaristas do Brasil. Sendo uma edição nacional, Vet News® não se responsabilizapelo conteúdo dos anúncios veiculados.Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente as do informativo. Todos os direitos são reservados.

Expediente Vet News® - Edição 93 Ano XVI - Nº 93 JAN./FEV./MAR./2009

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Ricardo di Luca - [email protected]ão Faria - [email protected]

E d i t o r i a l

Boa leitura!

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Índice

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• Dicas para pulverização com carrapaticidas• Aumento da eficiência reprodutiva em equinos

• Palestras para lojistas e veterinários em Cachoeiro do Itapemirim • Campanha Promouragro premia clientes

• Fazenda Pitangueiras

• Controle de moscas e mosquitos• Promotores premiados na Campanha Direto ao Ponto

• Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados • Importância da AFTOVACIN® na Bahia • Curso de Gestão e Marketing para veterinários • 3º Encontro das Fazendas Maxi-Leite• Curso sobre cólica em equinos na Bahia

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Eventos

Efeitos do dipropionato de imidocarb ( IMIZOL®) no metabolismo de equinos com babesiose crônica

Efetividade da utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4% para o controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo:

resultados preliminares.

Coopavel desenvolve projeto de recuperação de nascentes

Efeitos do dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) no metabolismo de equinos com babesiose crônica

Anibal Janczak Torres – Médico Veterinário, mestrando na Univer-sidade Federal de Pelotas na área de clínica médica de equinos, Pelotas, RS, BRASIL.Carlos Eduardo Wayne Nogueira – Doutor, professor na Universida-de Federal de Pelotas, RS, BRASIL.Leandro Quintana Nizoli – Mestre, doutorando no Instituto de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas, RS, BRASIL.Sergio Silva da Silva - Mestre, professor na Universidade Federal de Pelotas, RS, BRASIL.Márcio Nunes Côrrea – Doutor, professor na Universidade Federal de Pelotas, RS, BRASIL.

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Oito equinos com babesiose crônica foram divididos em dois grupos e receberam IMIZOL® na dose de 2 mg/kg e 4 mg/kg, respectivamente, a cada 72 horas, totalizando quatro (4) aplicações. O objetivo foi avaliar os efeitos do dipropionato de imidocarb no metabolismo, por meio de avaliações clínicas, hematológicas e bioquímicas (perfil hepático e renal). Conclui-se que os animais tratados com dipropionato de imidocarb, em protocolo profilático, demonstram discreta alteração metabólica, sendo a toxicidade compatível com o período de metabolismo e eliminação da droga. Observou-se o efeito profilático da dose de 1,2-2 mg/kg com segurança na utilização continuada.

INTRODUÇÃOA babesiose equina é uma doença causada por protozoários hemoparasitas, Babesia equi (Theileria equi) e Babesia caballi, os quais são transmitidos pelo carrapato. A doença possui melhor prognóstico quando diagnosticada e tratada na fase aguda, no entanto, na fase crônica, a eficácia do tratamento diminui e não são obtidos bons resultados. Com isso, cavalos que têm diagnóstico de babesiose crônica com repetidas reagudizações ou reinfecções são tratados com doses de dipropionato de imidocarb (IMIZOL®). O imidocarb pertence ao grupo das carbanilidas, com nome químico 3,3’-bis-(2-imidazolina-2yl) dipropionato de carbanilida.

Segundo Frerichs et al. (1973), a única dose capaz de eliminar totalmente a parasitemia pela Babesia equi é a de 4 mg/kg de imidocarb, a cada 72 horas, em quatro aplicações. A aplicação deste protocolo terapêutico pelos autores resultou em resolução da infecção e não induziu efeitos colaterais anticolinesterásicos. De acordo com a Intervet/Schering-Plough Animal Health, fabricante do IMIZOL® (dipropionato de imidocarb), a dose de 2,4 mg/kg é recomendada como babesicida na fase aguda da doença. No entanto, alguns trabalhos nos últimos anos têm proposto a ação do imidocarb em doses menores, como o de Ribas et al. (2004), que demonstrou que a dose de 1,2 mg/kg de

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dipropionato de imidocarb é eficiente no controle da Babesia equi na fase aguda da doença, de forma menos tóxica.Adams (1981) avaliou a toxicidade do imidocarb em doses de 0, 2, 4, 8, 16 e 32 mg/kg, repetidas em 24 horas, por meio da avaliação das taxas de morbidade, mortalidade, reação tissular no local da aplicação, aumento nos níveis sanguíneos de ureia, aspartato aminotransferase (AST), sorbitol desidrogenase e creatinina fosfoquinase no soro. Nos animais tratados com as doses de 16 e 32 mg/kg foram observadas necrose hepática periportal aguda e necrose renal cortical aguda.Meyer et al. (2005) avaliaram em pôneis sadios a dose de 2 e 4 mg/kg, ambos a cada 72 horas, em quatro aplicações, observando alterações na hematologia, nas enzimas renais e hepáticas, além de danos tissulares nos locais de aplicação do medicamento.Hailat et al. (1997) consideraram equinos atletas com babesiose para avaliar aspectos clínicos e patológicos antes e depois de utilizar o dipropionato de imidocarb. Os animais doentes foram tratados com quatro aplicações de 4 mg/kg a cada 72 horas e, em todos os animais, analisou-se a hematologia, enzimas séricas e o quadro patológico da babesiose em comparação com o tratamento da doença.Considerando estes fatos, objetivou-se demonstrar os efeitos metabólicos de diferentes doses de dipropionato de imidocarb nos equinos com babesiose crônica mantidos com protocolo profilático, por meio de avaliações clínicas, hematológicas e bioquímicas (perfil hepático e renal).

MATERIAIS E MÉTODOSForam utilizados oito (8) equinos sem raça definida, com peso médio de 439 kg (405-500 kg) e idade média de 9 anos (6-15), os quais eram utilizados no policiamento urbano. Os animais trabalhavam em média 6 horas por dia, duas vezes na semana, na patrulha da cidade. Durante o dia ficavam soltos em um potreiro com pasto nativo e à noite, estabulados. Recebiam 3 kg de concentrado com 12% de proteína bruta à noite e pela manhã. Os animais eram avaliados rotineiramente, não apresentando alteração clínica, porém todos eram soropositivos para Babesia (Theileria) equi, diagnóstico realizado nos últimos dois anos a partir de exames trimestrais de imunofluorescência indireta e esfregaço sanguíneo. Esses animais recebiam tratamento profilático com imidocarb (IMIZOL®) na dose de 1,2 mg/kg bimestralmente nos últimos 24

meses, de acordo com o protocolo de Ribas et al. (2004) e Nogueira et al. (2005), com o intuito de evitar a reagudização.Os oito equinos foram divididos aleatoriamente em dois grupos, recebendo dipropionato de imidocarb (IMIZOL®), a cada 72 horas, por via intramuscular, totalizando quatro aplicações. No grupo 1 a dose foi de 2 mg/kg e no grupo 2, de 4 mg/kg. As quatro aplicações foram realizadas por via intramuscular, sendo a primeira no músculo peitoral direito, a segunda no esquerdo, a terceira aplicação no músculo semitendinoso/semimembranoso direito e a última aplicação no lado esquerdo. No dia seguinte de cada aplicação, os possíveis danos tissulares do fármaco foram avaliados e fotografados. As lesões foram classificadas como de grande, médio e de pequeno aumento de volume. Quando não houve alteração, foi classificado como sem reação.Foi realizado exame clínico geral em todos os animais do experimento, antes da primeira aplicação do dipropionato de imidocarb, e diariamente, do dia 0 ao dia 10 do experimento. O exame clínico geral consistiu em avaliar a coloração das mucosas, o tempo de perfusão capilar na mucosa oral, a frequência respiratória em um minuto, a frequência cardíaca em um minuto, a motilidade do intestino delgado, a motilidade do intestino grosso e a temperatura retal. Os animais foram submetidos a avaliações clínica, hematológica e bioquímica clínica (Figura 1).Sangue venoso foi colhido por flebocentese, com anticoagulante (EDTA), para a realização de hemograma completo e do perfil hepático, por meio da análise de gama glutamiltransferase (GGT) e aspartato transaminase (AST) plasmáticos. A colheita das amostras foi realizada antes da primeira aplicação do dipropionato de imidocarb, e nos dias subsequentes a cada aplicação deste fármaco, ou seja, nos dias 0, 1, 4, 7 e 10. O material era colhido e acondicionado em caixa térmica com gelo até a entrega para análise.A análise do perfil renal foi realizada por meio da avaliação de ureia e creatinina no soro e na urina, bem como dosagem de cálcio urinário. Para a coleta de urina, foi utilizada sonda uretral, sendo utilizada, nos machos, a aplicação de 15 mg de acepromazina a 1%, para que houvesse a exposição do pênis. A urina era acondicionada em caixa térmica contendo gelo e, imediatamente após todas as coletas do dia, era encaminhada para análise. A quantidade de creatinina, ureia e cálcio presente na urina foi avaliada no dia 0, antes da primeira aplicação, e 24 horas após as aplicações do dipropionato

de imidocarb, sendo dessa forma realizada a urinálise nos dias 0, 1, 4, 7, 10.As amostras de sangue e urina foram analisadas nos Laboratórios de Patologia Clínica do HCV-UFPel e Departamento de Bioquímica-UFPel, e a imunofluorescência indireta foi realizada no Laboratório de Doenças Parasitárias-UFPel.

RESULTADOSOs equinos utilizados neste experimento não apresentaram alteração no resultado de imunofluorescência indireta ou no exame de esfregaço sanguíneo que caracterizasse agudização ou parasitemia. No exame clínico foi possível observar mucosas normais (róseas) no início do experimento, com tendência a róseas congestas e ictéricas no final. Nos demais parâmetros, não foram observadas alterações significativas. Em um dos equinos, do grupo 2, 48 horas após a última aplicação do fármaco, no dia onze (11), foram observados sinais de desconforto abdominal e cólica e ocorreu resolução satisfatória após terapia específica.As alterações tissulares, devidas à aplicação do medicamento, foram classificadas como pequeno, médio e grande aumento de volume. Foi observado neste experimento que, quando o medicamento foi aplicado nos músculos do peito, ocorreu 100% de reação, e nenhuma quando aplicado na musculatura dos posteriores. Não houve diferença nas reações, em comparação com as doses utilizadas nos dois grupos de tratamento.Na hematologia, os animais com infecção por Babesia (Theileria) equi demonstraram um incremento no número de hemácias logo após a administração do imidocarb, principalmente no grupo 1 (Figura 1). Após a segunda aplicação do fármaco, ocorreu um decréscimo na série vermelha desses animais nos dois grupos.

Figura 1. Média da alteração na contagem de hemácias no grupo 1 e 2 durante os dias de tratamento

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O mesmo ocorreu com o PPT: proteínas plasmáticas totais (Figura 2). Após as duas primeiras aplicações de imidocarb, observou-se um aumento de PPT nos dois grupos. Porém, após as quatro aplicações do fármaco, no grupo 1, observou-se uma pequena queda no PPT e uma grande queda, no grupo 2. O comportamento do fibrinogênio (Figura 3) sofreu um significativo decréscimo nos animais do grupo 2 e uma estabilidade nos do grupo 1. Não se observaram alterações significativas no leucograma desses animais.

No perfil hepático, a análise de GGT teve uma variação significativa, nos dois grupos. Conforme a Figura 4, ao lado, analisando-se as médias dos dois grupos, pode-se observar uma elevação nos níveis de GGT no grupo 1, entre os dias 1 e 7, após três aplicações do fármaco. No grupo 2, percebe-se um grande aumento de GGT após a última aplicação do medicamento, no dia 10. Em números absolutos, o grupo 2 sempre apresentou maior concentração de GGT que o grupo 1, desde o dia 0, porém, no dia 10, esta diferença foi maior ainda. Nos dois grupos, observaram-se níveis de GGT acima dos valores fisiológicos.

No perfil hepático, a análise de GGT teve uma variação significativa, nos dois grupos. Conforme a Figura 4, abaixo, analisando-se as médias dos dois grupos, pode-se observar uma elevação nos

Na análise da enzima AST percebe-se uma curva muito parecida, no gráfico da Figura 5, das médias dos dois grupos. Nos dois grupos os níveis de AST aumentaram do dia 0 para o dia 1, no dia 4 voltaram ao normal, baixaram significativamente no dia 7, principalmente o grupo 1, e voltaram a subir no dia 10. Em números absolutos, o grupo 1 iniciou e terminou com uma concentração de AST muito parecida. Já o grupo 2 terminou o experimento com uma concentração de AST significativamente maior do que no dia 0.

Os resultados de análise de ureia e creatinina no sangue foram comparados com os valores na urina para se observar a curva das concentrações destes elementos. A ureia no sangue, comparada entre os dois grupos, apresentou uma elevação no grupo 1 e uma forte elevação no grupo 2, no dia 1, após a primeira aplicação do fármaco. Já, após a segunda aplicação, observou-se ainda uma elevação da ureia no sangue dos animais

Na análise de ureia na urina, a curva do gráfico na Figura 7, comparativo dos dois grupos, foi equivalente. Após a primeira aplicação do medicamento já se observou uma queda nos níveis de ureia na urina, com um pico negativo no dia 4, após a segunda aplicação de imidocarb. No entanto, após as outras duas aplicações, os dois grupos demonstraram um retorno para perto dos níveis iniciais de ureia na urina.

Figura 2. Média de PPT (proteínas plasmáticas totais) no grupo 1 e 2

Figura 3. Média do fibrinogênio no grupo 1 e 2

níveis de GGT no grupo 1, entre os dias 1 e 7, após três aplicações do fármaco. No grupo 2, percebe-se um grande aumento de GGT após a última aplicação do medicamento, no dia 10. Em números absolutos, o grupo 2 sempre apresentou maior concentração de GGT que o grupo 1, desde o dia 0, porém, no dia 10, esta diferença foi maior ainda. Nos dois grupos, observaram-se níveis de GGT acima dos valores fisiológicos.

Figura 4. Média de GGT plasmático em U/L no grupo 1 e 2

Figura 5. Média de AST plasmático em UI no grupo 1 e 2

do grupo 1, ao passo que no grupo 2 esta concentração baixou significativamente. Isso foi ocorrer no grupo 1 apenas após a segunda aplicação do imidocarb. Nos dois grupos, em números absolutos, ocorreu uma diminuição da ureia no sangue do dia 0 ao dia 10, como se observa na Figura 6. Nos dois grupos, observaram-se valores bem acima dos normais para ureia no sangue desde o dia 0, estabelecendo um quadro de azotemia.

Figura 6. Média de ureia no sangue em mg/dL no grupo 1 e 2

Analisando-se a curva das médias, reunidas, dos dois grupos, da concentração de ureia no sangue e na urina, foi interessante perceber que, após as duas primeiras aplicações do imidocarb, a ureia diminui sua concentração na urina e, consequentemente, aumenta no sangue, caracterizando uma tendência à azotemia. Após as duas últimas aplicações do fármaco, a ureia aumenta a sua concentração na urina e diminui, consequentemente, no sangue.

Figura 7. Média de ureia na urina em mg/dL no grupo 1 e 2

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Figura 9. Média de creatinina na urina em mg/dL no grupo 1 e 2

Em contrapartida, a concentração de creatinina na urina (Figura 9) teve uma tendência a elevar-se bastante, após as três primeiras aplicações do imidocarb. Após a última aplicação, as concentrações mantiveram-se em elevação.

Comparando-se as médias dos dois grupos, de creatinina no sangue e na urina, percebe-se uma tendência diferente da encontrada nos níveis de ureia. A tendência da creatinina no sangue é diminuir após as três primeiras aplicações do fármaco, aumentando levemente após a última aplicação. Consequentemente, a creatinina na urina tem uma tendência a aumentar após as três primeiras aplicações do imidocarb, e se fazendo constante após a quarta aplicação. O cálcio na urina

DISCUSSÃOOs animais utilizados neste experimento mantinham ótima performance no trabalho de patrulha urbana, recebendo o protocolo de 1,2 mg/kg de dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) bimestralmente. Não demonstraram alteração clínica, com exceção de um cavalo tratado com a dose de 4 mg/kg que demonstrou alterações gastrointestinais, com desconforto abdominal, da mesma forma que Meyer et al. (2005) observaram cólica moderada, assim como Frerichs et al. (1973), que também mencionou hipermotilidade do trato gastrintestinal.No presente experimento observamos que todos os animais que receberam imidocarb nos músculos do peito demonstraram reação. Em contrapartida, os que receberam na musculatura dos posteriores não tiveram alteração local. Da mesma forma como observado por Meyer et al. (2005), que aplicaram imidocarb na musculatura do pescoço, percebendo aumentos significativos nos locais de aplicação do fármaco em praticamente todos os animais. Frerichs et al. (1973) observaram leve reação muscular à droga. Entretanto, Hailat et al. (1997) citaram que não ocorreu nenhuma lesão muscular após a aplicação da mesma dose de imidocarb. Acreditamos que a reação tissular à aplicação do fármaco seja

particular de alguns músculos em que existe perfusão diferenciada ou é proporcional à massa tecidual, causando menor circulação e, consequentemente, lenta metabolização do imidocarb.Ocorreu um aumento no número de hemácias após a aplicação do imidocarb. Este fato pode ser explicado pela hemólise que o fármaco causa nas células parasitadas, provocando resposta esplênica compensatória, disponibilizando hemácias para a circulação. A diferença entre a dose de 2 e 4 mg/kg, na Figura 2, deve-se a que, no grupo 1 (2 mg/kg), ocorreu menos destruição de hemácias, mas a mesma resposta esplênica. Com isso, a totalidade de hemácias no grupo 1 foi maior, em um primeiro instante, após duas aplicações do fármaco. Após a última aplicação (4ª dose), notou-se diminuição total de hemácias nos dois grupos, já que não havia mais resposta esplênica compensatória.Hailat et al. (1997) observaram respostas diferentes no tratamento com imidocarb em diferentews grupos. Em um grupo com babesiose aguda e alta hemoparasitose, ocorreu uma grande diminuição no número de hemácias em relação ao pré-tratamento. Em um grupo com parasitemia moderada, mas sem sinais clínicos de babesiose, ocorreu uma leve diminuição no número de hemácias. No grupo de cavalos sem parasitemia e sem sinais clínicos da doença, o tratamento com imidocarb provocou um leve aumento no número de hemácias, o que se assemelha ao observado com os animais do presente experimento no dia 5.Avaliando-se as proteínas plasmáticas totais, ocorreu queda na síntese proteica e notável queda no fibrinogênio, como se vê nas Figuras 3 e 4. Acredita-se que isso seja explicado porque, após a aplicação do imidocarb na dose de 4 mg/kg (grupo 2), ocorre um leve dano hepático. Entretanto na dose de 2 mg/kg (grupo 1) isso não ocorre. A GGT catalisa a transferência de grupos gamacarboxila do glutamato a um peptídeo. É uma enzima associada a membranas, mas também está no citosol, especialmente dos dutosbiliares e renais, no pâncreas e no intestino delgado. Somente a GGT de origem hepática é encontrada no plasma sanguíneo. Com isso, é indicativa de colestases e proliferação de dutos biliares, aumentando também na cirrose e em colangiocarcinoma. Seu aumento no plasma é indicativo de insuficiência hepática crônica. Nos equinos, os valores fisiológicos de GGT são de 4,3 a 13,4 U/L (González e Da Silva, 2006).Hailat et al. (1997) demonstraram queda nos níveis de GGT em equinos altamente infectados com Babesia equi após o

Na análise de creatinina no sangue, pode-se perceber, na Figura 8, uma diminuição considerável nos grupo 2, após as três primeiras aplicações do imidocarb, elevando-se após a última. Já no grupo 1, a variação foi muito pequena, primeiro diminuindo e depois voltando aos valores iniciais. Em números absolutos, no grupo 1, a concentração de creatinina foi praticamente a mesma no dia 0 e no dia 10. Já no grupo 2, esta diferença existiu, sendo a concentração no dia 10 menor que no dia 0. No entanto, nos dois grupos, a creatinina manteve-se dentro dos padrões fisiológicos.

Figura 8. Média de creatinina no sangue em mg/dL no grupo 1 e 2

teve um comportamento diferente em relação nos do grupo 2. A curva dos dois grupos é parecida, como indica a Figura 10. No entanto, após a segunda aplicação do medicamento, o cálcio nos animais do grupo 1 diminuiu significativamente, ao passo que nos do grupo 2 aumentou significativamente. Após isso, os dois grupos mantiveram uma tendência parecida nos dias seguintes, aumentando levemente e diminuindo levemente os níveis de cálcio na urina. Em números absolutos, o grupo 1 teve uma queda de cálcio urinário do dia 0 ao dia 10 e o grupo 2 teve um aumento nesse período.

Figura 10. Média de cálcio na urina no grupo 1 e 2

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As referências bibliográficas podemser obtidas com a Intervet/Schering-Plough Animal Health.

tratamento com imidocarb. Entretanto, no experimento de Meyer et al. (2005), foi demonstrado um aumento significativo da GGT em pôneis que receberam o mesmo tratamento, porém, como não houve aumento nos ácidos biliares, dessaforma não se concluiu a existência de hepatotoxicidade. Relacionando-se o presente experimento, foi observado um moderado aumento em comparação com a curva de GGT no sangue. Fazendo um paralelo, a curva do experimento de Meyer e colaboradores teve níveis mínimos de GGT de 13 U/L, e máximo, ao final do experimento, de aproximadamente 28 U/L. Em contrapartida encontramos níveis mínimos de GGT, no grupo 1, de 18 U/l, chegando até 50 U/l, no grupo 2. Como esta enzima demonstra dano hepático crônico, especula-se a possibilidade da série de aplicações de dipropionato de imidocarb, ao longo de dois anos, nesses animais, causar contínuos danos hepáticos ou estar relacionada com o metabolismo desses animais que são portadores de babesiose crônica.Os valores normais de AST no plasma são 10-240 U/L (Meyer et al., 2005). O aumento desta enzima no plasma indica insuficiência hepática aguda e também pode estar associado com problemas musculares (González e Da Silva, 2006). Meyer et al. (2005) e Adams (1981) encontraram níveis sanguíneos de AST bastante elevados após o tratamento com imidocarb, em comparação com os níveis antes do tratamento. Estes resultados foram similares ao que encontramos no presente experimento, principalmente na dose de 4 mg (grupo 2) expressos na Figura 6. No entanto, Meyer e colaboradores observaram que esses níveis voltaram ao que eram antes do tratamento, nos dias subsequentes.A creatinina forma-se endogenamente a partir da conversão da creatina, composto que armazena energia no músculo (fosfocreatina). A creatinina é filtrada pelo glomérulo e não se reabsorve no túbulo, sendo considerada, assim, melhor marcador da filtração glomerular que a ureia. O aumento de compostos nitrogenados (ureia e/ou creatinina) no sangue é chamado de azotemia, e pode ser de causa pré-renal, renal e pós-renal. Os valores fisiológicos de ureia no sangue são de 10-24 mg/dL. Os de creatinina são de

1,2-1,9 mg/dL (González e Da Silva, 2006). É interessante observar que, segundo Stockham e Scott (2002), em equinos, a creatinina tende a diminuir primeiro que a ureia no sangue, por ser mais sensitiva, indicando os primeiros sinais de glomérulo nefrite. Este dado não foi observado no presente experimento. A ureia é sintetizada no fígado a partir da amônia derivada do catabolismo proteico. É excretada por via gastrintestinal e renal, sendo, no rim, filtrada no glomérulo e parcialmente reabsorvida de forma passiva nos túbulos. Segundo Stockham e Scott (2002), a azotemia pode refletir um quadro de lesão pré-renal, renal ou pós-renal com lesão nos glomérulos. Em causas hipovolêmicas, com alta reabsorção de água e sódio no túbulo proximal, existe uma promoção da reabsorção de ureia, porém não de creatinina, o que traz uma semelhança com o quadro presente nos equinos deste experimento. Adams (1981) concluiu que o imidocarb causa um aumento nos níveis de ureia no sangue, assim como o que foi encontrado no presente experimento nos dois grupos.Meyer et al. (2005) não encontraram alterações significativas nas concentrações de ureia e creatinina no sangue dos seis pôneis tratados com imidocarb. Porém, puderam observar uma tendência a aumento de creatinina em dois animais, representando moderada azotemia, assim como moderado aumento da creatinina no sangue e moderada diminuição na urina. Também foi observado aumento significativo na análise de GGT urinário. Porém, esses valores logo voltaram ao normal, concluindo-se que, durante a excreção da droga do organismo, exista algum dano renal temporário, ou dificuldade na atividade do rim, o que não necessariamente significa nefrotoxicidade. O autor salienta a grande capacidade regenerativa do rim. O achado de glicosúria aliado ao aumento de creatinina fez o autor concluir pela existência de indícios de dano renal causado pela droga. A curva de creatinina no sangue e na urina foi inversa à encontrada no presente experimento. Entretanto, no trabalho de Hailat et al. (1997), não foi encontrado dano renal após o mesmo tratamento em cavalos atletas, avaliados por exame histopatológico, apontando, realmente, para a possibilidade de um dano renal temporário enquanto o

imidocarb é excretado.O rim é o órgão fundamental na excreção de cálcio nos equinos. Por este fato devem ser consideradas alterações de cálcio na urina (González e Da Silva, 2006). Segundo Stockham e Scott (2002), a doença renal, aguda ou crônica, causa um decréscimo no clearance renal de cálcio em equinos, com isso se observa hipercalcemia. Podemos concluir, com os resultados deste trabalho, que a dose de 4 mg/kg (grupo 2) apresentou um aumento da excreção do cálcio na urina como consequência do efeito hipercalcêmico do imidocarb.Frerichs et al. (1973) descreveram que o pico de concentração sérica de imidocarb em equinos tratados, no terceiro e sexto dia após a aplicação, provavelmente está relacionado ao pico de concentração nos tecidos, primeiro no rim e posteriormente no fígado. Foi encontrada pouca concentração de imidocarb em outros tecidos. Dessa forma é possível concluir que a droga é armazenada e concentrada no rim e metabolizada no fígado. Corroborando com estes dados, Belloli et al. (2002) fizeram um estudo da farmacocinética do dipropionato de imidocarb em cavalos, concluindo que ocorra um pico de concentração sanguínea após a primeira hora de aplicação, um pico de concentração urinária após 36 horas e fecal em até 10 dias após. Esta eliminação fecal longa indica a eliminação biliar dadroga, o que significa o armazenamento hepático. Como este fármaco demonstrou uma característica circulante muito rápida, concluiu-se que o fígado e o rim são os principais órgãos residuais do imidocarb, o que podemos observar no presente experimento por meio da avaliação do perfil renal e hepático.

CONCLUSÃOConclui-se que a utilização de imidocarb no protocolo profilático, 1,2 mg/kg, permite a utilização dos equinos em trabalho, sem reagudizações ou demonstração de parasitemia. A avaliação metabólica desses animais demonstra segurança no protocolo, toxicidade temporária no período de metabolização da droga e eliminação.

Solução completa contra babesiose

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Focando “Inovação e Negócios”, o VI Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (ENEL), organizado pelo Sebrae, aconteceu na cidade de Campina Grande (PB), no período de 22 a 24 de outubro de 2008. O evento teve como objetivo aproximar os diversos elos da cadeia produtiva do leite – produtores, fornecedores, indústrias de derivados e mercado.Cerca de mil participantes vindos de vários estados do Nordeste,

O I Curso teórico-prático sobre Síndrome do Abdome Agudo (cólica) em equinos aconteceu nos dias 13 e 14 de dezembro, nas cidades de Salvador e Lauro de Freitas (BA). O curso foi ministrado pelo especialista no assunto, Professor Dr. Jairo Jaramillo Cárdenas e contou com a participação de 60 Médicos Veterinários que atuam nessa área.De acordo com Daniela Araújo

Coutinho, Coordenadora Técnica de Pecuária, a Intervet/ Schering-Plough Animal Health foi um dos patrocinadores do evento, divulgando os produtos da linha equinos como BANAMINE®, ARTROGLYCAN® e IMIZOL®. “Também pudemos estreitar o relacionamento com Médicos Veterinários que são formadores de opinião no segmento”, conta.

Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados

Curso sobre cólica em equinos na Bahia

Importância da AFTOVACIN® na Bahia

participaram ativamente das atividades. Um dos destaques foi a palestra ministrada pela Coordenadora Técnica Daniela Coutinho, que reuniu um público de mais de 800 participantes, abordando o tema “CCS-Como controlar?”. A Intervet/Schering-Plough Animal Health participou do evento de maneira brilhante. No estande, a equipe composta por Lutércio Cavalcante, Amanda Cavalcante, Daniela Coutinho e Tadeu Vilar esteve à disposição dos visitantes, esclarecendo dúvidas sobre os produtos, distribuindo material promocional, realizando importantes contatos e divulgando o MAXI-LEITE®.Durante o encontro realizou-se ainda o II Fórum da Caprinocultura Leiteira e VI Concurso de Queijos Regionais, em que foi divulgado o SUPRAMEC POUR-ON®.

“Aftosa, mercado e perspectivas para o futuro” foi o tema da palestra que ocorreu em Feira de Santana (BA), ministrada pelo Médico Veterinário da Intervet/Schering-Plough Animal Health, Bruno Tinoco, no dia 31 de outubro. O evento contou com a participação de 84 pessoas, entre veterinários, lojistas, balconistas e produtores, que tiveram a oportunidade de debater sobre a importância da AFTOVACIN®, a vacina que não induz a formação de anticorpos contra proteínas não-estruturais, o que diferencia animais com aftosa de animais vacinados.

Teixeira de Freitas A importância da AFTOVACIN® também foi exposta em uma palestra realizada em Teixeira de Freitas (BA), no dia 13 de novembro. Na ocasião, que contou com a parceria da ADAB (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia), houve a participação de 80 profissionais.

Palestra ministrada por Daniela Coutinho: CCS- Como controlar?

Estande da empresa no evento Amanda, Daniela e Lutércio - Intervet/Schering-Plough Animal Health e Tadeu Vilar - Parceiro

Distribuidor Medcampo

Palestra em Teixeira de Freitas

Palestra em Feira de Santana

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Curso de Gestão e Marketing para veterinários

Diversão e conhecimento no 3º Encontro das Fazendas Maxi-Leite

A Intervet/Schering-Plough Animal Health realizou em novembro um Curso de Gestão e Marketing para veterinários, na Universidade de São Paulo e Universidade de Guarulhos, ministrado por gerentes da empresa e patrocinado pelas Unidades de Negócio de Pecuária e de Animais de Companhia.

“A empresa aposta nesta iniciativa pioneira na Medicina Veterinária, com o objetivo de estimular o empreendedorismo e aumentar a empregabilidade dos futuros profissionais. A proposta deste curso é iniciar no segmento acadêmico um Programa Universidade Corporativa, em

que a circulação de informação entre a empresa e a instituição passa a acontecer nas duas direções”, ressalta Sebastião Faria, Gerente Técnico de Pecuária. Além disso, propõe que escola e mercado de trabalho cooperem para a formação dos estudantes de graduação, pós-graduação e residentes. O Gerente Financeiro da Intervet/Schering-Plough Animal Health, Milton Futami, também participou e abordou o tema Gestão Financeira. Segundo ele, essa foi uma oportunidade ímpar de compartilhar e trocar ideias com um grupo de pessoas tão interessado e participativo.

Cerca de 100 participantes – entre produtores, ordenhadores, veterinários e técnicos – participaram do 3º Encontro das Fazendas Maxi-Leite, realizado em 27 de novembro, em Castro (PR). Na ocasião, ocorreram duas palestras, a primeira sobre “Tratamento da Mastite e Taxa de Cura” e a segunda referente à “Coleta de amostras para cultura individual e de tanque”. Um dos momentos de destaque

foi a Gincana Maxi-Leite, em que os participantes respondiam a questões sobre Mastite, Ordenha, Tratamento e Produtos da Intervet/Schering-Plough Animal Health. Além disso, houve a premiação das fazendas e a valorização do empenho de seus funcionários. Esse foi um evento de sucesso, que conquistou a confiança e fortaleceu parcerias com as fazendas e os técnicos.

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Dicas para pulverização com carrapaticidas

Aumento da eficiência reprodutiva em equinos

Se formos apontar os maiores causadores de prejuízos na criação de bovinos, não poderemos deixar de mencionar o carrapato como um dos maiores responsáveis pelas perdas na pecuária. Ao longo do tempo, este parasita vem driblando todas as formas de controle e, o que é pior, se tornando cada vez mais resistente. Isso exige soluções diferentes e inovadoras a todo instante. Através de anos de estudos e pesquisa, a Intervet/Schering-Plough Animal Health desenvolveu formulações altamente eficazes no combate ao carrapato. O tradicional TRIATOX® beneficia-se do fato de que a resistência a seu princípio ativo é reversível com o tempo. O CIPERTHION® e o AMIPHÓS® vêm se consolidando como excelentes ferramentas no controle desse parasita, graças a suas fórmulas inovadoras, que associam, respectivamente, a cipermetrina ao ethion e o clorpirifós ao amitraz.Entretanto, para que o controle seja eficiente, devemos iniciar as pulverizações na época certa e fazê-las de maneira correta.Na maior parte do Brasil, o carrapato que parasita os bovinos tem plena condição de completar o ciclo de vida, e consequentemente aumentar a

população de carrapatos na fazenda, quando as condições do meio ambiente estão favoráveis para isso, a partir do início da estação quente e chuvosa do ano. É nessa época que devemos atuar, controlando a primeira geração de carrapatos para, dessa forma, quebrar o ciclo de crescimento populacional dos carrapatos na fazenda. O melhor meio de conseguirmos esse controle efetivo é promovendo uma série de 3 ou 4 pulverizações com intervalos de 21 dias, a partir do início da estação chuvosa (quando os carrapatos teriam total condição de se multiplicar), e repetir outra sequência de 3 ou 4 pulverizações que terminem no início da estação fria e seca (quando os carrapatos têm maior dificuldade em sobreviver no ambiente). Após essa sequência de 6 a 8 pulverizações, a população de carrapatos na fazenda estará bem controlada. Durante o período seco do ano, só iremos pulverizar os bovinos mais susceptíveis a carrapatos da fazenda (os chamados animais de “sangue doce”), os demais só serão pulverizados no início da próxima estação chuvosa.É muito importante que todos os animais que estejam juntos nos pastos sejam pulverizados no mesmo dia.

Assim, teremos um controle efetivo do parasita também nas pastagens, não permitindo que carrapatos não pulverizados caiam nos pastos. O intervalo ideal entre a primeira pulverização (início da estação chuvosa) e a última pulverização (final das chuvas/início da estação seca) deve ser de 150 dias para que a maioria das larvas resultantes dos carrapatos que conseguiram fechar o ciclo antes da primeira pulverização seja também atingida pelos tratamentos. Parece simples, mas há uma série de detalhes, como volume de calda, bico utilizado no pulverizador, concentração do produto e frequência de tratamentos, que precisam ser devidamente ajustados e respeitados para se obter sucesso no tratamento. Para auxiliar os produtores e técnicos de todo o Brasil, a Intervet/Schering-Plough Animal Health disponibiliza, além de produtos, toda sua equipe de Médicos Veterinários, altamente capacitada no assunto. Por meio do programa Propec – Procedimentos Técnicos em Pecuária, essa equipe treina os funcionários das fazendas para capacitá-los a fazer a pulverização corretamente. Saiba mais no site www.propec.com.br.

CHORULON® é um composto ativo de Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG). O HCG tem atividades de Hormônio Luteinizante (LH). Na fêmea, HCG pode e é utilizado para induzir a ovulação, para ocasionar a luteinização das células granulosas, mantendo a vida funcional do corpo lúteo e aumentando a secreção de progesterona a partir das células luteinizadas. HCG também aumenta a ação de FSH no crescimento do ovário. No macho, HCG também estimula a

produção de testosterona e, portanto, influencia o desenvolvimento e a manutenção das características sexuais primária e secundária do macho. CHORULON® é o indutor de ovulação de preferência dos Médicos Veterinários pela confiança na qualidade e eficácia do produto. Recentes trabalhos mostram sua eficácia também na redução da mortalidade embrionária precoce nos procedimentos de transferência de embriões.CHORULON® é a solução no aumento

da eficiência reprodutiva da Intervet/Schering-Plough Animal Health.

Vitrine

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Efetividade da utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4% para o

controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo: resultados preliminares.

Vera Lucia Fonseca de Camargo-Neves – Superintendência de Controle de EndemiasGrupo de Estudos em Leishmanioses, Coor-denação dos Institutos de Pesquisa

Lílian Aparecida Colebrusco Rodas – Supe-rintendência de Controle de Endemias

Clóvis Pauliquévis Junior – Superintendên-cia de Controle de Endemias

INTRODUÇÃOA Leishmania (Leishmania) chagasi, agente etiológico da Leishmaniose Visceral Americana (LVA), nas Américas, vem mostrando elevado potencial de urbanização em relação a outras espécies desse gênero. A introdução do agente etiológico a partir do reservatório doméstico, em áreas infestadas pelo vetor Lutzomyia longipalpis, parece ser o fator facilitador da urbanização da LVA em cidades de médio e grande portes, traduzido por um novo perfil epidemiológico da doença.Nesse novo perfil, está incluída a região

de Araçatuba, situada a oeste do Estado de São Paulo (SP), onde a LVA foi detectada em cães pela primeira vez em 1998, em zona urbana desse município, e a sua expansão vem sendo verificada a partir da adaptação do vetor em municípios vulneráveis (Camargo-Neves, 2004b; Camargo-Neves e Gomes, 2002). Desde a sua introdução, a LVA em seres humanos já foi registrada em zona urbana de 24 municípios do estado atingindo três regiões administrativas (Araçatuba, Bauru e Marília).Em zona urbana vêm sendo observadas inúmeras dificuldades para a

implementação das medidas de controle tradicionalmente empregadas em zona rural, como o inquérito sorológico canino semestral para a eliminação de cães positivos e a borrifação das paredes internas e externas das casas em ciclos semestrais, por um período de 2 anos. Entre as dificuldades podem-se citar o tempo exacerbado entre a coleta de sangue e a eliminação do cão, somadas a isto a recusa da população à medida e a grande dimensão do trabalho a ser executado, quando se refere às medidas de controle químico voltadas para o controle do vetor, que se tornam

Pet

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O vetor L. longipalpis foi detectado em área urbana do município em 1998 e os primeiros casos de LVA canina em 1999. Em inquérito canino realizado nesse mesmo ano, a prevalência canina foi de 3,1% e até 2000 não havia sido registrado nenhum caso humano. A partir de 2001, observou-se o agravamento da situação epidemiológica, quando então foram registrados os primeiros casos

inviáveis ao longo do tempo (Camargo-Neves, 2004a, 2004b). Em contrapartida verificou-se também que as medidas, mesmo quando bem empregadas, são autolimitantes chegando a patamares que não conseguem reduzir a incidência canina, pela alta reposição desta população. Em estudo conduzido em três áreas no município de Araçatuba, verificou-se que a eutanásia de cães, associada ou não às atividades de controle vetorial, foi efetiva em controlar a força de infecção entre os cães, resultando na redução da incidência humana, desde que conduzida de forma periódica e sistemática. No entanto, nas três áreas não se verificou diferença significativa nas taxas de prevalência canina finais, em relação às iniciais, o que pode ser explicado, talvez, pela dinâmica da população canina nessas áreas, dado que se observou alto porcentual (de 18,5 a 26,2%) de cães oriundos de outras áreas que migraram para as áreas estudadas (Camargo-Neves, 2004a).A eliminação de cães soropositivos, embora seja uma medida cujos resultados são limitados, como já mencionado acima, é ainda a única que pode ser dirigida diretamente à população canina e executada em larga escala, sob o ponto de vista de saúde pública. Uma outra medida de controle, muito discutida, para conter a transmissão entre os cães, foi o tratamento de animais sintomáticos e assintomáticos, por meio de drogas tradicionalmente empregadas com sucesso no tratamento da LVA em humanos. Vários autores já demonstraram a baixa eficácia dessa medida. O uso rotineiro dessas drogas em cães pode induzir à remissão temporária dos sinais clínicos, não previne a ocorrência de recidivas e tem efeito limitado na infectividade de flebotomíneos, além de levar ao risco de selecionar parasitas resistentes às drogas correntemente utilizadas (Gradoni e col., 1987; Gramiccia, 1992; Alvar e col., 1994; Oliva e col., 1995; Poli e col., 1997; Cavaliero e col., 1999).Outras estratégias visando ao controle da doença mais factíveis referem-se a medidas alternativas de atuação sobre os flebotomíneos durante o período de pico anual de densidade da espécie responsável pela transmissão no local, tais como: o uso de cortinas impregnadas de inseticida do grupo dos piretróides sintéticos em janelas e portas (Feliciangeli e col., 1995; Perruolo, 1995; Killick-Kendrick, 1999), o tratamento

tópico de cães com inseticidas por meio de banho ou aplicação localizada (Guanghua e col., 1994; Reinthinger e col., 2001), que demonstraram resultados promissores em estudos experimentais no laboratório e em campo, para as diferentes espécies de flebotomíneos testados, porém dependentes do apoio do proprietário, uma vez que se requer inúmeras aplicações, dado o tempo limitado de atuação do inseticida, sendo inviável como medida de saúde pública.Outra abordagem refere-se ao emprego de coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, que mostrou resultados satisfatórios em experimentos de laboratório, com redução das taxas de alimentação sanguínea e efeito letal para as diferentes espécies de flebotomíneos testados em vários países (Killick-Kendrick e col., 1997; Lucientes, 1999; David e col., 2001). O tempo de repelência foi testado por diferentes autores, podendo variar de 32 a 36 semanas (Killick-Kendrick e col., 1997; Lucientes,1999; David e col., 2001). Entre os estudos de campo conduzidos, um dos primeiros a ser publicados foi o estudo realizado no sudeste da Itália para avaliar o impacto do uso de coleiras impregnadas com deltametrina em cães, em focos de leishmaniose visceral canina, cujo vetor é o Phlebotomus perniciosus. Compararam-se duas áreas, uma controle e outra tratada, durante as estações de transmissão, nos anos de 1998 e 1999, verificando-se proteção de 86% nos cães da área tratada, após a segunda estação de transmissão no ano de 1999 (Maroli e col., 2001). No Irã, em um estudo conduzido em 18 vilas, destas 9 com intervenção e 9 controles, verificou-se a redução da incidência em cães com L. infantum (64%) e em crianças (decréscimo de 43%) depois de um ano de utilização da coleira (Gavgani e col., 2002). No Brasil, em estudo conduzido por Lima e col. (2002, dados não publicados), concluiu-se que a utilização de coleiras impregnadas é mais efetiva para prevenir a transmissão entre os cães quando comparada com a eutanásia de cães soropositivos, embora outras avaliações de campo semelhantes a estes últimos estudos devam ser realizadas com a finalidade de conhecer o impacto desta medida de controle no comportamento da transmissão, perante as diversas condições epidemiológicas encontradas no Brasil.Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade

da utilização de coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, como medida alternativa no controle da LVA visando à redução da prevalência canina e da incidência na população humana. São apresentados os resultados preliminares da coorte canina conduzida no município de Andradina, no período de 2002 a 2004.

METODOLOGIA

Área de estudoO estudo foi desenvolvido no município de Andradina, região administrativa de Araçatuba, no Planalto Ocidental Paulista. Nesse município a estimativa da população em 2002 era de 55.161 habitantes (IBGE, 2000) e da população canina, de 15.600 cães, segundo o Instituto Pasteur de São Paulo (comunicação verbal). O município é dividido, segundo critérios operacionais, em duas áreas, sendo cada uma delas dividida em cinco setores, onde também foram consideradas suas características socioeconômicas (Figura 1).

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conforme descrito por Costa e col. (1991).Colocação e manutenção das coleiras: coleiras impregnadas com deltametrina a 4% SCALIBOR® foram utilizadas em todos os cães domiciliados previamente cadastrados, no período de outubro de 2002 a outubro de 2004. As coleiras consistiam de fitas brancas de 65 cm de polivinil clorido (PVC), pesando 25 g e impregnadas com 40 mg/g. Todos os cães foram previamente avaliados sorologicamente e aqueles com resultado positivo (IFI – IgG) foram eutanasiados, conforme as normas do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral Americana (PCLVA) do Estado de São Paulo (SES-SP, 2000). Todos os cães com resultado sorológico negativo receberam a coleira conforme o seu peso (<20 kg e >20 kg), exceto em cães menores de 3 meses, conforme indicação do fabricante, a fim de reduzir a chance de efeito adverso à deltametrina. Os cães errantes foram recolhidos e eutanasiados conforme as normas do PCLVA no ESP (SES-SP, 2000). As trocas das coleiras ocorreram em abril/2003, outubro/2003 e abril/2004.No intervalo entre as coletas, todos os imóveis foram visitados para a verificação da presença e integridade das coleiras e para a detecção de eventuais reações adversas. Também a população foi estimulada a solicitar a troca, em caso de quebra, ou reposição em caso de perda, bem como a notificar sintomas que pudessem sugerir um quadro de reação alérgica à coleira. Nestes casos, esses cães eram visitados por um Médico Veterinário, sendo aconselhada a descontinuidade do uso da coleira, caso o cão apresentasse qualquer sinal de reação de hipersensibilidade.

Cálculo da taxa de prevalência canina e incidência humana: as taxas de prevalência canina e as taxas de incidência foram calculadas por área e setor do município. As taxas de prevalência canina, pelo número de

humanos e dois óbitos no município. Até maio de 2002, haviam sido notificados 20 casos humanos, correspondendo a um coeficiente de incidência de 38 casos/100.000 habitantes e de letalidade de 21,1%; o que justificava uma intervenção rigorosa no município e, portanto, aliado às medidas usualmente empregadas, propôs-se o estudo nesse município.

Avaliação da prevalência canina e colocação e manutenção das coleiras

Coorte canina: foi constituída uma coorte canina entre outubro de 2002 e outubro de 2004. Foram cadastrados todos os cães domiciliados existentes no município. Os dados coletados foram registrados em boletim apropriado, sendo anotados: nome e endereço do proprietário, número e nome do cão, sexo, idade, tipo de pelo, cor, data e resultado do exame sorológico, a data da eliminação e dados sobre as perdas de observação, quando necessário. As avaliações sorológicas foram realizadas em intervalos semestrais no 0, 6º, 12º, 18º e 24º meses. Diagnóstico sorológico: as amostras de sangue foram obtidas pela punção da veia marginal auricular do cão, utilizando-se estiletes descartáveis. O material obtido foi coletado em lâminas de papel de filtro Whatmann nº 1, sendo a área embebida de sangue de 3 cm de diâmetro. Cada amostra foi etiquetada com nome e número do registro do animal, data, setor e responsável pela coleta. Para o exame sorológico foi utilizada a reação de imunofluorescência indireta para detecção de anticorpos da classe IgG (IFI – IgG), conforme metodologia descrita por Camargo e Rebonato (1969). Para tanto, foram utilizados kits padronizados por Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Os exames foram realizados no laboratório regional – Instituto Adolfo Lutz (IAL) de Andradina. O título discriminante foi de 1/40,

casos de LVA canina por 100 cães, foram calculadas pela fórmula:

Nº total de casos de LVA canina presentes na população canina no início do intervalo

Taxa de Preva-lência =

___________________X 100

População total de cães expostos ao risco de LVA canina no início do intervalo

Nº total de casos novos de LVA por ano

Taxa de Preva-lência =

________________X 100.000

Incidên-cia

População total exposta

E o coeficiente de incidência humana, por 100.000 habitantes, foi calculado pela fórmula:

Para o cálculo, foi considerada, como população exposta no município, a estimativa de população segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004). Para a estimativa de população de cada área e setor, calculou-se, a partir do número de imóveis existentes no município, a média de indivíduos por imóvel, que foi de 2,6 habitantes/imóvel e, a partir do número de imóveis de cada setor, a população do setor. A população da área foi dada pelo somatório das populações dos setores. Os casos humanos foram obtidos no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), revisados pela vigilância epidemiológica da regional de saúde de Araçatuba (DIR VI), sendo considerados casos novos por ano

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Quando analisados os valores das taxas de prevalência canina por setor, verificou-se redução no período em todos os setores das duas áreas (Figuras 4 e 5), exceção aos setores 1 e 4 da área 2 (Figura 5), quando se observou um aumento dos valores das taxas da terceira para a quarta coleta, no entanto esta diferença não foi significativa (p>0,05).

Com relação aos casos humanos, a partir de 2001 observou-se um aumento do número de casos, chegando em 2002 a serem registrados 19 casos. Em 2003, com a intervenção por meio da utilização das coleiras, verificou-se uma pequena redução no número de casos e do coeficiente de incidência e, somente em 2004, uma redução importante do número de casos foi observada até o mês de outubro, registrando-se apenas 2 casos e incidência de 3,6 casos/100.000 habitantes (Figura 6).

Com relação ao número de coleiras repostas por quebra ou perda, verificou-se que, das 36.638 coleiras utilizadas, 1.796 foram utilizadas para reposição, observando-se a taxa de reposição para o período do estudo de 4,9%, conforme pode ser demonstrado na Tabela 1.

Quando comparadas as taxas de prevalência canina e os coeficientes de incidência humana por área por ano (Figuras 7 e 8), verificou-se a redução dos dois indicadores nas duas áreas, observando-se, na área 1, em abril/2004, valores de prevalência canina inferiores a 5%.

Figura 2Distribuição do número de cães existentes, positivos e taxa de prevalência canina de leishmaniose visceral americana por ano, Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 5Distribuição da taxa de prevalência canina de leishmaniose visceral americana por setores e período de avaliação, Área 2, Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 7Taxa de prevalência canina e coeficiente de incidência de leishmaniose visceral americana por ano, Área 1, Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 8Taxa de prevalência canina e coeficiente de incidência de leishmaniose visceral americana por ano, Área 2, Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 3Distribuição da taxa de prevalência canina de leishmaniose visceral americana por área e período de avaliação. Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 4Distribuição da taxa de prevalência canina de leishmaniose visceral americana por setores e período de avaliação, Área 1, Andradina–SP, 2002 – 2004

Figura 6Distribuição do número de casos de leishmaniose visceral canina e coeficientes de incidência por ano, Andradina–SP, 1999 a 2004

aqueles cuja data de início de sintoma se deu no ano em questão e confirmados por critérios clínicos e laboratoriais. Foram excluídos para o cálculo da incidência casos que se configuram como recidivas.

Análise estatística: as proporções foram comparadas pelo teste de qui-quadrado (χ2), corrigido pelo coeficiente de yates, quando indicado. Foram considerados resultados estatisticamente significantes o nível de significância de 5%.Para análise dos resultados foram utilizadas planilhas eletrônicas Excel (2000) e EPIINFO 6.04d (Dean e col., 1994). RESULTADOSNo período de outubro de 2002 a outubro de 2004, cinco avaliações foram realizadas, porém serão apresentados, neste trabalho, os dados até abril de 2004. Assim sendo, verificou-se, de outubro de 2002 a abril de 2004, redução da população canina do município, variando de 11.486 cães a 8.013 cães, e esta foi acompanhada de uma redução do número de cães soropositivos e da prevalência canina como pode ser observado na Figura 2. Essa redução foi observada nas duas áreas do município, com valores inferiores na área 1 (Figura 3).

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DISCUSSÃOOs resultados obtidos até o momento apontam para uma efetividade da utilização das coleiras impregnadas com deltametrina associada às demais medidas de controle, dado que a eliminação de cães soropositivos não foi interrompida; não foi possível afirmar que apenas a utilização da coleira levaria a uma redução da prevalência canina. Porém, ficou evidente, neste estudo, a associação entre os valores das taxas de prevalência canina e os coeficientes de incidência humana. Nas duas áreas observou-se redução dos dois indicadores, provavelmente pela redução da força de infecção entre os cães, o que implicaria uma menor chance de infecção do vetor, em razão da barreira imposta pelo uso constante da coleira, e consequente redução da incidência humana.Dados semelhantes dessa redução da força de infecção foram observados com relação à redução da incidência humana, quando programas de eliminação de cães foram implementados de forma sistemática. Um estudo clássico foi o realizado por Ashford e col. (1998), em Jacobina–BA. Estes autores concluíram que a eliminação da maioria dos cães soropositivos pode afetar a incidência cumulativa da soroconversão temporariamente, bem como diminuir a incidência de casos humanos. Recentemente, na avaliação das atividades do programa realizadas em Feira de Santana-BA (Oliveira e Araújo, 2003), verificou-se redução da prevalência canina e da incidência humana após cinco anos das ações de controle. Na análise do conjunto das variáveis operacionais, estes autores verificaram que o número de ciclos de inquéritos caninos levou a uma redução da incidência da LVA. No entanto, observaram aumento do coeficiente de incidência com a interrupção das atividades. Esses resultados nos levam a refletir sobre a necessidade de impor uma barreira entre a fonte de infecção e o vetor, o que parece ser factível a partir do uso das coleiras, como observado

com os resultados apresentados no município de Andradina.Estudos de campo conduzidos em outros países como Itália (Maroli e col., 2001) e Irã (Gavgani e col., 2002), bem como o estudo conduzido no Brasil (Lima e col., 2002, dados não publicados), mostraram resultados semelhantes ao observado em Andradina, com relação à redução da incidência humana. Esses estudos, porém, tiveram uma abordagem diferente da proposta neste trabalho, uma vez que compararam áreas com e sem a intervenção. Talvez por isso possam ser observadas diferenças em um ano após a intervenção, o que não pode ser verificado no estudo de Andradina.Observou-se redução dos valores da prevalência canina em relação aos valores iniciais em todos os setores. O aumento observado na segunda e terceira coletas pareceu refletir ainda a soroconversão tardia. Como já foi apontado por outros autores, métodos sorológicos, como a imunofluorescência, podem detectar anticorpos até oito meses depois da infecção (Quinnel e col., 1997). Além do mais, a IFI possui sensibilidade inferior quando comparada com as demais técnicas sorológicas (França-Silva, 1997; Garcez e col., 1996; Genaro, 1993; Braga e col., 1998; Moreno e col., 2002). Em estudo anterior realizado no município de Araçatuba (Camargo-Neves, 2004a), verificou-se que o período pré-patente pode variar em média de 4 a 5 meses, portanto os valores semelhantes da prevalência canina no primeiro ano em Andradina, a exemplo do que ocorreu em Araçatuba, pode refletir essa virada sorológica tardia, o que levou a um resultado mais evidente na redução das taxas de prevalência canina, a partir do segundo ano de acompanhamento.O número de cães que tiveram novas coleiras entre as avaliações, em razão de quebra ou perda, não parece ter sido o fator que explicaria estas diferenças entre os setores. Neste estudo, encontrou-se que 4,9% das coleiras tiveram de ser

AvaliaçãoNº deCães

Nº de Coleiras

Colocadas Repostas

Nº % Quebra Perda Total %

out/02 11.486 10.112 88,0 296 256 552 5,5

abr/03 9.409 9.772 103,9 134 464 592 6,1

out/03 8.013 7.837 97,8 28 52 80 1,0

abr/04 8.355 8.917 106,7 129 443 572 6,4

repostas, resultados semelhantes ao encontrado por Maroli e col. (1999). Porém, diferente dos resultados encontrados por Lima e col. (2002, dados não publicados), que relataram uma perda por quebra de 41% nos primeiros seis meses de avaliação, o que pode ser explicado pelas condições desse estudo, que foi realizado em zona peri-urbana, em que grande parte da população canina era parcialmente domiciliada; ao passo que em Andradina, o estudo foi conduzido em área urbana e os cães que participaram eram domiciliados.Outras análises ainda deverão ser realizadas para tentar explicar as diferenças entre áreas, entre os setores e entre as variáveis que poderiam explicar essas diferenças, tais como: a densidade de cão e classe socioeconômica da população de cada setor. Outra questão que também deverá ainda ser abordada refere-se ao porcentual de recusas para eliminação do cão soropositivo por setor do município, como também ao número de reações adversas, que implicaria a retirada da coleira do animal.Cabe lembrar que a implantação de um programa de controle da LVA, com a utilização ou não deste novo instrumento, requer estruturação do município e planejamento das ações. Atualmente, o maior problema que se apresenta nas áreas endêmicas é a descontinuidade das ações. Os resultados preliminares deste trabalho apontam para a utilização da coleira como mais um método a ser empregado no controle da LVA, apesar de ser uma medida comprovada para a proteção individual do animal (Killick-Kendrick e col., 1997; Lucientes, 1999; David e col., 2001), em saúde pública só faz sentido se aplicada de modo integral e, ao que parece, por tempo indeterminado. Não deve ser adotado de modo campanhista, pois requer abrangência na sua utilização, pela maioria dos cães de uma área, a fim de reduzir a força de infecção. Ainda não deve ser uma medida que substitua os inquéritos caninos ou o controle vetorial nas áreas de maior risco. Deve ser um programa com o envolvimento de outros setores da sociedade, participação comunitária e individual, e deverá estar associado a um programa de controle de população animal.

As referências bibliográficas podemser obtidas com a Intervet/Schering-Plough Animal Health.

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A Intervet/Schering-Plough Animal Health realizou nos dias 21 e 22 de outubro palestras na cidade de Cachoeiro do Itapemirim (ES). Em um dos eventos, direcionado aos lojistas,

houve a participação de 24 profissionais e foi promovida a linha pet. Já na ocasião direcionada aos veterinários, 20 deles conheceram mais sobre os produtos ZUBRIN® e ARTROGLYCAN®.

Tanto os lojistas quanto os Médicos Veterinários elogiaram os eventos, que ainda contaram com o sorteio de brindes e uma confraternização após a palestra.

A Campanha Promouragro, realizada pelo distribuidor Mouragro, de Leopoldina (MG), foi finalizada com uma grande festa no dia 13 de dezembro, comemorando também o aniversário de 30 anos da empresa. Para a ocasião, foram convidados clientes do Rio de Janeiro e da Zona da Mata de Minas Gerais, além de colaboradores e representantes de laboratórios. A campanha, que durou nove meses, distribuiu cupons que foram acumulados com as compras. Entre os brindes do sorteio, estavam TV LCD,

Palestras para lojistas e veterinários em Cachoeiro do Itapemirim

Distribuidor Mouragro sorteia carro para clientes

TV de plasma, notebook e também motocicleta. No entanto, durante a festa, foi feito um último sorteio e um dos clientes, Ana Paula, da loja Argus Pet

Fashion Produtos Veterinários, localizada no Rio de Janeiro, ganhou uma Fiorino. Tanto a campanha quanto a festa foram um sucesso!

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AMAVet

AMAPet

Consultório Teka’s Luciene e Dra. Liliane Rio de Janeiro (RJ) Macroview New Otoscope

Doctor Pet Clínica VeterináriaDra. Andrea e Dra. Adriana Florianópolis (SC) Desodorizador

Pet Shop e Clínica Dog Company Doraci e Dr. GustavoSão José do Rio Preto (SP)Colchonete Térmico

Pet Shop Arca de NoéDr. Paulo Chama Aparecida do Tabuado (MS) Secador

4 Patas Dr. Rodney da Silva Forestieri Sonora (MS)Geladeira

Só Sementes Produtos AgropecuáriosSra. Renata Salvador (BA)Bebedouro

Veterinária GuarapariDr. Fábio e Dr. LeandroGuarapari (ES)Vídeo Otoscópio

ClinvetDr. Alexandre PereiraItabira (MG)Aparelho de Anestesia Inalatória

Au Au Shopping Dr. Jocelim Rocha Salvador (BA)Termômetro Digital

Veterinária Valverde Dr. Leandro ValverdeRio de Janeiro (RJ)Micro-ondas

Clínica Veterinária Amigo FielDr. Roberto BarabasPalhoça (SC) Aparelho de Anestesia Volátil

Cons. Márcia Regina Lopes Dra. Márcia ReginaParacambi (RJ)Colchonete Térmico

Agro Pet Terrier Dilene Maria Zanoni São Francisco do Sul (SC)Bebedouro

Vira Late Pet Shop Dra. Tatiana Pedro Gomes (MS)MP4

Agroveterinária São João Sra. Elizabetti Mafra (SC) Multifuncional

Benjamim Campos Enoe Mandaguari (PR) Soprador

Clínica Veterinária e Pet Shop AraraLuis Felipe Florianópolis (SC) Multifuncional

Pet Shop Bicho de Luxo Ismael Silveira São Bento do Sul (SC) Bebedouro

Mundo Animal Waldiney Ruiz e Alessandra RuizSão José do Rio Preto (SP)Geladeira

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Países tropicais e subtropicais, como o Brasil, reúnem condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de

moscas e mosquitos veiculadores de doenças graves, tanto para os homens quanto para os animais, por isso o

controle desses insetos se tornou fundamental para a manutenção da saúde humana e animal.

Veja abaixo algumas dicas de como proteger a sua família e o seu animal de estimação desses males:• Inspeção constante da pelagem dos animais; • Uso de coleiras e inseticidas com ação repelente nos animais; • Uso de inseticidas com ação repelente nos animais; • Uso de inseticidas de efeito residual nas casas e nos arredores; • Uso de telas e mosquiteiros; • Mantenha os quintais limpos e livres de folhas, restos de frutos e água parada; • Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha sempre a lixeira bem fechada.

Controle de moscas e mosquitos

Dicas

Com os objetivos de aprimorar o conhecimento técnico, a habilidade em vendas, liderança e criatividade dos promotores dos parceiros distribuidores (PD), a Intervet/ Schering-Plough Animal Health realizou a Campanha “Direto ao Ponto”, de maio a outubro de 2008, divulgando a linha ZUBRIN® & ARTROGLYCAN®. Alexandre Matsui, da Londrivet

Distribuidora, localizada em Londrina, ficou em primeiro lugar e ganhou um notebook como prêmio. “Essa campanha fez com que aumentássemos as vendas da linha”, conta. Segundo Kátia Boeing Casagrande, da Realpet Distribuidora, de Santa Catarina, que ficou em segundo lugar e ganhou uma máquina fotográfica digital, essa foi uma oportunidade para incentivar os

próprios promotores a conquistar mais resultados. Já Thalita Lopes de Souza, da Distribuidora Fortvale, de Vinhedo (SP), ganhou um kit de palestras como reconhecimento pelo terceiro lugar. A promotora técnica ressalta que após a divulgação e o maior contato com Médicos Veterinários e lojistas, os produtos da linha ZUBRIN® & ARTROGLYCAN® tiveram maior destaque nas lojas e clínicas.

Promotores parceiros são premiados na Campanha Direto ao Ponto

Vitrine Pet

Alexandre Matsui - 1º lugar Kátia Boeing - 2º lugar Thalita Lopes - 3º lugar

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Parceria entre Fazenda Pitangueiras e Intervet/Schering-Plough Animal Health garante qualidade do gado

Assim como a cidade em que está localizada, em Bonito (MS), a Fazenda Pitangueiras é dona de uma natureza encantadora. Com aproximadamente nove mil hectares, os proprietários Wilson Pereira Teles e seu filho, o Médico Veterinário Paulo Teles, têm uma propriedade dedicada à pecuária de corte. Em entrevista, Paulo Teles contou a respeito do trabalho realizado recentemente pela equipe da Intervet/Schering-Plough Animal Health em parceria com os profissionais da Fazenda Pitangueiras.

Como começou a parceria entre a Fazenda Pitangueiras e a Intervet/Schering-Plough Animal Health? Compramos bezerros na cidade de Rio Verde do Pantanal (MS) para recriar. No entanto, o gado veio contaminado pelo verme Haemonchus e muitos animais morreram. Sabendo do ocorrido, a Intervet/Schering-Plough Animal Health entrou em contato conosco por meio de um dos seus profissionais, o Abeldes Rocha (Coordenador de Contas Chave), para solucionarmos o problema.

Que ações foram propostas pela empresa? Em conjunto com a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), funcionários da nossa Fazenda, como Marcel Teles (Gerente da propriedade), e a colaboração de profissionais como Olinton Monteiro, a Intervet/Schering-Plough Animal Health realizou coletas e exames em todo o rebanho. A partir

dos resultados, fizemos um calendário sanitário, que mostra o histórico do gado da chegada à Fazenda ao abate, garantindo a sanidade dos animais.

Que produtos foram utilizados nesse Programa?Os produtos utilizados foram o SOLUTION® 3,5% LA e o AVOTAN® LA, que se mostraram altamente eficazes no combate ao parasita.

Ao final desse Programa, que resultados foram obtidos? Na verdade, não houve um final. Com a ajuda dos profissionais da Intervet/Schering-Plough Animal Health conseguimos eliminar a infecção, pelo Haemonchus, no rebanho e há um controle frequente da saúde dos animais, para que o problema não volte a ocorrer. Este assunto foi, inclusive, tema do trabalho de conclusão de curso do Médico Veterinário Renato Sitorce.

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Coopavel desenvolve projeto de recuperação de nascentes A Unicoop (Universidade Coopavel), localizada em Cascavel (PR), buscou parceria para lançar, em setembro de 2004, um projeto denominado “Água Viva, Proteção e Conservação de Nascentes”. O trabalho abrange os associados de todas as 24 filias da cooperativa, que são incentivados a fazer a proteção de nascentes nas propriedades com o uso de uma mistura de solo e cimento, pedras e alguns pedaços de cano de PVC. “Esse projeto permite que os agricultores recuperem e preservem suas nascentes em boas condições por muitos anos”, afirma Augusto Antônio Putini, Gerente da Unicoop. Para desenvolver o projeto, os engenheiros agrônomos da Coopavel organizam os agricultores em grupos de trabalho, geralmente envolvendo vizinhos e familiares. As orientações sobre como recuperar e proteger as nascentes são repassadas pelo agricultor e hoje também instrutor Pedro Josino Diesel. “A idéia é que aqueles que aprendem a técnica auxiliem outros agricultores da comunidade”, explica o instrutor que tem no currículo mais de 2 mil nascentes protegidas na região oeste do estado e até mesmo no Paraguai. A proteção das nascentes evita a contaminação, além de melhorar até mesmo a vazão da água, inclusive em períodos de seca, e garantir um futuro melhor para as próximas gerações. A meta do projeto é ajudar cerca de 3,5 mil produtores associados a fazer a proteção das nascentes. Todo o material e o pagamento do instrutor são de responsabilidade da Unicoop (Universidade Coopavel), sendo que os agricultores contribuem apenas com a mão-de-obra.

Os resultados conquistados com o projeto:• Melhoria da qualidade de vida e da saúde das famílias de agricultores pelo consumo de água saudável;• Preservação dos recursos hídricos na zona rural;• Conscientização ambiental dos produtores rurais;• Valorização da propriedade rural;• Aumento da produtividade de aves, suínos e leite, uma vez que os animais sadios se alimentam melhor e apresentam maior conversão em carne, com mais qualidade.