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Visual Merchandising Confira dicas de vitrinismo para expandir as vendas e consolidar a identidade visual de sua marca 4 Revista da Indústria do Vestuário PEDIDO DE SALVAGUARDA INSTRUMENTO DE DEFESA DA ECONOMIA NACIONAL FRENTE ÀS IMPORTAÇÕES Out/Nov/Dez – 2012 ISSN 2316 2961 Dispositivos móveis revolucionaram comunicação mundial e podem beneficiar setor do vestuário ERA DIGITAL NA

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Publicação trimestral do Sindivestuário

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Visual

Merchandising

Confira dicas de vitrinismo

para expandir as vendas e

consolidar a identidade

visual de sua marca

4Revistada Indústriado Vestuário

PEDIDO DE SALVAGUARDA INSTRUMENTO DE DEFESA DA ECONOMIA NACIONAL FRENTE ÀS IMPORTAÇÕES

Out/Nov/Dez – 2012

ISSN

2316 2

961

Dispositivos móveis revolucionaram comunicação mundial e podem

beneficiar setor do vestuário

ERA DIGITALNA

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Matriz: Av. São Paulo, 125 - Jardim Tranquilidade - Guarulhos - SPTel: (11) 3787-3333 - www.sansei.com.br - blog: www.sansei.com.br/blogFiliais: Maringá: (44) 3023-7019 | Caruaru: (81) 3719-2374Blumenau: (47) 3222-6350

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Revista Vestir 3

Qual a importância, as técnicas, os principais segredos e cursos necessários para se aprender a compor vitrines

12 PRÓXIMA ESTAÇÃO

4 EDITORIALOs destaques da edição e do setor

5 PALAVRA DO PRESIDENTEDescompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem seus ministros e assessores

6 ENTREVISTAPresidente do Sinditêxtil-SP, Alfredo Bonduki, fala sobre principais temas do segmento, bem como as lutas atuais

20 CONJUNTURA

24 HISTÓRIA

Pedido de Salvaguarda como instrumento de defesa da economia nacional frente às importações

Três gerações da família Zaborowsky contribuíram para que a confecção de lingerie Marcyn obtivesse sucesso

28 ESPECIALMudança da base de cálculo da Contribuição Previdenciária (CPP) foi mal idealizada

29 NA REDENovidades mais relevantes da internet

30 CONTEXTORegime tributário do Simples,o qual, apesar de tudo, mostra-se cada vez mais caro

32 TRABALHOE JUSTIÇAA advogada do Sindicato, Maria Thereza Pugliesi, explica todos os detalhes sobre o contrato de estágio

34 FUXICO E AGENDAPrincipais notícias, lançamentos do segmento industrial e a programação dos próximos eventos do setor

10 POR DENTRO DO SINDICATONotícias e informesinstitucionais do Sindivestuário

Aplicativos de gestão em dispositivos móveis ajudam a reduzir custos, otimizar fluxo e garantir bom retorno para os negócios

16 CAPA: TECNOLOGIA

SUMÁRIO

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A TECNOLOGIAE OS NEGÓCIOS

A TECNOLOGIA e a inovação são temas recorrentes no meio empresarial. Estar atento às novas possibilidades e aos perfis de consumo da população são alguns dos desafios que permeiam a cabeça dos empresários de qualquer se-tor da economia. Seja a empresa de pe-queno, médio ou grande porte, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo.

Obviamente, o segmento do vestu-ário não está alheio a esse cenário e aproveita dessa ‘onda’ para criar apli-cativos, equipamentos e processos que facilitam a interação com usuários, par-ceiros e clientes e ainda ajudam a oti-mizar a gestão de recursos e custos. A reportagem de capa dessa edição traz importantes informações sobre o aper-feiçoamento das redes de comunicação e o papel que os smartphones, tablets

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e outros dispositivos móveis possuem nesse novo contexto histórico.

Confira também uma entrevista aberta com Alfredo Emílio Bonduki, pre-sidente do Sinditêxtil-SP. Nela, o em-presário comentou sobre a dificuldade que o mercado nacional enfrenta diante do asiático, inovações e pesquisas, ci-dades tipicamente conhecidas por seu potencial têxtil e outros assuntos rela-cionados à sua área de atuação.

Por fim, chegamos ao final do primei-ro ano de vida da Revista Vestir. Agra-decemos a todos os associados, leito-res e parceiros que apoiaram a criação desse veículo de informação sobre a in-dústria do vestuário e sua multiplicida-de de assuntos. Tenham um ótimo final de ano e que 2013 venha repleto de bons negócios.

ISSN 2316 2961 REVISTA VESTIR é uma publicação trimestral do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário). O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Sindivestuário. JORNALISTA RESPONSÁVEL Roberto Souza (Mtb 11.408) EDITOR-EXECUTIVO Fábio Berklian EDITOR-CHEFE Hélio Perazzolo

EDITOR DE ARTE Daniel Canton EDITOR Rodrigo Moraes SUBEDITORA Tatiana Piva REPORTAGEM Anderson Dias, Marina Panham e

Samantha Cerquetani PROJETO EDITORIAL Fábio Berklian PROJETO GRÁFICO Rogério Macadura/StartUP Comunicação PRODUÇÃO EDITORIAL

Priscila Hernandez DESIGNERS Felipe Santiago, Leonardo Fial e Luiz Fernando Almeida ESTAGIÁRIA DE ARTE Elaine Casseano CONTATO

COMERCIAL [email protected] CONSELHO EDITORIAL Haroldo Silva e Maria Thereza Pugliesi TIRAGEM 5.000 exemplares Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-5627 / 3875-6296 | [email protected] www.rspress.com.br

Como aplicativos e softwares podem beneficiar empresários do setor do vestuário

Diretorias - Triênio 2010 / 2013

Sindivest Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto Juvenil de São Paulo e RegiãoRonald Moris Masijah – Presidente; Stéfanos Anastassiadis – Vice-Presidente; Maurice Marcel Zelazny – Diretor-Secretário; Joseph Davidowicz – Suplente de Diretoria; Sidney Knobloch – Suplente de Diretoria; Oscar Dominguez – Suplente de Diretoria; Dorival Carlos Cecconello – Conselho Fiscal; Luiz Jaime; Zaborowsky – Conselho Fiscal; Haylton de Souza Farias Filho – Conselho Fiscal; Mario Perel – Suplente do Cons. Fiscal; Eliana Penna Moreira – Suplente do Cons. Fiscal; Juliana Saicali Dominguez – Suplente do Cons. Fiscal; Haroldo Silva, Diretor

Sindiroupas Sindicato da Indústria do Vestuário Masculino no Estado de São PauloHeitor Alves Filho – Presidente; Max Paul Cassius – Vice-Presidente; Carlos Ernesto Abdalla – Diretor Secretário; Heitor Alves Netto – Suplente de Diretoria; Wilson Ricci – Suplente de Diretoria; José Alberto Sarue – Suplente de Diretoria; Francesco D`Anello – Conselho Fiscal; Rubens Alberto Cohen – Conselho Fiscal; Renato André Cassius – Conselho Fiscal; Humberto Pascuini – Suplente de Conselho Fiscal; Osvaldo Zaguis – Suplente do Conselho Fiscal; Antonio Valter Trombeta – Suplente do Conselho Fiscal

Sindicamisas Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São PauloNelson Abbud João – Presidente; Antonio do Nascimento Dias Poças – Vice Presidente; Heitor Alves Netto – 1º Secretário; Adriana Dib Cury Silveira – 1ª Tesoureira; Ronaldo Ferratoni Alves – Conselho Fiscal; Déborah Abbud João – Conselho Fiscal; Rodney Abbud João – Conselho Fiscal; Roberto da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Vera Lúcia da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Wady João Cury – Suplente Conselho Fiscal

Rua Mario Amaral, nº 172, 2º andar, Paraíso - São Paulo-SP Tel.: 11 3889-2273

EDITORIAL

Selo FSC

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PALAVRA DO PRESIDENTE

‘MAIS IGUAIS QUE OUTROS’?

CAROS COLEGAS, sei que pos- so parecer muito crítico ao tratar de certos assuntos que tenho abordado nesse espaço, mas é impossível não falarmos a respeito de alguns pleitos que envolvem a luta árdua que temos travado em prol do setor do vestuário paulista e brasileiro.

Nessa edição quero tratar sobre o descompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem os ministros e assessores. Te-mos vivenciado vários exemplos no qual a presidente diz estar preocu-pada com a indústria nacional e sua sobrevivência, afinal esse é um setor que gera muitos empregos. Inclusive, alguns direcionamentos até tentam desonerar um ou outro setor mos-trando sinais positivos. Mas, por ou-tro lado, percebemos em reuniões do setor que ocorreram recentemente, e que contaram com a presença da classe política, que a conduta dessas pessoas é diferente do que a presi-dente “demonstra” pensar.

Outro exemplo é a medida tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de garantia de emprego para gestantes. Isso é normal e correto. Porém, foi julgada positiva a garan-tia de trabalho para uma pessoa que esteja em fase de experiência. Um exemplo prático: a empresa precisa de uma costureira, mas não pode exigir que ela faça o teste de gra-videz. Ela começa a trabalhar e já está gravida. Passa a executar o seu trabalho, mas o empresário percebe que ela não se encaixa no per fil que ele precisa e não serve para ser cos-tureira da sua fábrica. Mas como não podemos demiti-la, teremos de ficar com essa funcionária. Além disso, não poderemos contratar ninguém sem qualquer experiência,

Ronald MasijahPresidente do Sindicato do Vestuário (Sindivestuário)

pois toda contratação passa a ser algo efetivo.

Às vezes, temos a impressão que a presidente Dilma não está atenta aos fatos que ocorrem em seu Governo, em escalões onde acontecem ações práticas. Estamos preocupados e ten-tando buscar uma solução para au-mentar a competitividade da indústria brasileira do vestuário. Caso contrá-rio podemos perder muitos empregos com o fechamento de centenas e até milhares de confecções.

A maioria de nossos pleitos entre-gues ao Governo Federal, se ‘arrastam’ nos trâmites legais e ordinários, ou no mínimo, acontecem de maneira muito lenta — e isso parece que tem aconte-cido com os setores que mais empre-gam, como é o caso do vestuário.

Em relação ao pedido de salva-guarda (acompanhe matéria nessa edição), por exemplo, fizemos os estudos necessários, apresentamos para o Governo e somente agora é que começarão efetivamente os tra-balhos. No entanto, há outros setores que assim que dão entrada, o Governo Federal toma atitudes imediatas. Por que esse tratamento desigual?

Tudo indica que eles já deram por encerrada a questão da ajuda ao nos-so setor. A impressão é que o Governo quer salvar os setores que têm ‘maior chance de sobrevivência’. A sensação é que eles acham que “temos poucas chances”. Mas queremos declarar aqui que jamais vamos desistir.

A situação vivida hoje pelo setor têxtil e do vestuário nos faz lembrar do escritor George Orwell, em sua obra literária A Revolução dos Bichos, que diz: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. Será que essa máxima faz parte do pensamento do atual Governo?

O descompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem seus ministros e assessores

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6 Revista Vestir

ENTREVISTACONCORRÊNCIA

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Presidente do Sinditêxtil-SP acreditano potencial do Brasil no setor,mas pede desoneração para evitarmaior desaceleração

Por Anderson Dias | Fotos Sinditêxtil/Divulgação

O GIGANTE PRECISA

DESPERTAR

INTEGRAÇÃO, LUTA POR UMA TRIBUTAÇÃO MENOR e valorização dos produtos produzidos no Brasil. Esses são alguns dos precei-tos do presidente do Sinditêxtil-SP, Alfre-do Emílio Bonduki. Engajado no pedido de salvaguarda do setor, o dirigente re-cebeu a Revista Vestir na sede do sindi-cato para uma entrevista exclusiva.

Bonduki comentou sobre a dificulda-de com a concorrência desleal frente ao mercado asiático, inovações, pesqui-sa, cidades tipicamente conhecidas por seu potencial têxtil e outros assuntos relacionados à sua área de atuação. Confira a seguir:

Após tantos protestos e campanhas, o pedido de salvaguarda foi a última saída encontrada pelo setor têxtil para amenizar o problema da concorrência desleal com produtos asiáticos, princi-palmente os chineses?Alfredo Emílio Bonduki - A salvaguarda era a única saída que poderia resolver o problema de uma forma mais definitiva, apesar de ela ser temporária. Após apro-vada, ela teria duração de três ou quatro anos até que algum país conteste na Or-ganização Mundial do Comércio (OMC). Trata-se de um controle mais eficaz por-que ela pode ser implantada através de cotas, conforme nossa opção. A China detém a produção das matérias-primas, principalmente do sintético. Mas muito de sua produção do vestuário hoje é ter-ceirizada a países menores como Cam-

boja, Laos, Bangladesh e Vietnã. Então ficaria muito difícil utilizar outro tipo de mecanismo econômico e focar em ape-nas um país, pois a triangulação é muito rápida. Atualmente, dois terços das em-presas têxteis da Indonésia têm capital chinês, ou seja, é muito simples fazer desvio de comércio. Como o Brasil evita o confronto político e econômico com a China, a salvaguarda não seria voltada diretamente a esse ou aquele país.

Sobre prazos, há alguma informação e existe tendência de resposta positiva do governo brasileiro?

Bonduki - Desde dezembro do ano passado, o Ministério da Fazenda mos-trou-se favorável publicamente. Todos nós sabemos que as empresas brasi-leiras têxteis e de confecção concorrem não somente com organizações da Chi-na ou da Índia, mas sim com o estado chinês ou indiano. Devido à facilidade de geração de emprego, na Ásia esse setor é altamente subsidiado pelo go-verno. O Brasil também precisa ter uma política de Estado voltada para essas questões. Então, o ministro Guido Man-tega reconheceu isso e o setor têxtil foi beneficiado nas duas ações do Plano Brasil Maior, do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (iniciativa de desoneração que inclui uma série de posições a fim de evitar a desaceleração da economia brasilei-ra, como tem ocorrido em países desen-volvidos). Onde existia o foco maior era

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ENTREVISTACONCORRÊNCIA

exatamente no Ministério da Indústria e Comércio e no Itamarati, os quais não querem problema com a OMC. Esses foram os dois principais focos da ação da nossa entidade. Um longo trabalho e que contou com forte apoio do Sindi-vestuário. O governo deve se posicionar até novembro formalmente. Seria uma pena, um desperdício de tempo e di-nheiro isso ser negado.

Atualmente, quais são as lutas e os principais objetivos do Sinditêxtil-SP?Bonduki - Primeiramente, aproveito para lembrar que não agimos sozinhos. Temos tido um alinhamento muito gran-de com o Sindivestuário dentro da As-sociação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Uma união que historicamente não ocorria e tem ajudado muito. Con-seguimos desonerações importantes no estado de São Paulo e temos tentado uma extensão ao varejo para baratear o produto ao consumidor, comparado com outros que possuem isenção de impos-tos, como eletrônicos, por exemplo. Te-mos feito pleitos conjuntos com a Frente Parlamentar Estadual e a Federal para lutar por um regime tributário competiti-vo para a confecção como o Simples, um novo regime diferenciado. Além disso, também buscamos a desoneração da produção, seja via energia elétrica, custo

nem tão relevante na confecção, mas na indústria têxtil sim. Além de trabalhos de controle aduaneiro mais rigoroso. Agora fazemos um pleito de centrali-zação das importações em seis portos. Hoje, existem 232 pontos de entrada de mercadoria no Brasil, o que é absurdo e incontrolável. Outro trabalho importante é a ação do Instituto Nacional de Metro-logia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nos desembaraços aduaneiros.

A alta tributação brasileira é uma re-clamação de praticamente todos os setores. O senhor tem algum plano ou sugestão para que o País baixe essas taxas sem que haja uma queda abrup-ta nas receitas?Bonduki - Todas as vezes que houve di-minuição na alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), nunca a arrecadação caiu, pelo contrário, ela aumentou. Isso porque, quando o imposto é baixo, a população se sente menos tentada a subfaturar ou praticar atos ilícitos. Quanto menor o im-posto, maior a arrecadação, já que você alarga as bases de recolhimento. Essa é uma tendência moderna, e que no esta-do de São Paulo já é praticada. No Gover-no Federal, quando uma microempresa cresce e passa a ter um regime normal de tributação, essa instituição começa a

O BRASILEIRO PRECISA APRENDER

A OLHAR A ETIQUETA

ANTES DE OPTAR POR COMPRAR

O PRODUTO SIMPLESMENTE

MAIS BARATO

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pagar de 13%, que é o teto, até 35% em impostos. Isso impede que as empresas cresçam e os grandes magazines não queiram comprar de diversas microem-presas. Eles preferem buscar suas mer-cadorias em apenas um local, que possa abastecer suas 200, 300 lojas.

A Associação Brasileira do Varejo Têx-til (ABVTEX) já se mostrou contrária à salvaguarda. Eles alegam que o exces-so de importação ocorre pela falta de capacidade de produção no Brasil. Qual sua opinião sobre essas declarações?Bonduki - Não concordo. Apesar das dificuldades, o setor têxtil foi o segun-do maior tomador de recursos do Ban-co Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) nos últimos dez anos e investiu 15 bilhões de dólares no mesmo perío-do. Só em 2011, foram 2,5 bilhões em investimentos, fora construção civil, ou seja, estamos falando apenas de im-portação e compras financiadas pelo BNDES. Um setor com esses números não pode estar defasado ou ter deficiência de produção. Ele dá conta, tem tecnologia e é moderno porque investe. O varejo quer, na verdade, um lucro fácil. Para ele é mui-to mais barato e simples importar sua produção do que comprar no mercado interno, ter de desenvolver um produto e outros fatores. O varejista olha que lá fora o preço é mais baixo e não avalia os motivos gerais desses valores.

Como o senhor avalia a capacidade profissional e criativa do setor têxtil no Brasil?Bonduki - O País é o que mais tem esco-las têxteis no mundo. São mais de 110 centros de formação e captação, só no estado de São Paulo são 34. Temos tam-bém uma rede de ensino espalhada pelo interior. Se não estimularmos essa ca-pacitação, não teremos como aumentar a infraestrutura. Somos procurados por centros de pesquisa de todo o mundo, pois eles consideram que o Brasil ainda tem uma produção têxtil importante.

Algumas cidades brasileiras como Americana-SP, Cianorte-PR, Caruaru--PE e tantas outras têm por caracte-rística o mercado de vestuário. Esses locais podem sofrer economicamente

com o fator das importações e con-corrência desleal?Bonduki - A saída que esses centros en-contram para sobreviver é a informali-dade e aí começa o ciclo da pobreza. Se você for formal e não conseguir se manter antes de quebrar, você se torna informal. Por exemplo, em Toritama, no estado do Pernambuco, não existe formalidade ne-nhuma. Agora que se iniciou algum mo-vimento. Todos esses centros tinham por característica uma alta informalidade. É preciso ter um regime tributário que es-timule o crescimento deles, com mão de obra especializada. Já existe uma propa-ganda natural para que isso aconteça. Por exemplo, Americana já teve mais de 1 mil empresas têxteis e hoje tem apenas 400.

O senhor é a favor de campanhas que incentivem a compra de produtos na-cionais?Bonduki - Acho importante. O Brasil ainda engatinha nessa conscientização. As pessoas raramente olham para a eti-queta dos produtos que adquirem. Re-centemente estive em uma loja de grife em São Paulo e vi duas camisas sociais azuis à venda. Uma produzida no Brasil e outra do Vietnã. A nacional custava R$ 99 e a asiática, R$ 89. Comprei as duas para fazer um teste e após três lava-gens, a camisa do Vietnã já estava com a gola diferente da cor da camisa. São detalhes que o consumidor deveria ser avisado e só através de uma campanha é possível levar essa informação.

Qual a importância do investimento em pesquisa no setor têxtil e como está o nível brasileiro nesse quesito?Bonduki - Uma das palavras mais im-portantes para o desenvolvimento e ma-nutenção das marcas no mercado é ino-vação. Essa tendência do fast fashion mostra que a parte mais importante da produção de uma empresa está nos pro-dutos inovadores. Na área de vestuário temos muito desenvolvimento na área esportiva, mas no setor têxtil, em produ-tos hospitalares, uniformes, fardamento de exército, bombeiros, policiais e tan-tos outros há a exigência de muita tec-nologia e a legislação pede essa inova-ção. Com investimento, ainda há espaço de sobra para crescer e se destacar.

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POR DENTRO DO SINDICATOINSTITUCIONAL

O PRESIDENTE DO SINDI-VESTUÁRIO, Ronald Masijah, e os diretores executivos da entidade, Maria Thereza Pugliese e Haroldo Silva, participaram do Encontro Na-cional da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), no dia 6 de setembro, em São Paulo. O evento contou também com as presenças do ministro do Trabalho, Brizola Neto; do presidente da Con-federação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade; e do su-

REVISTAVESTIR E SINDICATO NAS REDES SOCIAIS

SINDIVESTUÁRIO PARTICIPA DE ENCONTRO NACIONAL DA CGBT

perintendente da Associação Brasi-leira de Indústria Têxtil e de Confec-ção (ABIT), Fernando Pimentel.

O encontro da CGTB teve como objetivo unir trabalhadores, em-presários e Governo Federal para, juntos, buscarem alternativas para melhorar a competitividade da in-dústria brasileira frente ao recuo de 2,1% na produção dos últimos 12 meses, a qual vem perdendo cada vez mais participação na eco-nomia do País.

O SINDIVESTUÁ- RIO e a Revista Vestir acompanham as tendências não só de negócios, empreendedorismo e moda, mas também aquelas que tornam a disseminação de conteúdo de qualida-de ainda maior. Por isso, a publicação e o sindicato também estão no Facebook e no Twitter. Aces-se: www.facebook.com/RevistaVestir, www.twitter.com/revistavestir, www.facebook.com/sin-divestuario.sindica-todamoda e twitter.com/sindivestuario e fique por dentro das últimas novidades do setor do vestuário, dicas inovadoras, datas importantes de feiras e eventos. Além disso, você tam-bém pode participar interagindo. Curta as páginas e os perfis e, vista essa ideia!

ALUNOS-EMPRESÁRIOS, em-preendedores, sócios e representan-tes da diretoria do Sindivestuário reuniram-se no dia 7 de novembro, na Escola SENAI Francisco Matarazzo, na região do Brás, para assistir palestra ministrada pelo professor Antonio Al-meida, sócio fundador da Eté Consul-toria e professor dos cursos de MBA em Marketing da FGV Management.

REPRESENTANTES DO SETOR ASSISTEM PALESTRA DE RENOMADO PROFESSOR

Com mais de 35 anos de know-how, o professor compartilhou suas experiên-cias de atuação em grandes multinacio-nais, como American Express e HSBC, e em empresas nacionais como a Edito-ra Abril. Nesses locais ele ocupou car-gos da área comercial locais, regionais e globais, e foi responsável por grandes estruturas de vendas, englobando dis-tribuição física e canais digitais.

Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, Haroldo Silva, diretor-executivo da instituição, Fernando Pimentel (ABIT) e Maria Thereza Pugliesi, advogada do Sindicato

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instituição maRca pResença namídia em 2012

Presidente durante entrevista para Globo

Fotos sindivestuário/divulgação

sede do sindivestuáRio,na capital, Recebe salade cRédito fiesprepresentAntes dA Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estiveram no dia 12 de setem-bro na sede do Sindivestuário, na capital, para atender os empresários do setor do vestuário com o projeto Sala de Crédito Fiesp. Um espaço que visa facilitar o acesso ao cré-dito com atendimento empresarial e apresentar as linhas de financiamento para cada necessidade do empresário.

Segundo seus idealizadores, o projeto tem por objeti-vo informar e facilitar o acesso ao crédito das pequenas e médias indústrias paulistas. Neste tipo de encontro é oferecido atendimento empresarial exclusivo para linhas de financiamento. Mais informações e agendamento de horário pelo telefone (11) 3549-4499.

AO lOngO desse AnO, o Sindi-vestuário foi notícia em diversos veícu- los da grande imprensa, e também em mídias especializadas no setor têxtil e vestuário brasileiro.

No segmento TV, o Sindicato foi fon-te de reportagens na Globo, Record, Globo News, Rede TV, Gazeta, Cultu-ra, Band News, CNT e SBT. Nos jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Diário de São Paulo, DCI, Brasil Econômico, Valor, O Globo (RJ), O Tem-po e Estado de Minas (MG), O Povo (PR), Zero Hora (RS), O Popular (GO), e outros. E ainda nas rádios CBN, BandNews e Jovem Pan.

O Sindicato comunica-se com o setor e com a sociedade também por meio das redes sociais (Facebook, Twitter) e recebe um elevado índice de visitas em seu site. Até o mês de setembro de 2012, os espaços ocupados pelo Sindi-vestuário, segundo dados obtidos junto às empresas de clipping eletrônico e impresso, Look Com e Leitor, se pagos fossem, estariam na ordem de R$ 2,5 milhões, devendo chegar ao final do ano por volta de R$ 3 milhões.

“O resultado de mídia, na verdade, é uma forma de prestarmos contas do tra-balho de defesa e valorização do setor de vestuário brasileiro à opinião pública e aos filiados dos Sindicatos”, resume o presidente Ronald Masijah.

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Composição de vitrines ajuda a criar identidadepara as empresas e ainda são ferramentas quepodem aumentar a venda dos produtos

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PRÓXIMA ESTAÇÃOTÉCNICA

VISUALMERCHANDISING

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Por Samantha Cerquetani | Fotos Shutterstock / Marília Malzoni e Roberto Liberato/Divulgação

José Oliveira Sam (Editora Senac), todo o es-paço com a proposta de mostrar um produto, marca ou serviço, com a intenção de venda, deve ser apresentado de maneira diferencia-da, respeitando as características e peculiari-dades do estabelecimento comercial.

O vitrinista precisa planejar cada detalhe e escolher entre a diversidade de volumes, formas, texturas, brilhos, cores, luzes, obje-tos cênicos e temas propostos, o que melhor convém para criação, elaboração e execução da exposição da vitrine. Além disso, esse pro-fissional responsável pela vitrine precisa se atentar para o público-alvo. É um trabalho que utiliza a linguagem artística, com cenogra-fia, decoração e design para expor de forma atraente os produtos, e assim vendê-los com maior facilidade. “Se o produto estiver expos-to em um belo cenário, que chame a atenção das pessoas, ele venderá mais, e também pro-vocará a compra por impulso”, explica Marília.

Questão de planejamentoAntes de pensar na vitrine, o lojista deve

avaliar se o ponto de venda é um local in-teressante para a comunicação. O espaço deve ser tridimensional, podendo envolver o consumidor tanto na parte visual, quanto na tátil e na auditiva. Em seguida, deve ser analisado o estilo do estabelecimento, pois este deve espelhar o que a loja ou marca pretende passar para os que a observam. A fachada, o mobiliário, as cores, os materiais devem seguir um único estilo.

Outro fator importante são os manequins, que servem como excelentes “vendedores”, pois as roupas representadas em um “corpo” vendem bem mais do que as dobradas sobre

A vitRine é o PRiMeiRo ContAto que o consumidor tem com a loja. Sendo assim, ela serve como um convite para que ele entre, conheça o seu interior, tenha interesse em ver os produtos e, em seguida, possa comprá-los. Atualmente, o termo usado para designar o trabalho de exposição de produtos feito nos pontos de vendas, que inclui as vitrines e o interior, é conhecido como visual merchandising. De acordo com Marília Malzoni, designer de produção e professora do curso de design da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), o trabalho de exposição de produtos surgiu com a Revolução Industrial, o excesso de produção, o comércio de luxo e a concorrência. “Hoje as marcas se tornaram muito parecidas, e uma das técnicas utilizadas para a diferenciação é o design, que por meio da criação procura ori-ginar um relacionamento com o consumidor”, diz.

O vitrinismo nada mais é do que a exposição de produtos soma-da aos aspectos estéticos, artísticos e técnicos para que ocorra a aproximação entre o produto e o consumidor. Segundo o livro Vitrina –Veículos de Comunicação e Venda, dos autores Fátima Lourenço e

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PRÓXIMA ESTAÇÃOTÉCNICA

Dicas simples podem fazer com que o consumidorse sinta confortável no local e garantem oretorno ao estabelecimento:

Se atente para as cores e iluminação do local; Utilize música ambiente e aroma diferenciado; Estimule o paladar com cafés, chá, água e petiscos; Os espaços devem ser planejados e ambientados para criar circulação ampla e confortável; Os produtos devem estar sempre à mão, estimulando o toque; Personalize os produtos e serviços (tente fugir da massificação); Mantenha o cliente o maior tempo possível na loja; Valorize o bom atendimento ao cliente; Estimule o consumo pela emoção e não pela razão.Fonte Livro – Vitrina – Veículo de Comunicação e Venda (Editora Senac)

COMO FAZER O CLIENTE RETORNAR À LOJA

com um painel fotográfico. É necessário sempre ter em mente os objetivos da vitri-ne, tais como: atrair e mostrar o produto ou marca, criar e estabelecer a identidade do consumidor com determinado produ-to, promover a venda e informar sobre lançamentos, tendências e promoções.

O interior do estabelecimento tam-bém precisa ser planejado e o espaço bem aproveitado. Para Marília, a distri-buição das cores das roupas nas araras e sistemas expositivos é muito importan-te para dar um ar organizado e de fácil leitura visual. A especialista relata que para que se tenha uma vitrine produti-va é preciso planejamento. “É necessá-rio um profissional capacitado que possa fazer um projeto, desenhe a vitrine e as exposições internas, para depois produzi--la. O vitrinista precisa ter conhecimentos de arte, desenho, execução de móveis e elementos cenográficos”, explica.

Composição das vitrinesAlguns itens na hora de compor as

vitrines podem chamar a atenção dos consumidores e aumentar as vendas. Elas devem proporcionar ao observador a sensação de harmonia e equilíbrio. O pro-duto que precisa ser evidenciado deve ser colocado em primeiro plano, no centro da vitrine para ganhar ênfase e destaque. A simetria da composição dos produtos re-presenta a estrutura delas e ocorre quan-do há compatibilidade e semelhança na cor, na forma ou gênero dos elementos.

O comércio pode se utilizar de diver-sos recursos para estimular o consumo. Um deles são as datas comemorativas que podem ser representadas nas vitri-nes. Épocas como o Dia das Mães ou dos Pais, Dia dos Namorados, Natal e Páscoa são momentos nos quais ocorrem maio-res compras e investimentos nas vitri-nes. A decoração utilizada deve desper-tar emoções com simbolismo e mexer com os sentimentos dos consumidores.

De acordo com Marília, o impacto da vitrine acontece nas duas primeiras se-manas, mas é comum que elas perma-neçam montadas por até um mês, com roupas e acessórios sendo trocados se-manalmente. Já em lojas pequenas e de bairros, recomenda-se trocar de merca-doria diariamente, uma vez que o público local passa por ela com frequência.

expositores. “A escolha também deve se basear no estilo, por exemplo: moda jo-vem pede manequins com cabeça estili-zada, moda tradicional pede manequins hiperrealistas. Moda sofisticada reque-rem manequins sem cabeça e roupas in-fantis ficam melhores com manequins de tecido articulados”, expõe a especialista. Ela ressalta que os manequins precisam estar em ótimo estado e se tiverem peru-cas, precisam ser da mesma cor para não chamar mais atenção do que o produto. Além disso, podem ter acessórios como sapatos, bolsas e bijuterias.

A vitrine pode ser trabalhada cenogra-ficamente, contando uma história, por meio de um cenário ou ser expositiva, onde os produtos são mostrados nos ma-nequins e expositores, coordenados por cores, com uma composição particular ou

O VITRINISMO NADA MAIS É DO QUE AEXPOSIÇÃO DE PRODUTOS SOMADA AOSASPECTOS ESTÉTICOS, ARTÍSTICOS E TÉCNICOS PARA QUE OCORRA A APROXIMAÇÃO ENTRE O PRODUTO E O CONSUMIDOR

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CAPATECNOLOGIA

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MÓVEL

Por Marina Panham / Fotos Shutterstock

Aplicativos de gestão em dispositivos móveis podem reduzir custos, otimizar

o de informa es e arantir bom retorno para os negócios

UTILIZADO PARA REALIZAR transferência remota de documentos por meio de rede telefônica, o fax era a principal tecnologia das telecomunica-ções até o século 20. Mas, a partir dos anos 2000, o aparelho deixou de ser fundamental com o advento da internet. Desde então, as redes de comunicação têm se aperfeiçoado e sinalizam uma nova tendência: smartphones, tablets e outros dispositivos móveis.

Para comprovar a afirmação, levanta-mento da International Data Corporation (IDC) revelou que mais de 27 milhões de celulares foram vendidos no Brasil duran-te o primeiro semestre de 2012. Desse total, 6,8 são smartphones e 20,5 mi-lhões featuring phones – celulares que, apesar de possuírem todas as funciona-lidades básicas e acesso à internet, não possuem sistema operacional. Já o mer-cado de tablets comercializou, apenas no segundo trimestre de 2012, 606 mil uni-dades no País. No mesmo período, a Ibo-pe Nielsen Online apontou que o núme-ro de brasileiros com acesso à internet atingiu o recorde de 83,4 milhões. Frente a esses dados, as indústrias de todos os segmentos, inclusive a de vestuário, de-

vem estar atentas às novas tecnologias que podem beneficiar os seus negócios.

A partir de sistemas como Enterprise Resource Planning (ERP) e Product Lifecycle Management (PLM), a empresa Millenium Network desenvolve softwares para indústria e o varejo do segmento de vestuário. Os sistemas visam atender a demanda pela otimização de processos com melhor relação custo-benefício e alta eficiência em termos de recursos, tecnologia e resultados, seguindo o con-ceito Fashion Business Solutions. “Temos soluções para todo tipo de clientes nes-se segmento e os softwares são imple-mentados de acordo com cada tipo de negócio”, explica o diretor comercial da Millenium Network, Rodrigo Motono.

Empregado por diversos segmentos industriais para gerir o ciclo de vida de novos produtos, o PLM foi adaptado à indústria do vestuário pela Millenium Business. O Millenium Fashion PLM é uma ferramenta de criação, comuni-cação e colaboração via web, que foca a gestão do ciclo de vida do produto, desde sua pré-concepção, inspiração/tema, combinação, cores, tecidos, avia-mentos, design, desenvolvimento, protó-

TENDÊNCIA

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CAPATECNOLOGIA

tipo, produção, preços e até distribuição e vendas. O PLM pode unificar e orga-nizar o detalhamento de um produto, gerenciando custos e acompanhando as fases com informações compartilha-das. Além disso, o sistema de comuni-cação integrada pode substituir outras ferramentas que atrasam e dificultam o compartilhamento de informações sobre o ciclo de vida do produto, como planilhas do Excel e emails. Como a criação de um produto envolve várias pessoas, Motono observa que a utiliza-ção dessas ferramentas pode prejudicar o processo, tornando-o confuso.

O Millenium Business e o Millenium Basic são os principais softwares desen-volvidos pela Millenium Network para o segmento. Solução de baixo custo para atender pequenas empresas do setor de vestuário, acessórios, calçados e presentes, o Basic inclui processos de produção, venda atacado de pronta en-trega, venda atacado com pedido e ven-da varejo. Já o Business abrange todas as etapas do processo produtivo, admi-nistrativo e comercial das empresas de grande e médio porte de vestuário e de-coração, e pode ser integrado a outros serviços fornecidos pela empresa que oferecem maior mobilidade ao setor como o Millenium Mobile.

Utilizado principalmente para a au-tomação da força de vendas, o aplicati-vo de gestão oferece um catálogo ele-trônico da confecção e emissão online de pedidos por meio de dispositivos móveis com plataforma operacional Android. Sincronizado a outro software, o aplicativo acessa o banco de dados do sistema e facilita o lançamento de pedidos, tanto online quanto offline. Mesmo que o dispositivo esteja sem conexão com a internet, quando encon-tra “sinal”, envia as informações ime-diatamente ao seu ERP. Motono conta que antigamente os pedidos eram en-viados via fax e, a emissão online por meio do Mobile, otimiza tempo e reduz erros na captação de pedidos.

Já o Millenium App Fashion, possi-bilita que a confecção crie seu próprio aplicativo personalizado com maior ra-pidez e menor custo junto à App Store – loja online de aplicativos da Apple para iPad, iPhone e iPod touch.

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ESTOQUE VIRTUAL DE MATÉRIAS-PRIMAS

O primeiro estoque virtual de maté-rias-primas do mercado (www.alllingerie.com.br/allbusiness) permite que os empresários do segmento de confec-ção e vestuário comprem e vendam excedentes. O All Business transfor-ma a matéria-prima parada em capi-tal de giro e oferece possibilidade de compra com preços com, no mínimo, 20% de desconto. “A viabilização e o aproveitamento de todos os exce-dentes oferece a possibilidade de as confecções terem margens de lucro maiores nos seus processos”, enfatiza o gestor do All Business, Maurício Mi-lhomens. Segundo ele, as confecções cadastradas podem fazer anúncios de todos os seus excedentes de estoque, sem custo algum. “Todos os produtos cadastrados vão para um grande gal-pão virtual do portal All Business.”

Milhomens explica que no mo-mento em que um comprador se interessa pelo produto, ele pode fazer uma consulta para confir-mar a disponibilidade. Assim que validada, o comprador é comu-nicado e deve pagar uma taxa de serviço para ter acesso aos dados do vendedor. Atualmen-te, analisa Milhomens, o gran-

de problema das confecções é encontrar excedentes de ma-

téria-prima. Como o mercado está cada dia mais compe-titivo, muitas vezes o lucro da confecção acaba ficando nos excedentes e, se a con-fecção consegue colocar isso de volta no mercado, a

mesma terá capital novo para adquirir matérias-pri-mas novas, fazendo todo

o segmento girar de uma forma mais saudável.

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Tecnologia que gera resultadoDuplicar a produção de fantasias de

45 mil peças para 80 mil/mês foi um dos resultados obtidos pela Sulame-ricana Fantasias após adquirir o ERP Millenium Business em 2005. O siste-ma integrou todos os processos da mar-ca, desde transações fiscais, gestão lo-gística e de produto, até relacionamento com os parceiros.

Para o diretor geral da empresa, Kiko Smitas, o sistema proporcionou visão am-pla do negócio e possibilitou que a marca identificasse, com precisão, onde investir com maior chance de retorno, visando o crescimento constante. Atualmente, a Sulamericana Fantasias tem mais de 2 mil produtos comercializados e chega a produzir um milhão de fantasias anual-mente no Brasil e na Argentina.

Por meio de um sistema de gerencia-mento de conteúdo simples e ágil, o App Fashion oferece vitrine digital, e-commer-ce, canal de diálogo com clientes e esta-tísticas de acesso em tempo real. Mas além de beneficiar a indústria e o varejo, a oferta de aplicativos de moda e vestu-ário em smartphones e tablets se esten-de ao consumidor final. O Stylebook, por exemplo, é um arquivo virtual das roupas e acessórios do usuário, que o ajuda a organizar o guarda-roupa e até a fazer as malas para uma viagem. No mesmo modelo de arquivo virtual de roupas, o iPhone Cloth ajuda o usuário a escolher o ‘modelito’ diário de acordo com o cli-ma da região. Além de diversos aplica-tivos de fotografia como o Snapette e o ashionfreax, e de informações, como o Trendstop, WhoWhatWear e Style.com.

Aplicativo personalizado de cliente da Millenium Network

Fotos Shutterstock / All Lingerie/Reprodução / Millenium Network/Divulgação

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CONJUNTURACOMBATE

Sem condições de concorrer com o mercado chinês, empresas nacionais aguardam decisão federal após ação organizada pela ABIT

ção. Os países terão até 40 dias para apresentar suas defesas e após essa fase, devem ser realizadas algumas audiências. Se aprovada, a salvaguar-da deve ter duração de até dois anos, já que as nações que se sentirem pre-judicadas podem contestar o governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O momento complicado para o se-tor é confirmado pelo presidente do Sindivestuário, Ronald Moris Masijah. “A carga tributária no Brasil integra, em média, 42% de cada produto. Na China, essa carga é um décimo da nossa, sem contar os encargos traba-lhistas, já que aqui, um funcionário recebe R$ 100 e a empresa paga R$ 270, despesa que, entre os chineses, também é muito menor”, explicou.

Essa realidade tão distante entre os dois países faz com que todos os pro-dutos, antes mesmo de entrarem na li-nha de produção, sejam essencialmente mais baratos na China e outras nações asiáticas. “Não conseguimos competir, não há nenhuma chance para nós com as atuais condições. Precisamos dimi-nuir a carga tributária. Perder o setor

A CONCORRÊNCIA DESLEAL ENTRE produtos asiáticos (princi-palmente chineses) e brasileiros afeta a indústria nacional nos mais variados se-tores. Um dos mais atingidos é o vestu-ário. Para tentar combater essa situação, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), em conjunto com diversas entidades da área, inclusive o Sindivestuário, entrou com um pedido de salvaguarda junto ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no último mês de agosto para tentar mudar esse cenário.

A salvaguarda é um instrumento de defesa da economia nacional, utilizado quando determinado segmento se sen-te prejudicado por importações, com graves prejuízos à sua produção. A ABIT, quando entrou com o pedido, alegou que, por conta da crise internacional e grande oferta de produtos no mercado, houve aumento de 240% na importação de vestuário entre 2007 e 2011, com alto prejuízo confirmado por 35 confec-ções espalhadas pelo Brasil.

O Decom deve se posicionar em bre-ve sobre abrir ou não uma investiga-

SALVAGUARDA SETORNA ‘ÚLTIMA SAÍDA’ DO SETOR NO BRASIL

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Por Anderson dias | Foto Shutterstock / rS Press/divulgação

seria dispensar cerca de 8 milhões de trabalhadores diretos e indiretos”, ad-vertiu o presidente.

Carga tributáriaNas atuais circunstâncias do mer-

cado, o presidente Masijah diz que o “medo” do Governo Federal em diminuir a carga tributária para evitar perda de receita é um erro. “Temos mostrado, que, por exemplo, no estado de São Paulo, quando se corta o ICMS (Impos-to Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), a arrecadação aumenta”, explicou.

Ainda no campo dos impostos, o presidente do Sindivestuário diz que o Brasil já perde dinheiro de arreca-dação com os números atuais. “Mui-to imposto começou a ir para o ‘es-paço’. Cada vez mais pessoas têm ido a Miami (nos Estados Unidos),

por exemplo, para comprar peças de vestuário sem pagar nada de impos-to. Isso remete a 60% do que se im-porta oficialmente em perda, peças que entram no Brasil todos os dias sem pagar um centavo”, contou.

Aliado à salvaguarda, a Abit fez tam-bém um pedido de desoneração do se-tor, algo nos moldes do Simples para to-das as empresas de confecção do País. Vale lembrar que essa área é a que mais emprega no setor têxtil e vestuá-rio. “Muitas empresas que eram gran-des se pulverizaram em próprias ou até de terceiros, para entrar neste regime e pagar menos impostos. A ideia é de que todas essas corporações se unissem novamente com uma taxa máxima de 12% frente aos 42% que hoje, qualquer organização paga quando deixa o status de pequena empresa”, disse o presiden-te Ronald Masijah.

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CONJUNTURACOMBATE

OtimismoResponsável por entregar a solicita-

ção ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Abit, por meio de seu presidente, Aguinaldo Diniz Filho, demonstrou oti-mismo com uma resposta positiva do Governo Federal.

Em nota publicada pela instituição, Diniz Filho exalta o estudo e as solici-tações dentro do que foi especificado pelo próprio MDIC para envio da solici-tação de salvaguarda. “Temos certeza que nosso processo é concreto, foi mui-to bem substanciado, cumpre item por item das regras da OMC e prova real sur-to de importações e consequente prejuí-zo à nossa indústria”, afirmou.

Nem mesmo possíveis investimentos do Governo Federal no setor seriam ca-pazes de amenizar o problema. Essa é a opinião do presidente da Abit, que refor-ça a importância de um sistema de de-fesa mais abrangente. “O mundo inteiro assiste a esse cenário e tem buscado proteção. Nós também não podemos fi-car de braços cruzados. Lutaremos até o fim, pois temos 1,5 milhão de trabalha-dores do nosso lado. Temos obrigação de manter esses empregos em nosso País”, frisou.

Campanha nacionalOs consumidores podem ajudar a di-

minuir o problema? Apesar de este ser um mercado gigantesco, que surfa na casa dos bilhões de reais anualmente, quem consome produtos, principalmen-te do vestuário (inclusive entre os 60 ci-tados no pedido de salvaguarda), pode sim ajudar a diminuir a quilométrica vantagem chinesa.

Mas quantos param para olhar a ori-gem de um produto antes de comprá--lo? Assumidamente consumista por roupas, a estudante de Publicidade e Propaganda Luana Gueiros, de 22 anos, moradora de Diadema, na Grande São Paulo, admite passar despercebida so-bre esse fator. “No ato da compra nunca priorizo a marca e tampouco me apego ao local de fabricação da peça. O que me induz à compra é gostar ou não da-quele produto, é claro que o preço pesa e muito, até porque sou uma universitá-ria”, admite a garota, que chega a gas-tar R$ 500 por mês com vestuário.

Para o presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, a conscientização dos brasileiros é importante, mas, de fato, o preço é a primeira preocupação dos con-sumidores. “Já fizemos uma campanha em 2008 chamada Bom, Bonito e Bara-to, onde o argumento mais forte era de que se os produtos nacionais não fossem comercializados, nem mesmo as peças chinesas poderiam ser compradas, já que nós mesmos estaríamos desempre-gados. Nem a diferença significativa de qualidade entre produtos nacionais e es-trangeiros tem sensibilizado os compra-dores”, concluiu o dirigente.

A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

INTEGRA, EM MÉDIA, 42% DE CADA

PRODUTO. NA CHINA, ESSA CARGA É

UM DÉCIMO DA NOSSA

Ronald Moris Masijah, presidente

do Sindivestuário, comenta

momento complicado para o setor

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HISTÓRIAALFAIATE

PARA PAI PARA PAI PARA PAIDE FILHO

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Por Marina Panham | Fotos Shutterstock / Marcyn/Divulgação / Arquivo Mauro Eli Zaborowsky

Sucesso da confecção de lingerie Marcyn é decorrente do trabalho conjunto de três gerações da família Zaborowsky

NO DIA A DIA, pais incentivam seus filhos a dar os primeiros passos, a andar de bicicleta, a estudar e, mais tarde, a trabalhar. Mas, como para toda regra sempre há uma exceção, com o pai Luiz Jayme Zaborowsky e o filho Mauro Eli Zaborowsky, a situação se inverteu. Aos 45 anos, após enfrentar entraves em seus negócios, Luiz Jayme decidiu interromper as atividades como empresário do setor. Porém, seu filho não o deixou desistir. Munido de vas-ta experiência no mercado de lingerie, onde operava há anos com vendas em uma grande empresa multinacional, Mauro Eli o incentivou a ingressar em um novo empreendimento.

Em 1983, após venderem alguns imóveis, a família Zaborowsky comprou uma pequena confecção de lingerie do bairro do Imirim, situado na zona norte da cidade de São Paulo, que se encon-trava à beira da falência. A acanhada fábrica era a Marcyn, nome oriundo da junção dos nomes das filhas da anti-ga proprietária: Márcia e Cynthia. ”Foi uma fase muito difícil, pois meu pai deixou uma empresa com mais de 600 funcionários, da qual era sócio há 20 anos, para começar um novo negócio, com apenas 18 colaboradores”, revela Mauro Eli.

Além de vocação, ele conta que o inte-resse pelo segmento do vestuário, mais especificamente pelo ramo de lingerie, é uma tradição familiar vinda de seu avô e de seu pai. “Como sempre gostei de ven-das, me envolvi nesse mercado.”

Luiz Jayme enfatiza que não exis-tem entraves em se trabalhar em uma empresa familiar como a Marcyn, pelo contrário, ele declara que por lá há mui-ta alegria. E ainda enaltece que o inte-resse de seu neto, Marcos Zaborowsky, pelo segmento aconteceu naturalmen-te. Mauro Eli conta que seu filho co-meçou a trabalhar cedo, motivado pelo negócio da família, e apaixonou-se pelo segmento de lingerie. “O interesse por esse ramo foi um processo natural, tan-to comigo quanto com meu filho. Hoje somos três gerações e sócios.”

Além de Luiz Jayme, Mauro Eli e Mar-cos, as mulheres da família Zaborowsky também contribuíram para o sucesso da Marcyn. “Minha esposa, Lia Zaboro-wsky, se dedica à empresa há mais de 22 anos e a minha mãe, Sara Zaboro-wsky, também”, diz Mauro Eli. Para ele, o principal ponto positivo de se trabalhar em família é poder construir algo sóli-do juntos, mas reconhece que, às vezes, problemas que deveriam se restringir ao escritório, são levados para casa. O re-presentante da segunda geração da fa-mília Zaborowsky elucida que considera a Marcyn uma empresa familiar, porém com características muito profissionais. “A confecção é totalmente dirigida por profissionais, com executivos em cada área de atuação.”

Há mais de 50 anos no segmento do vestuário – 30 só à frente da Marcyn, Luiz Jayme declara que o ramo de lin-gerie é apaixonante, mas lamenta que a concorrência asiática tenha compro-

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HISTÓRIALINGERIE

metido o mercado nacional. “Esse seg-mento era ótimo para se trabalhar há 10 anos, mas essa concorrência desleal tem afetado os negócios nesse ramo.”

Na opinião de Mauro Eli, o industrial de hoje deve ter muita raça, pois compe-tir com países industriais que não têm o custo Brasil é difícil. Ele explica que as indústrias de lingerie de hoje não conse-guem vender para as grandes organiza-ções que se abastecem na China. “So-mos obrigados a focar 100% no varejista e este, tem dificuldade de enfrentar o po-derio de importação das organizações.” Segundo Mauro Eli, ou teremos marcas fortes e o custo Brasil diminuirá ou sere-mos como os Estados Unidos: um país de serviços e zero industrial. “Praticamente todo produto industrializado nos Estados Unidos é importado”, comenta ele. “Isso gera o fim das fábricas, aumento de de-

semprego e presidente com risco de não se eleger.”

Entretanto, mesmo com as adver-sidades mencionadas, a Marcyn está presente em mais de 20 países e conta com a colaboração de 600 funcionários na confecção de lingerie básica, fashion, teen (a empresa é líder no mercado de lingerie teen com a marca Capricho), lingerie de benefícios, lingerie shape wear e o diferencial da coleção Ana Hi-ckmann. Além das cinco coleções de moda praia: Vacanze, básica; Ana Hick-mann Marcyn Praia, fashion; Marcyn Ca-pricho, teen; moda praia de benefícios por Janaina Crescente; e a grife Poko Pano. Mauro Eli enfatiza que a filosofia da empresa é atender o cliente varejista como um todo. “Somos os únicos que podemos atender o cliente de lingerie em um leque muito diversificado.”

1 e 2- Filial da

Marcyn em Campo

Grande (MS); 3- Luiz

Jayme Zaborowsky

e sua esposa, Sara

Zaborowsky, que

também atua na

Marcyn; 4 - Ana

Hickmann e esposa de

Mauro Eli Zaborowsky,

Lia Zaborowsky

1 2

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ARTIGOESPECIAL

ALTERNATIVA JUDICIAL

A MUDANÇA DA BASE DE CÁLCULO da Contribuição Previden-ciária (CPP) que passou da incidência sobre a folha de pagamentos para inci-dência sobre a receita bruta foi tão mal idealizada, estruturada e implementada que vem gerando confusão na sua ado-ção e prejuízo para muitas empresas.

Matéria divulgada no jornal Folha de São Paulo, de 12 de outubro de 2012, página B1, confirma isso. Empresas no Simples, por exemplo, no ramo de confecções, se enquadradas no Sim-ples Nacional recolhem de 2,75% a 4,6%. Uma empresa de grande porte, do mesmo ramo, que, em razão de seu faturamento não está enquadrada no Simples recolhe 1%. Essa aberração foi notada pelo economista José Roberto Afonso, especialista em contas públi-cas e assessor técnico do Senado.

Segundo a matéria, para o assessor técnico do Senado, a distorção foi pro-vocada por uma medida pontual (de-soneração para setores eleitos) para resolver um problema maior: o pesa-do emaranhado tributário que retira a competitividade das empresas.

“O sistema fica demasiado torto, cheio de remendos, e o arremedo pode sair pior que o soneto. Adota-se um re-médio com boas intenções, mas não se conhece o seu efeito colateral”, diz Afonso.

É verdade que o sistema foi cons-truído sem nenhuma organização, método, sistematização, visão de con-junto. Veja-se: tudo começou com a Medida Provisória (MP) n° 540/2011 (02/08/2011), convertida na Lei n° 12546/2011 (14/12/2011), com vigência a partir de 01/12/2011.

Na sequência veio a MP n° 563/2012 (03/04/2012) convertida na Lei n° 12715/2012 (17/09/2012). Quan-do o Executivo resolveu regulamentar a aplicação dessa nova legislação — já que o mundo inteiro tinha dúvidas sobre sua aplicação —, regulamentou por meio do Decreto n° 7828 (16/10/2012) a Lei n° 12546. Entretanto, alguns dias após a Lei n° 12546 que já tinha sido alterada pela Lei n° 12715, foi novamente altera-da pela MP n° 582 (20/09/2012).

O Decreto n° 7828 está atualiza-do? Essa é uma das dúvidas! E só tem um modo de responder a isto: anali-sando se suas disposições cobrem as alterações promovidas pela Lei n° 12715/2012 e MP n° 582/2012.

De todo modo, o que interessa en-fatizar é que as empresas que foram prejudicadas devem buscar seu direito no Judiciário já que se o Plano Brasil Maior veio, dentre outras coisas, deso-nerar a folha de salários, não faz sen-tido que algumas empresas custeiem o benefício que outras, conforme de-monstrado, estão usufruindo.

Conforme nossa constatação em ca-sos concretos sob nossa responsabili-dade profissional, o aumento do custo tributário é em alguns casos bastante elevado. Chegamos a constatar casos de acréscimo no custo tributário supe-rior a R$ 30 mil mensais! Acréscimo su-perior a R$ 360 mil anuais não é pouco para empresas desse segmento.

Se o empresário não for buscar seu direito, ninguém o fará por ele. E se não se adequar às novas regras, será com certeza autuado. Fica então, o alerta no sentido de que a única alter-nativa é judicial!

Mudança da base de cálculo da CPP foi mal idealizada

Adonilson FrancoAdvogado Tributarista do Sindivestuário

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NA REDENOTÍCIAS

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30 Revista Vestir

CONTEXTODEBATE

SIMPLES SIM,MAS CADA VEZMAIS CARO

NÃO HÁ DUVIDAS de que foi uma vitória conseguir reduzir a tribu-tação sobre a folha de pagamentos. Isso era quase que um tabu. Muitos – os que não pagam, claro – eram contrários à medida, pois isso pode-ria aumentar ainda mais o déficit da Previdência brasileira e os prejudica-dos seriam os trabalhadores, de uma forma geral, além dos cofres públicos.

Evidentemente, não cabe aqui dis-cutir sobre o déficit da Previdência, mas a sua natureza é outra, muito mais relacionada à inclusão de inú-meros benefícios (muitos deles ne-cessários e de resultados incontes-táveis) no âmbito daquele ministério, sem a devida contrapartida financei-

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ra ao longo dos anos, sem falar no envelhecimento da população que so-brecarregará ainda mais essa conta no futuro próximo.

Contudo, o ponto mais importante – e que atinge diretamente a compe-titividade das empresas que estão enquadradas no regime tributário do Simples – é que proporcionalmente se paga muito mais sobre a folha do que nas outras modalidades. Isso já ocorria, mas agora a distância ficou ainda maior.

Vejamos: se estivermos falando de uma confecção que fature R$ 5 milhões/ano (uma média empresa), ela terá uma alíquota de contribui-ção patronal para a Previdência de 1% sobre o faturamento, diante da nova legislação que desonerou a fo-lha, a partir do Plano Brasil Maior (lei 12.715/12). Porém, se essa empresa tivesse um faturamento anual de R$ 3,6 milhões/ano (classificada den-tro do regime do Simples Nacional) a mesma contribuição seria de 4,6% sobre o faturamento!

Matematicamente, teríamos:

Resumidamente, a injustiça tribu-tária é gigantesca. Note-se que uma empresa que fatura 39% a mais, paga 70% a menos desse tributo, sobre a mesma base de cálculo, agora. Po-rém, é importante deixar muito clara a proposta de revisão que se advoga: o que se defende aqui não é um re-equilíbrio nos moldes que o Governo

sempre faz. Isto é, tributar mais o setor que hoje paga menos. Mas sim, fazer com que seja revista a tabela do Simples Nacional da Indústria e que seja diminuída para 1% apenas a alí-quota da CPP que hoje varia de 2,75 até 4,6% no ramo industrial.

Se não for possível fazer isso para todos os setores já atendidos pelo Plano Brasil Maior, que sejam imedia-tamente contemplados os segmentos industriais altamente empregadores de mão de obra, como é o vestuário. É crucial diminuir essa distorção que é extremamente injusta com quem deveria ser protegido pela legislação.

É fato que quem está no modelo tributário do Simples Nacional tem outros benefícios. Mas, é assim em todo o mundo. Aqui no Brasil, já dis-seram: “se esse modelo é simples, é porque os outros são complicados”. Portanto, é também uma forma das empresas conseguirem diminuir a ab-surda complexidade de normas que a cada dia cresce mais. Regras que são criadas sempre para facilitar ao Esta-do fiscalizar o contribuinte, mas que geram custos que os concorrentes in-ternacionais não têm.

Para concluir, o modelo do Simples é vantajoso às empresas de menor porte. Mas, como houve um benefício às empresas maiores, essa distância foi fortemente reduzida. Para manter o estímulo às empresas cuja receita bruta em 12 meses esteja abaixo de R$ 3,6 milhões é necessário corrigir essa injustiça, reduzindo-lhes a carga tributária imposta pelo novo modelo. Pois o que se assiste hoje é um Sim-ples – que nem é tão simples assim – e que ficou proporcionalmente muito mais caro. Talvez aqui tenhamos uma bandeira na qual o SEBRAE possa ser importante interlocutor, dentro e fora do governo.

Haroldo Silva Diretor-executivo do Sindivestuário e prof. da UniÍ[email protected]

Por Haroldo Silva | Fotos Shutterstock e Divulgação

FaturamentoAlíquota de CPP

Total do tributo a ser pago

R$ 3.600.000,00 4,6% R$ 165.600,00

R$ 5.000.000,00 1,0% R$ 50.000,00

Valor pago a mais... R$ 115.600,00

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32 Revista Vestir

TRABALHO E JUSTIÇA ARTIGO

NA EDIÇÃO ANTERIOR da Revista Vestir, abordei nessa seção o tema Menores Aprendizes e tudo o que era preciso saber para contratar um. Nessa tratarei de outro assunto que recorrentemente também é objeto de vários questionamentos: a contratação de estagiários. A seguir, selecionei os mais frequentes:

O que é o estágio?Estágio é o ato educativo escolar

supervisionado, desenvolvido no am-biente de trabalho, que visa à prepara-ção para o trabalho produtivo de estu-dantes. O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.

O que é estágio obrigatório e não obri-gatório?

O estágio definido como obrigatório é aquele cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção do diplo-ma e, o não obrigatório é considerado como atividade opcional, acrescida à carga horária obrigatória.

O estágio é uma relação de emprego?O estágio não caracteriza vínculo de

emprego de qualquer natureza, desde que observados os requisitos legais, não sendo devidos encargos sociais, trabalhistas e previdenciários.

Quais requisitos devem ser observados na concessão do estágio?

I- matrícula e frequência regular do educando público-alvo da lei

II - celebração de termo de compro-misso entre o educando, a parte con-cedente do estágio e a instituição de ensino;

III - compatibilidade entre as ativi-dades desenvolvidas no estágio e as

TUDO SOBRE CONTRATA-ÇÃO DE ESTAGIÁRIOS

previstas no termo de compromisso (art. 3º, incisos I, II e III da Lei nº 11.788/2008).

IV – a atividade a ser exercida pelo estagiário deve estar relacionada com a sua formação educacional.

Quais são as principais obrigações da parte concedente (empresa) na rela-ção de estágio?

I. celebrar Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o edu-cando, zelando por seu cumprimento;

II. ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educan-do atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, observando o estabelecido na legislação relaciona-da à saúde e segurança no trabalho;

III. indicar funcionário do quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até dez estagiários simultaneamente;

IV. contratar em favor do estagiá-rio seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com va-lores de mercado, conforme fique es-tabelecido no termo de compromisso;

V. por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realiza-ção do estágio com indicação resumi-da das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempe-nho;

VI. manter à disposição da fiscali-zação documentos que comprovem a relação de estágio;

VII. enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de seis me-ses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário (art. 9º da Lei nº 11.788/2008).

Acompanhe as respostas às dúvidas mais frequentes

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Revista Vestir 33

Por Maria thereza Pugliesi | Foto divulgação

VIII. é obrigatória a celebração de convênio de concessão de está-gio entre a instituição de ensino e a parte concedente, assim como a ce-lebração do Termo de Compromisso de Estágio.

Qual o prazo máximo de duração do es-tágio na mesma empresa?

Até dois anos, na mesma empresa, exceto quando se tratar de portador de necessidades especiais.

Qual a duração máxima da jornada de atividade de estágio?

A jornada de atividade em estágio não deve ultrapassar:

a) 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de es-tudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;

b) 6 (seis) horas diárias e 30 (trin-ta) horas semanais, no caso de estu-dantes do ensino superior, da educa-ção profissional de nível médio e do ensino médio regular;

c) 40 (quarenta) horas semanais, no caso do estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos pe-ríodos em que não estão programadas aulas presenciais;

d) os intervalos destinados ao des-canso e alimentação não serão compu-tados na jornada;

e) nos dias de prova a jornada de trabalho poderá ser reduzida à meta-de, segundo o estipulado no Termo de Compromisso firmado entre as partes.

Quando o estágio deve ser obrigatoria-mente remunerado (concessão de bol-sa ou outra forma de contraprestação)?

No caso do estágio não obrigatório é compulsória a concessão de bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada no Termo de Compromisso do Estágio, bem como é obrigatório o pagamento de auxílio transporte. No estágio obrigatório é fa-cultativa, a concessão de contrapres-tação e auxílio transporte.

As ausências do estagiário podem ser descontadas do valor da bolsa?

Dra. Maria Thereza PugliesiAdvogada do Sindivestuáriojurí[email protected]

A remuneração da bolsa-estágio pressupõe o cumprimento das ativi-dades previstas no Termo de Com-promisso do Estágio, assim sendo as ausências eventuais, devidamente justificadas, poderão ser objeto de en-tendimento entre as partes, porém, as ausências constantes poderão gerar a iniciativa da parte concedente não apenas de descontar percentuais do valor da bolsa, mas até mesmo de res-cindir o contrato.

O estagiário tem direito a recesso (férias)?

É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de re-cesso de 30 (trinta) dias. Nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional. O recesso poderá ser concedido em perí-odo contínuo ou fracionado, conforme acordado entre as partes, preferen-cialmente nas férias escolares.

O estagiário tem direito ao seguro con-tra acidentes pessoais? Qual a cober-tura do seguro?

A realização do seguro é obrigatória e a cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante du-rante o período de vigência do estágio. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por aci-dente. O valor da indenização deve ser compatível com os valores de mercado.

As demais questões sobre o estágio – limitações para a contratação de estagiários em relação ao quadro pes-soal da empresa, percentual de vagas asseguradas aos portadores de defici-ência, aplicação das normas de saúde e segurança no trabalho, documentos necessários à regularização do es-tágio - constam do material editado pelo Ministério do Trabalho e Empre-go (TEM), o qual estará disponível juntamente à lei que regula a matéria no site dos Sindicato do Vestuário: www.sindicatosp.com.br, no link Ma-térias Jurídicas.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

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Chegando na 7ª edição no País, o Sa-lão Première Brasil reúne representan-tes das principais marcas de moda em busca dos melhores fabricantes de fios, fibras, tecidos, malhas, acessó-rios, estúdios de design, selecionados de acordo com os critérios de qualida-de e criatividade Première Vision.

Além de matéria-prima, o evento visa proporcionar inspirações para as criações por meio da Cartela de Co-res Première Vision e com o Fórum de Tendências, e a Conferência de Moda. Desde 1973, o evento inspira profissio-nais de moda de todo o mundo. Além de Paris, o salão é realizado também em Nova York (EUA), Xangai e Pequim (China), além de Moscou (Rússia).

Data: 22/01/2013 a 23/01/2013Local: Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho - São Paulo - SPTemporada: 2013Site: www.premierebrasil.biz

O São Paulo Fashion Week (SPFW), que é realizado duas vezes ao ano, é conhecido como a maior plataforma da América Latina para a divulgação do design e da criatividade brasileira. Nesta edição, exibirá as tendências do verão 2013-2014. O evento come-çou a ser realizado no ano de 1996 e modificou completamente o mundo da moda no País. A partir do SPFW, mar-cas internacionais começaram a che-gar ao Brasil.

Data: 14/03/2013 a 18/03/ 2013Local: Bienal do Parque do Ibirapuera – São Paulo - SPTemporada: 2013Site: www.ffw.com.br/spfw/

SÃO PAULO FASHION WEEK (PRIMAVERA VERÃO2013-2014)

7ª EDIÇÃO DO SALÃO PREMIÈRE BRASIL

AGENDAPROGRAMA-SE

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MERCADO

A EMPRESA O CASULO FELIZ, de Maringá (PR) desenvolveu um tecido jeans que, além de ser ecológico, pode ser considerado de luxo. Constituído por 50% com fios de seda e os outros 50% de garrafa pet e de algodão, o valor do metro do tecido custa R$ 80 (o jeans tradicio-nal varia de R$ 10 a R$ 12).

A novidade surgiu após 10 anos de pesquisa e o “jeans” ficou pronto em agosto deste ano. Segundo Gustavo Ro-cha, empreendedor e dono da fábrica, a criação foi feita para unir o luxo da seda com a sustentabilidade da pet e do tradicional jeans. Ele explica que o material não está sendo utilizado apenas para fazer a calça tradicional, mas também em outros tipos de roupa.

DE ACORDO COM O Estudo dos Canais de Varejo, ela-borado pela primeira vez pelo Núcleo de Inteligência de Mer-cado, do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), as lojas especializadas em vestuário assumem grande des-taque no cenário: 138 mil pontos de venda desse tipo espa-lhados pelo Brasil são responsáveis pela venda de 83,6% dos produtos por todo o mercado.

Já as 2,5 mil lojas não especializadas em vestuário são responsáveis por 16,4%. Em volumes de peças adquiridas, entre 2007 e 2011, o consumo de artigos de vestuário no varejo brasileiro cresceu 24,2%.

A pesquisa dividiu as lojas em cinco tipos: departamento especializado, redes de pequenas lojas, lojas independentes, departamento não especializado (não se restringe ao vestuá-rio) e hipermercados. O estudo, foi realizado com 300 empre-sas de varejo de todas as regiões do País, além de auditorias em pontos de venda, em São Paulo e no Rio de Janeiro. No ano passado, o varejo de vestuário movimentou aproximada-mente US$ 89,5 bilhões, equivalentes a R$ 149,9 bilhões.

EMPRESA CRIA JEANSCOM SEDA E GARRAFA PET

CRESCIMENTO NO VAREJO

SUSTENTABILIDADE

NOTÍCIASFUXICO

Canais de venda do varejo 2007 2011

Departamento especializado 27,5% 30,1%

Redes de pequenas lojas 14,7% 15,7%

Lojas independentes especializadas 43,8% 37,8%

Departamentos não especializados 7% 8,7%

Hipermercados 7,1% 7,7%

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