Vértebras do Caminho Novo pelos Sertões do Leste

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Relato do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo – Congonhas, MG – Maio 2013 Vértebras do Caminho Novo pelos Sertões do Leste Joana Capella, licenciada em Estudos Sociais; Pesquisadora da História de Cataguases Nilza Cantoni, pedagoga, especialista em História Cultural, pesquisadora da História de Leopoldina, membro da Academia Leopoldinense de Letras e Artes. O povoamento dos Sertões do Leste sempre despertou o interesse das autoras deste trabalho que desejavam compreender, especialmente, como se deu o surgimento dos atuais municípios de Cataguases e Leopoldina. Cedo, porém, perceberam que a literatura publicada a respeito poderia estar distanciada do real. Questões foram surgindo sem que encontrassem explicações para afirmativas como a de que os povoadores de Leopoldina seriam deserdados do ouro ou de que Cataguases não teve grande produção cafeeira nem, consequentemente, escravidão relevante. A procura por esclarecimentos encaminhou-as para a leitura de monografias, dissertações e teses não publicadas. Neste mister, além de observarem a escassez de estudos sobre o tema, encontraram não poucos trabalhos acadêmicos que repetem frágeis afirmativas de alguns livros. Com um pouco mais de estudo e contato com autores de alguns trabalhos, observaram um certo desconhecimento de fontes que lhes pareciam fundamentais para tratar do assunto, quais sejam as listas nominativas de habitantes, os registros de compra e venda de

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Joana Capella e Nilza Cantoni apresentaram um estudo sobre duas vias de comunicação que abriram uma parte dos Sertões do Leste ao povoamento

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Relato do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo – Congonhas, MG – Maio 2013

Vértebras do Caminho Novo pelos Sertões do LesteJoana Capella, licenciada em Estudos Sociais; Pesquisadora da História de Cataguases

Nilza Cantoni, pedagoga, especialista em História Cultural, pesquisadora da História de Leopoldina, membro da Academia Leopoldinense de Letras e Artes.

O povoamento dos Sertões do Leste sempre despertou o interesse das autoras deste

trabalho que desejavam compreender, especialmente, como se deu o surgimento dos atuais

municípios de Cataguases e Leopoldina. Cedo, porém, perceberam que a literatura publicada a

respeito poderia estar distanciada do real. Questões foram surgindo sem que encontrassem

explicações para afirmativas como a de que os povoadores de Leopoldina seriam deserdados do ouro

ou de que Cataguases não teve grande produção cafeeira nem, consequentemente, escravidão

relevante.

A procura por esclarecimentos encaminhou-as para a leitura de monografias, dissertações e

teses não publicadas. Neste mister, além de observarem a escassez de estudos sobre o tema,

encontraram não poucos trabalhos acadêmicos que repetem frágeis afirmativas de alguns livros.

Com um pouco mais de estudo e contato com autores de alguns trabalhos, observaram um certo

desconhecimento de fontes que lhes pareciam fundamentais para tratar do assunto, quais sejam as

listas nominativas de habitantes, os registros de compra e venda de bens imóveis e semoventes, os

assentos paroquiais e as concessões de sesmarias.

No decorrer do tempo, duas figuras despontaram das leituras. Para a pesquisadora Joana

Capella, natural de Cataguases, o nome de Guido Thomaz Marlière pareceu ter sido envolvido em

penumbra no que se refere a alguns aspectos da história de sua terra natal. Já para a pesquisadora

Nilza Cantoni, natural de Leopoldina, foi Pedro Afonso Galvão de São Martinho o nome a surgir das

cartas, relatórios e livros de registro que tratam da abertura das até então consideradas áreas

proibidas.

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Os dois personagens, que estiveram na região em épocas distanciadas em cerca de 30 anos,

apresentam um ponto em comum: as vias de ligação. As duas pesquisadoras formularam, então, suas

hipóteses de pesquisa. Uma delas, relacionada a Cataguases, é a de que, para além do trabalho com

os indígenas exaltado por Oiliam José, Marlière teria sido o incentivador da chegada dos povoadores

através da reforma de uma estrada que permitiria o escoamento da produção por Campos dos

Goitacazes. A outra hipótese, ligada à história de Leopoldina, é de que Galvão de São Martinho, cuja

missão oficial era o desbaratamento de uma quadrilha de traficantes de ouro, alocada em território

fluminense, teria promovido a abertura de uma estrada que ligava o Caminho Novo, na altura de

Barbacena, a Cantagalo.

Trabalhando em torno das duas hipóteses, as pesquisadoras verificaram o acerto da opinião

de Helena Guimarães Campos sobre estudar os caminhos para compreender os processos de

exploração, ocupação e povoamento de um território, além de identificar os rumos e possibilidades

de articulação entre os grupos sociais.

Começando pelo Caminho do Cantagalo, as primeiras referências vieram de estudos

genealógicos sobre Pedro Afonso Galvão de São Martinho e Joaquim José da Silva Xavier. O segundo

é bastante conhecido na história de Minas Gerais e sua relação com Leopoldina advém do fato de

que dois de seus sobrinhos e respectivas esposas obtiveram sesmarias em território que já pertenceu

ao município. Quanto ao sargento mor Galvão de São Martinho, entre seus descendentes estão os

Monteiro de Barros que obtiveram expressivo número de sesmarias em terras onde se formou o

Curato do Feijão Cru.

Tiradentes e São Martinho vinculam-se a outro personagem conhecido da história regional: o

Mão de Luva, chefe de um grupo de mineradores que escapava da pesada tributação extraviando

ouro por trilhas não fiscalizadas. Para compreender o vínculo deste terceiro personagem foi

necessário aproximar-se da história do município fluminense de Cantagalo, tarefa bastante facilitada

pelas obras de Lamego e Erthal.

Do lado mineiro, foi realizada uma análise das Cartas de Sesmarias concedidas a partir da

primeira diligência de Pedro Afonso Galvão de São Martinho pelos Sertões do Leste, em 1784.

Inicialmente foram selecionadas, dos acervos do Arquivo Público Mineiro, do Arquivo Histórico

Municipal Professor Altair José Savassi, de Barbacena, e do Arquivo Histórico do Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em São João del Rei, quinhentas e quinze concessões

efetuadas entre 1790 e 1821, das quais cento e quatro fazem referência ao Caminho do Cantagalo ou

à Estrada para os Campos dos Goitacazes. Considerando, porém, o alerta de Falabella sobre o

desconhecimento e a confusão entre os Campos dos Goitacazes e a região montanhosa do Vale do

Paraíba, fronteiriça a Cantagalo, optou-se por filtrar as sesmarias com base nas referências aos

acidentes geográficos mencionados na correspondência de Galvão de São Martinho. Foram

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identificados os seguintes pontos limítrofes da região fiscalizada por ordem de Cunha Menezes, entre

1784 e 1786: começando pelo Caminho Novo nas proximidades das nascentes do Rio Novo, por sua

margem direita indo até a foz no Rio Pomba, daí seguindo também pela margem direita até

encontrar o Paraíba do Sul, que, além de ter sido atravessado pelas tropas que se dirigiram ao

Descoberto do Cantagalo, teve também fiscalizada a sua margem esquerda, subindo ao encontro do

ponto onde recebe o Rio Paraibuna.

Pelas referências aos acidentes geográficos deste território foram inicialmente identificadas

trinta e oito sesmarias no trajeto do Caminho do Cantagalo, sendo importante esclarecer que muitos

requerimentos deixam claro que o pretendente já ocupava o local há algum tempo, indicando que a

ocupação ocorreu a partir da década de 1790. Contudo, a tabulação dos dados de vizinhança ampliou

a área de interferência deste Caminho e atingiu duzentas e vinte e cinco sesmarias.

Considerando que as nascentes do Rio Novo se encontram na Represa do Pinho, atualmente

território do município de Santos Dumont, e que a área identificada vai terminar na foz do Rio

Paraibuna, temos aí dois pontos de ligação com o Caminho Novo conforme pode ser observado na

figura 1 a seguir.

Figura 1: Adaptação do Mapa Político de Minas Gerais, 2009, IBGE, destacando à esquerda o trajeto do Caminho Novo e em cores o território onde se encontram acidentes geográficos mencionados na correspondência de Pedro Afonso Galvão de São Martinho e nos requerimentos das sesmarias.

Não foi possível estabelecer rigidamente o percurso do Caminho do Cantagalo. Seu provável

início estaria em Barbacena, tendo sido mencionado no Diário de Langsdorff, organizado por Silva,

trajeto indicado na figura 2 abaixo.

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Figura 2: Adaptação do mapa Politico de Minas Gerais, 2009, IGBE, destacando: à esquerda o Caminho Novo; o trajeto de Langsdorff em 1824, partindo de Barbacena; a provável primeira parte do trajeto de São Martinho em 1784, partindo de Santos Dumont e o Caminho do Cantagalo em 1786, no centro da figura.

Destaque-se que Langsdorff, segundo Silva, declarou que

Há aproximadamente dez anos, essas terras eram quase desabitadas. Hoje, nestas terras, a maioria dos colonos antigos vende suas fazendas prontas, como, por exemplo, a Srª D. Domingas e a Srª D. Ana, e se mudam para a margem esquerda do rio Paraíba, que, há dez anos, era habitada por índios.

O viajante russo referia-se a Domingas Eufrásia de Santa Esméria e sua filha Ana Leopoldina

da Costa, esta última tendo sido mãe de Joaquim Barbosa de Castro Filho, o Barão de Além Paraíba.

Em 1831, Dona Domingas e seu marido Antônio Joaquim da Costa, assim como as famílias

constituídas por seus filhos, já haviam transferido residência para território do atual município de

Chiador, conforme se conclui pela análise da Lista de Habitantes de Mercês do Kágado. A localidade

de residência foi extraída do registro das terras realizado em 1856. O casal Domingas - Antônio,

assim como a filha Ana Paula e seu marido Joaquim Barbosa de Castro, o velho, foram mencionados

por Falabella, cujas referências permitiram localizar as concessões de sesmarias aos membros da

família em 1817, sete anos antes da visita de Langsdorff à propriedade que ainda lhes pertencia nas

proximidades das nascentes do Rio Novo. O relato do viajante demonstra que esta e outras famílias

que ele visitou, e que se transferiram para a região do Caminho do Cantagalo, ocupavam-se da

agricultura e da criação de suínos e não da mineração como querem alguns.

O trânsito pela região onde estiveram as tropas comandadas por São Martinho foi também

mencionado por Erthal:

Depois que São Martinho abriu o caminho da Mata nos sertões de Leste, o tráfico ilegal por ali se intensificou bastante, dele participando ostensivamente até militares e civis ligados ao governo de Minas. O Cabo

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José de Deus Lopes e o anspeçada Bernardo dos Reis, das Guardas do Cunha e do Louriçal, por exemplo, mantiveram com os invasores estreitas relações, recebendo e enviando mensageiros ao local por eles ocupado e favorecendo a passagem do ouro.

Acrescente-se que a trajetória de familiares de Tiradentes e Galvão de São Martinho indica

que eles requereram sesmarias em locais conhecidos pelas tropas e, provavelmente, onde havia se

instalado algum tipo de comércio de suprimentos para atender aos que por ali passavam.

É o que se depreende, por exemplo, das observações de Erthal sobre o transporte de

mercadorias que, vindo de Minas, atravessava Cantagalo em direção ao Porto das Caixas, na antiga

Vila de Santo Antônio de Sá.

Desta forma, podemos considerar que tomando o Caminho Novo como vertebrador, como

nos ensinou o Professor Carrara no Encontro do ano passado, ao longo de pouco mais de um século

os Sertões do Leste foram cruzados por inúmeras rotas que permitiram a expansão da economia

agrícola, e, consequentemente, a ocupação do território que estudamos. Uma destas rotas é a

Estrada Presídio-Campos.

A ligação terrestre entre Minas e Campos dos Goitacazes foi concluída entre 1811 e 1812,

com a abertura do trecho de Presídio de São João Batista (hoje, Visconde do Rio Branco) a Campos,

pela margem esquerda do rio Pomba.

A consulta a documentos diversos, particularmente aos relatórios dos viajantes que trazem a

descrição dos caminhos percorridos, permitiu entrever o seu percurso original, hoje parcialmente

absorvido pelas rodovias e pelos espaços urbano e rural. Tal identificação possibilitou, ainda, localizar

antigos povoados, fazendas, capelas, ranchos de tropas, aldeias e aldeamentos indígenas, quartéis e

registros, embriões do povoamento dos Sertões do Leste.

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Segundo Eschwege, o padre Manoel de Jesus Maria relatou que, a partir de 1763, se deu

aproximação amistosa entre portugueses e os índios coroados e coropós que viviam no sertão do Rio

Pomba. Por esta época, um certo capitão José Leme teria chegado às nascentes do rio Xopotó dos

Coroados e estabelecido um acordo de paz com a intermediação do Padre Ângelo, oriundo de

Campos dos Goitacazes.

Para Sinval Santiago, o desbravamento da Mata se deu a partir da Carta Régia de 28 de Junho

de 1765, na qual se baseou o Governador Luiz Diogo Lobo da Silva para fundar a Freguesia do Mártir

São Manoel do Rio da Pomba e do Peixe dos Índios Coroatos e Coropós.

Apesar de vigorarem, na época, medidas restritivas da Coroa Portuguesa à abertura de

caminhos, surgiram picadas e trilhas por obra de índios e do homem branco na região que aqui

vamos denominar como Baixo Pomba e que compreende o território banhado pelo Rio Pomba a

partir do ponto em que ele recebe as águas do rio Xopotó da Mata, ou seja, entre o território do

atual município de Astolfo Dutra e a foz no Paraíba do Sul.

A mais antiga referência encontrada a respeito da comunicação entre o Baixo Pomba e

Campos está inserida na carta de José de Deus Lopes, provavelmente o mesmo militar que tinha sido

Guarda do Registro do Cunha, no atual município de Além Paraíba. Na correspondência Lopes

informa sobre a sua expedição até as barras dos rios Pomba e Muriaé e que, tendo partido do

Presídio de São João Batista em 23.07.1797, com 40 homens, rumou por terra até Porto das Canoas,

no rio Pomba. Dali, parte do grupo seguiu de canoa até a barra deste rio, num percurso aproximado

de 12 léguas. Pela atual organização do território é possível que tal Porto se localizasse no município

de Santo Antônio de Pádua, RJ.

Lopes mencionou, também, o contato com religiosos de São Fidélis em busca de informações

a respeito dos índios e dos limites da Capitania de Minas, assim como o encontro com Manoel Leme

da Silva, que ali tinha entrado anteriormente com sua bandeira. Relatou, ainda, que cinco léguas

acima da barra do rio Pomba, o território já se achava povoado com sesmarias medidas e pedidas.

Outra menção do mesmo ano é o parecer da Câmara de Mariana ao requerimento de

sesmaria de Joaquim Rodrigues dos Santos, no ribeirão Ubá, nas proximidades da Serra da Onça,

distante de “Campos dos Itacazes” 3 ou 4 dias de viagem pela picada dos índios coroatos.

A próxima referência é o relatório de Luiz José de Brito encaminhado ao Governador

Bernardo José de Lorena em que o remetente declara:

se houver uma Estrada mais curta, e menos laboriosa, será de mayor utilidade pª o Comercio, e poderão as fazendas suportar hum seguinte Caminho. De Villa Rica ao Xapetó, contão se treze legoas, do Xapetó aos Campos de Oitacazes p.la Vereda do Gentio do Rio Pomba, dizem que distará outras treze legoas, e dos Campos dos Oitacazes ao Porto em que se embarca para o Rio de Janeiro, dizem que será hu dia de viagem, sendo

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este caminho pela mayor p.te livre de subidas, e descidas de montes, q. na outra Estrada do Garcia Rodrigues é o mayor trabalho da jornada.

Informava, ainda, que a ideia de abrir uma estrada de comunicação com Campos dos

Goitacazes não era nova. Citava a carta de Silvério Teixeira, de Vila Rica, com data de 19.03.1785,

constando que as terras por onde se abriria a comunicação com Campos eram férteis e encerravam

minas de ouro nas divisas do Xopotó. Afirmava serem intrigas dos fazendeiros do caminho de Garcia

Rodrigues (Caminho Novo) o dizerem que seria duplicada a possibilidade de desvio do ouro.

Em fevereiro de 1800, o Padre Francisco da Silva Campos, nomeado para a Capela de São

João Batista em 1791, encaminhou um requerimento a D. João VI propondo-se a criar uma

Companhia para a catequese e civilização dos índios, de cujo projeto constava a abertura de uma

estrada do Porto das Canoas até a vila de São Salvador dos Campos de Goitacazes. Nesta

correspondência é informado que já existiam estradas do Presídio para Barbacena e para o Rio de

Janeiro, podendo, inclusive, serem abertas outras vias de comunicação com as novas povoações que

vinham surgindo às margens dos rios Novo e Formoso, ambos afluentes do rio Pomba.

O requerimento não parece ter sido atendido pois, em 1803, a Câmara de Mariana deu

parecer contrário a outro requerimento, no caso de Antônio Coelho de Souza, para extrair ouro na

Freguesia da Pomba. O argumento contrário foi de que a pequena distância até os Campos dos

Goitacazes facilitaria a abertura de caminhos para o extravio.

Segundo o Relatório Silva Pontes, publicado por Engracia, novo pedido de abertura da

estrada Presídio-Campos foi feito pelo Coronel Gonçalo e outros moradores do Presídio, em 1810.

Tal obra já havia sido iniciada em 22.05.1810, quando o Capitão Manoel Lemes da Silva,

morador no Presídio de São João Batista, enviou um requerimento ao Governo da Capitania,

declarando se achar arranchado com sua família na estrada nova para os Campos dos Itacazes, da

qual era Diretor, a fim de abrir a dita estrada.

Finalmente, segundo Silva, em junho de 1811 as obras de abertura da estrada atingiram seu

ponto final, Campos dos Goitacazes, tendo 40 palmos de largura e seu trecho final realizado por uma

equipe de 80 homens comandados por um furriel.

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Figura 3: Adaptação do Mapa Político de Minas Gerais, IBGE, 2009.

A estrada Presídio-Campos foi a principal referência no requerimento de oitenta e três

sesmarias concedidas entre 1811 e 1821, sendo que as primeiras situavam-se no sentido da barra do

Rio Pomba para cima, nos então limites com os Campos dos Goitacazes. Algumas teriam sido

concedidas como forma de compensação pelos trabalhos de abertura da estrada, como foi o caso de

Manoel Lemes.

Houve, entretanto, uma interrupção no processo de concessão de sesmarias. Segundo

Marlière, por conta do novo descoberto de ouro na vizinhança do Presídio de São João Batista, Dom

Manoel de Portugal e Castro, Governador da Capitania de Minas Gerais e Presidente da Junta Militar,

ordenou em 27.08.1814 a imediata suspensão da repartição de terras na localidade. Por conta disso,

só a partir de 1816 foram distribuídas as terras localizadas às margens do Pomba, rio acima até a foz

do Xopotó.

Alguns deste sesmeiros estão entre os povoadores de Meia Pataca, cuja origem, de acordo

com as Listas Nominativas de Habitantes de 1831 e 1838, é a seguinte: 40% do Presídio; 30% de

Piranga, Barbacena e Itaverava; e 10% do Pomba.

Às margens da estrada surgiram povoações, algumas hoje municípios, como o de Astolfo

Dutra, de onde, em 1814, Antônio Marques da Costa enviou o pedido de criação do distrito na Capela

de Santo Antônio do Porto Alegre de Ubá, anexa à estrada que se abriu para os Campos dos

Goitacazes. Tal documento está anexado à carta com o parecer da Câmara de Barbacena.

Outro exemplo é Cataguases, que sediava o Quartel de Porto dos Diamantes, existente em

1821 segundo Eschwege citado por Costa. Neste local, no ano seguinte foi fundado o Aldeamento de

Meia Pataca, conforme declara Marlière. É do mesmo autor a informação de que em 26.05.1828 foi

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constituído o patrimônio da capela de Santa Rita do Porto dos Diamantes, por onde atravessava a

Estrada Nova, cuja obra de reforma era então por ele inspecionada.

Dentre os viajantes que percorreram a estrada Presídio-Campos, ou parte dela, Wilhelm

Ludwig von Eschwege descreveu mais detalhadamente o trecho de Ouro Preto a Presídio, quando

visitou o Quartel da Serra da Onça, a tribo dos índios Coroado e a fazenda de Guido Marlière no atual

município de Guidoval. Além de uma cartografia esta viagem, iniciada em dezembro de 1814,

resultou, também, na produção de um relatório que permitiu delimitar o trecho Ouro Preto-Presídio,

mediante a descrição do seguinte trajeto:

Partida de Ouro Preto a Mariana, atravessando os vilarejos de Taquaral e Passagem,

seguindo em direção ao rio Mainart, ao ribeirão Bacalhau, este rico em ouro, ora pela

margem direita ora pela esquerda, até alcançar o rio Piranga. Descendo até Santana dos

Ferros (hoje Guaraciaba), o caminho seguiu pelo rio Turvo, ali chamado de Turvo Sujo,

travessia da Mata dos Puris, até Santa Rita (Viçosa). Na taberna do padre Ignácio, ao

lado da capela, o viajante não obteve pouso, hospedando-se numa fazenda depois de

Santa Rita, onde assistiu ao batuque, dança dos negros ao som de palmas, tambores e

chocalhos, dança esta adotada pelos brasileiros e sofisticada pelo violão. No quinto dia,

a viagem seguiu até o alto da Serra de São Geraldo que, ao sul, passa a chamar-se Serra

de São José. Chegando ao Presídio de São João Batista, onde era esperado por Guido

Marlière, seguiram até a fazenda Guidoval, margens do rio Xopotó. Eschwege informa

que este rio é formado pelos ribeirões São José, Piedade e Bagres. Ao receber este

último ribeirão toma o nome de Xopotó, recebendo depois o ribeirão Ubá.

O relato do capitão Manoel José Pires da Silva Pontes, publicado por Engracia, permitiu

conhecer mais detalhadamente a Estrada Presídio Campos, cuja obra de reforma havia sido concluída

em 1828 por Marlière que comunicava ao Governador que, pela primeira vez, os carros de comércio

poderiam transitar de Minas à Beira Mar evitando despesas com animais, transportando com maior

proteção os objetos de importação em maior quantidade e por menor preço.

Em janeiro de 1833, Pontes saiu de Ouro Preto em missão especial à capitania do Espírito

Santo, onde já estivera, em 1802. Dado o abandono das estradas pelo rio Muriaé e pelo rio

Itapemirim, seguiu pela única via transitável: a passagem por Meia Pataca, adotada pelos tropeiros

que faziam a viagem do Furquim (distrito de Mariana) a São Salvador, tendo chegado em março no

Presídio de São João Batista. Ali recebeu a visita do vigário Marcelino Roiz Ferreira, do Juiz de Paz,

Geraldo Roiz de Aguiar, do capitão José Garcia de Melo e do padre Antônio de Freitas, capelão de

Porto de Santo Antônio, que indicaram o roteiro abaixo:

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- Rancho do Sapé (hoje cidade de Guidoval);

- do Guarda-mor Boaventura Bitencourt Godinho (fazenda Serra da Onça);

- Rancho do Fialho (na foz do ribeirão Passa Cinco, no rio Pomba);

- Rancho do Manoel Carlos (de Almeida, o filho, depois do arraial de Meia Pataca);

- de São João;

- da Volta do Rio (entre Laranjal e Palma);

- da Capivara, do Cel. Salvador;

- ao ribeirão Santo Antônio, Pires, Frecheiras, Pai Peque, Porto do Picado;

- à fazenda de João de Almeida (ao lado dos armazéns de sal, na margem esquerda do rio Paraíba,

em frente a São Fidélis).

Com base neste roteiro e nas indicações dadas por Marlière acerca de sítios e moradores que

foram localizados na cartografia produzida por João José da Silva Teodoro, foi possível a

reconstituição aproximada do traçado da estrada Presídio-Campos, que, segundo o relato de Pontes,

seguia pela margem esquerda dos rios Pomba e Paraíba até a barra do rio Muriaé onde se fazia a

travessia.

Pela atual organização dos territórios mineiro e fluminense, a estrada, partindo de Visconde

do Rio Branco, tinha o provável percurso, como se pode verificar do mapa: Guiricema, Guidoval,

Dona Euzébia, Cataguases, Laranjal e Palma, seguindo para Miracema, Santo Antônio de Pádua,

Cambuci, São Fidélis, Cardoso Moreira e Campos. No porto do rio Muriaé se dava a travessia do rio

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Paraíba para a chegada à cidade de Campos dos Goitacazes, de cujo porto marítimo as mercadorias

seguiam para a cidade do Rio de Janeiro.

O comércio que se estabeleceu entre Minas e Campos foi, segundo Carneiro Silva, facilitado

pelo caminho novo que então se abriu, reduzindo dificuldades de se trazer o gado que até então

vinha pelo Rio de Janeiro com muito trabalho. O crescimento da população e dos engenhos de açúcar

consumia muito gado para a fábrica e para os açougues. De Minas eram importadas bestas muares,

procuradas para os engenhos e condução; muita carne de porco, toucinho e queijos de gosto

superior aos produzidos em Campos; couros para solas, curtidos e crus. Para este autor, o comércio

com Minas, principiara-se com a abertura da nova via de comunicação e seria muito ativo no futuro,

com mais comodidade do que se fazia até agora pelo Rio de Janeiro.

O trânsito de mercadorias de Minas para Campos, e vice versa, era controlado pelo Registro

do Pomba, posto fiscal instalado na foz do rio Pomba no rio Paraíba, cuja finalidade era o

recolhimento dos impostos devidos ao Estado, conforme quadro a seguir.

PRODUTO/ANO 1824 1825 1826 1827 1828 1829 1830 1832

Toucinho arroba 1340 1389 1553 2258 1741 2041 2051 566

Marmelada arroba 50 43 - 15 38 06 80 -

Queijo unidade 700 2950 810 600 1930 1020 800 300

Gado vacum cabeças (*bois carreiros)

408 1548 1633 1527 2138 1284 147005*

1089

Algodão (varas) 300 10362 9954 2486 4131 600 5000 2500

Poaia (arrobas) 0 0 0 63 88 07 15 06,5

Fumo (*arrobas ** rolos) - 116,5*63**

119,5*29**

282* 159* 24* 04*24**

-

Mantas (unidade) 56

Colchas (unidade) 69

Capados em pé 02 177

Galinhas 67 280 50

Sabão em barra (arrobas) 02

Azeite de mamona(barris) 10 02

Cavalos (unidades) 16 09 46

Chicotes 480 1800

Freios 30

Meias 25

Cobertores 50

Café (arrobas) 16Tabela 14: Quadro demonstrativo de todos os produtos exportados ao longo do período compreendido entre

1824 e 1832. (CORRÊA, 2012, p. 89)

Corrêa esclarece que nos registros não há uniformidade nas unidades de quantificação do

fumo, que tanto são informados em arrobas quanto em rolos. O autor observa, ainda, que os

produtos tinham como principal destino a Vila de São Salvador (Campos), seguindo pequena parte

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para Aldeia da Pedra (Itaocara), Cantagalo e cidade do Rio de Janeiro. Tais mercadorias tinham

origem predominantemente nas Freguesias de Pomba e Presídio de São João Batista, registrando

também produtos das localidades de Barbacena, São José do Barroso (Paula Cândido), Piranga, Prata,

Barra do Bacalhau (Guaraciaba), Ponte Nova, Ubá, São Caetano (Cipotânea), Tapera (Porto Firme)

Calambau (Presidente Bernardes) Santa Rita do Turvo (Viçosa), Sumidouro (distrito de Padre Viegas,

Mariana), Matias Barbosa, Ouro Preto, Vila de São José, Lagoa Dourada, Freguesia de São Miguel e

Guarapiranga (Piranga). A única carga de café exportada pertencia a Caetano José de Azevedo, do

arraial da Prata, Freguesia de São Miguel, possivelmente o atual município de Araponga.

Este estudo preliminar indicou a possibilidade de a estrada Presídio – Campos dos Goitacazes

ser o “Caminho do Pomba” mencionado por Costa. Esta última denominação remete, de pronto, à

Freguesia do Pomba. Contudo, parece mais provável ser uma referência ao rio Pomba, cujo leito deu

direção à estrada, já que a abertura de uma via de ligação da Freguesia com a Estrada Presídio-

Campos foi autorizada pelo Príncipe D. João VI, em abril de 1814, obra que seria empreendida por

Guido Marlière.

Trazer este

assunto ao Encontro de

Pesquisadores do Caminho

Novo tem como objetivo

despertar o interesse

daqueles que possam,

ouvindo o tropel dos

cascos e sentindo o cheiro

dos queijos, se

debruçarem sobre o tema

contribuindo assim para

revelar e resgatar esta

parte da nossa história.

Para este trabalho foram consultadas as seguintes obras e documentos:

CAMPOS, Helena Guimarães. Caminhos da história: estradas reais e ferrovias. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012.

CAMPOS, Pe Francisco José da Silva Campos. Catechese e Civilisação dos indígenas de Minas Geraes – documentos officiaes. Revista do Arquivo Público Mineiro, v. 2, 1904. p.685 -696.

CASTRO, Celso Falabella de Figueiredo. Os Sertões de Leste: Achegas para a história da Zona da Mata. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1987.

CORRÊA, Márcio Xavier. Memória sobre a economia extrativa da poaia. Juiz de Fora, 2012, 165 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Juiz de Fora.

Relato do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo – Congonhas, MG – Maio 2013

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ENGRACIA, Pe. Julio. Addendo às Ephemérides Mineiras. Revista do Arquivo Público Mineiro. Belo Horizonte. v. 9. t. I e II. jan-jun 1904. p. 1-924

ERTHAL, Clélio. Cantagalo: da miragem do ouro ao esplendor do café. Niterói: do autor, 2008.

ESCHWEGE, Wilhelm Ludwig von. Jornal do Brasil, 1811-1817. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2002.

LAMEGO, Alberto Ribeiro. O Homem e a Serra. Edição fac-similar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

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MARLIÈRE, Guido Thomaz. Correspondência. Revista do Arquivo Público Mineiro. v. 10, t. I e II. jan-jun 1905. p. 1-382.

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TEODORO, João José da Silva. Levantamento Cartográfico dos Termos de São João Batista do Presídio, São Manoel do Pomba e São João Nepomuceno. 1847. Acervo da Biblioteca Nacional.

Documentos do Arquivo Público Mineiro:

s/d. s/l. Requerimento do Capitão Manuel Leme da Silva sobre a concessão de sesmaria no Ribeirão Santo Antônio e querelas com Antônio Gomes Candido. Arquivo Público Mineiro.Notação CC-Cx.92-20323.

12/05/1784. São Manuel do Pomba. Carta do sargento-mor Pedro Afonso Galvão de [São] Martinho ao governador Luiz da Cunha Meneses sobre a abertura de picadas até o descoberto da Paraiba na capitania do Rio de Janeiro. Notação Arquivo Público Mineiro. CC - Cx. 13 – 10263

12/05/1784. São Manuel do Pomba. Carta do sargento-mor Pedro Afonso Galvão de [São] Martinho ao governador Luiz da Cunha Meneses sobre o envio de mantimentos ao descoberto do Rio do Veado. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 13 - 10266

22/05/1784. Rio Paraíba. Carta de Pedro Afonso Galvão de São Martinho ao governador Luiz da Cunha Menezes sobre a diligência e inspeção do rio Paraíba e envio de mantimentos. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 - 10071

05/06/1784. São Manuel do Pomba. Carta de Pedro Afonso Galvão de São Martinho a Luis da Cunha Menezes sobre a visita aos arredores do rio Paraíba. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 - 10060

18/06/1784. Porto Novo do Cunha. Carta do sargento-mor Pedro Afonso Galvão de São Martinho a Luiz da Cunha Menezes sobre o pedido de mantimentos, cavalos e pedestres. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 – 10060

24/06/1784. Sertão do Rio Novo. Carta do sargento-mor Pedro de Afonso Galvão de São Martinho a Luiz da Cunha Menezes sobre a diligência feita no Rio Paraíba, a pedido de soldados e mantimentos. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 – 10061

Relato do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo – Congonhas, MG – Maio 2013

10/07/1784. Margem do Paraíba. Carta do sargento-mor, Pedro Afonso Galvão de São Martinho ao [governador] Luiz da Cunha Menezes sobre ter encontrado a roça dos salteadores e outra roça com plantações de milho, feijão, banana, ervilhas, couve, alhos e cebolas.– Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 – 10072

07/08/1784. São Manuel do Pomba. Carta de Pedro Afonso Galvão de São Martinho ao governador Luiz da Cunha Menezes sobre a diligência e fiscalização de transporte irregular para o [Rio] e problemas com trabalhadores na abertura da picada. Arquivo Público Mineiro. Notação CC - Cx. 3 – 10071

24/12/1785. Rio de Janeiro. Parecer de Luiz de Vasconcelos e Sousa ao Governador sobre as entradas e comunicações clandestinas praticadas nos matos e sertões, que abrem passagem para a Serra dos Órgãos e Destrito de Macacu, por homens facinorosos já pronunciados em devassas. Arquivo Público Mineiro. Notação SG-Cx.15-Doc.63

1797. Relatório de José de Deus Lopes sobre explorações feitas no rio Pomba e rio [Burusse]. 1804. Arquivo Público Mineiro. Notação CC-Cx.17-10349.

1797. Requerimento de sesmaria de Joaquim dos Santos, relativo a terras no Ribeirão Ubá, Freguesia de São Manoel do Pomba. Arquivo Público Mineiro. Notação CC-Cx.87-20253.

30/10/1797. Relatório de Luiz José de Brito sobre as condições da estrada do Porto da Estrela. Arquivo Público Mineiro. Notação SG CX. 45-Doc. 51

12/11/1803. Mariana. Carta dos oficiais da Câmara de Mariana que informa sobre a extração de ouro e descobrimento de novos lugares na freguesia da aos Campos dos Goitacazes. Arquivo Público Mineiro. Notação CC-CX. 77-20024

22/05/1810. Vila Rica. Requerimento de Manuel Lemes da Silva a João dos Santos Sanches a respeito de práticas vexatórias que vinha sofrendo em seu trabalho de abertura da estrada para Campos dos Goitacazes. Arquivo Público Mineiro. Notação SG-Cx.123, Doc. 33

07/06/1814. Barbacena. Carta de Francisco José Alves, João Antonio da Cruz, Manuel Francisco de Lima e José Simpliciano de Souza Barreto sobre a criação do distrito de Porto Alegre do Ubá. Arquivo Público Mineiro. Notação CC-Cx.31-10624.

1831. Relação nominal dos habitantes de Santa Rita do Meia Pataca. Arquivo Público Mineiro. Notação MP-CX.02-DOC.14.

1831. Relação nominal dos habitantes de N. S. Mercês do Kágado. Arquivo Público Mineiro. CX 07-Doc.02.

1838. Relação nominal dos habitantes de Santa Rita da Meia Pataca. Arquivo Público Mineiro. Notação MP-CX.03-DOC.18.

1856. Registro de Terras da Freguesia de Nossa Senhora das Mercês da Vila do Mar de Espanha. Arquivo Público Mineiro. Notação atual TP-1-116, antiga RP-116.