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Como os espíritas entendem a Bíblia e as suas difíceis lições morais traduzidas em diversas línguas e interpretadas por séculos. ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA | www.adde.com.br | ANO 07 | NÚMERO 35 | JUNHO/JULHO DE 2017 SERÁ QUE TODOS OS MENSAGEIROS DO CRISTO VIVEM O QUE PREGAM? Visão Espírita Gerar um sentimento de confiança para com o próximo é tarefa fácil nos dias atuais? Bem Coletivo Quando o voluntariado vai muito além da tarefa de doar e aplica a caridade como ferramenta regeneradora. Palavra Espírita Os caminhos da paz que levam a busca pela perfeição do espírito. Atualidade Página 03 Página 07 Página 08 Página 06 O Tema propõe importante reflexão sobre como os palestrantes e trabalhadores da Seara de Jesus devem se comportar em sociedade e durante a lida fraterna. É bom lembrar que os últimos serão os primeiros e que nem sempre um lugar de destaque é garantia de retidão e assertividade de comportamento. A proposta da reforma íntima é sempre bem- vinda. Quem a aceita abre as portas para a aprendizagem e futura ascensão espiritual. Página 05 Mais Distribuição GRATUITA Não jogue este jornal em vias públicas Verdade e Vida Jornal LEIA TAMBÉM O entrave do bem e do mal que fazem parte da caminhada da humanidade rumo ao futuro próximo. Página 04

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Como os espír i tas entendem a Bíbl ia e as suas dif íceis l ições morais t raduzidas em diversas l ínguas e interpretadas por séculos .

ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA | www.adde.com.br | ANO 07 | NÚMERO 35 | JUNHO/JULHO DE 2017

SERá qUE TODOS OS MENSAGEIROS DO CRISTO VIVEM O qUE PREGAM?

Visão Espírita

Gerar um sent imento de confiança para com o próximo é tarefa fáci l nos dias a tuais?

Bem Coletivo

Quando o voluntar iado vai muito além da tarefa de doar e apl ica a car idade como ferramenta regeneradora.

Palavra Espírita

Os caminhos da paz que levam a busca pela perfeição do espír i to .

Atualidade

Página 03 Página 07 Página 08Página 06

O Tema propõe importante reflexão sobre como os palestrantes e trabalhadores da Seara de Jesus devem se comportar em sociedade e durante a lida fraterna. É bom lembrar que os últimos serão os primeiros e que nem sempre um lugar de destaque é garantia de retidão e assertividade de comportamento. A proposta da

reforma íntima é sempre bem-vinda. Quem a aceita abre as portas para a aprendizagem e futura ascensão espiritual.

Página 05

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leIA TAmbémO entrave do bem e do mal que fazem parte da caminhada da

humanidade rumo ao futuro próximo.Página 04

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Editorial É chegado o tempo em que

os semeadores de última hora pre-cisarão trabalhar com afinco, e sem seduzirem-se com o falso prestígio que um trabalho cristão pode trazer na vida em sociedade. Estar à frente de uma proposta evangélica em um púlpito ou tribuna é dar o exemplo de retidão e assertividade.

É deixar a vaidade de lado e colocar a mão na massa para realizar tudo que é pregado, de acordo com os ensinamentos de Jesus. Nossos líderes religiosos precisam estar de olhos abertos, pois para o Nazare-no, a caridade e o desempenho de determinada função na igreja ou no centro, só é válida se for realizada de forma digna. Ninguém tem cadei-ra cativa no plano espiritual se não buscá-la de todo o coração e com muito trabalho. Não se compra um pedaço do “céu”e tampouco se bar-

ganha uma vaga eterna por influência e popularidade.

Fica a mensagem de alerta para muitos pregadores e palestran-tes. Fazer um check-up na vida espi-ritual é tão importante quanto levar mensagens que aliviam e acalentam. Não sejam comprados pelo poder, mas reconheçam os seus erros e ten-tem corrigi-los. Sempre é tempo para renovar a fé, a esperança e promover uma reforma íntima.

Boa leitura!

Equipe ADDE

ExpedienteEste jornal é uma publicação da ADDE – Associação de Divulgação da Doutrina Espírita (CNPJ 08.195.888/0001-77) - para a região de São José do Rio Preto/SP. Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores.

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família com atividades para todas as idades.

Os participantes do evento contarão com a presença de Marcus de Mário, Sandra Borba e Alzira Bessa.

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A CONfIANÇAEste talvez seja o melhor

requisito para firmar um bom relacionamento entre dois seres. Uma sociedade entre dois indivíduos, no aspecto profissional, para dar certo e obter sucesso no intento, é necessário que haja extrema confiança entre eles. No casamento, a fidelidade conjugal é fundamental para o equilíbrio dos parceiros e da família. Traz sempre uma tranquilidade aos partícipes do reduto doméstico e demais agregados. A confiança em nós mesmos gera uma segurança interna e muita energia para superarmos os obstáculos. Quando conseguimos concretizar o nosso objetivo, gera uma autoestima elevada, nos credenciando para tarefas mais sublimadas.

Sabendo que Jesus é o terapeuta Divino, também deveríamos ter confiança na sua proposta, uma vez que Ele veio para que tivéssemos vida em abundância, procurando estudar e seguir Seu Evangelho de luz. Não se trata de uma proposta religiosa pura e simplesmente, mas de uma afirmativa psicológica, de quem conhece profundamente nossa alma e deseja que estejamos bem, desfrutando de paz interior, desde que sigamos os preceitos exarados pelo Divino pedagogo.

Em se tratando de Deus, que é Senhor absoluto de tudo e que não cai uma folha de uma árvore sem que Ele queira, nossa confiança deveria ser irrestrita diante dos seus desígnios. Não foi sem razão que

Jesus nos ensinou, na oração do Pai Nosso, que deveríamos aceitar a Sua vontade, independente do local e da hora. Deus sempre quer o melhor para nós. A sua misericórdia é irrestrita, portanto, tudo que Ele determina para nós é

para nosso bem, visando a nossa transformação espiritual. Ezequiel, um profeta da antiguidade, já nos havia dito que Deus não quer que o ímpio sofra, mas que ele se transforme. Portanto, mesmo que

a dor nos visite, devemos aceitá-la com confiança em Deus, não nos acomodando, mas enfrentando-a com coragem e destemor. Quem confia em Deus, não tem medo do futuro e dá o melhor de si no presente. Não se preocupa, mas se

ocupa no momento certo, na certeza de que o amanhã será melhor, se agirmos certo no dia de hoje.

Todo progresso advém de determinada destruição. O solo deve ser sulcado para ser produtivo; a semente deve ser enterrada para germinar; a árvore deve ser podada para gerar abastança; o minério deve ser exposto a um calor gigante, a fim de dar liga; a madeira, para ser usada na construção, tem que ser cortada e a água, para gerar energia, obrigatoriamente deve se submeter aos caprichos da usina.

Assim acontece com todos nós. Aceitemos, portanto, nosso sofrimento. Aprendamos a confiar, usando a abnegação e o devotamento, as duas condições básicas para o bom aproveitamento de nossa vida espiritual.

Ainda em tempo de reflexão: se Deus tem como objetivo construir um mundo melhor, embasado no amor, na justiça e na verdade ele conta com a nossa participação. O que temos feito em torno de nossos comportamentos, para que Ele e os demais tenham confiança em nós?

Visão Espírita por Aguinaldo de Paula Vasconcelos

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Basta termos contato com notícias, sejam elas escritas, televisivas ou radiofônicas para que o medo, de enormes proporções, tome conta de nossos sentimentos.

Mas, as notícias e os comentários de homens bomba, assaltos a bancos e corrupção não se restringem ao Brasil. Há pessoas drogadas que perambulam pelos centros urbanos de todas as cidades, invasões de propriedades com violência e mortes, balas perdidas que encontram seus endereços. E, dentro deste contexto, é possível se chegar à conclusão que nada é por acaso. Nós, homens, estamos influenciados pelo determinismo da “causa e efeito”, e, estes fatores nos levam a considerar que a humanidade terrena está fora do contexto das mensagens de amor que emanam do alto.

O que podemos fazer então? Como entender estas e todas as aflições pessoais, que não são poucas, visto que a vida humana nos parece carecer de melhor compreensão?

Sim, muitos de nós, e falo não somente dos cristãos e nem tampouco só dos espíritas (trabalhadores da última hora), têm ou tiveram notícias alvissareiras (boas novas) do Evangelho de Jesus. No entanto, ainda assim perguntamos sempre o porquê de tanta balburdia e da instalação do quadro de caos? Onde irá parar

nossa humanidade desatenta e distraída?

Distraída não no sentido singular de não prestar atenção, mas, no sentido geral da compreensão

necessária, mesmo com todo o medo que nos subjuga da justiça Divina.

Busquemos para tanto em Kardec o raciocínio que o momento nos pede. Que mesmo no mais profundo silêncio exalta gritos de desespero e desequilíbrio que nos tira do eixo e do direcionamento verdadeiro. E, em complemento a esse pensamento, a resposta é

muito clara em relação à pergunta 784 de O Livro dos Espíritos: “Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral,

ele, em vez de avançar, caminha aos recuos.”? R: “Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois, que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas”.

Os espíritos superiores admitem

a perversidade do homem, trabalhando sob a ótica da moral, e coloca em pauta essa condição -, de que o homem caminha aos recuos. Não havendo avanço, a ideia

predominante é que estamos complicados, complicando cada vez mais o progresso, e nos colocando contrários à evolução predeterminada pelo Pai.

A resposta dos espíritos não se faz esperar, afirma sem permitir dúvidas, o engano nesse tipo de análise: “Enganas-te” - Solicitam a não nos atermos à obra isoladamente, mas na observância do con-junto da obra, compreender melhor o mal existente. Lembra-nos, conforme preco-nizado, que o escândalo é necessário. Confirmando essa assertiva Crística assevera imperativamente que o mal chegando ao excesso, (estamos vivenciando isto), obriga-nos a compreender, a necessidade

urgente de reformas e o quanto necessitamos do bem imperando, para que tenhamos um pouco de sossego, estabilidade e equilíbrio.

Que Jesus nos ampare.

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE

por Arnaldo Ramos de Oliveira

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Veja o centro espírita mais perto de sua casa

acessando o site da ADDE.

Pontos de Luz

por Renata Girodo

CONDUTA CRISTÃ PARA OS PREGADORES

O mundo está cheio de pessoas que professam a fé e falam do Cristo com tamanha intimidade e legitimidade que conquistam até aqueles que não acreditam em nada. Eles pregam o bem, no entanto, são a própria incorporação da vaidade, do ego, da soberba e do egoísmo.

Unem-se em praças públicas, púlpitos de igrejas e grandes casas espíritas e gritam a população que Jesus salva. No entanto, suas torpes almas já foram corrompidas e as suas mentes estão alienadas com a sensação do poder. Como representantes do Divino, se gabam por curar e até falar com o mundo espiritual. Em todas as religiões existem esses “sacerdotes” e “médiuns” aos montes e no Espiritismo não seria diferente.

Mas, chegará o dia em que eles recorrerão ao Mestre. E como relata à passagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo (São Mateus, cap. VII, v.21,22 e 23), “Vários dirão naquele dia: Senhor! Senhor! Não profetizamos em Vosso nome? Não expulsamos

os demônios em Vosso nome e não fizemos vários milagres em Vosso nome?”. E Jesus responde prontamente: “Retirai-vos de mim, vós que fazeis obras de

iniquidade”.

De nada adianta pregar palavras angélicas, se as mesmas não são colocadas em prática. Como explicado no Evangelho, agir dessa forma é desmentir tudo que foi falado com as próprias ações. “Vós que caluniais o vosso próximo, que espoliais as viúvas e cometeis o adultério; retirai-vos

de mim, vós cujo coração destila ódio e fel, vós que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis correr as lágrimas, em lugar de secá-las.

Para vós haverá prantos e ranger de dentes, porque o reino de Deus é para aqueles que são dóceis, humildes e caridosos” (cap. XVIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo).

O verdadeiro cristão trabalha na seara e age em silêncio. Sua mão direita não sabe a caridade

que a sua mão esquerda fez ou faz. A humildade é a maior das qualidades desses seres que ajudam a levar uma palavra de consolo para quem necessita do pão da vida. Eles não escolhem ricos ou pobres, letrados ou analfabetos. E tratam a todos com o mesmo esmero e alegria.

Quem tem Jesus no coração emana energias do bem que curam corações tristes e entediados somente com um caloroso abraço ou um olhar manso e nobre de compaixão. Irmãos, comecem a ocupar os lugares que aparentemente não são de destaque, pois são neles que moram a verdadeira caridade que, nada tem de coadjuvante.

Vamos refletir!

Capa

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Atualidade

JESUS E O LADRÃO O grande codificador da

Doutrina Espírita, Alan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo no item Introdução, pág. 18 – parágrafo 4, nos diz:

“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral, por si sós são ininteligíveis, parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo....”.

Já nos prevenindo de que quando abrirmos as Escrituras Sagradas para leitura e/ou estudo, é necessário que tenhamos o máximo de cuidado com as palavras ali contidas, na verdade, Kardec só veio reforçar aquilo que o apóstolo dos gentios nos disse: “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. (2 Coríntios 3:6). E realmente, a maioria dos espiritas levou isso a sério e são poucos os que se simpatizam e praticam a leitura da Bíblia Sagrada, principalmente quando se trata do “Velho Testamento” que fica ainda mais difícil a leitura, voltando-se a leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que é tido como a Bíblia dos espíritas.

Mas também há o que se justifique tanta dificuldade. Um conjunto de 67 livros escritos, de gêneros diferentes, em tempos e lugares distintos e com línguas totalmente desconhecidas do

mundo ocidental do século XXI. E quando se fala que o primeiro livro da Bíblia “Gênese” foi escrita há aproximadamente 3.500 anos, a maioria das pessoas acha que está ultrapassado e obsoleto.

Mas, não só o tempo remoto é a grande dificuldade, mas sim o entendimento de muitas passagens do “Velho” e também do “Novo Testamento”, que mesmo quando abrimos nos dias de hoje e lemos no nosso próprio idioma, ainda assim, nos causa espanto com tamanha dificuldade.

Analisando melhor o “Novo Testamento” podemos atribuir duas grandes razões a essa falta de entendimento. São elas:

1- Ao se expressar naquela língua “pobre” em palavras, Jesus foi muitas vezes mal compreendido (e assim o é até hoje), dificultando o entendimento e dando margem a interpretações alteradas da genuína mensagem de Jesus. O que levou Kardec dedicar um capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo chamado de “Moral Estranha” (capítulo XXIII), em que ele aborda alguns termos e palavras usadas por Jesus que foram e são até hoje tidas como “estranhas”. Vale à pena a leitura.

2- A outra grande razão (que é a que vamos tratar hoje) é a questão das alterações sofridas

ao longo dos anos, pelas traduções do texto original em grego para as línguas modernas até os dias atuais. Este é sem dúvida, o motivo dos grandes problemas que enfrentamos ao estudarmos a Bíblia Sagrada, a ponto de ser fatal para o verdadeiro sentido da mensagem.

Dentre os vários trechos e versículos que podem confundir e parecem em muitos momentos “irracionais”, tem um em especial que sempre me intrigou. Está no “Evangelho de Lucas”, (cap. 23:43). “Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”.

A passagem se dá no momento da crucificação de Jesus, onde ele é colocado junto a dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda, segundo nos narra Marcos o Evangelista (cap. 15:27). Vale lembrar que a morte por crucificação era dada aos ladrões, aqueles que se apoderavam dos bens alheios e outras maldades da época. Aversão total as atitudes do Cristo Jesus, que mesmo diante de tanta humilhação, não consta no Evangelho que o Mestre tenha feito queixa ou reclamação.

Como pode Jesus sendo o primogênito do Pai, portador de todo o conhecimento das leis Universais, pronunciar essas palavras a um infrator das leis religiosas e cívis daquela época?

Prometendo-lhe “Hoje você estará comigo no paraíso...” Estaria Jesus absolvendo aquele pecador de todos os delitos por ele praticado? Poderia Ele derrogar as leis Divinas e entrar com esse ladrão no paraíso? Onde estaria a lei da causalidade, exemplificada e vivida pelo próprio Jesus no momento onde ele cura a orelha do soldado e diz a Pedro: “Quem com ferro fere, com fero será ferido”. (Mateus 26:52). O que na verdade Jesus disse?

No livro Diversidade dos Carismas, o saudoso escritor espírita e estudioso do Evangelho Herminio Miranda, na página 386, parágrafo primeiro, cita o Dr. George M. Lansa, competente estudioso da Bíblia, nascido no Kurdistão, País onde ainda se fala o aramaico -, a língua de Jesus. Ele entende que a tradução correta da frase de Lucas (23:43), pronunciada por Jesus, deveria ser posta nas palavras de hoje, como “Eu te asseguro hoje: estarás comigo no paraíso.”

Obrigado à Kardec, obrigado a Hermínio Miranda e ao Dr. George M Lansa pela “chave” que nos faculta a abrir as portas do Evangelho sob a luz da Doutrina Espírita.

por M. Bertolini

www.pressacondominios.com.br

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Bem coletivo por Orson Peter Carrara

ENxOVAIS PARA RECéM-NASCIDOS

Voluntários anônimos ou vinculados a grupos de diferentes denominações religiosas dedicam-se ao amparo de gestantes carentes, com a distribuição de enxovais para os bebês que vão chegar; em alguns casos, inclusive, com cursos de orientação nos cuidados com a gestação e com os futuros filhos. Com arrecadação e doações provenientes de diversas fontes, para a aquisição de tais enxovais, o fato é que há décadas o importante trabalho existe em muitas cidades e grupos, sem falar das iniciativas individuais, com a confecção de roupinhas, sapatinhos e outros acessórios de atendimento aos recém-nascidos.

Sobre o tema, trago aos leitores diminuta história de um ângulo que talvez o leitor não se tenha dado conta:

A pobre mulher, já com oito filhos numa verdadeira escada cronológica, aguardava o nono rebento e procurou ajuda para receber a doação de um enxoval para o bebê. Vivendo com muita dificuldade familiar, muito magra e quase passando fome, o marido estava desempregado e entregou-se à bebida, chegando violento em casa todo dia, atingindo a esposa

e os filhos. Ela não reclamava do marido, dizia que ele era bom e tentava afogar a angústia do desemprego na bebida. Feito o cadastro e avaliação, ela recebeu a farta sacola com as roupinhas. Foi de surpresa em surpresa, chegando às lágrimas, com a qualidade, quantidade e beleza

das peças acumuladas e que lhe eram doadas. Chorou de intensa emoção e comoveu o marido da mesma forma que, percebendo receber tanta generosidade de pessoas que nem conhecia – fez

inúmeras perguntas sem entender o fato de receber tantos mimos e acessórios extras em meio às bonitas e cheirosas roupinhas para o filho que chegaria –, que tomou uma decisão: largou a bebida e mudou o rumo da própria vida. Logo conseguiu um emprego e a vida do casal, embora difícil,

voltou à normalidade.

A pequena história revela algo extraordinário. Não são as doações em si, mas o amor com que foram planejadas, organizadas e mesmo

entregues. Usei o exemplo dos enxovais, mas poderia falar sobre a distribuição de sopa ou atendimento a mendigos, idosos, famílias inteiras, ou os atendimentos médicos e odontológicos, entre outros, de voluntários abnegados na área de saúde ou da educação, como a alfabetização, entre outras notáveis iniciativas humanitárias em favor da população mais carente.

É que todo gesto ou iniciativa impregnada de amor, do desejo de ajudar, de aliviar a agrura do semelhante, igualmente impregna o material usado e beneficia diretamente aqueles que recebem os benefícios, muito além do próprio objeto ou acessórios doados e recebidos.

A história está no último capítulo do extraordinário livro Diversidade dos Carismas, de Hermínio Miranda, que desejo recomendar ao leitor. O capítulo tem o nome de “Os carismas e a caridade”, que inspirou meu recente livro: A Tarefa dos Enxovais.

(17) 3218-1917 / 3218-3233 Av. Treze de Maio, 4140 Pq. Res. Cambuí - Rio Preto

Palavra Espírita por Guaraci de Lima Silveira

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CAMINHOS DE PAzHá coisas que só o futuro

resolverá. Por ora, o importante mesmo é fazer valer a vontade de Deus a nosso favor. Assim pensam muitos. Mas, o fato é que compete a cada um descobrir qual é o seu tempo no contexto da sua evolução. Necessitamos realizar a partir dos padrões cristãos. Necessitamos buscar entendimentos espirituais que nos capacitem a inteirarmos das realidades Divinas que nos rodeiam. Sabemos que a vida real não é a manifestada neste plano físico que habitamos. Aqui é o transitório e, como nos diz J. Campbell: “o transitório nos serve apenas como referência”.

Temos conosco o Evangelho de Jesus e o Espiritismo. Co-nhecimentos profundos necessi-tando ser estudados e analisados por todos. Antes deles havia as doutrinas secretas, guardadas a sete chaves. Hoje, contudo, e, a partir de meados do século passado, as portas se abriram e estamos diante das grandes verdades do Universo possíveis aos nossos entendimentos atuais.

Encontramos no Capítulo II de O Evangelho Segundo o Espiritismo o estudo sobre o reino de Jesus. Ele, conforme ali expresso, ainda não é deste mundo. E o que o impede de ser? Certamente a resposta cairá

sobre nossas posturas. Estamos de fato querendo que ele se estabeleça entre nós? E o que vem a ser o reino de Jesus?

Estudar e praticar o Evangelho devem ser o desejo de todo aquele que almeja um caminho de paz. Houve um tempo em que a mística dominava os estudos espirituais.

Com o avanço intelectual da humanidade percebeu-se que as Leis Divinas tornaram-se cada vez mais claras e óbvias à medida que avançamos em seus entendimentos. Assim, o místico deixa de existir passando a viger as confrontações necessárias aos crescimentos in-dividuais. Boa analise e necessária a todos. Não mais os rituais e práticas litúrgicas e sim o cotejo do ser com seu existir.

Na corrente filosófica deno-minada Existencialismo há um parecer muito interessante para o homem atual. Diz ela que temos um futuro e que ele necessita de projetos viáveis. Será que devemos esperar o futuro de braços cruzados, numa esperança estática ou que o visualizemos a partir de decisões

coerentes neste presente? Difícil propor um futuro viável dentro do quadro atual que se transforma a todo instante. Num regime capitalista que costuma negar o óbvio para garantir seus interesses. A partir de estruturas sócio-familiares onde a grande maioria cuida da sua sobrevivência dentro do princípio do “cada um por si e Deus por todos”.

É aqui que surge o reino de

Jesus. Será de paz, entendimentos, harmonia e amor. Trabalho consciente e dinamizador dos potenciais latentes em cada ser porque não será o da relação trabalho-capital-remuneração e sim do “a cada um segundo suas obras” (Mateus 16:27). E, naquele futuro, as misérias estarão vencidas: materiais, morais, espirituais. Se no passado as grandes verdades eram guardadas a sete chaves por sentinelas que dedicavam uma encarnação toda a preservá-las nos fundos dos baús, neste presente estão disponíveis a todos para que no futuro sejam elas os parâmetros racionais a medir ações decisivas a favor de si, a favor de todos.

É hora de definirmos qual futuro viveremos: aqui, com Jesus em seu reino ou alhures, com as imperfeições que insistem por não serem domadas. Busquemos um futuro viável, busquemos os caminhos da paz que nos esperam para conduzir-nos a nós e a Deus, no grande projeto da inteiração definitiva da criatura com o seu Criador.