Ventilação natural e mista em...

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Ventilação natural e mista em edifícios João Carlos Viegas e Armando Pinto

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Ventilação natural e mista em edifícios

João Carlos Viegas e Armando Pinto

Sumário da apresentação

1. Enquadramento

2. Projetos de investigação

3. Desempenho da ventilação natural

4. Desempenho da ventilação mista

5. Ventilação, QAI e saúde

6. Conclusões

7. Desenvolvimentos futuros

Enquadramento

>Têm sido realizados estudos que têm conduzido a um conhecimento mais aprofundado do desempenho de sistemas de ventilação natural e mista.

>A ventilação natural depende integralmente das ações da diferença de temperatura e do vento.

Enquadramento

>Dado o clima ameno em Portugal, não é expectável que a ação da diferença de temperatura seja suficiente para assegurar a ventilação numa parte significativa do ano.

>Sendo Portugal um país ventoso, é de esperar que seja relevante tirar partido sobretudo da ventilação transversal.

Enquadramento normativo (CTA 17)

> Norma NP 1037 - Ventilação e evacuação dos produtos da combustão dos locais com aparelhos a gás

� Parte 1: Edifícios de habitação. Ventilação natural� Parte 2: Edifícios de habitação. Ventilação mecânica centralizada de

simples fluxo� Parte 3: Volume dos locais e posicionamento dos aparelhos� Parte 4: Instalação e ventilação das cozinhas profissionais� Parte 5: Edifícios de habitação. Ventilação mista

Projetos de investigação FCT

> Avaliação do desempenho da ventilação natural de um edifício de habitação multifamiliar (2001-10-15 / 2005-04-14); LNEC, IDMEC (IST) e Féria & Féria.

> Ventilação em edifícios de habitação – Modelação e experimentação “in situ (2004-05-02 / 2007-11-01); FEUP, LNEC e ISTV.

> Netzero Energy School: Reaching the community (julho de 2009 / julho de 2012); Programa MIT-Portugal.

> Ambiente e saúde em creches e infantários (ENVIRH) (2010-02-01 / 2013-01-31); FCM/UNL, LNEC, INSA e FCT/UNL.

> Estudo geriátrico dos efeitos na saúde da qualidade do ar interior em lares da 3ª idade de portugal (GERIA) (2012-03-01 /2015-02-28); INSA, FCM/UNL, LNEC e FCT/UNL.

Análise do desempenho de edifícios com ventilação natural

>Projetos de investigação�Matosinhos

o dimensionado de acordo com as regras especificadas na NP 1037-1

o permeabilidade ao ar da envolvente foi fortemente penalizada

o análise do desempenho da ventilação natural:

� Experimental na fase inicial

� Experimental na fase de ocupação

� Modelação computacional com modelos de zona

Matosinhos

Matosinhos. Ensaios antecedentes ao período de ocupação. Cozinha

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Texterior

Aprox. 2 rph

∆T≈5 KK45T ≈∆

h/m110Q 3≈&

Fecho das portas interiores não reduz significativamente o caudal de exaustão.

Matosinhos. Ensaios antecedentes ao período de ocupação. WC

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Tem

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Tconduta

Texterior

Caudal

Aprox. 1 rph

∆T≈5 K

Portas fechadas

Q=0,55 rph

A utilização da instalação sanitária incrementa a sua ventilação

Matosinhos. Validação do modelo integral. Cozinha

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Tempo [hh:mm]

Q [m

3/h]

Medido Simulado

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Admissão de ar

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Tempo [hh:mm]

Q [m

3/h]

Fachada Sul Fachada Norte

Praticamente não existe varrimento entre fachadas

O caudal-tipo esperado nos dois quartos situados a Norte totalizava 60 m³/h, bem como o da sala de estarVarrimento devido às diferenças de pressão

formadas em fachadas diferentes, pode contribuir significativamente para a obtenção de tais caudais

Ventilação transversal

Matosinhos. Apartamento ocupado. Inverno

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Tempo [hh:mm]

Q [m

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Fachada Sul Fachada Norte

Admissão de ar predominante através da fachada Norte

ventilação transversal

sub-ventilação na sala de jantar

Matosinhos. Apartamento ocupado. Primavera

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Tempo

Vel

ocid

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225

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315

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Dire

cção

do

vent

o [º

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Velocidade

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Matosinhos. Apartamento ocupado. Primavera

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Tempo [hh:mm]

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3/h]

Fachada Sul Fachada Norte

O ciclo diário do regime do vento, sendo mais intenso durante o dia e menos à noite, contribui para minimizar as perdas de calor devido a exfiltrações

Este fenómeno origina uma ventilação excessiva dos compartimentos orientados a Sul no período diurno e uma sub-ventilação dos compartimentos orientados a Norte no período nocturno.

Matosinhos. Apartamento ocupado. Primavera

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TintTextTconduta

Fenómeno de inversão de tiragem

Matosinhos. Apartamento ocupado. Verão

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Tempo [hh:mm]

Q [m

3/h]

Medido Simulado

Casa de banho

4 Julho 6 Julho

Os caudais obtidos por simulação evidenciam as mesmas tendências dos caudais medidos.

Verifica-se que os caudais na cozinha e na instalação sanitária são, em geral, inferiores aos caudais-tipo; todavia, o seu valor mínimo só pontualmente é inferior a metade do valor do caudal-tipo.

O caudal exaurido na instalação sanitária tem um padrão muito próximo da velocidade do vento, não sendo evidentes variações devidas à mudança da direcção do vento.

Evacuação dos produtos da combustão

>Projectos de investigação�Gondomar

o ventilação mista

o ensaios associando a ventilação natural com exaustão mecânica pontual

Gondomar

3rd and 5th flat: 1st + 4th floor (hybrid system)

1st and 2nd flat: 1st + 4th floor (hybrid system)

4th flat: 2nd floor (natural system)

6th and 7th flat: 1st + 4th floor (hybrid system)

Gondomar

Bath (9.2m3): Natural exhaust

Air inlets (30 m3/h)

Air inlets (30 m3/h)

Kitchen (23.2m3): Mechanical exhaust

Bed1: 22.7m3

Bed2: 31.7m3

Living: 56.4m3

Fixed air inlet

Metodologia

> Foram realizados dois conjuntos de ensaios em Gondomar:

� Ensaio 1o Foi ativado o aparelho a gás do tipo B para aquecimento de água sanitária,

situado no piso inferior;

o foi ativada a exaustão na cozinha, onde se encontra o aparelho do tipo B,simulando a ativação do fogão;

o o caudal de exaustão foi variado por degraus até se atingir o caudal de240 m³/h;

� Ensaio 2o Foi ativado o aparelho a gás do tipo B para aquecimento de água sanitária,

situado no piso intermédio;

o foi ativada a exaustão na cozinha no piso inferior simulando a ativação do fogão;

o o caudal de exaustão foi variado por degraus até se atingir o caudal de 500 m³/h.

Esquentador ativo no piso inferior

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12:30 12:35 12:40 12:45 12:50 12:55 13:00Tempo [h:m:s]

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Temperatura

Caudal

Dispositivo de segurança é automaticamente ativado

Esquentador ativo no piso intermédio

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16:45 16:50 16:55 17:00 17:05 17:10 17:15Tempo [hh:mm]

Tem

pera

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ESQRCT ESQ1AT ESQ2AT

Temperatura piso 0

Temperatura piso 1

Temperatura piso 2

Escoamento de produtos da combustão para a cozinha do piso inferior

Esquentador ativo no piso intermédio

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ESQ1AV ESQ2AV FOGRCV

Caudal piso 1

Caudal piso 2

Caudal mec. piso 0

Escoamento de produtos da combustão para a cozinha do piso inferior

Podem ocorrer condições para promover o escoamento dos produtos da combustão para o interior de outras habitações, mesmo contrariando o efeito de chaminé.

O dispositivo de segurança não promove o corte da alimentação, gerando-se um problema de segurança.

Netzero Energy School: Reaching thecommunity

Período de aquecimento

ENVIRH

>Foi analisado o teor de CO2 em 143 salas de 25 escolas em Lisboa e 20 escolas no Porto.

Reabilitação do edifício para novos usos

>Verifica-se que em várias creches a conservação e melhoria da edificação passou pela reabilitação da caixilharia exterior, que correspondeu à substituição por caixilharia nova (em geral de alumínio).

>Verifica-se que as suas características de desempenho limitam muito (como aliás é requerido) a renovação do ar.

>A adoção de caixilharia de baixa permeabilidade ao ar deve ser acompanhada da implementação de meios de ventilação.

Conclusões

>Os princípios enunciados na norma NP 1037-1: 2002 são adequados para assegurar a evacuação dos produtos da combustão.

>Evidenciam as dificuldades de ventilação aí previstas, que conduziram à referenciação nessa norma da necessidade de complementar o sistema de ventilação natural com a abertura de janelas.

>Ventilação mecânica mal implementada pode contrariar o escoamento dos produtos da combustão.

Desenvolvimentos futuros

>Os edifícios devem ser dotados de sistemas de ventilação.

>Torna-se desejável que sejam desenvolvidos estudos dos quais venham a resultar regras compatíveis com a utilização destes sistemas mecânicos e com a ventilação natural.

Desenvolvimentos futuros

>Estes futuros estudos deverão assentar:� (i) no princípio de independência do sistema de ventilação entre frações (tendo em vista evitar o impacte das pressões e depressões do sistema pontual de exaustão noutras frações),

� (ii) tirar partido da ação do vento para assegurar a ventilação da fração, quando os exaustores estão inativos,

� (iii) assegurar a ventilação mesmo quando as janelas estão fechadas e

� (iv) evitar caudais excessivos.

Exemplo

Ventilação natural e mista em edifícios

Obrigado pela atenção!