Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das...

44
ANO XI l Nº 119 Fevereiro de 2014 Distribuição gratuita. Velocidade controlada Sintrauto conquista apoio de seus associados para a redução de acidentes de trânsito. Iniciativa é elogiada pelas autoridades e teve como prioridade valorizar a vida dos motoristas cegonheiros

Transcript of Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das...

Page 1: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

ANO XI l Nº 119 Fevereiro de 2014

Dis

trib

uiç

ão g

ratu

ita.

Velocidade controladaSintrauto conquista apoio de seus associados para a redução de acidentes de trânsito. Iniciativa é elogiada pelas autoridades e teve como prioridade valorizar a vida dos motoristas cegonheiros

Page 2: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 3: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 4: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

4 Entre-Vias

Editorial

imPreSSãoGráfica Del Rey

tiragem10 mil exemplares

todoS oS direitoS reServadoSA reprodução total ou parcial de textos, fotos e artes é proibida sem autorização prévia.

ENTRE-VIAS não se responsabiliza por textos opinativos assinados. "As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Informes publicitários são de responsabilidade das empresas que os veiculam, assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes."

ENTRE-VIAS, por meio de um mailling especial, chega a empresários e executivos de empresas de transporte de cargas e às principais redes de postos de combustíveis. Autoridades, entidades de classe, sindicatos, indústrias e órgãos governamentais também recebem a publicação.

aSSinaturaS / anunCianteSMinas GeraisRua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG. CEP: 32600-084(31) 3052-0103 / [email protected]

uma PubliCação da auto geStão PubliCidade e ConSultoria ltda.CNPJ: 02.841.570/0001-30Rua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG.CEP: 32600-282Tel.: (31) 3052-0103 / 3594-4245 [email protected]

entre-vias apoia: www.anjosdoasfaltomg.blogspot.com

Geraldo euGênio de assis

Envie sua carta para Rua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG. CEP: 32600-084

[email protected]

Parabéns, Sintrauto! Assim resumo o posicionamento desta revista perante a ação dessa entidade no combate aos acidentes de trânsito. Muito me admira a ati-tude dos cegonheiros, que, prontamente, se posicionaram favoráveis a tal medida. Afinal, visto por alguns como vilões da estrada, esses motoristas hoje compactuam com a ideia de trânsito seguro. A redução da velocidade para os cegonheiros de Minas será um marco na gestão do Carlos Roesel, presidente da entidade.

Não era por menos: em um cenário pouco favorável a comemorações, a entidade percebeu que tal mudança seria significativa. Foi muito mais do que isso. Em apenas um mês, a redução ultrapassou o resultado esperado. Os inúmeros acidentes deixa-ram de existir.

Entre-Vias explica como funciona o sistema de controle de velocidade e coloca em suas páginas opiniões de empresários e diretores das empresas que corroboram com essa iniciativa do Sindicato dos Cegonheiros, que vai além de salvar vidas: dig-nifica o trabalho de seus profissionais e melhora a qualidade de vida de todos.

Em sequência, divulgamos índices que retratam a falta de condições financeiras a que sobrevivem diversos modais de transporte. Especialistas esclarecem que os aumentos devem ser urgentes.

Os fretes estão defasados há décadas. Isso corrobora com o aumento de aci-dentes e com a necessidade desenfreada de transportar cada vez mais peso em maior velocidade. Não dá para separar um fator do outro. E talvez esta seja uma das medidas urgentes a serem tomadas no cenário nacional de transporte de cargas. Um setor que ganha força política a cada dia e que deve ser assunto de pauta para os que veem no setor um grande passo para melhoria de nossas condições de tráfego.

Expedientediretor-geral/editorGeraldo Eugênio de [email protected]

diretora exeCutivaTayla [email protected]

editora ChefeCristina Guimarã[email protected]

redaçãoAna Flávia Belloni, Cristina Guimarães

gerente ComerCialPoliana Silva

dePartamento ComerCialRenata Gomes e Rodrigo do Espirito [email protected]

gerente adminiStrativaLaís [email protected]

finanCeiroMayra [email protected]

midiaS SoCiaiS e eventoSAmanda Rodrigues

fotoSArquivo Entre-Vias

diagramaçãoRoger Simões

webAgência Primore

reviSãoLílian de Oliveira

diStribuiçãoAntônio Carlos dos Reis e Margeri Mansor

Page 5: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 6: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

6 Entre-Vias

Sumário

14

Capa: Deivisson FernanDes

33

18 CAPA Iniciativa a ser replicada: cegonheiros atuam com limite de velocidade, preservando a vida e a segurança, sem deixar a excelência na prestação de serviço

8 ENTREVISTA Deputado federal apresenta proposta de reajuste do valor por tempo excedente de carga e descarga

10 SAÚDE z Alcoolismo atinge homens e mulheres e destrói famílias. Fique atento aos sintomas z Nutrição na estrada: Sest/Senat vai oferecer atendimento com especialistas nas unidades

14 MEIO AMBIENTE Empresa cria equipamento para reciclar asfalto velho e diminuir impacto na natureza

15 INFRAESTRUTURA Justiça define que pátios de Cubatão ficarão abertos 24 horas por dia

16 TECNOLOGIA Ex-piloto Luciano Burti importa equipamento para levar capacitação aos motoristas

28 ESTRADAS z Ano começa com mais anúncios de concessões rodoviárias z Minas lança, em até 60 dias, a licitação para construção do Rodoanel Norte

30 hOMENAGEM Conheça a vida de mulheres que trabalham no setor de transporte e são reconhecidas pela dedicação

32 hISTÓRIA Esquadrilha Arcanjo, do corpo de bombeiros, comemora chegada de mais uma aeronave

34 FORMAÇÃO Agora vai: será cobrado o curso de especialização para condutores de veículos de carga indivisível

36 FIQUE DE OLhO Saiba para onde vai o dinheiro do IPVA

37 SEGURANÇA Lei paulista pune empresário que receptar e revender carga roubada

38 FINANÇAS Estudo da NTC&Logística aponta para reajuste de 7,85% na operação da carga no ano passado

40 COLUNA ESPORTES

Page 7: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Estrada dos Alvarengas, 5600, Assunção,São Bernardo do Campo (SP)(11) 4342-2584 / 4357-8973

[email protected]

EXPERIÊNCIAE NOVAS

SOLUÇÕES.Desde 1993 operando no segmento de

transporte de veículos leves por meio de

cegonhas, a Autoport oferece, com a mesma

qualidade, o transporte de caminhões e chassis. Com

pranchas especialmente fabricadas para este fim, a Autoport

disponibiliza um serviço diferenciado e com segurança, viabilizando

o deslocamento de veículos comerciais sem danos e desgastes para os

futuros proprietários. Experiência e novas soluções estão sempre na rota da

Autoport.

Distribuição nacional de veículos 0 km • Operação portuária • Transporte de peças

Gestão de pátios e armazenagem • Serviços automotivos (PDI - Pre Delivery

Inspection) • Transporte de caminhões, chassis e ônibus sobre pranchas.

Page 8: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

8 Entre-Vias

Entrevista

Tempo de carga e descarga melhor remunerado

Projeto de lei sugere reajuste no valor referente ao período excedente, visando atualizar cobrança

deputado federal Celso Malda-ner iniciou sua atuação no setor de transportes na juventude, no

interior da cidade Modelo (SC). “Transpor-tando carga viva de suínos, pude sentir na pele as dificuldades dos profissionais desse setor no Brasil. As longas jornadas de tra-balho e as péssimas condições de seguran-ça e trafegabilidade das estradas em nosso país são apenas alguns dos problemas en-frentados por esses trabalhadores diaria-mente, e tenho como missão defender os interesses dessa categoria no Congresso Nacional.”

Com esse objetivo, elaborou o Projeto de Lei 5.736/13, que reajusta o valor por tempo excedente ao estabelecido para carga e descarga do veículo de transporte rodoviário de cargas. Na entrevista a seguir, ele apresenta os detalhes da proposta e analisa o setor.

Entre-Vias: Como surgiu a proposta de elaborar o Projeto de Lei 5.736/13 e do que exatamente ele trata?Celso Maldaner - Elaborei esse projeto de lei por sugestão do Sindicato das Em-presas de Transporte do Oeste e Meio-Oes-te Catarinense (Setcom), na pessoa de seu presidente, Paulo Simioni, que me trouxe informações detalhadas sobre o assunto. A mudança também é uma reivindicação antiga dos transportadores autônomos e das empresas de transportes de cargas, que apontavam a defasagem do valor estipula-do. Nesse sentido, o projeto altera o valor devido ao transportador autônomo de car-gas (TAC) ou à empresa de transporte de cargas (ETC) por tempo excedente ao esta-belecido para carga e descarga do veículo. O projeto aumenta o valor de R$ 1 para R$ 1,80 por tonelada/hora ou fração. No momento, a peça jurídica está na Comissão de Viação e Transportes, para a qual foi de-signado relator. Passa ainda pela Comissão de Constituição e Justiça.

OFotos: agência Câmara

Celso Maldaner

EV: Quais foram as bases de cálculo do valor proposto pelo projeto? É o reajuste ideal?CM: O valor determinado na Lei 11.442/2007, de R$ 1, correspondia, à época, aproxima-damente a 0,27% do salário mínimo vigen-te em 2007, que era de R$ 380. Quando foi elaborado o Projeto de Lei 5.763, o valor do salário mínimo era de R$ 678, e o valor cobrado pelo tempo excedente nas referidas operações não se alterou, o que

prejudica o transportador, considerando-se o aumento dos seus encargos com pes-soal ao longo dos últimos seis anos. Para compensar as perdas acumuladas, esta-mos propondo reajustar o valor previsto na lei, mantendo o percentual de 0,27%, o que dá aproximadamente a quantia de R$ 1,80 por tonelada/hora ou fração pelo tempo excedido ao previsto na lei para operações de carga ou descarga, que é de cinco horas.

Page 9: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 9

EV: O setor de transporte de cargas atua com os custos operacionais no limite das receitas. Nesse sentido, o aumento da taxa será repassado ao contratante?CM: Sabemos das dificuldades do setor, ainda mais agora, com as recentes altas no preço do diesel. A ideia é que o aumento da taxa seja integralmente repassado ao contratante, não gerando qualquer custo às empresas de transporte, visto que há um custo ao transportador nesse tempo exce-dente que o caminhão fica parado.

EV: O senhor tem outros projetos que visam promover melhorias para a atuação dos profissionais do setor do transporte de cargas?CM: Atuei ativamente no Congresso Na-cional pedindo alterações na Lei 12.619, que trata da jornada de trabalho dos ca-minhoneiros. Criamos uma Comissão Es-pecial para tratar do tema, e o relatório final desse grupo – que aguarda agora a análise do Plenário – trouxe inúmeros avanços. O principal objetivo é reduzir as desigualdades entre autônomos e empre-gados e adequar a legislação à realidade brasileira, garantindo a sua aplicabilidade. A lei vigente estipula que os motoristas empregados cumpram um descanso entre jornadas diárias de 11 horas ininterruptas, enquanto para os autônomos não há uma determinação específica quanto a isso. Já pelo texto aprovado na Comissão Especial da Câmara, a primeira categoria teria uma jornada de oito horas sem interrupção, com mais três fracionadas, e o segundo segmento oito horas ininterruptas e mais duas horas flexíveis. Além disso, com as alterações propostas pela Câmara, o limite de horas de direção ao dia – somando-se normais e extras – passaria de 10 para 12, no caso dos profissionais empregados. Para os autônomos, seriam definidas 13 horas de direção diárias. Tanto a proposta como a legislação atual impõem a obrigatoriedade da realização de intervalos nesses perío-dos. Ainda é preciso discutir mais detalha-damente a questão da infraestrutura para as paradas dos motoristas, já que, hoje, a responsabilidade pela construção de pon-tos de descanso para que os caminhões es-tacionem não é atribuída, pela legislação,

a nenhum órgão ou instituição específicos. Ante a isso, vislumbro diversos caminhos possíveis e prováveis: o primeiro é a cons-trução de paradas nas rodovias privatiza-das, pelas próprias concessionárias, com o custo já embutido no pedágio. Nas demais estradas e rodovias, poderíamos trabalhar por meio de parcerias público-privadas ou mesmo mediante permissão da exploração por terceiros. Para incentivar a construção dessa infraestrutura, sugiro, ainda, que se-jam disponibilizadas linhas de créditos es-

peciais para que os postos de combustíveis, comumente utilizados como paradas pelos caminhoneiros, construam pátios mais am-plos e com maior comodidade. Precisamos pensar não somente na aplicabilidade da legislação, mas também na segurança e no bem-estar de nossos caminhoneiros.

EV: Como o senhor observa o setor de transporte rodoviário de cargas brasileiro?

CM: Observo com preocupação, especial-mente no que diz respeito à precariedade da infraestrutura de transportes disponível em nosso país. O que ocorre é que estamos pagando um preço alto por décadas sem investimento. No caso específico do modal rodoviário, pesquisas mostram que o Brasil está longe do ideal: o país possui cerca de 212 mil km de rodovias pavimentadas para uma área total de 8,5 milhões de km². Para se ter uma ideia, os Estados Unidos pos-suem 4,21 milhões de km de rodovias pavi-mentadas para uma área de 9,1 milhões de km². Dados do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea) apontam ainda que o custo logístico no Brasil chega a 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, fica em aproximadamente 4%. Em contrapartida, o investimento feito no sistema de trans-portes aqui é de aproximadamente 0,6% do PIB, enquanto nos EUA chega a 7,7%. Esses dados não deixam dúvidas: é preci-so investir massivamente nas rodovias. No entanto, penso que o caminho para dimi-nuir sensivelmente os custos de transporte e melhorar nossa competitividade passa pela ampliação da integração intermodal, de modo a reduzir a dependência do siste-ma rodoviário, aumentar a integração re-gional e tornar o transporte mais eficiente do ponto de vista econômico, energético e ambiental. O Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) prevê que quase 60% dos R$ 172,4 bilhões disponibilizados pela iniciativa irão para ferrovias e hidrovias jus-tamente para isso: diversificar as opções.

EV: Que mensagem o senhor gos-taria de deixar para os leitores da revista Entre-Vias?CM: Gostaria de dizer que reconheço a importância econômica e estratégica da atividade para o país e conheço de perto as dificuldades enfrentadas pelos transpor-tadores brasileiros, que não são poucas. Nesse sentido, quero ser um interlocutor e um representante das demandas e po-sicionamentos da categoria no Congresso Nacional na busca por melhores condições de atuação e melhoria da competitividade de nosso país. Comprometo-me a trabalhar para que as melhorias, tão necessárias, saiam do papel.

A lei vigente estipula que os motoristas

empregados cumpram um

descanso entre jornadas diárias de

11 horas ininterruptas, enquanto para os autônomos não há uma determinação

específica quanto a isso

Page 10: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

10 Entre-Vias

Saúde

ma doença silenciosa, que depende de cada indivíduo para ser tratada e mui-to da ajuda da família para ser curada.

O alcoolismo, segundo descreve o Ministério da Saúde, é uma dependência considerada doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É o uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas e que pode comprometer se-riamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis, depen-dendo do órgão afetado.

Informações do ministério alertam que, a longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos do corpo humano, especialmente o fígado, que é o responsável pela destruição de substân-cias tóxicas ingeridas ou produzidas durante o processo digestivo. Se houver uma dosagem excessiva de álcool no sangue, o fígado fica sobrecarregado. Segundo o ministério, o álcool causa inflamações como gastrite, hepatite alco-ólica, pancreatite e neurite (nos nervos).

Recentemente, a novela “Amor à Vida”, exi-bida pela Rede Globo, retratou o alcoolismo por meio da personagem Vivian, interpretada pela atriz Ângela Dip. Sócia de um bar, ela sempre era vista em cena consumindo bebidas alcoóli-cas. Um dia, sentiu-se mal, foi para o hospital e

Alcoolismo: um mal que destróiDoença acomete milhares de brasileiros e pode levar a problemas graves de saúde

U

Divulgação

Page 11: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

descobriu que estava com cirrose, diagnósti-co comum entre dependentes de álcool. Ela negava a doença, situação também comum entre os alcoolistas, até decidir procurar uma reunião dos Alcoólicos Anônimos (A.A.).

A entidade, mundialmente conhecida, é responsável por promover reuniões e ajudar quem quer se livrar do vício. Também faz encontros entre os familiares. E considera que o indivíduo acometido é quem precisa tomar a decisão de procurar ajuda. É um programa de recuperação, uma irmandade de homens e mulheres que compartilham experiências, forças e esperanças para re-solver o problema comum e ajudar quem precisa se recuperar do vício.

“O único requisito para se tornar mem-bro é o desejo de parar de beber”, des-creve em mensagem na página dos Alco-ólicos Anônimos na internet. Para o A.A., o alcoolismo é uma doença física, mental e espiritual, progressiva, incurável e de tér-mino fatal. “Os alcoólicos que conhecemos parecem ter perdido o poder para controlar suas doses de bebidas”, declara a entidade.

Além dos problemas de saúde, o alco-olismo causa um drama familiar. Segundo informações do Ministério da Saúde, a doença provoca comportamentos antisso-ciais, violência doméstica, ruptura de rela-cionamentos, problemas no trabalho, como alterações na percepção, reação e reflexos.

Para o médico Dráuzio Varella, “do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comporta-

mentais e socioeconômico, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela dro-ga e desenvolve sinais e sintomas de absti-nência quando ela é retirada”.

Segundo Varella, o álcool é uma dro-ga depressora do sistema nervoso central. “Quando a droga é suspensa abruptamen-te, depois de longo período de uso, os cir-cuitos estimulatórios não encontram mais a ação depressora para equilibrá-los e surge, então, a síndrome de hiperexcitabilidade característica da abstinência.” Os sintomas são distúrbios de percepção, tremores, con-vulsões e delírios.

PROFISSIONAIS DA ESTRADAEm 2007, um artigo publicado na “Re-

vista de Saúde Pública”, editada pela Facul-dade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, analisou a incidência do uso de ál-cool e anfetaminas entre caminhoneiros nas estradas. Noventa e uma pessoas responde-ram a um questionário de 19 perguntas.

Os resultados mostraram que 66% dos participantes costumavam fazer uso de an-fetaminas durante a viagem e 91% deles consumiam bebidas alcoólicas, sendo 24% todos os dias e 35% de duas a três vezes por semana. Segundo os dados da pes-quisa, 17% deles já haviam se envolvido em acidentes devido ao uso de álcool. Eles foram entrevistados à beira da rodovia MG-050, em Passos, interior de Minas Gerais, e

escolhidos aleatoriamente entre as pessoas que buscavam ajuda em uma unidade mó-vel de atendimento de saúde.

Para Dráuzio Varella, os tratamentos indicados para o alcoolismo são a desinto-xicação e a reabilitação. Primeiro, é preciso se desintoxicar. “Geralmente realizada por alguns dias sob supervisão médica, permite combater os efeitos agudos da retirada do álcool.” Depois, segue para a reabilitação por meio de entidades como o A.A.

“Depois de controlados os sintomas agudos da crise de abstinência, os pa-cientes devem ser encaminhados para programas de reabilitação, cujo objetivo é ajudá-los a viver sem álcool na circulação sanguínea”, informa por meio da sua pá-gina na internet. Para ter sucesso, segundo Varella, é fundamental a participação dos familiares e amigos.

Entre-Vias 11

SINAIS DO ALCOOLISMO

Alcoolismo: um mal que destrói

Se responder sim a qualquer uma das perguntas, é preciso buscar ajuda

Já sentiu que deveria diminuir o consumo de bebida alcoólica?

As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida alcoólica? Já se sentiu mal ou culpado a respeito da bebida alcoólica?

Já tomou bebida alcoólica pela manhã?

Fonte: www.minhavida.com.br

Page 12: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

12 Entre-Vias

Saúde

Nutrição na estradaSest/Senat vai oferecer atendimento alimentar com especialistas nas unidades A, B e C nas rodovias

omer cada dia em um lugar, acesso a muita carne vermelha e alimen-tos gordurosos. A alimentação de

quem trabalha na estrada nem sempre é benéfica para sua saúde. Quem quer mudar de vida e prestar mais atenção na banca-da de legumes e verduras dos restaurantes tipo self-service das estradas pode agora contar com apoio nutricional. As unidades tipo A, B e C do Serviço Social do Transpor-te e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) vão oferecer aten-dimento na área de nutrição. O início dos trabalhos ainda não está definido, mas está sendo elaborada uma cartilha para ser en-tregue aos motoristas.

Especialistas lembram que alimentos pesados causam sonolência ao volante e po-dem gerar problemas como hipertensão, co-lesterol alto e obesidade. A ideia é que os tra-balhadores tenham mais conhecimento para escolher melhor os alimentos a cada parada.

Segundo informação publicada no por-tal de notícias da Confederação Nacional do Transporte (CNT), condutores escolhem alimentos menos saudáveis mesmo quando há oferta de legumes, verduras e frutas. Para elaborar o atendimento, equipe do Sest/Senat foi até restaurantes principalmente instalados em postos de combustíveis para ouvir os motoristas sobre a demanda. A con-clusão foi de que há carência de informação sobre a alimentação, mas uma vontade dos profissionais em mudar os hábitos.

C

Unidades A, B e C do Sest/Senat vão oferecer atendimento nutricional

agência CnT/Divulgação

Page 13: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Nutrição na estradaJá na cartilha, o Sest/Senat vai informar

sobre a importância de diminuir o sal, ingerir menos açúcar e carnes gordurosas. Profis-sionais que elaboraram o informativo ainda alertam os caminhoneiros a não ficarem muitas horas sem comer e ter sempre por perto frutas como banana, maçã e laranja, que são de fácil consumo e boas opções para o lanche durante o dia. Outra dica é, se possível, preparar a própria comida.

Na edição 115, a revista Entre-Vias mostrou a importância de mudar os hábitos alimentares para melhoria da saúde e, prin-cipalmente, do sistema digestivo. É funda-mental que os motoristas tenham sempre acesso a cereais integrais, frutas, verduras

e legumes, além de ter sempre uma garrafa de água por perto.

Por dia, a indicação é que o profissional coma pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes, sendo as frutas con-sumidas preferencialmente com casca ou bagaço e os vegetais, crus.

Em seu blog, a nutricionista Karina Carvalho lista dez passos para os caminho-neiros terem uma alimentação saudável. O primeiro é variar as cores do prato. "Quan-to mais colorido o prato, mais rica e equili-brada é a alimentação."

Ela também indica mastigar bem os alimentos; preferir alimentos grelhados, co-zidos e refogados e evitar os fritos; tomar

pelo menos oito copos de água por dia, evi-tando o consumo durante as refeições; ter sempre frutas no caminhão e comer pelo menos três por dia; dividir a alimentação em três refeições principais e dois a três lanches intermediários; preferir carnes ma-gras, peixes e aves sem pele; comer bastan-te salada crua antes dos pratos quentes e diminuir o consumo de sal, açúcar, doces e refrigerantes; e, por último, não dormir logo após as refeições nem ingerir alimentos muito pesados à noite.

Para ela, o caminhoneiro deve aprovei-tar que está cada dia num canto do país para conhecer a variedade de alimentos de cada lugar.

Page 14: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Meio Ambiente

14 Entre-Vias

randes obras, investimentos no pré-sal, manutenção, pa-vimentação e construção de rodovias. Anúncios todos os dias feitos pelo governo federal, estaduais e municipais,

muitas vezes tão esperados pela população, podem impactar o meio ambiente e até a saúde humana. Isso porque o asfalto, por exemplo, tem como matéria-prima o petróleo.

Para sua retirada, é preciso fazer perfurações e podem ocorrer vazamentos causando sérios danos à fauna e à flora. Mas uma alternativa para o uso do asfalto está chegando ao mercado.

Uma empresa de Santa Catarina, a SolPav Pavimentações, bus-cou formas para reutilizar o produto para diminuir sua produção. A tecnologia é uma máquina que, por meio de emissão de calor por raios infravermelhos, aquece o asfalto antigo e promove a recom-posição da massa que seria descartada, o chamado asfalto fresado. O resultado é sua reutilização, sem necessidade de usar nem parte do produto novo.

Asfalto reciclado

Tecnologia consegue reutilizar pavimentação antiga sem gerar impactos ambientais

G

Segundo informações da empresa, além da substituição, ain-da há ganho na agilidade. Todo o processo é feito em 10 minu-tos. A tecnologia, segundo o diretor de planejamento da SolPav, João Rosa, é usada há cerca de 40 anos nos Estados Unidos e na Alemanha.

“Resolvemos adaptá-la quanto à necessidade brasileira. Os métodos convencionais de reparação das rodovias consistem em descartar o asfalto antigo e cobrir com um novo. As nossas máqui-nas conseguem utilizar o mesmo asfalto, independentemente do tempo que ele já está em uso”, explica João Rosa.

A tecnologia está sendo chamada de Eco Tratamento Asfál-tico. Segundo a empresa, a máquina vai até o local danificado, aquece o asfalto com temperaturas entre 180°C e 300°C, mis-tura uma emulsão asfáltica à pavimentação antiga e o recoloca no mesmo lugar.

A intenção, segundo a empresa, é diminuir o passivo ambien-tal, ou seja, as obrigações que empresas têm com os danos que causam durante um empreendimento. Com a tecnologia, não é preciso fazer o descarte do asfalto antigo no meio ambiente. Se-gundo João Rosa, ainda há economia entre 40% e 70% em com-paração ao método convencional de restauração.

Fotos: solvap/Divulgação

Máquina recebe o asfalto antigo e, em pouco tempo,

o transforma em novo e pronto para ser reutilizado

Page 15: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Infraestrutura

Entre-Vias 15

O decreto da Prefeitura de Cubatão, em São Paulo, que restringe o horário de funcionamento dos pátios que recebem caminhões a caminho do Porto de Santos foi derrubado. A decisão foi do Órgão Es-pecial do Tribunal de Justiça de São Paulo e tem início imediato. Até então, desde o ano passado, os locais funcionavam apenas no horário comercial, entre 8h e 18h. Em maio do ano passado, o decreto gerou filas que pararam o Sistema Anchieta-Imigrantes.

O governo do Estado entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) questionando a norma. A polêmica se ar-rasta desde maio do ano passado, quando o decreto foi publicado. Em junho, o de-sembargador José Carlos Gonçalves expe-diu liminar suspendendo a norma com a justificativa de que a regulação é de com-petência da União, não do município.

Em Cubatão, funcionam dois pátios. Eles recebem caminhões que ficam à espe-ra para receber ou descarregar mercadorias em Santos. São cerca de 4,5 mil caminhões nos pátios todos os dias. Mas a justificati-va da prefeitura é de que, principalmente em época de safra, os caminhões causam grande congestionamento na cidade e in-terrompem o trânsito de bombeiros, ambu-lâncias e até de alunos e professores.

Ação derruba decreto da Prefeitura de Cubatão que limitou o horário comercial para uso dos pátios por caminhões que seguem para o Porto de Santos

Justiça libera pátios 24 horas

De acordo com nota enviada pela pre-feitura, a medida do Tribunal de Justiça não tem qualquer efeito prático, já que o decreto foi suspenso pela prefeita Márcia Rosa em 28 de maio de 2013. No entanto, segundo a nota, a prefeitura mantém as discussões apresentando propostas como a de construção da uma via arterial porto-in-dústria para evitar o caos logístico regional. E ressalta que os congestionamentos na Baixada Santista são frequentes e impac-tam diretamente a população de Cubatão.

AGENDAMENTOEm meados de janeiro, a Companhia

Docas do Estado de São Paulo (Codesp)

publicou resolução para reduzir os con-gestionamentos nas rodovias de acesso ao porto e para evitar o estacionamento irregular dos caminhões nas cidades. Ago-ra, todos os caminhões que transportarem grãos deverão passar por um pátio regula-dor credenciado antes de seguirem para o porto. Para outras cargas, é preciso agora fazer um agendamento sem passar pelo pátio regulador.

Segundo informações da Codesp, a fis-calização será intensificada nos trechos para punir quem estacionar em local irregular, como vias de acesso aos pátios. As sanções serão aplicadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Porto de Santos recebe todos os dias centenas de caminhões e carretas de várias partes do país e enfrenta gargalos de estrutura

www.imagensaereas.com.br

Page 16: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Tecnologia

Empresa do ex-piloto Luciano Burti importa equipamento portátil para levar cursos de capacitação para qualquer lugar do país

Simulador para treinar motoristas

m 2001, o então piloto de Fórmula 1 Lucia-no Burti sofreu um acidente no Grande Prê-mio da Bélgica. Ficou vários dias em coma

e somente quatro anos depois voltou para as pistas, disputando a Stock Car Brasil. O susto fez dele um aficionado por segurança na indústria automobilís-tica. Montou uma empresa de cursos e tecnologia, a Navig, e seu último feito foi importar um simulador do Canadá para treinamento de motoristas profis-sionais, lançado no Brasil recentemente.

Uma espécie de cápsula que se movimenta com facilidade para levar treinamento a qualquer parte do país. Os cursos são elaborados de acordo com as exigências das empresas. Segundo infor-mações da Navig, os treinamentos oferecidos são semelhantes ao que é oferecido em grandes cen-tros dos Estados Unidos e Canadá, com o objetivo

E

Page 17: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Simulador para treinar motoristas

de economia de combustível e manutenção, redução de acidentes, capacitação profissional e avaliação para con-tratação de novos motoristas.

Burti idealizou o equipamento após visitar as equipes de Fórmula 1 e ver de perto a evolução e importância dos simuladores no desenvolvimento dos carros e pilotos. A tecnologia é uma réplica fiel dos caminhões e carros pre-sentes no mercado. Para ele, os treinamentos em simula-dores oferecem vantagens como baixo custo, alta eficiên-cia, seguro, aquisição e mensuração dos dados e é mais ecológico, já que não tem emissão de poluentes.

No caso da tecnologia desenvolvida pela equipe de Burti, há a possibilidade de recriar qualquer tipo de situ-ação. O motorista faz a simulação na cidade, rodovia ou fora da estrada, em qualquer condição climática, e todos os veículos disponíveis, como carros, veículos urbanos de carga (VUC), carretas e ônibus.

A solução promete auxiliar frotistas e transportado-res a qualificar os profissionais do volante e também já é usada no setor aéreo. O escritório móvel é facilmente transportado num caminhão. "Esse é um dos principais diferenciais, já que a unidade móvel de treinamento irá até o cliente e ficará à disposição dele o tempo neces-sário", diz Luciano Burti. Com o equipamento, vão dois instrutores para auxiliar no treinamento teórico e prático dos motoristas.

Segundo Burti, na sequência do treinamento, a empre-sa acompanha os resultados dos motoristas no dia a dia para que ele receba o certificado de qualificação, ou seja, o profissional deve corresponder à qualificação na prática.

O carro-chefe do simulador é o curso de direção eco-nômica. Segundo Burti, o motorista, após a aprendizagem, é capaz de diminuir em 10% a média de consumo de com-bustível. Outro foco é a direção defensiva. Todo o conteú-do dos cursos foi desenvolvido em parceria com o Centro de Formação de Transporte de Charlesburg, um centro de treinamento para caminhoneiros com sede em Quebec, no Canadá.

A Navig possui hoje duas unidades móveis, sendo uma para motoristas de caminhões pesados e ônibus e outra para carros e VUCs.

Simulador é parecido com um contêiner e pode ser levado para qualquer lugar do país em um caminhão

navig/Divulgação

Page 18: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

18 Entre-Vias

Capa

Pacto em favor da vida

Page 19: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 19

Sindicato dos Cegonheiros de Minas Gerais e transportadoras do setor se unem em torno da limitação de velocidade de caminhões, visando reduzir acidentes e garantir saúde dos motoristas e segurança de todos

ma das principais ações para garantir a segurança no trânsito é a gestão da ve-locidade. Pela sua eficácia, o controle da

movimentação, bem como o respeito ao limite de velocidade, é incentivado pelos órgãos internacio-nais e brasileiros. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam as principais causas dos acidentes de trânsito por responsabilidade dos con-dutores: excesso de velocidade; uso de álcool, dro-gas medicinais ou recreativas; fadiga; desrespeito à sinalização e desatenção.

Antenado a esse cenário, o Sindicato dos Ce-gonheiros de Minas Gerais (Sintrauto), em parceria com a Sada Transporte, implementou, em janeiro, o controle da velocidade máxima dos caminhões, que acompanha as sinalizações. A iniciativa visa reduzir acidentes, preservar a saúde dos motoris-tas, garantir a excelência na prestação do serviço e a segurança da sociedade.

“Mensalmente, há registro, em média, de 20 a 30 acidentes. No primeiro mês de controle de velo-cidade, não houve qualquer acidente. Mais impor-tante que a economia dos gastos no transporte é saber que todos que saíram de casa voltaram. Não morreram e não mataram. Isso faz com que o cego-nheiro motorista melhore sua imagem nas rodovias e, dessa forma, se torne um profissional cada vez mais valorizado”, avalia o presidente do Sintrauto, Carlos Roesel.

O diretor comercial do grupo Sada, Edson Luiz Pereira, ressalta a importância de se resguardar imagem dos motoristas e dos bens e a segurança em todo o processo, visto que o transporte de auto-móveis e caminhões se difere dos demais em função de o produto estar exposto. “É responsabilidade da empresa transportadora zelar pela marca do pro-duto transportado e por todo e qualquer ônus ou bônus em relação à forma responsável ou não com que o motorista transporta o veículo, que também recai sobre a marca. Assim, mais do que a missão da empresa em ser responsável com o trânsito de forma geral, deve zelar pela vida de seus condu-tores e demais usuários da via e pela imagem dos fabricantes dos produtos por nós transportados.”

OPERACIONALIzAçãOPara garantir adesão à nova medida, foi reali-

zada a conscientização dos motoristas em diversos espaços: no próprio sindicato, na Sada e em asso-ciações parceiras. Os objetivos foram apresentar os benefícios do controle de velocidade e convocar a categoria para fazer parte de uma nova forma de trabalho, pautada na segurança e saúde dos profissionais.

U

Page 20: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

20 Entre-Vias

Capa

“O novo causa alguma inquietação. Porém, após adaptação nos primeiros dias, notamos que não foram registradas infra-ções à regra. Diante desse resultado, com certeza vidas foram salvas”, avalia Edson.

Para monitorar o cumprimento da me-dida, o Sintrauto montou o Centro de Con-trole de Risco, que é operado em parceria com as transportadoras. O monitoramento em tempo real é realizado por uma em-presa especializada nesse ramo 24 horas por dia, em todos os dias da semana. As informações apuradas são compartilhadas e analisadas, oferecendo insumos para o aprimoramento da iniciativa e para a cria-ção de novos projetos.

BENEFíCIO PARA TODA A CADEIAJesus Gontijo de Andrade, presidente

da Associação de Proteção e Ajuda ao Co-lega (Apac) Norte, fala sobre a importância da parceria: “Um primeiro resultado pode ser medido, que é a redução de sinistro. As-sim, preserva-se, sobretudo, a vida e con-tribui-se para a diminuição das despesas operacionais, ajudando na sustentabilidade do transportador”.

Ele também acredita que essa medida, associada à capacitação profissional e ao investimento na direção preventiva, é um caminho para melhorar a imagem do cego-nheiro, apresentando-o como um profissio-nal responsável, qualificado e fundamental no desenvolvimento do país.

Por isso, o projeto está sendo con-duzido com muito controle, diálogo e transparência com os motoristas. Jesus pontua que se trata de uma medida educativa, mas – caso ocorra excesso do limite da velocidade que possa compro-meter a segurança – o profissional será notificado, podendo, inclusive, ser sus-penso da atividade.

Marcio Arantes, presidente da As-sociação Particular de Ajuda ao Colega (Apac) Sul, reforça a mudança da opinião pública quanto à imagem do motorista. “Já recebi diversos elogios de motoristas que não são do ramo da cegonha, que falam da mudança de comportamento. Tivemos a redução de 95% de sinistro e, daqui uns meses, a economia ficará ainda mais visível, pois caminharemos para o fim dos acidentes.”

“Mensalmente, há registro, em média, de 20 a 30 acidentes. No primeiro mês de controle de velocidade, não houve qualquer acidente. Mais importante que a economia dos gastos no transporte é saber que todos que saíram de casa voltaram. Não morreram e não mataram. Isso faz com que o cegonheiro motorista melhore sua imagem nas rodovias e, dessa forma, se torne um profissional cada vez mais valorizado ”

Carlos Roesel, presidente do Sindicato dos Cegonheiros de Minas Gerais

INICIATIVA LEGíTIMAÉ importante destacar que os órgãos

governamentais reconhecem a medida. “A iniciativa do Sindicato dos Cegonhei-ros e da Sada em controlar o limite de velocidade dos cegonhas, por meio do sistema de rastreamento, com certeza proporcionará maior segurança aos ca-minhoneiros sindicalizados e a todos os outros motoristas que trafegam pelas ro-dovias federais do país. Trata-se de uma atitude que demonstra o comprometi-

mento com a segurança no trânsito. Essa nova metodologia contribuirá significa-tivamente para a redução de acidentes envolvendo cegonhas e colaborará para moralizar aqueles motoristas que não respeitam a legislação de trânsito. Para-benizo o Sindicato dos Cegonheiros e a Sada por essa iniciativa.”

O elogio do inspetor Aristides Amaral Júnior, chefe Núcleo de Comunicação Social da 4ª Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais, tam-

Page 21: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 21

se pode compensar tempo parado com o excesso de velocidade.

O empresário Nelson de Assis Gomes, da Trans Assis LTDA., enfatiza que o res-peito aos limites de velocidade sempre foi a essência de sua empresa: “A medida foi espelhada em meu comportamento, pois há anos incentivo que todos os motoristas devem andar com prudência”.

A Transportadora Damião LTDA. também está satisfeita com a medida. De acordo com o proprietário da empresa, Damião Tácio So-ares Gomes, foi uma das melhores iniciativas implementadas. “Colhemos somente vanta-gens: segurança, economia, tranquilidade e conservação do veículo. Já é possível observar resultados no comportamento dos motoristas, que estão menos tensos, pois não correm e melhoram a produtividade e o relacionamen-to com o cliente; e na prestação de serviço, que não apresenta atraso na entrega.”

PRuDêNCIA: MELhOR OPçãOPara ressaltar a importância da imple-

mentação dessa medida, é necessário en-tender o papel da velocidade nas colisões no trânsito e sua relação com a gravidade desses eventos. De acordo com o documen-to “Gestão da velocidade – um manual de segurança viária para gestores e profissio-nais da área”, traduzido pela Organização Pan-Americana da Saúde, velocidades mais elevadas levam a um maior risco de colisão e a uma maior probabilidade de lesões gra-ves. “Isso porque, conforme a velocidade aumenta, o mesmo acontece com a distân-cia percorrida durante o tempo de reação do condutor e a distância necessária para parar. Além disso, em alta velocidade, os efeitos dos erros dos condutores são am-pliados. Em uma colisão, quanto maior a velocidade, maior a quantidade de energia mecânica (cinética) que deve ser absorvida pelo impacto. Daí, maior a probabilidade de lesões graves.”

“É responsabilidade da empresa transportadora zelar pela marca do produto transportado e por todo e qualquer ônus ou bônus em relação à forma responsável ou não com que o motorista transporta o veículo, que também recai sobre a marca. Assim, mais do que a missão da empresa em ser responsável com o trânsito de forma geral, deve zelar pela vida de seus condutores e demais usuários da via e pela imagem dos fabricantes dos produtos por nós transportados”

Edson Luiz Pereira, diretor comercial do grupo Sada

bém é ratificado pelo consultor e especia-lista em trânsito Horácio Augusto Figueira. “No ano passado, segundo dados do Segu-ro DPVAT, foram cerca de 60 mil mortes em função dos acidentes de trânsito. O impac-to desse cenário para os brasileiros e para a economia do país é assustador. A iniciativa de regulamentar o limite da velocidade é louvável e deve ser replicada.

O especialista acrescenta que trabalhar com limite de horário de carga não refle-te a eficiência do setor. O proprietário da

Rodovem LTDA., Herculano Teixeira dos Reis, reforça essa diretriz: “Chegar rápido nunca foi orientação em minha empresa. O importante é prestar serviço de qualidade e preservar a vida. A medida de controle de velocidade sempre foi executada na trans-portadora e, com a sua institucionalização , ofereceu legitimidade”.

O diretor comercial do grupo Sada diz que, além da adaptação para a nova reali-dade, os motoristas da empresa estão cum-prindo a medida e entenderam que não

Page 22: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

22 Entre-Vias

Capa

José Roberto Jerônimo, autor de di-versos materiais e publicações que visam à conscientização no trânsito, conta que se um veículo que segue a 80 km/h se sofrer uma colisão e ir imediatamente para 0 km/h, seu ocupante que pesar 70 kg será lançado como se tivesse aproxi-madamente 3.500 kg, afetando drástica ou fatalmente os demais ocupantes e a si mesmo. “Mantendo ainda a referên-cia dos 80 km/h, 22 m são percorridos em apenas um segundo e uma parada, considerando as distâncias de reação e de frenagem, precisará de 42 a 58 m em estrada seca, com freios em bom estado e pneus novos. De forma que a distância de seguimento deve ser superior a esses limites e, para qualquer outra variação no estado do veículo, da via, do clima ou do

gráfico velocidade x distância de parada numa freada de emergência

18 Entre-Vias

Capa“Um primeiro resultado pode ser medido, que é a redução de sinistro. Assim, preserva-se, sobretudo, a vida e contribui-se para a diminuição das despesas operacionais, ajudando na sustentabilidade do transportador”

Jesus Gontijo de Andrade, presidente da Associação de Proteção e Ajuda ao Colega (Apac) Norte

“Já recebi diversos elogios de motoristas que não são do ramo da cegonha, que falam da mudança de comportamento. Tivemos a redução de 95% de sinistro e, daqui uns meses, a economia ficará ainda mais visível, pois caminharemos para o fim dos acidentes”

Marcio Arantes, presidente da Associação Particular de Ajuda ao Colega (Apac) Sul

Page 23: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 24: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

24 Entre-Vias

Capa

condutor, ou mais que um desses, deve-se aumentar a distância proporcionalmente.”

Segundo o “Manual de Medidas de Segurança Rodo-viária”, publicado em 2004 pelos autores britânicos El-vik, Hoye, Vaa e Sorensen, a redução de 60 km/h para 50 km/h na velocidade máxima dos automóveis seria capaz de reduzir em até 79% os acidentes com vítima. Já uma redução de 100 km/h para 80 km/h teria uma redução estimada de 14% nos acidentes com vítima e de 110 km/h para 90 km/h, de 6%. O documento apresenta uma série de estudos que mostram como as velocidades controladas podem reduzir efetivamente a quantida-de e gravidade dos acidentes. Há ainda análises que demonstram o impacto da velocidade no acidente e a possibilidade de prevenir que os choques aconteçam em velocidade compatível com a via e as características do veículo.

“A mensuração da velocidade máxima é baseada no levan-tamento da velocidade operacional da via e de avaliação do tipo de tráfego, da geometria (aclive, declive, largura, curvas), da

“A iniciativa do Sindicato dos Cegonheiros e da Sada em controlar o limite de velocidade das cegonhas, por meio do sistema de rastreamento, com certeza proporcionará maior segurança aos caminhoneiros sindicalizados e a todos os outros motoristas que trafegam pelas rodovias federais do país. Trata-se de uma atitude que demonstra o comprometimento com a segurança no trânsito. Essa nova metodologia contribuirá significativamente para a redução de acidentes envolvendo cegonhas e colaborará para moralizar aqueles motoristas que não respeitam a legislação de trânsito. Parabenizo o Sindicato dos Cegonheiros e a Sada por essa iniciativa”

Aristides Amaral Júnior, chefe Núcleo de Comunicação Social da 4ª Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais

“No ano passado, segundo dados do Seguro DPVAT, foram cerca de 60 mil mortes em função dos acidentes de trânsito. O impacto desse cenário para os brasileiros e para a economia do país é assustador. A iniciativa de regulamentar o limite da velocidade é louvável e deve ser replicada”

Horácio Augusto Figueira, consultor e especialista em trânsito

Page 25: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 25

“Chegar rápido nunca foi orientação em minha empresa. O importante é prestar serviço de qualidade e preservar a vida. A medida de controle de velocidade sempre foi executada na transportadora e, com a sua institucionalização, ofereceu legitimidade”

Herculano Teixeira dos Reis, proprietário da Rodovem LTDA.

quantidade de faixas, da visibilidade, das condições do pavimento e acostamento, da ocupação no entorno (intensidade de urba-nização), entre outros fatores”, explica Luiz Gustavo de Oliveira Campos, especialista em gestão de trânsito e mobilidade urbana e diretor da Perkons.

Em si mesmo, o abuso da velocidade, é um causador de aci-dentes. Mas, como se não bastasse, ele ainda se soma às demais imprudências na direção, por exemplo, não manter a distância de seguimento, não sinalizar, não prever possíveis eventos adiante na pista, afora as falhas dos veículos, as variações climáticas, o estado dos pavimentos e a condição do próprio condutor. Tudo isso fica agravado com a velocidade aumentada.

“A medida foi espelhada em meu comportamento, pois há anos incentivo que todos os motoristas devem andar com prudência”

Nelson de Assis Gomes, da Trans Assis LTDA.

“Colhemos somente vantagens: segurança, economia, tranquilidade e conservação do veículo. Já é possível observar resultados no comportamento dos motoristas, que estão menos tensos, pois não correm e melhoram a produtividade e o relacionamento com o cliente; e na prestação de serviço, que não apresenta atraso na entrega”

Damião Tácio Soares Gomes

Page 26: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

26 Entre-Vias

Capa

“Mantendo ainda a referência dos 80 km/h, 22 m são percorridos em apenas um segundo e uma parada, considerando as distâncias de reação e de frenagem, precisará de 42 a 58 m em estrada seca, com freios em bom estado e pneus novos. De forma que a distância de seguimento deve ser superior a esses limites e, para qualquer outra variação no estado do veículo, da via, do clima ou do condutor, ou mais que um desses, deve-se aumentar a distância proporcionalmente”

José Roberto Jerônimo

“A mensuração da velocidade máxima é baseada no levantamento da velocidade operacional da via e de avaliação do tipo de tráfego, da geometria (aclive, declive, largura, curvas), da quantidade de faixas, da visibilidade, das condições do pavimento e acostamento, da ocupação no entorno (intensidade de urbanização), entre outros fatores”

Luiz Gustavo de Oliveira Campos, especialista em gestão de trânsito e mobilidade urbana e diretor da Perkons

ECOCONDuçãOA redução da velocidade é uma das prin-

cipais ações da ecocondução – política ado-tada em muitos países da Europa, principal-mente em Portugal. Esse conceito baseia-se no controle da velocidade e em um compor-tamento estratégico e adequado na condu-ção, visando diminuir o desgaste de peças (freios, câmbio, embreagem, pneus, fluidos), o consumo de combustível e de insumos au-tomobilísticos e o lançamento de gases noci-vos no ar e a emissão de ruídos, obtendo-se, ainda, mais segurança e conforto na viagem.

Em Portugal, cuja participação de veícu-los individuais na mobilidade de sua popu-lação há seis anos era acima da verificada na União Europeia, a ecocondução vai além dos objetivos listados. Ela engloba o esforço

da indústria automobilística em produzir ve-ículos que utilizem peças mais duradouras, motores híbridos, mecanismos e sistemas mais ecológicos, tal como o próprio processo fabril. Somado a isso, há o efetivo empenho para se diminuir a presença do automóvel nas vias em favor do transporte coletivo.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) re-lata que a prática da ecocondução reduz a emissão de CO² em até 10% e obteve economia entre 5% e 15% logo após o primeiro treinamento, na condução de carros, ônibus e caminhões.

“É importante destacar que o estabe-lecimento da velocidade segura, isolada-mente, não produz resultados efetivos na redução dos acidentes de trânsito. São ne-

cessárias ações integradas de engenharia, educação e de fiscalização, considerando--se o emprego adequado da sinalização e de equipamentos medidores eletrônicos de velocidade”, conclui o especialista Luiz Gustavo de Oliveira Campos.

Fique Atento

Page 27: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

OPERAÇÃO DIA DA RESTRIÇÃO HORÁRIO DA RESTRIÇÃO

Carnaval 28/2 – sexta-feira 16h às 24h 01/3 – sábado 6h às 12h 04/3 – terça-feira 16h às 24h 05/3 – quarta-feira 6h às 12h

Semana Santa/Tiradentes 17/4 – quinta-feira 16h às 24h 18/4 – sexta-feira 6h às 12h 21/4 – segunda-feira 16h às 24h

Corpus Christi 19/6 – quinta-feira 6h às 12h 22/6 – domingo 16h às 24h

Fim de ano 19/12 – sexta-feira 16h às 24h 24/12 – quarta-feira 6h às 12h 01/01/2015 – quinta-feira 16h às 24h 04/01/2015 – domingo 16h às 24h

restrição de trânsito na Br-101, entre os municípios de rio Bonito (rJ) e itaBoraí (rJ), kms 269 a 308. e na Br-493, nos municípios de magé (rJ) e itaBoraí (rJ), kms 0 ao 26:

Carnaval 28/2 – sexta-feira 6h às 19h 01/3 – sábado 6h às 19h 05/3 – quarta-feira 12h às 22h 09/3 – domingo 12h às 22h

restrição de trânsito na Br-135, no estado do maranhão, do km 00 ao 100, entre os municípios de são luiz e itapecuru-mirim:

Carnaval 01/3 – sábado 12h às 22h 05/3 – quarta-feira 12h às 22h

restrição apenas nos estados da Bahia, paraíBa, pernamBuco e rio grande do norte:

Festejos juninos (São João) 20/6 – sexta-feira 12h às 22h 21/6 – sábado 15h às 22h 22/6 – domingo 15h às 22h 23/6 – segunda-feira 6h às 12h

Obs.: O trecho entre Belo Horizonte e João Monlevade estará sujeito a restrições temporárias pela Polícia Rodoviária Federal atendendo à demanda de tráfego local

Fique Atento

Confira os locais de restrição do trânsito em todas as unidades da federação para 2014

Entre-Vias 27

Page 28: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

28 Entre-Vias

Estradas

Ano de mais concessões

ano começou com contratos fir-mados para concessão rodoviá-ria no país e a expectativa é de

que muitas outras ainda ocorram, como previsto pelo governo federal. No fim de janeiro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Triunfo Participações e Investimentos (TPI) assinaram contrato para concessão das BRs-060/153/262/DF/GO/MG. O trecho tem extensão de 1.176 km e vai de Brasília, no Distrito Federal, até Betim, em Minas Gerais.

Parte do trecho cedido já está dupli-cado, mas a concessionária terá de fazer obras em 647,8 km, desde o entronca-mento das BRs 153 e 365 até a divisa com Minas e São Paulo, além da BR-262. “Estamos dando um passo importante no processo iniciado para concessão de rodo-vias brasileiras. As duplicações vão ajudar a escoar os produtos”, afirmou o ministro dos Transportes, César Borges, durante a cerimônia de assinatura do contrato.

Governo federal firma contrato para obras e administração de rodovias e prevê que até o fim do ano mais 2.625 km serão transferidos para a iniciativa privada

melha. Atualmente, a tarifa cobrada para trafegar na ponte é de R$ 4,90.

PRODuçãO Segundo o ministro, o principal objetivo

das concessões deste ano é priorizar trechos que, se duplicados, melhorem o escoamento da produção brasileira até portos hoje subu-tilizados. “Queremos estruturar os eixos da produção para chegar aos portos de forma desconcentrada, indo para o Norte e Nor-deste e diminuindo o tráfego em direção aos portos do Sul e Sudeste”, disse.

No início de fevereiro, o governo fede-ral publicou, no “Diário Oficial da União”, o chamamento para estudos das novas con-cessões anunciadas em janeiro. O investi-mento estimado é de R$ 17,8 bilhões. As empresas interessadas em elaborar estudos tinham dez dias para protocolar o reque-rimento no Ministério dos Transportes e participar do concurso. Após a seleção, os escolhidos devem entregar os projetos à ANTT em 120 dias.

O chamamento serve para leilões dos trechos das BRs 163 e 230, ligando Sinop, no Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará; das BRs 364 e 060, entre Ron-donópolis, no Mato Grosso, e Goiânia, em Goiás; da BR-364, entre Jataí, Goiás, e Uberlândia, em Minas Gerais; e ainda um trecho que vai da BR-476, 153, 282 e 480 , ligando Lapa, no Paraná, a Chapecó, em Santa Catarina, até a divisa com o Rio Grande do Sul.

“Estamos dando um passo importante no processo iniciado para concessão de rodovias brasileiras. As duplicações vão ajudar a escoar os produtos”César Borges, ministro dos Transportes

Principal objetivo das concessões é que rodovias passem por obras e sejam duplicadas para melhorar escoamento

agência CnT de notícias/Divulgação

Luis

For

tes/

Min

isté

rio d

os Tr

ansp

orte

s/Di

vulg

ação

O O prazo para as empresas entregarem o trecho duplicado é de cinco anos. Antes disso, quando a via tiver 10% de obra fina-lizada, já é permitido fazer a cobrança do pedágio no trecho.

Na mesma cerimônia, a presidente Dil-ma Rousseff e o ministro dos Transportes anunciaram a concessão de mais cinco ro-dovias federais. São 2.625 km transferidos para a iniciativa privada até o fim do ano e início do ano que vem. Destes, 2.282 km serão duplicados. Serão leiloados trechos das BRs 476, na Região Sul, e 163, 364 e 153, no Centro-Oeste.

Também será novamente concedida a Ponte Rio-Niterói, cujo contrato com a Concessionária CCR vence no início de 2015 e não será renovado, segundo anun-ciou o ministro. “Nossa intenção é a de não renovar porque a concessão foi fei-ta com taxas e valores de pedágio muito altos”, disse Borges. A concessão da Rio--Niterói será feita ligando-a à Linha Ver-

Page 29: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 29

governo do Estado anunciou recentemente que está tudo pronto para lançar o edital para construção e concessão do Rodoanel Norte, que liga a BR-381 de Betim até Ra-vena (distrito de Sabará). A previsão é de que em março

as empresas possam começar a enviar suas propostas. A obra, tão esperada, principalmente pelo trabalhador da estrada que precisa enfrentar o caótico Anel Rodoviário, prevê a construção de um tre-cho de 66,7 km com oito praças de pedágio, quatro em cada lado da estrada. As obras devem começar no início de 2015 e, conforme contrato, deve estar finalizada em 2019.

Segundo cálculos do governo, cada ponto deve ter cobrança de R$ 7,50, mas há possibilidade de que ele seja fracionado, como no sistema Ponto a Ponto, implantado em São Paulo. O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Carlos Melles, afirma que a expectativa é de que o trecho Norte receba metade do fluxo do Anel Rodoviário de BH. São cerca de 140 mil veículos por dia, sendo que 70 mil iriam para a nova via.

O processo será feito por meio de parceria público-privado (PPP), com um total de R$ 3,2 bilhões de recursos privados e R$ 800 milhões do cofre estadual. "A criação do Rodoanel é uma necessidade. Esta-mos tratando do trecho que ficou sob responsabilidade do governo do Estado, que é o Norte, que permitirá uma urbanização muito impor-tante em toda sua margem, criando mais um eixo de desenvolvimento na nossa região metropolitana", afirmou o governador Antonio Anas-tasia durante audiência pública na Cidade Administrativa.

Segundo Carlos Melles, parte dos recursos estaduais foram pedidos no ano passado ao governo federal, durante comitiva do vice-governador, Alberto Pinto Coelho, e do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, em visita à ministra do Planejamento, Mirian Belchior. Eles tentaram captar recursos para o conjunto de obras e outras de mobilidade, como o metrô, mas para o Rodoanel, especificamente, ainda não obtiveram resposta.

Na obra completa ainda estão previstos mais dois trechos: o Rodoanel Sul, de Betim à BR-040, na saída para o Rio de Janeiro, e o Rodoanel Leste, em Sabará. Em acordo feito em 2012, decidiu-se que o primeiro ficaria sob responsabilidade do governo federal e o segundo, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Quem vencer a licitação vai assinar um contrato de 30 anos, sen-do cinco para construção e 25 para administração do trecho. O traça-do projetado pela Setop passa pelas cidades de Betim, Contagem, Ri-beirão das Neves, Pedro Leopoldo, Vespasiano, Santa Luzia e Sabará.

O projeto foi desenvolvido pelo governo de Minas em parceria com as empresas interessadas por meio de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Oito empresas participaram com estudos, levantamentos e propostas para implantação, pavimenta-ção, operação, manutenção, conservação e melhorias do projeto original. Por fim, a Setop submeteu o material a consulta pública. Agora, o prazo é de até dois meses para publicação e, depois, 120 dias para entrega das propostas. Contando prazos de recursos, a previsão é de início das obras no primeiro semestre de 2015.

Obras do Rodoanel começam em 2015

O

Governo anuncia que, em dois meses, publica o edital para construção do eixo Norte, que liga Betim a Ravena

Governador Anastasia abriu audiência pública para tratar da construção do Rodoanel Norte

Wellington pedro/imprensa MG

Page 30: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

30 Entre-Vias

Homenagem

om a delicadeza e perseverança que lhe são tão características, mulheres chegam cada vez mais

ao setor de transporte. Mães, esposas e profissionais, elas ocupam cargos importan-tes, de gerência, comandam equipes ou, aos poucos, conquistam seus espaços. Em 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher e, para homenageá-las, vamos contar histórias de algumas que se desta-caram e, todos os dias, mostram que são fortes, decididas e dedicadas ao que fazem.

Verônica Afonso de Souza Conceição, 38, Regiane da Conceição Almeida Lou-zanis, 34, e Christine Prodóscimo Roesel Marciano, 39, fazem parte desse univer-so que aumenta cada dia mais. Por meio delas, a revista Entre-Vias faz uma ho-menagem a todas as mulheres ligadas ao setor, sejam elas empresárias, esposas de cegonheiros ou mesmo cortam o país atrás de um volante.

Ela é filha de José Albino, cegonheiro mais conhecido como Catarina. A família chegou a Minas Gerais em 1981, quando ela tinha apenas 6 anos. Ela lembra que durante toda a infância viajava com o pai e a mãe na carreta. "Eu me lembro que na época jogava os bicos pela janela só para meu pai dar uma paradinha; eu tinha uns 2 anos de idade." Quando o pai morreu, em 1992, ela e a mãe decidiram cuidar da empresa que ele havia erguido para admi-nistrar o caminhão. Antes, ele presenteou os filhos com uma cegonha para cada um. "Hoje, minha mãe está à frente da empresa

CFotos: arquivo pessoal

Christine Roesel e a família: aprendeu a dirigir caminhão com apenas 22 anos e sempre gostou de enfrentar desafios

Mulheres assumem a administração de transportadoras e mostram como é possível conciliar a rotina em família com a de empresárias do setor

De pai para filha

do meu pai e eu administro a minha frota. Tivemos de aprender tudo", diz.

Técnica de enfermagem, além de ad-ministradora, Verônica é mãe de Pedro Henrique, de 4 anos, e Maria Eduarda, de 8 meses; e o marido, Cléber, também é fi-lho de cegonheiro. Como está junto aos amigos do pai desde pequena, sempre foi muito respeitada. Por ser mulher, consi-dera que os homens a tratam com mais cuidado, mais respeito. Para as mulheres, manda um recado: “Acho que elas preci-

sam correr atrás do que é de direito, mas sem se esquecer da família, que é a base de tudo na vida”.

DE PAI PARA FILhARegiane começou a trabalhar com o

pai, Elmiro de Oliveira Almeida, o Miro, aos 23 anos, a pedido dele. Queria que a filha aprendesse a administração da empresa de transporte para tirar umas férias. Ela apren-deu a organizar os arquivos, fazer acerto com os motoristas, pagamentos, bancos,

Page 31: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 31

Verônica com os filhos Pedro Henrique e Maria Eduarda

levava para dar um passeio. “Era só alegria e fotos dos mais variados tipos, dentro do caminhão, fazendo de conta que dirigia, fora do caminhão e até em cima dele, com a permissão do papai, claro”, recorda-se. Anos depois, realizou a vontade e aprendeu a dirigir uma cegonha com o marido, Mar-cos, o Vambaster, que também é cegonheiro. “Viajamos muito juntos até ter nossa filha, a Mirella, que por sinal é apaixonada por caminhão.”

Por ser mulher no setor de transportes, considera que as profissionais ainda preci-sam de conquistar mais espaço. “Muitas vezes somos privadas de dar opiniões e isso me desagrada muito, haja vista que a mulher nos dias de hoje muitas vezes até supera os homens por serem mais deter-minadas. E somos mesmo capazes de fazer a diferença”, diz. “Eu me orgulho de ser uma mulher que se propõe a ser cegonhei-ra, pois é um trabalho que deixa a pessoa vulnerável a todo tipo de perigo que pode ocorrer na estrada”, completa. Por outro lado, o trabalho no escritório a ajuda a ter mais tempo com a filha.

Regiane manda um recado para as mulheres: “Digo que somos capazes de realizar toda e qualquer atividade, pois se Deus nos colocou onde estamos é porque podemos fazer a diferença”.

À FRENTE DO VOLANTEO caminhão também sempre fez par-

te da vida de Christine Roesel. Ela conta que, quando era criança, adorava brincar de lavar a carreta do pai. Também ado-rava viajar com ele Brasil afora. “Eu me lembro de uma vez que minha mãe não me deixou viajar com ele, não sei o moti-vo, geralmente ela deixava. Tentamos de tudo para convencê-la, mas ela não quis de jeito nenhum. Então, a única saída foi sairmos escondidos. Quando ela ficou sa-bendo, já estávamos longe. Foi muito le-gal”, recorda-se.

Com apenas 22 anos, aprendeu a diri-gir caminhão com o irmão Bruno. Quando viajava com o marido, Warley Lemes Mar-ciano, também aproveitava para pegar no volante daquela imensa carreta. “Nessa época, tive muita vontade de pegar a estra-da sozinha numa cegonha, mas, para falar a verdade, nunca tive coragem. Não por

medo de dirigir, mas tinha medo de assalto, ter de dormir sozinha nos postos. Admiro muito as mulheres que viajam mundo afo-ra em um caminhão, enfrentando todos os obstáculos”, diz.

Na vida profissional, sonhos e desa-fios. Queria estudar educação física, dar aulas ou montar uma academia. Acabou administrando a empresa de transportes e estudando psicologia. Agora, quer tra-balhar na área prestando consultoria. Já participou da Associação dos Cegonheiros e depois abriu uma loja de venda de reca-pagem de pneus.

Ser mulher e trabalhar no setor de transporte não é problema para nenhu-ma delas. Segundo Christine, hoje é mais comum ver filhas e viúvas de cegonheiros permanecerem no ramo administrando a frota que herdaram. “Nunca sofri nenhum preconceito, ao contrário, sempre me aju-davam, eram solidários comigo. Quando me viam carregando um pneu, por exem-plo, corriam para ajudar.”

Christine tem três filhos, Frederico, Le-onardo e Nathalia, e, mesmo trabalhando, consegue administrar seu tempo para estar sempre presente na vida deles. Gosta de participar de tudo: leva à escola, ao inglês, ao futebol. “Acho que uma das maiores dificuldades das mulheres que trabalham fora é ter de abrir mão de estar com seus fi-lhos em diversos momentos. Para mim não é difícil conciliar ser mãe com a profissão, já que meu irmão Bruno, que é meu sócio, resolve muitas coisas”, diz.

Os pais foram os grandes espelhos de Christine na vida. Com a mãe, conta, apren-deu a correr atrás dos ideais. “Ela sempre foi uma mulher batalhadora, que corre atrás do que quer sem esperar as coisas aconte-cerem.” Com o pai, diz Christine, aprendeu a ser uma pessoa humana, simples e a dar valor às pequenas coisas da vida.

No Dia da Mulher, ela manda um re-cado. “As mulheres, cada vez mais, vêm alcançando seu espaço, e é preciso enten-der que a mulher, seja ela dona de casa, presidente ou o que quer que seja, precisa ser valorizada, respeitada. Nesse dia, dese-jo a todas nós, mulheres, que todos os dias sejam o Dia Internacional da Mulher”, fina-liza Christine. É o que a revista Entre-Vias também deseja a todas.

Regiane, a filha Mirella e o marido, Marcos

até que 10 meses depois Miro sofreu um aneurisma e faleceu. “Sem a presença do meu pai, não tive escolha se não adminis-trar a empresa”, contou. Buscou um curso superior na área e se capacitou ainda mais. “Gosto muito e sou feliz no que faço.”

A administradora não conteve a curio-sidade que sempre teve na infância: dirigir uma cegonha. Ela conta que fazia poucas viagens com o pai, ele tinha medo de colo-car os filhos diante dos perigos da estrada. Mas sempre que ele trocava de caminhão os

Page 32: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

32 Entre-Vias

riado no dia 20 de novembro de 2007 e batizado com o codinome Esquadrilha Arcanjo, o Batalhão de Ope-rações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar

de Minas Gerais (BOA), com sede no hangar 7 do aeroporto da Pampulha, já inicia o ano com muito trabalho e o principal, boas notícias.

A equipe aumentou em 21,55% o número de atendimen-tos realizados de junho de 2011 a junho 2012 e junho de 2012 a junho do ano passado. De acordo com os dados, du-rante esse período, foram realizados mais de 620 atendimen-tos, dos quais 312 caracterizados como ocorrências com ope-rações aeromédicas. Eles são treinados para diversos tipos de ocorrências, desde o transporte de enfermos entre hospitais, busca de pessoas perdidas em matas, afogamento e acidentes em rodovias até combate a incêndios florestais e transporte de órgãos para doação.

Com sete anos de atividade, a esquadrilha é um importante potencializador das ações das demais unidades terrestres da cor-poração. Segundo o tenente-comandante do BOA, Cláudio Ro-berto de Souza, o grupo destaca-se pela forma agregadora de tra-balhar, o que resulta em operações mais seguras e efetivas para a população. “A forte integração com a PMMG, PCMG, Samu-BH, MG Transplantes, secretarias estaduais de Meio Ambiente e Saú-

Missão: salvar vidasBatalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros aumenta número de atendimentos e vai ganhar nova aeronave em abril

História

C

Fotos: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Page 33: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Entre-Vias 33

Batalhão aumenta número de atendimentos e se

prepara para receber, em abril, mais uma aeronave

Arcanjos atuam em diversas ocorrências, como acidentes

de trânsito, afogamentos e incêndios florestais

de, permite a absorção do que cada instituição tem de melhor e possibilita a visualização de um panorama bastante positivo para a expansão das nossas atividades”, destaca o comandante, que faz questão de mencionar ainda que o BOA é ótimo exemplo da aplicação correta dos recursos públicos, do trabalho em equipe e da dedicação ao próximo.

Atualmente com dois helicópteros Esquilo e um avião Ces-sna 210, a unidade segue na expectativa para o recebimento de um helicóptero biturbina modelo EC 145, que chegará ao hangar em abril. Adquirido pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, a aeronave comporta até 11 pessoas a bordo e permitirá voos por instrumentos, ou seja, in-dependentemente de visibilidade.

Os bons ventos que hoje sopram na direção do agrupamen-to são o resultado de um início bem mais modesto. Em 2006, o BOA começou a tomar forma e as metas do grupo eram tra-çadas em uma pequena sala emprestada por um hangar no aeroporto da Pampu-lha. Um ano depois, a Infraero cedeu um hangar exclusivo para a equipe, e hoje é o lar dos Arcanjos.

Destaque no atendimento de vítimas de acidentes em rodovias, o BOA já deu uma nova chance a milhares de cidadãos, que podem contar com a competência das tripulações formadas por bombeiros e equi-pes do Samu e, muitas vezes, com a colabo-ração de policiais civis e militares.

Page 34: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Formação

Conhecimento e prática juntosA partir de abril, começa a cobrança do curso de especialização para condutores de veículos de carga indivisível

gora começa a valer: segundo a Resolução 455 do Conselho Na-cional de Trânsito (Contran), a par-

tir de abril passa a ser obrigatório o curso de especialização para condutores de veículos de carga indivisível. O curso visa aperfeiço-ar, instruir, qualificar e atualizar condutores, habilitando-os à condução de veículos com

carga de projeto, ou indivisível, ou especial, ou excepcional ou excedente.

Com carga horária de 50 horas, o curso de atualização somente pode ser realizado no Estado onde a carteira de habilitação (CNH) do motorista está registrada. Contu-do, esse é um desafio em algumas regiões que não contam com instituição homologa-

Alunos tiveram aula prática de carreta em formação oferecida pelo Sest/Senat

Instrutora Luciene com participantes de curso especí fico no setor de transporte

A

Fotos: sestsenat Unidade Contagem

Page 35: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

da para oferecer o curso. Nesse caso, uma solução é realizar o treinamento a distância.

ONDE FAzER?A unidade Contagem do Serviço Social do Transporte (Sest)

e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) oferece o curso. De acordo com Luciene Aparecida Costa, téc-nica de Formação Profissional da instituição, “todo profissional que trabalha com cargas excedentes deverão ter conhecimen-tos sobre os principais cuidados no transporte quanto à prática da direção defensiva e legislação específica sobre o transporte de cargas indivisíveis. Esses conhecimentos são importantes para que o transporte seja feito com segurança e qualidade.” Outros temas do conteúdo programático são tipos e movimen-tações de carga, noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e prevenção de incêndio.

O curso é ministrado na unidade com carga horária total de 50h e conta somente com aulas teóricas. A unidade Contagem oferece essa formação no dia 15 de março.

O valor do investimento é de R$170 e, quando é ministrado na forma de aproveitamento – ou seja, quando o condutor já possui um curso de capacitação e o segundo ele faz na mes-ma modalidade –, o preço é de R$90. Mais informações pelo telefone (31) 3369-2700 ou no site http://sestsenat.org.br.

o que é carga indivisível?

Conforme Resolução 11/04 do Departamento Nacional de Trânsito (Dnit), carga indivisível é a carga unitária, repre-sentada por uma única peça estrutural ou por um conjunto de peças fixadas por rebitagem, solda ou outro processo, para fins de utilização direta como peça acabada, ou, ain-da, materiais implementos, partes estruturais, máquinas ou parte de máquinas e equipamentos, cujas dimensões e/ou peso excedem os limites fixados pelo Contran.

O transporte desse tipo de carga requer, geralmente, a utilização de veículos especiais e projeto específico de trans-porte, com base em legislação dos órgãos com jurisdição sobre a via e em respeito às limitações da infraestrutura.

Ao condutor, para estar apto a dirigir nesta modalida-de, é requerido o conhecimento de condições especiais de trânsito, sinalização do veículo e da carga e outras medi-das específicas de segurança para trafegar nas estradas, bem como para segurança de propriedade de terceiros e da própria rodovia.

Page 36: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Fique de Olho

36 Entre-Vias

poca de pagar o Imposto sobre Pro-priedade de Veículos Automotores (IPVA). Muitos quitaram o valor inte-

gral, outros parcelaram para que o imposto não gere tanto impacto nas contas. Mas o que todos se perguntam é: "Para onde vai o dinheiro?". Quem trafega em rodovias de pista simples, carentes de duplicação ou cheia de buracos tem ainda mais dúvida. A crença é de que o recurso deveria ir para as estradas e ruas das cidades, mas não todo. Segundo informações da Secretaria de Esta-do de Fazenda (SEF), 40% do valor do im-posto vai para o município onde o veículo está registrado, 40% para os cofres do Esta-do e 20% para o Fundo Nacional da Educa-ção Básica (Fundeb).

Ainda assim, a distribuição do recurso quando chega ao seu destino é uma incóg-nita na cabeça do contribuinte. A revistaEn-tre-Vias pediu ao procurador do Estado de Minas Gerais, doutor em direito e professor titular de direito tributário Antonio Carlos Diniz Murta para esclarecer a dúvida. Se-gundo ele, mesmo com crescimento nos últimos anos da frota de veículos automo-tores no país, o IPVA ainda é um tributo de receita baixa se comparado ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A receita obtida com o IPVA será destinada conforme previsão nas respecti-vas leis orçamentárias dos Estados e muni-cípios. "O senso comum de que a receita do IPVA deve ser gasta na construção de estradas é equivocado, já que, em regra, a receita obtida com impostos não se vincula ou se destina a despesa específica", explica.

Para onde vai seu IPVA?Seja parcelado, seja pago em cota única, contribuinte sempre questiona o que é feito com o dinheiro. Especialista explica que não necessariamente vai para as estradas

Automóveis, veículos de uso misto e utilitários 4%

Caminhonetes de carga (picapes) e furgões 3%

Automóveis, veículos de uso misto e utilitário que fazem transporte público 2%

Motocicletas e similares 2%

Veículos de locadoras 1%

Ônibus, micro-ônibus, caminhões e caminhões-tratores 1%

É

O destino do IPVA, portanto, segundo ele, dependerá da vontade do legislador. "Podemos dizer que, via de regra, os gastos realizados pela administração pública esta-dual e municipal com o IPVA são voltados para saúde, segurança e educação, no per-centual e dinâmica estabelecidos pelo legis-lador, obedecidos os limites das leis que tra-tam da responsabilidade fiscal e orçamento no Brasil", afirma.

O professor Antônio Carlos ressalta ainda que a infraestrutura viária brasileira se revela deficiente e precária, sobretudo, nas rodovias, ou seja, área onde, mesmo que desejassem, Estados e municípios não poderia atuar. “Já nas rodovias estaduais e nas vias urbanas, os governos responsáveis poderiam dar maior destinação dos recur-sos do IPVA e outros tributos.”

Quanto à partilha dos recursos, segundo o professor, não há expectativa de mudanças, mas existe proposta de emenda constitucional prevendo, expressamente, o pagamento para os proprietários de aeronaves e embarcações. "No Brasil, para o Supremo Tribunal Federal (STF), não se pode cobrar IPVA de um iate,

mas pode-se cobrar de um carro popular", diz. Para ele, seria importante que no país fosse adotado o critério da progressividade na co-brança do imposto, a exemplo do Imposto de Renda, ou seja, um proprietário de um carro de R$ 30 mil pagaria 2%, enquanto um de R$ 100 mil pagaria 4% ou 5%. "Teríamos mais justiça fiscal. Em suma, tributar-se aeronave, embarcação, estabelecer progressividade de alíquotas e, finalmente, instituir lei comple-mentar para padronizar a cobrança em todo o território nacional seriam medidas importan-tes a serem adotadas no país", defende.

Além do IPVA, quem tem veículo auto-motor no país tem de pagar, no início do ano, o seguro obrigatório e a taxa de licenciamen-to (R$ 75,19, paga até 31 de março). Em Minas Gerais, segundo dados da SEF, o valor emitido para este ano é de R$ 3,4 bilhões para uma frota de 8,4 milhões de veículos. Com a taxa de licenciamento, a previsão é de que o governo estadual arrecade R$ 564 mi-lhões. A escala de pagamento começou em 15 de janeiro para os veículos com placa final 1 e termina em 28 de março para placa final 0 (confira a escala no quadro).

1 17 172 18 183 19 194 20 205 21 216 24 247 25 258 26 26 9 27 270 28 28

Finais De pLaCa

2ª parCeLa (Fevereiro)

3ª parCeLa (MarÇo)

ALíQuOTAS

Page 37: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Segurança

Projeto de Lei nº 885/2009, que cassa o registro no Cadastro de Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) das empresas envolvidas na receptação de cargas roubadas ou furtadas, enfim, saiu do papel. Aprovado ainda em 2013 pela As-sembleia Legislativa de São Paulo, o projeto aguardava apenas a sanção.

A aprovação ocorreu no dia 20 de de-zembro do último ano durante uma sessão extraordinária da Assembleia, que contou com a presença de empresários e políticos ligados ao setor de transporte rodoviário de cargas.

A nova lei é responsável por regula-mentar a cassação da inscrição das em-presas e estabelecimentos comerciais no cadastro do ICMS que estejam, de alguma forma, envolvidos com a receptação de mercadorias, oriundas de roubo ou furto.

O principal objetivo da nova lei, além de desestimular a prática ilegal, é impedir que tais mercadorias encontrem possibilidades de escoamento no mercado e concluam o ciclo chegando às mãos do consumidor.

As empresas pegas em flagrante du-rante o desenvolvimento da prática ilícita serão proibidas de concretizar operações no ramo de atividade em que atuam, mes-mo que em outros estabelecimentos.

As companhias também serão impe-didas de dar entrada em novos CNPJs e condenadas a arcar com multa equivalente

Lei pune receptação de carga

Projeto cassa o registro no ICMS de empresas que receberem carga roubada para comercialização

ao dobro do valor dos produtos autuados. Os produtos apreendidos serão convertidos em patrimônio do estado.

O presidente da Federação das Empre-sas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (Fetcesp), Flávio Benatti, ressaltou a importância da lei para o setor. “Para enfren-tar o grave problema do roubo de cargas são

necessárias ações de resposta em dois níveis estratégicos: o jurídico e o operacional. Sob a ótica operacional, já temos o Procarga e a criação de núcleos de combate aos delitos de carga em todas as delegacias seccionais do estado. Mas é sob a ótica da normati-zação legal que estamos comemorando as maiores conquistas neste início de ano.”

Chris Cenaviva/Divulgação

“Estamos esperançosos de que dias melhores virão com relação ao roubo de cargas e que, com as novas leis, os responsáveis pela repressão a esses delitos tenham plenas condições de cumprir suas funções”Flávio Benatti, presidente da Fetcesp

O

Page 38: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

o acumulado dos 12 meses do ano passado, o custo do trans-porte rodoviário de cargas teve

um aumento de 7,85%. A informação é do Departamento de Custos Operacio-nais, Estudos Técnicos e Econômicos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logísticas (NTC&Logística). O principal vilão, segundo a pesquisa, foi o óleo diesel, que no ano passado teve aumento nas bombas de 17,27% no preço do litro.

O aumento também foi impactado pelo reajuste de alguns componentes da cadeia do transporte. O salário do motorista teve aumento acumulado de 10,22%, enquanto dos ajudantes, de R$ 10,23%. Outras despesas admi-nistrativas tiveram reajuste de 5,67%, enquanto os salários dos setores admi-nistrativos aumentaram 10,12%.

Para manter o caminhão e fazer re-visões, o valor também subiu. O preço médio do pneu no país subiu 12,7%, já o veículo, 6,87%. O seguro teve aumen-to de 6,07% e a recapagem, 3,77%, segundo dados da NTC&Logística. Ou-tros insumos também tiveram reajuste, mas menores.

A mesma pesquisa revela ainda que houve defasagem do frete em 5,78%. O percentual foi calculado com base em informações das em-presas de transporte de carga fracio-nada. Segundo a NTC, “é a diferença entre o frete efetivamente praticado e o custo necessário para remunerar a atividade”. O argumento, segundo a NTC&Logística, é que no ano passado as empresas não tiveram êxito na re-negociação de seus acordos de preços com os clientes.

“Diante dos fatores, emerge a ne-cessidade imperiosa de se recompor imediatamente as tarifas dessas em-presas em pelo menos 14,06%, me-dida essencial para a manutenção de seus compromissos e investimentos”, conclui o estudo.

O estudo ainda descreveu que outros fatores agravam os custos. São gargalos na infraestrutura que reduzem a produtividade, como res-trições à circulação nos centros urba-nos (hoje são mais de 100 municípios no país que adotam a medida), bar-reiras fiscais, ineficiência nos termi-nais de embarque e questões traba-lhistas. Segundo análise da NTC, as empresas ainda enfrentam situação precária nas estradas e portos, além de escassez de mão de obra qualifi-cada para o setor.

Finanças

Aumento no custo do transporteEstudo da NTC&Logística aponta para reajuste de 7,85% na operação da carga no ano passado, sendo o diesel o principal vilão

N

Page 39: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 40: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

EsportesPOR Marcel Moraes*

*Colunista esportivo associado a ANCE, trabalhou na rádio Itatiaia e na rádio Ouro Preto, colunista do jornal “O Tempo”, associado ao sindicato dos jornalistas, formado em jornalismo pela Estácio de Sá. E-mail: [email protected]

campeonato mineiro 2014estamos iniciando o Campeonato Mineiro de 2014 e com certeza, mais uma vez, Cruzeiro e atlético brigam pelo título. apesar de ambos participarem da Copa Libertadores da américa, a concorrência pelo título do Mineiro ficará para os dois grandes times da capital. em várias partidas desta primeira fase, tanto o Galo quanto o Cruzeiro não usaram a equipe considerada titular, reservando-a para a disputa da Libertadores. Mesmo assim, a disparidade técnica é muito grande, e nem mesmo o time do américa terá como atrapalhar a conquista de Cruzeiro ou atlético neste ano.

galo quer o tria torcida e o time do atlético fazem questão do tricampeonato mineiro. Todos os esforços da diretoria para reforçar o time estão sendo feitos. o técnico paulo autuori terá muito trabalho para acertar o time, que já vem mostrando fragilidade em alguns setores, como as laterais, o meio-campo e a zaga. na lateral direita, Marcos rocha apoia bastante e não consegue marcar os atacantes que caem no seu setor. na zaga, tanto Leonardo silva como principalmente rever não conseguem acompanhar os jogadores de velocidade. Já na lateral esquerda, o problema é antigo, principalmente tecnicamente, pois nenhum lateral que jogou nesse setor conseguiu se firmar no time. no meio-campo, a marcação tem falhado demais, deixando o adversário jogar. apenas pierre está marcando e os demais só olham.

Page 41: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

cruzeiro na cola do títuloCom o apoio da sua grande torcida, o time cruzeirense tenta a todo custo quebrar a hegemonia do rival alvinegro, que vem de duas conquistas consecutivas. o técnico Marcelo oliveira poderá se dar ao luxo de usar um time todo reserva neste campeonato, guardando os titulares para a disputa da Taça Libertadores da américa e só usar a sua força total nos jogos decisivos do Campeonato Mineiro.

américa Bem longe da realidadeInfelizmente, as contratações realizadas pela diretoria do time do América ainda não serão suficientes para reforçar o time do Coelho para a disputa do título do Campeonato Mineiro. O técnico Sillas terá muitas dificuldades para montar um time forte, com condições de brigar com Cruzeiro e Galo neste ano. Sinceramente, com Obina com a camisa 10 do Coelho, é muito difícil acreditar em alguma melhora do time neste ano de 2014.

Page 42: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

Informe

Elevação de custos e defasagem de fretes exigem reajuste imediato de 14,06%

O Departamento de Custos Operacionais, Estudos Téc-nicos e Econômicos (Decope) da NTC&Logística apurou, nos últimos 12 meses, aumento acumulado de 7,85% nos custos operacionais de transporte rodoviário de cargas fra-cionadas, o INCTF.

O principal vilão na estrutura de custos das empresas de transporte foi o óleo diesel, que respondeu, sozinho, por aumento de 17,27% no preço do litro nas bombas. Os insu-mos que também colaboraram para esse aumento foram os salários de motoristas e ajudantes, com aumento acumula-do de 10,22% e 10,23% respectivamente; as despesas ad-ministrativas (exceto salários), com 5,67%; salários admi-nistrativos, com 10,12%; pneus, com 12,7%; veículo, com 6,87%; seguros, com 6,07%; e recapagem, com 3,77%. Os demais insumos também tiveram aumentos, mas relativa-mente menores.

Por outro lado, pesquisa realizada pelo mesmo Deco-pe, junto às empresas de transporte de carga fracionada, identificou, em 2013, defasagem de frete, que é a dife-rença entre o frete efetivamente praticado e o custo ne-cessário para remunerar a atividade, na ordem de 5,78%. Isso porque, em 2013, as empresas não obtiveram êxito na renegociação de seus acordos de preços com os clien-tes, principalmente pela diminuição do ritmo da atividade econômica nacional.

Considerados esses dois fatores, emerge a necessida-de imperiosa de recompor imediatamente as tarifas dessas empresas em pelo menos 14,06%, medida essencial para a manutenção de seus compromissos e investimentos.

Como se sabe, o setor ainda tem como agravante de custos os gargalos da infraestrutura, que vêm reduzindo, sobremaneira, a produtividade. Para não enumerar todas as deficiências de infraestrutura, seguem algumas, tais como: restrições à circulação nos centros urbanos, que hoje al-

cançam mais de 100 municípios em todo o Brasil, barreiras fiscais, a ineficiência nos terminais dos embarcadores e as questões trabalhistas, que ganharam várias exigências adi-cionais com a Lei 12.619 de junho de 2012. Fora a situação precária da infraestrutura rodoviária e portuária que as em-presas têm de enfrentar, além da grande escassez de mão de obra qualificada no setor, notadamente de motoristas.

Assim sendo, é de fundamental importância que em-presas de transportes e seus clientes se sensibilizem para a necessidade de revisarem seus acordos de preços, como for-ma de manter empresas saudáveis e parcerias sustentáveis.

LEI 12.619 E OS íNDICES DE CuSTOSA Lei 12.619, que entrou em vigor em 17 de junho de

2012 e regulamenta a profissão do motorista, seja ele em-pregado ou autônomo, trouxe avanço significativo ao setor de transportes e, com ele, aumentos expressivos nos custos operacionais das empresas transportadoras. De acordo com estudos já desenvolvidos pelo Decope, esse aumento va-riou de 14,98% a 28,92%, dependendo da operação de transporte.

Destaque-se que o impacto dessa nova legislação não foi captado pelos indicadores – Índice Nacional do Custo de Transporte de Carga Fracionada (INCTF), Índice Nacional da Variação de Custos do Transporte Rodoviário de Carga Lotação (INCTL), entre outros –, porque os parâmetros utili-zados pelo Decope já atendiam às exigências impostas pela nova legislação.

Assim, aquelas empresas que não ajustaram seus pre-ços aos novos custos devem fazê-lo o mais rápido possível, antes que os mesmos agravem de forma irreversível as suas finanças. Aquelas que não repassaram o aumento de custos imposto pela Lei 12.619 devem acrescer ao INCTF o respec-tivo índice de impacto.

Fonte: NTC&Logística – Decope

Page 43: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar
Page 44: Velocidade controlada - Revista Entre-Vias · assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ... dentes e com a necessidade desenfreada de transportar

GRUPO

O Grupo SADA tem se destacado como um dos mais sólidos grupos empresariais; marcando história, conquistando novos espaços e reconhecimento em todas as áreas que atua. Buscando satisfazer as expectativas e necessidades dos clientes e visando a liderança de mercado. O Grupo SADA é uma holding que atua nos ramos de: Transporte, Logística, Indústria, Comércio, Concessionários, Serviços Gráficos, Jornal, Bioenergia (combustível renovável), dentre outros.

Os resultados alcançados nas performances operacionais consolidam o alto padrão de excelência na gestão empresarial do Grupo, pela conquista do gerenciamento do Sistema de Qualidade - TS 16949, NBR ISO 9001:2008 - com rigoroso cumprimento dos requisitos ambientais - ISO 14000 e a manutenção dos objetivos traçados, fundamentados na transparência e seriedade de seus dirigentes.

As constantes transformações no cenário mundial nos levam sempre a reavaliar nossos processos quanto à missão, princípios, conceitos operacionais.

A SADA está comprometida há vários anos com uma abordagem para o desenvolvimento sustentável, que visa tornar o Grupo um modelo de négocio em termos de proteção do meio ambiental, responsabilidade social e governança corporativa.

�A�n�u�n�c�i�o�-�R�e�g�i�n�a�l�d�o�L�e�m�e�u�t�o�J�A�N�2�0�1�4�-�O�P�C�A�O�3

�q�u�a�r�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �8� �d�e� �j�a�n�e�i�r�o� �d�e� �2�0�1�4� �1�3�:�1�7�:�3�0