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Mãos da solidariedade no Natal ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2016 • ANO 4 • Nº 39 • 17.500 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Construamos a paz com atitudes solidárias e respeito uns pelos outros! Entrevista com Juiz do Trabalho elucida questão e traça visão humanista no exercício da profissão. Páginas 10 e 11 Lei do Trabalho Veja iniciativa em destaque na página 6. Assista ao clipe da iniciativa Fraternidade sem Fronteiras Comovente relato de médico traz importante reflexão sobre o cepticismo e a fé humana em Deus. Página 8 Lei de Adoração Músico araraquarense traz homenagem marcante ao poeta Augusto dos Anjos em livro e CD. Página 7 Livro e CD Pais não devem apenas levar os filhos, mas precisam fazer parte dos programas de educação. Página 3 Foco na educação

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Mãos da solidariedade no NatalÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2016 • ANO 4 • Nº 39 • 17.500 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT Construamos a paz com atitudes solidárias e respeito uns pelos outros!

Entrevista com Juiz do Trabalho elucida questão e traça visão humanista no exercício da profissão.

Páginas 10 e 11

Lei do Trabalho

Veja iniciativa em destaque na página 6.

Assista ao clipe da iniciativaFraternidade sem Fronteiras

Comovente relato de médico traz importante reflexão sobre o cepticismo e a fé humana em Deus.

Página 8

Lei de AdoraçãoMúsico araraquarense traz homenagem marcante ao poeta Augusto dos Anjos em livro e CD.

Página 7

Livro e CDPais não devem apenas levar os filhos, mas precisam fazer parte dos programas de educação.

Página 3

Foco na educação

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Dezembro de 2016 PÁGINA 2

Editorial

Em 2017

A lcançamos o ano em que se comemora os 160 anos de O Livro

dos Espíritos, lançado em 18 de abril de 1857. Várias outras efemérides importantes na história do Espiritismo serão lembradas ao longo do ano que traz o número sete no � nal. Isso é muito saudável porque nos estimula estudar e encaminhar esforços para a divulgação do Espiritismo e a união dos es-píritas, com os conhecidos e saudáveis desdobramentos.

Agora em dezembro, com o Natal de Jesus – Mestre a orientar os espíritos vinculados ao planeta – a lembrança cari-nhosa também é para Jesus e para Yvonne do Amaral Perei-ra (nasceu em Rio das Flores –RJ, em 24 de dezembro de 1900) e para Joanna Angélica (que nasceu em Salvador –BA, em 11 de dezembro de 1761), uma das encarnações do co-nhecido Espírito Joanna de Angelis, nomes possantes da literatura espírita.

Aqui nos posicionamos com imensa gratidão a tantos ami-gos, em toda parte, que nos ajudam com os custos e distri-buição do TRIBUNA. Graças a esses apoios o jornal tem cumprido sua tarefa. A todos nosso abraço de gratidão para um Feliz Natal, com harmonia no ano novo! r

Trechos parciais de CairbarMensagem foi psicografada no EAC 2016

Redaçã[email protected]

“É certo, pois, que devemos ter e conquistar pelo esforço íntimo a nossa paz interior, porém Jesus e a Doutrina nos convidam não somente a encontrar a paz interna, a doutrina nos convida a levar esse amor abundante, essa serenidade aos lugares de dores, de aflições, de fome.

O mais belo da Doutrina Espírita é a renovação, a esperança e a possibilida-

de de fazer o dia de amanhã um dia sem a� ições, um dia de glória, consolo e novas conquistas.

A cada manhã a luz do conheci-mento espírita acende um coração predisposto ao amor.

Podemos sempre com a boa vontade abandonar as nossas más tendências, deixar o velho homem de outrora para renascer o novo homem que reconhece o Cristo como modelo que não só busca as palavras de ensinamentos espíritas,

mas que se obriga a ter uma fé ativa que opera auxílio aos irmãos em obras concretas.

É certo, pois, que devemos ter e conquistar pelo esforço íntimo a nossa paz interior, porém Jesus e a Doutrina nos convidam não somente a encontrar a paz interna, a doutrina nos convida a levar esse amor abundante, essa serenidade aos lugares de dores, de a� ições, de fome.

Nosso maior e grande desa� o, após encontrar a força da paz é distribuir essa riqueza àqueles que caminham desanimados e desorientados, uma paz interna em benefício do próximo. (...)

Se soubessem o quanto efêmero e curta é nossa existência na Terra

não desperdiçaríamos um fel em nossos lábios e não permitiríamos que nenhum espinho brotasse em nosso coração.

Usaríamos das nossas mãos abençoadas para a caridade e para a fraternidade e para a solidarie-dade sempre.

Que possamos neste encontro iluminado e abençoado preencher o nosso coração com as rosas do amor, com o sorriso de Jesus e com a luz do Criador. (...) r

Jesus – para homenagear seu Natal“Será eterno o seu código moral.”

Coletânea extraída do livro Estudando o Evangelho de Martins Peralva (ed. FEB)

As palavras de Jesus não pas-sarão, porque serão verda-deiras em todos os tempos.

Será eterno o seu código moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno. – Allan Kardec.

A passagem de Jesus pela Ter-ra, os seus ensinamentos e exem-plos deixaram traços indeléveis, e a sua influência se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje Ele preside aos destinos do

globo em que viveu, amou, sofreu. – Léon Denis,

O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de ati-tude destinada a modi� car-se ou de-saparecer, como todos os elementos transitórios do mundo – Emmanuel.

Para cooperar com o Cristo, é imprescindível sintonizar a estação de nossa vida com o seu Evangelho Redentor – André Luiz. r

“A cada manhã a luz do conhecimento espírita acende um coração predisposto ao amor.

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Dezembro de 2016PÁGINA 3

Família, Escola e EducaçãoComo exigir obediência e bom comportamento se não somos assim?

Marcus De [email protected]

Muitos pais, perturba-dos pela conduta de seus � lhos, nem sempre

obedientes, estão literalmente internando suas crianças e ado-lescentes nas escolas de tempo integral, e quando isso não é pos-sível fazem matrícula em curso de línguas, aulas de tecnologia da informação, inscrição em práticas esportivas, tudo para ocupar o máximo possível os � lhos, e ter algumas horas de sossego no lar, com a crença que escolas, cursos, clubes vão colocar os filhos na “linha”, vão fazer com que gastem as energias e se disciplinem.

Muitos pais, na verdade, de-monstram que em casa não tem paciência, tolerância e muito me-nos autoridade moral com os � lhos. Não realizam a educação de seus � lhos e transferem para a escola e outras instituições esse dever que lhes compete.

Precisamos aprender a educar para a autonomia, para a solida-riedade, para a bondade, mas para isso temos primeiro que nos edu-car, ou seja, temos que combater em nós a indolência, o comodismo, a hipocrisia, o individualismo, coisas de que nossa sociedade está farta, acarretando consequências ruins, como temos assistido todos os dias.

Como exigir obediência e bom comportamento de nossos � lhos,

se confundimos isso com respeito total, exagerado a nós, e cerce-ando a liberdade deles? E pior, dando maus exemplos, pois de nossa parte não somos obedientes e nem sempre mantemos bom comportamento? É como aquela

mãe viciada em doces e chocolates, um tanto quanto obesa, colesterol alto, sedentária, e que exige que sua � lha, na escola, só coma coisas saudáveis e participe de atividades

que tenham exercícios físicos. Sem dar o próprio exemplo, essa é uma educação sem efeito, e se a � lha começar por sua vez a comer doces e chocolates, por certo será castigada e, por não ser obediente, acabará matriculada em todos os cursos possíveis além da escola.

Será mesmo que existem � lhos difíceis, filhos problemáticos? Cremos que existam � lhos desa-� o, e que somente uma boa edu-cação, perseverante, pode dar-lhes autocontrole, sem amarras, sem exageros, mas com muito diálogo, bons exemplos e autoridade mo-ral, o que deve começar mesmo antes do berço, pois na barriga da mãe ele já ouve e sente tudo que lhe transmitimos.

Devemos fazer esforços no sentido de unir a família com a escola e vice-versa, Que temos de ter uma nova escola, novas meto-dologias, não coloco em dúvida, mas daí a correr para “novidades” sem fundamento pedagógico, vai uma grande distância.

Lembrando que somos espíritos imortais, que, portanto, os � lhos trazem uma bagagem de experi-ências, aprendizados e conquistas, não podemos transferir a educação para o ambiente exclusivo da esco-la, ou mesmo de outras instituições sociais, divorciando a família desse processo. Pais e professores devem se dar as mãos, assim como no

âmbito do Centro Espírita, quando os pais e outros responsáveis não podem, não devem entregar os � -lhos para a Evangelização, e voltar para casa. Precisam fazer parte do Grupo da Família, que deve acon-tecer ao mesmo tempo da evangeli-zação infantojuvenil.

E no âmbito doméstico, o chamado Culto do Evangelho no Lar deve envolver a todos os componentes da família, inclu-sive as crianças, os adolescentes e os jovens, e não apenas os cha-mados adultos.

Família, escola, centro espírita e outras instituições de caráter educativo devem se unir para a boa formação das novas gerações. O distanciamento entre elas traz consequências funestas para a sociedade, como temos assisti-do. Que se procure, em todas as instâncias, a moralização e espi-ritualização das novas gerações, se queremos um mundo em paz, mais justo e equilibrado.

Que os pais sejam mais fáceis, para que os � lhos sejam menos difíceis. Que os professores sejam mais humanos, para que os alunos sejam mais participativos. É no amor que família e escola devem se encontrar. É no amor que conse-guiremos transformar os indivídu-os para assistirmos paulatinamente a transformação para melhor de toda a sociedade. r

“Será mesmo que existem filhos difíceis, filhos problemáticos? Cremos que existam filhos desafio, e que somente uma boa educação, perseverante, pode dar-lhes autocontrole, sem amarras, sem exageros, mas com muito diálogo, bons exemplos e autoridade moral, o que deve começar mesmo antes do berço, pois na barriga da mãe ele já ouve e sente tudo que lhe transmitimos.

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Dezembro de 2016 PÁGINA 4

Será um ano a mais ou a menos?Viver é aprender continuamente.

Vladimir Polí[email protected]

Abertura no domingo, 11 de dezembro, às 20h, com apresentação do CORO FRATER.

Na verdade, as duas asser-tivas estão corretas. Será sempre mais um tempo

conquistado, pois não sabemos o dia do retorno à morada eterna e também será sempre um tempo a menos, considerando que nas páginas do livro particular da vida constam a hora em que de-veremos aparecer e desaparecer deste mundo1.

Com o término do ano, mais uma etapa foi vencida em nossa vida. É mais um trecho do ca-minho que deixamos para trás, conscientes porém de que tivemos 365 dias disponíveis para corri-gir os desvios da rota, reformar pensamentos, rever atitudes e compromissos, especialmente os que � caram pendentes. Se � caram para depois é porque algo não está coerente conosco.

O clima de festa poderá lhe parecer abusivo, mas faz parte da euforia a que muitos se entregam, quer em relação à alegria que o período ofereceu por alguma ra-zão ou mesmo pela oportunidade que o novo ano promete, como ‘mensageiro da sorte’ àqueles que não sentiram a reconfortante brisa da felicidade nesse tempo que vai � cando para trás. O que vem é sempre novo e, por isso mesmo, acontece a manifestação espontânea da esperança, que os benfeitores da espiritualidade consideram como sendo uma das � lhas da caridade.

Há, também, os indiferentes ou tristes, tocados pelas vibrações de dor em razão da ausência de trabalho, da visita infortunada de doenças ou da própria morte,

fatores que agridem o sentimento e sombreiam os corações saudo-sos. “Em nossa romagem na vida, atravessamos épocas de sementeira e fases de colheita”2. É uma séria e delicada situação.

Contudo, em que pesem con-trariamente na balança da emoção o desânimo e a indisposição, con-tribuindo com o afastamento dos ambientes onde fervilham a alegria, essas atitudes, embora coerentes com as forças � uídicas que envol-vem cada pessoa em determinado instante da existência frente aos problemas que enfrentam, há que se pensar, necessariamente, num justo motivo para compreender a grandeza da vida física frente aos desequilíbrios da harmonia e da paz a que somos conduzidos em determinados momentos.

Nunca esquecer que VIVER representa o maior prêmio recebido do Senhor da Vida e dos Mundos. Menosprezar a vida é ignorar a bondade do Criador, é não levar em conta a oportunidade gloriosa e bendita de exercitar tudo o que foi um dia planejado em outras esferas no in� nito.

Essa chance desencadeia no curso da vida uma série de outras conquistas que durante os anos na Terra cada um vai realizando, pois “a vida é uma escola e cada criatura, dentro dela, deve dar a própria lição”3. E essa vida, como se sabe, não é feita de retalhos, qual colcha cujos pedaços de tecido são irregulares, mas de trechos, de etapas que, progressivamente vão se materiali-zando, sendo superadas e deixadas para fazerem parte do passado, sobre o qual vamos edi� cando com

sacrifício o futuro, não obstante os acidentes que encontramos ao lon-go do percurso, lembrando que “os obstáculos são bênçãos em que podemos receber e dar, conforme a nossa atitude perante a vida”4.

Um bom Ano Novo a você que me lê agora, reconhecendo que tudo, mas tudo mesmo, pertence ao Criador, inclusive nós.

Pense nisso e seja feliz, pois todos podem ser felizes de acor-do com a dimensão desse sen-timento no exato momento em que está vivendo. r

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 159.2. De André Luiz, por Chico Xavier.3. De André Luiz, por Chico Xavier.4. De Emmanuel, por Chico Xavier.

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Dezembro de 2016PÁGINA 5

A lição dos Banquetes MagnéticosAinda nos dividimos por opiniões, infelizmente.

Rogério [email protected]

Antes de iniciar a missão de elaboração do Pentateuco espírita, em 1823 com

apenas 19 anos, Allan Kardec teve a atenção voltada para os fenômenos magnéticos passando a frequentar os trabalhos da Sociedade de Mag-netismo de Paris.

O Magnetismo assumiu tal relevância à época de Kardec que em todo dia 23 de maio, aniversário natalício de Franz Anton Mesmer, estudioso do Magnetismo Animal, realizavam-se dois banquetes anu-ais reunindo a nata dos magneti-zadores de Paris, conforme registro na Revista Espírita de 1858.

Como participante, o Mestre de Lyon indagava: Por qual motivo a solenidade comemorativa era sem-pre celebrada em dois banquetes rivais, onde cada grupo bebia a saúde do outro e onde, sem resul-tado, erguia-se um brinde à união?

O fato se “justi� cava”, pois havia uma cisma entre os simpatizantes e praticantes do Mesmerismo.

Re� etia ainda: Tem-se a im-pressão de que estão prestes a se entenderem. Por que, então, uma cisão entre homens que se dedicam ao bem da humanidade e ao culto da verdade? Têm eles duas maneiras de entender o bem da humanidade? Estão divididos quanto aos princípios de sua Ci-ência? Absolutamente. Eles têm as mesmas crenças e o mesmo mestre, que é Mesmer, desencarnado em 1815. Se esse mestre, cuja memória invocam, atende a seu apelo, como o cremos, deve sofrer ao ver a de-sunião dos discípulos.

Os magnetizadores buscavam através de técnicas com movi-

mentação ou imposição de mãos transmitir os salutares fluidos magnéticos, visando a cura de quantos os procuravam, vindo deste fato o questionamento do Sábio de Lyon, a� nal o objetivo era nobre, restituir a saúde aos doentes, como poderiam divergir sobre este intento?

Continuando a raciocinar: Por mais inofensiva que seja essa guerra não é menos lamentável, embora se limite aos golpes de pena e ao fato de beber cada um no seu canto. Gostaríamos de ver os homens de bem unidos por um mesmo senti-mento de confraternização. Com isso a Ciência Magnética lucraria em progresso e em consideração.

E quem não gostaria? A perple-xidade do Codi� cador se justi� cava plenamente, pois não podia com-preender como adeptos da Ciência do Magnetismo pudessem se di-vidir, deixando para a posteridade, exemplo pouco edi� cante.

Isto se deu há décadas atrás, o Sábio Gaulês acabara de publicar O livro dos Espíritos, em 1857, con-tudo, o fato apresenta um paralelo surpreendente ao momento atual. Mudou o foco, os adeptos são ou-tros, mas a cisão continua agora entre os seguidores da própria Doutrina dos Espíritos.

A espiritualidade têm enviado vários chamamentos, entretanto, cremos, não tem surtido o efeito desejado, pois as divisões conti-nuam, seja na prática, na teoria ou em ambas, apesar dos livros básicos espíritas serem exatamente os mes-mos, nada mudou.

Cada agremiação espírita quer possuir a sua verdade. Argumen-

tam ser a Doutrina de inteira liberdade, e não estão errados, mas concluem equivocadamente que cada qual deve decidir como: praticá-la, interpretá-la, quais li-vros seguir..., esquecem-se de que liberdade deve sempre ser acompa-nhada por responsabilidade.

De onde estiver Kardec segu-ramente estará refletindo sobre a situação, com a agravante de

que agora não se trata apenas do seguimento de praticantes do Magnetismo, mas de todo o conjunto do movimento espí-rita brasileiro.

Como evitar tal quadro? Uma possível sugestão, talvez a mais eficaz, seria manter-se fiel aos conceitos contidos nas obras bá-sicas, e só seguir outras literaturas comprovadamente espíritas. r

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Dezembro de 2016 PÁGINA 6

Uma oportunidade de agir Podemos fazer nossas as mãos da solidariedade trazidas pelo pensamento de Jesus.

Redaçã[email protected]

A organização Fraternida-de Sem Fronteiras, sem � ns lucrativos e nascida

no Brasil, tem sensibilizado muita gente, com suas apresentações em eventos, do trabalho realizado nas regiões mais pobres do planeta, onde a fome, a miséria e o desam-paro fazem presença marcante.

Atuando desde 2009 na implan-tação de Centros de Atendimento, o grupo desenvolve esforços de adesão para apadrinhamento de crianças órfãs e em situação de extrema

miséria, especialmente na África. É comum que, na ausência dos pais, ainda muito cedo as crianças assu-mem a responsabilidade dos irmãos mais novos. E, devido às di� culdades de sobrevivência, milhares delas per-dem os mais elementares direitos es-senciais da vida de qualquer criança.

O apadrinhamento, com apenas R$ 50,00 mensais, permite atender uma criança por mês para que viva com mais dignidade e não passe fome, ao menos.

O trabalho da FSF é voluntá-rio e tem o apoio de pessoas e instituições. Diversos apoiadores

realizam bazares, chás e outros eventos para arrecadação de fun-dos. Muitos se tornam multipli-cadores, divulgando a causa por meio de palestras e vídeos e outras formas de comunicação em massa.

Visite o site e conheça mais. Que tal aderir individualmente ou como empresa ou instituição?

Com pequenas contribuições mensais oferecidas pelos padrinhos o grupo faz a diferença na vida de crianças muito vulneráveis nas condições em que vivem. r

(67) 3028 5429 – contato@fraternidadesemfronteiras.org.brwww.fraternidadesemfronteiras.org.brCurta no Facebook: fraternidade.semfronteiras

Transferências bancárias:Banco do Brasil – ag. 2959-9 – cc 26.224-2Banco Itaú – ag. 0091 – cc 53.286-1Banco Bradesco – ag. 3408-8 – cc 22.109-0Organização Fraternidade sem Fronteiras – CNPJ 11 335 070/0001-17

Sede no Brasil:Rua Treze de Junho, 1.778, Monte Castelo, Campo Grande (MS)

Contatos e formas de contribuir

“Atuando desde 2009 na implantação de Centros de Atendimento, o grupo desenvolve esforços de adesão para apadrinhamento de crianças órfãs e em situação de extrema miséria, especialmente na África.

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Dezembro de 2016PÁGINA 7

Sensibilidade de Augusto dos AnjosObra completa do grande poeta (psicografia de Chico Xavier) e CD com dez poemas musicados recebem o nome de Número Infinito.

Zé Henrique [email protected]

Em 2010 comecei a ler o Parnaso de Além-Túmulo, primeiro livro de Chico Xa-

vier, escrito em 1932, quando ele tinha apenas 22 anos de idade. Surpreendi-me, especialmente com os poemas de Augusto dos Anjos. Tive um impulso de musicá-los e comecei. Fui compondo músicas sobre os poemas que lia. Depois vieram os arranjos e as gravações

em estúdio. Isso levou algum tempo e o CD � nalmente � cou pronto em 2014. Foi então que descobrimos que naquele ano se comemorava o centenário de morte de Augusto dos Anjos...

Eu não gosto de fantasiar e sempre discuto com a D. Arlett, da Obreiros do Bem de Arara-quara, que essas coisas podem coincidir. Mas dessa vez estava parecendo mesmo uma encomen-da, feita quatro anos antes, para esse evento.

O CD é composto por 10 po-emas musicados, de Augusto dos Anjos e psicografados por Chico Xavier, e mais uma faixa composta a partir do texto inscrito na lápide de Allan Kardec, que funciona como um prefácio.

Mostrei o trabalho a meu amigo do Instituto SER de Belo Hori-zonte, Júlio Corradi, que conheci no primeiro EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel – em Ma-tão. Ele acabou batizando o CD de “Número Infinito”, devido à curiosa história narrada por Herculano Pires sobre o último poema de Augusto dos Anjos em vida, “Último Número”, e um dos psicografados por Chico Xavier, “Número In� nito”, entre os quais se percebe um claro diálogo.

Depois do lançamento do CD em 2014, continuei a pesquisar sobre Augusto dos Anjos, o po-

eta que mais psicografou através de Chico no Parnaso e descobri que havia poemas publicados em vários livros. Tive então a ideia de reuni-los todos em uma única obra. Com a grande ajuda da Márcia Tamia, pesquisamos em toda a sua psicogra� a, mais de 400 livros.

Inscrevemos o projeto na Lei Rouanet, também por sugestão do Júlio Corradi, e com grande apoio técnico da Eleonora To-setto. Numa primeira tentativa de aprovação para obter os benefícios

da lei de incentivo à cultura, o projeto do livro foi rejeitado pelo ministério, por ser considerado de cunho religioso. Recorremos da decisão, argumentando sobre a qualidade dos poemas e cha-mando a atenção para o aspecto cultural da obra. Nessa nova ava-liação o projeto foi aprovado, com a seguinte observação:

“O projeto apresenta impactos positivos no âmbito cultural, uma vez que visa registrar em livro e CD poesias psicografadas pelo médium Chico Xavier, um conteúdo que, independentemente da crença do leitor ou ouvinte, apresenta inegá-vel caráter cultural.”

Na intenção de dar ao livro um caráter utilitário e de pesquisa, além dos 75 poemas coletados de 16 livros, acrescentamos: glossá-rio, feito por Márcia Tamia; parte da dissertação de mestrado de Alexandre Caroli, que trata dos poemas de Augusto dos Anjos; pesquisa de temas abordados nos poemas no âmbito da ciência, � loso� a e religião (contribuição preciosa de Aluizio Elias), o CD com 10 poemas musicados e ainda as letras das músicas cifradas. A ilustração da capa � cou por conta de Marina Reis e o projeto grá� co, de Júlio Corradi.

Nossa gratidão às editoras pelos direitos autorais cedidos, dos poemas. Estou muito feliz por conseguirmos divulgar esse material precioso – e espero que o Augusto também. r

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Dezembro de 2016 PÁGINA 8

Complementando o artigo des-ta página, sobre crença em Deus, não deixe de ver o notável � lme

“Deus não está morto”. Acesse pelo celular aqui ou busque no Youtube.

Sobre Deus

Lei de AdoraçãoMédico vive dois casos emocionantes.

Orson Peter Carrara [email protected]

José Couto Ferraz publicou magnífica abordagem na edição de outubro/16 da

RIE – Revista Internacional de Espiritismo, a partir de um no-ticiário que conclamou: “procu-ra-se Deus vivo ou morto – uma tese para debate”. Isso a partir da declaração de um astronauta que ironizou: ‘Fui ao céu e não vi Deus’”. Ferraz, então, construiu sólida abordagem sobre a crença em Deus e trouxe comovente narrativa, que transcrevo parcial-mente, adaptando:

O médico-escritor escocês A. J. Cronin, (...) narra em página solta inserida na imprensa in-ternacional, com o título: “Por que eu Creio em Deus”, sua experiência pessoal, a respeito da crença no Ser Supremo. Es-tudando medicina (...) quando dissecando cadáveres impregna-dos de formol, o corpo humano parecia-lhe, simplesmente, uma máquina orgânica complexa, que deixava de funcionar com o desarranjo de qualquer das suas peças fundamentais. (...). (...) quando ele pensava na palavra Deus (...) transparecia seu des-

prezo (...). Quando começou a clinicar (...) veri� cando valores (...) como: a coragem, o bom--humor, a abnegação, a renúncia, o sacrifício, não encontrando explicações dentro da teoria do mecanicismo materialista da vida humana para justi� car sentimen-tos tão enobrecedores, começou a re� etir com novas predisposições intelectuais. À medida que assis-tia o fenômeno do nascimento de uma criança, ou sentava à cabeceira dos doentes terminais (...), sua atitude foi tornando-se menos arrogante. Perdeu aquele ar de superioridade (...).

No entanto, dois fatos mar-cantes tocaram seu sentimento. O primeiro deles aconteceu numa mina de carvão depois de violenta explosão que soterrou quatorze mineiros por cinco dias.

Finalmente, a turma de sal-vamento que abria o caminho subterrâneo, ouviu saindo do fundo dos escombros a débil me-lodia de um cântico. Era o hino: “Oh! Deus, socorro nosso desde antigas eras”.

Fora assim que os homens so-terrados haviam decidido manter

sua coragem. E, quando foram retirados fracos, mas vivos, a mul-tidão entoou o hino que, cantado por um milhar de vozes, ecoou pelo estreito vale.

Quando ele subiu à superfí-cie com os mineiros salvos, um grande volume de som o colheu com uma força emocional indes-critível, levando-o até às lágrimas pela demonstração da fé humana em Deus.

O outro fato aconteceu com uma jovem enfermeira, que tra-balhava sozinha numa ronda de quinze quilômetros diários mon-tada numa bicicleta para aten-der os seus pacientes, trazendo sempre na � sionomia os traços de uma disposição, jovialidade e paciência dignas de admiração. (...) Era uma verdadeira sacerdo-tisa como enfermeira pro� ssional. Seu ordenado era irrisório, mal a atendia em suas necessidades. Uma noite depois de um caso particularmente trabalhoso, ele arriscou um protesto:

– Enfermeira, por que você não exige que lhe paguem me-lhor? Você devia ganhar pelo menos o triplo do que ganha

por semana. Deus sabe que você merece.

Houve um instante de silêncio. Ela sorriu e com um brilho no olhar, surpreendeu o médico:

– Doutor, se Deus sabe que eu mereço, isso é tudo para mim.

Naquele momento, o médico compreendeu que toda aquela existência de trabalho, em que pon-ti� cava o amor ao próximo, era um atestado evidente de sua maneira de adorar a Deus. Percebeu num lampejo a opulenta signi� cação da vida daquela jovem e o vazio inte-rior existente no seu mundo íntimo, pela ausência da crença em Deus.

Um desastre numa mina, a for-tuita observação de uma simples enfermeira, ergueram do pântano do cepticismo aquele homem para a terra � rme da adoração a Deus.

A adoração pelo Ser Supremo, ensina o Espiritismo, consiste na elevação do pensamento na prática do bem, amando incondicional-mente a tudo e a todos os seres na obra da criação divina. r

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Dezembro de 2016PÁGINA 9

Mudar é Preciso!Espiritismo propõe mudança positiva com amplos benefícios extensivos à sociedade.

Ivan [email protected]

O Universo que vivemos está em constante modi-� cação, os seres vivos em

processo evolutivo e os humanos vivenciando as mais variadas expe-riências e assimilando a maior car-ga de informações e conhecimento jamais constatada na história da nossa civilização.

Hoje, um garoto de 14 anos de uma grande cidade recebeu mais informações e adquiriu mais conhecimento que os adultos de grandes cidades do século retrasado. Há menos de 100 anos as pessoas enfrentavam durante todas suas vidas, parte de uma ou duas gran-des mudanças sociais. Atualmente vivemos simultaneamente muitas mudanças parciais e completas, sobrepostas e paralelas.

Nesse ambiente, a capacidade de mudar não é só imprescin-dível, ela será responsável pelo maior ou menor aproveitamento das experiências de vida e, até, pela sobrevivência ou qualidade de vida.

As mudanças são consequência da nossa evolução gradativa, mas não signi� ca que sempre mudamos para melhor. Muitas vezes inter-

pretamos equivocadamente alguns fatos da vida e tomamos a decisão que se mostrará errada logo à fren-te. Faz parte do processo educativo. Muitas mudanças que realizamos

foram automatizadas, fazendo-nos pensar e agir de uma forma que no passado achamos que seria a me-lhor. As novas experiências da vida e o nosso maior desenvolvimento, nos levará a entendimentos mais acertados que produzirão novos automatismos aprimorados.

No relacionamento pessoal também houve grandes mudan-

ças com o avanço da tecnologia. Antigamente, as pessoas conse-guiam se relacionar com poucos indivíduos e precisavam de muito tempo para isso. Agora, qualquer um pode se relacionar com mi-lhares de pessoas em um tempo muito reduzido.

Mudar, contudo, é muito mais que se adaptar as mudanças do ambiente que foram produzidas por outros. É preciso mudar internamente nossa maneira de perceber o próximo, o mundo e a nós mesmos.

Cada pessoa desenvolve uma personalidade e um comporta-mento em decorrência do que acredita e valoriza. Podemos mu-dar nosso modo de pensar, falar e agir utilizando nossa força de vontade e controlando ou melho-rando muitas de nossas expressões. Podemos também agir diretamen-te em nossas crenças e valores que,

uma vez alteradas, produzirão comportamentos compatíveis. Embora o segundo caminho seja mais efetivo e duradouro, não po-demos desprezar nenhum esforço para o nosso desenvolvimento.

Considerando que fomos cria-dos para aprender, progredir e con-tribuir cada vez mais e melhor com os elevados desígnios do próprio criador, a Doutrina Espírita nos convida a conduzir nossas vidas com objetivos adicionais àqueles relativos à vida encarnada, que tenhamos uma proposta de vida, considerando nossa natureza es-piritual e objetivando também o desenvolvimento dos sentimentos e do senso ético.

O progresso dos seres vivos é um fatalismo derivado da perfei-ção de Deus. Todos nós vamos evoluir por meio dos infinitos meios educacionais disponibiliza-dos para nós. Podemos nada fazer que a vida certamente nos condu-zirá ao progresso em um tempo mais longo e às custas de maior so-frimento, mas já temos condições de conduzirmos conscientemente nossas vidas, do ponto de vista de espíritos imortais destinados a colaborar com o Universo. Essa é a proposta espírita. r

Todo domingo, a partir das 9h da manhã, palestras transmitidas ao vivo pelo Facebook, diretamente da programação do Centro Espírita Nosso Lar.

Acesse pelo Facebook: http://www.facebook.com/nossolar.matao/

Palestras ao vivo de Matão (SP)

“As mudanças são consequência da nossa evolução gradativa, mas não significa que sempre mudamos para melhor. Muitas vezes interpretamos equivocadamente alguns fatos da vida e tomamos a decisão que se mostrará errada logo à frente.

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Dezembro de 2016 PÁGINA 10

A Lei do TrabalhoUma visão à luz do Espiritismo.

Revista Eletrônica O Consolador – www.oconsolador.com.br – edição 493, de 27/11/16

Natural de Araraquara (SP), onde também re-side, Alan Cezar Runho

atua no CENTRO ESPÍRITA PORTAL DA LUZ. Formado em Direito (1996) pela USP e Juiz do Trabalho desde 1998, é espírita de infância e responde à entrevista com a experiência pro� ssional.

1 - O Livro dos Espíritos de-dica um capítulo inteiro para tratar da Lei do Trabalho, com 12 questões. Que essência podemos extrair desse compacto capítulo para nossas ações no bem a que somos chamados?

A compreensão de que o traba-lho, de todas as formas, é uma ne-cessidade perpétua do Espírito, seja para o completo desenvolvimento de suas competências em busca da perfeição, seja para colaborar nos desígnios do Criador.

2 - Como conciliar a imper-feição das leis humanas, concer-nentes às leis trabalhistas e a sa-bedoria das Leis Divinas quanto ao trabalho?

As leis humanas existem por-que o homem ainda não aprendeu a amar. Quando praticarmos a lei do amor em toda sua essên-cia, querendo para os outros o que queremos para nós mesmos, constataremos o quanto as leis humanas são supér� uas. Ao nos pautarmos pela ética do Cristo nos relacionamentos humanos, a imperfeição das leis humanas deixará de ser um obstáculo.

3 - Da legislação humana espe-cí� ca do trabalho, em sua opinião,

quais aspectos mais progrediram de forma a se aproximarem dos objetivos da Providência Divina com relação ao bem dos seres humanos no planeta?

Ao longo dos anos, destaco como os maiores progressos da legislação trabalhista: 1) o aumen-to da proteção do trabalhador em relação à duração da jornada e às condições de higiene e segurança

do trabalho, evitando a prematura degradação física e psíquica do ser humano; 2) a proibição contra qualquer tipo de discriminação por motivo de sexo, idade, cor, crença religiosa ou estado civil, eviden-ciando o conceito da fraternidade; e 3) recentemente, o reconheci-mento da identidade de direitos do trabalhador doméstico, tido por alguns como o segundo estágio da Lei Áurea.

4 - O que nos falta ainda aper-feiçoar na legislação trabalhista humana para maior proximidade com as Leis Divinas?

Assim como a dor nos alerta quanto à necessidade de reto-mar o caminho das leis divinas, penso que a legislação ainda é carente de mecanismos e� cazes de persuasão ao cumprimento das obrigações legais. Embora o arcabouço jurídico seja bastante robusto na previsão de direitos e garantias, o empenho Estatal para

o seu respeito ainda é de� ciente. Nesse estado de coisas, muitos se sentem tentados ao desrespeito a direitos fundamentais dos traba-lhadores, aumentando as tensões e con� itos.

5 - Nos embates jurídicos tra-balhistas, o que é mais expressivo? Por quê?

“As leis humanas existem porque o homem ainda não aprendeu a amar. Quando praticarmos a lei do amor em toda sua essência, querendo para os outros o que queremos para nós mesmos, constataremos o quanto as leis humanas são supérfluas.

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Infelizmente, a ganância e a incapacidade de exercer a alteri-dade, de colocar-se no lugar do outro na relação. De um lado, empregadores que escolhem des-cumprir obrigações básicas para auferirem maior lucro, apostando na impunidade; de outro, traba-lhadores que vêm nas demandas judiciais uma chance de enri-quecimento; de ambos os lados, representantes que esqueceram, ou não conheceram, o verdadeiro objetivo da Justiça e enxergam o processo apenas como uma fonte de renda. Isso acontece porque ainda somos materialistas e imediatistas. O orgulho ainda é traço marcante em nós e não compreendemos a lição do Cristo quando nos ensinou que a bem--aventurança está na brandura e na pacificidade.

6- Como um juiz trabalhista procura ou consegue conduzir, diante da imperfeição das leis humanas, os interesses de patrões e empregados e a consciência de retidão indicada pela pro� ssão?

Ainda que não se mostrem perfeitas, as leis humanas já evolu-íram bastante e oferecem recursos su� cientes para o julgamento das causas. A sensibilidade do juiz na apreciação dos con� itos e dos

con� itantes é o diferencial para uma solução justa. Sua maior di� -culdade é identi� car suas próprias mazelas. Por que determinadas posturas dos conflitantes e de seus representantes o incomodam mais que outras? O que há de imperfeição nele que está sendo re� etido na postura dos litigantes? Quando o juiz consegue identi� car tais fragilidades, encontra maior facilidade para conduzir as partes a uma conciliação, ou serenidade necessária para distribuir o direito a cada um.

7 - Algo marcante que gostaria de destacar de suas lembranças no tocante à pro� ssão e o conheci-mento espírita?

Talvez não propriamente uma lembrança ou fato marcante, mas a compreensão que o conheci-mento espírita me possibilita de que a Justiça Divina sempre está presente, mesmo nos meus erros de apreciação ou de julgamentos. Ainda que busque uma postura reta e imparcial, compreendo que não sou o promotor da Jus-tiça mas, sim, um de seus inú-meros agentes.

8 - O egoísmo e o orgulho ainda têm sido grandes obstá-culos nas conciliações trabalhis-

tas? Um juiz consegue atenuar esses quadros?

Penso que já adiantei tal con-vicção nas perguntas anteriores e respondo afirmativamente. A postura materialista advinda do egoísmo e do orgulho é o maior en-trave à conciliação. O juiz consegue atenuar esse quadro quando age com serenidade e domina a arte da persuasão, como Jesus no episódio da mulher adúltera. Não foi com o emprego de força ou argumentação sólida, tampouco com a exibição de seu título de autoridade que Jesus fez cessar a agressão àquela mulher, mas com a persuasão.

9 - Com o conhecimento es-pírita o que lhe sobressai diante do trabalho remunerado e seus desdobramentos?

O trabalho remunerado é uma necessidade. Conforme posto na resposta à questão 674 de O Livro dos Espíritos, “a civilização obriga o homem a trabalhar mais, por-que aumenta as suas necessidades e os seus prazeres”. Penso que a maior dificuldade seja identificar quais são as reais necessidades e as aptidões naturais de cada um. A esse respeito, as respostas às questões 926 a 928 a) da mes-ma obra são excelentes fontes de reflexões.

10 - E o trabalho voluntário como é visto no binômio leis e progresso espiritual?

Em última análise, o trabalho voluntário atende às � nalidades da encarnação, assim compreendidas na forma da resposta à questão 132 de O Livro dos Espíritos. A um só tempo, propicia o aprimoramento (físico, intelectual e espiritual) de quem o desempenha e contribui para com a Criação ou, como expresso naquele texto, põe “o Es-pírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação”.

11 - Algo mais que gostaria de acrescentar?

Lembrei-me de um vídeo sobre Chico Xavier exibido pelo amigo Orson Peter Carrara em uma de suas palestras e que exemplifica qual é o limite do trabalho. O incansável irmão que dedicou a encarnação para servir Almas e Espíritos, até o limite de suas forças.

12 - Suas palavras � naisQue possamos compreender o

trabalho como uma ferramenta de evolução moral, e não como um meio de acumulação de riquezas materiais, tampouco como uma punição, como na interpretação precipitada da alegoria bíblica. r

Matão sedia no sábado, 4 de fevereiro de 2017, das 14 às 17h30, na CHÁCARA DO LIU, o Encontro Bauruense em Matão, com a parti-cipação dos oradores TATO SAVI, EDGAR MIGUEL e RENATO VERNASCHI, com tema ainda a ser de� nido. Agende, contudo, para participar. Na próxima edição do TRIBUNA, informaremos tema e demais dados da logística. As vagas são limitadas a 300 pessoas, em evento gratuito e abriremos inscrições pela Internet, motivando a região toda. Anote na agenda para não esquecer, pois se trata de um evento dinâmico e repleto de conteúdo, face à qualidade dos expositores.

Procure curtir no Facebook as páginas do Instituto Cairbar Schutel e Tribuna do Espiritismo, onde divulgaremos intensamente a abertura das inscrições e a programação do evento.

Marque na agenda: um grande evento em fevereiro!

Contamos com o auxílio de diretores e frequentadores das insti-tuições na distribuição do jornal, de mão em mão, na entrada ou saída dos presentes nas reuniões. A experiência já demonstrou que deixar disponível não adianta. É preciso mesmo distribuir pessoalmente e se possível comentar conteúdos de motivação à leitura, como esperamos ocorrer também com as demais publicações.

A edição conta com patrocinadores e doações espontâneas. Qual-quer contribuição é bem-vinda. Caso queira colaborar, poderá utilizar--se da conta corrente 30.986-9 em nome do Instituto Cairbar Schutel, para agência 0134-1 do Banco do Brasil. CNPJ 17 011 663/ 0001 – 04. O jornal é de distribuição gratuita e atinge 90% dos estados do país, sendo remetido para 500 endereços aproximadamente. Doações para postagens auxiliam muito.

Faça contato pelo e-mail [email protected].

Apoio ao TRIBUNA

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REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.

Caixa postal 201315997-970 - Matão-SPDezembro de 2016

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Natal de JesusConforme a nossa atitude espiritual ante o Natal, assim aparece o Ano Novo à nossa vida.

Emmanuel | Chico Xavier – Livro: “Fonte de Paz”

A Sabedoria da Vida situou o Natal de Jesus frente do Ano Novo, na memória da Humanidade, como que renovando as opor-tunidades do amor fraterno, diante dos nossos compromissos

com o Tempo.Projetam-se anualmente, sobre a Terra os mesmos raios excelsos da

Estrela de Belém, clareando a estrada dos corações na esteira dos dias incessantes, convocando-nos a alma, em silêncio, à ascensão de todos os recursos para o bem supremo.

A recordação do Mestre desperta novas vibrações no sentimento da Cristandade.

Não mais o estábulo simples, nosso pr6prio espírito, em cujo íntimo o Senhor deseja fazer mais luz...

Santas alegrias nos procuram a alma, em todos os campos do idea-lismo evangélico

Natural o tom festivo das nossas manifestações de con� ança reno-vada, entretanto, não podemos olvidar o trabalho renovador a que o Natal nos convida, cada ano, não obstante o pessimismo cristalizado de muitos companheiros, que desistiram temporariamente da comu-nhão fraternal.

E o ensejo de novas relações, acordando raciocínios enregelados com as notas harmoniosas do amor que o Mestre nos legou.

E a oportunidade de curar as nossas próprias fraquezas reti� cando atitudes menos felizes, ou de esquecer as faltas alheias para conosco, restabelecendo os elos da harmonia quebrada entre nós e os demais, em obediência à lição da desculpa espontânea, quantas vezes se � ze-rem necessárias.

È o passo de� nitivo para a descoberta de novas sementeiras de serviço edi� cante, atrav6s da visita aos irmãos mais sofredores do que n6s mesmos

e da aproximação com aqueles que se mostram inclinados à cooperação no progresso, a � m de praticarmos, mais intensivamente, o princípio do “amemo-nos uns aos outros”.

Conforme a nossa atitude espiritual ante o Natal, assim aparece o Ano Novo à nossa vida.

O aniversário de Jesus precede o natalício do Tempo.Com o Mestre, recebemos o Dia do Amor e da Concórdia.Com o tempo, encontramos o Dia da Fraternidade Universal.O primeiro renova a alegria.O segundo reforma a responsabilidade.Comecemos oferecendo a Ele cinco minutos de pensamento e ativi-

dade e, a breve espaço, nosso espírito se achará convertido em altar vivo de sua in� nita boa vontade para com as criaturas, nas bases da Sabedoria e do Amor.

Não nos esqueçamos.Se Jesus não nascer e crescer, na manjedoura de nossa alma, em vão

os Anos Novos se abrirão iluminados para nós. r