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Pós Graduação em Saúde da Criança e da Mulher Variáveis associadas à falha na extubação em recém-nascidos prematuros. Márcia Cristina de Azevedo Rio de Janeiro, Março / 2008

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Pós Graduação em Saúde da Criança e da Mulher

Variáveis associadas à falha na extubação em recém-nascidos prematuros.

Márcia Cristina de Azevedo

Rio de Janeiro, Março / 2008

Pós graduação em Saúde da Criança de da mulher

Variáveis associadas à falha na extubação em recém nascidos prematuros

Márcia Cristina de Azevedo

Tese apresentada a pós graduação do Instituto

Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz como

requisito parcial para a obtenção do título de mestre em

ciências - Área da Saúde da Criança e da Mulher.

Orientador : Prof. Dr. Manoel de Carvalho.

Co - orientadora : Prof . Dra Maria Elizabeth Lopes Moreira.

Rio de Janeiro,Março /2008

FICHA CATALOGRÁFICA NA FONTE INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE BIBLIOTECA DA SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA

A994 Azevedo, Márcia Cristina de. Variáveis associadas à falha na extubação em recém-nascidos prematuros. / Márcia Cristina de Azevedo. – 2008. 77 f. Dissertação ( Mestrado em Saúde da Criança e da Mulher ) - Instituto Fernandes Figueira , Rio de Janeiro , RJ , 2008 . Orientador : Manoel de Carvalho Co-orientador: Maria Elizabeth Lopes Moreira Bibliografia: f. 54 -65 1. Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas . 2. Ventilação Mecânica. 3. Recém-nascido Prematuro. I. Título. CDD - 22ª ed. 615.836

II

Dedico este trabalho aos meus pais Itacy e Yedda por todo

apoio e incentivo irrestritos em todos os momentos da minha

vida ....

III

Aos meus pais Itacy e Yedda pelo minha formação, pelo incentivo, pelo

apoio e dedicação permanentes. Obrigado por terem acreditado em mim. Sem

vocês não teria chegado até aqui ! Muito obrigado por tudo...

Aos membros da Secretaria Acadêmica sempre interessados e dispostos a

ajudar...

Aos professores da Pós Graduação pelos ensinamentos tão importantes

para realização deste trabalho...

As minhas amigas e colegas de trabalho da Clínica Perinatal Laranjeiras

Patricia, Renata, Gabriela, Carolina e Carla, a colaboração de vocês foi

fundamental para a realização deste projeto.

Aos funcionários da Clínica Perinatal Laranjeiras Nilza e Aldeci por terem

disponibilizados os prontuários necessários para a coleta de dados.

Aos colegas de turma da Pós Graduação em especial a Marillac pela

amizade , apoio e palavras de incentivo nos momentos mais difíceis ...

IV

Aos colegas de turma da Pós Graduação em especial a Marillac pela

amizade , apoio e palavras de incentivo nos momentos mais difíceis ...

A Saint Clair pelo ajuda fundamental na análise estatística dos dados

coletados...

Aos meus amigos pela paciência , incentivo e apoio ....

V

A minha orientadora Maria Elizabeth Lopes Moreira ,por quem

tenho profunda admiração, pelo seu auxílio desde a

realização do ante projeto, primeiro passo dessa

trajetória...Muito obrigado por esta oportunidade ! Tenho muito

orgulho em ter você como minha orientadora ...

VI

Ao meu orientador Manoel de Carvalho , por quem tenho profunda

admiração, pelo seus ensinamentos e auxílio fundamentais para a

realização desta dissertação...Obrigado pela ajuda em todos os momentos

em que tive dificuldade... Obrigado por ter me dado a oportunidade de ser

sua mestranda...Tenho muito orgulho em ter você como meu orientador ...

VII

“ Se não houver frutos

valeu a beleza das flores

Se não houver flores

valeu a sombra das folhas

Se não houver folhas

valeu a intenção da semente”.

(Henfil)

VIII

Lista de siglas e abreviaturas

Siglas Significado

BDP................................ Broncodisplasia Pulmonar

CPAP.............................. Pressão positiva continua via aérea

FiO2................................ Fração inspirada de oxigênio

FR................................... Freqüência respiratória

FRC................................ Capacidade residual funcional

Ipm ................................ Incursões por minuto

PaCO2............................ Tensão arterial de dióxido de carbono

PaO2.............................. Tensão arterial de oxigênio

PCA................................ Persistência do canal arterial

PEEP.............................. Pressão positiva no final da expiração

PIP.................................. Pico de pressão inspiratória

RN.................................. Recém nascido

SNAPPE......................... Score for Neonatal acute physiology perinatal extension

UTI.................................. Unidade de tratamento Intensivo

Ve................................... Volume expiratório

VM.................................. Ventilação mecânica

IX

Resumo

Objetivo: Identificar variáveis associadas ao insucesso na extubação traqueal em

recém-nascidos prematuros com peso de nascimento menor ou igual a 1500g.

Métodos: Analisamos os prontuários dos RNs admitidos na UTI neonatal no

período de Janeiro 2002 a Dezembro 2006 e que utilizaram CPAP nasal durante

as primeiras 72 horas após a extubação traqueal com o objetivo de identificar as

variáveis clínicas e ventilatórias associadas à falha na extubação.

Utilizamos o SNAPPE II (Score for Neonatal Acute Physiology, Perinatal

Extension, Version II) para determinação da gravidade clínica destes RNs. Teste T

de student, teste qui-quadrado, teste Mann-Whitney / Wilconxon (Kruskal Wallis) e

análise regressão logística multivariada foram utilizados para analise descritiva.

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Instituto

Fernandes Figueira e obteve o consentimento da unidade pesquisada.

Resultados: Estudamos 176 Rns. A média de peso de nascimento foi 996 ± 274g,

da idade gestacional foi 29 ± 1,9 sem e do escore de gravidade foi 26 ±1.

Dos 176 Rns incluídos no estudo 130 (74%) tiveram sucesso na extubação

e 46 (26%) apresentaram falha. Rns que tiveram sucesso tinham peso de

nascimento significativamente maior (1045 ± 272g vs 856 ± 232g p <0,001), maior

idade gestacional (29 ±1,9 sem vs 28 ± 1,9 sem p < 0,001) e menor escore

de gravidade (24 ± 16 vs 32 ± 18 p <0,001).

X

Menor tempo de ventilação mecânica (mediana 59 horas vs 96 horas),

menor freqüência ventilatória no respirador (21 ± 7 vs 25 +- 9) e menor PaCO2 no

momento da extubação (39 ± 12 mmHg vs 43 ± 12 mmHg) foram

significativamente associados ao sucesso na extubação.

As variáveis mais freqüentemente associadas à falha foram aumento da

necessidade de oxigênio, aumento do esforço respiratório e acidose respiratória.

Na análise de regressão a piora do esforço respiratório foi a variável mais

associada à falha na extubação, seguido pelo aumento da necessidade de

oxigênio e pelo aumento do escore de gravidade.

RNs com peso inferior a 1000g tinham 3,11 vezes mais chance de ter falha

na extubação do que aqueles com peso superior a 1000g (OR 3,11 - IC 1,52-

6,39). Estes bebês com peso inferior a 1000g apresentavam tendência de maior

risco para aumento da necessidade de oxigênio (OR 2,04 IC 0,97 - 4,27),

atelectasia (OR 3,72 IC 0,98 -14) e piora do esforço respiratório (OR 2,00 IC 0,83

– 4,81). Recém-nascidos ventilados por maior tempo foram mais suscetíveis à

falha na extubação

Conclusão: Maior peso de nascimento e idade gestacional, menor escore

de gravidade, menor tempo de ventilação mecânica e menor PaCO2 no momento

da extubação foram as variáveis associadas ao sucesso na extubação.

Após a analise de regressão a variável que mais se associou ao insucesso

na extubação foi a piora do esforço respiratório.

XI

Abstract

Objective: To identify variables associated with failure of extubation in premature

infants with bitrth weigth less than 1500g.

Methods: Descriptive study from January 2002 to December 2006. We assess

the evolution of all newborn infants that used nasal CPAP after extubation during

the first 72 hours in order to identify clinic and ventilatory variables associated with

failure of extubation ( return to mechanical ventilation) or successful extubation

The clinical severity (risk score) of the infants was determine using the

SNAPPE II (Acute Physiology Score for Neonatal, Perinatal Extension, Version II)

calculated in the first 24 hours of life.

Student`s test, chi-square test , Mann-Whitney / Wilconxon (Kruskal Wallis)

test and multivariate logistic regression were used for the descriptive analysis.

This study was approved by the ethical committee of Fernandes Figueira

Institute and received the formal consent of the head of the neonatal intensive care

unit .

Results : We studied 176 preterm infants.The mean birth weight was 996 ±

274g; mean gestacional age was 29 ± 1,9 weeks and the mean risk score was

26 ± 17. Extubation was successful in 130 (74%) patients and 46 (26%) required

reintubation.

XII

Newborn babies who have had success in tracheal extubation had birth

weight significantly higher (1045 ± 272g vs 856 ± 232g p < 0,001) greater

gestacional age (29 ± 1,9 weeks vs 28 ± 1,9 weeks p <0,001) e lower risk score

(24 ± 16 vs 28 ± 18 p < 0,001) than those who failed extubation

Less time on mechanical ventilation ( median 59 hours vs 96 hours), lower

ventilatory frequency in the ventilator (21± 7 vs 25 ± 9) and lower PaCo2 at the

time of tracheal extubation were significantly associated with the suceessful in

extubation.

Increase in respiratory effort, respiratory acidosis and increase oxygen

need were the main causes of extubation failure.

In a regression analysis to worsening respiratory effort was the variable that

most influenced the failed extubation, followed by increased need for oxygen and

increase in risk score.

Newborns weighting less than 1000g were 3,11 times more likely to have

failed extubation than weigthing more than 1000g ( (OR 3,11 CI 1,52 - 6,39).

These babies weighting less than 100og present trend of higher risk for increase

need for oxygen (OR 2,04 CI 0,97 - 25,47), atelectasis (OR 3,72 CI 0,98 - 14),

and worsening of effort respiratory (OR 2,00 CI 0,83 - 4,81).

XIII

Conclusion : Higher birth weight and gestational age , lower risk score,

less time on mechanical ventilation and lower PaCo2 at the time of extubation were

the variables associated with success in extubation. The main causes of failure

extubation were increased need for oxygen, worsening of respiratory effort and

respiratory acidosis.

XIV

Sumário

ÍNDICE PÁGINA

1- Introdução................................................................................... 01 2- Referencial teórico...................................................................... Broncodisplasia pulmonar............................................................

Pressão positiva contínua em via aérea- CPAP nasal...................

Uso do CPAP) nasal na extubação de recém-nascidos ...............

04 04

08

17

3- Justificativa................................................................................. 22 4- Objetivos..................................................................................... Objetivo geral..................................................................................

Objetivos específicos......................................................................

24 24

24

5- Artigo para publicação................................................................ 25 6- Considerações finais................................................................... 52 7- Referências bibliográficas........................................................... 54 8- Apêndice..................................................................................... 66 8-Anexos......................................................................................... 75

XV

Lista de figuras e quadros (corpo da tese)

FIGURA PÁGINA

1- Ventilação mecânica................................................................ 04 2- Fatores associados à Broncodisplasia Pulmonar................... 06 3- CPAP nasal.............................................................................. 08 4- Diagrama CPAP nasal em selo d`´agua e no respirador......... 13 5- CPAP convencional e ciclando............................................... 14

QUADRO PÁGINA

1- Indicações do uso de pressão positiva contínua ....................... em via aérea

09

XVI

Lista de tabelas (corpo da tese)

TABELA PÁGINA

1- Efeitos fisiológicos do CAP nasal.............................................. 10 2- Vantagens e desvantagens dos diferentes............................... métodos de CPAP

12

Lista de tabelas (artigo)

TABELA PÁGINA

1- Motivos de não elegibilidade..................................................... 33 2- Características demográficas dos ............................................recém-nascidos estudados

34

3- Variáveis relacionadas ao sucesso / insucesso........................ analisadas antes ou após a extubação traqueal

36

4- Análise das variáveis pós extubação por faixa de peso.......... 37 5- Análise das variáveis associadas aos desfechos ....................sucesso / insucesso de acordo com modelo de regressão.

38

1

Nos últimos anos tem sido observado um aumento do número de recém -

nascidos (RNs) prematuros de muito baixo peso ao nascer egressos das unidades

de tratamento intensivo neonatal. Tal fato é conseqüência da melhoria do cuidado,

da incorporação de tecnologias terapêuticas, de novos conhecimentos científicos e

de um maior conhecimento a respeito da fisiologia destes RNs (Suguihara C et al,

2005 ).

A ventilação mecânica é uma das tecnologias utilizadas, sendo fundamental

para a sobrevivência de RNs de alto risco que apresentam insuficiência

respiratória grave. Todavia seu uso prolongado é associado à efeitos indesejáveis

como lesão subglótica e Broncodisplasia Pulmonar(BDP) (Halliday HL, 2004;

Tapia JL et al , 1995).

O maior número de sobreviventes é acompanhado por uma maior incidência

de seqüelas e entre elas está Broncodisplasia Pulmonar (Halliday HL, 2004;

Suguihara C et al, 2005; Tapia JL, 2006; Parker RA et al ,1992, Bancalari E,

2006).

A BDP é uma doença comum no RN prematuro determinada, entre outros

fatores, pela lesão pulmonar decorrente da ventilação mecânica.

Aproximadamente 20% dos RNs que fizeram uso desta modalidade de assistência

ventilatória apresentam BDP, que é uma das principais causas de mortalidade e

morbidade nesta população (Schultz C et al, 2003; Owen LS et al, 2004; Avery ME

et al, 1987).

Os bebês acometidos por esta doença necessitam de oxigênio e de

assistência respiratória por período de tempo prolongado além de medicações e

2

cuidados intensivos. Após a alta hospitalar apresentam alto índice de re-

internação, principalmente no primeiro ano de vida, maior suscetibilidade à

infecção respiratória de repetição, asma e persistência da disfunção pulmonar com

testes de função respiratória anormais. Essas seqüelas respiratórias geralmente

são acompanhadas por desfecho neurológico adverso a longo prazo (Tapia JL et

al, 2006).

Eventos pré-natais, intra-parto e pós-natais podem contribuir para a

presença da BDP, mas o uso da ventilação mecânica por tempo prolongado

parece ser o fator mais importante (Polin RA et al, 2002).

Com o objetivo de minimizar as lesões alveolares decorrentes da ventilação

mecânica prolongada, a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP nasal)

tem sido cada vez mais utilizada por ser uma modalidade de assistência

respiratória menos invasiva e com menor risco de lesão pulmonar.

Em 1971 Gregory et al foram os primeiros a relatar o uso do CPAP nasal

para tratar RNs prematuros com Síndrome do Desconforto Respiratório (Gregory

GA et al, 1971).

Entre os benefícios do CPAP nasal estão a prevenção da falência

respiratória após extubação e a sua utilização no tratamento da apnéia obstrutiva

em RNs prematuros (Miller MJ et al, 1985; Hammer J, 2001; Dimitriou G et al,

2000). No entanto mesmo em uso de CPAP nasal alguns RNs apresentam falha

na extubação e necessitam retornar a ventilação mecânica.

A re-intubação oro traqueal é um procedimento traumático (risco de lesão

de corda vocal e estenose sub-glótica) e pode prolongar a duração da ventilação

3

mecânica e dos cuidados intensivos (Fox WW et al, 1981) aumentando a

morbidade nessa população.

A identificação dos fatores que contribuem para o sucesso ou falha na

extubação destes RNs poderá contribuir para a identificação do melhor momento

para a retirada da ventilação mecânica bem como para a identificação daqueles

RNs com maior chance de sucesso neste procedimento.

O presente trabalho tem por objetivo identificar variáveis associadas á falha

na extubação de recém-nascidos prematuros em uso de pressão positiva contínua

em vias aéreas (CPAP nasal).

4

Broncodisplasia Pulmonar

A ventilação mecânica (figura 1) é uma modalidade de assistência

respiratória que assegura a vida de muitos recém-nascidos prematuros extremos

com insuficiência respiratória, mas seu uso por tempo prolongado pode ter

inúmeros efeitos adversos incluindo lesão sub-glótica e a Broncodisplasia

pulmonar (BDP) muito freqüente nessa população (Halliday HL, 2004; Tapia JL et

al,1995)

Figura 1

Figura 1

Os avanços na área de atenção perinatal nas últimas décadas, a

incorporação de tecnologias, os novos conhecimentos a respeito da fisiologia dos

RNs prematuros e de estratégias terapêuticas têm aumentado significativamente a

sobrevida desta população. No entanto a morbidade a longo prazo ainda é

freqüente, sendo a BDP uma das complicações crônicas mais importantes em

5

prematuros sobreviventes (Suguihara C et al, 2005; Tapia et al, 2006).

Segundo Tapia et al (2006) a incidência não têm diminuído ao longo do

tempo, afetando 20-30% dos RNs com menos de 1500g. Baixo peso ao nascer,

menor idade gestacional e uso da ventilação mecânica são considerados os

fatores de risco mais comuns segundo este autor.

Em 2000 a rede Vermont Oxford Neonatal Network mostrou uma incidência

de BDP de 35% nos RNs de muito baixo peso (peso inferior a 1500g) e 54% nos

RNs de extremo baixo peso ao nascer (peso inferior a 1000g) (Sun S, 2004).

Assim, como a incidência de BDP não tem diminuído, o aumento do número

de RNs sobreviventes é acompanhado por um aumento do número de bebês

acometidos por esta doença e conseqüente aumento da incidência da BDP,

atualmente mais observada em RNs com peso de nascimento inferior a 1200g

(Suguihara C et al, 2005; Tapia et al, 2006; Bancalari E et al, 2006; Parker RA et

al,1992).

As características da BDP nestes RNs prematuros extremos atualmente

chamada de “nova” Displasia Broncopulmonar são bastante diferentes da clássica

descrita por Northway (Northway WH et al,1967). A nova BDP tem etiologia multi-

fatorial (figura 2), composta por volutrauma, atelectrauma, toxidade do oxigênio e

reação inflamatória (Suguihara C et al, 2005; Bancalari et al, 2003).

6

Fatores associados a BDP (Bancalari E at al, 2003).

Figura 2

Medidas para reduzir a incidência de BDP como uso de surfactante,

esteróide ante-natal, novos tipos de ventilação mecânica incluindo uma ventilação

mais “gentil” e intervenções com o objetivo de impedir os mecanismos iniciais da

injúria pulmonar (vitamina E, esteróides sistêmicos e inalatórios) têm mostrado

Deficiência nutricional

Edema pulmonar

(PCA, excesso oferta

liquido)

Ventilação mecânica ( trauma

mecânico) Prematurida-

de

Inflamação (isolada ou associada à

infecção)

Insuficiência

adrenal precoce

Predisposi-ção à

reatividade em via aérea

Toxicidade do oxigênio

BDP

7

pouco resultado. Estratégias ventilatórias como redução do volutrauma através do

uso de ventilação de alta freqüência e ventilação sincronizada apresentam

sucesso limitado (Polin RA et al; 2002; Suguihara C et al , 2005).

Avery et al em 1987 realizaram um estudo retrospectivo em oito unidades

de tratamento intensivo neonatal no qual foram avaliados 1625 RNs prematuros.

Este estudo mostrou que na Universidade de Columbia, onde o CPAP nasal era

instituído logo após o nascimento em bebês com sinais de sofrimento respiratório

a incidência de BDP era a mais baixa sem diferenças na mortalidade (Avery et al,

1987).

Como uso da ventilação mecânica prolongada parece ser o fator mais

importante para o desenvolvimento da Broncodisplasia Pulmonar (Polin RA et al,

2002; Booth C et al, 2006) a redução do tempo de uso deste suporte ventilatório

através da prática de uma extubação precoce (retirada do tubo orotraqueal e da

ventilação mecânica) e do uso de formas de assistência ventilatória menos

invasivas, como o CPAP nasal, parece ser a melhor estratégia para a redução da

incidência desta patologia (Halliday HL, 2004; Tapia JL et al, 1995).

No entanto, a extubação precoce destes RNs prematuros apresenta

inúmeras dificuldades. Aproximadamente 40% dos RNs de extremo baixo peso

(peso inferior a 1000g) apresentam falha e retornam à ventilação mecânica

(Kamlin COF et al, 2006; Stefanescu BM et al, 2003).

8

Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP nasal)

A pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP nasal) também é uma

das modalidades de assistência ventilatória utilizadas no período neonatal para o

tratamento de recém-nascidos com quadro de insuficiência respiratória (figura 3).

Figura 3

O CPAP nasal é utilizado para o tratamento da insuficiência respiratória

causada por atelectasias, redução da capacidade residual funcional,

anormalidades da relação ventilação–perfusão, edema pulmonar e “shunt”

intrapulmonar (Goldsmith MD, 1996) .

As indicações para o uso do CPAP nasal estão descritas no quadro 1.

Entre elas podemos citar apnéia da prematuridade, prevenção de atelectasias e

falha na extubação (Goldsmith MD, 1996; Hammer J, 2001; Davis PG et al, 2003;

Morley et al, 1999).

9

Quadro 1- Indicações do uso da pressão positiva contínua.

Síndrome do desconforto respiratório precoce Síndrome de aspiração de mecônio Apnéia da prematuridade Persistência do canal arterial Prevenção de atelectasia Pós extubação orotraqueal

Ahuma CA e Goldsmith MD , 1996

O CPAP nasal reduz a incidência de eventos clínicos adversos

freqüentemente observados após extubação traqueal como apnéia, acidose

respiratória e aumento da necessidade de oxigênio que podem levar ao retorno à

ventilação mecânica permitindo assim a redução da duração do suporte

ventilatório mais invasivo (Davis PG et al, 2003; So BH et al 1995; Higgins RD et

al,1991; Engelke SC et al,1982; Gittermann MK et al, 1997 e Ho JJ et al, 2002).

Os efeitos fisiológicos do CPAP nasal estão descritos na tabela 1. Entre

eles podemos destacar o aumento do volume pulmonar, o recrutamento

progressivo de alvéolos colapsados e a redução do “shunt” intrapulmonar. O

aumento na capacidade residual funcional melhora a troca gasosa, aumentando a

PaO2 e reduzindo a PCO2 (Saunders RA et al, 1976; Chernik V, 1973; Polin RA et

al, 2002).

Além disso, o CPAP nasal melhora o assincronismo tóraco-abdominal,

promove uma respiração mais regular através da estabilização da parede torácica,

reduz o colapso e a resistência das vias aéreas superiores e reduz a incidência de

10

apnéia obstrutiva (Miller MJ et al, 1985; Martin RJ et al, 1977; Hammer J, 2001).

Tabela 1- Efeitos fisiológicos do CPAP

Sistema orgânico Benefícios Riscos Pulmonar Aumento da pressão transpulmonar e

Capacidade residual funcional Redução do “shunt” intrapulmonar Aumento da complacência Redução do trabalho respiratório Aumento PaO2

Síndrome de extravasamento de ar ( pneumomediastino, pneumotórax, enfisema intersticial pulmonar)

Cardiovascular Redução do retorno venoso e

consequente redução do débito

Renal Reflexo secreção de hormônio anti-

diurético e aumento dos níveis de aldosterona causando redução do débito urinário e e clearance renal.

Newer experience with CPAP Polin RA e Sahni R 2002

Em 1971 Gregory et al foram os primeiros a relatar o uso do CPAP nasal

para tratar RNs prematuros com Síndrome do Desconforto Respiratório (Gregory

GA et al,1971).

O CPAP nasal também tem sido utilizado logo após o nascimento para o

tratamento do sofrimento respiratório em RNs de extremo baixo peso ao nascer,

reduzindo significativamente a necessidade de intubação e ventilação mecânica

(Gittermann MK et al,1997), podendo ser através de seu uso precoce uma

estratégia para a não intubação orotraqueal. Estudo realizado por Ammari et al

(2005) utilizando o CPAP nasal em selo d`água nas primeiras 72 horas de vida

(pré intubação) demonstrou que 76% dos bebês com peso menor ou igual a 1250g

11

e 50% dos bebês com peso menor ou igual a 750g apresentaram sucesso com o

uso do CPAP (não necessitaram de intubação orotraqueal e ventilação mecânica).

Aly H et al em 2004 avaliaram o impacto do uso do CPAP nasal precoce em

RNs prematuros de extremo baixo peso e concluíram que houve redução na

incidência de BDP.

Ao longo dos anos também tem sido enfatizado também o uso do CPAP

nasal como uma estratégia para reduzir falha na extubação. Estudo realizado por

So BH et al em 1995 evidenciou como principal causa de falha na extubação a

incidência de apnéia. Neste estudo o uso do CPAP nasal em comparação com o

uso do oxy-hood reduziu o número de apnéias contribuindo para o sucesso da

extubação.

Davis PG et al (1999) realizaram uma meta-análise comparando o uso do

CPAP nasal com o oxy-hood após a extubação traqueal e concluíram que o CPAP

nasal é efetivo em prevenir falha na extubação em RNs prematuros após um

período de ventilação mecânica.

Na literatura encontramos também estudos que incentivam o uso do CPAP

nasal na reanimação neonatal na sala de parto com o objetivo de reduzir a lesão

no parênquima pulmonar decorrente da ventilação com ambú e máscara. Este uso

precoce também pode reduzir a necessidade de intubação orotraqueal e de

ventilação mecânica (Finer NN et al, 2004; O`Donnell CPF et al, 2003).

Existem diferentes formas de administração da pressão positiva contínua

em vias aéreas: tubo nasofaríngeo, tubo endotraqueal, máscara facial, cânulas

nasais e prongas uni ou bi-nasais de variados tamanhos. As vantagens e

12

desvantagens de cada forma de CPAP estão descritas na tabela 2.

Tabela 2 - Vantagens e desvantagens de diferentes métodos de CPAP.

Métodos Vantagem Desvantagem

Tubo endotraqueal Via aérea patente; facilmente adaptado no respirador, facilmente controlado.

Complicações associadas com intu- bação, resistência em via aérea muito elevada.

Pronga nasal Facilmente aplicada, flexível e capaz de adaptação de acordo com posição do recém-nascido;baixa resistência em via aérea, facilmente estabilizada e controlada elimina necessidade de intubação.

Erosão ou necrose de septo nasal, obstrução nasal por secreções, distensão abdominal pela deglutição de ar.

Tubo nasofaringeo Facilmente inserido, elimina a necessi- dade intubação.

Perda do CPAP com choro, necrose pela compressão; alta resistência em via aérea, distensão abdominal pela deglutição de ar.

Máscara Facilmente aplicada, elimina necessidade de intubação

Dificuldade para cuidados com cavidade oral, retensão de CO2 com fluxo inadequado , necrose pela compressão distensão abdominal pela deglutição.

Newer experience with CPAP Polin RA e Sahni R 2002

A forma ideal de fornecer CPAP nasal deve ser não traumática para o

neonato, ser de fácil manuseio pela equipe assistente, ser capaz de produzir

pressões estáveis nos níveis desejados, oferecer baixa resistência à respiração,

ter espaço morto mínimo, ser seguro e ser custo efetivo (Polin RA et al, 2002).

As formas que não utilizam a via nasal são infreqüentes. As prongas nasais

são as mais utilizadas por serem seguras, de fácil manuseio e de baixo custo, mas

apresentam risco de trauma nasal (Polin RA et al, 2002).

Existem dois tipos de pronga nasal mais freqüentemente utilizados que são

pronga de Argyle e a de Hudson. Os dois tipos são igualmente eficazes mas a

13

pronga de Argyle é mais difícil de ser mantida na posição ideal além de apresentar

maior incidência de hiperemia nasal (Rego MCA et al, 2002).

O sistema utilizado para oferecer CPAP consiste em três componentes

(Polin RA et al, 2002):

a) Circuito de fluxo contínuo dos gases inspirados com mistura aquecida e

umidificada de oxigênio e ar comprimido e controle de fluxo que geralmente é

mantido entre 5-10 LPM.

b)Interface nasal para conectar o circuito do CPAP à via aérea do RN.

Geralmente a pronga binasal de Hudson é a mais utilizada.

c)Dispositivo para gerar pressão positiva dentro do circuito do CPAP que é

obtido por uma resistência a exalação de ar durante a fase expiratória. A fase

expiratória do circuito pode ser conectada ao respirador ou pode ser colocada

submersa em água (CPAP em selo d´água)(figura4).

Figura 4 (Lima M. R. O . et al, 2004)

Figura 4 (lima M. R. O .et al,2004)

Figura 4 (Lima MRO et al, 2004)

Figura 4

14

O CPAP realizado no respirador pode ser em forma de fluxo contínuo ou

ciclando intermitentemente (figura 5) .

Cpap convencional Cpap ciclando

Figura 5

Na forma convencional (fluxo contínuo) o circuito expiratório pode ser

colocado no respirador (a pressão é determinada ajustando o respirador no modo

CPAP) ou pode ser colocado em selo d`água (neste caso a pressão na via aérea é

determinada pela altura da coluna de água medida em centímetros em que o

circuito expiratório é colocado submerso, geralmente em torno de 5,0cm H2O).

Lee KS et al (1998) sugerem que as vibrações torácicas produzidas pelo

CPAP em selo d`água podem contribuir para a troca gasosa. Não há evidência de

que oscilações (“borbulhas”) mais vigorosas sejam mais eficazes do que as menos

vigorosas (Morley CJ et al, 2005). Estudo realizado por Lima MRO et al (2004)

comparando os níveis de pressão positiva contínua nas vias aéreas nos sistemas

em selo d`água e no respirador evidenciou que no CPAP nasal realizado no

respirador a pressão se comportou de forma mais estável.

15

O CPAP ciclando ou ventilação intermitente é uma forma de ventilação não

invasiva, na qual o circuito expiratório é colocado no respirador e a ventilação é

semelhante à ventilação mecânica mandatória intermitente realizada através de

tubo orotraqueal, só que neste caso ela será realizada através da pronga nasal. O

pico de pressão inspiratória, a pressão no final da expiração, e a freqüência e

duração das insuflações pulmonares são definidos e controlados pelo respirador

(Owen LS et al, 2007). O CPAP nasal ciclando é mais efetivo do que o CPAP

convencional em reduzir o trabalho respiratório e em prevenir falha na extubação

em RNs prematuros (Aghai ZH et al, 2006; Moretti et al, 1999; De Paoli AG et al,

2003; Davis PG et al, 2003).

CPAP nasal apesar de ser um método menos invasivo, também apresenta

complicações como lesão do septo nasal, maior possibilidade de atelectasias,

sangramento nasal e dificuldade de progressão de dieta. O esvaziamento gástrico

em RNs tratados com CPAP é significativamente reduzido quando comparado

com RNs que não estão recebendo este suporte respiratório (Gounaris et al,

2004). O seu uso também tem sido associado à distensão gasosa das alças

intestinais (“CPAP belly” síndrome) que é decorrente da deglutição de ar (Ahumda

CA et al,1996). RNs com peso inferior a 1000g a distensão abdominal é maior

mas não impede a alimentação (Rego MCA et al, 2000).

Os efeitos adversos do CPAP ocorrem quando a pressão pulmonar

aumenta excessivamente. O CPAP excessivo pode ter sérias conseqüências

como síndrome do extravasamento de ar dos alvéolos (causando enfisema

pulmonar intersticial, pneumotórax, pneumomediastino e pneumopericárdio);

aumento do espaço morto levando a um aumento da PaCo2, redução da perfusão

16

pulmonar e aumento do distúrbio na ventilação-perfusão (resultando em redução

da PaO2) e redução do débito cardíaco (Shaffer TH et al, 1973; Hobelmann CF Jr

et al, 1977). No entanto, estudo realizado por Moritz et al (2008) não demonstrou

efeitos hemodinâmicos evidenciados pelo ecocardiograma associados à níveis de

pressão no CPAP nasal maiores do que 7,0cm H2O.

17

Uso do CPAP nasal na extubação de recém-nascidos

A extubação orotraqueal é usualmente realizada baseada em parâmetros

clínicos, gasométricos e ventilatórios. Determinar o momento ideal para a sua

realização é uma decisão complexa mesmo com o avanço tecnológico das últimas

décadas (Muller M et al, 2006).

A extubação precoce destes RNs prematuros freqüentemente apresenta

dificuldade causada entre outros fatores por doença das vias aéreas e/ou

pulmonar, episódios de apnéia e atelectasias, instabilidade das vias aéreas

superiores, “drive” respiratório irregular e algumas vezes inadequado. A

imaturidade do centro respiratório e a musculatura respiratória reduzida dificultam

a realização de movimentos respiratórios espontâneos eficazes (Booth C et al,

2006).

Assim falha na extubação é um problema comum, ocorrendo em

aproximadamente 40% dos RNs de extremo baixo peso (peso inferior a 1000g)

que necessitaram de ventilação mecânica (Stefanescu BM et al, 2003; Kamlin

COF et al, 2006). Este fato sugere que a habilidade dos clínicos em predizer

sucesso na extubação é limitada (Epstein SK et al, 2002).

A re-intubação oro traqueal é um procedimento traumático (risco de lesão

de corda vocal e estenose sub-glótica ) e pode prolongar a duração da ventilação

mecânica e dos cuidados intensivos (Fox W W et al, 1981).

Esse aumento na morbidade associado à falha na extubação torna

fundamental a busca por elementos que possam ser utilizados pela equipe

18

assistente para identificar o melhor momento para realização da extubação destes

RNs bem como para identificar aqueles mais suscetíveis ao sucesso / falha.

Apesar do grande avanço ocorrido nas últimas décadas na tecnologia

ventilatória e na monitorização de RNs prematuros ainda não existem protocolos

definidos para realização do “desmame” ventilatório nem para a determinação do

momento ideal para realização da extubação traqueal. Assim a decisão de extubar

ou não um recém-nascido prematuro ainda é uma decisão complexa (Muller M et

al, 2003; Mueller M et al, 2004; Stefanesceu BM et al, 2003). Inúmeros estudos

têm sido realizados com o objetivo de reduzir falha na extubação.

A avaliação do volume minuto pré extubação pode auxiliar na identificação

dos RNs que apresentam condições clínicas para a extubação traqueal (Vento G

et al, 2004) contribuindo assim para a redução do tempo de ventilação mecânica

(Gillespie LM et al, 2003).

Danan C et al (2008) realizaram um estudo randomizado e identificaram

que o aumento na duração da ventilação mecânica após terem sido identificadas

condições clínicas para extubação não aumentou a incidência de sucesso na

extubação traqueal.

Entre as estratégias identificadas por estes estudos podemos citar o uso do

CPAP nasal que pode reduzir a incidência de falha em RNs de muito baixo peso

ao nascer (So BH et al,1995 e Morley CJ,1999). Tanto o CPAP nasal convencional

ou pressão contínua quanto o CPAP nasal ciclando ou pressão intermitente têm

sido utilizados na tentativa de evitar falha na extubação.

Revisão realizada em 2008 por Davis PG et al comparando a ventilação

nasal com pressão positiva contínua (CPAP convencional) com a ventilação nasal

19

com pressão positiva intermitente (CPAP ciclando), sugere que o uso da

ventilação intermitente é mais eficaz em reduzir falha na extubação sem efeitos

adversos.

Estudos realizados por Moretti et al (1999) e Moretti et al (2008) também

demonstraram que a ventilação nasal mandatória intermitente (CPAP ciclando)

parece ser mais efetiva do que a pressão positiva contínua (CPAP sem ciclar) na

prevenção de falha na extubação corroborando com o resultado da revisão do

Cochrane.

Na literatura existem diversos estudos realizados com o objetivo de

predizer sucesso / falha na extubação de RNs prematuros. A maioria deles utilizou

testes de função pulmonar (volume minuto, volume corrente, resistência e

complacência) realizados antes ou após a extubação para predizer falha /

sucesso. Estes testes de função respiratória podem ser utilizados como

coadjuvantes na decisão de extubar um recém-nascido (Khan N et al, 1996 e

Baumeister BL, 1997).

Wilson et al calcularam a relação de volume expiratório (VE) no CPAP

endotraqueal e na ventilação mecânica intermitente e concluíram que uma relação

maior do que 50% tem um valor preditivo positivo de 86% de sucesso na

extubação (Kamlin COF et al, 2006; Gillespie LM et al, 2003). Infelizmente são

poucas as unidades de tratamento intensivo neonatal que dispõem de

respiradores modernos que medem continuamente o volume minuto expiratório

inclusive durante o uso do CPAP endotraqueal, sendo a decisão de extubação na

maioria das vezes baseada em parâmetros clínicos e gasométricos.

20

Smith J et al (1999) desenvolveram um critério adicional para predizer

sucesso na extubação de RNs de extremo baixo peso ao nascer. Os RNs que

foram considerados com condições para extubação traqueal de acordo com

critérios clínicos, ventilatórios e gasométricos foram submetidos a testes de função

pulmonar. O sucesso foi associado à complacência elevada e as principais causas

de falha foram atelectasia e a presença de canal arterial.

Dimitriou G et al (1996) estudaram 20 RNs prematuros com idade

gestacional média de 29 semanas (26 a 36 semanas) com a hipótese de que os

RNs que tinham volume pulmonar baixo apresentavam falha na extubação. Foi

analisada e quantificada a capacidade residual funcional (FRC), e os RNs que

apresentaram falha na extubação apresentavam FRC menor (sensibilidade de

71% e especificidade de 77%).

Szymankiewick M et al (2005) estudaram 51 RNs prematuros (peso

nascimento 1158,6 ± 150,6g e idade gestacional 29,1 ± 2,0 semanas), e em seus

resultados o sucesso na extubação foi associado à baixa resistência de vias

aéreas e esforço para respirar, elevada complacência, elevado volume corrente e

volume minuto antes da extubação.

Quando buscamos na literatura estudos nos quais não foram utilizados

estes testes de função pulmonar e sim parâmetros clínicos para identificar as

características dos RNs mais suscetíveis à falha ou sucesso na extubação,

verificamos que o número de publicações é pequeno.

Em nossa revisão encontramos um estudo que foi realizado por Kamlin

COF et al (2006), que utilizaram testes de função pulmonar e parâmetros clínicos.

Foram estudados 50 RNs prematuros com peso de nascimento inferior a 1250g e

21

analisados volume corrente, ventilação minuto, freqüência cardíaca e saturação de

oxigênio durante CPAP traqueal. Três testes foram realizados: a) Volume minuto

expirado durante CPAP traqueal, b) Razão volume minuto durante CPAP traqueal

e ventilação mecânica e c) Presença de movimentos respiratórios eficazes

(avaliada através da ausência de hipóxia ou bradicardia durante CPAP traqueal).

Falha na extubação foi definida como retorno a ventilação mecânica nas primeiras

72 horas após extubação. Destes testes, a presença de “drive“ respiratório eficaz

foi o mais preciso com 97% de sensibilidade e 73% especificidade.

A literatura é controversa em relação aos critérios clínicos associados ao

sucesso / falha na extubação. Estudo realizado por Booth C et al (2006) com o

objetivo de determinar a chance de re-intubação em RNs com menos de 27

semanas de idade gestacional em uso de CPAP nasal pós extubação evidenciou

que nenhum RN com peso inferior a 660g teve sucesso na extubação traqueal .

No entanto, 25% dos RNs com 23 - 24 semanas de idade gestacional tiveram

sucesso e não retornaram à ventilação mecânica sugerindo maturidade do centro

respiratório pode ser mais importante do que a musculatura diafragmática e

intercostal na manutenção de respiração. Segundo este autor RNs prematuros

extremos podem ser extubados logo após o nascimento com uma razoável

possibilidade de não necessitarem de re-intubação imediata. Dimitriou G et al

(2002) demonstraram que em RNs prematuros extremos a baixa idade gestacional

é melhor preditor de falha na extubação do que a força da musculatura respiratória

ou o trabalho respiratório.

22

Justificativa

O uso prolongado da ventilação mecânica em RNs prematuros está

associado à efeitos indesejáveis como lesão pulmonar e conseqüente

Broncodisplasia Pulmonar.

Os bebês acometidos por esta doença necessitam de oxigênio e

assistência respiratória por período mais prolongado além de medicações e

cuidados intensivos. Após a alta hospitalar apresentam alto índice de re-

internação, principalmente no primeiro ano de vida, maior suscetibilidade à

infecção respiratória de repetição, asma e persistência da disfunção pulmonar com

testes de função respiratória anormais. Essas seqüelas respiratórias geralmente

são acompanhadas por neuro-desenvolvimento anormal, alterações cognitivas e

acadêmicas que são geralmente observadas no final da infância (Tapia JL et al,

2006).

O CPAP nasal é uma modalidade de assistência respiratória que pode

contribuir para a redução do tempo de ventilação mecânica na medida em que

reduz a incidência de falha na extubação (Hammer J, 2001; De Paoli AG et al,

2003) contribuindo assim para a redução da incidência da Broncodisplasia

Pulmonar. No entanto alguns RNs prematuros apresentam falha na extubação

mesmo em uso do CPAP nasal, ou seja, não conseguem manter respiração eficaz

mesmo com esse suporte e necessitam retornar à ventilação mecânica. Kamlin

COF et al (2006) demonstraram que 40 % dos RNs com peso inferior a 1000g

apresentam falha na extubação e necessitam de re-intubação.

23

Porque alguns bebês conseguem e outros não? Que fatores podem estar

associados ao sucesso ou à falha na extubação mesmo com o uso da pressão

positiva contínua em vias aéreas em bebês prematuros? Podemos predizer quais

são os recém-nascidos com maior chance de sucesso/falha? As respostas a

essas perguntas podem melhorar o manejo dessa modalidade de assistência

respiratória nesses pacientes.

Na literatura existem diversos trabalhos sobre falha na extubação.

Entretanto, a maioria utiliza testes de função respiratória para predizer a

possibilidade de falha / sucesso na extubação. O número de estudos que utilizam

parâmetros clínicos para predizer falha é pequeno e avaliam falha no uso da

pressão positiva pré intubação.

Estudos que contribuam para a identificação das variáveis associadas a

falha ou ao sucesso na extubação em recém-nascidos prematuros em uso do

CPAP nasal, principalmente aqueles com peso de nascimento inferior a 1500g,

(população que mais apresenta falha), podem contribuir para a decisão de quem e

quando extubar.

O objetivo do presente estudo é identificar as variáveis associadas à falha

na extubação em recém-nascidos prematuros em uso do CPAP nasal e assim

contribuir para a otimização da habilidade dos neonatologistas em predizer

sucesso na extubação através de parâmetros clínicos.

24

Objetivo geral

Identificar variáveis associadas à falha na extubação em recém-nascidos

prematuros com peso de nascimento menor ou igual a 1500g em uso da pressão

positiva continua em via aérea (CPAP nasal).

Objetivos específicos

1) Determinar a incidência de sucesso / falha após extubação traqueal em

recém-nascidos com peso de nascimento menor ou igual a 1500g em uso da

pressão positiva contínua em via aérea (CPAP nasal).

2)Identificar as variáveis associadas à falha após extubação neste

pacientes.

3)Identificar parâmetros clínicos que possam predizer sucesso / falha na

extubação.

25

Variáveis associadas ao insucesso na extubação em recém-nascidos prematuro de muito de baixo peso ao nascer

26

Resumo

Objetivo: Identificar variáveis associadas ao insucesso na extubação traqueal em

recém-nascidos prematuros de baixo peso ano nascer.

Métodos: Analisamos os prontuários dos RNs com peso de nascimento menor ou

igual a 1500g admitidos na UTI neonatal no período de Janeiro 2002 a Dezembro

2006 e que utilizaram CPAP nasal durante as primeiras 72 horas após a

extubação traqueal com o objetivo de identificar as variáveis clínicas e ventilatórias

associadas à falha na extubação.

Utilizamos o SNAPPE II (Score for Neonatal Acute Physiology, Perinatal

Extension, Version II) para determinação da gravidade clínica destes RNs. Teste T

de student, teste qui-quadrado, teste Mann-Whitney / Wilconxon (Kruskal Wallis) e

análise regressão logística multivariada foram utilizados para analise descritiva.

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Instituto

Fernandes Figueira e obteve o consentimento da unidade pesquisada.

Resultados: Estudamos 176 RNs. A média de peso de nascimento foi 996 ±

274g, da idade gestacional foi 29 ± 1,9 sem e do escore de gravidade foi 26 ±1.

Dos 176 RNs incluídos no estudo 130 (74%) tiveram sucesso na extubação

e 46 (26%) apresentaram insucesso. RNs que tiveram sucesso tinham peso de

nascimento significativamente maior (1045 ± 272g vs 856 ± 232g p <0,001), maior

idade gestacional (29 ±1,9 sem vs 28 ± 1,9 sem p < 0,001) e menor escore de

gravidade (24 ± 16 vs 32 ± 18 p < 0,001).

27

Menor tempo de ventilação mecânica (mediana 59 horas vs 96 horas),

menor freqüência ventilatória no respirador (21 ± 7 vs 25 ± 9) e menor PaCO2 no

momento da extubação (39 ± 12 mmHg vs 43 ± 12 mmHg) foram

significativamente associados ao sucesso na extubação.

As variáveis mais freqüentemente associadas ao insucesso foram aumento

da necessidade de oxigênio, aumento do esforço respiratório e acidose

respiratória.

Na análise de regressão a piora do esforço respiratório foi a variável mais

associada ao insucesso na extubação, seguido pelo aumento da necessidade de

oxigênio e pelo aumento do escore de gravidade.

RNs com peso inferior a 1000g tinham 3,11 vezes mais chance de ter

insucesso na extubação do que aqueles com peso superior a 1000g (OR 3,11 IC

1,52- 6,39). Estes bebês com peso inferior a 1000g apresentavam tendência de

maior risco para aumento da necessidade de O2 (OR 2,04 IC 0,97 - 4,27),

atelectasia (OR 3,72 IC 0,98 -14) e piora do esforço respiratório (OR 2,00 IC 0,83

- 4,81). Recém-nascidos ventilados por maior tempo foram mais suscetíveis ao

insucesso na extubação

Conclusão: Maior peso de nascimento e idade gestacional, menor escore de

gravidade, menor tempo de ventilação mecânica e menor PaCo2 no momento da

extubação foram as variáveis associadas ao sucesso na extubação.

Após a analise de regressão a variável que mais se associou ao insucesso

na extubação foi a piora do esforço respiratório.

28

Abstract

Objective: To identify variables associated with failure of extubation in premature

infants with bitrth weigth less than 1500g.

Methods: Descriptive study from January 2002 to December 2006. We assess

the evolution of all newborn infants that used nasal CPAP after extubation during

the first 72 hours in order to identify clinic and ventilatory variables associated with

failure of extubation ( return to mechanical ventilation) or successful extubation.

The clinical severity (risk score) of the infants was determine using the

SNAPPE II (Acute Physiology Score for Neonatal, Perinatal Extension, Version II)

calculated in the first 24 hours of life.

Student`s test, chi-square test , Mann-Whitney / Wilconxon (Kruskal Wallis)

test and multivariate logistic regression were used for the descriptive analysis.

This study was approved by the ethical committee of Fernandes Figueira

Institute and received the formal consent of the head of the neonatal intensive care

unit .

Results : We studied 176 preterm infants.The mean birth weight was 996 ± 274g;

mean gestacional age was 29 ± 1,9 weeks and the mean risk score was 26 ± 17.

Extubation was successful in 130 (74%) patients and 46 (26%) required

reintubation.

29

Newborn babies who have had success in tracheal extubation had birth

weight significantly higher (1045 ± 272g vs 856 ± 232g p < 0,001) greater

gestacional age (29 ± 1,9 weeks vs 28 ± 1,9 weeks p <0,001) e lower risk score

(24 ± 16 vs 28 ± 18 p < 0,001) than those who failed extubation

Less time on mechanical ventilation (median 59 hours vs 96 hours), lower

ventilatory frequency in the ventilator (21 ± 7 vs 25 ± 9) and lower PaCo2 at the

time of tracheal extubation were significantly associated with the suceessful in

extubation.

Increase in respiratory effort, respiratory acidosis and increase oxygen need

were the main causes of extubation failure.

In a regression analysis to worsening respiratory effort was the variable that

most influenced the failed extubation, followed by increased need for oxygen and

increase in risk score.

Newborns weighting less than 1000g were 3,11 times more likely to have

failed extubation than weigthing more than 1000g (OR 3,11 CI 1,52 - 6,39). These

babies weighting less than 100og present trend of higher risk for increase need for

oxygen (OR 2,04 CI 0,97 - 25,47), atelectasis (OR 3,72 CI 0,9 - 14) and

worsening of effort respiratory (OR 2,00 CI 0,83 - 4,81).

Conclusion : Higher birth weight and gestational age, lower risk score, less

time on mechanical ventilation and lower PaCo2 at the time of extubation were the

variables associated with success in extubation. The main causes of failure

extubation were increased need for oxygen, worsening of respiratory effort and

respiratory acidosis.

30

Introdução

A ventilação mecânica é uma modalidade de assistência respiratória

utilizada no período neonatal fundamental para a sobrevivência de recém-

nascidos de alto risco que apresentam insuficiência respiratória. Todavia seu uso

prolongado é associado à inúmeros efeitos adversos, entre eles a Broncodisplasia

Pulmonar (BDP) 1.

A BDP é uma seqüela comum no RN prematuro e ocorre em

aproximadamente 20% daqueles que fizeram uso da ventilação mecânica 2.

Embora eventos pré-natais, intra-parto e pós-natais possam contribuir para a

ocorrência desta doença, o uso da ventilação mecânica por período de tempo

prolongado parece ser o fator mais importante 3.

Com o objetivo de minimizar as lesões alveolares decorrentes do uso da

ventilação mecânica prolongada em RNs prematuros, tem sido preconizado a

extubação precoce e o uso do CPAP nasal (pressão positiva contínua nas vias

aéreas) por ser uma modalidade de assistência ventilatória menos invasiva e com

menor risco de lesão pulmonar 4,5.

Entre os benefícios do CPAP nasal estão a prevenção da falência

respiratória pós extubação traqueal e a sua utilização no tratamento da apnéia

obstrutiva em RNs prematuros 6,7,8.

O CPAP nasal é muito utilizado após a extubação traqueal desses bebês

na tentativa de prevenir colapso alveolar e falência respiratória 9,10. No entanto,

31

mesmo em uso de CPAP nasal, alguns RNs apresentam falha na extubação e

necessitam retornar à ventilação mecânica 11.

O conhecimento dos fatores que contribuem para o sucesso ou insucesso

na extubação em recém-nascidos em uso do CPAP nasal como modalidade de

assistência ventilatória após a extubação traqueal poderá contribuir para

identificação daqueles com maior probabilidade de insucesso reduzindo assim a

morbidade decorrente da re-intubação e retorno à ventilação mecânica 12.

O presente trabalho tem por objetivo identificar variáveis associadas ao

insucesso na extubação em RNs prematuros de baixo peso em uso da pressão

positiva contínua em via aérea (CPAP nasal).

Métodos

Foi realizado um estudo retrospectivo através da análise de prontuários

com abordagem descritiva. Foram incluídos no estudo RNs com peso de

nascimento menor ou igual a 1500g, nascidos na Clínica Perinatal Laranjeiras e

admitidos na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal durante o período de

Janeiro de 2002 a Dezembro de 2006, e que fizeram uso do CPAP nasal após a

extubação traqueal.

Avaliamos a evolução desses RNs durantes as primeiras 72 horas após a

extubação e identificamos as variáveis relacionadas aos desfechos: sucesso

(permanência no CPAP nasal ou evolução para HOOD) ou insucesso (retorno à

32

ventilação mecânica). A decisão de extubação foi baseada nos parâmetros para

extubação adotados pelo “staff” da Clínica Perinatal.

Foram excluídos RNs com mal formações congênitas e patologias

cirúrgicas e aqueles que tiveram intubação traqueal eletiva para realização de

cirurgia.

A avaliação da gravidade clínica dos RNs foi feita através da aplicação do

Score for Neonatal Acute Physiology, Perinatal Extension, Version II (SNAPPE II) ,

calculado nas primeiras 24 horas de vida13.

Não foi calculado o tamanho da amostra por ter sido estudado toda

população de RNs admitidos no período do estudo. Os dados coletados foram

armazenados e analisados no sistema de banco de dados Epi-info – 6 version

3.3.2. O nível de significância adotado foi de 5% e os testes realizados foram teste

t de student para comparação das variáveis contínuas, qui-quadrado para

comparação das variáveis categóricas e o teste Mann-Whitney / Wilconxon

(Kruskal Wallis) para as variáveis com distribuição não homogênea.

Com o objetivo de analisar o conjunto de variáveis associadas ao insucesso

na extubação foi realizada uma análise de regressão logística incluindo todas as

variáveis que apresentaram significância estatística na análise bivariada.

Este estudo obteve o consentimento formal da chefia da unidade

pesquisada e foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Instituto Fernandes

Figueira.

33

Resultados

No período de Janeiro de 2002 a Dezembro de 2006 foram admitidos na

Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal 443 RNs com peso menor ou igual a

1500g. Destes foram considerados elegíveis para o estudo 199 RNs e 244 RNs

foram considerados não elegíveis (os motivos de não elegibilidade estão descritos

na tabela 1). Dos pacientes inicialmente elegíveis, foram excluídos 23 RNs (3 por

terem sido intubados e ventilados eletivamente para realização de cirurgia e 20

RNs por problemas na coleta de dados dos prontuários). A população final de

estudo foi constituída por 176 RNs.

Tabela 1 – Motivos de não elegibilidade

Motivo Número de RNs

Não fizeram uso de oxigênio 41

RNs evoluíram para óbito durante VM 42

Não fizeram uso de CPAP nasal durante internação 53

Não foram intubados 72

RNs com mal formações congênitas 08

Não fizeram uso de CPAP nasal após extubação 08

RNs transferidos de outras unidades 20

Total 244

VM – ventilação mecânica RN – recém-nascido

34

Na população estudada a média de peso de nascimento foi de 996 ± 274 g

(510g -1490g), a idade gestacional média (avaliada pelo Ballard) foi de 29 ± 1,9

sem (23 - 33 semanas) e o escore de risco médio (calculado pelo SNAPPE II) foi

de 26 ± 17 (00 - 85; mediana 24). A mediana do tempo de ventilação mecânica foi

de 64 horas (2 -1439 horas).

Dos 176 RNs incluídos no estudo 130 (74%) tiveram sucesso na extubação

traqueal e 46 (26%) apresentaram insucesso. RNs que tiveram sucesso na

extubação traqueal tinham peso de nascimento significativamente maior (1045 ±

272g vs 856 ± 232g p < 0,001), maior idade gestacional (29 ± 1,9 sem vs 28 sem

± 1,9 sem p < 0,001 ) e menor escore de risco (mediana 21 vs 32 p < 0,001).

RNs do sexo feminino tiveram maior sucesso na extubação do que aqueles do

sexo masculino (49,6% vs 30,4% p < 0,05). O uso de corticosteróide antenatal não

influenciou o sucesso / insucesso na extubação (78,8% vs 71,7% p = 0,46).

As características demográficas destes RNs de acordo com os grupos

sucesso e insucesso na extubação estão descritas na tabela 2.

Tabela 2 - Características demográficas dos RNs estudados

Variável Sucesso n= 130 Insucesso n= 46 Peso nascimento (g) 1045 ± 272 (510 - 1490)

855 ± 231 (540 - 1425) **

Idade gestacional (semanas)

29 ± 1,9 (24 - 33)

28 ± 1,9 (23 - 32)**

SNAPPE # 21(00 - 85)

32 (5 - 71)**

PIG 19 (14,7%) 14 (30,4%) ** Uso de corticóide antenatal

102 (78,5%) 33 (71,7%)

Sexo feminino 64 (49,6%) 14 (30,4%) * MEDIA + - DP, # - mediana (variação) * P<0,05 ** P < 0,001

35

PIG - Pequeno para idade gestacional Dos 176 RNs estudados, 87 RNs (49,4%) tinham peso de nascimento

inferior a 1000g e 89 RNs (50,6%) tinham peso maior do que 1000g.

Em relação aos grupos sucesso e insucesso identificamos que o

percentual de RNs com peso nascimento inferior a 1000g foi maior no grupo que

apresentou falha (42,3% vs 69,6% p = 0,003). Observamos também neste grupo

que os RNs com peso inferior a 1000g tinham 3,11 vezes mais chance de ter

insucesso na extubação do que aqueles com peso superior a 1000g (OR 3,11 - IC

1,52- 6,39).

As variáveis relacionadas à evolução clínica destes RNs foram analisadas

antes e após a extubação traqueal. As variáveis pré - extubação analisadas foram

tempo de ventilação mecânica, FiO2, freqüência respiratória, pico de pressão

inspiratório, PaCo2, Ph, hemorragia intracraniana, persistência canal arterial, uso

de xantina e idade gestacional; e as variáveis pós-extubação foram aumento da

necessidade oxigênio, acidose respiratória, piora esforço respiratória, atelectasia e

apnéia. Ao analisarmos as variáveis pré - extubação observamos que o menor

tempo de ventilação mecânica (mediana 59 horas vs 96 horas), menor PaCo2 (39

mmHg ± 12 vs 43 mmHg ± 12) e menor freqüência respiratória na ventilação

mecânica (21 ±7 vs 25 ± 9) no momento da extubação foram significativamente

associados ao sucesso na extubação (tabela 3).

Patologias freqüentemente observadas no período neonatal como

persistência do canal arterial (63,8% vs 67,4% p > 0,05) e hemorragia

intracraniana (3,1% vs 10,9% p > 0,05) não influenciaram no desfecho sucesso /

36

insucesso (tabela 3). Não houve diferença estatística no uso de xantina entre os

grupos (77,3% vs 88,9% p = 0,14).

Não foi observada diferença estatisticamente significativa na idade

gestacional no momento da extubação entre os grupos sucesso e insucesso

(média 29 vs 29,5 sem p = 0,21).

Na análise das variáveis pós extubação (tabela 3), os motivos mais

associados ao insucesso foram acidose respiratória (4,6% vs 23,9% p < 0,001),

aumento da necessidade de oxigênio (8,5% vs 58,7% p <0,001) e piora no esforço

respiratório (3,1% vs 47,9 % p < 0,001).

Tabela 3 –Variáveis relacionadas ao sucesso ou insucesso analisadas

antes e após a extubação traqueal

Variável Sucesso n=130 Insucesso n=46 PRÉ EXTUBAÇÂO Tempo de VM (horas) *** 58 horas (2 - 1439h) 96 horas (2 - 894h) *

FiO2 (%) 0,27 ± 0,07 (0,21 - 0,6) 0,31 ± 0,11 ( 0,21 - 0,75) #

FR ( ipm ) 21 ± 7 (10 - 40) 25 ± 7 (15 - 56) *

PIP (cmH2) *** 14 ± 2,6 (9 - 36) 13 ± 1,7 (10 -17)#

PaCO2 (mmHg) 39 ± 12 (12 - 68) 43 ± 11 (25 - 64)*

Ph 7,4 ± 0,9 (7,15 - 7,73) 7,4 ± 0,8 (7,2 - 7,6)

1as 72 HORAS PÓS EXTUBAÇÃO

Aumento necessidade de O2 11 (8,5%) 28 (58,7%) **

Acidose respiratória 6(4,6%) 11(23,9%) **

Piora esforço respiratório 4 (3,1%) 23 (47,9%) **

Atelectasia 7 (5,4%) 6(13%)

Apnéia 33(25,4%) 11(22,9%) Media +- DP (variação) ** p<0,001 * p < 0,05 *** - mediana # Teste Kruskal-Wallis

37

FiO2 - Fração inspirada de oxigênio PaCo2 - Tensão de gás carbônico arterial FR - Frequência de ciclagem no respirador Ipm - incursões por minuto VM - Ventilação mecânica O2 – oxigênio PIP - Pico de pressão inspiratória

O risco no grupo de RNs com peso inferior a 1000g para aumento de

necessidade de oxigênio, acidose respiratória, piora do esforço respiratório,

atelectasia e apnéia não foi estatisticamente significativo, embora houvesse uma

tendência de maior risco para aumento da necessidade de O2 (OR 2,04 IC 0,97 -

4,27), atelectasia (OR 3,72 IC 0,98 -14) e piora do esforço respiratório (OR 2,00

IC 0,83 - 4,81).

Tabela 4 - Analise das variáveis pós extubação por faixa de peso.

Variável < ou = 999g n = 87

>1000g n = 89

Odds ratio / IC 95%

Aumento da necessidade O2 24 14 2,04 ( 0,97 - 4,27) Acidose respiratória 06 04 0,42 (0,43 - 5,78) Piora do esforço respiratório 16 9 2,00 ( 0,83 - 4,81) Atelectasia 10 3 3,72 (0,98 - 14 ) Apneia 21 22 0,96 (0,49 - 1,92)

Em relação ao tempo de ventilação mecânica observamos que 38 RNs

(21,6%) dos 176 RNs estudados foram ventilados por mais de uma semana e que

138 RNS (78,3%) foram ventilados por menos de uma semana e que os bebês

que foram ventilados por mais de uma semana apresentavam 3,53 vezes mais

chance de ter insucesso na extubação do que aqueles que foram ventilados por

menos de uma semana ( 47,4% vs 20,3% OR 3,53 IC 1,65 - 7,56).

38

Todas as variáveis que apresentaram significância estatística na análise

bivariada foram incluídas na análise de regressão logística. Foram selecionadas

pelo método de stepwise as seguintes variáveis ajustadas pela idade gestacional:

SNAPPE II, registro de aumento da necessidade de oxigênio e presença /piora do

esforço respiratório. Os resultados estão apresentados na tabela 5.

Tabela 5- Análise das variáveis associadas aos desfechos sucesso / falha

de acordo com o modelo de regressão logística.

VARIÁVEL ODDS RATIO IC 95% SIGNIFICANCIA

SNAPPE II 1,04 1,01 - 1,06 0,004

Aumento necessidade de O2 6,14 2,24 - 16,84 0,000

Piora esforço respiratório 12,49 3,41 - 45,75 0,000

A variável que mais influenciou a presença de insucesso na extubação foi a

piora do esforço respiratório O relato deste evento aumentou em 12 vezes a

chance de retorno à ventilação mecânica. O relato de aumento da necessidade de

oxigênio e o aumento de um ponto no score de risco SNAPPE II aumentaram

respectivamente em 6 vezes e uma vez a chance de insucesso na extubação.

Discussão

39

Ao longo dos últimos anos, houve uma redução da mortalidade de RNs

prematuros, principalmente daqueles de muito baixo peso ao nascer em

decorrência, entre outros fatores, da incorporação de novas tecnologias e do

maior conhecimento sobre a fisiologia destes pacientes14,15. A ventilação

mecânica é uma das tecnologias utilizadas e seu uso prolongado é associado a

aumento de morbidades como infecções, lesão de cordas vocais, lesão pulmonar

e Broncodisplasia pulmonar (BDP). Esta patologia é comum no RN prematuro

estando presente em aproximadamente 35% nos de muito baixo peso ao nascer e

em 54% dos Rns de extremo baixo peso 2,16.

Com o objetivo de reduzir a incidência de BDP tem sido incentivada a

redução da duração da ventilação mecânica através da extubação precoce e do

uso do CPAP nasal, diminuindo assim a gravidade da lesão pulmonar4,5.

O CPAP nasal é freqüentemente utilizado após a extubação traqueal para

facilitar a transição da ventilação mecânica para a respiração auto-suficiente. No

entanto, mesmo com o uso desta tecnologia, a falha na extubação é um problema

freqüente ocorrendo em cerca de 40 % dos RNs com peso inferior a 1000g 17,18.

Os resultados do nosso estudo demonstraram maior chance de insucesso

na extubação nesta população. Os RNs com peso inferior a 1000g apresentavam

3,11 vezes mais chance de retornar à ventilação mecânica (OR 3,11 IC 1,52 -

6,39). O percentual de RNs com peso de nascimento inferior a 1000g foi maior no

grupo que retornou è ventilação mecânica (42,3% vs 69,8% p = 0,003). No entanto

o risco para as variáveis aumento de necessidade de oxigênio, acidose

respiratória, piora do esforço respiratório, atelectasia e apnéia destes RNs não foi

estatisticamente significativo, embora houvesse uma tendência de maior risco

40

para aumento da necessidade de O2 ,atelectasia e piora do esforço respiratório.

Se nossa amostra fosse maior talvez tivéssemos observado diferença estatística

significativa para estas variáveis.

A re-intubação oro traqueal é um procedimento que pode prolongar a

duração da ventilação mecânica e dos cuidados intensivos 12. Esse aumento na

morbidade associado à re-intubação torna fundamental a busca por elementos

que possam ser utilizados pela equipe assistente para identificar o melhor

momento para realização da extubação destes RNs bem como para identificar

aqueles mais suscetíveis ao sucesso / insucesso.

Em nossa população de estudo o percentual de insucesso na extubação em

bebês com menos de 1500g foi menor que o descrito na literatura (26% vs 35%).

Entre as características dos RNs que retornaram à ventilação mecânica

identificamos menor peso de nascimento, menor idade gestacional e maior score

de risco SNAPPE II (maior gravidade clínica nas primeiras 24 horas de vida).

A literatura é controversa em relação aos preditores de sucesso / insucesso

na extubação. Booth C et al em 2006 realizaram um estudo com o objetivo de

determinar a chance de re-intubação em RNs com menos de 27 semanas de

idade gestacional em uso de CPAP nasal pós extubação. Neste estudo foi

observado que nenhum RN com peso inferior a 660g teve sucesso na extubação

traqueal entretanto 25% dos RNs com 23 - 24 semanas de idade gestacional

tiveram sucesso e não retornaram à ventilação mecânica sugerindo que a

maturidade do centro respiratório pode ser mais importante do que a musculatura

diafragmática e intercostal para o sucesso na extubação. Segundo este estudo

41

RNs com menor idade gestacional e peso de nascimento são mais suscetíveis ao

insucesso 19.

Dimitriou G et al (2002) também demonstraram que a maturidade do centro

respiratório é mais importante do que a musculatura respiratória para o sucesso

na extubação 20.

Os resultados do nosso estudo corroboram essa observação uma vez que

os RNs que tiveram insucesso na extubação apresentavam peso de nascimento e

idade gestacional significativamente menores do que aqueles que tiveram

sucesso. No entanto não conseguimos neste estudo determinar o peso de

nascimento ideal e a idade gestacional ideal para que fosse observado o maior

índice de sucesso na extubação. Para que isso seja determinado é necessário que

novas análises estatísticas sejam realizadas e que o tamanho da amostra seja

maior.

Em relação à idade gestacional no momento da extubação e ao uso de

xantina não observamos diferença estatisticamente significativa entre os grupos

sucesso e insucesso (média 29 vs 29,5 sem p = 0,21 e 77,3% vs 88,9% p = 0,14

respectivamente) provavelmente pela uniformidade dos critérios para extubação

adotados pelo “staff” da Clínica Perinatal.

Outros fatores, em nosso estudo, associados ao insucesso na extubação

traqueal foram desnutrição intra-útero e maior tempo de ventilação mecânica,

freqüência respiratória e PaCo2 no momento da extubação. É possível que a

reduzida massa muscular apresentada por estes pacientes contribua para fadiga

muscular e conseqüente colapso alveolar conforme relato da literatura.

42

Recém-nascidos ventilados por maior tempo foram mais suscetíveis ao

insucesso na extubação. Observamos nos RNs ventilados por mais de uma

semana uma chance maior de insucesso na extubação ( 47,4% vs 20,3 OR 3,53

IC 1,65 – 7,56), provavelmente porque estes RNs apresentam maior risco de

desenvolver lesão pulmonar e conseqüente Broncodisplasia Pulmonar

corroborando a importância e necessidade de redução da duração deste suporte

respiratório 1,2,21.

Smith J et al (1999) e Stefanescu MB et al (2003) demonstraram

respectivamente como principais causas para falha na extubação traqueal a

presença de atelectasia e apnéia / bradicardia 18,22,. Assim em relação as variáveis

relacionadas ao insucesso na extubação traqueal esperávamos que apnéia e

atelectasia fossem os motivos mais freqüentemente encontrados em razão da

maior propensão ao colapso alveolar apresentada por estes pacientes.

Em nosso estudo, após a analise regressão logística, identificamos como

principais motivos para a re-intubação traqueal a piora do esforço respiratório (OR

12,49 IC 3,41 - 47,75), o aumento da necessidade de oxigênio (OR 6,14 IC 2,42 -

16,84) e do escore de risco do RN (OR 1,04 IC 1,01 -1,06 ).

É importante ressaltar que a presença de atelectasia pode levar a aumento

da necessidade de oxigênio, acidose respiratória e piora do esforço respiratório.

Entretanto a incidência de atelectasia não foi significantemente diferente entre os

dois grupos analisados (tabela 3). Em nosso estudo também não observamos

relação estatisticamente significativa entre apnéia e insucesso na extubação.

43

Estudo realizado por Smith J et al (1999) observou que o sucesso foi

associado à complacência elevada e as principais causas de falha foram

atelectasia e a presença de canal arterial.

O diagnóstico de canal arterial patente não teve influência no desfecho

provavelmente porque a maioria dos RNs foi submetida ao tratamento clínico e/ou

cirúrgico antes da tentativa de extubação. Não foi observada relação entre a

presença de hemorragia intracraniana e insucesso na extubação . Não

observamos diferença no uso de corticóide antenatal nem no uso aminofilina pós

extubação entre os grupos sucesso e insucesso na extubação. (78,8% vs 71,7%

p = 0,46 e 77,3% vs 88,9% p = 0,14 respectivamente).

Na literatura existe um grande número de estudos sobre insucesso na

extubação que utilizaram testes de função respiratória para identificação de

fatores associados a este desfecho. Smith J et al (1999), estudando RNs de

extremo baixo peso, associaram o sucesso na extubação à complacência

pulmonar elevada 21,23,24.

Szymankiewick M et al (2005) estudaram 51 RNs prematuros e concluíram

que o sucesso na extubação estava associado à baixa resistência de vias aéreas,

elevada complacência, elevado volume corrente e volume minuto antes da

extubação23.

Testes de função respiratória podem ser utilizados como coadjuvantes na

decisão de extubar um recém-nascido25,26. Entretanto, para a realização destes

testes é necessário o uso de equipamentos especiais e tecnologias de alto custo

as quais não estão disponíveis na maioria das UTI neonatais.

44

Na literatura o número de publicações de estudos nos quais não foram

utilizados estes testes de função pulmonar e sim parâmetros clínicos para

identificar as características dos RNs mais suscetíveis ao sucesso ou insucesso

na extubação é pequeno.

Entre os estudos que avaliaram parâmetros clínicos podemos citar o

realizado por Kamlin COF et al (2006) que utilizaram testes de função pulmonar e

parâmetros clínicos. Foram estudados 50 RNs prematuros com peso de

nascimento inferior a 1250g e analisados volume corrente, ventilação minuto,

freqüência cardíaca e saturação de oxigênio durante CPAP traqueal. Destes

testes, a presença de “drive“ respiratório eficaz foi o parâmetro que apresentou

maior sensibilidade (97%) e especificidade(73%)17.

A realização de estudos que utilizam parâmetros clínicos poderá otimizar o

uso de critérios clínicos, observados pela equipe assistente no cuidado diário

colaborando assim para a identificação de quais RNs prematuros terão mais

chance de sucesso na extubação traqueal.

Considerações finais

A maioria dos Rns de muito baixo peso ao nascer necessita da ventilação

mecânica como modalidade de assistência respiratória. No entanto, o uso

prolongado desde suporte respiratório está associado à lesão pulmonar e

45

Broncodisplasia Pulmonar (BDP) o que torna esta população de alto risco para o

desenvolvimento desta doença.

Entre as estratégias para redução da BDP está o uso do CAP nasal que ao

longo dos anos tem se mostrado efetivo na redução do tempo de ventilação

mecânica sendo utilizado tanto como estratégia para a não intubação traqueal

como após a extubação traqueal reduzindo a incidência de insucesso na

extubação. No entanto alguns RNs apresentam insucesso na extubação mesmo

com o uso do CPAP nasal.

Determinar o melhor momento para extubação ainda é um desafio apesar

dos avanços tecnológicos e terapêuticos e do maior conhecimento sobre a

fisiologia deste RNs. Assim, a busca por estratégias para identificar preditores no

sucesso da extubação é crescente e atual.

A literatura é extensa em estudos que utilizam recursos tecnológicos como

respiradores complexos e equipamentos para realização de testes de função

respiratória para predizer sucesso / insucesso na extubação. Entretanto é

importante lembrar que estes recursos não estão disponíveis na maioria das

unidades de terapia neonatal.

O presente trabalho teve por objetivo identificar características clínicas e

laboratoriais de fácil acesso à equipe assistente que permitam identificar os RNs

mais suscetíveis ao insucesso na extubação bem como identificar o melhor

momento para realizar a extubação traqueal, contribuindo assim para a

assistência desses pacientes.

Em nosso estudo, peso de nascimento maior, idade gestacional maior,

menor escore de risco, menor tempo de ventilação mecânica, menor PaCo2 no

46

momento da extubação foram as variáveis que contribuíram para o sucesso na

extubação. A piora do esforço respiratório foi a variável que mais contribuiu para o

retorno para o retorno à ventilação mecânica (OR 12,49 IC 3,41 - 47,75) seguidos

do aumento da necessidade de oxigênio (OR 6,144 IC 2,42 - 16,84) e maior

severidade clínica inicial do recém nascido (OR 1,04 IC 1,01 - 1,06).

Durante a análise dos dados coletados e identificação das variáveis

relacionadas ao insucesso na extubação surgiu a idéia de construção de um

escore de risco que pudesse ser facilmente aplicado a beira do leito e que

permitisse ao clínico identificar os recém-nascidos com maior chance de sucesso /

insucesso na extubação. Todavia para que este escore seja construído é

necessário que novas análises estatísticas específicas sejam realizadas.

47

Referencias Bibliográficas

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weaning from mechanical ventilation in pediatric patients. Pediatr Pulmonol 1997;

24: 344-52.

Considerações finais

A maioria dos RNs de muito baixo peso ao nascer necessita da ventilação

mecânica como modalidade de assistência respiratória. No entanto, o uso

prolongado desde suporte respiratório está associado à lesão pulmonar e BDP o

que torna esta população de alto risco para o desenvolvimento desta doença.

Entre as estratégias para redução da BDP está o uso do CPAP nasal que

ao longo dos anos tem se mostrado efetivo na redução do tempo de ventilação

mecânica sendo utilizado tanto como estratégia para a não intubação traqueal

como após a extubação traqueal reduzindo a incidência de insucesso na

extubaçao. No entanto alguns RNs apresentam insucesso na extubação mesmo

com o uso do CPAP nasal.

53

Determinar o melhor momento para extubação ainda é um desafio apesar

dos avanços tecnológicos e terapêuticos e do maior conhecimento sobre a

fisiologia deste RNs. Assim, a busca por estratégias para identificar preditores no

sucesso da extubação é crescente e atual.

A literatura é extensa em estudos que utilizam recursos tecnológicos como

respiradores complexos e equipamentos para realização de testes de função

respiratória para predizer sucesso / insucesso na extubação. Entretanto é

importante lembrar que estes recursos não estão disponíveis na maioria das

unidades de terapia neonatal.

O presente trabalho teve por objetivo identificar características clínicas e

laboratoriais de fácil acesso à equipe assistente que permitam identificar os RNs

mais suscetíveis ao insucesso na extubação bem como identificar o melhor

momento para realizar a extubação traqueal, contribuindo assim para a

assistência desses pacientes.

Em nosso estudo, peso de nascimento maior, idade gestacional maior,

menor escore de risco, menor tempo de ventilação mecânica, menor PaCO2 no

momento da extubação foram as variáveis que contribuíram para o sucesso na

extubação. A piora do esforço respiratório foi a variável que mais contribuiu para o

retorno para o retorno à ventilação mecânica (OR 12,49 IC 3,41 - 47,75) seguidos

do aumento da necessidade de oxigênio (OR 6,14 IC 2,42 - 16,84) e maior

severidade clínica inicial do recém-nascido (OR 1,04 IC 1,01 - 1,06).

Durante a análise dos dados coletados e identificação das variáveis

relacionadas ao insucesso na extubação surgiu a idéia de construção de um

escore de risco que pudesse ser facilmente aplicado a beira do leito e que

54

permitisse ao clínico identificar os recém-nascidos com maior chance de sucesso /

insucesso na extubação. Todavia para que este escore seja construído é

necessário que novas análises estatísticas específicas sejam realizadas.

Referencias bibliográficas*

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;

67

Apêndice

1- Folha de rosto de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

2- Consentimento da direção da unidade pesquisada

3- Planilha coleta de dados

4-Tabela variáveis analisadas

68

69

Apêndice 3 -Planilha coleta de dados

Pós Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.

Planilha de coleta de dados. Nome:_________________ Reg;_________ Identificação da mãe G____ P____ A_____ Idade _____anos Intercorrências na gestação: ( )Sim ( )Não. ( )hipertensão crônica ( ) DHEG ( )pré eclampsia ( )eclampsia ( )centralização ( )CIUR ( )Diabetes Melllitus ( )incompetência istmo cervical ( )cerclagem ( )amniorrexe prematura ( )oligodramnia ( )adramnia ( )descolamento prematuro de placenta ( )ameaça tr. de parto prematuro

70

( )infecção ( leuco alt. PCR + ) ( )leucorréia ( )profilaxia para estreptococo ( )swab cervical positivo ( )corioamnionite: clínica: febre + 1 ou mais dos seguintes critérios: ( )leucocitose materna > 15000 ( )taquicardia fetal ( )odor fétido ( )fertilização ( )gemelaridade ( )trigemelaridade ( )quadrigemelaridade ( )outras _________________________________________________________ Uso de medicações ( )sim ( )não ( )corticóide no de doses _______ Data ___/___/_____ ( )tocólise ( )anti – hipertensivos ( )antiinflamatório não hormonal ( )antibiótico ________________________indicação: __________ ( )Outras: _____________________________________________________

Identificação do recém nascido Data de nascimento: ___/___/___ Hora: ____:____h Apgar :____/____ Peso: ______g Sexo: ( )masculino ( )feminino Ballard: _______ DUM_______ ( )AIG ( )PIG ( )GIG Tipo de parto: ( ) vaginal ( ) cesáreo indicação __________________________ BR ________ Mais de 24 horas ( )S ( )N ( )sem relato LA meconial ( )S ( )N ( )sem relato Reanimação em sala de parto: SP ( )sim ( )não. ( )O2 inalatório ( ) VPP c/ ambú ( ) VPP c/ TOT ( )medicações ( )MCE Suporte respiratório inicial: ( )Ventilação mecânica ( ) CPAP Surfactante na sala de parto SNAPPE na admissão:___________ ___ + ___ + ___ + ___ +___ + ___ + ___ + ___ + ___ = _____

Dados da internação

Respiratório Ventilação mecânica Peso::________g Hora da admissão :____:____h Data:____/____ Hora VM:____:____h Parâmetros iniciais : PIP ____ PEEP_____ FR_____ FiO2_____ Tinsp _____ MAP____ Surfactante : ( ) sim ( ) não Doses _____ Data da 1a dose ____/___Hora:____:____h FiO2 máxima _____PIP máximo ______ Intercorrências até extubação

( )Obstrução de TOT ( ) Troca de TOT ( )Extubação acidental ( )Pneumotórax

71

( ) Atelectasia ( )Enfisema intersticial ( )Congestão pulmonar ( )Hemorragia pulmonar ( )Pneumonia ( )Infecção ( )Sepse ( )DMH surfactante doses ______ ( )Canal arterial indometacina doses ______ ( )disfunção miocárdica aminas dias ______ ( )Broncodisplasia pulmonar ( )leve ( )moderada ( )grave ( )HAP ( )leve ( )moderada ( ) grave ( )outros __________________________________________________________

Uso de corticóide ( )sim ( )não ( )EV ( )inalatório. Data:____/_____ Inicio ::___/____ Fim : ___/____ Número de ciclos: ____ Tempo de uso: ( )dias Complicações: ( )sangramento digestivo ( )redução ganho ponderal ( )outros Uso de diurético: ( )sim ( )não. Indicação: ( )BDP ( )congestão ( )canal arterial ( )outros________________ Inicio ::____/____ Inicio ::____/____ Fim : ____/____ Fim : ____/____ Evolução na ventilação convencional: ( )CPAP ( )VAF ( )óbito VAF

Data de nascimento :___/___ Data inicio VM:___/___ Hora:___:___h Data VAF :___/___/___ Hora:___:____ h Peso:______h Ig corrigida________ Motivo: ( )acidose respiratória ( )hipoxemia ( )enfisema pulmonar ( )pneumotórax Intercorrências no VAF:______________________________________ __________ Evolução do VAF Data:___/____ Hora;___:____ ( ) VM ( ) CPAP CPAP NASAL (EXTUBAÇÂO) Data:__/__/__ Hora:___:___h Peso:______g Tempo de vida _______ Idade corrigida :______ Tempo de VM antes da extubação:_________Horas VAF _____horas Convencional _____horas Última gasometria em ventilação mecânica : Data:___/___/___ Hora:___:___h Ph_____ PCO2 _____ PO2 _____ BIc _____ BE _______ Sat _____ Parâmetros na extubação : PIP ____ PEEP____FR____FiO2____ Tinsp ____MAP___ ( )extubação eletiva ( )extubação acidental Recebeu xantina ( )sim ( )não ( )CPAP convencional FiO2_____ ( )CPAP ciclando PIP ____ PEEP _____FR _____FiO2 _____T insp ____ MAP____ 1a gaso no CPAP : Ph____pCO2____pO2____Bic____ BE____ Sat:____

72

Mudança no modo CPAP ( )S ( )N ( )ciclando ( ) convencional Data:___/___/__ Hora:___:___h Gaso pré Ph____ pCO2____ pO2 ____ Bic____ BE____ Sat:____ Gaso pós: Ph____ pCO2____ pO2 ____ Bic____ BE____ Sat:____ ( )convencional ciclando ( ) Data:___/___/__ Hora:___:___h Gaso pré: Ph____ pCO2____ pO2 ____ Bic____ BE____ Sat:____ Gaso pós Ph____ pCO2____ pO2 ____ Bic____ BE____ Sat:____

Evolução para ( ) HOOD ( )ar ambiente ( )Ventilação mecânica Data:___/____ Hora:____:_____h Peso:_______g Idade corrigida :_____________ Motivo p/ VM: ( ) apnéias necessidade de intervenção : ( ) sim ( )não ( ) uso de O2 ( ) estímulo tátil ( )O2 +ambú ( )O2 +TOT ( )acidose respiratória Ph ____PCO2____ ( )atelectasia ( )pneumotórax ( )aumento da necessidade de Oxigênio ( )outros ________________________________________________ Gaso:pré intubação: Ph_____ pCO2______ pO2 ______ Bic_____ BE_____ Sat:_____ Intercorrências nas primeiras 72 horas no CPAP ( )Pneumotórax ( ) Atelectasia ( )Enfisema intersticial ( )Hemorragia pulmonar ( )Congestão pulmonar ( )sangramento nasal ( ) lesão de septo ( )Pneumonia ( )aumento da necessidade de oxigênio ( )Intolerância a dieta ( )Piora clínica ( )Infecção ( )Abertura canal arterial Uso de indometa ( )sim ( )não. ( )Disfunção miocárdica Uso de aminas ( )sim ( )não. ( )HIC I ( )HIC II ( )HIC III ( )HIC IV ( )Anemia Hemotransfusão ( )S ( )N Data:___/___ ( )Apnéias ( ) uso de O2 ( )estímulo tátil ( )O2 + ambú ( )O2 + TOT ( )Acidose respiratória ph _______ PCO2 _____ ( )outros ______________________________________________

Cardiológico até 72 horas no CPAP ( )canal arterial data__/__ ( )disfunção miocárdica data:___/___ ( )HAP data __/__ ( )outros data:___/___ Eco (___/___) _____________________________________________________ ( )dopamina _____dias ( )dobutamina _____dias ( )diurético _____dias ( )indometacina __doses 1ª dose ___/____/___ Hora:___:___ ( )Oxido nítrico dias ____ ppm max :_____ ( )outras _________________

73

Ligadura cirúrgica ( )não ( )sim data ____/____/___.

Cirúrgico até 72 horas no CPAP

( )ligadura CA ( )dreno tórax ( )dreno abdominal ( )laparotomia ( )perfuração ( )NEC Neurológico até 72 horas no CPAP

Convulsão: ( ) não ( ) sim Data:___/___ ( )leucomalácea ( )porencefalia ( )HPVB ( )HIC I ( )HIC II ( )HIC III ( )HIC IV

Infeccioso até 72 horas no CPAP

Infecção comprovada ( )sim ( )não ( )HMC ( )URC ( ) Líquor Infecção suspeita ( )sim ( )não ( ) Leuco alterado ( )PCR positiva Profilático: ( )sim ( )não ( )bolsa rota ( )infecção materna ( )T.parto prematuro ( )leucorréia ( )infecção urinária ( )colonização por estrepto ( )corioamnionite Leuco : (_________/___/___/___/___/___/___/___/___) Pl:_____________ 1º esquema antibiótico ( )ampicilina e amicacina ( )fluconazol Piora infecciosa ( )sim ( )não Data:___/___/___. 2º esquema antibiótico ( )Vancomicina e claforan ( )fluconazol/anfotericina B ( )infecção suspeita ( )infecção comprovada

Hematológico até 72 horas no CPAP

Hto:inicial:______% Hto: na extubação:_____% Hto na falha:____% Hemotransfusão ( )sim ( )não Data ___/___/___ no ______ Nutricional

Dieta inicio ___/___/___ CPAP nasal ( ) sim ( )não Dieta plena : ___/___/____ CPAP nasal ( ) sim ( )não Dieta parcial ( ) Dieta plena ( ) ( )NPT parcial ( )NPT total No CPAP : 1º dia vol_____ TH = _____ 2º dia vol_____ TH = _____ 3º dia vol_____ TH = _____

74

Intolerância a dieta nas 1as 72 horas no CPAP ( )sim ( )não ( )Gastróclise ( )Redução vol. Dieta ( )Suspensão de dieta Motivo ( )RG ( )Sat ( )distensão gástrica ( )apnéia ( )piora clínica Apendice 4- Quadro s Variáveis analisadas Variável Sucesso Falha Valor p Corticóide antenatal 102(78,5%) 33(71,7%) 0,4624 Infecção ante-natal 29(22,3%) 12(26,1%) 0,7481 Amniorrexe prematura 36(27,7%) 12(26,1%) 0,9866 Parto cesáreo 120(93,0%) 38(86,4%) 0,3017 Peso nascimento 1045g 856g 0,0000 Idade gestacional 29 28 0,0011 SNAPPE 23 34 0,0004 Apgar 5 8,0 7,9 0,3189

75

Sexo masculino 65 (50,4%) 32(69,6%) 0,0376 Diagnóstico de HIC 04 (3,1%) 05(10,9%) 0,0948 Diagnóstico de CA 83(63,8%) 31(67,4%) 0,9430 PIG 19(14,7%) 14(30,4%) 0,0338 FiO2 extubação 0,27 0,31 0,0640 FR extubação 21 25 0,0276 PIP extubação 14 14 0,9792 Ph extubação 7,36 7,36 0,9849 PaCo2 extubação 39 43 0,0878 Tempo de VM * 58 95 0,0146 Apneia pós CPAP 33(25,4%) 10(21,7%) 0,7624 Piora do esforço 04(3,1%) 21(45,7%) <0,0001 Aumento de O2 11 (8,5%) 27(58,7%) <0,0001 Acidose respiratória pós CPAP 06(4,6%) 11 (23,9%) 0,0004

Atelectasia 07(5,4%) 06(13%) 0,1720

76

ANEXOS

SNAPPE II

(Score for Neonatal Acute Physiology, Perinatal Extension, Version II)

SNAPPE II (considerar as primeiras 24 horas de vida , o pior momento)

Variável Pontos 1-Pressão Arterial Média 1- não avaliada 2 - >=30 3- 20-29 4- <20

0 0 9 19

2-Temperatura • <35.6o C • 35-35,6o C • < 35o C

0 8 15

4-pH do sangue

77

1 -não realizado 2 - > = 7,20 3 -7,10 – 7,19 4 - < 7,10

0 0 7 16

5-Convulsões múltiplas • Sim • Nao

0 19

6-volume urinário 1- não medido (RN bem) 2 - >= 1

3 - 0,1 – 0,99 (oligúria) 4- <0,1 ( anúria)

0 0 5 18

7- Peso ao nascer 1 - >= 1000 2 - 750 – 999 3- < 750

0 10 17

8- PIG ( ver tabela) >= percentil 3 < percentil 3

0 12

9- Apgar de 5 minutos

1- >- 7 2- <7

0 18

Total de pontos Tabela para verificação do 3o percentil (PIG) para o SNAPPE

Idade gestacional Percentil 22 320 23 380 24 430 25 500 26 580 27 670 28 740 29 820 30 920

78

31 1030 32 1140 33 1280 34 1420 35 1580 36 1750 37 1920 38 2120 39 2350 40 2520 41 2660 >41 2750

Ref: D K. Richardson et al. SNAP – II and SNAPPE – II :Simplified newborn illness severity and mortality risk scores . J Pediatr 2001;138:92-100 Modificado : Jean –Yves Marandon centre chirurgical Marie Lannelongur ( France)