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DISSERTAÇÃO VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUTIVIDADE EM ÁREA CULTIVADA COM CANA-DE-AÇÚCAR FERNANDA RIBEIRO MARQUES MIGUEL Campinas, SP 2010

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DISSERTAÇÃO

VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUTIVIDADE EM ÁREA CULTIVADA COM CANA-DE-AÇÚCAR

FERNANDA RIBEIRO MARQUES MIGUEL

Campinas, SP 2010

INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS DO SOLO E PRODUTIVIDADE EM ÁREA CULTIVADA

COM CANA-DE-AÇÚCAR

FERNANDA RIBEIRO MARQUES MIGUEL

Orientador: Sidney Rosa Vieira

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical, Área de Concentração em Gestão de Recursos Agroambientais

Campinas, SP Abril 2010

Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico. M636v Miguel, Fernanda Ribeiro Marques Variabilidade espacial de atributos do solo e produtividade em área cultivada com cana-de-açúcar / Fernanda Ribeiro Marques Miguel. Campinas, 2010. 80 fls. Orientador: Sidney Rosa Vieira Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico

1. Cana-de-açúcar - Fertilidade do solo. 2. Cana-de-açúcar – Geoestatística. 3. Cana-de-açúcar - Componentes principais. 4. Sistema plantio direto. 5. cokrigagem. I. Vieira, Sidney Rosa. II. Título

CDD. 633.61

ii

iii

“Embora ninguém possa voltar atrás e

fazer um novo começo, qualquer um pode

começar agora e construir um novo fim.”

Chico Xavier

iv

Aos meus pais Raul e Regina e

minha irmã Gabi pelo amor,

incentivo e apoio incondicional.

DEDICO

Ao Lucas por todo seu amor,

companheirismo e dedicação, que me

deram força para abraçar os desafios.

OFEREÇO

v

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Dr. Sidney Rosa Vieira, agradeço à confiança, ao incentivo e

principalmente, aos conhecimentos transmitidos durante esses anos de convivência.

Ao PqC Dr. Márcio Koiti Chiba, por toda ajuda, esclarecimento de dúvidas e

sugestões indispensáveis para a realização do projeto.

À pesquisadora da EMBRAPA Dra. Célia Regina Grego, pela atenção e

disponibilidade em todos os momentos que precisei e, em particular, pela amizade e

compreensão que me foi dispensada.

Aos técnicos e estagiários do Instituto Agronômico (IAC) que facilitaram meu

trabalho com dedicação e colaboração.

Ao pesquisador Dr. Glécio Machado Siqueira, por todas as dicas e sugestões na etapa

final do projeto.

Ao IAC pela oportunidade de realização do curso de pós-graduação.

Aos professores pelos ensinamentos e colegas pelas novas amizades, pelo carinho e

convivência única.

À Agrisus pela concessão da bolsa de mestrado no início do projeto, pelo apoio

financeiro e, em especial ao Dr. Fernando Cardoso por ceder uma área de sua fazenda para o

desenvolvimento do trabalho.

À FAPESP pela bolsa de estudos concedida e pelo apoio financeiro ao projeto.

Por fim, meu carinho a todos àqueles que direta ou indiretamente estiveram ao meu

lado torcendo por mim. Agradeço pela confiança depositada em meu trabalho.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... vii LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... viii RESUMO .............................................................................................................................. x ABSTRACT ......................................................................................................................... xi 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................ 2 2.1 A Cana-de-Açúcar e o Sistema Plantio Direto .................................................................. 2 2.2 Agricultura de Precisão .................................................................................................... 3 2.3 Geoestatística ................................................................................................................... 5 2.3.1 Conceitos e fundamentos............................................................................................... 5 2.3.2 Semivariograma ............................................................................................................ 7 2.3.3 Validação cruzada ....................................................................................................... 11 2.3.4 Krigagem ordinária ..................................................................................................... 12 2.3.5 Geoestatística multivariada.......................................................................................... 13 2.4 Análise de Componentes Principais (ACP)..................................................................... 15 2.5 Geoestatística e Análise de Componentes Principais....................................................... 17 2.6 Variabilidade Espacial de Atributos Físicos e Químicos do Solo .................................... 18 2.7 Mapeamento da Produtividade ....................................................................................... 19 2.8 Correlação entre a Produtividade e as Propriedades Físicas e Químicas do Solo ............. 20 3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 21 3.1 Determinações Efetuadas ............................................................................................... 23 3.1.1 Georreferenciamento dos pontos ................................................................................. 23 3.1.2 Análise química do solo .............................................................................................. 23 3.1.3 Permeabilidade do solo................................................................................................ 23 3.1.4 Resistência à penetração.............................................................................................. 25 3.1.5 Granulometria do solo ................................................................................................. 26 3.1.6 Porosidade e densidade do solo ................................................................................... 26 3.1.7 Topografia................................................................................................................... 27 3.1.8 Produtividade da área .................................................................................................. 27 3.2 Análise dos Dados.......................................................................................................... 28 3.2.1 Estatística descritiva .................................................................................................... 28 3.2.2 Semivariograma .......................................................................................................... 29 3.2.3 Krigagem .................................................................................................................... 30 3.2.4 Mapa de isolinhas........................................................................................................ 30 3.2.5 Análise de componentes principais (ACP) ................................................................... 30 3.2.6 Semivariograma cruzado e cokrigagem ....................................................................... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 31 4.1 Variabilidade Espacial dos Atributos Físico-Hídricos do Solo ........................................ 31 4.2 Variabilidade Espacial dos Atributos Químicos do Solo ................................................. 44 4.3 Variabilidade Espacial da Produtividade da Cana-de-Açúcar.......................................... 54 4.4 Análise de Componentes Principais (ACP)..................................................................... 58 4.5 Semivariograma Cruzado e Cokrigagem ........................................................................ 61 5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 65 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 66

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros da estatística descritiva para as variáveis fisico-hídricas do solo. ....... 32

Tabela 2 - Parâmetros dos semivariogramas para as variáveis fisico-hídricas do solo. .......... 35

Tabela 3 - Parâmetros da estatística descritiva para as variáveis químicas do solo na camada de 0-0,20 m ......................................................................................................... 45

Tabela 4 - Parâmetros dos semivariogramas para as variáveis químicas do solo. .................. 47

Tabela 5 - Parâmetros da estatística descritiva para a produtividade da cana-de-açúcar. ....... 54

Tabela 6 - Parâmetros do semivariograma para a produtividade da cana-de-açúcar............... 55

Tabela 7 - Correlação linear de Pearson entre a produtividade e os atributos do solo. ........... 57

Tabela 8 - Autovalores e a variância explicada das 9 componentes principais....................... 58

Tabela 9 - Correlações entre os componentes principais e os atributos do solo. .................... 59

Tabela 10 - Parâmetros dos semivariogramas cruzados para a produtividade (variável principal) e os atributos do solo (variável auxiliar)............................................... 61

Tabela 11 - Variância da estimativa pelos métodos de krigagem e cokrigagem..................... 63

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Semivariograma experimental. ............................................................................... 8

Figura 2 - Semivariogramas ilustrativos: (a) efeito pepita puro; (b) tendência parabólica........ 9

Figura 3 - Modelos de ajuste do semivariograma. (Fonte: VIEIRA et al. (2008)).................. 10

Figura 4 - Foto aérea da área experimental em Mogi Mirim. ................................................ 22

Figura 5 - (a) Grid de amostragem com 203 pontos (30x30 m) e (b) 105 pontos (30x60 m).. 22

Figura 6 - Amostragem da permeabilidade do solo: (a) abertura do orifício com trado; (b) permeâmetro de carga constante; (c) detalhe da haste. ......................................... 24

Figura 7 - Penetrômetro de impacto...................................................................................... 26

Figura 8 - Coleta de anel para amostragem de porosidade e densidade do solo. .................... 26

Figura 9 - Mapa topográfico da área experimental. ............................................................... 27

Figura 10 - Pesagem da cana-de-açúcar nos 105 pontos de amostragem. .............................. 28

Figura 11 - Perfil do solo quanto a sua resistência à penetração............................................ 32

Figura 12 - Semivariograma da condutividade hidráulica saturada do solo (K ) nas produndidades de 0,20, 0,40 e 0,60 m. ................................................................. 37

Figura 13 - Semivariogramas da resistência à penetração do solo (RP) de 0-0,40 m de profundidade. ...................................................................................................... 38

Figura 14 - Semivariogramas da granulometria do solo (areia total, argila e silte) na profundidade de 0-0,20 m. ................................................................................... 39

Figura 15 - Semivariograma da porosidade total (PT), microporosidade (Micro), macroporosidade (Macro) e Densidade do solo (Ds) na profundidade de 0-0,20 m............................................................................................................................. 39

Figura 16 - Mapa da variabilidade espacial da condutividade hidráulica saturada do solo. .... 40

Figura 17 - Mapas da variabilidade espacial da resistência à penetração do solo................... 41

Figura 18 - Mapas da variabilidade espacial da granulometria do solo.................................. 42

Figura 19 - Mapas da variabilidade espacial da porosidade total, microporosidade, macroporosidade e densidade do solo. ................................................................. 43

ix

Figura 20 - Semivariogramas das variáveis químicas do solo. .............................................. 50

Figura 21 - Mapas da variabilidade espacial das variáveis químicas do solo. ........................ 53

Figura 22 - Semivariograma e mapa da produtividade. ......................................................... 55

Figura 23 - Semivariogramas cruzados da produtividade com as variáveis do solo em estudo............................................................................................................................. 62

Figura 24 - Mapas da variabilidade espacial da área, estimados por cokrigagem................... 65

x

Variabilidade espacial de atributos do solo e produtividade em área cultivada com cana-de-açúcar

RESUMO

A competitividade no setor sucroalcooleiro exige o crescente aumento da produtividade, do

rendimento industrial e da redução de custos, os quais são alcançados por meio da adoção de

tecnologias modernas na produção. O objetivo principal do trabalho é analisar a variabilidade

espacial de atributos físico-hídricos e químicos de solo e a variabilidade espacial da

produtividade em área cultivada com cana-de-açúcar. O experimento foi conduzido na

Fazenda Aparecida, localizada em Mogi Mirim, SP, em uma área experimental com 17,8 ha

manejada sob sistema plantio direto com o cultivo da cana-de-açúcar desde 1995. Para a

amostragem dos atributos do solo, a área foi demarcada em malha com 203 pontos espaçados

de 30 x 30 m. Em cada ponto foram efetuadas medições de resistência do solo à penetração,

condutividade hidráulica saturada do solo e foram coletadas amostras para granulometria,

porosidade, densidade e fertilidade do solo. Para amostrar a produção de cana-de-açúcar foi

utilizada uma grade de 30 x 60 m, perfazendo um total de 105 pontos. Os dados foram

analisados em termos de parâmetros da estatística descritiva. A geoestatística foi utilizada

como ferramenta para a determinação da dependência espacial através da análise de

semivariograma, do interpolador de dados chamado krigagem e da construção de mapas de

isolinhas, considerando as coordenadas dos pontos amostrados. Para correlacionar a

produtividade da cana-de-açúcar com os atributos físico-hídricos e químicos do solo foram

utilizados o índice de correlação linear, a análise de componentes principais e a cokrigagem.

A densidade do solo, pH, Ca, Mg, soma de bases e o primeiro componente principal foram

eficientes na determinação de valores de produtividade em locais não amostrados, por meio

da cokrigagem, porque apresentaram correlação espacial com a produtividade da cana-de-

açúcar sob sistema plantio direto.

Palavras-Chave: geoestatística, fertilidade do solo, componentes principais, cokrigagem, sistema plantio direto.

xi

Spatial variability of soil properties and sugar cane yield

ABSTRACT

The competition for the biofuel industry requires maximizing the productivity and the

industrial efficiency and reducing costs, which is achieved through the adoption of modern

technologies in production, processing and farm management. The main objective of this

work is to analyze the spatial variability of soil physical-hidraulic and chemical properties and

the spatial variability of sugar cane yield. The experiment was conducted at Fazenda

Aparecida, located near Mogi Mirim, SP, Brazil, in an experimental area with 17.8 hectares

managed under no-tillage system with the sugar cane cultivation since 1995. For the sampling

of soil attributes, the area was marked in a mesh with 203 points spaced by 30 x 30 m. At

each point measurements were taken for soil penetration resistance, soil hydraulic

conductivity saturated, and soil samples were collected for grain size, porosity, density and

soil fertility. For sampling for the sugar cane production a grid of 30 x 60 m with a total of

105 points was used. Data were analyzed in terms of parameters of descriptive statistics.

Geostatistics was used as a basic tool for determining the spatial dependence through the

variogram analysis, the interpolation of data called kriging and construction of maps, given

the coordinates of the sampling points. To match sugar cane productivity with the soil

physical-hidrical and chemical properties, the index of linear correlation, the principal

component analysis and cokriging were used. Variables: soil bulk density, pH, Ca, Mg, SB

and principal component were effective in determining productivity values in non-sampled

locations through cokriging, because these variables had higher correlation with the sugar

cane productivity under no-tillage system.

Key Words: Geoestatistic, soil fertility, principal component, cokriging, no tillage sistem.

1

1 INTRODUÇÃO

O setor sucroalcooleiro aparece como um dos mais destacados e importantes

segmentos no âmbito do agronegócio brasileiro. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-

de-açúcar, no qual cerca de 7 milhões de hectares ou cerca de 2% de toda a terra arável do

país é cultivado com esta gramínea (UNICA, 2009). A cana-de-açúcar configura-se como

uma das commodities de maior destaque no cenário internacional, tendo em vista que,

atualmente, é responsável por uma produção de 612 milhões toneladas de cana moída, sendo

deste total cerca de 45% destinadas à produção de açúcar e cerca de 55% destinadas à

produção de álcool (CONAB, 2009).

A competitividade neste setor exige o aumento da produtividade, do rendimento

industrial e da redução de custos, os quais são alcançados com a adoção de tecnologias

modernas na produção, gestão agrícola e processamento. Neste contexto, o sistema plantio

direto e a agricultura de precisão surgem como importantes tecnologias na otimização da

produção de cana-de-açúcar. Isto ocorre principalmente devido à redução das operações de

preparo de solo (redução de custos), ao controle de erosão, à melhoria da estrutura do solo e

ao aumento dos teores de matéria orgânica por parte do sistema plantio direto; e por parte da

agricultura de precisão, ao manejo localizado para áreas cada vez menores e mais

homogêneas.

A incorporação dessas tecnologias resulta na racionalização de todo processo

produtivo, visto que implica na redução de custos operacionais e na maior lucratividade do

sistema, podendo representar um avanço em busca de uma agricultura sustentável.

A agricultura de precisão tem como elemento chave o gerenciamento da variabilidade

espacial da produtividade e dos fatores a ela relacionados. Neste sentido, a variabilidade

espacial pode ser estudada por meio das ferramentas da geoestatística, que se fundamenta na

teoria das variáveis regionalizadas, segundo a qual os valores de uma variável estão, de

alguma maneira, relacionados à sua disposição espacial e, portanto, as observações tomadas a

curta distância se assemelham mais do que aquelas tomadas a distâncias maiores (VIEIRA et

al., 1981; VAUCLIN et al., 1983). Com a utilização desta ferramenta pode-se analisar

adequadamente locais que necessitem de manejo diferenciado, possibilitando o maior

detalhamento da área a partir de informações não reveladas pela estatística clássica.

O objetivo principal do trabalho é analisar a variabilidade espacial de atributos físicos

e químicos do solo e a variabilidade espacial da produtividade em área cultivada com cana-

de-açúcar sob sistema plantio direto. Os objetivos específicos são:

2

1. Caracterizar o comportamento espacial de atributos físicos e químicos do

solo;

2. Mapear a produtividade da cana-de-açúcar cultivada sob sistema plantio

direto;

3. Determinar as correlações entre os atributos do solo e a produtividade da

cana-de-açúcar.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A Cana-de-Açúcar e o Sistema Plantio Direto

A cana-de-açúcar é uma gramínea de clima tropical, exigindo de 1500 a 2500 mm de

água durante o período de crescimento. O crescimento ótimo é alcançado com uma média

diária de temperatura entre 22 e 30 °C, sendo que a temperatura mínima para um efetivo

crescimento é de 20 °C (DOORENBOS & KASSAM, 1979). Além de temperaturas extremas

e baixa radiação solar, as deficiências hídricas e nutricionais são algumas das principais

limitações ao seu desenvolvimento (BRAY, 1980).

Para esta cultura é desejável profundidade acima de um metro, com boa aeração e

drenagem. Quando bem manejada, trata-se de uma cultura conservacionista, já que existe

pouca movimentação de solo por pelo menos 5 anos até a reforma do canavial; apresenta alta

demanda por nitrogênio e potássio e uma quantidade inferior de fósforo (DIAS &

ROSSETTO, 2006).

A cana-de-açúcar possui grande importância econômica para o Brasil por fornecer a

matéria prima para a produção de açúcar e de álcool, com um papel relevante tanto no

mercado interno quanto externo. O Brasil colhe 612 milhões toneladas de cana-de-açúcar em

aproximadamente 7 milhões de hectares, com produtividade média de 81 t ha-1 (CONAB,

2009). Na região Sudeste do Brasil a cana-de-açúcar é uma cultura de grande importância,

econômica. O Estado de São Paulo responde por cerca de 60% de todo o açúcar e álcool

produzido no país, além de representar 70% das exportações nacionais de açúcar (UNICA,

2009).

Esses números favoráveis, que tornam o Brasil o maior produtor mundial de cana-de-

açúcar, se deve em grande parte às investidas de produtores em novas tecnologias, como a

agricultura de precisão, além da utilização de sistemas conservacionistas, como o plantio

3

direto, que visa a melhoria das características químicas e físicas do solo através do seu manejo

adequado.

O sistema plantio direto favorece, no médio a longo prazo, o maior acúmulo de palha

na superfície do solo, maiores taxas de infiltração de água (BARCELOS et al., 1999), maior

percentagem de agregados nas classes de maior diâmetro (DA ROS et al., 1996), menor

desagregação do solo e maior retenção de água (CARVALHO et al., 1999). Além disso, este

sistema também promove redução superior a 99% nas perdas de solo e 94% nas perdas de

água (SEGANFREDO et al., 1997), menores temperaturas máximas e flutuação térmica do

solo (AMADO et al., 1990), menor evaporação da água (FREITAS et al., 2004) e economia

de água de irrigação em torno de 14% em relação ao preparo convencional (ANDRADE et al.,

2002). O plantio direto na cultura da cana-de-açúcar proporciona redução no número de

operações, tempo disponível de pessoal e equipamentos envolvidos, e ainda pode aumentar a

produtividade (DALBEN et al., 1983; CRUZ, 2003).

Segundo DUARTE JÚNIOR & COELHO (2008), a cana-de-açúcar em sistema

plantio direto se apresenta 27, 32 e 37% superior em número, diâmetro e produtividade de

colmos, respectivamente, em relação à cana em plantio convencional. Além disso, segundo

estes mesmos autores, elas apresentam teores de K nas folhas 43% superiores à cana em

plantio convencional, quando em sistema plantio direto sobre leguminosas.

2.2 Agricultura de Precisão A agricultura de precisão (AP) é um método de administração cuidadosa e detalhada

do solo e da cultura para adequar as diferentes condições encontradas em cada pedaço da

lavoura, tendo em vista a desuniformidade intrínseca dos solos (SCHUELLER, 1992; WEIDA

& BORGELT, 1993).

A AP é uma nova tecnologia com uma longa história (COELHO, 2003).

Tradicionalmente, os agricultores ao fazerem a amostragem do solo de uma dada área,

uniformizavam as subamostras em uma única amostra, que passava a representar as

características médias da fertilidade daquela área, assumida como uniforme (MOLIN, 1997).

Com base nesta interpretação, a mesma quantidade de insumos é utilizada para toda área,

atendendo apenas as necessidades médias e não considerando as necessidades especificas de

cada parte da lavoura (FRAISSE, 1998).

Entretanto, em tempos passados, quando predominava a agricultura familiar,

explorada em pequenas áreas, era possível aos agricultores observarem a variabilidade

4

espacial das propriedades do solo e seus efeitos no desenvolvimento e produção das culturas e

manejá-las com base nessas diferenças (COELHO, 2003). Com o aumento do tamanho das

propriedades agrícolas e por conseqüência das lavouras, tem havido uma tendência de redução

na quantidade de informação coletada no campo (MOLIN, 1997). LOWENBERG-DEBOER

& SWINTON (1995) sugerem que com o advento da mecanização agrícola em áreas como o

“cinturão do milho” nos Estados Unidos, o que o agricultor hoje cultiva, era conduzido por 10

agricultores nos anos 20. Esse agricultor certamente utiliza menos informação relacionada à

variabilidade espacial da lavoura se comparado com a subdivisão das áreas daquela época

(MOLIN, 1997).

O importante avanço tecnológico possibilitou a aplicação do conceito de AP que tem

abrangido as grandes culturas, em especial os grãos. No Brasil, com as recentes investidas de

algumas usinas, a cana-de-açúcar também já experimenta uma fase de adoção de técnicas de

AP em grande escala (MENEGATTI, et al., 2004). Estima-se que hoje a área cultivada com

cana que utiliza taxa variada, especialmente de calcário e fósforo, já chegue aos 10% do total

das lavouras de cana do país (MOLIN, 2008).

BALASTREIRE (1998) apresenta o potencial de utilização dos conceitos de AP na

cultura da cana-de-açúcar e ressalta entre os principais benefícios: a) possibilitar a redução da

poluição ambiental, tema importante, onde cada vez mais se busca uma agricultura

sustentável; b) proporcionar benefícios econômicos, onde as reduções do custo final do

produto podem ser obtidas retirando-se os insumos de pontos de menor potencial de produção

e redirecionando-os para pontos de maior potencial; e c) melhorar a produtividade, com

aumento desta e/ou aumento da quantidade de açúcar disponível na cana.

O mesmo autor ressalta que os conceitos de AP na cultura de cana-de-açúcar se

dividem em quatro frentes:

1. Mapeamento de atributos do solo – este irá indicar o potencial de fertilidade do

solo, o que permitirá o estabelecimento de estratégias de aplicação de fertilizantes;

2. Mapeamento da cultura – que irá permitir a obtenção de mapas georreferenciados

dos talhões e da cultura em seus diversos estágios;

3. Mapeamento da colheita – utilizando-se um sensor de fluxo de massa pode-se obter

um mapa de produtividade de cada célula dentro do talhão. Com o georreferenciamento tem-

se a exata localização de cada célula, então, pode-se verificar “in loco” qual foi o motivo da

baixa produtividade;

5

4. Aplicação localizada de insumos – a decisão sobre o melhor método de

gerenciamento da área pode ser feito por meio de programas computacionais específicos

desenvolvidos para a agricultura, que fornecem mapas de aplicação localizada de insumos.

2.3 Geoestatística 2.3.1 Conceitos e fundamentos

Por muitos anos presumiu-se que, para um determinado tipo de solo, as propriedades

físicas e químicas relacionadas a determinada profundidade poderiam ser expressas através da

média e da variância, a partir de um número suficientemente grande de amostras (COUTO &

KLAMT, 1999). Esse tipo de enfoque, baseado na estatística clássica, supõe que a

variabilidade de determinada propriedade não contém referência à distribuição espacial das

diferenças, dentro de uma mesma mancha de solo (TRANGMAR et al., 1985). A aplicação

das ferramentas da estatística clássica na experimentação agrícola, para que se possa empregar

testes de comparação entre tratamentos, está vinculada à necessidade dos pressupostos básicos

da análise de variância, tais como: a) independência entre observações; b) independência e

homogeneidade dos erros entre observações; c) aditividade dos efeitos; d) normalidade dos

resíduos (ORTIZ, 2004). No entanto, vários trabalhos têm demonstrado que observações

vizinhas de variáveis do solo apresentam correlação ou dependência espacial (CAHN et al.,

1994; CAMBARDELLA et al., 1994; CORÁ & BERALDO, 2006; GOMES et al., 2008; PAZ

et al., 1996; PREVEDELLO, 1987; SCOTT et al., 1994; SOUZA, 1999; VIEIRA et al.,

1983).

Segundo VIEIRA (2000) quando uma determinada propriedade varia de um local para

outro com algum grau de dependência ou continuidade, expresso pela dependência espacial,

deve-se utilizar um enfoque estatístico referido como geoestatística.

A geoestatística, é um conjunto de técnicas que estima valores regionalizados de

atributos ou características de uma determinada área a ser estudada (LAMPARELLI et al.,

2001). Baseia-se na Teoria das Variáveis Regionalizadas, formalizada por MATHERON

(1971), a partir de estudos práticos desenvolvidos por Daniel G. Krige em 1951, em que,

trabalhando com dados de concentração de ouro, concluiu não ser possível encontrar sentido

nas variâncias senão fosse levada em conta a distância entre as amostras. Uma Variável

Regionalizada é definida como uma função espacial numérica, que varia de um local para

outro, com uma continuidade aparente e cuja variação não pode ser representada por uma

6

função matemática simples (VIEIRA et al., 1983). Essa continuidade ou dependência espacial

pode ser estimada através do semivariograma.

Todos os conceitos teóricos de geoestatística têm suas bases em funções e variáveis

aleatórias, entendendo que uma realização em particular de uma função é um valor numérico

assumido por esta função dentro de uma dada condição fixa (VIEIRA, 2000). Isto quer dizer

que, o resultado da amostragem para cada variável aleatória é composto de uma única

realização em cada ponto e, portanto, de cada variável, o que torna impossível qualquer tipo

de inferência sobre este processo. Isto faz com que algum tipo de estacionaridade, condizente

com o problema em questão, tenha que ser assumido de forma a possibilitar a estimativa de ao

menos os dois primeiros momentos da distribuição da variável aleatória, que em geral estão

relacionados com as propriedades de interesse, tais como: média, correlação, covariância e

semivariância (ALMEIDA & RIBEIRO JUNIOR, 1996).

A função de estacionaridade diz respeito então, à continuidade da função Z(xi), que é

uma função aleatória, onde xi identifica uma posição no espaço ou no tempo, e representa

pares de coordenadas (xi,yi). Existem três hipóteses de estacionaridade para uma função

aleatória, e pelo menos uma delas deve ser satisfeita para possibilitar a aplicação da

geoestatística. São elas: hipótese de estacionaridade de segunda ordem, hipótese de tendência

ou krigagem universal e hipótese intrínseca.

A hipótese de segunda ordem se verifica quando a função aleatória atende a

estacionaridade de primeira ordem (TRANGMAR et al., 1985). Esta hipótese assume a

existência de uma covariância e depende apenas da distância h, o que implica na ocorrência

de variância finita (PREVEDELLO, 1987; COSTA, 1999). Esta hipótese é muito difícil de ser

satisfeita, sendo pouco utilizada.

Neste caso, um modelo menos limitado e, portanto, mais fácil de ser satisfeito é a

hipótese intrínseca, a qual considera apenas que a média dos valores Z(xi) e a variância dos

incrementos Z(xi)-Z(xi+h) ocorrem independentemente da localização na região, sendo função

apenas do valor de h (ALMEIDA & RIBEIRO JUNIOR, 1996). Esta hipótese requer somente

a existência de estacionaridade do semivariograma, sem a exigência de variância finita.

Na hipótese de tendência, a função aleatória Z(xi), para qualquer posição, xi, consiste

de dois componentes: m(xi) que é o "drift" (tendência principal) e e(xi) que é o erro residual.

Portanto, para se trabalhar sob esta hipótese é preciso, para cada posição xi, determinar o

"drift", m(xi), e ter uma expressão para o semivariograma dos resíduos (WEBSTER &

BURGESS, 1980). Esta hipótese apresenta arbitrariedade envolvida na expressão do "drift" e

do semivariograma dos resíduos.

7

2.3.2 Semivariograma A estimativa da dependência entre amostras vizinhas no espaço pode ser realizada

através da autocorrelação que é de grande utilidade quando se está fazendo amostragem em

uma direção. Quando a amostragem envolve duas direções (x,y) o instrumento mais indicado

na estimativa da dependência entre amostras é o semivariograma (SILVA, 1988).

O semivariograma analisa o grau de dependência espacial entre amostras dentro de um

campo experimental, além de definir parâmetros necessários para a estimativa de valores para

locais não amostrados, através da técnica de krigagem (SALVIANO, 1996).

O semivariograma é, por definição:

� �� ���� )hx(Z)x(Z2

1)h( ii (1)

E pode ser estimado por:

� �2)h(N

1iii )hx(Z)x(Z

)h(N2

1)h(* �

���� (2)

em que: N(h) é o número de pares de valores medidos Z(xi), Z(x

i+h), separados por um vetor h

(JOURNEL & HUIJBREGTS, 1978). O gráfico de γ*(h) versus os valores correspondentes de

h, representa o semivariograma, que permite obter a estimativa do valor de semivariância para

as diferentes combinações de pares de pontos e assim analisar o grau de dependência espacial

da variável estudada e definir os parâmetros necessários para a estimativa de suas

características em locais não amostrados (SOUZA, 1999).

A medida que h aumenta, γ(h) também aumenta, pois é de se esperar que amostras

tiradas a uma pequena distância entre si apresentem [Z(xi)-Z(x

i+h)]

menores que aquelas

tiradas a distâncias maiores (SILVA, 1988; CAMARGO, 1997). O ajuste do modelo

matemático aos dados no gráfico, ou seja, a uma função, define os parâmetros do

semivariograma, que são: efeito pepita (Co), que é o valor de γ(h) quando h=0; alcance (a),

quando h aumenta, aumenta até uma distância (a) de dependência espacial; e o patamar

(C1+Co), que é o ponto atingido pelo alcance (a), cujo valor é aproximadamente igual à

variância dos dados, se ela existe, e é obtido pela soma do efeito pepita com a variância

estrutural (C1) (Figura 1).

8

Figura 1 - Semivariograma experimental.

No comportamento típico de um semivariograma com características ideais (Figura1),

o valor de semivariância aumenta à medida que aumenta a distância de separação entre os

pontos, até estabilizar-se, ou seja, atingir um patamar (SILVA JUNIOR, 2001). O patamar é

atingido quando a variância dos dados se torna constante com a distância entre as amostras. O

valor de γ(h) nesse ponto é aproximadamente igual a variância total dos dados. É um

parâmetro importante, pois permite a determinação da distância limite entre dependência e

independência entre das amostras (SILVA, 1988).

O efeito pepita representa a variação residual e aleatória, não removida por

amostragens próximas, indicando uma variabilidade não explicada de um ponto para outro,

que pode ser devida a erros de medição ou microvariação não detectada em função da

distância de amostragem utilizada (CAMBARDELLA et al., 1994; PAZ et al., 1996; VIEIRA,

1997), sendo impossível quantificar a contribuição individual dos erros de medições ou da

variabilidade (ARZENO, 1990).

Se o semivariograma, ao invés de ser crescente e dependente de h como o mostrado na

figura 1, for constante e igual ao patamar para qualquer valor de h, diz-se, em tal situação, que

ocorreu um efeito pepita puro (Figura 2a), ou seja, não foi encontrada a estrutura de variação,

portanto, o raio de ação é menor que a distância amostrada. Neste caso, pontos localizados em

uma área de raio maior do que o alcance são independentes, apresentando uma distribuição

espacial aleatória e menos homogênea (TAKEDA, 2000). Para estas amostras, a estatística

clássica pode ser aplicada sem restrição (SILVA et al., 1989). Por outro lado, amostras

separadas por distâncias menores que o alcance (a), são correlacionadas umas às outras, o que

permite que se faça interpolações para espaçamentos menores do que amostrados.

9

Um outro tipo de semivariograma que pode ocorrer é aquele que cresce, sem limites,

para todos os valores de h calculados (VIEIRA et al., 2008), ou seja, não ocorre a

estacionaridade da variável, dificultando o ajuste de modelos adequados ao comportamento

espacial da variável (VIEIRA, 1997; GUIMARÃES, 2004) (Figura 2b). Além disso, ele

indica também, que o tamanho do campo amostrado não foi suficiente para exibir toda a

variância e que existe tendência na distribuição dos dados para uma determinada direção

(VIEIRA, 2000). Estas tendências influenciam diretamente no ajuste de semivariogramas,

pois invalida a hipótese intrínseca. VIEIRA et al. (1983) argumentam que quando a variável

apresentar tendência esta deve ser removida antes do ajuste do semivariograma e sugerem o

uso de superfície de tendência para a remoção.

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

0

50

100

150

200

250

0 100 200 300 400Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Figura 2 – Semivariogramas ilustrativos: (a) efeito pepita puro; (b) tendência parabólica.

2.3.2.1 Modelos de ajuste

Os semivariogramas mostram uma série de pontos discretos de γ(h) correspondendo a

cada valor de h e para o qual uma função contínua deve ser ajustada. De acordo com

WEBSTER (1985) e WEBSTER (2000), é necessário ajustar funções simples a esses pontos.

Um modelo matemático a ser ajustado ao semivariograma precisa incluir três parâmetros:

efeito pepita, patamar e alcance. Além disso, a forma da curva deve-se ajustar bem aos pontos

experimentais na região de crescimento da função. JOURNEL (1988) ressaltou que a análise

semivariográfica é uma arte, requerendo assim bons instrumentos, como um bom programa

interativo; mas também experiência e habilidade para sintetizar e, às vezes, ir além dos dados.

O ajuste de um modelo teórico ao semivariograma experimental é um dos aspectos

mais importantes das aplicações da Teoria das Variáveis Regionalizadas e pode ser uma das

(a) (b)

10

maiores fontes de ambigüidade e polêmica nessas aplicações (VIEIRA et al., 2008). Todos os

cálculos de geoestatística dependem do valor do modelo do semivariograma para cada

distância especificada.

Dependendo do comportamento de γ(h) para altos valores de h, os modelos podem ser

classificados em: modelos com patamar - são ajustes que representam a estacionaridade de

segunda ordem, onde a semivariância aumenta com o aumento da distância entre amostras, até

atingir o patamar, onde se estabiliza (MACHADO, 1994); e modelos sem patamar -

correspondendo a fenômenos que têm uma capacidade infinita de dispersão e, por isso, não

têm variância finita e a covariância não pode ser definida (VIEIRA, 2000).

Os modelos com patamar, mais comumente utilizados para os estudos de variáveis de

interesse agronômico, de acordo com VIEIRA (2000), são: esférico, exponencial e gaussiano

(Figura 3).

Figura 3 - Modelos de ajuste do semivariograma. Fonte: VIEIRA et al. (2008).

a) Modelo esférico:

���

���

����

�����

��

������

3

10 a

h

2

1

a

h

2

3CC)h( 0 < h < a

10 CC)h( ��� h > a (3)

O modelo esférico é obtido selecionando-se os valores do efeito pepita, C0, e do

patamar, C0+C1, passando uma reta que intercepte o eixo y em C0 e seja tangente aos

primeiros pontos próximos de h=0. Essa reta cruzará o patamar à distância, a=2/3 a. Assim, o

alcance, a, será a=3a/2. O modelo esférico é linear até aproximadamente 1/3 a.

11

Vários pesquisadores (CAMBARDELLA et al., 1994; GREGO & VIEIRA, 2005;

SALVIANO, 1996; SOUZA, 1992; TRANGMAR et al., 1987) encontraram o modelo

matemático esférico como o mais adaptado para descrever o comportamento de

semivariogramas de atributos de plantas e de solos. Neste, o patamar e o alcance são

claramente identificados.

b) Modelo exponencial:

��

���

����

��������

a

h3exp1CC)h( 10 0 < h < d (4)

em que: d é a máxima distância na qual o semivariograma é definido. A diferença

fundamental entre o modelo exponencial e o esférico é que o exponencial atinge o patamar

apenas assintoticamente, enquanto que o modelo esférico o atinge no valor do alcance. O

parâmetro a é determinado visualmente como a distância após a qual o semivariograma se

estabiliza. Os parâmetros C0 e C1 para os modelos exponencial e gaussiano (explicado a

seguir) são determinados da mesma maneira que para o esférico. Segundo LAMPARELLI et

al. (2001), este modelo cresce mais devagar da origem em direção ao patamar.

c) Modelo gaussiano:

���

���

����

����

����

��������

2

10 a

h3exp1CC)h( 0 < h < d (5)

Este modelo se caracteriza por apresentar efeito pepita muito pequeno e a estrutura de

variabilidade cresce de maneira bastante suave. Ele é altamente desejável, pois apresenta uma

continuidade na variabilidade à medida que os pontos se afastam entre si (LAMPARELLI et

al., 2001).

2.3.3 Validação cruzada

No ajuste de modelos aos semivariogramas experimentais, sempre existe um certo

grau de incerteza sobre os modelos selecionados. Esta incerteza representa o erro da

estimativa que pode ser avaliado pelo procedimento denominado de validação cruzada ou

jack-knifing (VIEIRA, 1998). Nesta técnica cada ponto medido é excluido, e seu valor

estimado com os dados restantes (VIEIRA, 1997), ou seja, ela estima os valores da variável

em estudo sobre os mesmos pontos amostrados e compara os novos valores com os dados

medidos.

A técnica jack-knifing permite avaliar a qualidade do método de estimativa de dados e,

também, definir o melhor número de vizinhos mais próximos a um determinado ponto para a

12

estimativa do valor neste ponto. A técnica também é utilizada para avaliar se o modelo do

semivariograma utilizado é o que melhor se ajusta aos dados (SOUZA, 1992).

2.3.4 Krigagem ordinária A krigagem ordinária é um método de interpolação de dados em geoestatística, sendo

utilizada para obtenção de mapas espaciais de parâmetros do solo, a partir de amostragens

(MARQUES JÚNIOR & CORÁ, 1998). É uma técnica utilizada para estimar valores de

propriedades para locais onde esta propriedade não foi medida. Através dela pode-se atingir

um dos objetivos centrais dos estudos sobre variabilidade espacial, que é obter, a partir de

observações pontuais, informações para grandes áreas de terra, tais como de cultivo, baseadas

nas observações da variável a ser estimada em locais não amostrados (STEIN, 1995 e VOLTZ

et al., 1997).

Conhecido o semivariograma da variável, e havendo dependência espacial entre as

amostras, podem-se interpolar valores em qualquer posição no campo de estudo, sem

tendência e com variância mínima (VIEIRA, 2000). Supondo-se que se queira estimar

valores, Z*, para qualquer local, x0, onde não se tem valores medidos, e que a estimativa deve

ser uma combinação linear dos valores conhecidos, tem-se:

��

��N

1iii0 )X(Z)x(*Z (6)

em que: N é o número de valores medidos, Z(xi), envolvidos na estimativa, e �i são os pesos

associados a cada valor medido, Z(xi), segundo ISAAKS & SRIVASTAWA (1989).

De acordo com SILVA JUNIOR (2001) o método de krigagem ordinária se distingue

dos demais métodos de interpolação por seu objetivo de minimizar a variância dos erros. Os

ponderantes de dados na krigagem são proporcionais às “distâncias estatísticas”, significando

que, além de ponderar pelas distâncias euclidianas entre o ponto a ser estimado e os demais

pontos conhecidos, incorporam também a estrutura de variabilidade na região de estimação

(RIBEIRO JUNIOR, 1995; CAMARGO, 1997).

A condição de não tendência significa que, em média, a diferença entre valores

estimados e medidos para o mesmo ponto deve ser nula. A condição de variância mínima

significa que, embora possam existir diferenças ponto por ponto entre o valor medido e o

estimado, estas diferenças devem ser mínimas (FIETZ et al., 1999).

Mapas de isolinhas ou contornos das variáveis em estudos podem ser confeccionados a

partir dos valores interpolados com melhor precisão, já que envolvem a análise do

13

semivariograma para as estimativas (MANZIONE, 2002). A análise conjunta dos

semivariogramas e mapas obtidos a partir de valores estimados pela krigagem, podem auxiliar

na avaliação do efeito das propriedades do solo sobre a variabilidade espacial da propriedade

de cana-de-açúcar da área. Através da análise destes mapas pode-se tomar decisões

importantes, como por exemplo, a aplicação de fertilizantes por zonas de manejo, favorecendo

o aumento da sua eficiência, com redução de custo e otimização de produtividade.

2.3.5 Geoestatística multivariada Algumas áreas das ciências agrárias, como a ciência do solo, freqüentemente

apresentam situações em que existe a correlação espacial entre duas variáveis e, a estimativa

de uma delas pode ser feita, usando-se informações de ambas expressas no semivariograma

cruzado e no método chamado cokrigagem, o qual pode ser mais preciso do que a krigagem

em si (VIEIRA, 2000).

2.3.5.1 Semivariograma cruzado

O solo fornece uma série de informações que podem ser utilizadas em conjunto.

Algumas variáveis são relacionadas com outras e pode-se utilizar esta vantagem. VIEIRA

(2000) citou como exemplos comuns, condutividade hidráulica e retenção de água, as quais

são difíceis e caras para se medir e, além disso, são normalmente correlacionadas a variáveis

mais fáceis de medir, como a granulometria da camada superficial do solo.

De maneira semelhante ao estabelecido para uma única variável, considera-se p

variáveis, {Z{Zj(x); j = 1,..., p } que foram medidas dentro da mesma região S e nos mesmos

pontos amostrais (pares de coordenadas[xi,yi]). Estabelecendo-se duas variáveis medidas na

região S para os mesmos pontos, tem-se {[Z[Z1(x)] e [Z2(x)]} de tal forma que a covariância

cruzada entre elas seja:

� � 21j22i1112 mm)x(Z)hx(Z)h(Cov ��� � (7)

e

� � 12i11j2221 mm)x(Z)hx(Z)h(Cov ��� � (8)

Conseqüentemente, o semivariograma cruzado entre estas variáveis será:

� �� �)x(Z)hx(Z)x(Z)hx(Z)h(N2

1)h( j22j22

)h(N

1ii11i1112 ������ �

(9)

em que: N(h) é o número de valores de Z1 e Z2 separados por um vetor h.

14

O semivariograma cruzado ideal teria a mesma aparência mostrada na figura 1 porém,

com significados diferentes pelo simples fato de envolver o produto das diferenças de duas

variáveis distintas. O alcance neste caso representa o final ou a distância máxima de

dependência espacial entre as variáveis. Já o patamar, se existir, deve aproximar-se do valor

da covariância entre as duas variáveis. Assim, quando as duas forem de correlação inversa,

isto é, quando uma aumenta a outra diminui, o semivariograma cruzado será negativo

(VIEIRA, 2000).

2.3.5.2 Cokrigagem A cokrigagem é um procedimento geoestatístico segundo o qual diversas variáveis

regionalizadas podem ser estimadas em conjunto, com base na correlação espacial entre elas.

É uma extensão multivariada do método da krigagem quando para cada local amostrado

obtém-se um vetor de valores em lugar de um único valor (LANDIM et al., 2002).

O raciocínio básico para dedução do sistema de equações da cokrigagem é idêntico ao

da krigagem, com uma diferença que, neste caso, envolve duas variáveis, e por isso envolve

equações mais longas, tornando os cálculos mais complicados embora o raciocínio seja o

mesmo (MANZIONE, 2002). Uma vez que exista a dependência espacial para cada uma das

variáveis Z1 e Z2, e que também exista dependência espacial entre Z1

e Z2, então é possível

utilizar a cokrigagem para estimar valores (VIEIRA, 2000). Esta estimativa pode ser mais

precisa do que a krigagem de uma variável simples (VAUCLIN et al., 1983), quando o

semivariograma cruzado apresentar dependência entre as duas variáveis.

Fundamental na utilização da cokrigagem é a verificação prévia da correlação

existente entre as variáveis, a qual deve ser forte para que as estimativas sejam consistentes.

Também deve ser notado que a melhoria de interpretação somente é significativa quando uma

das variáveis tem um número extremamente reduzido de amostras em relação à outra

(LANDIM et al., 2002).

Segundo ISAAKS & SRIVASTAVA (1989), os cálculos da cokrigagem são baseados

nos mesmos princípios da krigagem descrita anteriormente. Supondo que se queira estimar

valores, Z2*, para qualquer local, x0, que a estimativa deva ser uma combinação linear de

ambos Z1 e Z2, o estimador pode ser descrito como:

� �� �

����1 2N

1i

N

1jj22j2i11i10

*2 )x(Z)x(Z)x(Z (10)

15

em que: N1 e N2

são os números de vizinhos de Z1 e Z2, respectivamente, e λ1

e λ2 são os pesos

associados a cada valor de Z1 e Z2. A estimativa da variável Z2

deverá ser uma combinação

linear de ambos Z1 e Z2, com os pesos λ1

e λ2 distribuídos de acordo com a dependência

espacial de cada uma das variáveis entre si e a correlação cruzada entre elas.

Para que o estimador seja ótimo, ele não pode ter tendência e deve ter variância

mínima, não superestimando nem subestimando valores, sendo máxima a confiança nas

estimativas (VIEIRA, 2000). Para que a estimativa não tenha tendência, qualquer que seja a

distribuição dos pesos, a soma daqueles associados com a variável estimada deve ser igual a 1

e a soma daquelas associadas à outra variável tem que ser nula (ISAAKS & SRIVASTAWA,

1989).

2.4 Análise de Componentes Principais (ACP) A análise de componentes principais é uma técnica utilizada na tranformação linear de

um conjunto de dados de diversas variáveis correlacionadas em fatores não correlacionados.

O objetivo desta análise é auxiliar na descrição e interpretação de conjuntos de variáveis

interdependentes (CASTRO, 2004). Ela reduz a dimensão original dos dados, facilita a

interpretação espacial das análises e determina a existência de correlação entre os atributos do

solo avaliados.

Os componentes principais são combinações lineares de p variáveis X1, X2, ..., Xp para

produzir índices Z1, Z2,..., ZNv, que sejam não correlacionados na ordem de sua importância, e

que descrevam a variação dos dados (MANLY, 2008). Essas combinações lineares

representam a seleção de um novo sistema de coordenadas obtidas rodando o sistema original

como os eixos de coordenadas. Os novos eixos representam as direções com a máxima

variabilidade e fornecem uma descrição mais simples e mais econômica da estrutura da

covariância em relação às outras técnicas de análise multivariada (JOHNSON & WICHERN,

1999; JOLIFFE, 1986; e MARDIA et al., 1979).

Os componentes principais dependem somente da matriz de covariância Σ (ou da

matriz de correlação ρ) de X1 ,X2 ,...,Xp. Seu desenvolvimento não requer a suposição de

normalidade. Por outro lado, componentes principais derivados de populações normais

multivariadas possibilitam interpretações úteis por terem densidades elipsóides, além da

obtenção de inferências (JOHNSON e WICHERN, 1999).

16

Para este trabalho a análise de componentes principais foi baseada na matriz de

correlação para dados padronizados, por estes serem constituídos por unidades de medidas

diferentes. A padronização é realizada pela tranformação abaixo:

� �ii

iii

XZ

���

� (11)

em que: Z1 é o valor padronizado; Xi o valor original i; i� média dos valores i; e ii� desvio

padrão dos valores i.

O i-ésimo componente principal obtido da variável padronizada Z = [Z1 , Z2 ,..., Zp],

com Cov(Z) = ρ é dado por:

� � � � p,...,1i,XVeZeY1

iii2

1

������

(12)

em que: ei é o i-ésimo autovetor.

A proporção da variância total explicada pelo K-ésimo componente principal Z é

pk� , k = 1, ..., p. De acordo com BARROSO & ARTES (2003), quando a transformação

proposta acima é aplicada às variáveis originais, a variância total (soma das variâncias das

variáveis) não se modifica.

Segundo LOURENÇO (2005), esse resultado implica que a variância total é a mesma,

quer para as variáveis originais quer para as componentes principais, e portanto a proporção

da variância total devida a k-ésima componente principal é dada por:

p,...,2,1k,... p21

k �������

� (13)

Se a maior parte da variância populacional total, para um p grande, pode ser atribuída

ao 1º, 2º ou 3º componente, então esses podem “substituir” as p variáveis originais sem muita

perda de informação (JOHNSON e WICHERN, 1999).

Cada componente do vetor de coeficientes ci = [e1i, e2i, ..., eki, ..., epi] , por exemplo,

eki, mede a importância da k-ésima variável ao i-ésimo componente principal. Em particular é

proporcional ao coeficiente de correlação entre Yi e Xk (MARDIA et al., 1979).

Segundo JOLIFFE (1986) e MARDIA et al. (1979), se Y1 = e1Z, Y2 = e2Z, ..., Yp = epZ

são componentes principais obtidos da matriz de correlação ρ, então:

p,...,2,1k,i,e ikiXY ki���� (14)

são coeficientes de correlação entre os componentes Yi e as variáveis padronizadas Zk .

Como resultado da ACP, grande parte da informação ou variabilidade contida no

conjunto de variáveis originais se concentra em um número pequeno de componentes ou

17

fatores, podendo-se usar as novas variáveis (componentes) no lugar das variáveis originais.

Portanto, é comum utilizar apenas os primeiros componentes principais, os quais

correspondem, geralmente, grande parte da variância das p variáveis. Evidentemente que

alguma informação é perdida quando se substituem as variáveis originais por um número

menor de componentes principais (HOFFMANN, 1992). Por outro lado, há vantagens em

substituir um número relativamente grande de variáveis que apresentam problema de

multicolinearidade (variáveis independentes possuem relações lineares exatas ou

aproximadamente exatas), por um número relativamente pequeno de variáveis (componentes

principais) não correlacionadas entre si (HOFFMANN, 1994).

2.5 Geoestatística e Análise de Componentes Principais Recentemente, alguns pesquisadores têm desenvolvido estudos em diversas áreas

utilizando ferramentas de análise multivariada e geoestatística.

KORRE (1999) estudando fontes de contaminação do solo por metais pesados,

desenvolveu uma metodologia para a determinação dessas fontes, combinando técnicas de

análise multivariada (ACP e análise de fator) e geoestatística com o sistema de informação

geográfica.

BUENO (2001) fez uso da ACP, análise de agrupamentos e da geoestatística no

mapeamento e interpretação de parâmetros de solo, com a finalidade de reduzir as variáveis

envolvidas e confeccionar mapas de aplicação diferenciada de insumos.

CASTRO (2004) utilizou a ACP e a geoestatística para definir unidades de

gerenciamento do solo por meio da condutividade elétrica e variáveis físico-químicas.

Segundo TAVARES et al. (2009), a análise de componentes principais conjugada com

a cartografia geoquímica, efetuada através de métodos de interpolação por krigagem,

confirmou ser uma metodologia importante para a interpretação dos dados geoquímicos

permitindo identificar algumas associações dos elementos no meio e caracterizar a sua

dispersão.

FOLLE (2009), fazendo a caracterização geotécnica dos depósitos aluvionares

recentes de Roma (Itália), utilizou a ACP, seguida da regressão linear múltipla, da krigagem e

da cokrigagem ordinária.

Assim, verifica-se que o uso conjuto da geoestatística mais a ACP pode vir a melhorar a

interpretação dos dados, uma vez que a ACP permite a redução da dimensionalidade dos

pontos representativos das amostras e pode ser utilizada para julgar a importância das próprias

18

variáveis originais escolhidas. Esta análise pode otimizar, por exemplo, o uso da cokrigagem

na determinação de correlações existentes entre duas variáveis.

2.6 Variabilidade Espacial de Atributos Físicos e Químicos do Solo Segundo SOUZA (2004), a variabilidade espacial dos solos está presente desde a sua

formação e continua após o solo atingir o seu estado de equilíbrio dinâmico. Este fato ocorre

porque o próprio material de origem não é uniforme em toda sua extensão, fazendo com que

haja uma variação espacial e contínua dos atributos do solo.

CORÁ (1997) afirma que o manejo dos solos pode afetar propriedades químicas,

físicas e biológicas. Portanto, práticas como aração e gradagem são responsáveis pelas

alterações da dependência espacial de certos atributos do solo.

Para um correto manejo físico do solo, é de suma importância que se tenha uma visão

integrada da dinâmica deste no sistema água-solo-planta-atmosfera (SOUZA, 2004). Os

atributos físicos e físico-hídricos dos solos podem variar de um ponto a outro numa mesma

unidade pedológica em virtude, principalmente, dos diferentes processos de formação e

desenvolvimento dos solos, do manejo e dos métodos de campo e de laboratório

(BRAKENSIEK et al., 1981; CAMBARDELLA, 1994).

A variabilidade espacial dos diversos atributos do solo envolvidos no processo de

produção agrícola em extensas áreas, pode ser relativamente elevada (SOUZA, 2004). Desta

maneira, o seu conhecimento pode contribuir para a redução de custos nos sistemas de

produção (SIQUEIRA, 2006) depois de realizadas as devidas amostragens, pois a análise

geoestatística pode indicar alternativas de manejo não só para reduzir os efeitos da

variabilidade do solo na produção das culturas, mas também para aumentar a possibilidade de

se estimar respostas do solo em função de determinadas práticas de manejo (TRANGMAR et

al., 1985).

Segundo SOUZA (2004) os atributos químicos do solo, após sofrerem sucessivas

alterações provocadas pelas atividades agrícolas e, conseqüentemente, pelos processos

erosivos, comportam-se de forma bastante diferenciada ao longo da paisagem. Em sistemas de

cultivos altamente tecnificados, como em cana-de-açúcar, é fundamental ter o conhecimento

da variabilidade espacial de atributos químicos, o que poderá contribuir para a redução de

custos nos sistemas de produção (ALBUQUERQUE et al., 1996).

YANAI et al. (2001) determinaram a CTC, pH, Carbono total, N total, relação C/N, P

disponível, N inorgânico, N mineralizável, Ca, Mg, K e Na em 100 amostras de solo coletadas

19

em área de 50x100m, cultivada com arroz. Neste estudo, foi verificada dependência espacial

dos atributos variando entre 20-60 cm.

SOUZA et al. (1997) estudando a variabilidade dos atributos físicos e químicos do

solo de um pomar cítrico, verificaram que, com exceção da saturação por base e Al, os demais

atributos mostraram dependência espacial. BARBIERI et al. (2002) analisando a variabilidade

espacial de P, K e soma de bases em área sob cultivo de cana-de-açúcar, verificaram que os

alcances para os atributos de solo variam entre 580 e 740 m. Assim, sugeriram que em futuras

amostragens, em condições semelhantes, seja utilizada malha suficiente para cobrir toda área

de interesse.

2.7 Mapeamento da Produtividade O mapeamento da produtividade proporcionado pelas ferramentas da AP, destaca-se

como uma alternativa para gerenciar a variabilidade espacial e temporal de lavouras

comerciais, orientando práticas de manejo (MOLIN, 1997; MILANI et al., 2006). QUEIROZ

et al. (2000) e MOLIN et al. (2001) afirmaram que os mapas de produtividade podem ser

utilizados como ponto de partida, a fim de avaliar as causas de variabilidade da produtividade

das culturas, bem como verificar as possíveis causas de modificações que o sistema de manejo

pode trazer em locais específicos. Para MOLIN (2001) o mapa de produtividade é a

informação mais completa para se visualizar a variabilidade espacial das lavouras.

No entanto, para SCHULER et al. (1998) as informações dos mapas de produtividade

são disponíveis somente após os problemas já terem afetado o rendimento agrícola. Assim, os

mesmos são úteis em análises posteriores à época de sua obtenção. No mesmo contexto,

DOEGE (1999) comenta que apesar do mapa ser um instrumento valioso na determinação da

variabilidade espacial da produtividade, ele não permite determinar a sua causa. Dessa forma,

há a necessidade de se fazer um estudo detalhado das causas da variabilidade da área através

de mapas de atributos do solo, depois de identificado o comportamento espacial da

produtividade da cultura.

Esse mapeamento da produtividade das culturas é útil para a racionalização da

agricultura, investigação mais precisa da variação espaço-temporal e definição das estratégias

de manejo localizado (AVELLAR et al., 2002; MANZIONE et al., 2002; RODRIGUES et al.,

2002). MILANI et al. (2006) relatam que o manejo localizado tendeu a apresentar

produtividades mais homogêneas e superiores ao manejo uniforme. Tal aplicação, no entanto,

requer acompanhamento e análise de mapas de produtividade, considerando um histórico de

20

várias safras e de diferentes culturas para que sejam contempladas as variabilidades temporal

e espacial (BLACKMORE et al., 2003). A questão é determinar a quantidade necessária de

mapas de produtividade que representem a área adequadamente.

LARK et al. (1999) consideram ser necessária a análise de uma seqüência de mapas de

produtividade para que se definam unidades de manejo em um talhão, associando-as aos

atributos de solo. LÜTTICKEN (1999) e MANTOVANI (2006) afirmaram que são

necessários de dois a três anos de mapeamento de produtividade para que informações

relevantes sobre potencial produtivo possam ser obtidas.

2.8 Correlação entre a Produtividade e as Propriedades Físicas e Químicas do Solo Segundo CORÁ & MARQUES JÚNIOR (1998) conhecer e modelar a variabilidade

espacial da produtividade das culturas, atributos do solo e qualquer outro parâmetro que possa

estar correlacionado com a produtividade é uma das etapas para se estabelecer um processo de

gerenciamento localizado.

As alterações nos atributos do solo podem causar diferenciações na produtividade das

culturas (JAKOB, 1999). Assim, correlacionando-se estes atributos com a produtividade, é

possível identificar quais atributos de solo mais contribuem para explicar os altos e baixos da

produtividade das lavouras.

LÜTTICKEN et al (1997) obtiveram em seus estudos coeficientes de correlação

bastante baixos entre os fatores de nutrientes no solo e o rendimento das culturas e somente a

matéria orgânica apresentou influência significativa em 4 de 24 talhões estudados.

CERRI (2005) relata que as correlações de produtividade de cana-de-açúcar com os

atributos físicos e químicos do solo apresentam baixos valores, menores que 0,5, e sugere que

outras propriedades, além das de solo, sejam analisadas como incidência de plantas daninhas,

distribuição de água dentro do talhão, incidência de luz solar, drenagem, entre outros.

MOLIN (2002) com o objetivo de analisar as possíveis relações das manchas da

produtividade da cultura do café com as variações na fertilidade do solo, correlacionou o

mapa de produtividade de café com os mapas dos componentes de fertilidade química do solo

e obteve baixos valores de correlação.

Já KRAVCHENCO & BULLOCK (2000) verificaram que a combinação das

propriedades topográficas e químicas, explicam 10 a 78 % da variabilidade da produtividade

da cultura do milho e da soja.

21

CORÁ et al. (2004) afirmam que conhecer a variabilidade dos atributos do solo,

principalmente aquelas que controlam a produtividade das culturas, é fator importante em um

sistema de produção que visa a sustentabilidade por meio do manejo localizado.

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Fazenda Aparecida, localizada em Mogi Mirim,

Estado de São Paulo, na latitude 220 53` Sul e longitude 460 56` Oeste, com altitude média de

667 m. O solo da área é classificado como Nitossolo Vermelho eutroférrico, segundo o

Sistema Brasileiro de Classificação do Solo (EMBRAPA, 2006). O clima da região é do tipo

Cwa, tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, de acordo com a

classificação climática internacional de Köppen (1918).

A área experimental ocupa aproximadamente 18 ha e está sendo manejada sob sistema

plantio direto com o cultivo da cana-de-açúcar, cultivar SP803280, desde 1995 (Figura 4). O

plantio desta cultura foi feito com espaçamento entrelinhas de 1,4 m. A adubação foi realizada

com aplicações de 500 kg ha-1 de gesso e 500 kg ha-1 de calcário, mais 130 kg ha-1 de cloreto

de potássio misturados e aplicados a lanço, em setembro/08. O adubo fosfatado é aplicado a

cada quatro anos, são 180 kg ha-1 de P2O5 aplicados no fundo do sulco e mais 120 kg ha-1 no

risco; a última adubação fosfatada foi realizada em setembro/05. No momento das

amostragens a cana-de-açúcar estava em seu quarto corte, tendo sido plantada em abril de

2004.

Para a amostragem dos atributos físicos e químicos do solo a área foi demarcada em

grade de 30 x 30 m, perfazendo um total de 203 pontos amostrais (Figura 5a). Já para

amostrar a produção, foi utilizada uma grade de 30 x 60 m, perfazendo um total de 105 pontos

amostrais (Figura 5b).

22

Figura 4 – Foto aérea da área experimental em Mogi Mirim. Fonte: CARDOSO, F. (2002).

1

2

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, m

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Dis

tânc

ia Y

, m

Figura 5 - (a) Grid de amostragem com 203 pontos (30x30 m) e (b) 105 pontos (30x60 m).

23

3.1 Determinações Efetuadas 3.1.1 Georreferenciamento dos pontos Os pontos de amostragem foram georreferenciados com GPS, marca Garmin�, no

sistema de projeção em UTM FUSO 23, datum planimétrico local “Córrego Alegre”.

3.1.2 Análise química do solo

Para cada ponto da grade amostral foram coletadas amostras de solo na profundidade

de 0-0,20 m, em novembro de 2008. Estas amostras foram compostas por três subamostras,

retiradas com o auxílio de um trado holandês, ao redor de cada local de amostragem. Elas

foram embaladas, devidamente identificadas e submetidas à análise química. Os seguintes

atributos químicos do solo foram determinados de acordo com metodologia proposta por

RAIJ et al. (2001) no Laboratório de Química do Solo do Instituto Agronômico: pH, matéria

orgânica (MO), potássio (K), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial

(H+Al), boro (B), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn). Após análise química, foram

calculados: capacidade de troca catiônica (CTC), soma de bases (SB), saturação por bases

(V%) e a necessidade de calagem (NC).

Para o cálculo da NC utilizou-se a fórmula proposta por RAIJ et al. (1997), na qual

leva-se em consideração a capacidade de troca catiônica (CTC) e os níveis de saturação por

bases (V) medidos na área experimental (V1) e o ideal para a cultura (V2), que no caso da

cana-de-açúcar é de 60 %. O PRNT do calcário foi considerado igual a 67 %.

3.1.3 Permeabilidade do solo

As medições de permeabilidade foram feitas com permeâmetro de campo de carga

constante desenvolvido pelo Instituto Agronômico, segundo VIEIRA (1998) (Figura 6). Para

tanto, abriu-se um orifício no solo com trado apropriado, até a profundidade desejada e com

três centímetros de raio.

24

Figura 6 – Amostragem da permeabilidade do solo: (a) abertura do orifício com trado; (b) permeâmetro de carga constante; (c) detalhe da haste.

As medições foram realizadas em novembro de 2008 à 0,20 m, 0,40 m e 0,60 m de

profundidade, com as quais foram obtidas taxas constantes de fluxo em mm min-1,

correspondente à carga hidráulica de 0,05 m. Foram calculadas a infiltração tridimensional e a

condutividade hidráulica saturada de campo.

A partir dos dados de fluxo saturado em mm min-1 obtidos no campo, foram

calculados a condutividade hidráulica saturada (Kfs) e o potencial matricial de fluxo (�m),

utilizando, segundo REYNOLDS et al. (1992), a equação básica para a condição de fluxo sob

carga constante (H), dentro do orifício cilíndrico de raio a,

)C

H2(+K)a+

CH2

(=Q mfs2

2

��

��

(15)

em que: C é um fator que considera a geometria das medições, de acordo com a textura do solo;

Q é a taxa de fluxo constante; e a o raio do orifício.

Foi calculada a infiltração saturada tridimensional, usando-se a taxa constante e a

geometria do orifício pela relação entre o volume de água infiltrada (litros) e a área molhada do

orifício (m2).

O volume da água infiltrada (litros) é calculado por:

3p10Q

4

DV

2

��� (16)

em que: Dp2 é o diâmetro do reservatório do permeâmetro (cm), e Q é a taxa constante (cm

min-1) encontrada para a segunda carga hidráulica (cm).

(a) (b) (c)

25

A área (m2) molhada no orifício é calculada por:

42o

2o 10HD

4

DA �

���

����

���

��

(17)

em que: Do é o diâmetro do orifício (cm) e H2 é a segunda carga hidráulica (cm) usada.

Dividindo V (Equação 16) por A (Equação 17), tem-se:

QHD4D

D60I

2o2

o

2p

���

����

�� (18)

em que: I é a infiltração (mm h-1), e Q é a taxa constante (mm min-1).

3.1.4 Resistência à penetração

A resistência à penetração foi avaliada utilizando-se o penetrômetro de impacto,

modelo IAA/Planalsucar, de acordo com STOLF (1991) (Figura 7). Sua medição foi realizada

em novembro de 2008, nos 203 pontos de amostragem. No momento da medição, o solo

encontrava-se com 17,28 % de umidade gravimétrica. Para a determinação da resistência à

penetração do solo, colocou-se uma chapa furada no ponto de amostragem, evitando-se locais

como buracos de insetos e rodados de pneus. Em seguida, encaixou-se a ponta da haste no

furo da chapa, mantendo-se o penetrômetro na vertical. Fizeram-se as leituras, em centímetro,

de acordo com cada impacto, até que fosse atingido 0,40 m de profundidade.

Para o cálculo da resistência foi utilizado o procedimento descrito por STOLF (1991)

apresentado a seguir:

A

FR� (19)

em que: R é a resistência (Kgf/cm2); F é a força da resistência (Kgf); A é a área da base do

cone (cm2).

x/Mgh*)mM(Mg)mM(F ���� (20)

em que: M é a massa que provoca o impacto (Kg); m é a massa dos demais componentes

(Kg); g é a aceleração da gravidade (9,81 m/s2); h é a altura de queda (cm); x é a penetração

por impacto (cm).

Os termos da equação podem ser definidos como:

gx)mM()mM(*MghFx ���� (21)

Calculou-se a resistência média para todas as camadas de 0,05 m, da superfície (zero)

até 0,40 m de profundidade, em MPa.

26

Figura 7 – Penetrômetro de impacto.

3.1.5 Granulometria do solo

Foram coletadas amostras de solo deformadas nos 203 pontos de amostragem, na

camada de 0-0,20 m de profundidade, em novembro de 2008. As amostras foram secas ao ar,

passadas em peneira com 2 mm de abertura e análisadas usando o método da pipeta descrito

em CAMARGO et al. (1986).

3.1.6 Porosidade e densidade do solo

Foram coletadas em novembro de 2008, amostras indeformadas em anéis volumétricos

de 100 cm3 (5 cm de diâmetro interno) na camada de 0-0,20 m de profundidade (Figura 8),

para a determinação da porosidade e densidade do solo. As determinações foram efetuadas

conforme metodologia descrita por CAMARGO et al. (1986).

Figura 8 – Coleta de anel para amostragem de porosidade e densidade do solo.

27

3.1.7 Topografia A topografia da área foi avaliada em dezembro de 2008, usando como parâmetro a

altitude relativa por meio de um nível de precisão, nos 203 pontos. Com estes dados pôde-se

construir um mapa topográfico do terreno (Figura 9) a partir do semivariograma e da

interpolação dos dados por krigagem. Este mapa apresenta o relevo da área e serviu de apoio

para as discussões dos resultados, a fim de se verificar a influência da declividade da área na

distribuição espacial dos atributos do solo e produtividade.

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X (m)

50

100

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Dis

tânc

ia Y

(m

)

646

658

670

682

Topografia (m)

Figura 9 – Mapa topográfico da área experimental.

3.1.8 Produtividade da área

Para medir a produtividade da cana-de-açúcar foi aplicado o método proposto por

GHELLER et al. (1999), que estima o peso total da parcela através da multiplicação do

número de colmos da área amostrada pelo peso médio de dez colmos.

A produção de cana-de-açúcar foi amostrada em agosto de 2009, em 105 pontos em

grade de 30 x 60 m. Em cada ponto amostral, foram escolhidas três linhas de cana-de-açúcar

de 10 metros de comprimento e nestas foram contados os números de colmos para o cálculo

de seu peso médio. Posteriormente, foram colhidos dez colmos ao acaso dentre as três linhas

de cada ponto para a pesagem (Figura 10).

28

Figura 10 – Pesagem da cana-de-açúcar nos 105 pontos de amostragem.

Dessa forma, a produtividade pôde ser calculada da seguinte maneira, como descrito

por GHELLER et al. (1999):

a) Peso médio por colmo:

nc

pfpmc � (22)

em que: pf é o peso do feixe; nc é o número total de colmos pesados nas três linhas.

b) Peso estimado no ponto amostral:

tcolmospmcpep �� (23)

em que: tcolmos é o total de colmos.

c) Produtividade agrícola:

A partir do peso médio estimado em cada ponto amostral e tendo em vista o

espaçamento entrelinhas de 1,4 m, pôde-se calcular a produtividade por hectare.

3.2 Análise dos Dados 3.2.1 Estatística descritiva

Foram calculados os momentos estatísticos descritivos (média, desvio padrão,

coeficiente de variação, assimetria e curtose) utilizando o programa STAT apresentado por

VIEIRA et al. (2002). Com esta análise verificou-se principalmente o coeficiente de variação

dos dados e se eles tinham distribuição normal (valores de assimetria e curtose próximos de 0)

29

ou não. Quando um conjunto de dados se aproxima da distribuição normal, os valores de

assimetria e curtose se aproximam de zero (0), e nesse caso, o valor de tendência central

(média) é igual ao que mais ocorre (moda). Se os coeficientes de assimetria e de curtose

forem maiores do que zero (0), a distribuição de freqüências dos dados tenderá a lognormal, a

qual se caracteriza por ter uma grande quantidade de valores pequenos, e alguns valores tão

grandes que causam a média, a mediana e a moda serem diferentes entre si. Isto acontece

quando a variável tem distribuição bastante localizada, ou seja, existem lugares com valores

altos e outros com valores baixos. Para confirmar a normalidade ou não dos dados, foi feito o

teste de kolmogorov-smirnov a 5% de significância.

Os valores de atributos maiores do que a média mais quatro desvios-padrões e

menores do que a média menos quatro desvios-padrões (CAHN et al., 1994), foram

descartados e considerados outliers. Como resultado, menos de 1,5 % da população de dados

de alguns atributos do solo foram descartados.

3.2.2 Semivariograma

Para analisar a variabilidade espacial das variáveis, os dados foram analisados através

de métodos geoestatísticos de análise de semivariogramas, descritos por VIEIRA (2000),

partindo das pressuposições de estacionaridade da hipótese intrínseca. A autocorrelação

espacial entre locais vizinhos foi calculada através da semivariância γ(h) conforme a equação

2, por meio do programa GEOSTAT (VIEIRA et al., 2002).

Modelos matemáticos foram ajustados aos semivariogramas, os quais permitiram

visualizar a estrutura de variação espacial das variáveis. Os critérios e procedimentos para

ajuste do modelo do semivariograma foram feitos conforme VIEIRA et al. (1983).

Uma maneira bastante ilustrativa e eficiente de expressar a dependência espacial com

apenas um parâmetro foi utilizando o grau de dependência espacial (GD), que é a proporção

da variância estrutural (C1) em relação ao patamar (C0 + C1), e que foi calculado pela

equação:

100CC

CGD

10

1 ����

����

��

� (24)

e que de acordo com ZIMBACK (2001), pode ser utilizado para classificar a dependência

espacial em fraco se GD � 25 %; moderada para 25 % < GD < 75 %; e forte para GD � 75 %.

30

3.2.3 Krigagem

Quando a autocorrelação espacial entre as amostras existiu, foram interpolados valores

no campo de estudo, sem tendência e com variância mínima, utilizando o método de

krigagem, descrito por VIEIRA (2000). Dessa forma, valores de propriedades espacialmente

distribuídas foram estimados a partir de valores adjacentes interdependentes. Esta estimativa

dos valores das propriedades do solo e da produtividade da cana-de-açúcar foi dado pela

equação 6, por meio do programa GEOSTAT (VIEIRA et al., 2002).

3.2.4 Mapa de isolinhas

Para a manipulação e visualização da distribuição espacial foram construídos mapas

de isolinhas das variáveis em função da coordenada geográfica arbitrária com o software

SURFER 7.0 (SURFER, 1999).

Contudo, foram feitos os mapas de todas as variáveis do solo estudadas, com o

propósito de caracterizar a área quanto ao comportamento destes atributos químicos e físicos.

Após o conhecimento da variabilidade da área, fez-se um estudo de correlação entre esses

atributos e a produtividade, por meio da análise de correlação linear de Pearson com um nível

de significância de 5%. Nesta análise, avaliou-se a correlação entre os atributos químicos e

físico-hídricos do solo, com o objetivo de verificar possíveis correlações entre eles, bem como

reforçar os resultados da ACP. Esta análise foi realizada no programa STATISTICA

(STATSOFT INC., 1999).

3.2.5 Análise de componentes principais (ACP)

A ACP foi aplicada com o objetivo de identificar as variáveis de maior peso na

combinação linear das componentes principais mais importantes, possibilitando assim, a

redução do número dessas variáveis a partir do descarte das que tiveram pouca ou nenhuma

participação na variabilidade total dos atributos do solo.

Para esta análise foram aplicados os cálculos descritos na revisão bibliográfica

(Equação 11, 12, 13 e 14) por meio do programa STATISTICA (STATSOFT INC., 1999). A

partir dos resultados obtidos foram escolhidos os atributos que possuíram correlação maior

que 0,65 com os componentes principais, com a finalidade de obter coerência na explicação

dos componentes.

31

3.2.6 Semivariograma cruzado e cokrigagem

O semivariograma cruzado foi realizado entre os atributos do solo selecionados pela

ACP e a produtividade. Foram aplicados os cálculos descritos na revisão bibliográfica para o

semivariograma cruzado e a cokrigagem (Equaçao 9 e 10). Dessa forma, verificou-se se a

produtividade da cana-de-açúcar pode ser estimada a partir de outras variáveis, e

consequentemente, o seu grau de relacionamento espacial com os diversos atributos do solo

estudados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Variabilidade Espacial dos Atributos Físico-Hídricos do Solo

Os resultados da estatística descritiva para as variáveis fisico-hídricas do solo são

mostrados na tabela 1.

Os valores de média permitem algumas inferências relevantes a respeito das variáveis

físico-hídricas. Os valores médios de condutividade hidráulica foram crescentes conforme a

profundidade do solo. Isto mostra a presença de uma camada superficial mais compactada,

fato este que pode estar associado ao não revolvimento do solo e ao tráfego de máquinas.

Verifica-se também que a resistência à penetração do solo após os primeiros 0,05 m sofreu

um aumento de aproximadamente 220 %. Este aumento perdurou até os 0,20 m de

profundidade, a partir de então começou a haver redução na compactação do solo (Figura 11).

Segundo CAMARGO & ALLEONI (1997), a resistência à penetração é considerada baixa

para valores entre 1,0 – 2,5 MPa. Verifica-se, no entanto, que os valores encontrados no

presente trabalho foram superiores ao acima sugerido, sendo assim, a partir da camada de 0,05

m a compactação do solo pode ser limitante ao crescimento radicular. DEXTER (1987)

afirma que a compactação do solo é mais prejudicial em solo seco, e em condições de maior

teor de água no solo pode haver crescimento radicular em valores de resistência do solo à

penetração superiores a 4,0 MPa.

32

Tabela 1 - Parâmetros da estatística descritiva para as variáveis fisico-hídricas do solo.

Variável Unidade Média D.P. C.V. Assimetria Curtose d Distribuição de frequência

K� 0,20 m dia-1 0,39 0,29 75,20 1,91 4,32 0,19 Não normal K� 0,40 m dia-1 0,43 0,29 67,95 1,14 1,46 0,13 Não normal K� 0,60 m dia-1 0,98 0,53 54,45 0,97 1,01 0,12 Não normal RP 0-0,05 MPa 2,28 1,40 61,54 1,10 0,85 0,16 Não normal RP 0,05-0,10 MPa 5,04 1,98 39,24 0,61 0,53 0,12 Não normal RP 0,10-0,15 MPa 5,69 1,80 31,57 0,34 -0,57 0,10 Não normal RP 0,15-0,20 MPa 5,92 1,94 32,78 0,67 0,05 0,13 Não normal RP 0,20-0,25 Ma 5,68 1,67 29,47 0,50 0,04 0,12 Não normal RP 0,25-0,30 MPa 5,22 1,82 34,80 1,26 1,65 0,14 Não normal RP 0,30-0,35 MPa 4,71 1,54 32,68 0,90 0,51 0,11 Não normal RP 0,35-0,40 MPa 3,30 1,60 48,50 0,83 0,54 0,12 Não normal Argila g Kg-1 614,70 39,60 6,44 0,06 -0,69 0,05 Normal Silte g Kg-1 143,50 37,37 26,05 0,10 -0,71 0,06 Normal Areia g Kg-1 242,30 16,36 6,75 -0,44 0,86 0,05 Normal PT m3 m-3 0,54 0,03 5,26 0,02 0,31 0,11 Não normal Micro m3 m-3 0,42 0,02 5,01 -0,48 1,52 0,14 Não normal Macro m3 m-3 0,12 0,03 25,37 0,87 0,77 0,14 Não normal Ds Kg dm-3 1,38 0,10 7,59 -0,20 0,54 0,05 Normal

Kθ- condutividade hidráulica saturada do solo; RP- resistência à penetração; PT- porosidade total; Micro- microporosidade; Macro- macroporosidade; Ds- densidade do solo; e d- teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov a 5 % de probabilidade.

Figura 11 - Perfil do solo quanto a sua resistência à penetração.

Já os valores médios de densidade do solo (1,38 Kg dm-3) e porosidade total (0,54 m3

m-3) são considerados abaixo do valor crítico sugerido por alguns autores, uma vez que

CAMARGO & ALLEONI (1997) e ERICKSON (1982), descrevem que acima de 1,55 Kg

33

dm-3 e abaixo de 0,10 m3 m-3, respectivamente, pode haver restrição no desenvolvimento das

culturas.

Os valores apresentados de CV indicam predominantemente que a variabilidade dos

dados em torno da média classifica-se, segundo GOMES (2000), como alta e muito alta, com

exceção de variáveis de granulometria e porosidade do solo que apresentaram um CV baixo.

Com relação à condutividade hidráulica, observa-se que o CV foi alto, porém

decrescente conforme o aumento da profundidade, mostrando que em maiores profundidades

há uma menor variabilidade do solo, muito provavelmente devido ao não revolvimento deste

no sistema plantio direto. Altos valores de CV também foram encontrados por EGUCHI et al.

(2003) avaliando a variabilidade espacial de atributos físico-hídricos de um solo

hidromórfico, por ABREU et al. (2003) em um Argissolo Vermelho-Amarelo e por

LANZANOVA et al. (2007) em um Argissolo Vermelho-Amarelo sob sistema de integração

lavoura-pecuária, indicando que independentemente do manejo e tipo de solo, há uma alta

variabilidade dessa variável.

Para a resistência a penetração também houve a diminuição do CV seguida de sua

estabilização nas camadas de 0,10 a 0,25 m, voltando a aumentar nas camadas mais

profundas. Isso revela que a camada superficial apresenta maior variabilidade espacial, pois é

onde ocorrem as maiores transformações, devido à intensa atividade biológica proporcionada

pela cobertura vegetal morta (WEIRICH NETO et al., 2006). Altos valores de CV para a

resistência a penetração também foram encontrados por SOUZA et al. (2001), UTSET & CID

(2001) e ABREU et al. (2003).

Os valores de CV para a argila e areia (6,44 e 6,75 %, respectivamente) foram

considerados baixos, de acordo com a classificação de GOMES (2000). SOUZA (2004),

ABREU et al. (2003) e GUEDES FILHO (2009) também encontraram baixos CVs para essas

variáveis na camada de 0 - 0,20 m. Já o silte apresentou um alto valor de CV (26,05 %),

corroborando o valor apresentado por GUEDES FILHO (2009) que atribuiu este resultado ao

fato de todos os possíveis erros da análise granulométrica recaírem sobre essa fração, uma vez

que ela é calculada por diferença.

A porosidade total (5,26 %), microporosidade (5,01 %) e densidade do solo (7,59 %),

apresentaram baixos valores de CV. SCHERPINSKI (2005) também encontrou valores baixos

para estas variáveis na camada de 0 – 0,20 m, em uma área comercial de soja. A

macroporosidade apresentou uma maior heterogeneidade (25,37%), como indicou o seu alto

CV. A maior variabilidade deste atributo na profundidade estudada também pôde ser

verificada em estudos feitos por MATA et al. (1998), CAVALCANTE (1999), CARVALHO

34

et al. (2003) e SOUZA et al. (2004). Seguindo a mesma linha de justificativa para o alto CV

obtido para o silte, pode-se inferir que os erros desta análise recaíram sobre a

macroporosidade, já que ela também é calculada por diferença.

É importante salientar que o CV é bastante útil na avaliação da dispersão dos dados

em torno da média, porém ele não é necessariamente um bom indicador da variabilidade

espacial dos atributos do solo, já que não mostra como estes se comportam espacialmente.

Os valores obtidos não apresentaram distribuição normal pelo teste de Kolmogorov-

Smirnov, a 5% de significância, com exceção da granulometria e da densidade do solo, que

mostraram normalidade na distribuição dos dados. Todavia, esta não é uma exigência da

geoestatística, mas é conveniente que a distribuição não apresente caudas muito alongadas, ou

seja, o coeficiente de assimetria deve ser próximo a zero; e que os semivariogramas

apresentem patamares bem definidos, de forma a não comprometer as análises (CRESSIE,

1991), pois a estimativa por krigagem é baseada na média móvel poderada dos valores

(ISAAKS & SRIVASTAVA, 1989).

Verifica-se, entretanto, que os coeficientes de assimetria e curtose foram, de uma

maneira geral, próximos a zero. Isto indica que não há ocorrência predominante de caudas

muito alongadas, bem como do achatamento da curva de distribuição dos dados, o que

assegura num primeiro momento, o não comprometimento de análises posteriores.

Conforme se pôde perceber, a estatística descritiva oferece a visualização do

comportamento geral dos dados e a identificação de possíveis valores discrepantes. O fato

destes dados não se ajustarem a uma distribuição normal implica na limitação da utilização de

métodos oriundos da estatística clássica, para os quais esse requisito é básico (MEAD &

CURNOW, 1983), ou seja, as medidas de tendência central passam a não ser representativas

do conjunto de dados. Uma alternativa é fazer a transformação dos dados a partir do

tratamento logarítmico ou raiz quadrada por exemplo, porém as transformações nem sempre

são eficientes para tornar as variâncias homocedásticas.

A tabela 2 apresenta os modelos dos semivariogramas e os parâmetros relativos aos

ajustes. Verifica-se que a maioria das variáveis apresentou dependência espacial, com exceção

dos dados de resistência à penetração do solo nas profundidades de 0-0,25 e 0,30-0,40 m, que

se apresentaram constantes conforme a distância, o que significa que o alcance para os dados

da variável em questão é menor do que a distância adotada entre os pontos amostrais (30 x 30

m). Isto indica que deveria ser adotada uma grade de amostragem menor, pois essas camadas

do solo apresentaram uma alta variabilidade espacial com relação à sua compactação. A

grande variabilidade das medições de penetrômetro, causada principalmente pela pequena

35

relação entre o tamanho da ponta (haste) do penetrômetro e o ambiente amostrado, apoia e

concorda com a inferência acima. Estas amostragens são muito pontuais e não foram

representativas em uma grade de 30 x 30 m. Também corrobora esta assertativa o fato destas

variáveis terem apresentado, como consequência, um CV alto.

Os semivariogramas das variaveis físico-hídricas do solo foram ajustados, em sua

maioria, ao modelo esférico, confirmando a predominância deste modelo matemático nos

trabalhos de ciência do solo (GREGO & VIEIRA, 2005). Um aspecto relevante que merece

ser comentado, é o fato dos dados das variáveis, argila e silte, terem apresentado tendência e

ausência de estacionaridade, o que dificulta, segundo VIEIRA (1997) e GUIMARÃES

(2004), o ajuste de modelos adequados ao comportamento espacial da variável. VIEIRA et al

(1983) argumentam que quando a variável apresentar tendência (variações gradativas em

alguma direção), esta deve ser removida antes do ajuste do semivariograma e sugerem o uso

de superfície de tendência para a remoção. Este procedimento foi executado e o modelo

ajustado após a remoção da superfície de tendência parabólica destas variáveis foi o esférico.

Tabela 2 - Parâmetros dos semivariogramas para as variáveis fisico-hídricas do solo.

Variável Modelo C0 C1 a r2 GD K� 0,20 Esférico 0,04 0,04 49,92 0,27 52,16 K� 0,40 Esférico 0,05 0,03 75,00 0,15 38,05 K� 0,60 Gaussiano 0,22 0,07 230,00 0,81 24,49 RP 0-0,5 EPP RP 0,05-0,10 EPP RP 0,10-0,15 EPP RP 0,15-0,20 EPP RP 0,20-0,25 EPP RP 0,25-0,30 Esférico 2,39 0,81 100,00 0,21 25,37 RP 0,30-0,35 EPP RP 0,35-0,40 EPP Argila Esférico 330,92 431,78 236,26 0,94 56,61 Silte Esférico 431,83 380,17 247,94 0,95 46,82 Areia Esférico 193,17 72,27 131,99 0,48 27,23 PT Exponencial 0,0005 0,0002 70,00 0,40 31,34 Micro Exponencial 0,0002 0,0003 116,82 0,68 57,09 Macro Exponencial 0,0005 0,0004 41,12 0,15 44,29 Ds Exponencial 0,0060 0,0047 97,73 0,45 44,13 C0- efeito pepita; C1- variância estruturada; a- alcance; r2- coeficiente de determinação; GD- grau de dependência espacial; Kθ- condutividade hidráulica saturada do solo; RP- resistência à penetração; PT- porosidade total; Micro- microporosidade; Macro- macroporosidade; Ds- densidade do solo; EPP- efeito pepita puro.

36

O semivariograma da condutividade hidráulica do solo a 0,6 m de profundidade foi

ajustado ao modelo gaussiano, concordando com JUNQUEIRA JR et al. (2008), que sugere

em seu estudo sobre a continuidade espacial dos atributos físico-hídricos do solo, este modelo

para a variável condutividade hidráulica. Os semivariogramas da porosidade e da densidade

do solo também foram exceção ao modelo esférico e ajustaram-se ao modelo exponencial.

CAJAZEIRA (2007) e KILIÇ et al. (2004) também ajustaram o modelo exponencial ao

semivariograma da densidade do solo, bem como CARVALHO et al. (2003) ao da porosidade

total.

O efeito pepita (C0) pode refletir o erro analítico, indicando uma variabilidade não

explicada (ao acaso). Quanto menor a proporção do C0 para o patamar (C0+ C1), bem como

quanto maior a proporção de C1 para o patamar, maior será a semelhança entre os valores

vizinhos, maior será a continuidade do fenômeno e menor a variância da estimativa. Esta

análise pode ser visualizada por meio do GD, na qual verifica-se que todas as variáveis

apresentaram moderado grau de dependência espacial (25% < GD < 75%), concordando com

os estudos de outros autores (PASSOS & CARVALHO et al., 2002; GREGO & VIEIRA,

2005; JUNQUEIRA JR et al., 2007).

O alcance da dependência espacial é o parâmetro que indica a distância máxima dentro

da qual uma determinada variável está correlacionada. Dessa forma, seu valor garante que

todos os vizinhos dentro de um círculo cujo raio é dado pela sua magnitude, sejam tão

semelhantes que podem ser usados para estimar valores de tal variável, que estejam em

qualquer outro ponto dentro do seu domínio (VIEIRA & LOMBARDI NETO, 1995). Os

atributos em estudo apresentam três grupos de valores próximos de alcance: de 40 a 75 m (K�

(0,20 e 0,40 m), PT e macroporosidade), de 95 a 140 m (RP 0,25-0,30, areia, microporosidade e

Ds) e de 230 a 250 m (argila e silte). Isto mostra que o alcance da dependência espacial

depende da variável em estudo e que, se as amostragens realizadas nesta área considerassem

estes alcances, os dados obtidos poderiam representar melhor a realidade da área amostrada

(GREGO & VIEIRA, 2005).

O comportamento espacial para todas as variáveis físico-hídricas estudadas foi

avaliado utilizando-se os semivariogramas (Figuras 12 a 15), juntamente com os seus

parâmetros de ajuste mostrados na tabela 2. Estes ajustes foram validados por meio da técnica

de validação cruzada, chamada jack knifing, a qual calcula os parâmetros da regressão linear

entre valores medidos e estimados, e calcula a média e a variância dos erros reduzidos. Este

procedimento foi útil tanto no julgamento adequado dos modelos ajustados, quanto na

37

definição do número ideal de vizinhos utilizados no cálculo da estimativa dos valores não

amostrados.

Pode ser observado que os semivariogramas da RP não apresentaram patamar definido

(com exceção da RP0,25-0,30) e, portanto, não foram ajustados aos modelos matemáticos.

Apesar disto, foram gerados os mapas de seus dados por meio de interpolação a fim de

caracterizar a área quanto à compactação. Para os atributos físico-hídricos que apresentaram

estrutura espacial, foram utilizados os parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados

para estimar valores em locais não amostrados através da krigagem (Figuras 16 a 19).

Condutividade hidráulica - 0,20 m

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0,04; 0,04; 49,92)

Condutividade hidráulica - 0,40 m

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0,05; 0,03; 75)

Condutividade hidráulica - 0,60 m

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Gau(0,22; 0,07; 230)

Figura 12 - Semivariograma da condutividade hidráulica saturada do solo (K�) nas produndidades de 0,20, 0,40 e 0,60 m.

38

Resistência 0-0,05 m

0

0.5

1

1.5

2

2.5

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,05-0,10 m

0

1

2

3

4

5

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,10-0,15 m

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,15-0,20 m

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,20-0,25 m

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,25-0,30 m

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(2,39; 0,81; 100)

Resistência 0,30-0,35 m

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Resistência 0,35-0,40 m

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

EPP

Figura 13 - Semivariogramas da resistência à penetração do solo (RP) de 0-0,40 m de profundidade.

39

Areia Total

0

100

200

300

400

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(193,17; 72,27; 131,99)

Argila (Resíduo)

0

200

400

600

800

1000

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(330,92; 431,78; 236,26)

Silte (Resíduo)

0

200

400

600

800

1000

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(431,83; 380,17; 247,94)

Figura 14 - Semivariogramas da granulometria do solo (areia total, argila e silte) na profundidade de 0-0,20 m.

Porosidade Total

0

0.0002

0.0004

0.0006

0.0008

0.001

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp(0,0005; 0,0002; 70)

Microporosidade

00.00010.00020.00030.00040.00050.0006

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp(0,0002; 0,0003; 116,82)

Macroporosidade

0

0.0002

0.0004

0.0006

0.0008

0.001

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp(0,0005; 0,0004; 41,12)

Densidade

0

0.005

0.01

0.015

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp(0,006; 0,005; 97.73)

Figura 15 - Semivariograma da porosidade total (PT), microporosidade (Micro), macroporosidade (Macro) e Densidade do solo (Ds) na profundidade de 0-0,20 m.

40

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500D

istâ

ncia

Y, m

0.12

0.39

0.66

0.93

Condutividade hidráulica - 0,20 m

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.12

0.39

0.66

0.93

Condutividade hidráulica - 0,40 m

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.12

0.39

0.66

0.93

Condutividade hidráulica - 0,60 m

Figura 16 - Mapa da variabilidade espacial da condutividade hidráulica saturada do solo.

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0-0,05 m

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,05-0,10 m

41

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,10-0,15 m

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,15-0,20 m

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,20-0,25 m

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,25-0,30 m

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,30-0,35 m

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

2.5

4.5

6.5

Resistência à penetração 0,35-0,40 m

Figura 17 - Mapas da variabilidade espacial da resistência à penetração do solo.

42

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

223

235

247

259

Areia Total

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

542

582

622

662

Argila

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

77

117

157

197

Silte

Figura 18 - Mapas da variabilidade espacial da granulometria do solo.

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.5

0.52

0.54

0.56

Porosidade Total

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.37

0.39

0.41

0.43

Microporosidade

43

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.09

0.11

0.13

0.15

Macroporosidade

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

1.2

1.3

1.4

1.5

Densidade do solo

Figura 19 - Mapas da variabilidade espacial da porosidade total, microporosidade, macroporosidade e densidade do solo.

Estes mapas ilustram a distribuição espacial de cada variável físico-hídrica estudada.

Observa-se que na figura 16 há um aumento da condutividade hidráulica com a profundidade,

ou seja, nota-se que ao longo do perfil do solo, a água infiltra-se com maior facilidade,

apresentando valores que variaram de 0,12 a 1,19 m dia-1. Os valores da RP (Figura 17)

variaram de 0,5 a 7,0 MPa, no entanto, nas profundidades de 0,05 a 0,30 m predominaram os

valores mais elevados de compactação do solo, sendo estes superiores a 2,5 MPa, que é o

limite crítico para o ótimo crescimento do sistema radicular, proposto por CAMARGO &

ALLEONI (1997). Valores semelhantes foram encontrados por ROQUE et al. (2008) e

GENRO JUNIOR et al. (2004), refletindo a influência do sistema plantio direto na cana-de-

açúcar, que consolida a camada superficial do solo (BERTOL et al., 2004), principalmente

nos primeiros 17 cm, por estar associado ao tráfego de máquinas agrícolas e também ao não

revolvimento do solo nesse sistema, conforme relatam os estudos de TAVARES FILHO et al.

(2001) e ASSIS & LANÇAS (2005).

O fato de a área apresentar uma textura argilosa, também contribui para a

compactação da camada superficial do solo citada acima. De acordo com os mapas da figura

18, verifica-se a maior presença de argila na sua parte superior, em contrapartida, os maiores

teores de silte e areia se encontram na parte inferior. Isto pode ser explicado pela topografia

da área (Figura 9), ou seja, a argila encontra-se com predominância na parte inferior do relevo

(superior do mapa).

44

Analisando os mapas da figura 19, percebe-se que a Ds não apresentou valores

restritivos ao desenvolvimento radicular na camada de 0-0,20 m de profundidade segundo

CAMARGO & ALLEONI (1997), que consideram crítico o valor de 1,55 kg dm-3 em solos

franco-argilosos a argilosos. Este fato contraria a assertativa acima apresentada a respeito da

resistência do solo à penetração, no entanto, deve-se levar em consideração que a RP é uma

das propriedades físicas do solo diretamente relacionada com o crescimento das plantas

(LETEY, 1985 e ROQUE et al.,2008) e modificada pelos sistemas de preparo do solo

(TORMENA et al., 2002). Assim, a Ds não é o fator mais limitante ao crescimento radicular,

e sim a resistência que o solo oferece ao crescimento das raízes, determinada por um

penetrômetro (VOORHEES, 1983). VOORHEES et al. (1978), estudando os efeitos do

tráfego de máquinas sobre o solo, verificaram que a RP foi mais sensível como indicador da

compactação do solo que a Ds.

Além disso, a ocorrência de compactação do solo também pode ser observada, quando

se analisam as relações entre o volume de macroporos e a porosidade total, cujos valores, a 10

cm de profundidade, foram inferiores a 0,33, valor citado por TAYLOR & ASCHCROFT

(1972) como ideal, ou seja, os volumes de macroporos foram abaixo de 1/3 do volume total

de poros, variando entre 0,09 a 0,17 m3 m-3. Estes valores concordam com os apresentados

por BERTOL et al. (2004), que ainda menciona como relativamente altos os valores de

microporosidade variando de 0,42 a 0,49 m3 m-3, o que indica a possibilidade de ocorrência de

capilaridade no solo.

Entretanto, com relação às variáveis fisicas do solo, vários autores (TORMENA et al.,

2002; BERTOL et al., 2004; GENRO JUNIOR et al., 2004; MELO, 2006; e SILVEIRA et al.

1999) mencionam, seja através da Ds, macroporosidade, RP ou mesmo da classe textural do

solo, que a camada superficial do solo no sistema de plantio direto apresenta-se mais

compactada em função da falta de revolvimento do solo por longo período e pela ocorrência

cíclica de tráfego de máquinas ou implementos agrícolas (TORMENA et al., 1998, SIDIRAS

et al., 1982).

4.2 Variabilidade Espacial dos Atributos Químicos do Solo

Os resultados da estatística descritiva para as variáveis químicas do solo, amostradas

na camada de 0-0,20 m, estão na tabela 3.

45

Tabela 3 - Parâmetros da estatística descritiva para as variáveis químicas do solo na camada de 0–0,20 m.

Variável Unidade Média D.P. C.V. Assimetria Curtose d Distribuição de frequência

MO g dm-3 34,63 3,49 10,09 0,13 -0,31 0,08 Não normal pH mg dm-3 5,05 0,33 6,63 -0,22 -0,28 0,08 Não normal P mg dm-3 18,40 9,49 51,57 1,36 2,40 0,11 Não normal K mmolc dm-3 2,52 0,96 37,95 1,20 1,77 0,12 Não normal Ca mmolc dm-3 34,70 11,77 33,92 0,17 -0,02 0,04 Normal Mg mmolc dm-3 7,61 2,92 38,41 0,49 -0,29 0,12 Não normal H+Al mmolc dm-3 41,73 10,60 25,41 0,51 -0,33 0,13 Não normal SB mmolc dm-3 44,83 14,14 31,53 0,14 -0,23 0,03 Normal CTC mmolc dm-3 86,65 7,84 9,05 0,77 1,22 0,10 Não normal V % 51,22 13,57 26,49 -0,42 -0,48 0,07 Normal NC t ha-1 1,33 1,41 105,80 0,90 -0,12 0,17 Não normal B mg dm-3 0,43 0,10 23,16 1,10 2,26 0,11 Não normal Cu mg dm-3 4,68 1,45 31,00 0,85 0,57 0,11 Não normal Fe mg dm-3 8,92 2,23 25,02 1,22 1,64 0,12 Não normal Mn mg dm-3 38,28 10,50 27,43 0,35 -0,51 0,09 Não normal Zn mg dm-3 1,90 0,83 43,72 1,38 1,89 0,14 Não normal MO- matéria orgânica do solo; pH- potencial hidrogeniônico; P- fósforo; K- potássio; Ca- cálcio; Mg- magnésio; H+Al- acidez potencial; SB- soma de bases; CTC- capacidade de troca catiônica; V%- saturação por bases; NC- necessidade de calagem; B- boro; Cu- cobre; Fe- ferro; Mn- manganês; Zn- zinco; e d- teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov a 5 % de probabilidade.

Observando os valores médios de cada elemento químico, verifica-se, segundo o

critério de interpretação de análise química do solo descrito por RAIJ et al. (1997), que o P,

K, Mg, B, Fe e V% apresentaram-se com médios teores, e o Ca, pH, Mn, Cu e Zn com altos

teores. Esta classificação com base apenas nos valores médios de cada nutriente deve ser

cautelosa, haja vista os altos CVs que comprovam uma alta variabilidade dessas variáveis. O

uso de valores médios como referência para manejo e adubação do solo, pode resultar em sub

ou superdosagens na área.

O coeficiente de variação fornece, segundo LANDIM (1998), uma medida relativa da

precisão do experimento, sendo bastante útil na avaliação da dispersão dos dados,

normalmente apresentados em porcentagem. Considerando a classificação proposta por

GOMES (2000), somente o pH e a CTC apresentaram CV baixo (< 10%) corroborando os

CVs obtidos por MELO FILHO (2008), MACHADO et al. (2007), SILVA et al., (2007) e

SOUZA et al. (2007). A MO apresentou médio CV (entre 10 e 20%), H+Al, V%, B, Fe e Mn

alto (entre 20 e 30%) e as demais variáveis, muito alto (> 30%). BECKETT & WEBSTER

(1971) afirmam que P, K, Ca e Mg são atributos do solo muito alterados pelo manejo, em se

46

tratando de variabilidade, e que MO e CTC total formam um grupo intermediário. Os altos

valores de coeficientes de variação podem evidenciar alterações provocadas pelo homem com

adubações e calagens sucessivas e irregulares, bem como efeitos residuais de adubações

anteriores, principalmente com relação ao P, haja vista que este elemento apresenta baixa

mobilidade e geralmente é adicionado na linha de plantio. De modo geral, valores elevados de

CV para a química do solo também foram encontrados por outros autores (SILVEIRA &

CUNHA, 2002; ZANÃO JÚNIOR et al., 2007; COUTO & KLAMT, 1999). A grande

justificativa sugerida é a existência de maior variabilidade do solo com a adoção do sistema

plantio direto, quer no sentido horizontal, pela distribuição irregular na superfície do solo

(KLEPKER & ANGHINONI, 1995; COUTO, 1997), quer ainda no sentido vertical, pelas

diferenças nos teores de uma camada mais superficial em relação à outra mais abaixo (ELTZ

et al., 1989; AMARAL & ANGHINONI, 2001).

Entretanto, segundo WOLLENHAUPT et al. (1997), mesmo que os valores do CV

sejam moderados, este não é necessariamente um bom indicador da variabilidade espacial dos

atributos do solo, já que não mostra como os valores se comportam espacialmente.

O ajuste dos dados em uma distribuição do tipo normal foi avaliado pelo teste de

Kolmogorov-Smirnov, a 5% de significância, indicando a normalidade apenas para Ca, SB e

V%. CORÁ et al. (2004), estudando a variabilidade espacial de atributos químicos do solo

para a cultura de cana-de-açúcar não encontraram normalidade para as variáveis em estudo.

Todavia, como já dito anteriormente, a normalidade dos dados não é uma exigência da

geoestatística.

O coeficiente mais comumente usado para descrever a forma da distribuição de

frequência de uma amostragem é o coeficiente de assimetria (ISAAKS & SRIVASTAVA,

1989). Os altos valores dos coeficientes de assimetria para P, K, B, Fe e Zn indicam uma

assimetria positiva, comum em distribuições do tipo lognormal, uma vez rejeitada a hipótese

de normalidade. TAKEDA (2000), ZIMBACK (2001), MOREIRA (2007) e MELO FILHO

(2008) encontraram distribuição lognormal para a maior parte dos parâmetros químicos dos

solos, o que caracteriza haver uma elevada frequência de valores abaixo da média.

A tabela 4 apresenta os parâmetros relativos aos ajustes e os modelos dos

semivariogramas. Verifica-se que todos os atributos estudados apresentaram dependência

espacial, a qual é expressa por meio do ajuste dos semivariogramas predominantemente ao

modelo esférico, o qual foi validado pelo jack knifing. Apenas para B e Cu houve ajuste

exponencial e gaussiano, respectivamente. É importante salientar que os micronutrientes Cu e

47

Fe apresentaram tendência parabólica nos seus dados, sendo assim, trabalhou-se com seus

resíduos após a retirada da superfície de tendência.

Tabela 4 - Parâmetros dos semivariogramas para as variáveis químicas do solo.

Variável Modelo C0 C1 a r2 GD MO Esférico 8,57 4,05 152,22 0,70 32,08 pH Esférico 0,06 0,05 210,00 0,73 45,63 P Esférico 61,96 30,42 117,65 0,42 32,93 K Esférico 0,59 0,32 221,95 0,69 35,39 Ca Esférico 52,77 90,30 205,00 0,86 63,11 Mg Esférico 4,46 5,27 205,00 0,85 54,17 H+Al Esférico 63,65 47,07 180,00 0,71 42,51 SB Esférico 101,83 113,61 232,15 0,91 52,73 CTC Esférico 31,41 38,32 204,39 0,90 54,95 V% Esférico 90,17 96,71 205,00 0,83 51,75 NC Esférico 1,06 0,91 230,00 0,79 46,08 B Exponencial 0,004 0,005 100,00 0,63 55,00 Cu Gaussiano 0,625 0,58 161,91 0,95 48,09 Fe Esférico 1,602 1,86 174,30 0,91 53,73 Mn Esférico 22,95 107,94 207,72 0,97 82,47 Zn Esférico 0,500 0,20 100,00 0,72 28,57 C0- efeito pepita; C1- variância estruturada; a- alcance; r2- coeficiente de determinação; GD- grau de dependência espacial; MO- matéria orgânica do solo; pH- potencial hidrogeniônico; P- fósforo; K- potássio; Ca- cálcio; Mg- magnésio; H+Al- acidez potencial; SB- soma de bases; CTC- capacidade de troca catiônica; V%- saturação por bases; NC- necessidade de calagem; B- boro; Cu- cobre; Fe- ferro; Mn- manganês; e Zn- zinco.

Para analisar o grau de dependência espacial (GD) das variáveis em estudo, avaliou-se

a razão entre a variância estruturada (C1) e o patamar (C0+C1), expressa em porcentagem,

utilizando-se a classificação de ZIMBACK (2001). Nesta análise, todas as variáveis (com

exceção do Mn) apresentaram moderado grau de dependência espacial (25% < GD < 75%), o

que indica que a variabilidade devida ao acaso em distâncias menores que a distância entre os

pontos amostrais, representa uma significativa contribuição para a variância total com o

plantio direto de cana-de-açúcar. Já o Mn apresentou forte GD, mostrando que o C0 teve

pouca contribuição para a variância total.

Com relação ao alcance da dependência espacial, de modo geral, todas as variáveis

apresentaram valores bastante próximos, evidenciando uma continuidade estrutural

semelhante. Além disso, como o alcance fornece informações importantes para planejamento

e avaliação experimental (SOUZA et al., 2007), observa-se que os atributos do solo poderiam

ser amostrados em um espaçamento aproximado de 90 m, uma vez que seus valores de

48

alcance foram maiores, indicando que as amostras estão correlacionadas umas as outras, o que

permite segundo VIEIRA (2000), que se façam interpolações.

Os semivariogramas (Figura 20) permitiram identificar visualmente a presença de

dependência espacial nas propriedades analisadas a partir dos parâmetros da tabela 4 e do

ajuste do modelo matemático que melhor ilustrasse o comportamento da variabilidade da

variável em função da distância. Nota-se que todos os semivariogramas experimentais

apresentaram patamares definidos.

M.O.

0

5

10

15

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(8.57,4.04,152,22)

pH

0

0.05

0.1

0.15

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0.06,0.05,210)

P

020406080

100120

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(61.96,30.42,117.65)

K

0

0.20.4

0.6

0.81

1.2

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0.59,0.32,221.95)

Ca

0

50

100

150

200

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(52.77,90.3,205)

Mg

02468

1012

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(4.46,5.27,205)

49

H+Al

0

50

100

150

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(63.65,47.07,180)

S.B.

0

50

100

150

200

250

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(101.83,113.61,232.15)

CTC

0

20

40

60

80

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(31.41,38.32,204.39)

V%

0

50

100

150

200

250

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(90.16,96.71,205)

Necessidade de Calagem

0

0.5

1

1.5

2

2.5

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(1.07,0.91,230)

B

00.002

0.0040.0060.008

0.010.012

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp(0.0004,0.005,100)

Cu

0

0.4

0.8

1.2

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Gauss(0.62,0.58,161,91)

Fe

0

1

2

3

4

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(1.6,1.86,174.3)

50

Mn

0

50

100

150

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(22.95,107.94,207,72)

Zn

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0.5,0.2,100)

Figura 20 - Semivariogramas das variáveis químicas do solo.

Os parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados foram utilizados para

estimar valores em locais não amostrados através da krigagem (Figura 21). Mapas de

krigagem podem ser elaborados para aqueles atributos que apresentaram dependência espacial

e, esta informação é usada para visualizar e melhor entender o padrão de distribuição espacial,

além de definir diferentes zonas de manejo em uma determinada área (SOUZA et al., 2007).

Verifica-se, entretanto, para os atributos pH, K, Ca, SB, V%, NC e Cu, uma semelhança nos

padrões de ocorrência, mostrando uma relação espacial dessas variáveis na área em estudo.

No entanto, deve-se considerar que os parâmetros SB, V% e NC são calculados e utilizam

elementos similares em suas bases de cálculo. Dessa forma, nota-se, por exemplo, que zonas

de acidez elevada, no mapa de pH, indicam maior necessidade de calagem, como pode ser

visualizado no mapa de NC.

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

30

32.5

35

37.5

M.O.

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

4.4

4.7

5

5.3

pH

51

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

7

15

23

31

P

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

1.5

2.1

2.7

3.3

K

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

12

25

38

51

Ca

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

3.3

5.8

8.3

10.8

Mg

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

28

38

48

58

H+Al

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

17

31

45

59

S.B.

52

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

76

81

86

91

CTC

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

23

37

51

65

V%

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.2

1.2

2.2

3.2

Necessidade de Calagem (NC)

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

0.3

0.4

0.5

0.6

B

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

2.7

4

5.3

6.6

Cu

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

6.5

8.5

10.5

12.5

Fe

53

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

20.9

31

41.1

51.2

Mn

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

1.1

1.7

2.3

2.9

Zn

Figura 21 - Mapas da variabilidade espacial das variáveis químicas do solo.

A acidez potencial do solo (H+Al) apresentou valores elevados (28 a 68mmolc dm-3)

que, no entanto, já eram esperados em função da elevada acidez do solo na área.

O mapa de MO mostra que a distribuição espacial deste atributo variou de 30 a 40 g

dm-3, o que revela ser uma quantidade significativa com distribuição bastante homogênea na

área devido à baixa amplitude de valores. Outra observação relevante e de grande implicação

nesses resultados é o uso do sistema plantio direto, que faz com que haja deposição de restos

culturais (palha) no solo, aumentando assim, a disponibilidade de matéria orgânica. Como a

MO tem estreita relação a CTC do solo, nota-se que esta também apresentou valores

expressivos, variando de 76 a 96 mmolc dm-3.

Verifica-se no mapa de variabilidade espacial dos teores de P disponível uma grande

amplitude entre os valores (7 a 39 mg dm-3), o que pode ser atribuído, em parte, ao fato do

fósforo ser distribuído em linhas, provocando uma maior variabilidade quando comparado a

outros elementos, devido a pouca mobilidade do nutriente além da área adubada.

Nos mapas de micronutrientes, verifica-se que os teores destes elementos no solo

variaram de médio a alto (RAIJ et al., 1997). O B e o Fe apresentaram valores predominantes

na faixa de 0,4 a 0,5 e 6,5 a 8,5 mg dm-3, respectivamente, o que são valores considerados

médios para estes nutrientes. Já o Mn, Cu e o Zn apresentaram as maiores concentrações no

solo, com destaque para o Mn e o Cu, os quais mostraram altos teores em toda a extensão da

área, com predominância de valores na faixa de 31 a 41,1 e 2,7 a 6,6 mg dm-3,

respectivamente. Estes teores elevados podem provocar a fitotoxidez, acarretando, no caso do

Mn, a redução da taxa fotossintética da planta e, consequentemente, o menor aproveitamento

54

deste elemento químico para a produção (MANN et al., 2001). E no caso do Cu, sua alta

concentração pode ocasionar clorose, necrose e inibição no crescimento da raiz (YRUELA,

2005). Os valores predominantes de Zn (1,7 a 2,3 mg dm-3) também podem levar a cana-de-

açúcar a uma fitotoxidez, na qual afetaria seu crescimento e metabolismo (MARSCHNER,

1995).

Observa-se, de maneira geral, que os mapas apresentaram uma variabilidade

significativa e passível de identificação de zonas de manejo específico para aplicações futuras

de fertilizantes e calcário a taxas variáveis, proporcionando dessa forma, um manejo mais

eficiente e econômico como já estudado por CORÁ et al. (2004) na avaliação da variabilidade

espacial de atributos químicos na cultura de cana-de-açúcar.

4.3 Variabilidade Espacial da Produtividade da Cana-de-Açúcar

A tabela 5 mostra que os dados de produtividade da cana-de-açúcar apresentaram um

CV alto, de 21,38 % (GOMES, 2000). Valores altos de CV também foram encontrados por

AMADO et al. (2007) e ROQUE et al. (2008) em estudos sobre a produtividade de diferentes

culturas. O elevado CV indica uma baixa precisão do experimento, porém como já dito

anteriormente, ele não leva em consideração a distância entre amostras, ou seja, a

variabilidade espacial.

O teste de Kolmogorov-Smirnov mostrou a normalidade da distribuição dos dados. A

baixa assimetria e curtose confirmam e complementam este resultado. Segundo

GONÇALVES et al. (2001), para a estimativa por krigagem, a normalidade dos dados é

interessante na avaliação da dependência espacial, porém mais importante que isso é sua

utilização para verificar a não tendência dos dados, conforme mostra o presente estudo.

Tabela 5 - Parâmetros da estatística descritiva para a produtividade da cana-de-açúcar.

Variável Unidade Média D.P. C.V. (%) Assimetria Curtose d Distribuição de frequência

Produtividade t/ha 143,0 30,58 21,38 0,27 -0,62 0,06 Normal d- teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

De acordo com a tabela 6, a análise geoestatística constatou que a produtividade

apresentou dependência espacial, o que pôde ser indicado pelo ajuste do modelo exponencial

55

ao semivariograma. Verifica-se, portanto, que a distribuição dos dados não é aleatória no

espaço e o GD corrobora este fato, uma vez que é classificado como forte (100 %).

Tabela 6 - Parâmetros do semivariograma para a produtividade da cana-de-açúcar.

Variável Modelo C0 C1 a r2 GD Produtividade Exponencial 0 977,45 79,0 0,59 100 C0- efeito pepita; C1- variância estruturada; a- alcance; r2- coeficiente de determinação; e GD- grau de dependência espacial.

O alcance da dependência espacial é de 79 m, ou seja, até este valor a produtividade é

dependente da distância e a partir dele as amostras tornam-se independentes. Esse parâmetro

do semivariograma pode ser mais bem visualizado na figura 22, juntamente com os outros

parâmetros que o define.

Produtividade

0200400600800

100012001400

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Exp( 0; 977,5; 79,0)

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade

Figura 22 - Semivariograma e mapa da produtividade.

Visualizando o mapa de produtividade verificamos que a faixa de 125 a 155 t/ha é a

predominante na área. Uma maior produtividade é vista na parte inferior e na parte central do

mapa, o que corresponde topograficamente às cotas maiores e medianas da área,

respectivamente. A variabilidade espacial da variável em questão é alta e pode vir em resposta

a diversos fatores inerentes ao solo. Uma confirmação desta assertativa acima pode ser

verificada na análise da correlação linear mostrada na tabela 7.

56

A correlação linear entre a produtividade e os atributos do solo estudados, foi

considerada de muito fraca a fraca (< 0,5), segundo a classificação de SANTOS (2007). Isto

representa a baixa influência destas variáveis na produtividade da cana-de-açúcar, a qual

também foi verificada por outros autores (CERRI, 2005; SOUZA et al., 2008). Ademais,

LÜTTICKEN et al. (1997), MATA et al. (1999); YANAI et al. (2001); VIEIRA & MOLIN

(2001) relatam em seus estudos, baixa correlação entre a fertilidade do solo e o rendimento

das culturas.

Segundo SOUZA et al. (2008), estudos têm demonstrado que o relevo tem sido uma

variável que define a distribuição de atributos químicos do solo ao longo da paisagem e tem

apresentado altas correlações com a produtividade de culturas e atributos do solo (> 0,5).

Porém, neste trabalho isto não foi verificado pela correlação linear entre a topografia e a

produtividade, que foi de 0,16 e que apesar de significativa ao nível de 5% é considerada

fraca pela classificação de SANTOS (2007). Na oportunidade, vale ressaltar que a evidência

de baixos coeficientes de correlação não invalida a hipótese de existência de semivariograma

cruzado entre duas variáveis, como observaram FREDDI (2003) e KITAMURA et al. (2007).

Assim, pode-se inferir para este estudo, que haja a possibilidade de cokrigagem entre os pares

de atributos que tiveram baixos coeficientes de correlação.

O fato da produtividade não ter apresentado forte correlação com as variáveis em

estudo, pode estar relacionado com a quantidade insuficiente de informações obtidas com

apenas um mapa de produtividade, ou seja, talvez fosse mais adequado que se tivesse uma

sequência maior de mapas representando várias safras da cana-de-açúcar. Assim unidades de

manejo poderiam ser melhor visualisadas e consequentemente, o mapa de produtividade seria

uma base mais consistente para se verificar o relacionamento espacial com os atributos físicos

e químicos do solo. LÜTTICKEN (1999) afirmou que são necessários de dois a três anos de

mapeamento de produtividade para que informações relevantes sobre potencial produtivo

possam ser obtidas.

57

Tabela 7 – Correlação linear de Pearson entre a produtividade e os atributos do solo.

Prod- produtividade; Kθ- condutividade hidráulica saturada do solo; RP1- resistência à penetração 0-0,05 m; RP2- resistência à penetração 0,05-0,1 m; RP3- resistência à penetração 0,1-0,15 m; RP4- resistência à penetração 0,15-0,2 m; RP5- resistência à penetração 0,2-0,25 m; RP6- resistência à penetração 0,25-0,3 m; RP7- resistência à penetração 0,3-0,35 m; RP8- resistência à penetração 0,35-0,4 m; PT- porosidade total; Micro- microporosidade; Macro- macroporosidade; Ds- densidade do solo; MO- matéria orgânica do solo; pH- potencial hidrogeniônico; P- fósforo; K- potássio; Ca- cálcio; Mg- magnésio; H+Al- acidez potencial; SB- soma de bases; CTC- capacidade de troca catiônica; V%- saturação por bases; NC- necessidade de calagem; B- boro; Cu- cobre; Fe- ferro; Mn- manganês; Zn- zinco; e Topo- topografia.

58

4.4 Análise de Componentes Principais (ACP) Observando as correlações obtidas entre a produtividade e as outras variáveis

estudadas, não foi possível identificar correlações fortes. Mesmo assim, é importante destacar

que existe interação entre essas variáveis e estas interações são fatores limitantes à utilização

da análise de correlação simples na interpretação dos dados. Neste sentido, a ACP como

técnica de análise multivariada, foi utilizada para a identificação das maiores fontes de

variação no conjunto de dados observados, ou seja, verificou-se quais variáveis tiveram maior

peso na variabilidade do solo e que, assim, poderiam explicar a variabilidade da

produtividade.

A ACP foi aplicada nos 203 pontos de amostragens de cada uma das 34 propriedades

físicas e químicas do solo, a fim de analisar as inter-relações existentes entre os atributos do

solo e de reduzir o número de variáveis sem a perda de informações importantes, para o

posterior estudo de cokrigagem. A produtividade não entrou nesta análise, pois se quer

justamente conhecer as maiores fontes de variação no solo que respondam a causa de

variabilidade da produtividade.

Na tabela 8 são apresentados os resultados da ACP, mostrando os autovalores, a

porcentagem de variância explicada para os componentes principais e a porcentagem de

variância acumulada. Foram extraídos nove componentes principais que, de forma acumulada

explicam 79,12% da variância total. O critério utilizado para esta escolha foi baseado na

porcentagem utilizada em diversos trabalhos consultados, dentre eles AFIFI & CLARK

(1996), CASTRO (2004), VALLADARES et al, (2008), FOLLE (2009).

Tabela 8 – Autovalores e a variância explicada das 9 componentes principais.

Componente Autovalor % Variância Total % Variância Acumulada 1 8,02 28,63 28,63 2 3,11 11,10 39,73 3 2,50 8,93 48,66 4 2,14 7,63 56,29 5 1,46 5,22 61,52 6 1,42 5,07 66,59 7 1,29 4,61 71,20 8 1,21 4,32 75,52 9 1,01 3,60 79,12

59

A tabela 9 apresenta as correlações entre as variáveis originais e os nove componentes

principais. Estas correlações indicam quais variáveis mais influenciaram o modelo da

variância dos dados. O primeiro componente principal sempre explica a maior porção de

variação desse conjunto original de dados. O segundo componente explica a segunda maior

porção da variância e assim por diante.

Tabela 9 – Correlações entre os componentes principais e os atributos do solo.

Variável CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 PT -0,08 -0,01 -0,68 0,19 0,46 -0,24 0,36 0,17 0,07 Micro -0,21 -0,21 0,33 -0,04 0,30 -0,02 0,68 -0,03 0,12 Macro 0,07 0,12 -0,85 0,20 0,23 -0,21 -0,09 0,19 0,00 Ds -0,12 -0,29 0,70 -0,24 -0,01 -0,08 0,12 0,18 0,07 MO 0,02 -0,27 -0,13 0,33 0,28 0,30 -0,34 -0,43 0,08 pH 0,86 -0,13 -0,04 -0,20 0,05 0,09 0,05 0,12 -0,04 P 0,11 -0,54 -0,13 0,54 -0,20 0,39 0,16 0,20 -0,01 K 0,03 -0,54 0,12 0,02 -0,07 -0,45 0,23 0,09 0,20 Ca 0,95 -0,20 0,00 -0,01 0,05 -0,02 -0,04 -0,07 -0,07 Mg 0,68 -0,53 0,02 -0,03 -0,10 -0,14 -0,13 -0,01 -0,03 HAl -0,88 0,12 0,10 0,33 -0,02 -0,10 -0,09 -0,17 0,10 SB 0,93 -0,31 0,01 -0,01 0,02 -0,08 -0,04 -0,05 -0,05 CTC 0,49 -0,40 0,16 0,42 0,00 -0,27 -0,19 -0,32 0,04 V% 0,95 -0,22 -0,05 -0,16 0,02 0,01 0,02 0,06 -0,06 NC -0,92 0,14 0,08 0,20 -0,03 -0,03 -0,05 -0,09 0,06 B -0,13 -0,44 -0,21 0,22 0,01 -0,07 0,11 -0,30 0,42 Cu 0,56 0,57 0,10 0,29 -0,18 0,14 0,21 0,01 0,02 Fe -0,29 0,24 0,15 0,45 -0,24 -0,42 0,00 0,12 -0,19 Mn 0,40 0,20 0,25 0,41 -0,30 -0,34 -0,07 -0,01 0,22 Zn 0,32 0,01 0,02 0,59 -0,23 0,53 0,31 0,13 0,08 Argila -0,72 -0,52 0,06 0,04 0,08 0,15 -0,11 0,20 -0,17 Silte 0,73 0,44 0,05 0,19 0,03 -0,21 0,04 -0,04 -0,03 Areia 0,05 0,22 -0,23 -0,50 -0,24 0,10 0,16 -0,37 0,45 RP 0,25-0,30 0,16 0,10 0,01 -0,11 -0,02 0,15 -0,37 0,41 0,56 K� 0,20 -0,10 -0,12 -0,30 -0,05 -0,43 -0,12 -0,10 0,42 0,17 K� 0,40 -0,20 -0,15 -0,43 -0,18 -0,49 -0,13 0,20 -0,21 -0,14 K� 0,60 -0,20 -0,20 -0,37 -0,18 -0,50 0,09 0,10 -0,18 -0,20 Topo 0,61 0,65 0,02 0,05 0,06 0,05 0,12 -0,09 0,01 Kθ- condutividade hidráulica saturada do solo; RP- resistência à penetração; PT- porosidade total; Micro- microporosidade; Macro- macroporosidade; Ds- densidade do solo; Topo- topografia; MO- matéria orgânica do solo; pH- potencial hidrogeniônico; P- fósforo; K- potássio; Ca- cálcio; Mg- magnésio; H+Al- acidez potencial; SB- soma de bases; CTC- capacidade de troca catiônica; V%- saturação por bases; NC- necessidade de calagem; B- boro; Cu- cobre; Fe- ferro; Mn- manganês; Zn- zinco; e CP- componente principal.

60

O CP1, o qual explica 28,63% da variabilidade total, está fortemente correlacionado

com o pH (0,86), Ca (0,95), Mg (0,68), SB (0,93), V% (0,95), silte (0,73), bem como

inversamente correlacionado com o H+Al (-0,88), NC (-0,92) e a argila (-0,72). Pode-se dizer,

portanto, que esse componente reflete a fertilidade e a granulometria do solo, ou seja, muitas

das diferenças entre as 203 amostras de solo são inerentes a estes dois parâmetros. Com este

resultado, pode-se inferir que as maiores causas de variabilidade do solo na área são

predominantemente em função da sua fertilidade e granulometria, o que consequentemente

pode estar influenciando a produção da cana-de-açúcar. CASTRO (2004) no seu estudo de

definição de unidades de gerenciamento do solo por meio de variáveis físico-químicas,

encontrou os mesmos resultados de resposta à variabilidade do solo.

O CP2 explica 11,10% da variabilidade total e está correlacionado principalmente com

a topografia (0,65). Já o CP3 explica 8,93% da variabilidade total e correlaciona-se mais

fortemente com a densidade do solo (0,70) e de forma negativa com a porosidade total (-0,68)

e com a macroporosidade (-0,85), ou seja, quanto maior a densidade do solo menor a sua

porosidade total, sendo esta prontamente influenciada pela diminuição da macroporosidade.

Sendo assim, o CP2 reflete o relevo do solo e o CP3 reflete a porosidade e a densidade do

solo.

Os demais componentes principais não apresentaram correlação significativa com as

variáveis originais, com exceção da microporosidade no CP7 (0,68), o qual vem assegurar a

importante influência da porosidade na variabilidade do solo.

Embora, de alguma maneira, todas as variáveis do solo estejam correlacionadas, ou

mesmo, sejam consequência ou causa uma das outras, foi verificado por meio desta análise,

qual variável tem maior peso na variabilidade do solo nas condições de plantio direto de cana-

de-açúcar. Nota-se que um pequeno número de componentes principais (índices produzidos a

partir da combinação das variáveis) pode ser responsável por explicar uma proporção elevada

da variação total associada ao conjunto original. Percebe-se então que, 14 variáveis explicam,

em grande parte, a variabilidade do solo e são elas que consequentemente, podem ter maior

influência na variabilidade da produção de cana-de-açúcar. Estas variáveis que se destacaram

resumem-se em fertilidade (macronutrientes), granulometria, topografia, porosidade e

densidade do solo. As demais variáveis estudadas podem ser consideradas de pouca

relevância na variação do solo, sendo assim, o próximo passo do presente trabalho será

executado apenas com estas variáveis selecionadas.

61

4.5 Semivariograma Cruzado e Cokrigagem Trabalhando-se com as 14 variáveis selecionadas pela ACP (pH, Ca, Mg, SB, V%,

silte, argila, H+Al, NC, topografia, PT, macroporosidade, Ds e microporosidade) verifica-se

que apenas seis tiveram seu semivariograma cruzado ajustado (tabela 10). Ainda que as outras

oito variáveis (PT, macro, H+Al, V%, NC, argila, silte e topografia), quando analisadas

individualmente tenham apresentado dependência espacial, quando analisadas em conjunto

com a produtividade, seus padrões espaciais não foram concordantes, ou seja, ora baixos

valores coincidiram com altos valores de produtividade, ora baixos valores coincidiram com

baixos valores de produtividade, o que pôde ser confirmado pela não obtenção do

semivariograma cruzado entre esses atributos e a produtividade. CARVALHO et al. (2006) e

FREDDI et al. (2006) não obtiveram o semivariograma cruzado entre a produtividade e a

resistência à penetração do solo. Uma justificativa para isto é a baixa correlação entre a

variáveis.

Tabela 10 - Parâmetros dos semivariogramas cruzados para a produtividade (variável principal) e os atributos do solo (variável auxiliar).

Variável Modelo C0 C1 a r2 GD Prod x Micro Esférico 0,09 0,04 60 0,14 33,09 Prod x Ds Esférico 0,09 0,33 117,20 0,41 78,49 Prod x pH Gaussiano 0 0,91 178,41 0,78 100 Prod x Ca Gaussiano 0 26,19 158,24 0,83 100 Prod x Mg Esférico -2,59 -1,53 220 0,14 37,08 Prod x SB Gaussiano 0 22,41 178,01 0,77 100 Prod x CP1 Esférico 0 5,72 77,64 0,68 100 C0- efeito pepita; C1- variância estruturada; a- alcance; r2- coeficiente de determinação; e GD- grau de dependência espacial.

A tabela 10 mostra que a produtividade foi utilizada como variável principal e os

outros atributos como variáveis auxiliares, além disso, os semivariogramas cruzados das

variáveis foram ajustados aos modelos esférico e gaussiano. Neste estudo também foi feito o

semivariograma cruzado entre a produtividade e a CP1, a título de curiosidade.

Com exceção da microporosidade e do Mg, todos os outros parâmetros obtiveram

forte grau de dependência espacial. Os semivariogramas com seus respectivos ajustes são

apresentados na figura 23. Nota-se que apenas o Mg se correlacionou negativamente com a

produtividade, ou seja, aonde a produtividade foi maior o teor de Mg foi menor.

62

Produtividade x Microporosidade

0

0.04

0.08

0.12

0.16

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0,086;0,042;59,99)

Produtividade x Ds

0

0.2

0.4

0.6

0.8

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0,091;0,332;117,2

Produtividade x pH

00.20.40.60.8

11.2

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Gauss(0;0,91;178,41)

Produtividade x Ca

05

101520

2530

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

iaGauss(0;26,19;158,24)

Produtividade x Mg

-8

-6

-4

-2

0

0 100 200 300

Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(-2,59;-1,53;220)

Produtividade x SB

05

101520

2530

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Gauss(0;22.41;178)

Produtividade x CP1

0

2

4

6

8

0 100 200 300Distância, m

Sem

ivar

iânc

ia

Esf(0,5.71,77.64)

Figura 23 - Semivariogramas cruzados da produtividade com as variáveis do solo em estudo.

63

A tabela 11 diz respeito à variância da estimativa pelos métodos de interpolação de

dados: krigagem e cokrigagem. Observa-se que em todos os casos a variância da estimativa

foi um pouco maior na cokrigagem, portanto, tem-se que este método não permitiu a melhora

da estimativa dos dados quando comparado com a krigagem. Isto ocorreu devido à fraca

correlação existente entre a produtividade e as variáveis auxiliares. Por outro lado, pode-se

observar também, que apesar dos valores de variância da estimativa por cokrigagem não

terem sofrido melhora, eles foram muito próximos aos da krigagem, ou seja, não houve

diferenças significativas no uso dos métodos de interpolação, com exceção da

microporosidade que apresentou um aumento significativo da variância (6439,8). Sendo

assim, o uso das variáveis auxiliares (Ds, pH, Ca, Mg, SB e CP1) pode ser eficiênte na

determinação de valores de produtividade em locais não amostrados.

Tabela 11 - Variância da estimativa pelos métodos de krigagem e cokrigagem.

Método de interpolação Variável Variância da estimativa

prod x Micro 6439,8 prod x Ds 3822,1 prod x pH 3922,6 prod x Ca 3925,2 prod x Mg 3922,7 prod x SB 3924,5

Cokrigagem

prod x CP1 3972,2 Krigagem produtividade 3271,7

Corroborando a assertativa acima, verifica-se que os mapas de variabilidade espacial

construidos por meio de cokrigagem ordinária (Figura 24) ficaram semelhantes aos mapas

interpolados por krigagem, com exceção do mapa estimado pelos valores da microporosidade.

64

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x Microporosidade

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x Densidade

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x pH

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x Ca

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x Mg

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x SB

65

50 100 150 200 250 300 350 400 450

Distância X, m

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Dis

tânc

ia Y

, m

95

125

155

185

Produtividade x CP1

Figura 24 - Mapas da variabilidade espacial da área, estimados por cokrigagem.

5 CONCLUSÕES

A produtividade da cana-de-açúcar sob sistema plantio direto mostrou uma alta

variabilidade e forte dependência espacial, o que ressalta a importância de um manejo

localizado.

O espaçamento de 30 m utilizado entre os pontos amostrais permitiu detectar

dependência espacial moderada para todos os atributos do solo em estudo, com exceção da

resistência à penetração que apresentou independência entre as amostras, segundo o

semivariograma experimental.

Um manejo diferenciado de adubação deve ser conduzido na área, sendo justificado

pela alta variabilidade espacial dos atributos químicos do solo.

A análise de componentes principais comprovou ser uma importante ferramenta de

auxílio no tratamento geoestatístico para múltiplas variáveis regionalizadas, o que facilitou o

uso posterior da cokrigagem.

Para essa área de estudo não foi observada uma correlação linear significativa entre os

atributos do solo e a produtividade de cana-de-açúcar.

As variáveis: Ds, pH, Ca, Mg, SB e CP1, foram eficientes na determinação de valores

de produtividade em locais não amostrados, por meio da cokrigagem. Isto mostra que estas

variáveis foram as que tiveram maior correlação espacial com a produtividade.

66

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