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Vamos falar Cara a cara… para melhorar a saúde COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL Habilidades de Comunicação Interpessoal 1ª .Versão REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA SAÚDE

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Vamos falar

Cara a cara…

para melhorar a saúde

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Habilidades de Comunicação Interpessoal

1ª .Versão

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ficha Técnica: Ministério da Saúde Departamento de Promoção de Saúde Fundo das Nações Unidas pela Infância, UNICEF – Moçambique Setor Comunicação para o Desenvolvimento Concepção e elaboração: Ana Sánchez Quisbert – Consultora Experta em C4D, UNICEF – Moçambique Revisão: Inusso Rafael Chuau – Departamento de Promoção da Saúde – MISAU Isabel Ngomane- Departamento de Promoção da Saúde - MISAU Elisa Mavili – Programa Alargado de Vacinação – MISAU Natércia Matula – Departamento de Promoção da Saúde – MISAU

Aida Mahomed – UNICEF- Moçambique Massimiliano Sani – UNICEF- Moçambique Maputo, Moçambique, Dezembro 2013

O NOSSO MAIOR VALOR É A VIDA

Apresentação

“O enfermeiro não vai atender conforme...”. Esta percepção colhida de uma mãe moçambicana com filho menor de 5 anos durante uma pesquisa para saber porque as crianças não são vacinadas deriva de uma relação mal estabelecida com um provedor de saúde o que fez com que ela preferisse não levar o seu filho à vacinação e consequentemente acabando por não cumprir o calendário de vacinação do seu filho, situação que poderia ter sido diferente com uma simples prática de Comunicação Interpessoal. Com a finalidade de evitar situações semelhantes ou algum mal-entendido foi elaborada a presente Versão Resumida do Manual de Referência “Comunicação Interpessoal e Aconselhamento – CIPA”1. Avançar na promoção e atenção em saúde significa criar uma relação de empatia e confiança com as famílias. A comunicação interpessoal é vital neste processo porque ajuda a melhorar a qualidade de atenção nas Unidades Sanitárias e incentivar a procura dos serviços por parte dos utentes. Muitas vezes, pela falta de tempo ou pela falta de conhecimento de técnicas de comunicação, nos estabelecimentos de saúde gera-se uma relação sem resposta com a mãe, o pai ou outra pessoa que acompanha a criança. Comunicar não é fácil, mas é fundamental. Por isso, o presente módulo apresenta as habilidades básicas da Comunicação Interpessoal, que, se forem devidamente aplicadas podem melhorar o trabalho de promoção de Saúde feito pelo pessoal de saúde, em particular as enfermeiras, médicos, e outros técnicos, os Agentes Polivalentes Elementares (APE) e os activistas. Seja então bem-vindo nesta experiência de falar “Cara a Cara” adequadamente com as/ os utentes. A sua participação activa é muito importante para melhorar as coberturas de vacinação, os cuidados ao recém-nascido, à criança menor de 5 anos, à mulher, ao adolescente, ao homem, em suma à saúde da família. Muito obrigado pelo trabalho que realiza todos os dias e por ter aceite este desafio que só faz bem ao nosso país. Atenciosamente. Departamento de Promoção de Saúde Ministério da Saúde

1 Produzido e editado pelo Grupo de Trabalho Central de CIPA, Repartição de Educação para Saúde Pública – RESP (Actual Departamento de Promocao de Saude/ Departamento da Saúde da Comunidade/Direcção Nacional de Saúde do MISAU, com assistência técnica da equipe de IEC do Projecto HSDS, e apoios do Center for Communication Program da Johns Hopkins University (JHU/CCP) e da Jonh Snow Inc./USAID/MISAU. Maputo, Moçambique, 2002.

A Comunicação Interpessoal é a troca de informação e sentimentos Cara a Cara, de maneira verbal e não-verbal, entre as pessoas ou grupos. Para que a comunicação seja eficaz entre o pessoal de saúde, agente polivalente elementar ou activista e a mãe, pai ou responsável pela criança é necessário que tenhamos:

Empatia: É pôr-se no lugar da utente para compreender o seu comportamento e as suas emoções para que fique a vontade e confie no pessoal de saúde ou na pessoa que está a fazer o aconselhamento. Se existe empatia poderemos ter um diálogo sincero sem julgar, sem minimizar as preocupações ou tristezas da mãe, pai ou responsável da criança menor de 5 anos ou da mulher grávida, sem ferir os sentimentos ou auto-estima dos outros.

Respeito: Em relação à forma de pensar, de fazer as coisas e aos sentimentos dos utentes. Quando existe respeito à cultura, género e idade dos outros não se faz críticas ou punições, nem se tem prejuízos.

Discrição: Significa não divulgar os problemas da mãe, pai, ou outra pessoa que é atendida no serviço de saúde ou que tenha recebido aconselhamento. Isto é de fundamental importância principalmente no caso de doenças em que as pessoas sofrem discriminação ou estigmatização como é o caso do HIV e SIDA.

Sinceridade: Significa expressar emoções positivas e sinceras quando se responde às preocupações e expectativas dos usuários do serviço.

Ao nível das Unidades Sanitárias é importante que haja troca de informação, conhecimento, formação, motivação ou aconselhamento às mães, pais ou responsáveis por crianças menores de 5 anos, adolescentes, mulheres, homens para fazer prevenção, reconhecimento dos sinais de perigo ou dar cuidados especiais quando estes estiverem doentes. Para que as mensagens que compartilhamos tenham bons resultados é preciso trocar a informação: saber escutar e depois falar, falar e depois escutar, desenvolvendo no decorrer da comunicação interpessoal seis habilidades básicas:

O que é a Comunicação Interpessoal?

Habilidade 1: Utilizar gestos e palavras Habilidade 2: Falar, mas é melhor escutar Habilidade 3: Fazer perguntas adequadas Habilidade 4: Responder com amabilidade Habilidade 5: Motivar com respeito Habilidade 6: Expressar sentimentos positivos

Utilizar gestos e palavras

Falar, mas é melhor escutar

Fazer perguntas adequadas

Responder com amabilidade

Motivar com respeito

Expressar emoções positivas

Habilidades de Comunicação Interpessoal

¿O que é utilizar gestos e palavras?

Na comunicação interpessoal às vezes utilizamos a comunicação verbal (quando falamos) e às vezes não, contudo sempre expressamos alguma coisa com o nosso corpo (gestos - comunicação não verbal). Nossas palavras devem fortalecer o que expressamos com o corpo para que as duas linguagens não se contrariem. As mensagens são mais fáceis de compreender quando utilizamos a comunicação verbal e não-verbal ao mesmo tempo.

¿Porque é importante utilizar gestos e palavras?

Com as palavras transmitimos mensagens negativas ou positivas. Com os gestos do corpo acontece a mesma coisa. Por isso é importante ter um equilíbrio entre aquilo que se diz e o que se faz para transmitir só mensagens boas e claras. Assim como é importante utilizar gestos e palavras para nos comunicarmos bem, também é importante estar atentos à comunicação verbal e não-verbal da utente para compreende-la melhor.

¿Como utilizar gestos e palavras?

UTILIZAR GESTOS E PALAVRAS

Habilidade 1

Comunicação NÃO Verbal Gestos, movimentos corporais

Relaxar-se, não ficar tenso

Atenção com as pessoas

Movimentar-se em direção à pessoa

Olhar de frente com atenção

Sorrir amavelmente

Comunicação Verbal: Palavras faladas (gritos, assobios, choros e risos) ou textos escritos

Clareza na comunicação, frases curtas, simples sem linguagem técnica

Reflectir antes de falar

Escutar o que a outra pessoa está a falar

Repetir o que já se falou e verificar se a pessoa percebeu bem o que lhe foi dito

TODA PESSOA TEM DIREITO DE SER TRATADA COM RESPEITO

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Uma mulher grávida vai pela primeira vez à consulta pré-natal e inicia a seguinte conversa: Mulher: Bom dia... Pessoal de Saúde: Entra e senta ali O que é que se passa? Mulher: Eu vim para saber como está a minha gravidez Pessoal de Saúde: (Olha para a mulher) Hummm, mas mãe, Anda a comer muito não é?

!!!! Tá muito gorda… Mulher: (Fica calada)... Pessoal de Saúde: Vamos ver…. olha você está muito nervosa, !Por favor! ! tem que me

ajudar!!! Assim não dá Mulher: Desculpa... Pessoal de Saúde: Estou com presa, vamos acabar logo... Quais são as manifestações verbais negativas na atenção da mulher grávida? Como se poderia melhorar esta situação? Por favor, escreva de novo esta história, mas com as palavras mais adequadas. Mulher: Bom dia... Pessoal de Saúde: Mulher: Eu vim para saber como esta a minha gravidez Pessoal de Saúde: Mulher: (Fica calada)... Pessoal de Saúde: Mulher: Desculpa... Pessoal de Saúde: Agora, identifique com um ¨X¨ quais são as manifestações Não-verbais ou gestos negativos que podem impedir uma boa troca comunicativa:

Dar a mão à utente

Olhar o relógio

Não olhar à utente

Sorrir com agrado

Falar pelo telefone enquanto se esta fazendo a consulta

Manter o contacto visual com a mãe

Mastigar chiclete

Olhar mais para o livro de registos do que para a usuária

¿O que é escutar activamente? Escutar activamente é diferente de ouvir. Quando ouvimos é mais com o sistema auditivo, quer dizer “entra por um ouvido e sai por outro”. Quando escutamos outras funções cognitivas entram em jogo: presta-se atenção, vêm as lembranças, pensa-se naquilo que está a ser dito e tem-se um nível de raciocínio.

Escutar atenta e activamente é fazer um esforço físico e mental para captar com muita atenção todas as mensagens que a mãe, o pai ou responsável pela criança menor de 5 anos, a mulher grávida ou adolescente está a transmitir-nos. É interpretar o seu significado correcto e

retroalimentar aquilo que compreendemos.

¿Porque é importante escutar?

Criamos confiança com os utentes

Aprendemos da experiência deles e eles da nossa

A mãe ou pai ou outro utente falam livremente e assim pode-se obter mais informação.

¿Como escutar activamente e de forma amigável

Ficamos cara a cara com a/o utente

Mostramos interesse

Ficamos concentrados naquilo que a pessoa fala

Não fazemos interrupções

Utilizamos adequadamente o silêncio, isto é respeitamos as pausas

Afirmamos com a cabeça, falamos: “mm, ya…!, tá…”, para amostrar que estamos escutando

Observamos e reagimos aos gestos e expressões que nos fazem

Escutamos a resposta completa

Esclarecemos utilizando perguntas

Se parafraseia, quer dizer nas próprias palavras da/o utente se repete a ideia chave para compreender bem o que ela/ele falou

Fazemos um resumo daquilo que falamos, tanto o que a/o utente falou como o que nós dissemos, antes de abordar um outro tema

Escutamos os seus sentimentos, interpretando aquilo que expressa pelo tom de voz e as suas expressões. Assim poderemos identificar se a outra pessoa está surpresa, zangada, frustrada, feliz, com medo, triste, preocupada, nervosa ou qualquer outro estado.

TODA PESSOA TEM DIREITO A SER ESCUTADA

FALAR, MAS É MELHOR ESCUTAR

Habilidade 2

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Se tiver oportunidade assista um filme na TV ou então acompanhe a conversa de duas pessoas (sem incomodar aos outros) e no quadro abaixo, coloque um “x” onde corresponde ao que você percebeu.

Quando terminar, na última coluna identifique, sinceramente, com um Só as técnicas que você aplica no decorrer da consulta ou da sessão de aconselhamento à/ao utente. Assim, você conhecerá as suas “fortalezas” e “fraquezas” e o que deve melhorar:

Técnica SIM NÃO ¿Qual a técnica que você aplica?

A pessoa que escuta:

Se amostra positiva Evita julgar

Escuta activamente

Olha para os olhos de quem fala

Presta atenção aos gestos e linguagem corporal

Escuta o tom de voz para ficar alerta

Mantém o ritmo da pessoa que fala, não atropela nem responde mais rápido do que a outra pessoa

Está interessado e evita distracções

Cria ambiente de confiança

Sorri e mexe a cabeça dizendo que sim

Concentra-se naquilo que a outra pessoa diz.

Escuta as ideias e os sentimentos

Põe-se no lugar do outro

Expressas emoções com os gestos

Detecta as palavras chave

Reflecte sobre as palavras-chave

Não interrompe

Limita o tempo para falar porque prefere escutar

Estimula a pessoa para que continue falando

Parafraseia, às vezes repete as palavras

Pede para esclarecer aquilo que não compreendeu

¿O que é fazer perguntas adequadamente? Quando se pergunta adequadamente pode-se saber, por exemplo, o que se passa com a mãe, ou pai ou responsável da criança. Perguntando saberemos se os utentes estão preocupados, quais são os cuidados que dão à criança doente, à mulher grávida, ao homem, ao adolescente por que tem determinadas práticas, o que pensa da doença, o que sente e outra informação que possa ajudar no diagnóstico e a definir o tratamento que a criança, a mulher, o homem ou o adolescente vão precisar. Por isso, deve-se identificar:

¿À quem vai perguntar? Mãe?... pai?... irmã?... tia?... avó? ¿O que perguntar? ¿Quando perguntar? ¿Como perguntar?

Fazer perguntas adequadamente é estabelecer e manter um clima de confiança entre o pessoal

de saúde e o utente (mãe, pai, responsável pela criança, adolescente ou mulher grávida). Através das perguntas, a comunicação interpessoal com o utente se realiza numa igualdade de condições, a compreensão fica mais fácil e cria-se um espaço para que as duas partes tenham

uma aprendizagem mútua.

¿Porque é importante fazer perguntas adequadamente?

Porque a utente sente que estamos interessados

Gera confiança na qualidade do profissional e da pessoa

Permite obter informação mais ampla

Permite falar dos sentimentos, das práticas e pensamentos

¿Como perguntar?

Pode-se iniciar a consulta com perguntas abertas, aproveitar as perguntas de exploração para aprofundar um tema e depois utilizar as fechadas para o diagnóstico

É melhor fazer uma pergunta de cada vez e esperar pela resposta

No diálogo evite fazer só perguntas fechadas cuja resposta é “sim” ou “não”

Caso a/o utente não compreenda a pergunta repita-a de outra forma

Tipos de perguntas

Abertas Precisa respostas que

expliquem com detalhes

Fechadas As respostas são curtas como

números, SIM ou NÃO

Sondagem ou exploração Precisa de respostas que aprofundem

uma ideia expressada

¿O que você fez quando o seu filho estava com

diarreia?

¿Quantos anos você tem?

¿Como prepara a comida? ¿O que é o que você põe?

¿Por que será que isso faz mal?

TODA PESSOA TEM DIREITO A RECEBER INFORMAÇÃO

FAZER PERGUNTAS ADEQUADAMENTE

Habilidade 3

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Quais são as perguntas que faríamos à mãe para detectar os sinais de perigo num recém-nascido? Classifique se é uma pergunta aberta fechada ou de sondagem.

Pergunta Fechada Aberta Sondagem

1.

2.

3.

4.

5.

6.

Anote 6 perguntas que frequentemente você realiza no decorrer da consulta. Logo após classifique o tipo de pregunta que é, finalmente na última coluna, explique quando é que você a utiliza.

Pergunta Tipo de pergunta

Quando se utiliza

¿O que significa responder com amabilidade?

Responder é dizer as coisas com respeito, de uma forma clara e compreensível

É demonstrar interesse pela pergunta que lhe fizeram ou por aquilo que precisa a/o utente

É fazer sentir a pessoa que espera uma resposta, que ela é importante.

É reconhecer que a pessoa também tem um conhecimento sobre a sua doença e tem as suas próprias opiniões

Responder com amabilidade às necessidades é ter respeito pelo que a mãe, pai, responsável pela criança, mulher grávida, adolescente ou pessoa que procure os serviços de saúde diz ou pergunta.

¿Porque é importante responder?

Baixa a angústia e a preocupação da pessoa que procura os serviços de saúde

Ajuda a resolver problemas

Dá satisfação ao utente

Gera confiança

¿Como responder ao utente?

Positivamente sem ignorar as queixas que possa ter

Com interesse e respeito

Evitando - criticar ou insultar (por exemplo: porque ainda não tem o cartão da criança?)

Permitindo que conte a sua história

Não usando termos técnicos, sendo directo/a e simples

Usando um tom apropriado, pois as pessoas não são surdas

RESPONDER COM AMABILIDADE

Habilidade 4

TODA PESSOA TEM DIREITO A NÃO SER DISCRIMINADA PELA SUA CULTURA

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Para responder com amabilidade, vamos reescrever numa linguagem fácil o seguinte:

1. Você deve lembrar que o recém-nascido corre risco se tiver hipotermia ou icterícia, esses são sinais de perigo ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

2. Parece que tem uma ITS, é preciso fazer Hemograma, e Urina completa, VDRL e vamos solicitar um e ELISA, para saber se tem HIV ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

3. A sua esposa sofreu prolapso de cordão umbilical……………………………………………………………. ………………………………………………………………………………………………………………………………………….

Tal como vimos a comunicação Não-verbal é uma das habilidades importantes na comunicação com o utente. A linguagem do corpo tem a capacidade de comunicar muito mais do que as palavras, por isso temos que aprender a utilizar esta linguagem de maneira positiva.

Neste exercício, ponha o significado dos actos que se descrevem e com sinceridade, marque aqueles que você às vezes faz sem dar conta. Logo, verifique no final da página2 o significado e faça a comparação com o que você escreveu e aquilo que assinalou como uma das suas práticas:

Acto Significado Actos que realizo

1. Mexer no cabelo, puxar a orelha, roer as unhas

2. Sentar-se com as mãos por trás da cabeça

3. Entrelaçar os dedos

4. Pegar no seu queixo

5. Mãos na bochecha

6. Mãos na cintura

7. Palma da mão aberta

8. Esfregar as mãos, golpear ligeiramente os dedos

9. Cruzar as pernas balançando um pé, olhar para o relógio, cabeça descansando sobre as mãos, mexer-se constantemente

10. Inclinar a cabeça em direcção ao interlocutor

11. Braços cruzados à altura do peito

12. Mãos atrás das costas

13. Sorrir ou rir exageradamente

2 1. Insegurança; 2. Seguro de si mesmo, superioridade; 3. Autoridade; 4. Tomada de decisões; 5. Avaliação; 6. Disposição para fazer alguma coisa; 7. Sinceridade, franqueza ou inocência; 8. Impaciência; 9. Aborrecimento; 10. Interesse; 11. Atitude defensiva; 12. Fúria, ira, frustração; 13. Fingido.

¿O que é motivar?

É falar com a mãe, pai ou responsável pela criança, mulher grávida, adolescente ou outra pessoa para que esta exponha o problema

É facilitar a tomada de decisões

É trabalhar na mesma equipe com a/o utente

É convidar-lhe à acção, com respeito Motivando você pode ajudar a resolver problemas, pode estabelecer juntamente com a/o utente um compromisso voluntário para melhorar a saúde. Motivar é ter a capacidade de reflectir juntamente com a/o utente, de fazer com que participe

na identificação do problema e também na solução. É conseguir que tome as decisões encorajando-a com respeito.

¿Porque é importante motivar? Porque assim a mãe, pai ou responsável pelar criança, a mulher grávida ou outra pessoa fica numa posição activa perante o problema e a solução

¿Como se motiva?

Informando com base na evidência, no momento preciso e com palavras simples e comuns, utilizando a língua local do utente se for possível ou encontrar um tradutor localmente que lhe auxilie.

Conhecendo bem o conteúdo da temática que se está a tratar

Priorizando o tema ou acção que quer motivar. Não queira falar de todos os bons comportamentos que se deveriam aplicar, não “bombardei” a/o utente

Aproveitando material impresso, sonoro ou audiovisual para apoiar à explicação

Evitando qualquer interrupção

Pedindo à utente que fale sobre os seus pensamentos, sentimentos e práticas

Felicitando a sua participação

Apoiando-lhe

Seguindo 3 passos:

TODA PESSOA TEM DIREITO A RECEBER ATENÇÃO OPORTUNA, HUMANIZADA E

COM QUALIDADE

MOTIVAR COM RESPEITO

Habilidade 5

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Vamos motivar a uma mãe no primeiro caso, um casal no segundo e uma avó no terceiro para agir à favor da saúde: Caso 1: A criança está com Malária, mas a mãe diz que não é possível porque “quando não se vê o mosquito a voar no quarto, então não há como picar e transmitir a doença”, ela acha que não é preciso dar o medicamento. Caso 2: O casal, especialmente o pai, acha que é melhor não vacinar o filho porque “ a vacina põe a criança doente e ela chora a noite toda que não deixa nem dormir” Caso 3: A avó explica para o pessoal de saúde que a sua netinha está com diarreia porque “a filha deve ter mantido relações sexuais enquanto amamentava sem ter feito a cerimónia de apresentação do bebé, ou talvez seja porque o marido teve relações com uma amante” Utilize um quadro para cada caso e anote na coluna da direita o que você diria para motivar seja a mãe, o casal ou a avó para compreender e resolver o problema. Argumente para cada passo.

PASSOS CASO 1 CASO 2 CASO 3

Passo 1: Mostre interesse no que está a acontecer

Passo 2: Inclua o utente na identificação do problema

Passo 3: Procure a solução do problema de maneira conjunta

¿O que é expressar emoções positivas? É compartilhar sentimentos. Gerar confiança, credibilidade e até afecto. Dar maior oportunidade de compreender melhor os assuntos abordados.

Expressar emoções positivas é demonstrar que uma pessoa tem segurança em si mesmo, por isso compartilha sentimentos positivos que acompanham os gestos e as palavras capazes de estimular e motivar as pessoas à prática de acções que podem melhorar a qualidade de vida

da família. ¿Porque é importante expressar emoções positivas?

Porque ajuda à mãe, pai, ou responsável pela criança menor de 5 anos, à mulher grávida, o adolescente ou à outra pessoa a se recuperar das emoções negativas

Aumenta a capacidade de atenção e de reflexão

Melhora a capacidade de reagir às experiências negativas

Facilita a relação mútua

Faz com que a interacção seja mais equilibrada e dinâmica

Permite conhecer melhor o problema

Gera um bem-estar ao utente

¿Como expressar emoções positivas ao utente?

Comportando-se de acordo com a gravidade do problema

Considerando a idade e o nível de compreensão da linguagem

Utilizando um tom de voz e expressão facial amável

Estabelecendo uma relação aberta e de confiança mútua

Expressando palavras de apoio em relação ao problema

Compartilhando e reconhecendo os sentimentos da utente ou do utente

Motivando o utente para que continue com as boas práticas, embora ache que são difíceis

Identificando os mecanismos de defesa da pessoa quando tem um problema e não quer aceitar a conversa com o pessoal de saúde, como:

TODA PESSOA TEM DIREITO À EXPRESSÃO

EXPRESSAR EMOÇÕES POSITIVAS

Habilidade 6

Agora é a sua vez, vamos fazer um exercício:

Considere a seguinte situação: Chega à Unidade Sanitária, uma mãe com uma criança de 4 anos doente. Parece que a menina tem sarampo. Enquanto observa, dá conta de que a criança não tem as vacinas em dia, o peso está baixo e a mãe conta que ela dias atrás, estava com gripe. Você, tenta saber o que foi que houve com a questão das vacinas, se na semana passada houve inclusive uma campanha de vacinação e sabe que a mãe mora perto da Unidade Sanitária. Por favor, escreva em baixo o que lhe diria, expressando emoções positivas, embora a situação não seja a melhor e sublinhe as partes que você acha que está compartilhando emoções com ela.

O NOSSO MAIOR VALOR É A VIDA

Ficha de retroalimentação Cara (o) colega: Parabéns!!!!

Estamos muito felizes com sua participação activa no decorrer da formação sobre as principais habilidades de comunicação interpessoal. Confiamos que vai implementar no dia-a-dia estas técnicas porque conhecemos seu compromisso e vocação pela saúde e temos a certeza que também deseja melhorar a qualidade de atenção do seu serviço para que seja mais humanizado e as famílias se sintam a vontade.

Para o Ministério de Saúde é muito importante conhecer a sua experiência neste desafio de aproveitar as habilidades de comunicação interpessoal no decorrer do seu trabalho, por isso, gostaríamos de lhe solicitar que, por favor, envie esta Ficha à Direção Provincial de Saúde com as respostas preenchidas, três meses após ter iniciado a prática da Comunicação Interpessoal no seu trabalho. Para o efeito, três meses depois, tire só esta folha do seu Guião, preencha e envie ao coordenador da SESP provincial.

Mais uma vez, obrigado pelo grande trabalho que realiza todos os dias ao serviço da saúde das famílias e não esqueça que a Comunicação Interpessoal é uma prática que deve ser aplicada diariamente.

Nome:…………………………………………………………. Unidade Sanitária:……………………………………….

Função:………………………………………………………….. Data da formação em técnicas de CIP ou de auto-formação:………………………………………………. Data do preenchimento da ficha:……………………………………….

1. Qual a sua opinião sobre o Guião ¨Vamos falar cara a cara... para melhorar a Saúde¨?

2. Este Guião ajudou-lhe no seu trabalho: Pouco…….. Muito…………. Nada……………..

Porquê?

3. Como você melhoraria o Guião?

O NOSSO MAIOR VALOR É A VIDA

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA SAÚDE