Vamos Conhecer o Parque

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Cartilha sobre o Parque Estadual do Rio Vermelho

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Cartilha infantil sobre o Parque Estadual do Rio Vermelho. Feito sob a encomenda do GIPEDU. por Maurício Paiva

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Page 1: Vamos Conhecer o Parque

C a r t i l h a s o b r e o P a r q u e E s t a d u a l d o R i o V e r m e l h o

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QUE PARQUE E ESSE?

Olá!Eu sou o Lagarto-da-Praia e vivo no Parque

Estadual do Rio Vermelho. Você já ouviu falar dele, né? Achoque sim, ainda mais se você mora no Santinho-Ingleses, no RioVermelho, na Barra ou na Costa da Lagoa, que são comunidades que

ficam ao redor do Parque.Nesta cartilha, vou falar um pouco sobre o Parque, o que acontece lá equal a sua importância. Também vou mostrar o projeto que existepara estudar e melhorá-lo. Participaram deste projeto pessoas

do governo, da universidade e da comunidade.

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o QUE E UM PARQUE?O Parque Estadual do Rio Vermelho é umlugar onde a natureza ainda está bela e temcondições de se recuperar das mudançasque sofreu. Por isso o governo decidiu que oParque é de todos e precisa ser protegido econservado. Um Parque é um lugar em que anatureza está sendo preservada e que é detodos – ou seja, público.

PoR QUE EXISTEM PARQUES?Além de garantir a proteção da natureza,os Parques também são lugares em que vocêpode entrar em contato com um ambientediferente da cidade. Assim fica mais fácil edivertido conhecer a natureza.

VoCE JA oUVIU FALAR DA MATA ATLANTICA?Há muito tempo atrás as florestas cobriamquase todo o litoral do Brasil, do Rio Grandedo Sul ao Rio Grande do Norte, como vocêpode ver no mapa da página ao lado. Por es-tarem perto do Oceano Atlântico, essasflorestas foram todas chamadas de MataAtlântica. Hoje em dia existem poucas áreascom Mata Atlântica preservada no País, e oParque Estadual do Rio Vermelho é uma delas.No Parque há vários tipos de ambientes quefazem parte da Mata Atlântica.

foto de Zé Paiva, 2010

Saiba mais!Vivem no Parque Estadual do Rio

Vermelho:• quase 200 espécies de plantas;

• mais de 100 espécies de aves;

• cerca de 25 espécies de mamífe-

ros, como o macaco-prego;

• 15 espécies de répteis, como o

Lagarto-da-Praia

foto de Zé Paiva, 2010

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BIOMA AMAZÔNIABIOMA CAATINGA

BIOMA CERRADO

BIOMA PANTANAL

BIOMA PAMPA

BIOMA MATAATLÂNTICA

BIoMAS a natureza do brasIL

NoBrasil existem outras

florestas e campos variadoscomo a Mata Atlântica. Este

mapa mostra alguns. Você jáouviu falar delas?

CERRADoO segundo maior bioma brasileiroé o Cerrado, que cobre principal-mente o centro do País. As árvoresdo cerrado são mais baixas que as daAmazônia e da Mata Atlântica. Maso conjunto de plantas e bichos dali étão rico quanto nas outras florestas.

MATA ATLANTICAA Mata Atlântica é o bioma queocupa o litoral brasileiro. Ela abrigavárias ecossistemas como florestas,manguezais e restingas - e quasetantas espécies de plantas e bichosquanto a Amazônia. Infelizmente,grande parte deste bioma já foidestruído. O Parque Estadual do RioVermelho está entre os lugares noBrasil onde existem tentativas deconservar a Mata Atlântica.

AMAZoNIAA Amazônia é o maior bioma doBrasil e é onde está o rio maislongo da Terra, o Rio Amazonas.É também o lar da maior varie-dade de espécies de plantas ebichos no planeta. Você lembrade algum outro caso em que aAmazônia é a “mais” ou a “maior”do País ou do mundo?

Assim como uma cidade tem bairrosligados entre si, a Mata Atlântica possuidiversos “bairros” (chamados de ecossis-temas). Cada bairro/ecossistema abrigagrupos de plantas e bichos (os animaissilvestres) que se relacionam entre si ecom o solo, a água e o clima. Vários ecos-sistemas interligados formam um bioma.Este mapa indica os diferentes biomas queexistem no Brasil.

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O lugar onde as plantas, animais silvestres e as pessoas habitam e se relacionam é chamado de meio ambiente. A vida de cada ser é interligada com a detodos os outros. Um sapo come uma mosca e depoisé comido por uma cobra: esta relação é chamadade cadeia alimentar. Um ambiente – incluindo aterra, a água e o clima daquele lugar – e as ligaçõesentre seus ha-bitantes formam um ecossistema.Florestas, campos de altitude, rios e manguezaissão diferentes tipos de ecossistemas. Você lembrade mais algum?

EcossIstemaBIoma

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o QUE TEM N o PARQUE?

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Praia,floresta, lagoa... Neste

mapa dá pra percebertodos os diversos ambientesdo Parque Estadual do Rio Ver-

melho. Cada uma das diferentesáreas do Parque foi visitada pelos pesquisadores do projeto. Evocê, já esteve em alguma

delas?

Terminal Lacustre(Trapiche)

Batalhão da Polí-cia Ambiental

Estação de Tratamen-to de Esgoto (ETE)

1. foto de Zé Paiva, 2009;2. foto de Fco. Ferreira, 2008;3. foto de Fco. Ferreira, 2008;4. foto de Zé Paiva, 2010; 5. foto de Cesar P.L. de Oli-veira, 2007; 6. foto de Ivo Rohling Ghizoni Junior, 2008; 7. foto de Gipedu, 2008.

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2.

1.

O Parque possui áreasem que a floresta nati-va foi pouco alterada.O Morro dos Macacosé uma delas.

Nesta parte a vegetaçãooriginal foi destruída etrocada por duas árvoresque não são nativas dali,o pínus (que tem folhasem forma de agulhas) e oeucalipto (que tem folhascom cheiro de remédio).

O Parque tem trêscampings. Todos rece-bem muitos visitantes, principalmente duran-te o verão.

A Lagoa da Conceiçãoé um dos limites doParque. O canal daBarra liga a Lagoa aomar, por isso a águadela é salgada.

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o QUE TEM N o PARQUE?

Saiba mais!A restinga é especial porque tem

solo arenoso. As plantas da restinga

são importantes para manter a areia

no lugar, não deixando que o vento a

espalhe. A maioria das planícies da

Ilha foram originadas com essa areia

do mar, que depois foi coberta pela

vegetação de restinga.

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5.

6.

7.

As dunas da praiado Moçambiqueestão dentro doParque. Você sabecomo as dunasforam formadas?

A restinga é um ecossiste-ma geralmente encontradoperto das praias, e porisso é varrido pelo vento.O solo é sempre arenosoe por esses razões asárvores e arbustos sãonormalmente baixos.NoParque, esse ecossitemaestá ameaçado pela pre-sença do pínus.

Duas praias da Ilhaestão nos limites doParque: Moçambiquee Barra da Lagoa.

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A VIZINHANC A Do PARQUE

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Você con-segue achar o seu bairro neste mapa? Já viu quantanatureza tem ali perto? Os

outros parques indicados neste mapa foram criados pra você conhecer e curtir a natu-

reza.

Algumas partes da Ilhapossuem belezas naturaise construções antigas queajudam a contar a históriade quem viveu aqui antesda gente. Por isso são con-sideradas um patrimônio(um bem) de todos, chama-do área tombada. A ÁreaTombada da Costa daLagoa é uma delas. Essa éoutra área onde a naturezaé protegida.

Até pouco tempo atrás oshabitantes da Costa da La-goa viviam da agricultura.Em muitas áreas onde hojevemos a floresta, décadasatrás havia plantações demandioca, café e outrosalimentos.

CoSTA DA LAGoA

MACICo DA CoSTEIRAO Parque Municipal do Maciço daCosteira foi fundado para cuidar dosbichos, das plantas e das nascentesde água que estão na floresta domorro próximo à Lagoa da Conceição.O parque vai do bairro da Lagoa até aCosteira da Pirajubaé.

DUNAS DAS RENDEIRASO Parque Municipal das Dunas daLagoa da Conceição foi criado paraproteger as dunas móveis (quemudam de lugar de acordo com ovento) e fixas (que tem plantas emcima e assim não mudam de lugar).Ali você poderá encontrar a vege-tação de restinga.

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A VIZINHANC A Do PARQUE

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DUNAS DoS INGLESESNo Santinho e nos In-gleses você também pode encontrar dunas. Osantigos moradores de láusavam muito as plantasda restinga para chás eremédios.

RIo VERMELHo

O Rio Vermelho é um outro bairro onde no pas-sado recente havia muitasplantações e pastos comgado e galinhas.

BARRA DA LAGoAA Barra da Lagoa abrigaa maior comunidade depescadores da Ilha.

PRAIA DA GALHETA

Além de atrair muitos visi-tantes, a Praia da Galhetapossui sinais dos povos queviveram na Ilha há 6 mil anos.O Parque Municipal da Praiada Galheta foi criado ali paraque ela continue linda.

CoSToESQuando um lugar tem naturezaespecial que precisa ser muitocuidada, o governo transformaoem uma Área de PreservaçãoPermanente (APP). Os costões daIlha, como o do Gravatá, Santinhoe Ingleses são exemplos de APPs.

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QUEM VIVE No PARQUE

Vocêsabe o que é fauna e flora? Vou explicar rapidinho. Fauna é como chamamos o conjunto de todos os bichos (os animais silvestres) de um ambiente. Já a flora (como aprópria palavra “flor” sugere) se refere a todas as plantas que ali

habitam. A fauna e a flora mudam com cada ecossistema e nestas páginas você conhecerá um pouco sobre a fauna e a flora dos diferentes ecossistemas do Parque Estadual do Rio

Vermelho.

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Lembre que a restinga é um ecossistemageralmente encontrado perto das praias,e por isso é varrido pelo vento. O solo ésempre arenoso e por isso as árvores earbustos são normalmente baixos. Grandeparte da Ilha da Santa Catarina foi origi-nalmente restinga.

RESTINGA

BANANA Do MAToA banana-do-mato(Bromelia antiacantha), com suas folhas longase pontudas, vive entreas árvores da restinga.

CoRUJA Do CAMPoA coruja-do-campo(Athene cunicularia) tam-bém é chamada de coruja-buraqueira, pois vive emburacos que ela mesmacava na terra ou na areia.

MIMoSA CATHARINENSISPequenas árvores e arbustosvivem nas partes da restin-ga em que o solo é mais fir-me que a areia. A mimosacatharinensis é uma dessasplantas, é endêmica ao Par-que, o que quer dizer queela só é encontrada aqui.

Muitas espécies de plantas e bichos queviviam no planeta há milhões de anos desa-pareceram, foram extintas. Os dinossauros,por exemplo, são animais extintos. Mas hojeem dia há outros seres da flora e da faunabrasileira ameaçados de extinção (correndoperigo de desaparecer) por causa da des-truição dos ambientes naturais, da poluiçãoe da caça. Parques como o do Rio Vermelhosão criados para evitar essa extinção.

PERIGo!

1. foto de Barbara Toncic Neves, 2008; 2. foto de Bar-bara Toncic Neves, 2008; 3. foto de Zé Paiva, 2009.

!!

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QUEM VIVE No PARQUE

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Poucas plantas conseguem viver pertoda praia por causa do vento e do ter-reno seco e arenoso. Por isto as plan-tas deste lugar são chamadas pionei-ras. Quanto mais longe da praia, maiora variedade e altura das plantas.

PRAIA

O lagarto-da-praia (Liolaemus occipi-talis) está ameaçado de extinção. Isso porque ele só vive nas dunas do litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, ambientes que vêm sofrendo com a devastação da natureza.

LAGARTo DA PRAIA

Estas duas aves (Tringa flavipes e Himantopus melanu-rus) são comuns na praia e também gostam da Lagoa.Vejam como as pernas e os bicos compridos os ajudam aficar em pé na água rasa e a caçar peixinhos, moluscose insetos.A ave à esquerda é o Maçarico-de-perna-amarela. Parece incrível, mas todos os pássaros desta espécie vão até a América do Norte para ter os filhos, e quando fica frio lá, voltam para a América do Sul. Por isto são chamados de aves migratórias.A ave à direita, o Pernilongo, é visto na Ilha de SantaCatarina durante o ano todo

macarIco da perna amarela e pernIlongo

1. foto de Zé Paiva, 2004;2. foto de Neno Brazil, 2009.

!!

A baleia franca (Eubalaena aus-tralis) visita as praias de Santa Catarina durante o inverno, sua época de reprodução. A caça à baleia franca era muito comum algum tempo atrás e quase fez a espécie desaparecer. Hoje existe uma área de proteção especial para elas no mar do sul do estado.

BALEIA FRANCA

1.

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foto de Ivo Ghizoni-Jr, 2008

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QUEM VIVE No PARQUE

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O canal que liga a Lagoa da Conceição aomar foi aprofundado em 1983 para per-mitir a saida de barcos de pesca (antesele “fechava” com a maré baixa). Depoisdisso, as águas da lagoa ficaram maissalgadas e houve mudanças na variedadeda flora e da fauna.

LAGoA

Você já deve ter escutado ou lido a palavra biodiversidade quando se fala de natureza. Este é o nome dado à variedade de seres vivos (plantas, bichos, musgos, bactérias) de um ambiente. Quanto mais espécies de seres vivos esse ambiente abriga, maior a sua biodiversidade.

BIoDIVERSIDADE

LoNTRAA lontra (Lontra longi-caudis) vive e se alimentaao redor de lagoas como ada Conceição e a do Peri.A devastação das lagoasameaça a vida das lontras.

BIGUAO biguá (Phalacrocoraxbrasilianus) vive o ano todoperto da lagoa e faz seusninhos sobre as árvores.foto de Ivo Ghizoni-Jr, 2008

foto de Zé Paiva, 2009

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Saiba mais!As aves têm uma relação muito

próxima com a vegetação do Parque,

pois se alimentam de suas frutos e

ajudam a espalhar suas sementes.

Assim, as aves ajudam as plantas e

as plantas ajudam as aves. Por isso a

preservação das plantas nativas da

região – incluindo a retirada do pínus

– é essencial.

QUEM VIVE No PARQUE

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FLoRESTA

1. foto de Zé Paiva, 2007; 2. foto de Zé Paiva, 2002; 3.foto de autor desconhecido; 4. foto de Ivo Ghizoni-Jr, 2008.

DoRMIDEIRACobras como esta, a dormideira(Sibynomorphus neuwiedii),também fazem parte da cadeiaalimentar da floresta. A dormi-deira gosta de comer lesmas semconchas e é extremamente dócil.Mas muitas pessoas a matam porconfundir a dormideira com ajararaca.

BICHo PAUO bicho-pau é muito inte-ressante, você não acha? Defato, vários insetos são co-nhecidos por este nome. A capacidade de se disfarçar para se proteger de um bi-cho maior que pode comê-lo é chamada camuflagem.

SARACURA Do MAToA saracura-do-mato (Ara-mides saracura) constróiseu ninho nas árvores dasflorestas.

MACACo PREGoVocê já se perguntou porque o morro dos Macacostem esse nome? É por causadesse bicho aí da foto, omacaco-prego (Cebus nigri-tus). Ele pode ser encontra-do nas florestas de MataAtlântica do Parque.

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A Ilha não foi sempre do jeito que a conhecemos hoje. A paisagem era diferente muitos anos atrás. E outros povos

viveram aqui antes de nós. Como será que o meio ambiente foi mu-dando ao longo do tempo?

ERA UM A VEZ

A Lagoa da Con-ceição começou a se formar 120.000 anos atrás, quando o nivel do mar era alguns metros acima do atual. O nivel do mar baixou muito até 18.000 mil anos atrás e a linha da costa regrediu 140 km para o leste. Com as mudanças na tem-peratura da terra o mar subiu de novo, chegando ao pico cinco mil anos atrás, quando a Lagoa começou a tomar sua forma atual, sepa-rada do mar pelas dunas e pela faixade terra onde hoje está o Parque.

Estes sinais antigos são chamados inscrições rupestres e foram deixados pelos primeiros habitantes da Ilha, que viveram aqui há milhares de anos atrás. Os cientis-tas ainda não sabem quem as fez, quando e o que elas estão mostrando. Eles podem ser vistos nas praias do Santinho, da Galheta e outros lugares da Ilha de Santa Catarina.

Os Carijós eram indígenasda família Tupi-Guarani queviviam na Ilha quando oseuropeus chegaram há 500anos. Eles plantavam mandi-oca, milho, algodão e faziamobjetos de cerâmica.

foto de autor desconhecido, década de 60

foto de Fco.Ferreira, 2007

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ERA UM A VEZ

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Muitos dos bairrosda Ilha foram fun-dados pelos coloniza-dores açorianos quechegaram há mais de250 anos atrás. RioVermelho, Lagoa daConceição e Ribeirãoda Ilha são algunsdos povoados maisantigos. Você lembrade mais algum?

Enquanto o centrocrescia, os bairrosmais afastados con-tinuavam tendo ummodo de vida rural.Isto permitiu que ogoverno criasse em1962 uma EstaçãoFlorestal na áreaonde hoje existe oParque para testaro plantio de pínus eeucalipto.

A indústria do turismo começou a crescer na Ilhaa partir da década de 1970. Assim a urbanização sem controle (com muitas casas, lojas e ruas pavimentadas) chegou as praias como Ingleses, Barra da Lagoa e Canasvieiras.

Até pouco tempoatrás, houve planospara desenvolver aárea do parque comescritórios, conjun-tos de casas, parquestemáticos, hotéise restaurantes. Foisó em 2007, com acriação do ParqueEstadual do Rio Ver-melho, que a idéia depreservar a naturezaficou em primeirolugar.

foto de Fco.Ferreira, 2008

foto de Henrique Brenhausen, 1964

foto de Zé Paiva, 2009

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Parasaber a melhor maneira

de cuidar da fauna e daflora do Parque, um grupo deprofessores da universidade, em

conjunto com grupos comunitários,solicitou financiamento ao GovernoFederal para analisar a situaçãodo lugar e fazer uma proposta

de conservação.

CADA CoISA E M SEU LUGAR

1. foto de Fco. Ferreira, 2009; 2. fotode P.L. de Oliveira, 2007; 3. foto de Fco.Ferreira, 2009; 4. foto do Zé Paiva, 2009.

O primeiro passo dos pesquisadores daUniversidade foi realizar um diagnóstico:analisaram as plantas e bichos do Par-que, e como as atividades humanas afe-taram os dois. A partir daí foram dadas sugestões sobre o que deve ser feito no Parque, que foi dividido em diferentes zonas de manejo. Este mapa indica o que deve ser feito em cada zona.

O pínus substituiu avegetação original doParque, a Restinga.As áreas em que opínus será retiradoe substituído pelasplantas nativas sãochamadas zona derecuperação.1.

foto do Gipedu, 2007

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CADA CoISA E M SEU LUGAR

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O passo seguinte será elaborar um plano de ma-nejo do Parque, que é como um manual de utiliza-ção. Este plano será um guia para que as pessoas que usam o Parque saibam cuidar dele. Os mora-dores dos bairros próximos também poderão dar sugestões para o plano de manejo.

E AGoRA?

As pessoas podem morar ao redor do Parque, mascuidados especiais sãonecessários para queas construções e ativi-dades não danifiquem anatureza. Lugares pertodo Parque serão identi-ficados como a zona deamortecimento, e terãoregras de uso especiais.

Nos últimos 40 anoso Parque foi usadopara ações que nãotinham como objetivoa preservação da florae da fauna nativas:construíram-se cam-pings, uma sede daPolícia Militar e umaEstação de Esgoto, quehoje compõem as zonasde uso conflitante. Asatividades podem con-tinuar no Parque, desdeque elas não causemproblemas a ele.

O morro dos Macacos é umlugar em que a naturezaainda está igual ao que eramuito tempo atrás: bela ecom poucas alterações. Omorro foi incluído na zonaprimitiva do Parque. Para nãopertubar as zonas primitivas,a visitação é restrita, só para educação e pesquisa.2.

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Page 16: Vamos Conhecer o Parque

CoMo USAR o PARQUE?

Baseada no diagnóstico e na proposta de

zoneamento feitos pelo projeto, a Fundação do Meio Ambiente do estado, a FATMA, vai elaborar um

guia para que todos saibam como cuidar do parque e desfrutar dele. Esse guia será o plano de manejo

do Parque.

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o QUE PRECISA SER FEITo No PARQUE?O Parque tem um viveiro de mudas, que écomo um berçário de plantas, algumas dis-poníveis para a comunidade. O viveiro precisade uma sede maior para realizar oficinas deeducação ambiental e apoiar as atividades derecuperação dos ecossistemas com plantasnativas.

Também precisam ser construídos:• Um local para os técnicos da FATMA quetrabalham no Parque, que ficaria localizado no início do acesso à praia do Moçambique.• Placas e pontes nas trilhas do Parque.• Quatro locais para receber visitantes: na Barra da Lagoa, no acesso à praia do Moçambique, no trapiche de onde saem as barcas para a Costa da Lagoa, e junto à Estação de Tratamento de Esgoto da Casan, para revitaliza-la.• Três novos estacionamentos: um, perto dotrapiche do parque de onde saem as barcas para a Costa, e dois, no inicio e no fim do acesso a praia do Moçambique. As áreas de estacionamento precisam ser planejadas para que os carros não estraguem a vegetação da restinga. O ideal é usar o transporte coletivo e a bicicleta no parque.

É importante que essas novas construçõescausem o mínimo impacto ao meio ambiente.

O morro das Aranhas tam-bém pode entrar na área do Parque daqui a alguns anos, pois ali a floresta continua forte e bonita.

A Praia do Moçambique é rica emespécies de animais marinhos e aves,além de ter vegetação de restinga.Por isso, se no futuro o Parque foraumentado, o Moçambique pode seruma das áreas incluídas nele.

foto de Fco. Ferreira, 2007

foto de Zé Paiva, 2009

foto de André F. Ferreira

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PINUS

Há 50anos atrás, a área do Parquee os bairros em volta eram ru-

rais, diferentes do Centro. Por isso o Governo resolveu testar ali o

plantio de duas árvores que não eram nativas do Brasil, o pínus e o eucalip-to. Essa experiência afetou a vida das outras plantas e bichos.

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SEMENTES DE PINUSAs sementes do pínus são muito leves, sendo facilmente espalhadas pelo vento. Assim, o pínus se reproduz muito rápido quando as sementes caem em áreas abertas, como a vegetação de restinga na praia do Moçambique. Isso atrapalha a vida das plan-tas nativas do Parque, principalmente da restinga.

SEMENTES DE ESPECIES NATIVASQuando as espécies de plantas nativas do lugarnão conseguem crescer e reproduzir, os bichos quecomem suas folhas e frutos ficam sem alimento,com isso acabam indo embora para outras áreas.Sem os animais que ajudavam a espalhar as suassementes, as plantas têm ainda menos chances dese reproduzir.

fotos de espécies nativas, daesquerda para a direita: Aechmea nudicaulis, Baccharis, Epidendrum fulgens, Lantana e Stilosanthes. fotos de João de Deus, 2007

E PRECISo REPLANTAR AS ESPECIES NATIVAS!

Para recuperar a vegetação derestinga, é preciso retirar opínus e o eucalipto do Parque.Mas só cortar as árvores nãoresolve o problema...

foto de Fco. Ferreira, 2009

foto de Fco. Ferreira, 2009

Page 18: Vamos Conhecer o Parque

o PARQUE E A GENTE

Todomundo pode ajudar a cuidar do

Parque e do meio ambiente, inclu-sive as crianças. Para que meninos emeninas saibam como fazer isso, existem

atividades especiais nas escolas, como asoficinas de educação ambiental. Você

já participou de alguma?

1. foto de Fco. Ferreira, 2007; 2.foto de acervo do GIPEDU, 2007;3 a 6. fotos de Fco. Ferreira,2007 e 2008.

APRESENTACAo DE TEATRona E.B.M. Antônio Paschoal Apóstolo

Todos os bonecos da peça “O Canto da Flo-resta” são feitos desucata. A peça foi apre-sentada nas escolasmunicipais vizinhas aoParque.

BRINCANDo CoM BAMBU na E.B.M.Maria Tomazia CoelhoDurante a oficina“Brincando comBambu”, alunos efuncionários dasescolas vizinhasao Parquefizeramlixeiras debambu.

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CoLETANDo RESIDUoS na E.B.M. Maria Tomazia CoelhoO lixo é um dos principaisproblemas do parque, porisso as crianças que fize-ram a oficina “Coletandoresíduos e aprendendocom a natureza” ficaramconhecendo a importân-cia de reduzir, reusar ereciclar o lixo.

oFICINA RECICLARTE na Es-cola Desdobrada da Costa da LagoaPapéis que antes iriampara o lixo viraramporta-retratos durantea oficina Reciclarte.

MoNTAGEM DE MURAL naE.B.M. Acácio Garibaldi São ThiagoNas escolas, os porta-retratos foram usadospara produzir muraissobre o Parque Estadualdo Rio Vermelho.

1.2.

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CoLETA SELETIVA DE LIXo

Lixo éo nome que damos pra tudo o

que a gente não precisa e por isso osjogamos fora, certo? Mais ou menos...Na verdade, quase tudo o que jogamos fora ainda pode ser usado. Para isso, precisamos

separar o que antes era colocado na mesma lixeira e fazer a coleta seletiva de lixo. Nas escolas, cada sala de aula deve ter 2 lixeiras: uma de rejeitos e outra de recicláveis. A

de orgânicos fica no patio coberto.

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LIXo oRGANICo

LIXo SECo

O lixo orgânico pode virar ali-mento para as plantas do jardim ou da horta. É só juntar os res-tos num cantinho do pátio emcontato com a terra e cobri-los com folhas, fazendo uma com-posteira. Depois de um tempoo adubo, formado pela ação das minhocas, estará pronto. Vocêjá viu uma composteira? Nasescolas o lixo orgânico deve irpara uma lixeira com tampa paraentão ser levada para a com-posteira da horta.

É melhor ainda se vidros,papéis, plásticos e metaisforem colocados em cestosou sacos separados. Quandoa coleta seletiva está bemorganizada em um local, hálixeiras com cores diferen-tes para cada material:verde para vidros, azul parapapéis, vermelho para plásti-cos e amarelo para metais.O Programa Escola Abertapode transformar o depósitode recicláveis em Ponto deEntrega Voluntária (PEV) derecicláveis da comunidade. Lixeiras feitas de garrafas PETs para a coleta seletiva do Departamento de Arquitetu-

ra e Urbanismo da UFSC. Fonte: Projeto 3Rs do ARQ-UFSC.

E.B.M. Antônio Phascoal Apóstolo

Os restos de comida e cas-cas de frutas – o lixo orgâni-co – deixam os sacos de lixopesados e com mau-cheiro.Além disso, atraem ratos,baratas e formigas. Quandoreaproveitamos esse mate-rial, diminuímos a quantidadee o peso do lixo e os proble-mas trazidos por ele.

A maioria das embalagens e pa-péis que jogamos fora podem serusados novamente para fabricaroutras embalagens e papéis – sãorecicláveis. Por isso é importantesepará-la do lixo orgânico.

Lixeira orgânica (que é usada comtampa) da Escola Desdobrada daCosta da Lagoa

Lixeira da Escola Desdobrada daCosta da Lagoa

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EQUIPE Do PRoJETo-Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Ecologia e Desenho Ur-bano (Gipedu) - entidade parceira que coordena o projeto-ProfessoresFrancisco Antonio Carneiro Ferreira – Coordenador do ProjetoPERV/PDA-MMA (Prof. MSc. do Departamento de Arquitetura eUrbanismo da UFSC)João de Deus Medeiros (Prof. Dr. do Departamento de Botânica daUFSC)Luiz Sérgio Philippi (Prof. Dr. do Departamento de EngenhariaSanitária e Ambiental da UFSC)Nelson Popini Vaz (Prof. Dr. do Departamento de Arquitetura eUrbanismo da UFSC)-Instituto Lagoa Viva - entidade proponenteJeffrey Hoff (Jornalista MSc. e presidente do Instituto Lagoa Viva)-BolsistasBióloga Barbara Toncic NevesBióloga MSc. Denize Alves MachadoBiólogo MSc. Ivo Rohling Ghizoni JuniorDesigner Gráfico Mauricio PaivaEngenheira Sanitarista Clenice Pereira y CastroEngenheira Sanitarista Sylvia Zilli D’AlascioGeógrafa Graziele TestaJornalista Caru DionisioOceanólogo MSc. César Pedro Lopes de Oliveira

-Estagiárias (os)-Acadêmicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSCDaniel CorsatoLluvia Perdomo MoreiraMariana Flavio FernandesPatrícia Grings-Acadêmica do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária daUFSCElis Gomes de Souza-ProfissionaisGlauco Gil Perón (webdesigner)José Paiva (fotógrafo)Rodrigo Primavera (artesão)

ENTIDADES PARCEIRAS-Associação de Moradores do Rio Vermelho (Amorv)Roberto Bastos & Halem Guerra Silva Nery (Presidentes da Amorv)-Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Fatma)Bióloga MSc. Ana Cimardi (Chefe do Parque Estadual do Rio Ver-melho) & Bióloga MSc. Lenir Alda-Secretaria Municipal de Educação da PMFEducadora MSc. Maeli Fae (Assessora Pedagógica do Depto. deEducação Fundamental)-Companhia Melhoramentos da CapitalGloria Clarice Martins (Jornalista e Monitora Comunitária)

PERGUNTAS1. Um lugar em que a natureza está sendopreservada e é de todos é um _____.2. Pápeis e embalagens de plástico evidro são materiais _____.3. Os _____ ajudam as plantas a se re-produzir, pois espalham suas sementes.4. A _____ Atlântica cobria quase todo olitoral do Brasil.5. O _____ é um espécie de árvore quefoi plantada no parque mas não é nativada região.6. As _____ da praia do Moçambiqueestão dentro do parque.7. O _____-da-praia é uma das 15 es-pécies de répteis que vivem no Parque.8. _____ é o conjunto de todos os bichosde um ambiente.

Vocêgosta de palavras-cruzadas? Veja se consegue resolveresta, então... Complete as frases a seguir, escrevendo as respostasnas pilhas de quadradinhos e descubra qual a palavra que vai aparecer na

linha verde. Boa sorte!

Pró-Reitoria de Ensino de Graduação - PREG e Centro Tecnológico - CTC da UFSC; Ministério Público Federal; Ministério Público Estadual; Conselho Consultivo do Parque Estadual do Rio Vermelho; Agrupamento Aéreo da Policia Militar de Santa Catarina; Prefeitura Municipal de Florianópolis; Instituto de Planejamento Urbano; Secretaria Municipal de Educação; Escolas Municipais do entorno do PERV; Comcap - Companhia Melhoramento da Capital; Empresa Imagem Geossistemas e Comércio Ltda; à todos que acolheram a equipe e apoiaram a realização do projeto.

APoIo E AGRADECIMENToS

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