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VALORIZARNº 6 _ Julho 2009

Biodiversidadena Arrábida

Da Paisagem à Biodiversidade Pág. 2

Recuperação Paisagísticae BiodiversidadePág. 4

Venha conhecer a biodiversidade da Arrábida e o desempenho ambientalda Fábrica Secil-Outão na 6ª Semana de Portas Abertas, a realizar de 27 de Junho a 5 de Julho.

Desempenho Ambiental 2008 da fábrica Secil-Outão Pág. 10

BIOMARES Projecto de Recuperação da Biodiversidade MarinhaPág. 14

75 Anos de Responsabilidade

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3

editorial

O processo de fabrico de cimento –um bem primário essencial à economia,segurança e conforto da população – implica a extracção de rocha de pedreiraspara, após moagem desse material, se rea-lizar a sua cozedura a altas temperaturas,obtendo-se uma rocha artificial chamadaclínquer a qual, após ser de novo moída emisturada com outros materiais, como ogesso, dá origem aos diferentes tipos decimento.

A extracção de inertes nas pedreirastem impactes ao nível da paisagem e bio-diversidade, uma vez que se alteram amorfologia do terreno e o coberto vegetal.

A exploração de pedreiras é objecto deestrita regulamentação legal, obrigando àexistência de licenciamento de explora-ção, através de um Plano de Lavra e dePlanos de Recuperação Ambiental ePaisagística, nos termos da Lei 340/2007,pelo que as entidades licenciadas ficamobrigadas a um conjunto de normas regu-ladoras e fiscalização das entidades públi-cas competentes.

No caso da Serra da Arrábida, a explo-ração de pedreiras é uma actividade an-cestral devido à elevada qualidade doscalcários que a compõe e pela proximi-dade de meios urbanos carenciados desseprimordial material. Existem registos deexploração de calcário na zona da actualFábrica Secil-Outão, desde meados doSéc. XVIII, tendo daí sido extraída rochaque alimentou as fábricas de cal hidráulicaexistentes no Vale de Alcântara, emLisboa, cuja matéria prima foi essencialpara a reconstrução da Baixa Pombalina,após o grande terramoto de 1755.

A Secil - Companhia Geral de Cal eCimento SA, foi fundada em 1930, em re-sultado da fusão de duas anteriores em-presas que operavam na zona desde1904. Já em 1965, ainda a Fábrica princi-pal se situava junto ao cais do Outão, foiefectuado o primeiro estudo de recupera-ção paisagística, efectuado pelo Prof.Edgar Fontes, um dos primeiros Arqui-tectos paisagistas portugueses. No finaldos anos 70, pouco após a criação, em1976, do Parque Natural da Arrábida

(PNA), o fabrico do cimento passou a serefectuado pelo processo designado “viaseca”, que coincidiu com a mudança dasinstalações fabris para a sua actual loca-lização, junto à aldeia do Vale da Rasca.Pouco depois, em 1981, o PNA aprovou oprimeiro projecto de recuperação paisagís-tica das pedreiras da fábrica Secil Outão,cujos trabalhos se iniciaram logo em 1982.De então para cá, ao longo de quase 30anos, a Secil tem investido na plantaçãode cerca de um milhão de plantas autóc-

Da Paisagem à Biodiversidade

É, portanto, esta realidade de equilíbrio entre indústria responsável e recuperação ambiental que queremos partilhar com a comunidadesetubalense que nos queira visitar na 6ª Semana de Portas Abertasa realizar na Fábrica Secil-Outão entre 27 de Junho e 5 de Julho.

Morrião(Anagallis

arvensis)

Vista geral da

Fábrica Secil-Outão

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3VALORIZAR

tones da Serra da Arrábida, cuja maioriaé proveniente de viveiros próprios que aempresa criou nas imediações da fábrica.Este permanente investimento permitiuque a empresa fosse distinguida, em1987, com o Prémio de Gestão Ambientaldo Ano Europeu do Ambiente, a que seseguiu a Certificação Ambiental segundoa ISO14001 e, mais recentemente, o registo EMAS e a atribuição da LicençaAmbiental segundo a mais recente legis-lação ambiental.

O Plano Ambiental de RecuperaçãoPaisagística (PARP) aprovado para aspedreiras da Fábrica Secil-Outão prevê,todavia, uma recuperação ambientalmuito abrangente e profunda, procu-rando recuperar todo o ecossistema, in-tegrando as componentes flora e fauna,para que a integração ambiental da zonaexplorada com a área natural adjacenteseja contínua, isto é, a biodiversidadevegetal e animal da zona da pedreiradeve ser compatível com a da restanteserra.

Por essa razão, a Secil iniciou um am-bicioso projecto de estudo e valorizaçãoda biodiversidade, tanto da flora como dafauna, através do qual se pretende, numaprimeira fase efectuar o diagnóstico dasespécies existentes e das condicionantesdo seu desenvolvimento e, posteriormente,a elaboração de planos de acção destina-dos à valorização das espécies identifica-das como mais relevantes.

Para além do vasto projecto que te-mos em curso de promoção da biodiver-sidade como componente essencial darecuperação ambiental da nossa pedreiramostramos, nesta publicação Valorizar, osprincipais indicadores do nosso desem-penho ambiental, referindo as principaisquantidades de matérias primas secun-dárias e combustíveis alternativos que vi-mos utilizando, e como eles contribuempara a diminuição das emissões de CO2que conseguimos concretizar na nossafábrica, mantendo, em simultâneo as emis-sões atmosféricas em níveis muito abaixodos limites previstos na legislação.

Biodiversidade

NNUUNNOO MMAAIIAA SSIILLVVAADirector de Comunicação Institucional SECIL-Companhia Geral de Cal e Cimento SA

rio entre indústria responsável mos partilhar com a comunidadea 6ª Semana de Portas Abertasre 27 de Junho e 5 de Julho.

Morrião(Anagallis

arvensis)

Pyronia

cecília

Adicionalmente a Empresa decidiu in-tegrar, como membro financiador, um con-sórcio de entidades académicas lideradopelo Centro de Ciências do Mar da Univer-sidade do Algarve que se candidatou aoprograma comunitário LIFE com o proje-cto Biomares, destinado a recuperar aspradarias marinhas da zona do Portinho daArrábida, revitalizando também aí um im-portante ecossistema marinho que se en-contrava muito degradado pela acçãohumana. Este projecto pioneiro no nossoPaís foi distinguido com uma MençãoHonrosa no Prémio BES Biodiversidade, o que atesta a qualidade da intervençãoque tem vindo a ser efectuada com oapoio financeiro da Secil.

Este bom desempenho ambiental dafábrica, aliado à capacidade de gestão e deinovação existente permite que a FábricaSecil-Outão ocupe um lugar de destaquena região de Setúbal, não só em termosambientais e económicos, como tambémquanto à responsabilidade social.

Capa: raposa fotografada em Maio de 2009, na propriedade da Fábrica Secil-Outão

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RecuperaçãoPaisagística

e Biodiversidade

De modo a dispor das várias espé-cies autóctones nas diferentes fasesda recuperação paisagística, a Secilcriou, em 1983, um viveiro com re-produção vegetal onde as sementesdas espécies são colhidas nas áreasnaturais envolventes à exploração.

Ao longo dos anos têm surgido vá-rios desafios relacionados com a recu-peração de pedreiras, ao nível do solo,do declive e da vegetação, e váriasestratégias e técnicas de revegetação

têm sido implementadas. A hidrosse-menteira constitui uma dessas estra-tégias, produzindo uma coberturavegetal mais efectiva do solo.

Desde 1997, que o Centro deEcologia e Biologia Vegetal (CEBV) daFaculdade de Ciências da Univer-sidade de Lisboa (FCUL) tem vindo arealizar o acompanhamento científico,no âmbito de vários projectos, da re-vegetação em curso nas pedreiras daSecil-Outão.

A exploração de pedreiras, quando realizadas a céu aberto, provocamodificações na paisagem, especialmente em áreas protegidas, como é o caso da Serra da Arrábida. Como tal, é fulcral que existam projectosde intervenção e de gestão na recuperação dessas áreas.

Os primeiros estudos com vista à re-cuperação das áreas em exploraçãona Fábrica Secil-Outão datam de 1964(doze anos antes da criação doParque Natural da Arrábida).

Em 1973 foi realizado o primeiroestudo prévio – “Recuperação Paisa-gística da Secil”, acompanhado porum Plano de Lavra, que teve comoobjectivo definir a área de intervençãoe a técnica de exploração, de forma ainiciar a extracção nas zonas mais ele-vadas, possibilitando a libertação deáreas para recuperação.

Em 1981 iniciou-se o primeiro Pro-jecto de Recuperação Paisagística,concebido pelo Arquitecto PaisagistaProf. Edgar Fontes, que começou aser executado em 1982. O principalobjectivo deste projecto era recriar ocoberto vegetal originalmente existenteno local de exploração (pedreiras “Valede Mós” A e “Vale de Mós B”).

O Parque Natural da Arrábidasurge em 1976 (Decreto-Lei nº622/76, de 28 de Julho) com oprincipal objectivo de proteger osvalores geológicos, florísticos efaunísticos locais, que constituemum património natural de impor-tância internacional. O valor dafauna e flora marinhas da Arrábidafoi também contemplado atravésde uma Reserva Marinha contígua.

Resultados

visíveis da

recuperação

paisagística

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Comunicações Científicas

n Participação no XIII Congresso Ibérico Entomologia, organizado pela Sociedade Portuguesa de Entomologiae pela Asociación Española de Entomología, Universidade de Évoran ECOQUARRY – Ecotechnology for environmental restoration of limestone quarries (Ecotecnologia para arestauração ambiental de pedreiras calcárias), FCULn The effects of soil amendment on the concentration of heavy metals on Mediterranean plant during a re-vegetation process, FCULn Monitorização da Recuperação Ecológica de uma Pedreira Calcária, FCULn Indicadores Ecológicos de Recuperação Após Perturbação: Fogo e Pedreiras Calcárias, FCUL

Através da experiência e dos conhe-cimentos adquiridos ao longo de 27anos de recuperação, e em colabo-ração com várias entidades, a Secilintroduziu o conceito de biodiversi-dade na sua gestão, procurando arecuperação da estrutura e funciona-mento das comunidades vegetais eanimais e dos ecossistemas, e nãoapenas um objectivo estético da re-cuperação da paisagem.

Considerando que uma das me-didas de sucesso da gestão e con-

servação da biodiversidade é a ava-liação dos recursos naturais presen-tes no território, a Secil iniciou es-tudos de caracterização da fauna eda flora dos diferentes habitats(áreas naturais e recuperadas) nasua propriedade, permitindo definirmedidas concretas para o fomentoda biodiversidade.

Em 2007, articulado com o pro-jecto de recuperação paisagística eem parceria com a Universidade deÉvora, a Secil iniciou o Estudo e

Valorização da Biodiversidade, Com-ponente Fauna na propriedade daSecil-Outão.

A 1ª fase do Estudo, que decor-reu entre Fevereiro de 2007 a Maiode 2008, consistiu na elaboração deum diagnóstico das comunidadesfaunísticas na propriedade da Secil-Outão, comparando diferentes fasesda recuperação paisagística com zo-nas naturais.

Comunidades Animais Seleccionadas

n Insectos – borboletas e carabídeos (ex. escaravelhos)n Anfíbios – anuros (sapos e rãs) e urodelos (salamandras e tritões)n Répteis – sáurios (lagartos e lagartixas) e serpentesn Aves – passeriformes, rapinas diurnas e nocturnasn Mamíferos – micromamíferos (ex.roedores), morcegos cavernícolas, lagomorfos (coelhos) e carnívoros

Iberis procumbens

RecuperaçãoPaisagística

ViveirosMultiplicação de Espécies

Técnicas de revegetaçãoHidrossementeira

Propriedade Secil-Outão425 ha

Antigas Pedreiras RecuperadasPedreiras (Vale de Mós A e B) - 98,67 ha

Áreas NaturaisInstalações Fabris - 28 ha

AcçõesEnsaio no Viveiro

DesbastesColocação de Caixas-abrigo

DiagnósticoFauna

Plano de Acção

Estudos Fauna Univ. de Évora

Estudos FloraUniv. de Lisboa

SoloFlora e Vegetação

Declive

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Principais resultados da 1ª fase do Estudo (Univ. de Évora-Secil)n Número de espéciesn Identificação das espécies prioritárias para a conservaçãon Comparação do número de espécies e sua prioridade nos diferentes habitatsn Valorização dos diferentes habitatsn Identificação dos principais factores limitantes para a fauna

Nos vários grupos estudados foram encontradas 150 a 152 espécies faunísticas, das quais se salienta a ocorrência de algumas com interesse para conservação, a nível nacional e/ou europeu, como:

n Morcegos arborícolas (Nyctalus spp.);n Aves de rapina diurnas – como a águia-cobreira (Circaetus gallicus);n Passeriformes – como a felosa-do-mato (Sylvia undata), o melro-de-peito-branco (Turdus torquatus)

e o melro-azul (Turdus solitarius);n Insectos – como a borboleta (por exemplo, a Euchloe tagis) e várias espécies de carabídeos raras no PNA.

No início da recuperação a priori-dade era a minimização do impactevisual da área de exploração, nãotendo em conta os requisitos do ha-bitat para a fauna, como abrigo e

Condicionantes Causas n Escassez de abrigos e refúgio

n Fracas disponibilidades hídricas

n Fragmentação de habitat e pouca ligação entre as áreas de recuperação e entre estas e as áreas naturais

n Pouco estrato herbáceo em alguns locais

n Perturbação devido à presença de animaisassilvestrados (cães e gatos)

n São locais adequados à nidificação e à reprodução

n Dificulta a dispersão e a colonização, em particular das espécies com menor mobilidade (carabídeos, répteis e micromamíferos)

n Contribui para a perda de biodiversidade tanto na comunidade de presas como na de predadores

n Limita fortemente as abundâncias de micromamíferose invertebrados do solo

n Afecta todas as comunidades, principalmente a dos anfíbios

fontes de alimento. Como tal, foramidentificadas condicionantes que po-derão influenciar o uso das espéciesnos diferentes habitats.

Sapo Comum (Bufo Bufo) Peneireiro (Falco tinnunculus)Raposa (Vulpes vulpes)

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Plano de Acção e Implementação de Medidasde Gestão e Monitorização da BiodiversidadeA 2ª fase do projecto na Secil-Outãoiniciou-se em Novembro de 2008 e de-correrá até Dezembro de 2010.

O objectivo principal é fomentar acomponente fauna, em articulaçãocom o Plano Ambiental de Recupera-ção Paisagística (PARP), e criar as con-dições necessárias à (re)colonizaçãonatural por parte de espécies que ocor-

rem tipicamente nos habitats envol-ventes à propriedade da Secil-Outão.

Com base nos resultados obtidosna 1ª fase e de modo a atenuar oueliminar os principais factores limitan-tes serão implementadas várias medi-das, agrupadas nas seguintes acções:

O sucesso das acções será avaliadocom base num programa de monitori-zação, que permitirá medir a evoluçãodas populações/abundâncias das es-pécies/grupos alvo.

Acção

de sensibilização

ambiental

Acções Exemplos de Medidas

n Sensibilização e Comunicação Ambiental

n Vigilância

n Controlo de animais assilvestrados (Cães e Gatos)

n Gestão da vegetação

n Promoção/Recuperação de abrigos para a fauna

n Aumento da disponibilidade hídrica

n Colaboração na detecção e controlo de incêndios

n Realização de workshops práticos na implementação das medidas do Plano de Acção

n Colaboração no âmbito da recolha de animais domésticos, sua esterilização e encaminhamento para adopção

n Criação de charcos artificiais

n Aumento da diversidade das espécies de árvores, arbustos e herbáceas

n Construção e colocação de caixas-abrigo e caixas-ninho

Caixas-abrigo

para morcego

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4 VALORIZAR8

O processo de fabrico de cimento éfeito através da extracção dos mate-riais provenientes da pedreira. Em se-guida, a pedra passa por um britadorque a parte, de modo a ficar maispequena e fácil de ser transportada.

Após estas etapas é necessáriomoer a pedra para que fique em póe, se for necessário, corrigir quimi-camente o material. Este processochama-se moagem de cru.

Posto isto, o cru (a pedra moída)passa pela etapa da cozedura, emfornos em que a chama atinge os2 000 ºC. O material permanece cercade 10 minutos a altas temperaturas e

atinge cerca de 1 450 ºC. Daqui surgeuma rocha artificial, chamada clínquer,que, depois de misturada com aditivoscomo o gesso e outros materiais, émoída (moagem de cimento), dandoassim origem aos diferentes tipos decimento.

Por fim é feito o embalamento ea expedição do cimento.

Processo de Fabrico de Cimento

A co-incineração de resíduos é uma prática corrente em todoo mundo e está de acordo com a legislação nacional, com os regulamentos e decisões europeias, e com a hierarquia de resíduos. Como se pode ver pelo quadro da página seguinte, a Convenção de Estocolmo incluiu na Hierarquia de Gestão deResíduos um conjunto de operações que excedem largamente osjá conhecidos 3 Rs.

Valorização de Resíduos

No processo de fabrico de cimentopode ocorrer a valorização de resíduosde dois modos diferentes. Estes podem ser valorizados como matérias--primas secundárias ou como com-bustíveis alternativos (co-incineração)em substituição dos materiais tradicio-

nalmente utilizados. Esta substituiçãotem uma dupla vantagem, ou seja, pou-pam-se matérias-primas e combustí-veis fósseis, e é dado uma segundautilização aos resíduos, que de outraforma teriam que ser tratados e/ou depositados em aterro.

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VALORIZAR

PrevençãoEvitar a produção

de resíduos

ReduçãoRedução da entrada de

matérias-primas

ReutilizaçãoMaximizar o tempo de vida

ReciclagemReprocessamento dos resíduos

Co-ProcessamentoRecuperação de energias e materiais;

Cooperação Inter-industrias

DestruiçãoIncineração e neutralização química

Deposição ResponsávelArmazenamento para futura reutilização, reciclagem

ou reconversão;Deposição permanente em aterro

Hierarquia

dos Resíduos

da Convenção

de Estocolmo

Estilha de madeira Resíduos de tecidos animais (Farinhas

Animais)

Fluff (Combustível derivado de Resíduo)

Chips de pneus (Resíduos de Plástico e

Borracha)

RDF (Combustível derivado de Resíduo) Lamas oleosas (RIP)

Combustíveis Alternativos

A mais recente legislação, a directivaquadro de resíduos nº 2008/98/CE, doParlamento e Conselho Europeu, publi-cada em Novembro de 2008, seguiu omesmo rumo e aplicou a hierarquia jádefinida pela Convenção de Estocolmo.

Assim, em ambos os docu-mentos a operação de co--incineração é consideradauma operação de recupera-ção energética (valorizaçãocomo combustível) e material(valorização como matéria-prima), não constituindo destaforma uma operação de fimde linha.

Recuperação

Deposição

9

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4 VALORIZAR10

Desempenho AmbientalFábrica Secil-Outão 2008

A produção anual de cimento no Outãotem oscilado entre os 2 milhões de to-neladas, atingidos em 2002, e 1 milhãoe 700 mil, alcançados em 2008.

Para produzir os valores do últimoano, utilizaram-se 3 milhões e 434 miltoneladas de matérias-primas, sendoque, 97% foram matérias-primas natu-rais (por exemplo, calcário e marga) e3% matérias-primas secundárias (porexemplo, resíduos de construção e de-molição, granalha da decapagem denavios e areias de fundição).

O tema que se seguetem por objectivodivulgar os principaisdados relativos à actividade da FábricaSecil-Outão em 2008,nomeadamente emrelação ao uso e à quantidade de matérias-primas e combustíveisalternativos.

Para atingir a produção de 2008, utilizaram-se 231 mil toneladas de com-bustíveis, em que 30% foram combustíveis alternativos e 70% combustíveisfósseis (coque de petróleo, fuelóleo e carvão).

Cais marítimo

da Fábrica Secil-Outão

Fábrica Secil-Outão - Consumo de Materiais t (%)

Fábrica Secil-Outão - Consumo de Combustíveis t (%)

n Matérias-Primas Naturais

n Matérias-Primas Secundárias

n Total

n 3 329 000

n 105 000

n 3 434 000

n 97%

n 3%

n 100%

n Combustíveis Fósseis

n Combustíveis Alternativos

n Total

n 162 000

n 231 000

n 69 000

n 70%

n 30%

n 100%

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Emissão de Mercúrio

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais Com Resíduos Industriais Perigosos

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais

Número de medições efectuadas desde 2002

Número de medições efectuadas desde 2002

Com Resíduos Industriais Perigosos

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (n

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Valor Médio Anual Valor Limite

Valor Médio Anual Valor Limite

1000

20

0.7

35

14.8 10

800

290

4

536557

1.11

0,04

1800

1500

1200

900

600

300

0

60

50

40

30

20

10

0

0.06

0.05

0.04

0.03

0.02

0.01

0

0.12

0.1

0.08

0.06

0.04

0.02

0

CO(Monóxido de Carbono)

Partículas

0

0

20

20

40

40 60 80 100 120

60 80 100

COT(Compostos Orgânicos

Totais)

HcL(Compostos Orgânicos

Clorados)

HF(Compostos Orgânicos

Fluorados)

NOx(Óxido de Azoto)

SO2(Dióxido de Enxofre)

350

330

370

310

290

270

250

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Emissões reais Emissões de Combustíveis Tradicionais

(kgC

O /

tclín

que

r)2

Influência do Consumo de Combustíveis Alternativos, em detrimento de Petróleo

O aumento da taxa de substituiçãode combustíveis fósseis por combus-tíveis alternativos de 3%, em 2004,para os actuais 22%, permitiu evitar,até 2008, a emissão de cerca de 340mil toneladas de CO2.

Estilha deMadeira (23%)

Resíduos IndustriaisPerigosos (7%)

Resíduos de TecidosAnimais (34%)

Resíduos de Plásticoe Borracha (18%)

Combustíveisderivados de Resíduos (18%)

Os combustíveis alternativos mais uti-lizados foram os Resíduos de TecidosAnimais (34%) e a Estilha de Madeira(23%). As diferenças verificadas nosquantitativos dos diferentes resíduosvalorizados no processo de fabricodevem-se essencialmente à disponibi-lidade destes no mercado de resíduos.

O gráfico seguinte permite-nos obser-var essa poupança de CO2, em que alinha inferior representa as emissões ac-tuais da Secil e a linha superior indica oque seria emitido se apenas se utilizas-sem os combustíveis tradicionais.

Combustíveis Alternativosutilizados em 2008

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4 VALORIZAR12

Para além da redução do CO2, todas as emissões para a atmosfera dos restantes poluentes foram mantidas abaixodos limites legais. Os resultados encontram-se expressos nos gráficos seguintes.

Emissões - 2008

Emissão de Mercúrio

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais Com Resíduos Industriais Perigosos

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais

Número de medições efectuadas desde 2002

Número de medições efectuadas desde 2002

Com Resíduos Industriais Perigosos

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Con

cent

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Con

cent

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o (n

g/N

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cent

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Valor Médio Anual Valor Limite

Valor Médio Anual Valor Limite

1000

20

0.7

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14.8 10

800

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536557

1.11

0,04

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1200

900

600

300

0

60

50

40

30

20

10

0

0.06

0.05

0.04

0.03

0.02

0.01

0

0.12

0.1

0.08

0.06

0.04

0.02

0

CO(Monóxido de Carbono)

Partículas

0

0

20

20

40

40 60 80 100 120

60 80 100

COT(Compostos Orgânicos

Totais)

HcL(Compostos Orgânicos

Clorados)

HF(Compostos Orgânicos

Fluorados)

NOx(Óxido de Azoto)

SO2(Dióxido de Enxofre)

350

330

370

310

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270

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2003 2004 2005 2006 2007 2008

Emissões reais Emissões de Combustíveis Tradicionais

(kgC

O /

tclín

que

r)2

Emissões - 2008

Fábrica

Secil-Outão

Emissões - 2008

Emissão de Mercúrio

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais Com Resíduos Industriais Perigosos

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais

Número de medições efectuadas desde 2002

Número de medições efectuadas desde 2002

Com Resíduos Industriais Perigosos

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Valor Médio Anual Valor Limite

Valor Médio Anual Valor Limite

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1.11

0,04

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1500

1200

900

600

300

0

60

50

40

30

20

10

0

0.06

0.05

0.04

0.03

0.02

0.01

0

0.12

0.1

0.08

0.06

0.04

0.02

0

CO(Monóxido de Carbono)

Partículas

0

0

20

20

40

40 60 80 100 120

60 80 100

COT(Compostos Orgânicos

Totais)

HcL(Compostos Orgânicos

Clorados)

HF(Compostos Orgânicos

Fluorados)

NOx(Óxido de Azoto)

SO2(Dióxido de Enxofre)

350

330

370

310

290

270

250

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Emissões reais Emissões de Combustíveis Tradicionais

(kgC

O /

tclín

que

r)2

Emissões - 2008

Page 14: VALORIZAR - Secil Group · VALORIZAR 3 tones da Serra da Arrábida, cuja maioria é proveniente de viveiros próprios que a empresa criou nas imediações da fábrica. Este permanente

VALORIZAR 13

Nos gráficos seguintes encontram-se os resultados das medições pontuais efectuadas na Secil-Outão desde de 2002, apresentando de forma separada os resultados obtidos com a valorização de resíduos industriais banais e resíduos industriais perigosos. A Secil efectua voluntariamente uma quantidade de medições muito superior à queestá prevista na legislação em vigor.

Emissão de mercúrio entre 2002 e 2008, de acordo com o tipo de combustível. O limite legal é de 0,05 mg/Nm3, ou seja, 0,000 000 5 g/Nm3 (Grama por NormalMetro Cúbico).

Emissão de Mercúrio

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais Com Resíduos Industriais Perigosos

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais

Número de medições efectuadas desde 2002

Número de medições efectuadas desde 2002

Com Resíduos Industriais Perigosos

Emissão de Dioxinas e Furanos

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (n

g/N

m )3

Con

cent

raçã

o (m

g/N

m )3

Valor Médio Anual Valor Limite

Valor Médio Anual Valor Limite

1000

20

0.7

35

14.8 10

800

290

4

536557

1.11

0,04

1800

1500

1200

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600

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0

60

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0.06

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0

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0.08

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0

CO(Monóxido de Carbono)

Partículas

0

0

20

20

40

40 60 80 100 120

60 80 100

COT(Compostos Orgânicos

Totais)

HcL(Compostos Orgânicos

Clorados)

HF(Compostos Orgânicos

Fluorados)

NOx(Óxido de Azoto)

SO2(Dióxido de Enxofre)

350

330

370

310

290

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2003 2004 2005 2006 2007 2008

Emissões reais Emissões de Combustíveis Tradicionais

(kgC

O /

tclín

que

r)2

Emissão de dioxinas e furanos entre 2002 e 2008, de acordo com o tipo de combustível. O limite legal é de 0,1 ng/Nm3, ou seja, 0,000 000 000 1 g/Nm3

(Grama por Normal Metro Cúbico).

Dioxinas e Furanos

Emissões - 2008

Emissão de Mercúrio

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais Com Resíduos Industriais Perigosos

Valor Limite Com Resíduos Industriais Banais

Número de medições efectuadas desde 2002

Número de medições efectuadas desde 2002

Com Resíduos Industriais Perigosos

Emissão de Dioxinas e Furanos

Con

cent

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o (m

g/N

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Con

cent

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o (m

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Con

cent

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o (n

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Con

cent

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o (m

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m )3

Valor Médio Anual Valor Limite

Valor Médio Anual Valor Limite

1000

20

0.7

35

14.8 10

800

290

4

536557

1.11

0,04

1800

1500

1200

900

600

300

0

60

50

40

30

20

10

0

0.06

0.05

0.04

0.03

0.02

0.01

0

0.12

0.1

0.08

0.06

0.04

0.02

0

CO(Monóxido de Carbono)

Partículas

0

0

20

20

40

40 60 80 100 120

60 80 100

COT(Compostos Orgânicos

Totais)

HcL(Compostos Orgânicos

Clorados)

HF(Compostos Orgânicos

Fluorados)

NOx(Óxido de Azoto)

SO2(Dióxido de Enxofre)

350

330

370

310

290

270

250

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Emissões reais Emissões de Combustíveis Tradicionais

(kgC

O /

tclín

que

r)2

Mercúrio

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4 VALORIZAR

O ecossistema de ervas marinhas na zona do Portinho da Arrábida e da Baía de Galápos, suporte fundamental da biodiversidademarinha do parque natural, tem sido sujeito a uma destruição quasetotal devido à acção do homem.

14

Como consequência os fundos fica-ram desérticos, a areia foi arrastadae a costa sujeita a maior erosão.

Com o objectivo de preservar e recu-perar a biodiversidade na área doParque Marinho Luiz Saldanha, inclu-ído no Parque Natural da Arrábida,surgiu, em 2006, o projecto Biomares.Este é co-financiado pela UniãoEuropeia (programa Life) e pela Secil.

O apoio da Secil ao projecto BIOMA-RES vem de encontro à sua políticaambiental, com acções que vão paraalém do âmbito da sua actividade.

O projecto BIOMARES inclui váriasacções entre as quais se destacam:

n A recuperação das pradarias atra-vés da replantação de ervas marinhasde populações provenientes da RiaFormosa, do Rio Mira e do Estuáriodo Sado, sendo o transplante efec-tuado com recurso ao mergulho comescafandro.

n A instalação de bóias de amarra-ção “amigas do ambiente” que pro-tegem os fundos marinhos e permi-tem, ao mesmo tempo, o uso recrea-tivo do parque marinho.

BIOMARES Projecto de Recuperação daBiodiversidadeMarinha

Menção Honrosa Prémio BES Biodiversidade

n A instalação de uma doca flutuanteno Portinho da Arrábida para facilitaro acesso em segurança e com maiorcomodidade às embarcações.

n A informação e sensibilização daopinião pública sobre a importânciada preservação e valorização da bio-diversidade marinha deste local.

O Biomares continua a decorrer,com óptimos resultados, e, em2009, foi distinguido com uma men-ção honrosa na 2ª edição do PrémioBES Biodiversidade, pela sua in-ovação, expressiva continuidade,consistência e actualidade.

Portinho da Arrábida e Baía de Galápos

Replantação de ervas marinhas

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VALORIZAR 15

Equipa de mergulhadores do Biomares

n IRNB/L-IPIMAR – Instituto Nacional de Recursos Biológicos, I.P;

n ICNB – Instituto da Conservaçãoda Natureza e da Biodiversidade;

n CSIC – Consejo Superior de In-vestigaciones Cientificas (Espanha);

n ISPA – Instituto Superior de Psi-cologia Aplicada;

n CCMAR – Centro de Ciências doMar do Algarve;

n NOAA – National Oceanic andAtmospheric Administration (agên-cia federal do Departamento de Co-mércio dos EUA)

n Secil

O BIOMARES envolveum leque alargado de intervenientes de forma a potenciaro sucesso destas actividades:

FFIICCHHAA TTééCCNNIICCAA

EEddiiççããoo

SSEECCIILL--CCoommppaannhhiiaa

GGeerraall ddee CCaall

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FFáábbrriiccaa SSeecciill--OOuuttããoo

22990011--886644 SSeettúúbbaall

TTeell.. 221122 119988 110000

FFaaxx 226655 223344 662299

EE--mmaaiill

ccoommuunniiccaaccaaoo@@sseecciill..pptt

SSiittee

wwwwww..sseecciill..pptt

CCoonncceeppççããoo ggrrááffiiccaa

DDrraaffttffccbb

IImmpprreessssããoo

CCPPPP

TTiirraaggeemm

4400..000000 eexxeemmppllaarreess

VVeerrssããoo ddiiggiittaall

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wwwwww..sseecciill..pptt

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AAmmbbiieennttaall

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BiodiversidadeMarinha

Nota: todas as fotografias constantes desta publicação são originais e provenientes dos trabalhos efectuados.