Valorização profissional pauta trabalho da Sogoes A jornais desta entidade e conduziu um...

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Valorização profissional pauta trabalho da Sogoes Sogoes mantém o compromisso com os ginecologistas e obstetras do Espírito Santo de ampliar as discussões em torno da valorização de nossos profissionais e trabalhar para que este objetivo se concretize. Este tema é constantemente abordado em jornais desta entidade e conduziu um importante debate durante o 16º Congres- so de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste da Febrasgo e 17º Cesgo, realiza- dos no mês de abril, em Vitória. A mesa redonda “Valorização Profissional” discu- tiu a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), com abordagens sobre o histórico, reajuste e perspectivas futuros para a categoria. A relação entre honorários médicos e hospi- talares, e o comparativo da atuação de nossas entidades representativas com as de outros profissionais liberais também enriqueceram este debate. Para dinamizar ainda mais este traba- lho, a Sogoes formou uma comissão que irá discutir a valorização dos honorários médicos. Periodicamente, os membros desta equipe se reúnem para discutir a A Ano II - Edição IV Junho/Julho 2010 www.sogoes.com.br Balanço do 17º Cesgo Página 3 Quanto ganha um médico? Página 5 Folato e o risco de câncer Página 6 DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO realidade dos ginecologistas e obstetras de todo o Estado e traçar estratégicas para alcançarmos a tão merecida valorização profissional. “Nossa jornada de trabalho é exaustiva e vai muito além de 40 horas semanais. Geralmente não temos tempo para nada: família, amigos, lazer e até mesmo as refeições ficam em segundo plano. Precisamos ser remunera- dos dignamente para termos qualidade de vida e melhorarmos cada vez mais nosso trabalho”, afirma Dr. Fabio Leal, presidente da associação. A Sogoes convida a todos os ginecologistas e obstetras do Estado a fazer parte deste grupo. Para isso, basta atualizar o seu cadastro pelo telefone (27 3325-1765/ 27 3315-6704) ou e-mail ([email protected]). Assim, você receberá o convite com informações referentes às próximas reuniões. “A parti- cipação de todos os associados é funda- mental para que esta discussão seja enriquecida. Juntos, seremos mais fortes e poderemos muito mais”, conclui. Presidente Elvídio dos Santos Membros Rogério Rodrigues da Silva Fabio Leal Comissão de valorização dos honorários médicos Luiz Fernando Moreira Alexandre Araújo Pires Marcelo Guerzet Arnaldo Ferreira Luiz Borneo Flávio Barroso Eloísa Leite Luiz Sobral Jeana Brito Nascimento Fernando Sérgio Eugênio Zanon Rosangela Maldonado Os médicos Jorge Kfuri (SP), Ricardo Oliveira e Silva (RJ), Fernando Sérgio Marns (ES) e Oo Fernando Bapsta (ES) parciparam da mesa sobre valorização profissional FOTO LUIZ GOULART

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Valorização profissional pautatrabalho da Sogoes

Sogoes mantém o compromisso com os ginecologistas e obstetras do Espírito Santo de ampliar as

discussões em torno da valorização de nossos profissionais e trabalhar para que este objetivo se concretize.

Este tema é constantemente abordado em jornais desta entidade e conduziu um importante debate durante o 16º Congres-so de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste da Febrasgo e 17º Cesgo, realiza-dos no mês de abril, em Vitória. A mesa redonda “Valorização Profissional” discu-tiu a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), com abordagens sobre o histórico, reajuste e perspectivas futuros para a categoria. A relação entre honorários médicos e hospi-talares, e o comparativo da atuação de nossas entidades representativas com as de outros profissionais liberais também enriqueceram este debate.

Para dinamizar ainda mais este traba-lho, a Sogoes formou uma comissão que irá discutir a valorização dos honorários médicos. Periodicamente, os membros desta equipe se reúnem para discutir a

A

Ano II - Edição IVJunho/Julho 2010

www.sogoes.com.br

Balançodo 17º CesgoPágina 3

Quanto ganhaum médico?Página 5

Folato e orisco de câncerPágina 6

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AÇÃO

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AÇÃO

realidade dos ginecologistas e obstetras de todo o Estado e traçar estratégicas para alcançarmos a tão merecida valorização profissional. “Nossa jornada de trabalho é exaustiva e vai muito além de 40 horas semanais. Geralmente não temos tempo para nada: família, amigos, lazer e até mesmo as refeições ficam em segundo plano. Precisamos ser remunera-dos dignamente para termos qualidade de vida e melhorarmos cada vez mais nosso trabalho”, afirma Dr. Fabio Leal, presidente da associação.

A Sogoes convida a todos os ginecologistas e obstetras do Estado a fazer parte deste grupo. Para isso, basta atualizar o seu cadastro pelo telefone

(27 3325-1765/ 27 3315-6704) ou e-mail ([email protected]). Assim, você receberá o convite com informações referentes às próximas reuniões. “A parti-cipação de todos os associados é funda-mental para que esta discussão seja enriquecida. Juntos, seremos mais fortes e poderemos muito mais”, conclui.

Presidente Elvídio dos Santos MembrosRogério Rodrigues da SilvaFabio Leal

Comissão de valorização dos honorários médicos

Luiz Fernando MoreiraAlexandre Araújo PiresMarcelo GuerzetArnaldo FerreiraLuiz BorneoFlávio Barroso

Eloísa LeiteLuiz SobralJeana Brito NascimentoFernando SérgioEugênio ZanonRosangela Maldonado

Os médicos Jorge Kfuri (SP), Ricardo Oliveira e Silva (RJ), Fernando Sérgio Martins (ES) e Otto Fernando Baptista (ES) participaram da mesa sobre valorização profissional

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www.sogoes.com.brAno II - Edição IV - Junho/Julho 2010 Associação de Ginecologistas e Obstetras do Espírito Santo

EXPEDIENTE

EDITORIAL

Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito SantoAvenida Nossa Senhora da Penha, 565, salas 1009-1012 - Ed. Royal Center, Santa Lúcia, Vitória/ES - CEP: 29055-903www.sogoes.com.br/[email protected](27) 3315-6704 / 3325-1765

Diretoria 2010/2011Presidente: Dr. Fabio Leal Laignier Borges Vice-Presidente: Dr. Elvidio dos Santos Secretário Geral: Dr. Coridon Franco da Costa Secretário Adjunto: Dr. Tolentino Ferreira de Freitas Filho Diretor Financeiro:

Valorizaçãoós, médicos, não podemos fugir de uma realidade: temos de administrar a nossa carreira. É

certo que conduzir a vida profissional - gerenciar o consultório, uma clínica médica, ocupar um cargo de direção em um hospital e até mesmo se relacionar de maneira adequada com os planos de saúde - vem ganhando novas dimensões.

No novo cenário, informações sobre gestão e planejamento tornaram-se essenciais para o profissional obter suces-so na carreira. Isso exige de nós uma atitude com foco cada vez mais empreen-dedor.

Plantões, consultórios, emergências, hospitais... Chega uma hora em que é preciso parar. Depois de alguns anos de serviço, eis que se aproxima o momento da merecida aposentadoria. Mas será que conseguiremos manter um padrão de vida adequado quando este momento chegar ou teremos que continuar trabalhando?

Boa parte dos médicos sonha com uma aposentadoria tranquila e bem remunera-da. Para muitos, porém, deixar o ofício é impossível. Alguns não podem parar justamente porque não administraram bem suas carreiras.

Atenta a isso, a Sogoes criou uma Comissão de Valorização Médica, com o intuito ajudar os profissionais a receber uma remuneração mais justa agora - para não ter problemas no futuro.

N

Dra. Neide Aparecida Tosato BoldriniDiretor Financeiro Adjunto: Dr. Henrique Zacharias Borges FilhoDiretor Científico: Dr. Luiz Alberto Sobral Vieira JúniorDiretor de Ética Profissional: Dr. Fernando Sérgio MartinsDiretor Social: Dra. Chiara Musso Ribeiro de Oliveira SouzaSecretáriosMaria Eugênia Sant’Anna BonesiMárcio Luiz Intra

Jornal SogoesJornalista responsável: Camila Fregona MTB 2339-ESDiagramação: Raiz Comunica (27) 3317-2552Tiragem: 1.200 exemplares

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Dr. Fabio Leal Laignier BorgesPresidente da Sogoes (Gestão 2010/2011)

Confira o horário de funcionamento da Sogoes:

Segunda a sexta, das 13h às 19h.Visite nossa sede e participe desta entidade!

14 de agostoJornada de Atualização Médica Local: Auditório CRM, VitóriaO evento patrocinado pela Bayer.

22 a 24 de setembro8ª Jornada de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa Local: Hotel Senac, Vitória O evento conta com o apoio da Sogoes.

10 de julhoJornada de Atualização Médica Local: Linhares

05 e 06 de agostoIII Colpovix Local: Hotel Bristol Century Plaza, VitóriaO evento conta com o apoio da Sogoes.

20 de novembroJornada de Atualização Médica Local: Colatina

15 de dezembro de 2010 a 15 de janeiro de 2011Recesso Sogoes

30 de abril a 02 de maio18° CesgoLocal: Centro de Convenções de Vitória

19 de marçoJornada de Atualização MédicaLocal: Vitória

16 de outubroJornada de Atualização Médica Local: Cachoeiro de Itapemirim

30 de outubroJornada de Atualização Médica - Comemoração Dia do Ginecologista Local: Vitória

AGENDA 2010

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BRE

TAS

2011

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17º Congresso Espírito-Santense de Ginecologia e Obstetrícia (Cesgo) foi indubi-

talvemente um sucesso. O reconhecimen-to conquistado por este grande evento realizado pela Sogoes é notável pela avaliação positiva dos mais de 450 parti-cipantes. Ginecologistas e obstetras da Grande Vitória e do interior do Espírito Santo, além de profissionais de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo não pouparam elogios à organização e alto nível de discussão apresentados no evento. O sucesso do 17º Cesgo ultrapas-sou fronteiras, e até mesmo médicos de Luanda vieram especialmente a Vitória com o objetivo de participar do congres-so.

No entanto, a diretoria da Sogoes não poderia comemorar esta vitória sem homenagear os grandes parceiros desta

associação, que sempre colaboram com a realização de nossos eventos. A Sogoes agradece a todos os patrocinadores que nos ajudaram a realizar o maior congres-so de ginecologia e obstetrícia do Espírito Santo. Com o apoio destas empresas realmente comprometidas com os profis-sionais da área médica, o Cesgo foi nova-mente um sucesso absoluto.

O

Parcerias fortes colaboram com o sucesso do 17º Cesgo

BAYER UNIMED VITORIAJANSSENSEVIERMSDBIOLABCIFARMA

CRIOBANCO GSKPHAPSENASTRAZENECALIBBSZAMBONPFIZERDESKARTECCOLPLASTACHEGIBRATVACCINIMULTISCANSIS VACINASMEDICAL BOOKSCLIN VAC PRAIAMEDFETUS TOTAL

PATROCINADOR %

26,5013,997,877,145,003,573,57

3,573,573,572,502,142,142,142,141,791,791,431,431,430,710,710,570,360,36

100%

Confira os patrocinadores do 17º Cesgo, com as respectivas cotas de apoio.

17º Cesgo reuniu mais de 450 participantes de todo o Sudeste

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Perspectivas para asfinanças dos médicos

Sogoes irá promover cursos sobre gestão financeira

Sogoes irá promover, em breve, convênios com entidades finan-ceiras para a realização de

cursos e aulas de capacitação para os associados. O objetivo é esclarecer aos médicos noções sobre investimentos, aposentadoria e poupança.

“Boa parte dos médicos demonstra uma falta de entendimento dos conceitos básicos necessários às tomadas de decisão sobre investimentos e poupança.

A Eles apresentam grandes dificuldades para cumprir seus planejamentos finan-ceiros em decorrência de uma falha nos currículos, que apenas os ensinam a diagnosticar e tratar os pacientes”, expli-ca Dr. Fabio Leal, presidente da Sogoes.

Segundo Leal, o comportamento dos preços das ações, dos imóveis e previdên-cia privada, por exemplo, geram muitas dúvidas. “Por isso, torna-se importante que as entidades representativas das

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classes médicas tomem a iniciativa e proporcionem aos associados a oportuni-dade de aprender. Essas instituições devem oferecer cursos que apresentem as ferramentas adequadas para que ocorra uma mudança de comportamento frente às finanças”, afirma.

Os associados que desejarem participar dos cursos sobre gestão financeira devem entrar em contato com a Sogoes através do e-mail [email protected].

No dia 07 de abril, a Sogoes promoveu a palestra “Libido e Contracepção Hormonal”. A conferência foi ministrada pelo Dr. Gerson Pereira Lopes, no Hotel Radisson, em Vitória.

“Este foi mais um evento em que a Associação se empe-nhou para manter uma educação médica continuada”, explica Dr. Fabio Borges, presidente da Sogoes. “Trouxemos palestrantes de alto nível, como o Dr. Gerson, que veio de Minas Gerais especialmente para falar deste tema tão atual. Além disso, aproveitamos para fazer uma confrater-nização entre os profissionais da região”, ressalta.

O evento recebeu o patrocínio da Janssen-Cilag Farma-cêutica Ltda.

Sogoes promove palestra de atualização sobre

Libido e Contracepção Hormonal

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NORTE2,81%

R$ 7,054

46,7NORDESTE

15,69%

R$ 5,959

48,3

SUDESTE58,77%

R$ 5,910

48,5

CENTRO-OESTE6,69%

R$ 7,094

48,7

SUL16,04%

R$ 6,865

49,1

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ste é um momento em que a valorização do médico está em um debate de abrangência

nacional. No Brasil, o médico é um dos profissionais com mais anos de estudos e preparação para exercer seu trabalho. Entretanto, ele está entre os profissio-nais de curso superior com menor remu-neração. Afinal, quanto ganha o médico brasileiro?

A pesquisa “Escassez dos médicos”, realizada em 2006 pela FGV, já mostrava um cenário preocupante. Com dados

EQuanto ganha o médico?

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Fonte: Pesquisa Escassez dos médicos, da Fundação Getúlio Vargas

(FGV), realizado em 2006

R$1.534,13

R$5.318,58

R$6.615,29

R$7.431,71

R$8.338,25

20 a 24 anos40,63 horas/semana

30 a 35 anos48,01 horas/semana

40 a 44 anos49,44 horas/semana

50 a 54 anos49,47 horas/semana

55 a 59 anos48,65 horas/semana

Sudeste Espírito Santo – R$ 2.000,00Minas Gerais - R$ 3.500,00Rio de Janeiro - R$ 1.850,00São Paulo – R$ 2.500,00

SulParaná - R$ 3.700,00Rio Grande do Sul - R$ 2.900,00Santa Catarina - R$ 3.200,00

Centro-OesteDistrito Federal - R$ 4.500,00Goiás - R$ 2.250,00Mato Grosso - R$ 3.500,00Mato Grosso do Sul - R$ 2.950,00

Nordeste Alagoas - R$ 1.300,00Bahia - R$ 1.400,00Ceará - R$ 1.200,00Maranhão - R$ 7.900,00Piauí - R$ 2.100,00Paraíba - R$ 1.100,00Pernambuco - R$ 1.780,00Rio Grande do Norte - R$ 1.235,00Recife - R$ 970,00

NorteAcre - R$ 8.500,00Amapá - R$ 5.050,00Amazonas - R$ 10.000,00Pará - R$ 4.100,00Rondônia - R$ 5.500,00Roraima - R$ 4.750,00Tocantins - R$ 6.120,00

compilados do IBGE e PNAD, o estudo apresenta a média salarial, o percentual de médicos residentes e o número de horas trabalhadas por semana, em cada região do país. A pesquisa traz, ainda, dados sobre a média salarial dos médi-cos por estado e um gráfico que projeta a remuneração médica em cada fase da vida. Confira os dados e perceba que esta situação não obteve grandes avan-ços nos últimos anos. É hora de juntos buscarmos melhorias para nossa classe profissional.

Folato e o risco de cânceras últimas décadas, a evidência coletiva de estudos pré-clínicos e clínicos tem indicado

que a maior ingestão do folato (ou vitamina B9) provê proteção contra desenvolvimento de certos tipos comuns de câncer. Entretanto, o papel central do ácido fólico como co-fator na síntese do nucleotídeo também significa que a abundante disponibilidade desta vitami-na pode facilitar a proliferação de células em rápida divisão, e tal hiperpro-liferação é na verdade da maioria das displasias (pré-câncer) e/ou neoplasias malignas (câncer).

As evidências iniciais de que a ingestão de folato em níveis alcan-çados através do uso de suplemen-tos poderia causar uma acelera-ção paradoxal da carcinogênese em indivíduos portadores de lesões neoplásicas prévias remonta a 1940. Dois grupos de investigadores administraram altas doses de ácido fólico em pacientes com leucemia aguda e observaram o fenômeno da acele-ração: a taxa de expansão de clones leucêmicos aumentou tremendamente. Tal aceleração pode ser atribuída ao fato de que as células neoplásicas têm altas taxas de proliferação e, portanto, reque-rem grandes quantidades de folato para manter a síntese da timidina num ritmo adequado para suprir as necessidades elevadas da síntese de DNA.

Observações posteriores de estudos em animais e humanos continuaram a apoiar este conceito. Na maioria das circunstâncias, o folato parece assumir o papel de agente protetor contra o câncer, presumivelmente por reforçar a estabilidade genética. No entanto, naquelas circunstâncias onde o indiví-duo já abriga uma neoplasia que conso-me uma quantidade excedente da vitamina, o folato pode facilitar a expansão destas células neoplásicas e, assim, ser um agente de um efeito oposto, ou seja, de promoção do câncer.

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Mason JB. Nutrition Reviews 2009; 67(4):206-212. Artigo resumido e

adaptado por Fabrício Collares Rosas.

O consenso de mais de 30 estudos indica que os indivíduos que consomem maiores quantidades de folato na dieta (ou que têm as maiores concentrações de folato no sangue) têm uma redução de 40-60% no risco de desenvolver câncer colorretal. Outra meta-análise encontrou efeito protetor do folato também contra três tipos de câncer gastrintestinal não-colônicos: esôfago, estômago e pâncreas.

Existe também uma indicação de que

o aumento a ingestão de ácido fólico em mulheres no período periconcepcional diminui o risco de gestações com defei-tos do tubo neural (DTN). Assim, muitos países já adotaram a exigência de forti-ficação de alimentos com ácido fólico.

Estudos controlados em uma varieda-de de modelos animais para câncer de cólon apresentaram importantes resul-tados: em contextos onde particular-mente há uma forte predisposição subjacente ao câncer de cólon, ou naquelas condições em que tumores neoplásicos já estão estabelecidos, o suplemento de ácido fólico somente é protetor antes dos focos neoplásicos terem aparecido no intestino. Uma vez estabelecidos os focos, quanto mais

ácido fólico é fornecido, mais rápido os focos microscópicos crescem e os tumo-res macroscópicos surgem.

Na prevenção de adenomas colorre-tais, a ingestão abundante de ácido fólico pode acelerar a tumorigênese entre aqueles que abrigam focos existentes de neoplasia com tais efeitos. A possibilidade de um efeito promotor paradoxal do câncer com quantidades excessivas de ácido fólico pode ocorrer também para o câncer de mama humano.

O METABOLISMO DO ÁCIDO FÓLICO. O ácido fólico é convertido

na forma natural biológica da vitamina B9 ao passar através da parede intestinal, quando sofre redução enzimática e metilação, resultando no composto circu-lante desta vitamina, o 5 - m e t i l t e t r a h i d ro f o l a t o . Sabe-se que as doses orais de ácido fólico em quantidades

fisiológicas podem saturar esse mecanismo de conversão, resultan-

do em níveis detectáveis de ácido fólico na circulação. Por isso, tem

havido certa preocupação de que esta forma oxidada e não substituída de folato poderia ser prejudicial, quando em altas doses, porque não é uma forma coenzimática da vitamina de ocorrência natural.

Por fim, restam poucas dúvidas de que o folato possa agir como um camaleão sob certas condições experimentais. O desafio é determinar se a forma como tem sido usado, inadvertidamente, vem permitindo ao folato desempenhar o seu papel paradoxal como um agente de promoção do câncer. As provas para apoiar essa alegação ainda são escassas, mas é uma possibilidade que não deve-mos deixar de lado, merecendo cuidado-sa consideração.