VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM PARA O ... · Batalhou arduamente pela vida e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO EDILENE CASTRO DOS SANTOS VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE TERMINALIDADE NATAL Janeiro / 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO

EDILENE CASTRO DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE

ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE

TERMINALIDADE

NATAL

Janeiro / 2015

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EDILENE CASTRO DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE

ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE

TERMINALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à Saúde

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em

Saúde e Enfermagem

Orientadora: Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão

NATAL

Janeiro / 2015

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Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

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VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE

ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE

TERMINALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em:_____/_____/______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão (Presidente) Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Ednaldo Cavalcante de Araújo (Titular) Universidade Federal de Pernambuco-UFPE

_______________________________________________________________ Prof.ª Dra. Rejane Maria Paiva de Menezes (Titular)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

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Primeiramente, dedico esta dissertação ao meu irmão, Marcos

César (in memoriam), que ao longo da minha vida foi meu mestre,

companheiro e amigo.

Que em meio ao sofrimento de sua enfermidade nunca perdeu a

capacidade de amar, sorrir e, acima de tudo, ter fé.

Ele foi minha maior inspiração para a concretização desta pesquisa,

pois suas atitudes diante da terminalidade de sua vida me fizeram adquirir um

novo olhar diante da morte.

Sua trajetória foi marcante no decorrer dos 29 anos de convivência.

Batalhou arduamente pela vida e inesperadamente sua finitude chegou,

retirando de nós o seu sorriso e as belas canções que compusera.

Tenho a certeza que sempre esteve ao meu lado quando não sabia

mais como proceder. Hoje, sou grata a Deus por ter escolhido você para ser

meu irmão, o nosso caçulinha, e pela oportunidade de aprender com teus

ensinamentos vitais.

Finalmente, dedico também a minha querida paciente Analayflan, a

qual viveu sua finitude ao meu lado.

Exercer com ela uma assistência de qualidade no final da vida diante

das dimensões humanas foi primordial na construção deste protocolo

assistencial.

Diante dessas duas pessoas que hoje habitam no reino celeste, o

processo de morrer configurou um novo significado para minha vida e percebi

que cada gesto humano faz sentido, uma vez que somos finitos.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, criador de todas as coisas e pai

de infinita misericórdia, o qual através da iluminação e sabedoria me

proporcionou fortaleza para concretizar mais esse sonho.

A Jesus Cristo e Maria Santíssima, pois na representação da “Pietà”

a morte deixa de causar medo, apenas um cuidar para que ela seja serena,

digna, sem dores e cercada da família e amigos.

Aos amados pais, José Lourenço e Maria da Salete, pela educação

proporcionada, pelo amor e por mostrarem capacidade de enfrentar a vida com

determinação e honestidade.

A Pedro, meu esposo, pelo total desprendimento, companheirismo e

incentivo para realização dessa vitória.

A minha sogra, Antônia Rodrigues, e cunhadas, Maria das Neves e

Maria da Conceição, pelo apoio, carinho e por fazerem parte da minha nova

família.

Aos meus familiares e amigos, principalmente aos legionários de

Maria, pelos domingos de ausência no grupo.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo acolhimento e

retorno à academia após 10 anos, e por ser propulsora para realização dessa

etapa da vida profissional.

Ao Departamento de Enfermagem da UFRN, representado pela

coordenadora do Programa de Pós Graduação em Enfermagem, Profa. Dra.

Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira, pela oportunidade de mostrar novos

desafios para a enfermagem.

A todos os professores da Pós-Graduação em Enfermagem, pelo

compartilhamento de novos saberes.

A minha querida orientadora, Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues

Feijão, pelos ensinamentos, compreensão e acolhimento.

Ao Centro Universitário do Rio Grande do Norte e Estácio-Fatern,

através da coordenadora do Curso de Enfermagem Rejane Millions e Elizabete

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Couto, respectivamente, pela compreensão nos momentos de ausência, bem

como aos colegas de trabalho pela força.

A todos os professores da Escola de Enfermagem da UFRN e,

principalmente, a Diretora Edilene Rodrigues, pelo carinho no decorrer dos

anos que dediquei-me ao ensino nessa Instituição.

Aos funcionários, Sebastião, Zefinha e Aparecida, pelo suporte e

carinho.

Aos meus pacientes que, ao longo do exercício profissional em UTI,

pude compartilhar com eles os cuidados paliativos.

Aos queridos alunos, pela dedicação em participar ativamente das

discussões na disciplina Tanatologia instituída no UNI-RN durante o decurso do

Mestrado.

Aos colaboradores da minha pesquisa, os quais doaram seu

precioso tempo para avaliar meu instrumento viabilizando, assim, o andamento

do estudo.

Enfim, a todos que direta e indiretamente contribuíram para o

alcance desta jornada.

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“Trouxeste toda cor, o brilho da

natureza, o som de todos os sons, o

canto que engrandece [...] Aos males, o

saber; às lágrimas a alegria, do chão

aos corações jamais faltou a vida”

(Marcos Santos)

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SANTOS, E.C. Validação de protocolo assistencial de enfermagem para o paciente em processo de terminalidade. Natal, 2014. 133f. Dissertação (mestrado em enfermagem) – Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014.

RESUMO

A terminalidade configura-se num assunto geralmente evitado, embora todos tenham ciência de sua inevitabilidade. Sobretudo, não se caracteriza como uma tarefa de fácil discussão diante da sociedade, pois se vivencia com angústia os momentos da finitude. O estudo teve como objetivo validar uma proposta de protocolo assistencial de enfermagem para pacientes em terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva no município de Natal-RN. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, do tipo metodológico, no qual realizou-se primeiramente uma revisão integrativa da literatura. A validação resultou do julgamento de experts envolvidos na assistência e/ou docência. A amostra ocorreu por intencionalidade e os colaboradores foram selecionados pela análise de Currículo Lattes com a adaptação do sistema de pontuação proposto por Fehring, totalizando 11 enfermeiros, mediante aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os critérios de inclusão foram enfermeiros experts em terminalidade atuantes como assistencialistas e/ou docentes das disciplinas de tanatologia, bioética ou afins. A operacionalização ocorreu por meio da concordância entre as respostas obtidas pelo Índice de Validade de Conteúdo através da avaliação dos juízes em uma rodada. Como resultados, a revisão mostrou os seguintes elementos da assistência de enfermagem: o alívio da dor, promoção de conforto, higiene, afeto, reavaliação de suporte ventilatório, hidratação, aplicação de compressas, posicionamento do paciente, toque e uso de musicoterapia; apoio psicológico e espiritual de paciente e família elencados por domínios de cuidado. Os aspectos bioéticos trataram o respeito à autonomia e dignidade dos pacientes, além da comunicação com os familiares ser deficitária. Foram avaliados 15 itens, sendo nove correspondentes ao histórico de enfermagem e seis referentes às intervenções de enfermagem durante o processo de enfermagem na terminalidade, no qual apresentou-se favorável para 0,9 de IVC. Das 165 respostas, 67,27% mostraram-se adequados; 30,91% adequados com alterações e somente 1,82% foi considerado inadequado, o que atesta a validade de conteúdo em 67% das respostas elaboradas pelos juízes. Diante das sugestões dos juízes, procurou-se reformular o protocolo buscando uma melhor compreensão e clareza dos itens que compunham o instrumento, visando a torná-lo exequível. A importância do estudo para a enfermagem de cuidados paliativos destaca-se pela uniformidade das ações no fim de vida para que seja assegurada uma assistência mais humana e de qualidade.

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Palavras-chave: Enfermagem de Cuidados Paliativos. Assistência de Enfermagem. Pesquisa Metodológica em Enfermagem.

SANTOS, E.C. Assistance protocol Validation of nursing for the patient in

process of Terminality. Natal, 2014. 133f. dissertation (master's degree

in nursing) - Nursing Department, University Federal of Rio Grande do Norte,

2014.

ABSTRACT

The context of the terminality sets up a subject generally avoided even though everyone has their science inevitability. Above all, it is characterized as an easy task discussion on society, because if experience with anguish the moments of finitude. This study aimed to validate a proposed for nursing assistance protocol for terminally ill patients admitted to Intensive Care Units in the municipality of Natal-RN. This is a cross-sectional study, descriptive methodological type, where there was first an integrative review of the literature. Validation resulted from the judgment of experts involved in assistance and/or teaching. The sample occurred by intentionality and collaborators were selected through analysis of curriculum Lattes with the adaptation of the scoring system proposed by Fehring totalling 11 nurses upon approval of the Committee of ethics in research. The points of inclusion were nurses complete experts acting as paternalistic and/or teachers of disciplines of thanatology, bioethics or the like. The operation occurred through the concordance between the answers obtained by content Validity index through the evaluation of judges in a round. As a result, the review showed the following elements of nursing care: pain relief, promoting comfort, hygiene, affection, appreciation of ventilatory support, moisturizing, application of compresses, patient positioning, touch and use of music therapy; psychological and spiritual support of patient and family listed by areas of care. The operation occurred through the concordance between the answers obtained by content Validity index through the evaluation of judges in a round. As a result, the review showed the following elements of nursing care: pain relief, promoting comfort, hygiene, affection, appreciation of ventilatory support, moisturizing, application of compresses, patient positioning, touch and use of music therapy; psychological and spiritual support of patient and family listed by areas of care. Bioethical aspects dealt with respect for the autonomy and dignity of patients, in addition to communicating with the families be deficient. Assessed 15 items, being 9 corresponding to the history of nursing and 6 regarding nursing interventions during the nursing process on completion, where it presented itself in favour to 0.9 of IVC. Of the 165 replies, 67.27% proved to be appropriate; 30.91% suitable with changes and only 1.82% inadequate consideration, which attests to the validity of content in 67% of responses prepared by the judges. On the suggestions of the judges sought to redesign the Protocol mostly seeking greater understanding and clarity of the items composing the instrument in order to make it feasible. The importance of

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the study to the palliative care nursing is distinguished by the uniformity of the shares at the end of life by ensuring a more humane and quality assistance. Keywords: Palliative care Nursing; Nursing care; Methodological research in nursing.

LISTA DE REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS

Figura 1: Fluxograma de seleção dos artigos. Natal/RN, 2014...................................................................................................................34 Figura 2: Achados da revisão integrativa dispostos em categorias. Natal/RN, 2014...................................................................................................................45 Figura 3: Victoria Hospice Society. J Pall Care, v. 9, n. 4, p. 26-32. Tradução livre de Maria Goretti Maciel/Ricardo Tavares de Carvalho, 2009..................................................................................................................59 Quadro 1: Variáveis do protocolo assistencial. Natal/RN, 2014..................................................................................................................36

Quadro 2: Critério para a seleção de experts (LIRA e LOPES, 2011; FEHRING, 1987).................................................................................................................37

Quadro 3: Requisitos a serem analisados para cada um dos itens da avaliação sobre o processo de terminalidade. Natal/RN, 2014..................................................................................................................38

Quadro 4: Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com código, título, periódico, autor, base dados, ano e nível de evidência. 2014..................................................................................................................42

Tabela 1: Perfil dos juízes, Natal/RN, 2014...................................................................................................................46

Tabela 2: Estatística descritiva das variáveis demográficas dos juízes da pesquisa. Natal/RN, 2014...................................................................................................................46

Tabela 3: Análise da validade do conteúdo dos itens do protocolo assistencial proposto. Natal/RN, 2014...................................................................................................................47

Tabela 4: Classificação quanto ao nível de concordância entre os juízes da pesquisa. Natal/RN, 2014...................................................................................................................48

Tabela 5: Itens do protocolo assistencial avaliados pelos juízes da pesquisa. Natal/RN, 2014..................................................................................................49

Gráfico 1: Validação de aplicação dos Itens, Natal/RN, 2014...................................................................................................................48

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANCP Academia Nacional de Cuidados Paliativos

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CP Cuidados Paliativos

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CIPE Classificação de Intervenções para a Prática de Enfermagem

DECS Descritores em Ciências da Saúde

ECG Escala de Coma de Glasgow

EVA Escala Visual Analógica

ESAS Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton

EDK Escala de Desempenho de Karnofsky

HQLS Hospice Quality of Life Scale

IVC Índice de Validade de Conteúdo

LET Limite de Esforço Terapêutico

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe

MESH Medical Subject Headings

MEDLINE Literatura internacional em Ciências da Saúde

MQOL-CSF McGill Quality of Life Questionnaire-Cardiff Short Form

NE Nível de Evidência

NIC Nursing Outcomes Classification

NOC Nursing Interventions Classification

OMS Organização Mundial de Saúde

PPS Palliative Performance Scale

PQLI Palliative Care Quality of Life Instrument

QV Qualidade de vida

SUS Sistema Único de Saúde

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SiELO Scientific Electronic Library Online

SPSS Statistical Package for Social Science

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UTI Unidade de Terapia Intensiva

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................12

2 OBJETIVO.............................................................................................................................................17

3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................................18

3.1 O CUIDAR NA TERMINALIDADE......................................................................................................18

3.2 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE TERMINALIDADE................24

2.1.1 Práticas Complementares e os cuidados paliativos...........................................................27

2.1.2 Comunicação do enfermeiro com familiares.......................................................................27

3.3 A QUALIDADE DE VIDA NO PROCESSO DE MORRER................................................................28

4 MÉTODO...............................................................................................................................................31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO....................................................................................................31

4.2. PROCEDIMENTO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS..............................................................32

4.2.1 Primeira etapa: Revisão Integrativa.............................................................................................32

4.2.2 Segunda etapa: Elaboração do protocolo e validação de conteúdo........................................35

4.3 VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

IVC......................................................................................................39

4.4 ASPECTOS ÉTICOS..........................................................................................................................40

5 RESULTADOS......................................................................................................................................41

5.1 ACHADOS DA REVISÃO INTEGRATIVA..........................................................................................41

5.2 PERFIL DOS

JUÍZES..........................................................................................................................44

5.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DA VALIDADE DE CONTEÚDO................................................46

5.4 ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO ASSISTENCIAL............................................................................49

6 DISCUSSÃO

.........................................................................................................................................52

6.1 ANÁLISE QUANTO À REVISÃO INTEGRATIVA...............................................................................52

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1 INTRODUÇÃO

O processo de terminalidade perpassa a vida humana,

principalmente, a dos enfermeiros assistenciais atuantes em Unidades de

Terapia Intensiva (UTI) que no cotidiano do exercício profissional se deparam

com situações de enfrentamento da morte.

O conceito de morte é um assunto geralmente evitado, embora

todos tenham ciência de sua inevitabilidade, sobretudo, por não ser uma tarefa

de fácil discussão perante a sociedade atual devido ser vivenciada com

angústia a consciência da própria finitude. Entretanto, o tema nem sempre foi

visto dessa maneira, na Idade Média, era abordado no âmbito familiar sem

nenhuma dramaticidade ou eloquência. Com o advento da globalização, que é

um processo de estruturação mais recente da sociedade, a morte tem sido

encarada como um tabu favorecendo, dessa maneira, o distanciamento do

convívio familiar em detrimento ao ambiente hospitalar. (SANTOS; BUENO,

2010)

Nessa perspectiva, as pesquisas desenvolvidas nos estudos de

Silva e Teixeira (2013) têm como objetivo oferecer uma melhor assistência à

saúde das pessoas acometidas de uma enfermidade em estágio avançado, na

tentativa de causar menos impacto no seu processo de terminalidade, com a

redução de efeitos colaterais das terapias medicamentosas, a fim de

estabelecer qualidade de vida.

O efeito dessa realidade ser investigada em UTI ocorre por se tratar

de um setor, onde o enfermeiro atua com frequência no cuidado direto às

pessoas sem possibilidades de cura, salientando ser este profissional detentor

de um conhecimento especializado e de outras demandas que exigem

cuidados diferenciados e individualizados.

Diante disso, a assistência de enfermagem durante o processo de

terminalidade deverá estar pautada na padronização das ações no final de

vida, desenvolvendo um cuidado sistematizado, seguro e de qualidade.

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Considerando a abrangência do processo do cuidar no contexto da

terminalidade, cabe citar Boff (2014) quanto à valorização do indivíduo e a sua

capacidade de acolher a vida com base em suas virtudes e entusiasmo mas

também em sua finitude e mortalidade. Isto traduz a capacidade de conviver,

de crescer e de humanizar-se com estas dimensões de vida, de doença e de

morte. Com respaldo, o cuidado deve permear toda a conduta durante o

processo de existência a fim de promover qualidade e assistência holística.

O cuidado deve envolver toda a estrutura do ser humano, nas

dimensões do ser social, biopsíquico e espiritual, resgatando sua essência na

tentativa de um melhor enfrentamento diante do processo de concretude da

vida.

Conforme Chaves e Massarollo (2008), o avanço tecnológico e

científico contribuiu sobremaneira para o grande emprego de recursos na

manutenção da vida fazendo com que novas formas de tratamento surgissem

como esperança para o enfrentamento de diversos problemas tornando

possível, portanto, a extensão dos limites da existência. Neste sentido, as

instituições hospitalares tornaram-se espaços privilegiados para o

desenvolvimento dessas tecnologias acompanhando o progresso científico da

humanidade na medida em que se observa a crescente mercantilização da

saúde. Para facilitar o diagnóstico e o tratamento, houve um aumento

significativo nos números das internações e, dentre os pacientes internados,

havia os que necessitavam de cuidados mais especializados em face ao grau

de complexidade e medidas de suporte para a manutenção de suas funções

vitais.

Dentre esses cuidados, estão a reanimação cardiopulmonar, a

diálise, uso de antibióticos de amplo espectro, a inserção de cateteres de

artéria pulmonar, entre outros que tiveram seu uso intensificado da metade

para o final do século XX. As práticas utilizadas para combater a mortalidade

juntamente às iniciativas públicas de melhoria no saneamento carregavam a

promessa de tratar as causas de morte, tão quanto estender a vida, gerando

um aumento na expectativa de vida no ano de 2000 para 77 anos (MORTON E

FONTAINE, 2013).

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Esse aumento da sobrevida gerou um número considerável de

pacientes internados nas UTIs e, consequentemente, a vivência frequente cada

vez mais do profissional enfermeiro no processo de terminalidade. Surge,

nessa conjuntura, a presença dos cuidados paliativos na tentativa de amenizar

o sofrimento das pessoas que estão no final de vida.

Morton e Fontaine (2013) ressaltam que os cuidados paliativos

abordam três níveis de ação: o primário, de responsabilidade dos enfermeiros

para intervirem diretamente no alívio dos sinais e sintomas, além de minimizar

o sofrimento; o secundário, oferecido pelos especialistas em hospices,

proporciona subsídios para os profissionais de nível primário; e o cuidado

paliativo terciário diz respeito às pesquisas para a aquisição de novos

conhecimentos e disseminação através de programas educacionais.

No estudo ressaltado por Silva, Quintana e Nietsche (2012) destaca-

se a escassez dessa temática no tocante a implementação de protocolos

assistenciais que indiquem padronização no cuidado aos pacientes em fase

terminal, tornando ainda mais desafiadora à assistência de enfermagem com

impossibilidades de uma ação profissional mais objetiva.

O anseio em estudar o contexto de terminalidade da vida surgiu ao

longo dos 5 anos de atuação em UTI adulta de uma Instituição privada situada

na cidade de Natal-RN, onde pude perceber que as ações da equipe de

enfermagem eram executadas com dificuldade, uma vez que inexistia

padronização dos cuidados e quais seriam as condutas sobre as questões de

distanásia versus ortotanásia, bem como uma situação pessoal de um ente

querido que desejava não mais sofrer com o tratamento quimioterápico no

momento da recidiva da leucemia.

Observa-se que, nas UTIs, o convívio com os pacientes graves e,

inevitavelmente, com a morte constante, sobretudo, as implicações pessoais,

legais, éticas e profissionais que esse contexto encerra, determinam que a

equipe atuante busque conhecimento especializado a respeito do assunto, de

maneira a construir seu próprio juízo crítico, o qual é permeado por dilemas

éticos, condutas e comportamentos que envolvem a situação de morte no

ambiente hospitalar.

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Partindo da necessidade de estabelecer critérios para nortear a

assistência de enfermagem durante o processo de morte e morrer, o referido

estudo propiciou a elaboração e validação de um protocolo assistencial de

enfermagem para atender pacientes em seu processo de terminalidade.

O uso de protocolos assistenciais na atenção aos pacientes sob as

condições finais de vida é de suma importância, uma vez que torna a

assistência de enfermagem sistematizada. Associa-se ao uso da Classificação

da Intervenções de Enfermagem (NIC) para que as ações sejam uniformizadas

e resultados efetivos, proporcionando, assim, um atendimento mais humano,

um morrer digno e menos sofrível.

Percebe-se o uso de protocolos para vários níveis da assistência

curativa (curativos, ventilação mecânica, drogas vasoativas, cateterismo vesical

e gástrico etc), porém, no tocante a terminalidade da vida, não há intervenções

norteadas nas dimensões humanas durante este processo, mas sim, voltadas

para o preparo do corpo propriamente dito.

Concebe-se que há instrumentos voltados para pacientes em fase

terminal, entretanto, o uso em unidades de terapia intensiva na assistência de

enfermagem ainda inexiste.

A escassez desses protocolos, bem como de sua observância na

prática profissional, impulsionou-nos a desenvolvê-los. Para isso, torna-se

imprescindível a validação destes antes da aplicabilidade, uma vez que

conferem confiabilidade nos quesitos do instrumento e transformam-se em

subsídios para futuros estudos nesse enfoque. A partir disso, esta pesquisa

traz a seguinte questão norteadora: o protocolo assistencial de enfermagem

para pacientes internados em UTI em processo de terminalidade proposto

neste estudo possui validade de conteúdo?

A necessidade de formação e aprimoramento constante de

profissionais que atuam em unidades de terapia intensiva é inquestionável,

inclusive, quanto aos aspectos humanísticos para a promoção do cuidado

holístico. Assim, a prática baseada em evidência deve permear esse processo,

sendo um elo das evidências extraídas da literatura científica e das atividades

assistenciais do enfermeiro.

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Com isso, justifica-se a importância da elaboração um protocolo que

subsidie a assistência de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva

durante o processo de terminalidade, uma vez que os estudos sobre esta

temática são escassos, o qual se apresenta no cotidiano da vida profissional

dos enfermeiros.

Portanto, a escassez de estudos sobre o tema, bem como a

carência no Brasil de protocolos assistenciais de enfermagem implementados

para cuidados paliativos e executados em tais circunstâncias, contribuiu na

decisão de sua realização.

Concebe-se que o referente estudo poderá trazer contribuições aos

serviços e enfermeiros prestadores de assistência aos pacientes terminais não

só na seara da reflexão a respeito dos aspectos que envolvem a assistência de

enfermagem no processo de terminalidade, como também numa ação efetiva,

pois a implementação do protocolo contribuirá significativamente para o

cuidado humanizado e de qualidade no fim de vida proporcionando, dessa

maneira, uma morte digna e sem maiores sofrimentos. Além disso, por ser um

tema pouco estudado, tem potencial para subsidiar novas pesquisas

contribuindo para a ampliação do conhecimento científico em enfermagem e

para uma atuação mais efetiva no processo de morte e morrer, pois também

servirá como auxílio relevante no ensino do cuidado aos pacientes terminais e

na realização do registro desses cuidados por toda a equipe cuidadora

favorecendo os aspectos ético e legal servindo como fonte de pesquisas

retrospectivas neste âmbito.

A questão sobre terminalidade da vida atualmente vem sendo

estudada por se tratar de um tema instigante e que poucos profissionais da

saúde refletem sobre isso. Com isso, propõe-se a pesquisá-la para que assim

haja uma melhor assistência de enfermagem e de qualidade dos cuidados

prestados aos pacientes terminais internados em unidades de terapia intensiva

na região do Nordeste, onde este assunto é pouco debatido em virtude das

culturas imbuídas em cada profissional durante o seu processo de formação.

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2 OBJETIVO

Validar uma proposta de protocolo assistencial de enfermagem para

pacientes em terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 O CUIDAR NA TERMINALIDADE DA VIDA

Relativo ao processo de morte e morrer, no início do século XIX, as

pessoas não o experienciavam durante muito tempo, pois o espaço de tempo

entre adoecer e morrer era curto. Na Antiguidade, a morte era esperada no

leito domiciliar. Realizava-se uma cerimônia pública e organizada no quarto do

moribundo, o qual se tornava um lugar público com livre circulação. (PESSINI,

2007)

Ainda, segundo Pessini (2007), os médicos no final do século XVIII e

XIX, com a descoberta dos métodos de higiene, queixavam-se do excesso de

pessoas. Até mesmo aquelas que passavam nas ruas acompanhavam o padre

levando o viático (sacramento da eucaristia dado aos moribundos próximos a

morrer) ao doente e entravam livremente na casa. Havia uma importância da

presença dos parentes, amigos e vizinhos, bem como das crianças. A morte

era familiar, em contrapartida, existia um medo social dos mortos.

Concomitante a isso, as cerimônias funerárias tinham como objetivo impedir

que os defuntos voltassem para incomodar os vivos.

O advento da globalização trouxe a sofisticação tecnológica com

requisição da mão de obra cada vez mais qualificada, dando origem as

Unidades de Terapia Intensiva que, para Souza et al (2009), consiste em um

setor hospitalar altamente especializado com destino ao atendimento de

pacientes graves ou de risco potencialmente recuperáveis sob uma ótica de

vigilância contínua. Este setor objetiva oferecer suporte, monitorização

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hemodinâmica, metabólica, nutricional e ventilatória, bem como reabilitação de

pacientes com doenças graves e condições críticas de desequilíbrio de sua

saúde. Com isso, se fazem necessários recursos materiais e humanos

especializados em uma área física delimitada.

Com a expansão da cultura hospitalocêntrica, a terminalidade sai do

contexto familiar e adentra às Unidades de Terapia Intensiva, onde os recursos

artificiais trouxeram a possibilidade de adiar a morte por períodos quase

ilimitados. Quanto ao tratamento de pacientes criticamente enfermos, esses

avanços tecnológicos concretizaram, em muitos casos, esperanças de

sobrevida. Entretanto, tornou-se comum o sustento artificial dos sinais vitais de

maneira indefinida a qualquer custo e, principalmente, perda significativa da

dignidade humana e qualidade de vida. (BARUZZI; IKEOKA, 2013)

Diante de tantos aparatos tecnológicos sofisticados favorecendo a

um tratamento especializado, a equipe cuidadora em terapia intensiva tem

tendência em deixar de lado o conceito da morte e os significados que dele

emanam. Destarte, faz-se necessário o ato de cuidar de maneira harmoniosa

mediante a valorização humana permeado na condição em saber viver para

melhor cuidar no momento final da vida.

A intenção curativa dos tratamentos, segundo Pessini (2007), revela

as raízes da problemática da finitude no envelhecimento das populações, nas

tendências de mercado, nas pressões culturais, na medicalização da vida, no

aprimoramento humano e no progresso científico e tecnológico. Esse cenário

contextualiza a origem dos fatores que compõem esta discussão em

conformidade com os princípios da Bioética - a justiça, a beneficência, a não

maleficência e a autonomia na prestação da assistência.

Concebe-se a adoção de medidas terapêuticas que prolongam o

processo de morrer e não a vida como promotora de aumento do sofrimento e

minimizadora da dignidade no momento da morte. Nos Estados Unidos, este

ato é chamado de “futilidade médica”, na Europa, de “obstinação terapêutica” e,

no Brasil, de “distanásia”. (PESSINI, 2011)

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A distanásia é uma conduta que visa manter a vida do paciente

terminal, sujeito a muito sofrimento. Esta conduta estende o processo de

morrer, mas não afeta o prolongamento da vida. O avanço da ciência e sua

aplicação, por vezes, comprometem a qualidade de vida das pessoas levando

ao sofrimento e, consequentemente, afetando a sua dignidade. Na contramão,

dessa prática, os cuidados paliativos, bem como o respeito ao direito do

paciente, são meios eficazes para a prevenção da prática da distanásia.

(MENEZES; SELLI; ALVES, 2009).

Etimologicamente, a palavra distanásia, segundo Rios (2010),

significa morte lenta e com muito sofrimento. No prefixo grego dis-, significa

“afastamento”. Então, a distanásia caracteriza-se como prolongamento

exagerado da morte de um paciente terminal. Trata-se de uma intervenção por

parte da medicina que se alarga o sofrimento de pacientes e famílias na

vigência do processo final em curso.

Como mencionado anteriormente, a obstinação terapêutica tornou-

se um problema ético de grande relevância na medida em que o avanço

técnico-científico passou a interferir de forma decisiva nas fases finais da vida

humana. Assim, as ciências da saúde têm diante de si um desafio ético de

grande relevância: o comprometimento em humanizar a vida durante o seu

transcurso, no intuito de garantir a dignidade das pessoas.

Para Almeida, Veloso e Blaya (2006), o ato de humanizar significa

cuidar de pessoas como um todo, englobando o contexto familiar e social,

incorporando e respeitando os seus valores, princípios éticos, morais, crenças,

esperanças, aspectos culturais e as preocupações de cada indivíduo inserido

neste contexto. Uma das premissas básicas da humanização destaca em

oferecer todo o investimento possível e viável em recursos tecnológicos e

terapêuticos ao paciente com doença potencialmente reversível e recuperável.

A busca da humanização não deve comprometer a segurança do paciente e

não deve transpor as barreiras éticas e legais.

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A distanásia é vista como aspecto bioético comumente enfrentado

pelos enfermeiros intensivistas, pode emergir e remontar a uma atitude não só

terapêutica mas também a uma conduta familiar visando tentativas rigorosas

mesmo contra o princípio da autonomia. A aceitação familiar diante da morte é

burlada tornando a manutenção do paciente em condições de não

sobrevivência.

Logo, torna-se claro direito do paciente em fase terminal de agir

autonomamente mediante o esclarecimento das consequências de sua

decisão, contrariando a postura tradicional paternalista. Diante do exposto, a

norma aponta que os médicos não são obrigados a sempre lançar mão de

todos os recursos científicos disponíveis, pois utilizar medidas extraordinárias,

desproporcionais, que acarretam mais sofrimento do que benefícios potenciais,

podem constituir-se em prática distanásica, não significando que esteja

omitindo assistência aos pacientes ou até mesmo esteja desejando uma ação

eutanásica. O Código Civil (2001. p. 3-4) afirma em:

“seu art. 13, expressa que “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”. Essa afirmação é carregada por um viés paternalista, cabendo aos médicos definirem o que é exigido, podendo ser conflituoso com o disposto no art. 15, ao afirmar que “ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica”.

No Brasil, a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde em seu

terceiro princípio assegura ao cidadão o atendimento acolhedor e livre de

discriminação, visando à igualdade de tratamento e à uma relação mais

pessoal e saudável. Este enunciado garante o direito à dignidade humana e a

opção pelo local de morte expressos nos incisos a seguir: VI - A informação a

respeito de diferentes possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição

clínica, considerando as evidências científicas e a relação custo-benefício das

alternativas de tratamento, com direito à recusa, atestado na presença da

testemunha. VII - A opção pelo local de morte. (BRASIL, 2006a)

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Observa-se que a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde está

em consonância com a valorização e a dignidade do ser humano frente ao

processo de morte e morrer favorecendo um atendimento mais humano e

acolhedor.

Esta valorização humana é ressaltada pelas Diretivas Antecipadas

de Vontade estabelecida pela Resolução CFM nº 1.995/2012, p. 1, na qual se

visa:

“definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade”.

Para Silva (2009), os enfermeiros intensivistas convivem no seu

cotidiano com pacientes críticos potencialmente curáveis mas também lidam

com pacientes que são admitidos fora de possibilidade de cura ou se tornam

terminais na vigência do tratamento.

Com base nisso, pacientes terminais são aqueles acometidos por

uma doença de difícil tratamento, por um conjunto de situações em que se

esgotam as possibilidades terapêuticas de cura ou para prolongar vida de

forma digna, ou então quando há uma disfunção irreversível do sistema

nervoso central. (STEFANINI, ROSENTHAL e SIMON, 1998)

Dessa complexidade, emerge o conceito de cuidado paliativo (CP)

definido pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos-ANCP (2009, p.7)

como:

“Cuidado Paliativo, sem dúvida, é o exercício da arte do cuidar aliado ao conhecimento científico, em que a associação da ciência à arte proporciona o alívio do sofrimento relacionado com a doença. Por ser parte fundamental da prática clínica, pode ocorrer de forma paralela às terapias destinadas à cura e ao prolongamento da vida.”

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O termo paliativo deriva do latim pallium, que significa “manto”,

“capa”, “proteção”, mostrando a essência dos cuidados paliativos oferecendo

um manto para aquecer os necessitados ao longo do exercício da profissão.

(PESSINI, 2007)

Nas considerações de Mccoughlan (2011) e Floriani (2013), os

cuidados paliativos ou cuidados de hospice foram introduzidos em 1967 por

Cecily Saunders, que fundou em Londres o St. Christopher Hospice para

vivenciar a filosofia do cuidar de pessoas em processo de terminalidade. Foi a

primeira pesquisadora a abordar a dor total caracterizada pela dor física,

psicológica, social e espiritual culminando em um cuidado ativo total. Esse

cuidado só é possível por meio de um trabalho ativo com a família do paciente

a fim de estabelecer objetivos da qualidade, e não da quantidade, além das

habilidades não serem usadas simplesmente quando nada mais pode ser feito.

Mccoughlan (2011) diz ainda que parte integrante dos cuidados

paliativos são voltados para o alívio dos sintomas e sofrimento, promover a

dignidade da pessoa em terminalidade e sua família, profissionais habilitados

para proporcionar conforto sem grandes tecnologias sofisticadas, do

compromisso do governo, educação permanente dos profissionais da saúde e

acesso às medicações para controle da dor.

Segundo World Health Organization (2014), os princípios

norteadores dos cuidados paliativos visam proporcionar o alívio da dor e

sintomas angustiantes; afirmar a vida e encarar a morte como algo natural; não

apressar e nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais do

cuidado ao paciente; oferecer um sistema de apoio aos pacientes a viveram

ativamente na medida do possível até a morte; usar uma abordagem de equipe

para atender às necessidades de pacientes e famílias incluindo

aconselhamento de luto; melhorar a qualidade de vida; ser aplicado no início do

curso da doença conjuntamente com outras terapias que prolongam a vida e

gerenciar as complicações clínicas.

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A abordagem para o alívio da dor é regulamentada pela Portaria

MS/GM nº 3.150, de 12 de dezembro de 2006, na qual foi criada uma câmara

técnica em controle da dor e cuidados paliativos visando determinar diretrizes

nacionais sobre o controle da dor e CP; ações efetivas e seu desenvolvimento

no âmbito coletivo e individual; atualizações de normas e procedimentos

referente ao CP; projeto que incentivem ao controle da dor; estruturação em

redes de atenção; qualificação de profissionais da área; e avaliação de estudos

e pesquisas no tocante a esta temática. (BRASIL, 2006c)

No tocante ao aspecto bioético centrado nesse cuidado, encontra-se

um termo recente denominado kalotanásia, proveniente do termo kalós (boa,

bela) e thánatos (morte). Este consiste numa possibilidade oferecida nos

cuidados de fim de vida baseada na expressão filosófica do moderno

movimento hospice, pois seu significado permeia no tipo peculiar de luta

travada pelas instâncias mais profundas da natureza humana assumindo um

novo enfrentamento e disposição para transcendê-la, ou seja, é o processo de

morrer em si. (FLORIANI, 2013)

Floriani (2013) também diz que a kalotanásia é um conjunto de

características que convergem para condutas médicas mais suaves de alívio

do sofrimento, de respeito pelas decisões de quem está no processo de

terminalidade, de acolhimento incondicional e de um enfrentamento percebido

pelo paciente e ritualizado socialmente diante do cenário do cuidar, sendo este

eticamente desejável. Ressalta-se a falta de estudos voltados para a

enfermagem neste aspecto do cuidar, uma vez que o enfoque é sempre

abordado para as condutas médicas.

3.2 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE

TERMINALIDADE

Diante da terminalidade da vida, inúmeras ações de enfermagem

podem ser realizadas com ênfase na ortotanásia ou Limite de Esforço

Terapêutico (LET), a qual é derivada do prefixo grego orto, que significa

“correto”, ou seja, morte no seu tempo certo, sem abreviações, nem

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prolongamentos desproporcionados do processo de morrer. (PESSINI, 2009;

MORITZ, 2012)

O processo de prolongamento remonta a defesa da ortotanásia,

referendada pelo Art. 5º, inciso III, da Constituição, que assevera suporte

jurídico a esta prática, trazendo fundamentação em seu conteúdo, pois a morte

é tida como uma fatalidade e não uma escolha, e que o indivíduo deve ter a

garantia e o poder de exercer sua autonomia assegurando que essa chegue na

hora certa, sem sofrimentos inúteis e degradantes, de forma digna. (BRASIL,

1988)

Silva, Medeiros e Nóbrega (2013) ressaltam que, ao longo dos anos,

a enfermagem vem construindo vocabulários próprios para descrever a sua

prática e melhorar a qualidade dos cuidados prestados a indivíduos, família e

comunidade. Tais cuidados são executados através dos sistemas de

classificações, dentre elas: Nursing Interventions Classification (NIC), Nursing

Outcomes Classification (NOC) e Classificação Internacional para a Prática de

Enfermgem (CIPE). Esses sistemas são base para a assistência durante a

terminalidade, uma vez que norteiam a prática do enfermeiro permitindo a

tomada de decisão juntamente com a família do paciente.

Nessa conjuntura, observa-se que a clínica ampliada harmoniza-se

no ambiente dos cuidados paliativos através da atuação de uma equipe

interdisciplinar em prol da integralização do cuidar baseada na construção de

responsabilidades e vínculo estável entre equipe e paciente. A proposta da

clínica ampliada é rever as formas de atuar ampliando as possibilidades de

intervenções para um morrer com dignidade. (SILVA, MEDEIROS E

NÓBREGA, 2013)

Na perspectiva dos cuidados paliativos, o cuidar é voltado para a

sistematização direcionada ao paciente e família enfocando as dimensões

humanas (física, psicológica, social e espiritual). As intervenções são voltadas

para o controle da dor, náuseas, vômitos, diarreia, repouso, técnicas de

relaxamento, aconselhar acerca do medo, reforçar a identidade pessoal,

estabelecer confiança, ensinar a família acerca da doença e tratamento, avaliar

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crenças espirituais e favorecer o serviço religioso. (SILVA; AMARAL;

MALAGUTTI, 2013)

Corroborando com o exposto, Kretzer (2012) enfatiza a incorporação

do modelo paliativista nas UTIs com vistas a complementar o modelo

tradicional do cuidar. A inserção deste modelo através dos princípios holísticos

contribui para aliviar o sofrimento físico e psíquico tanto dos pacientes

internados neste setor como familiares.

Percebe-se que um dos pilares fundamentais dos CP é o controle

dos sinais e sintomas, como: a dor, dispneia, roncos terminais, delírios,

alteração de sono, fraqueza, boca seca e medo. Essa sintomatologia deve ser

abordada por uma equipe interdisciplinar baseada tanto em medidas

farmacológicas quanto não farmacológicas. (KRETZER, 2012)

Moritz et al (2011) ressaltam que a assistência intensiva voltada para

os pacientes criticamente enfermos deve esta pautada em três fases: a

primeira quando a morte é pouco provável, na qual os CP são focados para

aliviar o desconforto da doença e do tratamento intensivo; a segunda fase é

direcionada na vigência da morte em dias, semanas ou meses com prioridade

para a qualidade de vida possível; e a terceira fase é atribuída à morte prevista

para horas ou dias, daí o cuidado paliativo passa a ser exclusivo com conforto

para pacientes e familiares.

O papel do enfermeiro na equipe interdisciplinar é de mediador no

estabelecimento da relação do trinômio paciente, família e demais profissionais

para condução das ações do final de vida. Considera-se a identificação do

sofrimento social, as intervenções diante do sofrimento paciente e família

proporcionando conforto dentro da unidade (quarto privativo, iluminação e

acústica adequada, flexibilizar normas e rotinas engessadas) e intervenções

diante do sofrimento da equipe. (NILSON, 2012)

É notório que a participação dos enfermeiros ainda é pouco

assertiva no processo de tomada de decisão. Torna-se necessário a discussão

dos aspectos bioéticos, assim como momentos de reflexão a fim de auxiliar na

prática clínica com pacientes críticos terminais internados e a implantação de

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protocolos de cuidados paliativos nas UTIs valorizando as dimensões

humanas. (NILSON, 2012)

Firmino (2009) aponta que o enfermeiro atuante em cuidados

paliativos é considerado um elo entre os demais membros da equipe numa

relação direta, processual, dialógica, interativa e subjetiva. Este tem a

capacidade de desenvolver habilidade clínica no manejo do controle dos sinais

e sintomas, bem como comunicação para agregar ações diversas existentes na

equipe interdisciplinar de uma forma sistematizada e prioritária para cada

paciente.

No tocante ao processo de terminalidade, existem instrumentos

comumente utilizados por enfermeiros que permitem avaliar de maneira global

a situação do enfermo. Dentre eles, têm-se a Escala Visual Analógica (EVA),

Escalas Numéricas, Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS),

Escala de Desempenho de Karnofsky (EDK) e Palliative Performance Scale

(PPS). (AMARAL, POVEDA E MENEZES, 2013; FORTE, 2012; MACIEL,

CARVALHO, 2009)

3.2.1 Práticas complementares e os cuidados paliativos

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no

Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituída pelo Ministério da Saúde por meio

da Portaria n. 971, de 03 de maio de 2006. Esta política visa à introdução de

práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde,

possibilitando uma nova alternativa de cuidar e uma relação de interação entre

terapeuta e paciente. (BRASIL, 2006b).

No contexto da terminalidade da vida, as práticas integrativas e

complementares fazem parte da atuação da enfermagem paliativista com

intuito de oferecer possibilidades de intervenções não farmacológicas no cuidar

de pessoas sob estas condições.

Algumas modalidades de terapias complementares podem oferecer

conforto e contribuir para o alívio dos sinais e sintomas associados ao processo

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de terminalidade, dentre elas: massagem, musicoterapia, aromaterapia,

arteterapia, reiki e meditação. (AMARAL; SILVA, 2013)

3.2.2 Comunicação do enfermeiro com familiares

Na assistência de enfermagem, a comunicação é considerada uma

ferramenta de suma importância, pois promove elo entre equipe, paciente e

família mediante o uso de comunicação verbal e não-verbal. Todavia, observa-

se que os profissionais enfermeiros não estão preparados para situações que

envolvam a comunicação na terminalidade humana. Com isso, procuram evitar

o contato verbal e se afastam dos pacientes. (ALVES, 2013)

Ainda ressalta estratégias de comunicação verbal como, veracidade,

bom humor, o ouvir e clareza nas informações e na comunicação não-verbal é

necessário empatia, posturas, expressões faciais, contato visual e toque.

Andrade, Costa e Lopes (2013) dizem que, na prática dos cuidados

paliativos, quando a comunicação é subsidiada por uma relação de

cooperação, atitude e sensibilidade são impulsionadoras da interação

enfermeiro-paciente. Vai além de palavras, considera-se uma medida

terapêutica, pois resgata a relação humana.

Destarte, a modalidade de comunicar faz parte integrante da

assistência paliativa e deve ser considerada uma das habilidades mais eficazes

do enfermeiro para fortalecimento de vínculo entre ele, paciente e sua família.

3.3 A QUALIDADE DE VIDA NO PROCESSO DE MORRER

Pesquisas sobre a qualidade de vida (QV) têm aumentado

significativamente na atualidade com o intuito de mostrar aquilo que o avanço

tecnológico não foi capaz de fazer, trazendo aspectos como bem-estar,

felicidade, boas condições de vida e satisfação na vida. (LENTZ et al, 2000).

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Ainda conforme as considerações Lentz (2000), o conceito de

qualidade de vida remete a um sentimento de satisfação individual, capacidade

mental de avaliar sua própria vida dita como satisfatória, um estado aceitável

de saúde física, emocional, mental e social, bem como uma avaliação objetiva

realizada por outro, cujas condições de vida não são ameaçadoras.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de

vida significa percepção do indivíduo de sua própria posição na vida no âmbito

da cultura e sistema de valores em que vivem voltados para os objetivos,

expectativas e padrões a serem alcançados durante sua existência. É uma

construção subjetiva e multidimensional. (WHOQOL Group, 1994)

Almeida, Gutierrez e Marques (2012) ressaltam que a QV está ligada

a percepção das pessoas diante do modo de viver. Mesmo no momento final

da vida, a qualidade é indispensável na prestação de uma assistência voltada

às necessidades humanas inerentes a essa condição.

A qualidade no final de vida é vivenciada pelos cuidados paliativos,

pois trata-se de uma filosofia de cuidados para promover melhoria na vida dos

pacientes e familiares no processo de enfrentamento da terminalidade por meio

da identificação precoce, alívio do sofrimento, avaliação e tratamentos ligados

tanto a problemas físicos, psicossociais como espirituais (CORREIA E DE

CARLO, 2012). Concebe-se que a prática deste cuidado está intrinsecamente

interligada às quatro dimensões holísticas do ser.

Neste contexto, observa-se o desenvolvimento de Escalas de

avaliação adaptadas culturalmente e validadas em diferentes realidades no que

tange à qualidade dos cuidados no final da vida, como por exemplo, a McGill

Quality of Life Questionnaire-Cardiff Short Form (MQOL-CSF); McGill Quality of

Life Questionnaire; Hospice Quality of Life Scale (HQLS); e a Escala Palliative

Care Quality of Life Instrument (PQLI). (CORREIA E DE CARLO, 2012)

Ressalta-se que, especificamente na enfermagem, os cuidados

paliativos durante a terminalidade são contemplados na Taxonomia da

Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). A NIC tem grande

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relevância nas condutas dos enfermeiros, pois estas tornam-se ações

padronizadas nas diversas especialidades a fim de promover o engajamento

dos profissionais para melhor assistir de acordo com as necessidades dos

pacientes. (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010)

Burlá e Py (2011) ressalvam que a paliação, bem como a

observação e manutenção da qualidade de vida, é uma prática multidisciplinar

meramente de caráter intervencionista, pois exige do profissional: maturidade,

decisão, trabalho em equipe de forma ativa e de compromisso humanitário. O

enfoque é a qualidade de vida que permanece até o final visando alívio de

qualquer forma de padecimento físico, emocional e espiritual, no qual não há

limite para os cuidados, que devem alcançar prontamente os sintomas

inerentes à terminalidade (dor, fadiga, insônia, dispneia, náusea e constipação,

confusão mental, agitação, anorexia e desidratação), bem como incluir os

cuidados espirituais.

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4 MÉTODO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Estudo transversal, descritivo, do tipo metodológico com abordagem

quantitativa, para a validação do conteúdo de protocolo assistencial de

enfermagem após a elaboração com vistas a otimizar a assistência na

terminalidade de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva.

Optou-se por um estudo transversal, pois, conforme Newman

(2003), se caracteriza por ser observacional, no qual todas as medições de

uma pesquisa são realizadas em um momento único. O pesquisador examina

as variáveis preditoras e de desfecho dentro da amostra, sendo bastante

utilizado na descrição de variáveis e seus padrões de distribuição.

No contexto dos estudos observacionais, a pesquisa descritiva visa

a observar, registrar e analisar, além de correlacionar fenômenos sem a

interferência por parte do pesquisador diante das situações no universo

percebido pelo homem, seja em grupos, pessoas e comunidades complexas.

Com isso, é possível encontrar o fenômeno, bem como sua relação com outros

processos que o envolve (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007).

Os estudos metodológicos incluem a validação de instrumentos, na

qual é necessário investigar métodos de obter, organizar e analisar os dados,

abordando a elaboração, validação e avaliação de instrumentos de pesquisa

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objetivando construir instrumentos viáveis e, assim, aplicá-los por meio de

outros pesquisadores (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).

Conforme Hulley et al (2008), a validação pode ser considerada um

tipo especial de acurácia (grau de medida) para representar o fenômeno a ser

pesquisado. No presente estudo, será realizada a validação de conteúdo, a

qual permite aferir todos os aspectos do evento estudado incluindo os

julgamentos subjetivos (validade aparente).

4.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS

4.2.1 Primeira etapa: Revisão Integrativa da literatura

No intuito de subsidiar a elaboração do instrumento com seus itens

aplicáveis na assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade,

optou-se por uma revisão integrativa. Esta objetiva identificar as práticas

executadas pelos profissionais de enfermagem e os protocolos operacionais

existentes.

A revisão seguiu seis etapas pré-determinadas: a elaboração da

pergunta norteadora, busca na literatura (estabelecimento de critérios de

inclusão e exclusão de artigos), coleta de dados (definição das informações a

serem extraídas dos artigos selecionados), análise crítica dos estudos,

apresentação e discussão dos resultados e apresentação da revisão como um

todo. (SOUZA, SILVA e CARVALHO, 2010; URSI e GAVÃO, 2006)

No primeiro passo, a questão norteadora foi construída com base na

estratégia PICO (representa um acrônimo para Pacientes, Intervenção,

Controle e Outcomes). (SANTOS, PIMENTA e NOBRE, 2007), a saber: como

ocorre a assistência de enfermagem a pacientes sem possibilidade de cura nas

unidades de terapia intensiva?

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A amostragem e busca dos artigos foi realizada por meio do

cruzamento entre os descritores controlados dispostos a seguir: (Cuidados de

Enfermagem), (Morte) e (Unidade de Terapia Intensiva) separados pelo

operador booleano “AND”, encontrados nos Descritores em Ciências da Saúde

(DeCS) e igualmente na biblioteca virtual SciELO (Scientific Electronic Library

Online) e na base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe).

Enquanto que, na MEDLINE (Literatura internacional em Ciências da Saúde) e

SCOPUS, o cruzamento foi (Care Nursing), (Death) e (Intensive Care Units)

também separados pelo operador AND, encontrados no Medical Subject

Headings (MeSH).

Para nortear a coleta de dados, foram adotados os seguintes

critérios de inclusão: artigos científicos publicados na íntegra e gratuitamente

na base de dados e biblioteca virtual SciELO e MEDLINE, selecionados sem

restrição de idioma. Excluíram-se cartas ao editor, editoriais, objeto relacionado

à pediatria ou dimensionamento da equipe de enfermagem, bem como teses e

dissertações, pois para garantir a validade interna é necessário a avaliação por

pares e, assim, subsidiar a construção do protocolo.

A figura 1 mostra o fluxograma da estratégia adotada para a busca e

inclusão dos artigos.

Como ocorre a assistência de enfermagem a

pacientes sem possibilidade de cura nas unidades

de terapia intensiva?

ESTRATÉGIA PICO

LILACS: 41

SciELO: 9

MEDLINE: 20

SCOPUS: 3

Aplicado os critérios de inclusão e após leitura de títulos e resumos

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Figura 1: Fluxograma de seleção dos artigos. Natal/RN, 2014.

Ao realizar a primeira fase de buscas, a LILACS foi a que

apresentou mais estudos (41), seguindo-se a SciELO (9), MEDLINE (20) e

SCOPUS (3). Após a leitura dos títulos dos manuscritos encontrados, o número

de artigos selecionados totalizou (25) LILACS, (7) SciELO, (8) MEDLINE e (3)

SCOPUS.

Após a seleção dos artigos, iniciou-se a leitura dos resumos

reduzindo, dessa forma, o número de artigos selecionados para (8) LILACS, (4)

SciELO, (1) MEDLINE e nenhum na SCOPUS. Posteriormente, realizou-se a

leitura dos artigos na íntegra perfazendo uma amostra de 13 estudos.

Para a fase de coleta de dados, analisou-se os seguintes dados:

título, resumo, introdução com os objetivos claramente estabelecidos,

metodologia e resultados da pesquisa a fim de extrair as informações gerais

dos artigos.

Com isso, distribuiu-se as seguintes variáveis com vistas a sintetizar

a abordagem da revisão, contendo uma codificação atribuída ao estudo, os

títulos dos artigos, os nomes dos autores, os anos de publicação, os títulos dos

periódicos, bases de dados/ biblioteca virtual e nível de evidência baseado na

Colaboração Cochrane. (THE COCHRANE COLLABORATION, 2014)

Com relação ao nível de evidência (NE) utilizado para esta revisão,

empregou-se o sistema de classificação contendo sete níveis, a saber: Nível I –

evidências provenientes de revisões sistemáticas ou metanálise de ensaios

clínicos; Nível II – evidências advindas de pelo menos um ensaio clínico

randomizado controlado bem desenhado; Nível III – estudos oriundos de

ensaios clínicos sem randomização; Nível IV – estudos de coorte e caso-

LILACS: 8

SciELO: 4

SCOPUS: 0

MEDLINE: 1

TOTAL: 13 artigos.

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35

controle com delineamento explícito; Nível V – estudos derivados de revisão

sistemática de estudos descritivos ou qualitativos; Nível VI – contemplando um

único estudo qualitativo e Nível VII – correspondente à opinião de autoridades

ou relatórios de comitês de especialistas. (STILLWELL et al, 2010)

Após a análise, os achados dos resultados foram categorizados da

seguinte maneira: assistência de enfermagem no processo de terminalidade

com enfoque nos cuidados paliativos e seus desdobramentos (higiene,

conforto, sintomas álgicos, hidratação, suporte ventilatório, necessidades

humanas básicas, uso de compressas, o toque e uso da música,

posicionamento do paciente e ambiência); aspectos bioéticos mediante a

terminalidade e a comunicação efetiva com os familiares neste processo.

Esses aspectos foram utilizados para a elaboração do protocolo assistencial e

seguimento do processo de validação.

4.2.2 Segunda etapa: Elaboração do protocolo e validação do conteúdo

A construção do protocolo assistencial constituiu-se em duas partes:

a primeira refere-se ao histórico de enfermagem, contemplando itens

concernentes com a literatura de Morton e Fontaine (2013). A segunda etapa

diz respeito às intervenções listadas conforme as dimensões humanas

norteadas pela Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) para

uniformizar a nomenclatura das ações durante o processo de terminalidade.

(BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010)

O histórico (parte I) abrangeu variáveis concernentes a dados de

identificação, nível de consciência, ventilação e hidratação, eliminação vesical,

balanço hídrico, eliminação intestinal, higiene corporal e curativos.

As intervenções (parte II) constam de controle da dor, dos sintomas

respiratórios, náuseas e vômitos, diarreia e obstipação, delírio e demência,

identificação das fases de Klübler-Ross, cuidado psicológico, apoio familiar e

ao paciente, apoio espiritual, intervenção no ato da terminalidade e cuidados

pós- morte. (APÊNDICE D)

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36

O quadro 1 permite visualizar todas as variáveis elencadas

propostas para o protocolo assistencial.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM

Nível de consciência e estado de consciência

Controle da dor.

Ventilação Controle dos sintomas respiratórios.

Acesso venoso Controle de náuseas e vômitos.

Alimentação Controle de diarreia e obstipação.

Hidratação Controle da fadiga.

Eliminação vesical e Controle do delírio e demência.

Balanço hídrico Identificação das fases de Kübler-Ross.

Eliminação intestinal Cuidado psicológico; Apoio familiar e ao paciente.

Higiene corporal Apoio espiritual.

Curativos Ato da terminalidade; Cuidados pós-morte.

Quadro 1. Variáveis do protocolo assistencial. Natal/RN, 2014.

Selecionou-se juízes enfermeiros assistenciais de unidades de

terapia intensiva de hospitais da cidade de Natal-RN e docentes das principais

universidades brasileiras. A identificação destes ocorreu pelos sites das

referidas Instituições de Ensino Superior e por meio da identificação pela

Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq).

Em sequência, a amostragem ocorreu por intencionalidade

obedecendo aos seguintes critérios adaptados com base no sistema de

pontuação proposto por Fehring (LIRA; LOPES, 2011; FEHRING, 1987),

conforme o quadro 2, nos quais foram considerados para compor a amostra os

enfermeiros que apresentaram escores maior ou igual a 5 pontos.

CRITÉRIOS PONTUAÇÃO

Mestre em enfermagem; 1

Doutor em enfermagem; 2

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37

Ter desenvolvido dissertação de mestrado envolvendo processo de terminalidade;

1

Ter desenvolvido tese de doutorado envolvendo processo de terminalidade;

2

Trabalho publicado em relação ao processo de terminalidade;

1

Participar de grupos e/ou projetos de pesquisa que envolvam a temática

terminalidade ou afins;

1

Docente do curso de enfermagem nas disciplinas de bioética e terminalidade;

2

Experiência profissional (mínimo de um ano) como enfermeiro assistencial em UTI

e que tenha vivenciado o processo de cuidar na terminalidade.

2

Quadro 2. Critério para a seleção de experts (LIRA e LOPES, 2011; FEHRING, 1987).

A coleta ocorreu em setembro de 2014, na qual os currículos dos

juízes foram capturados, avaliados e selecionados na plataforma Lattes do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a

partir da pontuação de mínimo 5 como mencionado anteriormente. Os sujeitos

que não completaram o processo de avaliação foram automaticamente

excluídos da amostra.

Após a seleção, a abordagem dos juízes aconteceu por meio

eletrônico (e-mail). Foi enviada uma carta convite (APÊNDICE A) com ênfase

na justificativa e objetivo do estudo, o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP), além do TCLE a ser assinado em caso de aceite (APÊNDICE B). Com a

devolutiva do TCLE devidamente assinado, o protocolo assistencial e o

instrumento de análise do protocolo foram enviados também por e-mail

(APÊNDICES C e D). (MACHADO, 2010)

O parecer dos juízes embasou-se na avaliação global do protocolo,

a qual foi fundamentada na análise baseada em 10 requisitos expressos no

quadro 3. (TIBÚRCIO, 2013; TRISTÃO, 2008).

CÓDIGO REQUISITOS ANALISADOS

CRITÉRIOS DE ANÁLISE

1

Pertinência

A questão é relevante e atende

a finalidade relativa ao

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38

procedimento proposto.

2

Consistência

O conteúdo apresenta profundidade suficiente para a

compreensão da questão.

3

Clareza

Encontra-se clara, simples e inequívoca.

4

Objetividade

Permite resposta pontual.

5

Simplicidade

A questão expressa uma única ideia.

6

Exequível

A questão é aplicável.

7

Atual

As etapas seguem as evidências mais atuais.

8 Vocabulário

Palavras não contêm ambiguidades.

9

Precisão

Cada item do protocolo é diferente dos demais, não

havendo confusão.

10

Sequência de instrução dos tópicos

A sequência das etapas do procedimento é coerente.

Quadro 3. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens da avaliação sobre o processo de terminalidade. Natal/RN, 2014.

A concordância entre as respostas dos experts foi obtida por meio

do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), pois se apresenta imprescindível

para tornar o protocolo válido e posterior aplicabilidade.

O Índice de Validade de Conteúdo compreende um método muito

utilizado na área da saúde e foi proposto por Waltz, Strickland, Lenz (1991), os

quais referem que o foco principal da validação de conteúdo visa determinar se

os itens elencados no protocolo representam a adequação do conteúdo do

critério expresso dele, uma vez que objetiva definir a função de como o

instrumento foi elaborado, bem como se os resultados obtidos foram

analisados.

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39

Nas considerações de Alexandre e Coluci (2011), o IVC permite

avaliar cada item do instrumento e após avaliação em sua totalidade. Também

avalia a capacidade de um instrumento em medir precisamente o fenômeno

proposto ao estudo. A avaliação de conteúdo caracteriza-se relevante, pois

associa conceitos abstratos com indicadores mensuráveis.

Esta validação configura em um processo composto por duas fases,

a primeira consiste na construção do instrumento e a segunda a análise deste

por especialistas que envolvem a temática em questão. Recomenda-se no

mínimo de 5 a 10 juízes e uma taxa de concordância não inferior a 0,78.

Polit, Beck e Owen (2007) mostram que o índice de validade de

conteúdo é um dos métodos mais utilizados pelos pesquisadores na

enfermagem para quantificar vários itens de um determinado instrumento

através da análise de peritos de relevância na área. Esse método expressa

confiabilidade na aplicabilidade de protocolos assistenciais.

4.3 VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO-IVC

Com vistas a avaliar a validade de conteúdo dos itens elencados no

protocolo, foi utilizado o IVC proposto por Waltz, Strickland e Lenz (1991),

calculado da seguinte maneira:

IVC= Número de itens avaliados como equivalentes por 2 juízes

Total de itens da escala

A avaliação de cada juiz foi comparada com as avaliações dos

demais, calculando-se o IVC para cada par de juízes (juiz 1 x juiz 2; juiz 1 x juiz

3; juiz 2 x juiz 3; ... e assim consecutivamente).

Para o tratamento estatístico dos dados, foi construído um banco de

dados em formato xlsx e para a construção de tabelas e gráficos, utilizou-se

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40

Excel 2010 e os softwares estatísticos SPSS (Statistical Package for Social

Science), versão 20.0.

Em se tratando da análise de cada item elegível para compor o

protocolo assistencial, no decorrer na pesquisa é possível a retirada e/ou

modificações de alguns quesitos conforme as adaptações sugeridas pelos

avaliadores, portanto, estabeleceu-se um critério de 50% das observações

entre eles, além dos achados da revisão.

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, o estudo

levou em consideração a garantia dos preceitos básicos da bioética de

autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Isto visa assegurar

direitos e deveres no que diz respeito à comunidade científica, aos sujeitos

da pesquisa e ao Estado de acordo com a Resolução 466/2012 (BRASIL,

2012).

Dessa forma, o projeto de pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP/UFRN) da UFRN (ANEXO A) para apreciação e seu

deferimento favorável, obtendo aprovação pelo parecer número 750.848 e

CAAE: 33913514.9.0000.5537.

Considerou-se também os aspectos éticos que dizem respeito ao

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) a ser assinado pelos

participantes mediante explicação acerca da intenção e dos objetivos da

pesquisa.

Garantiu-se o anonimato, a participação voluntária, a isenção de

gastos, bem como o não recebimento de incentivos financeiros por fazer

parte da pesquisa (APÊNDICE B). Além disso, garantia de indenização em

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41

caso de danos físicos, legalmente comprovados, advindos da participação

do enfermeiro na pesquisa.

5 RESULTADOS

Os resultados estão descritos obedecendo aos seguintes

subtópicos: os achados da revisão integrativa, a caracterização dos juízes e a

descrição dos resultados da validação de conteúdo.

5.1 ACHADOS DA REVISÃO INTEGRATIVA

Os resultados evidenciados foram compilados no Quadro 4 contendo

a distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com código, título,

periódico, autor, base de dados e biblioteca virtual, ano e nível de evidência.

Código Título Periódico Autores

Base de Dados e

Biblioteca virtual

Ano

NE

A1 O cuidador de enfermagem e o cuidar em uma unidade de

UNOPAR Cient. Ciênc Biol Saúde

Alves EF. LILACS 2013

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42

terapia intensiva. VI

A2

Cuidados paliativos na UTI: compreensão dos enfermeiros.

Revista de pesquisa: Cuidado é fundamental

Barros NCB, Alves ERP, Oliveira CDB, Dias MD, França ISX, Freire MEM.

LILACS 2013

VI

A3 Obstinação terapêutica em unidades de terapia intensiva: perspectiva de médicos e enfermeiros.

Escola Anna Nery

Silva KCO, Quintana AM, Nietsche EA.

SciELO 2012

VI

A4 Suspensão de tratamentos em unidades de terapia intensiva e seus fundamentos éticos.

Revista Bioética

Saraiva AMP.

LILACS 2012

V

A5 Refletindo sobre finitude: um enfoque na assistência de enfermagem frente à terminalidade.

Revista RENE Medeiros YF, Bonfada D.

LILACS 2012

VI

A6

Comparing clinician ratings of the quality of palliative care in the intensive care unit.

Crit Care Med.

Ho LA, Engelberg RA, Curtis JR, Nelson J, Luce J, Ray DE, Levy MM.

MEDLINE 2011

VI

A7 Cuidando do paciente no processo de morte na unidade de terapia intensiva.

Revista da Escola de Enfermagem USP

Silva RS, Campos AER, Pereira A.

SciELO 2011

VI

A8 Vivência dos enfermeiros de unidade de terapia intensiva frente à morte e o morrer.

Revista Gaúcha de Enfermagem

Sanches PG, Carvalho MDB.

LILACS 2009

VI

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43

A9 Percepção de enfermeiros sobre dilemas éticos relacionados a pacientes terminais em unidades de terapia intensiva.

Revista da Escola de Enfermagem USP

Chaves AAB, Massarollo MCKB.

LILACS 2008

V

A10 Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva.

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

Moritz RD, Lago PM, Souza RP, Silva NB, Meneses FA, Othero JCB, et al.

SciELO 2008

VI

A11 Como implementar cuidados paliativos de qualidade na unidade de terapia intensiva.

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

Costa Filho RC, Costa JLF, Gutierrez FLBR, Mesquita AF.

SciELO 2008

VI

A12 Como melhorar a comunicação e prevenir conflitos nas situações de terminalidade na unidade de terapia intensiva.

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

Moritz RD. LILACS 2007

VI

A13 Profissionais de enfermagem frente ao processo de morte em unidades de terapia intensiva.

Acta Paulista de Enfermagem

Gutierrez BAO, Ciampone MHT.

LILACS 2006

VI

Quadro 4. Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com código, título, periódico, autor, base de dados e biblioteca virtual, ano e nível de evidência. 2014.

Na Figura 2, é possível visualizar os achados e a apresentação das

evidências, os quais foram categorizados da seguinte maneira: assistência de

enfermagem no processo de terminalidade com enfoque nos cuidados

paliativos e seus desdobramentos (higiene, conforto, sintomas álgicos,

hidratação, suporte ventilatório, necessidades humanas básicas, uso de

compressas, o toque e uso da música, posicionamento do paciente e

ambiência); aspectos bioéticos mediante a terminalidade e comunicação efetiva

com os familiares neste processo.

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44

Cabe ressaltar que essas evidências encontradas por meio da

revisão subsidiaram a elaboração do protocolo assistencial submetido à

validação de conteúdo pelos juízes da pesquisa.

Figura 2. Achados da revisão integrativa dispostos em categorias. Natal/RN, 2014.

Assistência de enfermagem com

enfoque nos cuidados paliativos

Queixas álgicas, higiene, conforto, bem-

estar e afeto, ambiência,

musicoterapia, toque

Hidratação, compressas frias, posição no leito

Atender a pedido da família quanto ao uso

de medidas extraordinárias de

tratamento

Domínios de cuidado

Aspectos bioéticos

Princípios da autonomia e da não

maleficência; Distanásia frequente

Enfermagem sem participação ativa,

dificuldade na tomada de decisão

Decisões dos médicos são desvinculadas dos

outros profissionais

Decisões antecipadas de vontade;

Necessidade de guidelines na tomada de decisões durante a

terminalidade

Comunicação efetiva com familiares

Qualidade dos serviços, na assistência

humanizada, para diminuir riscos e

interpretações equivocadas

Opinião de familiares é aceita de forma variada

Informações sobre condição e óbito acontecem nos

corredores

Não clareza da não reanimação, ausência

de registros nos prontuários

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45

5.2 PERFIL DOS JUÍZES

Dos 28 especialistas, mestres e doutores contatados tanto das

principais universidades brasileiras quanto de instituições hospitalares apenas

11 devolveram o protocolo completamente analisado e avaliado.

Os 11 enfermeiros avaliaram itens correspondentes ao histórico de

enfermagem codificado por H1, H2.... sucessivamente, e para a segunda parte

do protocolo, os itens referentes às intervenções de enfermagem com código

I1, I2.... e assim, consecutivamente.

Os juízes analisaram o protocolo assistencial considerando

pertinência, consistência, clareza, objetividade, simplicidade, ser exequível,

atual, com vocabulário não gerador de ambiguidades e preciso.

Inicialmente, compilou-se dados referentes ao perfil dos juízes nas

variáveis sexo e formação ilustrada na frequência absoluta descrita na Tabela 1

e a descrição das variáveis demográficas visualizada pela Tabela 2.

Tabela 1. Perfil dos juízes da pesquisa, Natal/RN-2014.

Perfil Frequência absoluta %

Sexo

Feminino 9 81,82

Masculino 2 18,18

Total 11 100,00

Formação

Especialista 5 45,46

Mestre 3 27,27

Doutor 3 27,27

Total 11 100,00

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46

Percebe-se que 81,82% dos juízes eram do sexo feminino, enquanto

que o gênero masculino apresentou um percentual de 18,18%. Na variável

formação, apresentou-se que a maioria era especialista (45,46%).

Tabela 2. Estatística descritiva das variáveis demográficas dos juízes da pesquisa, Natal/RN-2014.

Variáveis Mínimo Máximo Média DP

Idade 24,00 56,00 36,64 8,51

Tempo formação

formaçãoformação

2,00 35,00 11,91 8,95

Tempo trabalho 2,00 35,00 10,27 8,64

Pontuação 5,00 12,00 6,55 2,30

A Tabela 2 mostra que a idade mínima dos juízes foi 24,00 e

máxima 56,00, média de 36,64 anos com desvio padrão de 8,51, enquanto que

o tempo de formação foi mínimo (2,00), máximo (35,00) e médio (11,91) com

desvio padrão de 8,95. O tempo de trabalho expressa-se em 2,00; 35,00; 10,27

e 8,64, respectivamente.

A pontuação necessária para elegibilidade dos juízes foi no mínimo

5,00; máxima 12,00; média 6,55 com desvio padrão de 2,30.

5.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DA VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

Cada juiz avaliou 15 itens, sendo nove correspondentes ao histórico

de enfermagem e seis referentes às intervenções de enfermagem durante o

processo de enfermagem na terminalidade (APÊNDICE D).

Tabela 3. Análise da validade do conteúdo dos itens do protocolo assistencial proposto pela pesquisa, Natal/RN-2014.

IVC Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 Juiz 5 Juiz 6 Juiz 7 Juiz 8 Juiz 9 Juiz 10 Juiz 11

Juiz 1 ** 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9

Juiz 2

** 0,9 1 1 1 1 1 0,9 1 1

Juiz 3

** 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9

Juiz 4

** 1 1 1 1 0,9 1 1

Juiz 5

** 1 1 1 0,9 1 1

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47

Juiz 6

** 1 1 0,9 1 1

Juiz 7

** 1 0,9 1 1

Juiz 8

** 0,9 1 1

Juiz 9

** 0,9 0,9

Juiz 10

** 1

Juiz 11

**

Na tabela 3, ilustra-se os valores obtidos pelo cálculo do Índice de

Validade de Conteúdo. Representa-se os onze juízes pelos números de 1 a

11, a intersecção das linhas abcissas com as ordenadas expõe o valor que

corresponde ao índice de concordância entre os mesmos, na qual se constata

uma correlação favorável à validade de conteúdo, sendo que somente os juízes

1, 3 e 9 apresentaram respostas desfavoráveis à validação ao quesito H2

“estado de consciência”.

Aplicando-se a fórmula do IVC anteriormente supracitada, obteve-se

que o número de itens em concordância entre os avaliadores foi de 14 dividido

pelo total de itens (15), conseguindo-se o valor aproximado de 0,9 para este

estudo.

O Gráfico 1 expressa a validade de aplicação dos itens do protocolo

assistencial, como mostra a seguir:

Gráfico 1. Validação de aplicação dos Itens, Natal/RN, 2014.

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 I1 I2 I3 I4 I5 I6

Juíz

es

Adequado

Adequadocom alteraçãoInadequado

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48

No Gráfico 1, estão representadas, consecutivamente, as respostas

dos avaliadores em relação à validade de aplicação dos itens que compõem o

instrumento. Observa-se a concentração de respostas consideradas

adequadas, seguido por adequado com alteração e apenas um item (H2)

mostrando-se inadequado entre três juízes.

A Tabela 4 demonstra o percentual de concordância entre os juízes

quanto à classificação e suas respectivas frequências absolutas.

Tabela 4. Classificação quanto ao nível de concordância entre os juízes da pesquisa, Natal/RN-2014.

Classificação n %

Adequado 111 67,27

Adequado com alteração 51 30,91

Inadequado 3 1,82

Total 165 100,00

De forma ilustrativa, a tabela acima vem demonstrar a porcentagem

das respostas feitas pelos juízes. Totalizou em 165 respostas, nas quais

67,27% dos itens avaliados foram considerados adequados; 30,91%

adequados com alterações e somente 1,82% considerado inadequado, o que

atesta a validade de conteúdo em 67% das respostas elaboradas pelos juízes.

Os resultados são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Itens do protocolo assistencial avaliados pelos juízes da pesquisa, Natal/RN-2014.

Itens Frequência Adequado Adequado com alteração Inadequado Total

Nível de consciência n 9 2 --- 11 % 81,82 18,18 --- 100,00%

Estado de consciência n 7 1 3 11 % 63,64 9,09 27,27 100,00%

Ventilação n 9 2 --- 11 % 81,82 18,18 --- 100,00%

Acesso venoso n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

Alimentação e hidratação n 9 2 --- 11 % 81,82 18,18 --- 100,00%

Eliminação vesical e Balanço hídrico

n 6 5 --- 11 % 54,55 45,45 --- 100,00%

Eliminação intestinal n 8 3 --- 11 % 72,73 27,27 --- 100,00%

Higiene corporal n 7 4 --- 11

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% 63,64 36,36 --- 100,00%

Curativos n 6 5 --- 11 % 54,55 45,45 --- 100,00%

Dimensão biológica n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

Dimensão psicológica n 8 3 --- 11 % 72,73 27,27 --- 100,00%

Dimensão social n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

Dimensão espiritual n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

Intervenção no ato terminal n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

Intervenção na pós-morte n 7 4 --- 11 % 63,64 36,36 --- 100,00%

A validade de conteúdo está representada pela Tabela 5 com o

intuito de visualizar a classificação do protocolo com suas respectivas

frequências absolutas no histórico e intervenções de enfermagem.

Ao analisar a Tabela 5, observa-se quanto ao aspecto do histórico

de enfermagem que o valor mais elevado de concordâncias foi nos quesitos

nível de consciência, ventilação, alimentação e hidratação, com uma

porcentagem de 81,82% e apenas 18,18% para serem ajustadas. Apesar de o

percentual ter variado entre os itens avaliados, percebe-se que o mínimo

obteve um valor de 54,55% para adequação do protocolo, o que confere

relevância do material.

O que chamou a atenção foi a presença de 27,27% na classificação

inadequada referente ao tópico estado de consciência, havendo discordância

com os demais juízes.

Vale salientar que no aspecto das intervenções de enfermagem

63,64% correspondente a sete juízes concordaram que o protocolo estava

adequado para as dimensões biológica, social e espiritual, bem como as

intervenções no ato da terminalidade e cuidados pós-morte, entretanto, a

dimensão psicológica apresentou 72,73% de acordo para adequação do

instrumento entre oito juízes.

5.4 ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO ASSISTENCIAL

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Durante a leitura do protocolo, os enfermeiros foram orientados a

registrar no próprio material as correções e recomendações que julgassem

necessárias. Desta orientação, houve sugestões consideradas pertinentes, as

quais foram acatadas com vistas a aperfeiçoar o protocolo proposto.

Reformulou-se o instrumento com base nos seguintes critérios:

sugestões com mais de 50% dos juízes nos blocos histórico de enfermagem e

intervenção de enfermagem, bem como corroborar com a literatura por meio

das evidências extraídas da revisão integrativa. Essas alterações podem ser

visualizadas na íntegra no APÊNDICE E.

As sugestões dizem respeito a alguns itens que poderiam causar

confusão ao profissional enfermeiro em sua aplicação. Primeiramente, foi

retirado o item “estado de consciência” contido no histórico de enfermagem. Foi

acrescentada no tópico de nível de consciência a Escala de Performance

Paliativa (PPS) por se tratar de um instrumento voltado para os cuidados

paliativos e mantida a Escala de Coma de Glasgow (ECG) e Escala de Ramsay

no mesmo bloco.

No quesito acesso venoso do histórico de enfermagem,

acrescentou-se a via subcutânea associada ao uso de “Hipodermóclise” no

item da hidratação. Em seguida, realizou-se a adaptação dos itens propostos

para alimentação, como “não aceita”. Na eliminação vesical, houve introdução

dos itens: “Anúria”, “Nefrostomia”, “Ureterostomia”, “Briker”, “Urostomia” e

“Colostomia úmida”.

Nos itens correspondentes à eliminação intestinal, acrescentou-se o

termo “Ausentes” e “Jejunostomia”. Seguindo a análise das observações, no

item higiene corporal, complementou-se com “Banho de aspersão com auxílio”,

“Banho de aspersão sem auxílio”, “Higiene oral e íntima”.

Um dos juízes sugeriu acrescentar um tópico de grande relevância,

como o sono e repouso, o qual foi adicionado ao protocolo com as

características “Preservado” e “Comprometido”. Quanto ao quesito curativos,

procurou-se melhorar introduzindo o curativo cirúrgico e a avaliação do aspecto

de cada parte deste tópico.

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Após a análise das intervenções de controle da dor, foram excluídos

os seguintes itens: “Observar a ocorrência de indicadores não verbais de

desconforto”, pois já havia contemplado no número anterior, e “Usar medidas

de controle antes do agravamento”, sem necessidade para o protocolo.

No tocante à intervenção controle dos sintomas respiratórios,

percebeu-se a necessidade de deixar mais claro o item 9 quando ressalta uma

medida para aliviar a tosse. Da mesma forma, na intervenção controle de

náuseas e vômitos, foram necessários mais detalhes quanto à explicação da

medida não farmacológica expressa no item 10.

Para a intervenção da fadiga, acrescentou-se os tipos de atividades

que poderão ser realizadas para minimizar esse desconforto, bem como o uso

de canções e massagens estimulantes expressas no item 9.

Com relação à dimensão psicológica no cuidado psicológico,

procurou-se ajustar a identificação das fases de Kübler-Ross em “sinais de

negação, raiva, barganha, depressão e aceitação”, sendo registrada nas 24h, e

não por turno conforme a proposta inicial.

Na mesma intervenção, retirou-se “escutar o paciente ativamente e

solicitar serviço psicológico” das fases de Kübler-Ross, uma vez que não se

trata de um componente desta fase. Portanto, este item passou a compor o

primeiro da sequência desta intervenção.

Na dimensão espiritual em que se ressalta a intervenção apoio

espiritual, um juiz sugeriu o detalhamento dos recursos espirituais listados no

item 7, como “eucaristia”, “unção dos enfermos”, “água benta”, “reza do terço”,

“orações”, “óleo ungido” e “água fluidificada”.

Durante o ato da terminalidade, apenas foi acrescentado no item 2 o

“cuidado com janelas”, “sons ambientes” e “temperatura”. Referente à

intervenção cuidados pós-morte, foi necessária a introdução do horário do

óbito, uma vez que a morte é um evento pontual. Um enfermeiro julgou a

modificação do item 7 para “oferecer apoio e escuta aos familiares durante a

permanência no hospital e após sepultamento por meio de contato telefônico”,

e, por fim, um ajuste no último item (registrar as medidas adotadas no

prontuário) desta intervenção proposta pelo protocolo assistencial.

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6 DISCUSSÃO

6.1 ANÁLISE QUANTO À REVISÃO INTEGRATIVA

Concebe-se que a fase final da vida humana deve ser cuidada tão

quanto no momento em que as pessoas estão criticamente enfermas com

potencial de cura previsível. É nessa seara que emerge a modalidade dos

cuidados paliativos na assistência de enfermagem em unidades de terapia

intensiva com o enfoque nos aspectos físicos, comunicativos e nos preceitos

bioéticos.

Ficou clara a supremacia dos aspectos físicos nos cuidados

paliativos sobre os demais achados. Concorda-se quanto à implantação de

planos terapêuticos paliativistas, dos quais a prioridade abarca o controle da

dor e desconforto em prol da promoção do bem-estar. Cabe ressaltar que a

suspensão de tratamento fútil faz parte do enfoque paliativo e que as medidas

ainda não são totalmente efetuadas na prática médica devido à repercussão de

cunho legal. (SANTOS et al, 2012)

Ressalta-se que os cuidados de enfermagem nessas unidades de

tratamento são voltados para procedimentos técnicos por meio de normas e

rotinas. Os estudos abordam a presença desse cuidado, além da execução dos

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mesmos cuidados prestados aos pacientes com possibilidades de cura

juntamente à ausência no enfoque emocional, espiritual e promoção da

dignidade durante a morte e o morrer. Esse cuidar técnico é enfatizado na

prática curativa, porém não se deve esquecer um olhar mais além do curar.

(SADALA; SILVA, 2008).

Diante dessa conjuntura nas regiões do sudeste e sul do Brasil,

esses cuidados são desenvolvidos em hospices, pois proporcionam um manejo

adequado da equipe multiprofissional diante da morte e da capacidade de

perceber o desejo dos pacientes quanto às medidas invasivas, bem como

preservar a vida com dignidade e respeito, principalmente sem manobras de

ressuscitação, devendo apenas humanizar o processo de morrer

transcendendo às limitações do cuidado tecnicista.

Ao analisar esses estudos, constata-se que não há padronização

dos cuidados paliativos nas unidades estudadas. Existem diferentes modelos,

como o integrativo, que incorpora as intervenções paliativas na prática do

cotidiano dos intensivistas, e o consultivo, que ocorre por meio de

interconsultas com equipes de cuidados paliativos, incorporado à prática dos

cuidados em unidades de alta complexidade (BIONDO; ARAÚJO; SILVA,

2013).

Corroborando com os achados, uma revisão sistemática realizada

em Portugal no ano de 2011 mostrou que os componentes principais

envolvidos nos cuidados paliativos são: o alívio dos sintomas; o apoio

psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família durante o luto e a

interdisciplinaridade. Após a análise de 14 estudos, os autores puderam

construir um checklist abordando cuidados de higiene, alimentação, eliminação,

alternância de decúbito, uso de equipamentos, controle dos sintomas e

administração de medicamentos. A comunicação parte da negociação e

envolvimento na tomada de decisão através da segurança da equipe

multidisciplinar (FONSECA; REBELO, 2010).

Silva, Amaral e Malagutti (2013) afirmam que os cuidados finais de

vida são essenciais e devem ser proporcionados de maneira individual em todo

o momento da internação em unidades de terapia intensiva. É primordial que o

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enfermeiro intensivista adquira as habilidades necessárias para realizar

adequadamente os cuidados paliativos. Além disso, os alicerces se ancoram

nos quatro princípios bioéticos (autonomia, justiça, beneficência e não

maleficência) para promover qualidade de vida.

Concorda-se com Biondo, Silva e Dal Secco (2009) quando trazem

em seus estudos a deficiência no conhecimento acerca desses princípios, bem

como dos conceitos de eutanásia, distanásia e ortotanásia pelos enfermeiros

que vivem em sua prática o processo de finitude, o que incapacita o uso destes

em busca cada vez mais do morrer dignamente.

Estudiosos no assunto propuseram ações que o enfermeiro deve

exercer enquanto atuante multidisciplinar em UTI, a saber: cumprir os

princípios bioéticos, assegurando que as informações possam chegar aos

pacientes e sua família na tomada de decisão livre e consciente; a cada ação

ou discussão da equipe, assegurar a justiça, respeito, competência,

responsabilidade e honestidade visando à promoção do ser humano na

totalidade em situação de morte e pós-morte (SILVA; AMARAL; MALAGUTTI,

2013).

Ainda deve-se objetivar a ortotanásia; individualizar o cuidado;

promover alívio do sofrimento e qualidade de vida; utilizar habilidades de

comunicação verbal e não verbal; a cada ação técnica assegurar que não está

realizando distanásia; participar ativamente das decisões; capacitar-se

científica e humanamente; fazer elo entre conhecimento biológico e

humanidades durante as decisões; valorizar a comunicação verbal otimista;

identificar situações discordantes dos princípios bioéticos e cuidar sempre do

binômio paciente-família.

As ações nacionais estão em consonância quando enfoca através

da Câmara Técnica em controle da dor e cuidados paliativos as ações de

controle da dor e CP no âmbito coletivo ou individual na assistência pública; as

recomendações das ações nas entidades públicas e privadas que integram o

SUS, a incorporação tecnológica das ações; projeto de incentivo; estruturação

de redes de atenção; formação e qualificação profissional e avaliação dos

estudos e pesquisas na área (BRASIL, 2006c).

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É incontestável que a expectativa de vida vem aumentando

significativamente e a medicina tem permitido o tratamento de diversas

doenças, entretanto, em muitas situações, a tecnociência leva a um

prolongamento do processo de terminalidade, surgindo assim dilemas éticos na

sua prática cotidiana.

Diante do exposto, a vigilância ética representa fundamental

importância em não deixar que a máquina seja mais importante do que o ser

cuidado. Concorda-se ao dizer que a obstinação terapêutica frequentemente

vivenciada nas unidades de terapia intensiva é geradora de grande sofrimento

e infringe a dignidade do paciente em estado terminal. Há, sem dúvida, a

obrigação moral em tratar e curar um paciente, porém deve ser medida

conforme as situações concretas avaliando os meios terapêuticos de cunho

objetivo e proporcionando as perspectivas de melhoramento (PESSINI, 2011).

Um aspecto imprescindível na relação equipe-paciente-família é a

troca de informações, principalmente quando o diagnóstico se caracteriza como

desfavorável provocando sentimentos intensos de dor. Com isso, a

comunicação tem sido uma tarefa difícil de ser vivenciada entre as equipes que

trabalham em UTI. Uma das dificuldades neste aspecto é o sentimento de

medo na falha terapêutica, bem como o medo de ser considerado culpado,

impotente e preocupação em âmbito legal (RIBEIRO, 2008).

Também estabelece alguns princípios que devem ser elencados

para que a comunicação seja efetiva, como escolher um momento de descanso

e com tempo necessário; avaliar o estado emocional e psicológico do paciente;

uso de linguagem clara e simples, sem termos técnicos; ser humanitário;

fornecer informações reais; assegurar a continuidade da conversa

posteriormente; e uniformizar as informações com os demais profissionais

envolvidos.

Os profissionais de saúde sentem-se despreparados para ter um

diálogo quando os pacientes estão nessa fase da vida, tendenciado, assim, a

falar mais tecnicamente e sem detalhes para evitar possíveis questionamentos.

É necessária a criação de habilidades na comunicação para a tomada de

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decisão bem informada e promover qualidade de fim de vida (REYNIERS et al,

2014; EPNER; BAILE, 2014; MEDEIROS; BONFADA, 2012).

6.2 ANÁLISE QUANTO À VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

A validação de um conteúdo requer a construção de instrumentos

com rigor metodológico a partir de desenhos em que as etapas estejam bem

definidas (MARTIN ARRIBAS, 2004).

Vale salientar que a referida pesquisa obedeceu a três etapas

preestabelecidas, a saber: 1) realização da revisão integrativa; 2) elaboração

do protocolo assistencial; e 3) validação do conteúdo através de juízes com

experiência na terminalidade.

Quanto ao perfil dos colaboradores da pesquisa, verificou-se que a

maioria foi do sexo feminino e especialistas. A predominância de mulheres na

pesquisa reitera a característica da enfermagem. Essa questão de gênero

persiste desde o início da profissão, pois o cuidado era exercido

eminentemente por mulheres (STEIN BACKES et al, 2008).

Em relação à titulação, a maioria era especialista, o que configura a

necessidade das instituições de assistência hospitalar incentivar seus

enfermeiros quanto à inserção em programa de pós-graduação, garantindo

dessa forma qualidade e aprimoramento profissional. Referente ao tempo do

exercício profissional, percebeu-se que a média representou 10,27 anos,

permitindo identificar que os cuidados prestados no tocante à terminalidade são

executados por profissionais experientes na área.

Ao analisar a validade de conteúdo propriamente dito, os resultados

obtidos por meio do cálculo do IVC mostraram-se válidos para 67% das

respostas analisadas pelos juízes, visto que o valor do nível de concordância

entre eles foi no mínimo de 0,9. Corrobora-se com Alexandre e Coluci (2011)

quando se recomenda a taxa de concordância não inferior a 0,78. Sendo

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assim, observa-se que o ponto de corte foi alcançado através do valor

encontrado.

De acordo com a teoria postulada por Pasquali (2003), a validação

de conteúdo consiste quando os itens de um instrumento correspondem ao que

se deseja mensurar, que representam fidedignamente seus objetivos

propostos, sendo avaliados por um corpo de especialistas em questão.

Um ponto crucial que merece destaque no referido trabalho diz

respeito às intervenções propostas para o protocolo, pois houve um nível de

concordância considerável das dimensões humanas biológica, social e

espiritual, além dos cuidados no ato da terminalidade e pós-morte, perfazendo

o ajuizamento de sete avaliadores para adequação do instrumento.

Destarte, este protocolo assistencial considerou-se válido, uma vez

que ultrapassou o ponto de corte proposto por Alexandre e Coluci (2011), bem

como do total de respostas favoráveis à validação em 67%. Mesmo assim, há

necessidade de novos estudos porque esta temática é permeada em um

universo de saberes e pormenores do ser humano.

Cabe destacar a impossibilidade de realizar uma segunda rodada

entre os juízes devido ao curto espaço de tempo. Com isso, necessita-se da

continuidade do processo de validação deste protocolo no tocante ao seu

melhoramento e futura aplicabilidade clínica.

6.3 ANÁLISE QUANTO À ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO APÓS A

VALIDAÇÃO

A elaboração do protocolo aconteceu após as evidências extraídas

da literatura científica e pela prática clínica dos enfermeiros assistenciais

intensivistas e docentes atuantes na temática proposta.

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Quanto à adequação do protocolo assistencial, considerou-se as

observações e sugestões apresentadas pelos avaliadores conforme o critério

exposto anteriormente devido a sua pertinência nas ações no final de vida.

Após essa análise, procurou-se adequar o instrumento proposto.

Em relação ao histórico de enfermagem na avaliação do nível de

consciência, acrescentou-se a PPS, embora apenas um juiz tenha sugerido o

uso dessa escala por ser comumente utilizada em cuidados paliativos.

Segundo Maciel e Carvalho (2009), os escores dessa Escala

permitem avaliar o estado funcional do paciente continuamente, além de ser

um excelente instrumento de comunicação entre equipe interdisciplinar e o

enfermo. A seguir, pode-se visualizar os itens da PPS pela Figura 3.

% Deambulação Atividade e evidência da doença

Autocuidado Ingesta Nível da Consciência

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Figura 3. Victoria Hospice Society. J Pall Care, v. 9, n. 4, p. 26-32. Tradução livre de Maria

Goretti Maciel/Ricardo Tavares de Carvalho, 2009.

Ainda nesse enfoque, as Escalas de Coma de Glasgow e de

Ramsay foram mantidas no mesmo bloco, que segundo Morton e Fontaine

(2013) servem para avaliação rápida dos pacientes internados em UTI, bem

como a de Ramsay, quando existe o uso de sedação.

Em relação à hidratação e manejo de drogas em pacientes

assistidos em UTI no contexto dos cuidados paliativos, a Hipodermóclise é uma

alternativa por meio da via subcutânea, sendo segura, eficaz e, sobretudo,

confortável.

Ressalvada por Oliveira e Carvalho (2013) e CREMESP (2008),

essa técnica consiste na infusão de líquidos na hipoderme com scalp ou jelco

de calibre variados entre 18G a 27G conforme avaliação e quantidade de

tecido subcutâneo nas regiões da face externa das coxas, escapular, face

anterolateral do abdômen, parte anterior do tórax e anterior dos braços. Deve-

se atentar para que o volume de líquidos não ultrapasse 3000 ml nas 24h e as

soluções sejam isotônicas. A manutenção do cateter ocorre a cada 4h,

podendo permanecer in situ até 72h.

100 Completa Atividade normal e trabalho; sem evidência de doença

Completo Normal Completa

90 Completa Atividade normal e trabalho; alguma evidência de doença

Completo Normal Completa

80 Completa Atividade normal com esforço; alguma evidência de doença

Completo Normal ou reduzida

Completa

70 Reduzida Incapaz para o Trabalho; Doença significativa

Completo Normal ou reduzida

Completa

60 Reduzida Incapaz para hobbies/trabalho doméstico Doença significativa

Assistência ocasional

Normal ou reduzida

Completa ou períodos de confusão

50 Maior parte de tempo sentado ou deitado

Incapacitado para qualquer trabalho; Doença extensa

Assistência Considerável

Normal ou reduzida

Completa ou períodos de confusão

40 Maior parte do tempo acamado

Incapaz para a maioria das atividades. Doença extensa

Assistência quase completa

Normal ou reduzida

Completa ou sonolênci +/- confusão

30 Totalmente acamado Incapaz para qualquer atividade. Doença extensa

Dependência Completa

Normal ou Reduzida

Completa ou sonolência +/- confusão

20 Totalmente acamado Incapaz para qualquer atividade. Doença extensa

Dependência Completa

Mínima a pequenos goles

Completa ou sonolência +/- confusão

10 Totalmente acamado Incapaz para qualquer atividade. Doença extensa

Dependência Completa

Cuidados com a boca

Sonolência ou coma +/- confusão

0 Morte - - - -

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No tocante à eliminação vesical com a adição de derivações

urinárias do tipo “Ureterostomia”, “Briker”, “Urostomia” e “Colostomia úmida” no

protocolo, percebe-se que é comum o uso de tais ostomias, pois diante das

considerações de Costa (2007) o uso melhora a qualidade de vida dos

pacientes em CP. A colostomia úmida também conhecida como

ureterossigmoidostomia permite a saída de urina e fezes em um mesmo

estoma. A ureteroileostomia ou derivação de Briker consiste na implantação

dos ureteres em segmento isolado de íleo terminal.

Dentre as variáveis correspondentes ao histórico de enfermagem,

acrescentou-se o item sono e repouso, pois um juiz sugeriu por ser uma das

necessidades importantes que o paciente apresenta diante de sua

terminalidade. Este aspecto é abordado por Kretzer (2012) quando a alteração

do padrão sono-vigília é modificado devido a inúmeros fatores, como

ambientais, interrupção do sono para a realização de coletas de exames,

ansiedade, uso de sedativos e analgésicos. Percebe-se que a manutenção do

sono deve ser estimulada ao máximo a fim de promover qualidade no final de

vida, como também minimização de eventos estressantes.

Com relação aos aspectos de controle de sintomas respiratórios e

digestórios, foi sugerido uma ênfase maior no que se refere às medidas não

farmacológicas para o alívio desses desconfortos.

É notória a presença das terapias integrativas e complementares

também no cuidado paliativo. Trata-se de ações paliativas não invasivas e

aceitas pelos pacientes durante esse processo. Uma unidade de CP deve

contar com recursos, como psicoterapia, acupuntura, massagens e técnicas de

relaxamento corporal e musicoterapia (CREMESP, 2008).

Corroborando com essas ações, Amaral e Silva (2013) acrescentam

ainda as modalidades de acupressão, eletroacupuntura, shiatsu, reflexologia,

aromaterapia, meditação, arteterapia, terapia floral, reiki e toque terapêutico.

Ressalta-se que a visão holística dos cuidados complementares

integra de forma clara algumas das teorias de enfermagem. Dentre elas,

destaca-se o modelo de Henderson elencando as 14 necessidades básicas do

ser humano; a Teoria de Peplau das relações interpessoais; Rogers descreve a

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importância do campo energético do ser humano como sistema de energias;

Leninger através da Teoria da Diversidade e da Universalidade dos cuidados

culturais e Watson com o cuidado transpessoal (TOMEY; ALLIGOOD, 2010).

A respeito da dimensão espiritual, um dos juízes mostrou a clareza

da descrição ao abordar os recursos espirituais na intervenção apoio espiritual.

Aitken (2008) diz que o atendimento espiritual deverá ser oferecido de acordo

com as crenças religiosas e correspondem à qualidade no fim de vida. O

cuidado paliativo reconhece que as curas espirituais podem acontecer mesmo

quando a cura física é impossibilitada.

A última intervenção sugerida após a avaliação dos juízes foi no

cuidado pós-morte em que houve a necessidade de adicionar a conduta de

oferecer apoio e escuta aos familiares durante a permanência no hospital e

após sepultamento por meio de contato telefônico.

A finitude da vida não termina com o preparo do corpo. Silva (2014)

evidencia que a dor e o sofrimento do outro, no caso a família, tem de ser

compartilhada e expressa pelos sujeitos, uma vez que a humanização transita

no diálogo, gerando, assim, a possibilidade de reinventar a vida e o morrer com

o outro.

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7 CONCLUSÃO

A validação de conteúdo que visa validar uma proposta de protocolo

assistencial de enfermagem para pacientes em terminalidade internados em

Unidades de Terapia Intensiva foi realizada por 11 juízes. Do total, a maioria

era do sexo feminino, especialistas, média de idade de 36,64 anos e tempo de

trabalho de 10,27 anos em média.

Durante o processo de julgamento, os juízes avaliaram 15 quesitos

divididos em histórico e intervenções de enfermagem. Obteve-se um percentual

de 67,27% das respostas consideradas adequadas ao protocolo assistencial,

30,91% adequadas, porém necessitando de alterações, e apenas 1,82% dos

juízes julgou o quesito estado de consciência no bloco do histórico de

enfermagem como inadequado.

O índice de validade de conteúdo aplicado ao protocolo assistencial

durante o processo de terminalidade mostrou-se favorável, uma vez que a

avaliação global totalizou no mínimo 0,9.

Ressalta-se que as sugestões dos juízes foram acatadas em sua

maioria buscando uma melhor compreensão e clareza dos itens que

compunham o instrumento visando torná-lo exequível.

Após a realização da validação e inclusão das sugestões por parte

dos colaboradores da presente pesquisa, construiu-se uma nova proposta de

protocolo assistencial de enfermagem durante o processo de terminalidade.

Na reformulação, retirou-se apenas o item estado de consciência

que compõe o histórico de enfermagem por ter sido julgado inadequado para

essa proposta, bem como foi acrescentado o quesito sono e repouso conforme

recomendado.

Como produto final, este protocolo apresenta-se válido, porém é

imprescindível a realização de novos estudos com amostra maior para uma

representatividade e poder de generalização.

As limitações do estudo foram a não disponibilidade de alguns

juízes, reduzindo, assim, o tamanho da amostra, como também o longo período

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referente à devolução dos protocolos devidamente preenchidos e avaliados,

além da impossibilidade da aplicação da técnica de Delphi devido ao curto

espaço de tempo.

Cabe salientar que esta pesquisa não encerra aqui, faz-se

necessária uma nova rodada do protocolo aos juízes para uma nova

apreciação, além da continuidade do processo com a validação de critério para

prática clínica em um possível doutoramento.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CARTA CONVITE AOS JUÍZES DA PESQUISA Aos avaliadores,

Vimos por meio desta respeitosamente convidá-lo a compor o Corpo de Juízes destinado a avaliar o instrumento (check list) para verificar os conhecimentos e habilidades técnicas referentes aos procedimentos de enfermagem realizados com os pacientes em processo de terminalidade. Desta forma, solicitamos sua colaboração na leitura e apreciação do instrumento, assim como comentários e sugestões acerca da manutenção ou exclusão dos itens e inclusão de novos, caso julgue necessário.

A avaliação deste material compõe a primeira etapa do projeto de pesquisa ao nível de mestrado intitulado: “Validação de um instrumento para a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade”, cujo objetivo consiste em elaborar e validar um protocolo assistencial de enfermagem direcionado para pacientes em terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva.

Esta pesquisa servirá como subsidio na assistência de enfermagem através da ação efetiva na implementação do protocolo, onde contribuirá significativamente ao cuidado humanizado e de qualidade no fim de vida proporcionando uma morte digna e sem maiores sofrimentos. O projeto obteve parecer aprovado, cujo protocolo é 787.224 CAAE: 33913514.9.0000.5537 de 11 de setembro de 2014 e está sendo desenvolvido pela mestranda Edilene Castro dos Santos.

Caso nos honre com a sua participação para compor o quadro de juízes, o material será disponibilizado através de correspondência eletrônica e deverá ser avaliado em 15 dias a contar da data de recebimento dos instrumentos. Gostaríamos de ressaltar que o instrumento deverá ser mantido em completo sigilo.

Na certeza de contarmos com a compreensão e empenho dos docentes, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente, Mesd. Edilene Castro dos Santos

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APÊNDICE B UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Campus Universitário – Br 101 – Lagoa Nova – Natal, RN.

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected] TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO EU, __________________________________________________________, RG ___________________________, declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) por Edilene Castro dos Santos, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, consinto em participar como juiz avaliador na pesquisa intitulada “validação de um instrumento para a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade”, sob coordenação da professora orientadora Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão, que tem como objetivo Elaborar e validar um protocolo assistencial para os pacientes em terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva no município de Natal-RN. Estou ciente que tenho a liberdade para participar e para retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo de caráter econômico, social, psicológico ou moral, sendo garantido o anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação. Sei também que terei acesso aos resultados desta pesquisa, se assim desejar, após sua publicação e que a equipe da pesquisa se responsabilizará por possíveis custos, bem como indenizações de danos decorrentes da minha participação na pesquisa, desde que fique comprovado legalmente sua necessidade. _______________________________________________________________ Assinatura do participante COMPROMISSO DO PESQUISADOR: Eu, Edilene Castro dos Santos, brasileira, CPF:02720135445, residente a Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08 A. Natal/RN, CEP:59060430, Tel: (84) 88136465, Email:[email protected], discuti as questões acima apresentadas ao participante no estudo.

Natal, _____ de ____________de 2014. __________________________________

Profa. Edilene Castro dos Santos Pesquisadora responsável

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APÊNDICE C

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE MESTRADO

INSTRUÇÕES PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Prezado (a) Juiz (a),______________________________________________ Leia atentamente as instruções a seguir para o preenchimento do instrumento do presente estudo intitulado “validação de um instrumento para a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade”. O objetivo deste instrumento é captar o parecer dos juízes da pesquisa acerca de cada um dos itens de avaliação dos indicadores durante o processo de terminalidade em unidades de terapia intensiva. Este instrumento é composto por um quadro demonstrativo com os requisitos (quadro 1) e seus respectivos códigos numéricos, a serem analisados em cada um dos itens dos instrumentos de coleta. Cada instrumento de check list do processo de terminalidade estão dispostos, para avaliação, da seguinte maneira: a primeira coluna contém os itens a serem avaliados; segue-se com duas colunas revelando se cada item é compreensível e sugestões dos juízes; a última coluna contém categorias com respostas dicotômicas “Adequado (1)”, Adequado com alterações (2)” e “Inadequado (3)”, que devem ser assinaladas com um “X”. Em caso de inadequação, deverão ser listados os respectivos códigos numéricos, contidos no instrumento, na coluna seguinte; e uma última coluna para designar de forma escrita os motivos de inadequações e/ou sugestões a fim de se adequar o item avaliado. Assinalar com um “X” na opção “Adequado (1)” se o item de avaliação preencher todos os requisitos e, na opção “ Adequado com alterações (2)” e “Inadequado (I)” se não preencher algum(ns) dos requisitos, explicitando o código respectivo do requisito inadequado e o motivo e/ou sugestão para melhoramento do item. Marcar somente uma opção. Será disponibilizado, em anexo, o instrumento gabarito do check list de cada procedimento (ANEXO D), o qual contém os parâmetros considerados adequados para a correta atuação na terminalidade em UTI. Por fim, o juiz deverá emitir um parecer final para o instrumento, através de requisitos pré-determinados e por escrito.

1. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

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SUBDIVISÕES ESTE ITEM

PARECE

COMPREENSÍVEL

?

CATEGORIAS CÓDIGOS NUMÉRICOS

EM CASO DE

SUGESTÃO

CASO JULGUE

QUE

ALGUM ITEM NÃO

ESTEJA

CLARO E

COMPREENSIVO

ACRESCENTE

SUA

SUGESTÃO NO

ESPAÇO

DESTINADO PARA

CADA

ITEM.

NÍVEL DE

CONSCIÊNCIA

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

ESTADO DE

CONSCIÊNCIA

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

VENTILAÇÃO ( ) Sim

( ) Não

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

ACESSO VENOSO ( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

ALIMENTAÇÃ E

HIDRATAÇÃO

( ) Sim

( ) Não

3. Adequado

4. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

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77

ELIMINAÇÃO

VESICAL E

BALANÇO HÍDRICO

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

ELIMINAÇÃO

INTESTINAL

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

HIGIENE CORPORAL ( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

CURATIVOS

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

2.INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS DIMENSÕES HUMANAS

SUBDIVISÕES ESTE ITEM

PARECE

COMPREENSÍVEL

?

CATEGORIAS CÓDIGOS NUMÉRICOS

EM CASO DE

SUGESTÃO

CASO JULGUE

QUE

ALGUM ITEM NÃO

ESTEJA

CLARO E

COMPREENSIVO

ACRESCENTE

SUA

SUGESTÃO NO

ESPAÇO

DESTINADO PARA

CADA

ITEM.

DIMENSÃO

BIOLÓGICA

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

DIMENSÃO

PSICOLÓGICA

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

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78

Quadro 1: quadro demonstrativos dos requisitos a serem avaliados durante o processo de terminalidade

com

alterações

3.Inadequado

DIMENSÃO SOCIAL ( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

DIMENSÃO

ESPIRITUAL

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

INTERVENÇÃO NO

ATO DA

TERMINALIDADE

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

INTERVENÇÃO NO

PÓS-MORTE

( ) Sim

( ) Não

1. Adequado

2. Adequado

com

alterações

3.Inadequado

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79

APÊNDICE D

PARTE I

PROTOCOLO

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Data:___________________ Setor:______________Leito:______________

Paciente:________________________________________ Idade:________

Diagnóstico médico:___________________________________________

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

1. Consciente ( ) 2.Letárgico ( ) 3. Torporoso ( )

4. Semicomatoso ( ) 5. Comatoso ( )

ESTADO DE CONSCIÊNCIA

Glasgow: AO:_________; RV:___________ RM:____________

VENTILAÇÃO

1. Ar ambiente ( )

2. Máscara de Venturi ( ) à________ % 3. Cateter ( ) à _______ l/min

1. TQT ( ) 5. TOT ( ) 6. BiPAP ( ) 7. CPAP ( )

8. VMNI ( ) 9. VMI ( )

9.1. Modalidades: C/A ( ) VSIO ( ) VSP ( ) VCP ( ) VLPA ( ) OPGV ( )

FiO2:_____________

SPO2:______________________

ACESSO VENOSO

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80

1. Periférico ( ) 2. Central ( ) 3. Flebotomia ( )

4.Cateter totalmente implantado ( ) 5. Cateter semi-implantado ( )

6.Sem acesso ( )

ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO

1. Oral com ajuda ( ) 2. Oral sem ajuda ( )

3.SNG ( ) 4.SNE ( ) 5.GTM ( ) 6. JTM( ) 7.NPT ( ) 8. Zero ( )

1. Hidratação Oral ( ) 2. Venosa hidratação ( )

ELIMINAÇÃO VESICAL

1. Espontânea no banheiro ( )

2. Fralda ( ) 3. Aparadeira ( ) 4. Papagaio ( )

5.Dispositivo urinário tipo camisinha ( )

6.SVD ( ) 7. SVA ( ) 8.Cistostomia ( )

BALANÇO HÍDRICO

Líquidos infundidos:___________________

Líquidos eliminados:__________________

Total:____________________

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

1. Espontânea no banheiro ( )

2. Fralda ( )

3. Ileostomia ( ) 4. Colostomia ( )

HIGIENE CORPORAL

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81

1. Banho de aspersão ( )

2. Banho no leito ( )

CURATIVOS / REGIÃO

1. Acesso venoso central: __________________________________

2. Úlcera de pressão: ______________________________________

3. Dreno: ______________________________________________

OBSERVAÇÕES

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

_________________ ___________________ ________________

ENFERMEIRO-M ENFERMEIRO-T ENFERMEIRO- N

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82

PARTE II

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE A TERMINALIDADE-

DIMENSÃO BIOLÓGICA

INTERVENÇÃO-CONTROLE DA DOR MANHÃ TARDE NOITE

1. Realizar avaliação da dor.

Valor:

______

Valor:

______

Valor:

_____

2. Observar a ocorrência de indicadores não

verbais de desconforto.

3.Assegurar que o paciente receba cuidados

precisos de analgesia.

4.Investigar o conhecimento do paciente sobre a

dor de acordo com sua crença.

5.Reduzir ou eliminar fatores desencadeantes da

dor(medo, cansaço, falta de informação).

6.Escolher estratégias que aliviam a dor(não

farmacológica), conforme apropriado.

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83

7.Usar medidas de controle antes do

agravamento.

8.Encorajar o paciente a conversar sobre a

experiência da dor.

9.Utilizar abordagem multidisciplinar de controle

da dor.

10.Medidas Não farmacológicas (massagem,

música)

INTERVENÇÃO -CONTROLE DOS SINTOMAS

RESPIRATÓRIOS

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar a intensidade da dispneia e tosse.

2.Avaliar fatores desencadeantes da dispneia.

3.Avaliar a necessidade de aspiração.

4.Manter vias aeras pérvias.

5.Posicionamento de semi Fowler.

6.Promover tranquilidade.

7.Ofertar oxigênio suplementar se necessário.

8.Monitorar o fluxo dos litros de oxigênio.

9.Comprimir o abdome do paciente abaixo do

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84

apêndice xifoide, com a mão espalmada,

enquanto o ajuda a flexionar-se para frente, ao

mesmo tempo que tosse.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DE NÁUSEAS E

VÔMITOS

MANHÃ TARDE NOITE

1.Identificar os fatores causadores de náusea e

vômito.

2.Controlar os fatores ambientes capazes de

evocar náuseas e vômitos.

3.Reduzir fatores pessoais que precipitem a

náusea e vômito (ansiedade, medo e falta de

conhecimento).

4.Posicionar para prevenção de aspiração.

5.Manter via aérea oral permeável.

6.Higienização da cavidade oral com clorexidine

2%.

7.Oferecer gelo 40min antes das refeições para

minimizar os sintomas.

8.Monitorar o equilíbrio eletrolítico.

9.Encorajar o repouso.

10.Ensinar medidas não farmacológicas para

controlar náuseas e vômitos (pressionar por 2min

na medida de três dedos à prega da flexão do

punho entre os tendões do músculo palmar

longo e flexor radial do carpo; 4 dedos abaixo da

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85

patela e lateral à tuberosidade da tíbia)

11.Oferecer líquidos incolores conforme

apropriado.

12.Em caso de vômitos fecaloides realizar o

cateterismo gástrico para descompressão.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DE DIARREIA E

OBSTIPAÇÃO

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar os episódios de diarreia quanto à cor,

volume, frequência e consistência das fezes.

2.Avaliar a ausência das eliminações intestinais

em dias.

3.Avaliar fatores desencadeantes de constipação

(opiácios, dieta).

4.Monitorar os ruídos hidroaéreos.

5.Oferecer alimentação 6-8 vezes ao dia.

6.Oferta de líquidos isotônicos.

7.Avaliação nutricional para adaptação da dieta.

8.Realizar mudança de decúbito 2/2h.

9.Promover higienização corporal e conforto.

10.Manter controle hídrico.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DA FADIGA MANHÃ TARDE NOITE

1.Encorajar a expressão de sentimentos sobre

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86

as limitações.

2.Monitorar a ingestão nutricional para garantir

aporte energético adequado.

3.Selecionar as intervenções para reduzir a

fadiga conforme

apropriado._____________________________

4.Prática de exercícios conforme apropriado.

5.Uso da massagem com óleos aromáticos

conforme a necessidade.

6.Auxiliar o paciente a identificar as preferências

por atividades.

7.Limitar estímulos ambientais (ruídos e

iluminação) para facilitar o relaxamento.

8.Encorajar períodos alternados de descanso e

atividade.

9.Oferecer recursos complementares (música).

INTERVENÇÃO -CONTROLE DO DELÍRIO E

DEMÊNCIA

MANHÃ TARDE NOITE

1.Monitorar o estado neurológico continuamente.

Escala de Coma de Glasgow:______________

2.Permitir que o paciente mantenha rituais que

limitam a ansiedade.

3.Encorajar visitas de pessoas significativas.

4.Orientar o paciente sobre pessoa, lugar e

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87

tempo se necessário.

5.Usar indicadores ambientais (fotos, cores,

objetos) que estimulem a memória.

6.Aproximar-se lentamente do paciente e sempre

pela frente.

7.Fornecer iluminação adequada e não

excessiva.

8.Manifestar interesse pelo paciente.

9.Evitar perguntas que ele não consegue

responder.

DIMENSÃO PSICOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO DAS FASES DE

KÜBLER-ROSS

MANHÃ TARDE NOITE

1. Negação

2. Raiva

3. Barganha

4. Depressão

5. Aceitação

6.Escutar o paciente ativamente.

INTERVENÇÃO-CUIDADO PSICOLÓGICO

7.Promover o envolvimento familiar.

8.Permitir que o paciente se expresse ativamente

9.Manter a comunicação efetiva entre equipe e

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88

paciente.

10.Promover uma relação de confiança com a

família.

DIMENSÃO SOCIAL

INTERVENÇÃO -APOIO FAMILIAR E AO

PACIENTE

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar a reação emocional da família à

condição do paciente.

2.Escutar as preocupações, sentimentos e

perguntas da família.

3.Facilitar a comunicação entre os membros da

família.

4.Aceitar os valores da família e paciente sem

julgamento.

5.Responder a todas as perguntas da família e

paciente juntamente com a equipe

multiprofissional.

6.Ajudar a família a solucionar conflitos de

valores.

7.Ensinar os planos de cuidado à família.

8.Proporcionar conhecimentos necessários aos

familiares que auxiliarão na tomada de decisão.

9.Oportunizar a visita de pessoas que o paciente

deseje.

10.Orientar a família e paciente quanto as

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diretivas antecipadas de vontade.

11.Proteção dos direitos do paciente.

12.Não exercer a distanásia.

DIMENSÃO ESPIRITUAL

INTERVENÇÃO -APOIO ESPIRITUAL MANHÃ TARDE NOITE

1.Usar da comunicação efetiva para estabelecer

confiança e cuidados com empatia.

2.Tratar a pessoa com dignidade e respeito.

3.Encorajar a participação em interação com

familiares e amigos.

4.Oferecer privacidade para as atividades

espirituais.

5.Compartilhar a própria perspectiva espiritual,

conforme apropriado.

6. Facilitar o processo de perdão.

7.Organizar visitas de conselheiro espiritual.

8.Encorajar o uso de recursos espirituais,

quando desejado.

9.Proporcionar música, literatura, ou programas

de TV ou rádio espirituais do paciente.

10.Estar junto ao paciente no tocante aos rituais

religiosos.

INTERVENÇÕES NO ATO DA

TERMINALIDADE

MANHÃ TARDE NOITE

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90

1.Permanecer fisicamente próximo ao paciente

quando estiver assustado.

2.Modificar o ambiente com base na

necessidade e desejos do paciente.

3.Respeitar solicitações específicas de cuidado

feitas pelo paciente e família.

4.Apoiar os esforços da família para permanecer

junto ao leito.

5.Incluir a família nas decisões e atividades de

cuidado, se for o desejo.

INTERVENÇÃO -CUIDADOS PÓS-MORTE MANHÃ TARDE NOITE

1.Retirar todos os drenos, sondas, acessos,

como convier.

2.Higienizar o corpo se necessário.

3.Colocar prótese dentária se possível.

4.Fechar os olhos do paciente.

5.Realizar tamponamento dos orifícios com

algodão e espátula sem deixar aparente.

6.Manter o alinhamento corporal correto.

7.Oferecer apoio aos familiares.

8.Identificar o paciente com uma etiqueta em

duas vias contendo (nome, idade, data do óbito,

hora do óbito e setor), onde uma deverá ser

fixada no tórax do paciente e a outra no invólucro

externo.

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9.Organizar os pertences do paciente, protocolar

e entregar à família.

10.Orientar a família quanto a declaração de

óbito fornecida e preenchida pelo médico de

plantão (entregar a via amarela e orientar a

procurar o cartório até 15 dias).

11.Transferir o paciente ao necrotério.

12. Registro no prontuário

APÊNDICE E

PARTE I

PROTOCOLO REFORMULADO

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

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Data:___________________ Setor:______________Leito:______________

Paciente:________________________________________ Idade:________

Diagnóstico médico:______________________Dias de internação:_______

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

1. Vigília: 1.1 Consciente ( ) 1.1 Inconsciente ( )

2. Letargia ( ) 3. Confusão mental ( ) 4. Estupor ( ) 5. Coma ( ) PPS:__________ ECG:_______________ Ramsay:_____________

VENTILAÇÃO

VNI: 1. Ar ambiente ( ) 2. Máscara de Venturi ( ) à________ % 3. Cateter ( ) à _______ l/min 4. BIPAP ( ) 5. CPAP ( ) 6. Macronebulização ( ) à ____l/min

VI: 1. TQT ( ) 2. TOT ( )

Modalidades: C/A ( ) VSIO ( ) VSP ( ) VCP ( ) VLPA ( ) OPGV ( )

FiO2:__________ SPO2:___________

ACESSO VENOSO

1. Periférico ( ) em:______ 2. Central: 2.1 Cateter totalmente implantado

( ) 2.2 Cateter semi-implantado ( ) 3. Flebotomia ( ) 4. Subcutâneo ( ) 5.Jelco hidratado ( ) 6. Sem acesso ( )

ALIMENTAÇÃO

1. Oral com ajuda ( ) 2. Oral sem ajuda ( ) 3. Não aceita ( )

4.SNG ( ) 5.SNE ( ) 6.GTM ( ) 7.JTM ( ) 8.NPT ( ) 9. Zero ( )

HIDRATAÇÃO

1. Hidratação Oral ( ) 2. Hidratação venosa ( ) ____ml/h 3. Ambas ( ) 3. Hipodermóclise ( )

ELIMINAÇÃO VESICAL

ESPONTÂNEA: 1. Banheiro ( ) 2. Fralda ( ) 3. Aparadeira ( )

4. Papagaio ( ) 5. Anúria ( )

DISPOSITIVO: 1.Dispositivo urinário ( ) 2. SVD ( ) 3. SVA ( )

4.Cistostomia ( ) 5. Nefrostomia ( ) 6. Ureterostomia ( )

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7. Briker ( ) 8. Urostomia ( ) 9. Colostomia úmida ( )

BALANÇO HÍDRICO

Líquidos infundidos:______ Líquidos eliminados:_____ BH:______

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

ESPONTÂNEA: 1. Banheiro ( ) 2. Fralda ( )

DISPOSITIVO: 1. Ileostomia ( ) 2. Colostomia ( ) 3. Jejunostomia ( )

4.Ausentes há_____dias

HIGIENE CORPORAL

1. Banho de aspersão c/ auxílio ( ) 2. Banho de aspersão s/ auxílio ( ) 3.Banho no leito ( ) 4.Higiene oral ( ) 5.Higiene intima ( )

SONO E REPOUSO

1. Preservado ( ) 2. Comprometido ( )

CURATIVOS

1. Acesso venoso central ( ) Local:______________________________ Aspecto:_________________________________________________

2.Úlcera de pressão ( ) Local:__________________________________

Aspecto: __________________________________________________

3.Dreno ( ) Local:____________________________________________

Aspecto:__________________________________________________

4.Incisão cirúrgica ( ) Local:____________________________________

Aspecto:__________________________________________________

5.Outros ( ) Quais/Local:_____________________________________

Aspecto:___________________________________________________

OBSERVAÇÕES______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________ ___________________ ________________

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94

ENFERMEIRO-M ENFERMEIRO-T ENFERMEIRO- N

PARTE II

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE A TERMINALIDADE-

DIMENSÃO BIOLÓGICA

INTERVENÇÃO-CONTROLE DA DOR MANHÃ TARDE NOITE

1. Avaliar intensidade da dor.

Escore: ______

Escore: ______

Escore: ______

2.Assegurar que o paciente receba cuidados precisos de analgesia conforme prescrito.

3.Investigar o conhecimento do paciente sobre a dor de acordo com sua crença.

4.Promover medidas que possibilite reduzir ou eliminar fatores desencadeantes da dor(medo, cansaço, falta de informação).

5.Escolher estratégias não farmacológica (massagem, música) que aliviam a dor. Especificar__________________

6.Encorajar o paciente a conversar sobre a experiência da dor.

7.Utilizar abordagem multidisciplinar de controle da dor.

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INTERVENÇÃO-CONTROLE DOS SINTOMAS RESPIRATÓRIOS

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar a intensidade da dispneia e tosse.

2.Avaliar fatores desencadeantes da dispneia.

3.Avaliar a necessidade de aspiração.

4.Manter vias aéreas pérvias.

5.Viablize o posicionamento confortável no leito em semi Fowler.

6.Promover tranquilidade.

7.Ofertar oxigênio suplementar SN conforme prescrito.

8.Monitorar o fluxo de oxigênio de acordo com o dispositivo utilizado.

9.Quando houver tosse: comprimir o abdome do paciente abaixo do apêndice xifoide, com a mão espalmada, enquanto o ajuda a flexionar-se para frente, ao mesmo tempo que tosse.

INTERVENÇÃO-CONTROLE DE NÁUSEAS E VÔMITOS

MANHÃ TARDE NOITE

1.Identificar os fatores causadores de náusea e vômito.

2.Controlar os fatores ambientes capazes de desencadear náuseas e vômitos.

3.Reduzir fatores pessoais que precipitem a náusea e vômito (ansiedade, medo e falta de conhecimento).

4.Posicionar para prevenção de broncoaspiração.

5.Manter via aérea permeável.

6.Higienização da cavidade oral com clorexidine 2%.

7.Oferecer gelo 40min antes das refeições para minimizar os sintomas.

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8.Monitorar o equilíbrio hidroeletrolítico.

9.Encorajar o repouso.

10.Ensinar medidas não farmacológicas para controlar náuseas e vômitos da seguinte forma:

Medir três dedos à prega da flexão do punho e pressionar entre os tendões do músculo palmar longo e flexor radial do carpo por 2 min.

Medir 4 dedos abaixo da patela e lateral à tuberosidade da tíbia pressionando por 2 min.

11.Oferecer líquidos conforme apropriado.

12. Realizar o cateterismo gástrico para descompressão em caso de vômito fecaloide.

INTERVENÇÃO-CONTROLE DE DIARREIA E OBSTIPAÇÃO

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar os episódios de diarreia quanto à cor, volume, frequência e consistência das fezes.

2.Avaliar a ausência das eliminações intestinais diariamente.

3.Avaliar fatores desencadeantes de constipação (opiáceos, dieta).

4.Monitorar os ruídos hidroaéreos.

5. Avaliação nutricional para adequação da dieta.

6.Oferecer líquidos isotônicos.

7.Oferecer alimentação 6-8 vezes ao dia conforme nutrição.

8.Realizar mudança de decúbito 2/2h para controle da diarreia conforme resposta de conforto do paciente.

9.Promover higienização corporal e conforto após episódios diarreicos.

10.Manter controle hídrico.

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INTERVENÇÃO-CONTROLE DA FADIGA MANHÃ TARDE NOITE

1.Encorajar a expressão de sentimentos sobre as limitações.

2.Monitorar a ingestão nutricional para garantir aporte energético adequado.

3.Selecionar as intervenções (exercício aeróbio, atividades manuais) para reduzir a fadiga.___________________________

4.Praticar exercícios conforme apropriado.

5.Uso da massagem com óleos aromáticos conforme a necessidade.

6.Auxiliar o paciente a identificar as preferências por atividades.

7.Limitar estímulos ambientais (ruídos e iluminação) para facilitar o relaxamento.

8.Encorajar períodos alternados de descanso e atividade.

9.Oferecer recursos complementares (música).

INTERVENÇÃO-CONTROLE DO DELÍRIO E DEMÊNCIA

MANHÃ TARDE NOITE

1.Monitorar o estado neurológico continuamente.

2.Permitir que o paciente mantenha rituais que limitam a ansiedade.

3.Encorajar visitas de pessoas significativas.

4.Orientar o paciente sobre pessoa, lugar e tempo se necessário.

5.Usar indicadores ambientais (fotos, cores, objetos) que estimulem a memória.

6.Ao abordar o paciente, aproximar-se lentamente dele e preferencialmente pela frente.

7.Fornecer iluminação adequada e não excessiva.

8.Manifestar interesse verbal e não verbal pelo paciente.

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9.Evitar perguntas que ele não consiga responder.

DIMENSÃO PSICOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO DAS FASES DE KÜBLER-ROSS

NAS 24H

1. Sinais de negação

2. Sinais de raiva

3. Sinais de barganha

4. Sinais de depressão

5. Sinais de aceitação

INTERVENÇÃO-CUIDADO PSICOLÓGICO MANHÃ TARDE NOITE

1.Escutar o paciente ativamente e solicitar serviço psicológico.

2.Promover o envolvimento familiar.

3.Permitir que o paciente se expresse ativamente

4.Manter a comunicação efetiva entre equipe e paciente.

5.Promover uma relação de confiança com a família.

DIMENSÃO SOCIAL

INTERVENÇÃO-APOIO FAMILIAR E AO PACIENTE

MANHÃ TARDE NOITE

1.Avaliar a reação emocional da família à condição do paciente.

2.Escutar as preocupações, sentimentos e perguntas da família.

3.Facilitar a comunicação entre os membros da família.

4.Aceitar os valores da família e paciente sem julgamento.

5.Responder a todas as perguntas da família e paciente juntamente com a equipe

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99

multiprofissional.

6.Ajudar a família a solucionar conflitos de valores.

7.Ensinar os planos de cuidado à família.

8.Proporcionar conhecimentos necessários aos familiares que auxiliarão na tomada de decisão.

9.Oportunizar a visita de pessoas que o paciente deseje.

10.Orientar a família e paciente quanto as diretivas antecipadas de vontade.

11.Promover atitudes que visem a proteção dos direitos do paciente.

12.Evitar procedimentos que prologuem o sofrimento.

DIMENSÃO ESPIRITUAL

INTERVENÇÃO-APOIO ESPIRITUAL MANHÃ TARDE NOITE

1.Usar da comunicação efetiva para estabelecer confiança e cuidados com empatia.

2.Tratar a pessoa com dignidade e respeito.

3.Encorajar a participação em interação com familiares e amigos.

4.Oferecer privacidade para as atividades espirituais.

5. Facilitar o processo de perdão na família e círculo social.

6.Organizar visitas de conselheiro espiritual.

7.Encorajar o uso de recursos espirituais, quando desejado (eucaristia, unção dos enfermos, água benta, reza do terço, orações, óleo ungido e água fluidificada). Especificar:_________________

8.Proporcionar música, literatura, ou programas de TV ou rádio espirituais do paciente.

9.Estar junto ao paciente no tocante aos rituais

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100

religiosos.

INTERVENÇÕES NO ATO DA TERMINALIDADE

MANHÃ TARDE NOITE

1.Permanecer fisicamente próximo ao paciente quando ele(a) estiver assustado ou com medo.

2.Modificar o ambiente com base na necessidade e desejos do paciente (cuidado com janelas, sons ambientes, temperatura).

3.Respeitar solicitações específicas de cuidado feitas pelo paciente e família.

4.Apoiar os esforços da família para permanecer junto ao leito.

5.Incluir a família na tomada de decisões e atividades de cuidado, se for o desejo.

INTERVENÇÃO-CUIDADOS PÓS-MORTE HORÁRIO:__________

1.Retirar todos os drenos, sondas e acessos.

2.Higienizar o corpo se necessário.

3.Colocar prótese dentária se possível.

4.Fechar os olhos do paciente.

5.Realizar tamponamento dos orifícios com algodão e espátula sem deixar aparente.

6.Manter o alinhamento corporal correto.

7.Oferecer apoio e escuta aos familiares durante a permanência no hospital e após sepultamento por meio de contato telefônico.

8.Identificar o paciente com uma etiqueta em duas vias contendo (nome, idade, data do óbito, hora do óbito e setor), onde uma deverá ser fixada no tórax do paciente e a outra no invólucro externo.

9.Organizar os pertences do paciente, protocolar e entregar à família.

10.Orientar a família quanto a declaração de óbito fornecida e preenchida pelo médico de plantão (entregar a via amarela e orientar a

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procurar o cartório até 15 dias).

11.Transferir o paciente ao necrotério.

12. Registrar as medidas adotadas no prontuário.

ANEXO A- Protocolo Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO B- Artigo submetido à REME

Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão integrativa

Nursing care during process the terminal illness: integrative review

Asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade: repaso integrativa

Autores:

Edilene Castro dos Santos. Enfermeira. Professora do Centro Universitário do Rio

Grande do Norte e Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte. Mestranda da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN.

Alexsandra Rodrigues Feijão. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN. Brasil.

Regimar Carla Machado. Enfermeira. Doutora em enfermagem. Professora da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN. Brasil.

Autor responsável pela correspondência

Edilene Castro dos Santos

Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08A. Nossa Senhora de Nazaré.

CEP: 59060430. Tel: 8432057869. Natal(RN). Brasil. Email:

[email protected].

Categoria do artigo: Revisão teórica (Integrativa)

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Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão

integrativa

RESUMO

Este estudo visa identificar a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade em unidades

de terapia intensiva. Tem como método revisão integrativa da literatura realizado nas bases de dados

SciELO, LILACS, PUBMED E SCOPUS. A amostra totalizou em 13 estudos. Os achados abordaram a

assistência de enfermagem nos cuidados paliativos como, alívio da dor, conforto, afeto, hidratação e

posicionamento do paciente. Os aspectos bioéticos enfocando autonomia, beneficência, não maleficência

e justiça para promover dignidade durante a morte, bem como a comunicação efetiva entre a equipe

multidisciplinar na tomada de decisão. Ficou evidenciado que a terminalidade é um assunto ainda visto

como entrave na assistência de enfermagem em unidades de terapia intensiva. Deve estar voltada para os

cuidados paliativos e proporcionar uma morte digna além da construção de protocolos assistenciais nesta

fase de vida.

Descritores: Cuidados de Enfermagem; Morte; Unidade de terapia intensiva.

Nursing care during process the terminal illness: integrative review

ABSTRACT

This study aims to identify the nursing care during process of terminally illness in intensive care units. Its

integrative review of the literature method held in databases SciELO, LILACS, PUBMED and SCOPUS.

The sample totaled in 13 studies. The findings raised the nursing care in palliative care, such as pain

relief, comfort, affection, hydration and patient positioning.Bioethical aspects focusing on autonomy,

beneficence, non-maleficence and justice to promote dignity in death, as well as effective communication

between the multidisciplinary team decision-making. It was evident that the terminally ill is a subject still

seen as obstacle in nursing care in intensive care units. Must be focused on palliative care and provide a

dignified death in addition to the construction of assistive protocols at this stage of life.

Key words: Nursing care; Death; The intensive care unit

Asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade: repaso integrativa

RESUMEN

Este estudio visa identificar la asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade en unidades

de terapia intensiva. Tiene como método repaso integrativa de la literatura realizado en las bases de datos

SciELO, LILACS, PUBMED Y SCOPUS. La muestra totalizó en 13 estudios. Los hallazgos abordaron la

asistencia de enfermería en los cuidados paliativos como, alivio del dolor, conforto, afecto, hidratación y

posicionamiento del paciente. Los aspectos bioéticos enfocando autonomía, beneficencia, no maleficencia

y justicia para promover dignidad durante la muerte, así como la comunicación efectiva entre el equipo

multidisciplinar en la tomada de decisión. Quedó evidenciado que la terminalidade es un asunto aún visto

como entrabe en la asistencia de enfermería en unidades de terapia intensiva. Debe estar vuelta para los

cuidados paliativos y proporcionar una muerte digna además de la construcción de protocolos asistencias

en esta fase de vida.

Descriptores: Cuidados de Enfermería; Muerte; Unidad de terapia intensiva.

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Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão

integrativa

INTRODUÇÃO

Assim como o nascer, o processo de morrer faz parte da vida do ser humano,

apesar dos avanços científicos tentando prolongar a vida humana, a morte é uma

certeza. Para ser encarada como um processo natural, a morte e suas significações

devem ser discutidas com o paciente, família e profissional na tentativa de promover um

ambiente tranqüilo e sereno fazendo com que tal situação seja menos sofrível. 1

A literatura2 relata que apesar de sua inevitabilidade, o processo de morte e

morrer se caracteriza por uma tarefa árdua a ser refletida diante das ações profissionais.

O cuidado no fim da vida é adotado na modernidade como cuidados paliativos, embora

não visem à cura, proporcionam o conforto para minimizar o sofrimento gerando

qualidade de vida tanto a clientes como familiares diante de doenças terminais.3

Nesse contexto, novas pesquisas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de

oferecer uma melhor assistência à saúde dessas pessoas acometidas de uma enfermidade

em estágio avançado, na tentativa de causar menos impacto no seu processo de

terminalidade, com a redução de efeitos colaterais das terapias medicamentosas, a fim

de estabelecer qualidade de vida. 4

Essa realidade vem sendo observada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI),

por caracterizar um local que o enfermeiro atua com frequência no cuidado direto às

pessoas fora de possibilidades de cura, salientando que este profissional deverá ser

detentor do conhecimento de outras demandas que também exigem cuidados

diferenciados e individualizados.

Sobre a temática, estudo multicêntrico realizado em 1990 em cinco hospitais-

escola dos Estados Unidos com o intuito de caracterizar o processo de morrer, constatou

entre 9105 pacientes acompanhados durante os seus seis últimos meses de vida por

médicos e enfermeiros, que a metade permaneceu consciente e relatou dor moderada a

severa e 38% permaneceram na UTI pelo menos 10 dias antes de seu falecimento.

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Entretanto, um dado alarmante, foi a apresentação da maioria dos médicos não conhecer

as preferências de seus pacientes frente ao processo de terminalidade. 5

Com isso, grande esforço vem sendo estabelecido na última década na tentativa

de melhorar os cuidados paliativos em moldes baseados em evidência científica, com a

finalidade de exercê-los na UTI de forma mais humanizada e segura.5

Todavia, para que a assistência de enfermagem se estabeleça de forma mais

humana é imprescindível o conhecimento dos princípios bioéticos por parte do

enfermeiro e que saibam ancorar suas ações diante da terminalidade. O privilégio em

poder prestar uma assistência por tempo prolongado permite a identificação de sinais

verbais e não verbais com riqueza de detalhes em suas várias dimensões e assim,

implementar seus cuidados junto á equipe multidisciplinar em benefício do binômio

paciente-família.

Portanto, os cuidados que remetem à dignidade humana no final de vida são

exercidos através dos cuidados paliativos que podem e devem ser exeqüíveis nas UTIs,

uma vez que a promoção à saúde e a bioética se aliam pela defesa da qualidade no fim

da vida. 5

Ao considerar estes aspectos, percebe-se a necessidade de uma assistência

humanizada no que concerne os cuidados paliativos, bem como a necessidade de o

enfermeiro adequar sua práxis a este conceito e às mudanças no pensar e agir que vêm

emergindo recentemente neste sentido. Com isso, evidencia-se a relevância de subsídio

teórico e metodológico para auxiliar o profissional de enfermagem na implementação de

suas ações fundamentadas em evidências. Assim, o objetivo desta pesquisa é identificar

a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade em unidades de

terapia intensiva.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que seguiu seis etapas pré-

determinadas: a elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura

(estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos), coleta de dados

(definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados), análise crítica

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dos estudos incluídos, apresentação e discussão dos resultados e apresentação da

revisão. 6,7

Para a definição da pergunta norteadora, utilizou-se a estratégia PICO8

como

segue: Como ocorre a assistência de enfermagem a pacientes sem possibilidade de cura

nas unidades de terapia intensiva?

A busca dos artigos foi realizada através do cruzamento entre os descritores

controlados “Cuidados de Enfermagem”, “Morte” e “Unidade de Terapia Intensiva

através do operador booleano “AND” encontrados nos Descritores em Ciências da

Saúde (DeCS) igualmente nas bases de dados SciELO, LILACS e enquanto que nas

bases PUBMED e SCOPUS o cruzamento foi “Care Nursing”, ”Death” e “Intensive

Care Units” encontrados no Medical Subject Headings (MeSH.)

Os critérios de inclusão adotados para a pesquisa foram: artigos científicos

disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol, publicados na íntegra e

gratuitamente nas bases de dados selecionadas no momento da pesquisa; estudos que

apresentavam a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade e suas

implicações bioéticas. Foram excluídos, editoriais, cartas ao editor, resumos, temática

voltada para a pediatria, doação de órgãos e dimensionamento da equipe de

enfermagem.

Ao realizar a primeira fase de buscas a base de dados LILACS foi a que

apresentou mais estudos (41), seguindo-se a SciELO (9), PUBMED (20) e SCOPUS

(3). Após a leitura dos títulos dos manuscritos encontrados, o número de artigos

selecionados totalizaram (25) LILACS, (7) SciELO, (8) PUBMED (3) SCOPUS.

Então foi realizada a leitura dos resumos reduzindo o número de artigos selecionados

para (8) LILACS, (4) SciELO, (1) PUBMED e nenhum na SCOPUS. Por fim foi

realizada a leitura dos artigos na íntegra perfazendo uma amostra de 13 estudos.

Para a fase de coleta de dados foi construído um instrumento contendo a revista,

título, resumo, introdução com os objetivos claramente estabelecidos, metodologia com

fonte de dados abordada, critérios de inclusão, resultados da pesquisa, discussão e

conclusão a fim de extrair as informações gerais dos artigos e identificar a assistência de

enfermagem durante o processo de terminalidade.

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Foi elaborado um quadro comparativo para sintetizar a abordagem da revisão, o

qual contém um codinome atribuído ao estudo, os títulos dos artigos, os nomes dos

autores, os anos de publicação, os títulos dos periódicos e as bases de dados.

Visando viabilizar a análise dos achados e apresentação das evidências, os

resultados foram categorizados da seguinte maneira: assistência de enfermagem no

processo de terminalidade com enfoque nos cuidados paliativos e seus desdobramentos

(higiene, conforto, sintomas álgicos, hidratação, suporte ventilatório, necessidades

humanas básicas, uso de compressas, o toque e, uso da música, posicionamento do

paciente, e ambiência); aspectos bioéticos mediante a terminalidade e comunicação

efetiva com os familiares neste processo.

RESULTADOS

Os resultados evidenciados foram compilados no quadro 1 contendo a distribuição

temporal dos artigos selecionados de acordo com codinome atribuído, título, autor, base

dados e ano.

Código Título Periódico Autores Base de

Dados

Ano de

publicação

Nível de

evidência

A130

O cuidador de

enfermagem e

o cuidar em

uma unidade

de terapia

intensiva.

UNOPAR

Cient. Ciênc

Biol Saúde

Alves EF. LILACS 2013

VI

A229

Cuidados

paliativos na

UTI:

compreensão

dos

enfermeiros.

Revista de

pesquisa:

Cuidado é

fundamental

Barros NCB,

Alves ERP,

Oliveira CDB,

Dias MD, França

ISX, Freire

MEM.

LILACS 2013

VI

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111

A328

Obstinação

terapêutica

em unidades

de terapia

intensiva:

perspective de

médicos e

enfermeiros.

Escola Anna

Nery

Silva KCO,

Quintana AM,

Nietsche EA.

SCIELO 2012

VI

A427

Suspensão de

tratamentos

em unidades

de terapia

intensiva e

seus

fundamentos

éticos.

Revista

Bioética Saraiva AMP. LILACS 2012

V

A526

Refletindo

sobre finitude:

um enfoque

na assistência

de

enfermagem

frente à

terminalidade.

Revista

RENE

Medeiros YF,

Bonfada D. LILACS 2012

VI

A631

Comparing

clinician

ratings of the

quality of

palliative care

in the

Crit Care

Med.

Ho LA,

Engelberg RA,

Curtis JR,

Nelson J, Luce J,

Ray DE, Levy

MM.

PUBMED 2011

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intensive care

unit.

A725

Cuidando do

paciente no

processo de

morte na

unidade de

terapia

intensiva.

Revista da

Escola de

Enfermagem

USP

Silva RS,

Campos AER,

Pereira A.

SCIELO 2011

VI

A824

Vivência dos

enfermeiros

de unidade de

terapia

intensiva

frente à morte

e o morrer.

Revista

Gaúcha de

Enfermagem

Sanches PG,

Carvalho MDB. LILACS 2009

VI

A923

Percepção de

enfermeiros

sobre dilemas

éticos

relacionados a

pacientes

terminais em

unidades de

terapia

intensiva.

Revista da

Escola de

Enfermagem

USP

Chaves AAB,

Massarollo

MCKB.

LILACS 2008

V

A1022

Terminalidade

e cuidados

paliativos na

unidade de

Revista

Brasileira de

Terapia

Moritz RD, Lago

PM, Souza RP,

Silva NB,

Meneses FA,

SCIELO 2008

VI

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113

terapia

intensiva.

Intensiva Othero JCB, et

al.

A1121

Como

implementar

cuidados

paliativos de

qualidade na

unidade de

terapia

intensiva.

Revista

Brasileira de

Terapia

Intensiva

Costa Filho RC,

Costa JLF,

Gutierrez FLBR,

Mesquita AF.

SCIELO 2008

VI

A1220

Como

melhorar a

comunicação

e prevenir

conflitos nas

situações de

terminalidade

na unidade de

terapia

intensiva.

Revista

Brasileira de

Terapia

Intensiva

Moritz RD. LILACS 2007

VI

A1319

Profissionais

de

enfermagem

frente ao

processo de

morte em

unidades de

terapia

intensiva.

Acta

Paulista de

Enfermagem

Gutierrez BAO,

Ciampone MHT. LILACS 2006

VI

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114

Quadro 1. Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com codinome

atribuído, título, autor, base dados e ano. 2014.

Nos artigos analisados, foram observados diversos desenhos de pesquisa, sendo

(8) com abordagem qualitativa, (3) revisão e (2) quantitativos do tipo transversal.

Assistência de enfermagem com enfoque nos cuidados paliativos

Percebeu-se que todos os artigos abordaram a assistência de enfermagem

durante o processo de fim de vida nas unidades de terapia intensiva. Em sua maioria,

evidenciou-se que os cuidados de enfermagem eram voltados para as queixas álgicas e

sintomas associados dos pacientes em estado terminal seguidos de ações paliativas,

onde descreviam como sendo cuidados de higiene, conforto, promoção de bem estar e

os artigos (13) e (2) dos abordaram a questão de proporcionar afeto ao paciente. 19, 29

Foi observado que apenas o artigo (10)22

relata a importância de reconhecer e

tratar aspectos físicos e psicológicos da dispneia e reavaliação da necessidade do

suporte ventilatório; o estudo (7)25

trata da hidratação, higiene e uso das mesmas

medicações prescritas por vários dias. O estudo (2)29

mostrou o uso de compressas frias

para aliviar a hipertermia, bem como o posicionamento do paciente no leito a fim de

promover bem estar foi abordado. No estudo (1)30

diz que o toque e a música são

exercidos como terapia complementar e integrativa de cuidado no tocante à

terminalidade.

Quanto ao cenário onde acontece a promoção dos cuidados paliativos, o qual é

de fundamental importância para a assistência, evidenciaram-se nos achados (12) e (2) a

ênfase na ambiência em unidades de terapia intensiva com vista a promover melhor

atendimento no fim da vida. 20, 29

Apenas na pesquisa (3)28

foi relatada que a assistência de enfermagem está

voltada para atender ao pedido da família quanto ao uso de medidas extraordinárias de

tratamento. Observa-se que ao invés de trabalhar com esta acerca da compreensão e

aceitação da condição do paciente, se investe todas as possibilidades existentes de

manutenção de vida.

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Cabe ressaltar que nos artigos (11)21

e (6)31

houve consonância quando

classificaram os cuidados de saúde executados em UTI entre 6-7 domínios como:

cuidado centrado na família e paciente; comunicação adequada entre equipe

multidisciplinar, paciente e família; um cuidado sustentado e continuado; suporte

emocional e prático ao paciente e família; controle dos sintomas e promoção de

conforto; suporte espiritual; suporte emocional e organizacional à equipe da UTI.

Mediante tais achados o (10)22

aponta a necessidade de protocolos assistenciais

para minimizar a dor e o sofrimento dos pacientes que passam pelo processo de finitude.

Com isso, é imprescindível o preparo adequado da equipe de enfermagem para assistir

durante esta fase da vida, pois esses cuidados vão além da técnica, envolvem questões

culturais, étnicas, humanas, sociais e espirituais. No tocante ao preparo do corpo, o

estudo (4) mostrou dificuldades dos profissionais de enfermagem em enfrentar esse

momento. 27

Aspectos bioéticos

Dentre os 13 artigos analisados, 10 trataram de aspectos bioéticos durante a

terminalidade, nos quais os princípios da autonomia e da não maleficência em 50% dos

estudos foram preservados. Embora alguns relatarem que se evita a obstinação

terapêutica, no estudo (9) demonstrou que a prática da distanásia em sua unidade era

exercida frequentemente, e que as decisões dos médicos são desvinculadas dos outros

profissionais com discordâncias nas condutas e sem consenso, além da enfermagem não

ter participação ativa neste processo gerando assim, sentimentos de impotência perante

a morte contrariando seus valores e crenças. 23

A dificuldade dos profissionais em aceitar as atitudes relativas à tomada de

decisão com o uso da tecnologia que não prolonguem a vida e sim o sofrimento dos

pacientes, dos familiares e até do próprio profissional foram mais citadas em

(3;8;9;10;13). 19,22,23,24,28

Muitas vezes os pedidos obstinados da família para adiar a

morte do ente querido repercutem diretamente nas condutas. Somente no estudo (2)

abordou as decisões antecipadas de final de vida. 29

Diante disso, a pesquisa (4)27

realizada em Portugal apontou a necessidade de

guidelines na tomada de decisões durante a terminalidade a fim de uniformizar as

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condutas com respaldo ético para a equipe de unidade de terapia intensiva. Mostra ainda

que a apreciação da fundamentação ética de decisão pode ser feita tanto pelo médico

como pelo enfermeiro, doente e família. Tudo isto deve estar registrado formalmente em

prontuário.

Comunicação efetiva com familiares

Para que os cuidados no fim de vida sejam de qualidade é importante a

comunicação efetiva entre a equipe multiprofissional e os familiares dos pacientes

envolvidos, pois a comunicação é dos principais fatores na qualidade dos serviços, na

assistência humanizada para diminuir riscos e interpretações equivocadas.

Ficou evidenciado em 4 artigos (3;11;12;13) que a opinião dos familiares quanto

aos cuidados durante a terminalidade é aceito de forma bastante variável e que as

informações da condição do paciente e até mesmo do óbito acontece informalmente nos

corredores que antecedem a UTI gerando insatisfação. 19, 20, 21, 28

Este déficit também foi

observado quanto ao prognóstico dos enfermos e da não clareza em não reanimar em

caso de parada cardiorrespiratória além da ausência dos registros nos prontuários.

Algo que chama atenção é a divergência de opiniões entre a equipe

multiprofissional dificultando assim, a tomada de decisões diante da terminalidade.

Dois deles (2 e 10)22, 29

descrevem elementos essenciais para uma boa comunicação na

unidade de terapia intensiva, como: paciência, humildade, transparência, segurança, boa

didática, envolver a família nos cuidados, negociação das necessidades especiais,

permitirem que a família participe do processo de morrer juntamente com o preparo e

suporte para o luto.

DISCUSSÃO

Ao analisar os artigos desta revisão pode-se observar que a maioria deles

foram publicados em revistas que apresentam boa classificação nos estratos do

Qualis/CAPES refletindo na qualidade dos resultados destes estudos. Em contrapartida,

a maioria apresentou nível de evidência VI, apenas dois teve V. Portanto, observou-se

muitos estudos descritivos com baixo potencial de recomendação. O que sugere a

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necessidade de ampliação desses estudos na área da enfermagem, principalmente no

Brasil.

Ficou clara a supremacia dos aspectos físicos nos cuidados paliativos sobre os

demais achados. Concorda-se quanto a implantação de planos terapêuticos paliativistas,

dos quais a prioridade é para o controle da dor e desconforto em prol da promoção do

bem estar. Cabe ressaltar que a suspensão de tratamento fútil faz parte do enfoque

paliativo e que as medidas ainda não são totalmente efetuadas na prática médica devido

à repercussão de cunho legal.9

Ressalta-se que nos cuidados de enfermagem nessas unidades de tratamento são

voltados para procedimentos técnicos através de normas e rotinas. Os estudos abordam

a presença desse cuidado, além da execução dos mesmos cuidados prestados aos

pacientes com possibilidades de cura, além da ausência no enfoque emocional,

espiritual e promoção da dignidade durante a morte e o morrer. Esse cuidar técnico é

enfatizado na prática curativa11

, porém não se deve esquecer-se de um olhar mais além

do curar.

Diante dessa conjuntura em alguns lugares do Brasil esses cuidados são

desenvolvidos em hospices, pois proporcionam um manejo adequado da equipe

multiprofissional frente à morte e a capacidade de perceber o desejo dos pacientes

quanto às medidas invasivas, bem como preservar a vida com dignidade e respeito

principalmente sem manobras de ressuscitação devendo apenas humanizar o processo

de morrer transcendendo às limitações do cuidado tecnicista.

Ao analisar esses estudos, constata-se que não há padronização dos cuidados

paliativos nas unidades estudadas. Existem diferentes modelos como: o integrativo,

onde incorpora as intervenções paliativas na prática do cotidiano dos intensivistas e o

consultivo, que ocorre por meio de interconsultas com equipes de cuidados paliativos,

incorporado à prática dos cuidados em unidades de alta complexidade.5

Corroborando com os achados uma revisão sistemática realizada em Portugal no

ano de 2011 mostra que os componentes principais envolvidos nos cuidados paliativos

são: o alívio dos sintomas; o apoio psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família

durante o luto e a interdisciplinaridade. Após a análise de 14 estudos, os autores

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puderam construir um checklist abordando cuidados de higiene, alimentação,

eliminação, alternância de decúbito, uso de equipamentos, controle dos sintomas e

administração de medicamentos. A comunicação parte da negociação e envolvimento na

tomada de decisão através da segurança da equipe multidisciplinar.10

Percebe-se que os cuidados finais de vida são essenciais e devem ser

proporcionados de maneira individual em todo o momento da internação em unidades

de terapia intensiva. É primordial que o enfermeiro intensivista adquira as habilidades

necessárias para realizar adequadamente os cuidados paliativos. Além disso, os alicerces

se ancoram nos quatro princípios bioéticos (autonomia, justiça, beneficência e não

maleficência) para promover qualidade de vida.14

Concorda-se quando dizem que a deficiência no conhecimento acerca desses

princípios, bem como dos conceitos de eutanásia, distanásia e ortotanásia pelos

enfermeiros que vivem em sua prática o processo de finitude incapacita o uso destes em

busca cada vez mais do morrer dignamente.15

Estudiosos no assunto propuseram ações que o enfermeiro deve exercer

enquanto atuante multidisciplinar em UTI, a saber: cumprir os princípios bioéticos,

assegurando que as informações possam chegar aos pacientes e sua família na tomada

de decisão livre e consciente; a cada ação ou discussão da equipe, assegurar a justiça,

respeito, competência, responsabilidade e honestidade, visando à promoção do ser

humano na totalidade em situação de morte e pós-morte.14

Ainda deve-se objetivar a ortotanásia; individualizar o cuidado; promover alívio

do sofrimento e qualidade de vida; utilizar habilidades de comunicação verbal e não

verbal; a cada ação técnica assegurar que não está realizando distanásia; participar

ativamente das decisões; capacitar-se cientifica e humanamente; fazer elo entre

conhecimento biológico e humanidades durante as decisões; valorizar a comunicação

verbal otimista; identificar situações discordantes dos princípios bioéticos e cuidar

sempre do binômio paciente-família.

No ano de 2006, o Ministério da Saúde através da Portaria15

MS/GM Nº 3.150,

de 12 de dezembro de 2006, instituiu a Câmara Técnica em controle da dor e cuidados

paliativos, cabendo pronunciar a respeito das diretrizes nacionais sobre o controle da

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dor e cuidados paliativos; as ações de controle da dor e cuidados paliativos no âmbito

coletivo ou individual na assistência pública; as recomendações das ações nas entidades

públicas e privadas que integram o Sistema Único de Saúde e, quando solicitado o

sistema de saúde suplementar; atualização das normas e procedimentos do SUS; a

incorporação tecnológica das ações; projeto de incentivo; estruturação de redes de

atenção; formação e qualificação profissional e avaliação dos estudos e pesquisas na

área.

É incontestável que a expectativa de vida vem aumentando significativamente e

a medicina tem permitido o tratamento de diversas doenças. Entretanto, em muitas

situações, a tecnociência leva a um prolongamento do processo de terminalidade

surgindo dilemas éticos na sua prática cotidiana.

Diante do exposto, a vigilância ética é de fundamental importância em não

deixar que a máquina seja mais importante do que o ser cuidado. Concorda-se com

quando diz que a obstinação terapêutica frequentemente vivenciada nas unidades de

terapia intensiva é geradora de grande sofrimento e infringe a dignidade do paciente em

estado terminal. Há, sem dúvida, a obrigação moral em tratar e curar um paciente,

porém deve ser medida conforme as situações concretas avaliando os meios terapêuticos

de cunho objetivo e proporcionando às perspectivas de melhoramento.12

Um aspecto imprescindível na relação equipe-paciente-família é a troca de

informações principalmente quando o diagnóstico se caracteriza como desfavorável

provocando sentimentos intensos de dor.

Com isso, a comunicação tem sido uma tarefa difícil de ser vivenciada entre as

equipes que trabalham em UTI. Uma das dificuldades neste aspecto é o sentimento de

medo na falha terapêutica, bem como o medo de ser considerado culpado, impotente e

preocupação em âmbito legal.13

Este autor estabelece alguns princípios que devem ser elencados para que a

comunicação seja efetiva, como: escolher um momento de descanso e com tempo

necessário, avaliar o estado emocional e psicológico do paciente, uso de linguagem

clara e simples sem termos técnicos, ser humanitário, fornecer informações reais,

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120

assegurar a continuidades da conversa posteriormente e uniformizar as informações com

os demais profissionais envolvidos.

Portanto, os profissionais de saúde sentem-se despreparados para ter um diálogo

quando os pacientes estão nessa fase da vida, tendendo assim, a falar mais tecnicamente

e sem detalhes para evitar possíveis questionamentos. É necessária a criação de

habilidades na comunicação para na tomada de decisão bem informada e promover

qualidade de fim de vida17,18, 26

.

CONCLUSÃO

Nessa conjuntura fica evidenciado que a terminalidade é uma temática ainda

vista como um entrave na assistência de enfermagem no âmbito das unidades de terapia

intensiva, pois é geradora de dilemas éticos relevantes.

É notório que a assistência deverá estar voltada para os cuidados paliativos

devido à existência da ortotanásia em detrimento à distanásia. Os resultados obtidos

dizem respeito ao aspecto físico como controle da dor, sinais e sintomas,

posicionamento, conforto, afeto, na comunicação efetiva, do aspecto bioético além do

uso da música como uma modalidade no cuidar. Sendo assim, a assistência de

enfermagem durante a terminalidade em unidades de terapias intensiva abordam de

modo mais efetivo o aspecto físico do ser humano.

Pode-se perceber que ao longo desta revisão integrativa, não há uma

padronização dos cuidados de enfermagem no tocante ao processo de morte e morrer,

uma vez que o receio de implicações legais leva aos profissionais não estabelecerem

condutas ativas quanto à morte.

Destarte, é imprescindível a elaboração de protocolos assistenciais nas UTIs

brasileiras a fim de tornar a finitude uma experiência muito significativa englobando as

dimensões não só física como também, psicológica, emocional e espiritual tendo em

vistas a melhoria da qualidade dos cuidados no final de vida assegurando a

uniformidade das ações.

REFERÊNCIAS

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126

ANEXO C- Artigo publicado na REUOL

O CUIDAR DURANTE O PROCESSO DE TERMINALIDADE EM

UNIDADES DE TERAPIAS INTENSIVA

THE CARE DURING TERMINAL PROCESS IN INTENSIVE THERAPY

UNITS

EL CUIDADO DURANTE EL PROCESO TERMINAL EN UNIDADES DE

TERAPIAS INTENSIVAS

Edilene Castro Santos, Alexsandra Rodrigues Feijão, Rejane Maria Paiva de Menezes

Edilene Castro dos Santos. Enfermeira, Professora, Centro Universitário do Rio

Grande do Norte e Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte. Mestranda,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Natal (RN), Brasil. Email:

[email protected].

Alexsandra Rodrigues Feijão. Enfermeira, Professora, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. Email: [email protected].

Rejane Maria Paiva de Menezes. Enfermeira, Professora, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. Email: [email protected]

ABSTRACT

Objective: to analyze the contextual aspects of the terminal process in the intensive

care unit environment. Method: theoretical and critical reflection based on the

method of context analysis discussed during the master's discipline Philosophical and

Theoretical Foundations of Nursing Practice, in 2013, at the Federal University of Rio

Grande do Norte, Natal-RN. Results: the obtained results are closely linked to

immediate, specific, general and meta-context about the phenomenon of terminality

and care developed by the nursing staff, where palliative care, encompass the

quality of provided care. Conclusion: the debate about the subject in care

environments and universities is necessary to modify reality and provide a more

humane care at end of life. Descriptors: Terminality of life; Nursing; Palliative Care.

RESUMO

Objetivo: analisar os aspectos contextuais do processo de terminalidade em

ambiente de unidade de terapia intensiva. Método: reflexão teórica e crítica com

base no método de análise de contexto discutida durante a disciplina de mestrado

Bases Filosóficas e Teóricas da Prática de Enfermagem, no ano de 2013, na

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN. Resultados: os resultados

obtidos estão intrinsecamente ligados ao contexto imediato, específico, geral e

metacontexto a respeito do fenômeno da terminalidade e no cuidado desenvolvido

pela equipe de enfermagem, em que os cuidados paliativos englobam a qualidade na

assistência prestada. Conclusão: é necessária a discussão sobre a temática em

ambientes assistenciais e universidades para modificar a realidade e proporcionar

uma assistência mais humana no fim da vida. Descritores: Terminalidade da vida;

Enfermagem; Cuidados Paliativos.

RESUMEN

Objetivo: analizar los aspectos conceptuales del proceso terminal en el medio

ambiente de una unidad de cuidados intensivos. Método: reflexión teórica y crítica

basada en el método de análisis de contexto, discutida durante la disciplina de

maestría Bases Filosóficas y Teóricas de la Práctica de Enfermería, en 2013, de la

Universidad Federal de Río Grande do Norte, Natal-RN. Resultados: los resultados

obtenidos están estrechamente relacionados al contexto inmediato, específico,

general y meta-contexto sobre el fenómeno de terminalidad y en la atención

desarrollada por el personal de enfermería, en que los cuidados paliativos abarcan la

calidad de la atención prestada. Conclusión: es necesaria la discusión sobre el tema

en los ambientes de atención y las universidades para modificar la realidad y ofrecer

una atención más humana en el final de la vida. Descriptores: Terminalidad de la

vida; Enfermería; Cuidados Paliativos.

A terminalidade ainda é vista com ressalvas na sociedade atual por muitas pessoas

embora todos tenham ciência de sua inevitabilidade. Aliado a isso tem o sofrimento

que causa interesse àquele que observa, refletindo a condição do outro em sua

totalidade. A medicina, na tentativa de buscar caminhos para superar os poderes da

finitude do corpo, experimenta o perigo da interrupção de sua duração.1

Na antiguidade a morte era esperada no leito domiciliar e realizava-se uma

cerimônia pública e organizada no quarto do moribundo que se tornava um lugar

público com livre circulação.2 O processo do morrer do ser humano aumentou para

cinco anos em média, levando a crer que há uma tentativa em negar a morte com

atitudes que visam postergá-la tornando o doente, ignorante de sua própria morte.

Acrescenta-se a isso que o aconchego familiar foi substituído por grandes enfermarias

e Unidades de Terapias Intensivas levando o enfermo ao anonimato absoluto. O

indivíduo não é mais importante, e sim a equipe médica ou os profissionais que

cuidam dele e de sua doença. Isso acarreta a despersonalização da morte e da

doença deixando o cuidado no fim da vida à mercê da inevitabilidade.2

Em âmbito hospitalar diante da tecnologia sofisticada leva a equipe cuidadora de

terapia intensiva em deixar de lado o conceito da morte e os significados que dele

emana e favorece a um tratamento especializado. Deste modo, faz-se necessário o

ato de cuidar de maneira harmoniosa através da valorização humana permeado na

condição em saber viver para melhor cuidar no momento final da vida. Isto traduz a

capacidade de conviver, de crescer e de humanizar-se com estas dimensões de vida,

de doença e de morte. Baseado nisto, o cuidado deve permear toda a conduta

INTRODUÇÃO

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durante o processo de existência a fim de promover qualidade e assistência holística,

ou seja, na dimensão biopsíquico, espiritual e social.3

● Analisar os aspectos contextuais do processo de terminalidade em ambiente de

unidade de terapia intensiva.

Trata-se de uma reflexão teórica e crítica com base no método de análise de

contexto discutida durante a disciplina de mestrado Bases Filosóficas e Teóricas da

Prática de Enfermagem, no ano de 2013, na Universidade Federal do Rio Grande do

Norte/UFRN, Natal-RN.

Como referencial de análise utilizou-se o método de análise proposto por Hinds,

Chaves e Cypress, que aborda o contexto em quatro níveis interativos, a saber: o

contexto imediato, o contexto específico, o contexto geral e o metacontexto.4

O contexto imediato se caracteriza pela imediação. O contexto específico analisa

o passado recente de um determinado ato relevante englobando o tempo, a pessoa e

ambiente no instante que acontece a situação vivenciada. Por sua vez, o nível do

contexto geral, focaliza as experiências vivenciadas pelo indivíduo acerca de um

dado evento, bem como suas interpretações através das interações remotas e atuais

trazendo o significado que o sujeito formou imbuído em suas crenças através do

tempo transcorrido. Estes três níveis interrelacionam-se com o metacontexto, que

incorpora as situações sociopolíticas e institucionais influenciando diretamente os

comportamentos e eventos ocorridos a fim de gerar o conhecimento numa

perspectiva social compartilhada.5

Estudos sobre a temática em questão foram analisados e posteriormente dividido

em categorias temáticas relacionadas aos níveis contextuais do fenômeno exposto. As

fontes pesquisadas foram os materiais impressos, como livros, documentos do

Ministério da Saúde que abordassem o tema, bem como a busca on line na Scientific

Eletronic Library Online (SciELO) e Na Literatura Latino-Americana e do caribe em

Ciências da Saúde (LILACS) com os Descritores em Ciências da Saúde (Decs) a saber,

terminalidade da vida, enfermagem e cuidados paliativos em recorte temporal.

Pelo processo dialógico entre a literatura pertinente e a análise de contexto do

processo de terminalidade em ambiente de unidade de terapia intensiva, como ponto

de partida definiram-se as temáticas por níveis desse contexto em: o cuidar na

terminalidade, como ele surge e é executado; o ser cuidado em processo de

terminalidade em terapia intensiva, mostrando a ambiência onde acontece o

processo de morte e morrer e a maioria dos pacientes fora de possibilidade de cura

são cuidados.

A terceira categoria temática sob o tema das culturas e crenças sobre o processo

de finitude focalizou-se as crenças e compreensões a respeito na terminalidade, bem

como a maneira que esses pacientes são cuidados no âmbito hospitalar e assim,

OBJETIVO

METODOLOGIA

RESULTADOS

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129

reorientar a prática assistencial na tentativa de humanizar o processo da morte e

morrer.

Numa perspectiva sociopolítica na categoria as políticas que englobam a

terminalidade refletiu-se sobre as políticas que norteiam o assunto, bem como a

mudança na formação acadêmica dos profissionais de enfermagem no que tange aos

aspectos bioéticos encontrados na exeqüibilidade da prática profissional.

● O cuidar na terminalidade

O ato de cuidar no processo de morte e morrer envolve diversos aspectos em seu

contexto, e o profissional de enfermagem está diretamente ligado no transcurso

desse exercício em suas atividades cotidianas.

O avanço tecnológico e científico contribuiu sobremaneira para o grande emprego

de recursos na manutenção da vida fazendo com que novas formas de tratamento

surgissem com a esperança para o enfrentamento de diversos problemas tornando

possível estender os limites da vida. Isso acarretou a crescente mercantilização da

saúde.6

Concebe-se a adoção de medidas terapêuticas que prolongam o processo de

morrer e não a vida como promotora de aumento do sofrimento e minimizadora da

dignidade do paciente. A despeito disso encontra-se na bioética o termo distanásia,

onde é uma conduta que visa manter a vida do paciente terminal, sujeito a muito

sofrimento prolongando-se o processo de morrer, mas não afeta a extensão da vida.7

Em contrapartida dessa prática contemporânea, os cuidados paliativos são meios

eficazes para prevenir a prática distanásica numa atitude de oferecer qualidade de

final de vida chamada de ortotanásia na tentativa de avaliar os limites de suporte de

vida.7, 8

● O ser cuidado-ambiente em processo de terminalidade em Unidade de

Terapia Intensiva

O cenário em que as questões éticas são observadas e vivenciadas com mais

intensidade é a unidade de terapia intensiva devido ao contingente de pacientes com

evolução desfavorável, pois a sua condição clínica é incurável e irreversível, surge

assim, o arsenal tecnológico com vista a oferecer a todo custo suporte para

sustentação da vida em qualquer circunstância.

Esse ambiente destina-se ao atendimento de pacientes graves ou de risco

potencialmente recuperáveis sob uma ótica de vigilância contínua requerendo

recursos materiais e humanos especializados em uma área física delimitada.9

Um sinônimo comumente utilizado, obstinação terapêutica, está muito presente

no dia a dia da equipe de enfermagem que trabalha na UTI, onde diversas decisões

sobre o tratamento são tomadas sem prévia discussão com os próprios pacientes e

família frente ao processo de terminalidade, restringindo-se a deliberação de uma só

pessoa, geralmente o médico plantonista. 10

Com isso a enfermagem se depara com atitudes não condizentes sendo obrigadas

a cumpri-las em detrimento ao anseio de manter a vida a qualquer preço, levando

parte da equipe a um sofrimento e a se questionar quanto aos valores que

fundamentam a sua prática profissional.

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130

É notório que a questão da morte ainda é tratada de forma inadequada na

formação médica quando se verifica o despreparo em lidar com os momentos sofridos

dos pacientes que estão nesse processo. O aparato tecnológico que adentra as UTIs

permite preservar variáveis biológicas sem considerar que isso é feito a custas de

grande sofrimento muitas vezes a manutenção de um ser vegetativo. Portanto, se faz

necessário resgatar sentimentos de compreensão, solidariedade e compaixão para o

paciente e família que ao contrário disso estaria fazendo uma ciência fria e não

contemplando a dignidade humana.11

● Culturas e crenças acerca no processo de morte e morrer

As culturas e crenças que permeiam este processo remetem ao início do século XX,

onde as pessoas não ficavam morrendo durante muito tempo e o espaço de tempo

entre adoecer e morrer era curto sendo esperada no leito domiciliar. Havia uma

importância da presença dos parentes, amigos e vizinhos, bem como crianças. A

morte era familiar, em contrapartida existia um medo social dos mortos.2

No tempo hodierno o processo do morrer aumentou em sua temporalidade levando

a crer que há uma tentativa em negar a morte por meio de atitudes que visam evitá-

las. Diante disso, o enfermo passa a ser um desconhecedor de sua própria morte.

O advento da tecnologia fez a terminalidade ser vivenciada primordialmente no

âmbito da unidade de terapia intensiva. Chama-se a atenção que a pessoa

permanece isolada em seu leito, distante do que para ele é bastante precioso, como

sua casa, seus objetos pessoais, ou seja, seu ambiente social se restringindo aos

horários de visita predeterminados pelas instituições. Não obstante a tanta privação,

os cuidados dos profissionais da saúde mesmo com tanta sofisticação tecnológica

ainda é limitado centrados em procedimentos técnicos.12

É imperativo que o profissional enfermeiro se aproprie do conhecimento pautado

no cuidado holístico e humanizado frente ao paciente em terminalidade, que aborde,

além dos aspectos técnicos, as necessidades espirituais com base na crença e valor

de cada enfermo utilizando instrumentos de comunicação interpessoal, valorização

de crenças e incentivo a atividades religiosas. 13

● As políticas que englobam a terminalidade

No Brasil, o contexto sociopolítico é observado através na elaboração da Carta dos

Direitos dos Usuários da Saúde em seu terceiro princípio assevera ao cidadão o

atendimento acolhedor e livre de discriminação, visando à igualdade de tratamento

com uma relação mais pessoal e saudável.

Este enunciado garante o direito à dignidade humana e a opção pelo local de

morte expressos nos incisos a seguir: VI - A informação a respeito de diferentes

possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição clínica, considerando as

evidências científicas e a relação custo-benefício das alternativas de tratamento,

com direito à recusa, atestado na presença da testemunha e, o inciso VII - A opção

pelo local de morte.14

Observa-se que a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde está em consonância

com a valorização e a dignidade do ser humano frente ao processo de morte e morrer

favorecendo um atendimento mais humano e acolhedor.

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Diante do contexto imediato pode-se perceber que o fenômeno da terminalidade

está intrinsecamente envolvido durante a prática profissional da equipe de saúde

mais intimamente a enfermagem, pois lida diretamente com os pacientes sujeitos a

muita dor. Em consonância a isso surgem aspectos peculiares durante esse processo

permitindo que a equipe cuidadora se aproprie do assunto para melhor compreender

as situações da bioética inerentes a esta fase da vida humana.

Ao analisar o contexto específico observa-se que a unidade de terapia intensiva é

palco para a realização de um tratamento especializado, onde os efeitos da

tecnologia são importantes e eficazes para a terapêutica preconizada neste momento

da vida, porém não deve-se assumir dela toda fonte inesgotável de conduta em

detrimento ao respeito à dignidade humana do paciente sob condições de

terminalidade.

Diante desse fenômeno se faz necessário compreender o contexto social que o

indivíduo se insere, bem como o senso comum apreendido ao longo de uma vida para

assim, entender a melhor maneira de cuidar dos pacientes em fase final de vida,

pois o resgate de um cuidado domiciliar neste momento junto à família oferece

dignidade e qualidade no cuidar quando a sofisticação de máquinas e procedimentos

não são capazes de manter o ser em suas capacidades vitais favorecendo as atitudes

distanásicas.

O Metacontexto é observado diante dos recursos usados na manutenção das

funções biológicas destacando a biotecnociência resgatando o velho desejo humano

de vencer a morte, gerando assim, a obstinação terapêutica exercida por muitos

profissionais médicos. Assim, reafirma-se o processo de morrer cuja gênese remete

ao tempo de Platão explicitado no livro III A República. Este, mostra que o propósito

da filosofia estava em aprender a morrer. Inferindo sua crítica referente à obstinação

terapêutica, antevista de forma contemplativa e filosófica.15

Em 2012 fala-se sobre a validade do testamento vital destinado aos pacientes

terminais. Conhecido como living Will é um documento pessoal e intransferível cujo

objetivo é concretizar as escolhas relacionadas aos tratamentos médicos nos

momentos que antecedem a terminalidade em pacientes fora de possibilidades de

cura.16

Tal descrição proporciona meios de se pensar sobre a finitude humana em vez de

evitar com avidez assegurando a qualidade nos cuidados envolvidos no processo de

morrer enxergado pelo prisma da ortotanásia. Isso envolve uma equipe preparada

para lidar com o sofrimento e as perspectivas da morte no cotidiano laboral

mantendo um ambiente tranquilo e seguro para paciente e família.17

Esta análise contextual do fenômeno da terminalidade permitiu refletir sobre os

desafios encontrados durante esse processo, pois ainda se encontra enraigado o

desejo de se manter a vida em toda circunstância.

DISCUSSÃO

CONCLUSÃO

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É imprescindível a discussão sobre a terminalidade tanto em ambientes

assistenciais como nos órgãos formadores na tentativa de melhor refletir sobre essa

questão escondida entre inúmeras atividades exercidas pela enfermagem com o

intuito de modificar a realidade a fim de proporcionar uma assistência mais digna,

humana e de qualidade mesmo quando a vida chegou ao seu curso final.

Destarte, há um grande desafio por parte dos profissionais da saúde, das

instituições de ensino e governo em se criar políticas mais acessíveis à população que

se encontra em fase terminal e garantam sua dignidade.

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Submissão: 25/05/2014 Aceito: 01/06/2014 Publicado: 01/08/2014

Correspondência

Edilene Castro dos Santos Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08ª Bairro Nossa Senhora de Nazaré

CEP 59060430 Natal (RN). Brasil

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