V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes,...

19
TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL5-7 DE JULHO DE 2006 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS Marcus dos Reis Doutorando UNICAMP/IPT São Paulo/Brasil Rita Moura Fortes Prof. Doutora Universidade Presbiteriana Mackenzie/ UNICAMP/ São Paulo/Brasil Marcia Aps Doutoranda POLI/USP/IPT São Paulo/Brasil Marcus dos Reis, Engº. Mestre, Doutorando - IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. UNICAMP – Faculdade de Engenharia Civil. Av. Prof. Almeida Prado, s.n. - Cidade Universitária cep. 05508-901 Laboratório de Pavimentos. E-mail: [email protected] ou [email protected] Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora do Programa de Pós Graduação da UNICAMP. Rua da Consolação, 896 – Prédio 6 - 01302-907 – São Paulo – SP – Brasil. E-mail: [email protected] Márcia Aps, Engº. Mestre, Doutoranda - IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. POLI/USP. Av. Prof. Almeida Prado, s.n. - Cidade Universitária cep. 05508-901 – Laboratório de Pavimentos. E-mail: [email protected]

Transcript of V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes,...

Page 1: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS

Marcus dos Reis Doutorando UNICAMP/IPT São Paulo/Brasil

Rita Moura FortesProf. Doutora Universidade Presbiteriana Mackenzie/ UNICAMP/ São Paulo/Brasil

Marcia Aps Doutoranda POLI/USP/IPT São Paulo/Brasil

Marcus dos Reis, Engº. Mestre, Doutorando - IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. UNICAMP – Faculdade de Engenharia Civil. Av. Prof. Almeida Prado, s.n. - Cidade Universitária cep. 05508-901 – Laboratório de Pavimentos. E-mail: [email protected] ou [email protected] Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora do Programa de Pós Graduação da UNICAMP. Rua da Consolação, 896 – Prédio 6 - 01302-907 – São Paulo – SP – Brasil. E-mail: [email protected] Márcia Aps, Engº. Mestre, Doutoranda - IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. POLI/USP. Av. Prof. Almeida Prado, s.n. - Cidade Universitária cep. 05508-901 – Laboratório de Pavimentos. E-mail: [email protected]

Page 2: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA DOS AGREGADOS NO DESEMPENHO DO MICRORREVESTIMENTO ASFÁLTICO A FRIO NO ENSAIO DE DESLOCAMENTO LATERAL EM CORPOS-DE-PROVA SUBMETIDOS AO SIMULADOR DE TRÁFEGO LOADED WHEEL TESTER (LWT) RESUMO O presente trabalho tem por objetivo apresentar o estudo da influência da granulometria dos agregados no desempenho do microrrevestimento asfáltico a frio, modificado por polímero, no ensaio de deslocamento lateral em corpos-de-prova submetidos ao simulador de tráfego Loaded Wheel Tester - LWT. Para estudar a influência da granulometria dos agregados na avaliação do desempenho do microrrevestimento foram utilizadas três faixas granulometricas especificadas pela NBR, pelo DNER (atual DNIT) e pela ISSA; foram realizados ensaios em placas moldadas com microrrevestimento asfáltico a frio modificado por polímero, fixando-se os valores obtidos no projeto da mistura das curvas granulométricas (incluindo o fíler mineral), do teor ótimo de ligante, das condições de moldagem e das condições de ensaio (operador, laboratório, equipamento e calibração) e também foi executado o controle ambiental à temperatura de (25±1)ºC. PALAVRAS-CHAVE: Deslocamento lateral, Loaded WheelTtester - LWT, simulador de tráfego, granulometria, microrrevestimento. ABSTRACT This paper presents a study of how aggregates gradation influences on the performance of cold polymer-modified micro surfacing related to the lateral displacement test performed in specimens using the traffic simulator called Loaded Wheel Tester - LTW. In order to accomplish this research it was used three blends of aggregate gradation specified by NBR, DNER (currently named DNIT) and ISSA. Tests were developed using plates molded with polymer-modified cold micro surfacing by fixing the values obtained in the mixture design: gradations of aggregate (including the mineral filler), the asphalt content, the molding conditions and the test conditions (operator, laboratory, equipment and calibration) under environmentally controlled condition in the temperature of (25±1)ºC. KEY WORDS: Lateral displacements, Loaded Wheel Tester - LWT, traffic simulator, gradations of aggregate, cold micro surfancing.

Page 3: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

1 INTRODUÇÃO O microrrevestimento asfáltico a frio modificado por polímero” (MRAF) conhecido internacionalmente por “micro surfacing”, foi introduzido na década de 1990 e tem se destacado no meio rodoviário nacional pelo bom desempenho apresentado na reabilitação de pavimentos asfálticos. O projeto de mistura do MRAF deve atender às condições impostas pelas especificações vigentes, tanto do ponto de vista tecnológico com nas questões de qualidade; para tal, há a necessidade de estudar as características dos componentes da mistura. Para controlar as misturas deve ser planejado e implementado um sistema de controle laboratorial, para que seja garantida a qualidade dos ensaios executados e assim o projeto possa ser eficientemente aplicado [1] [2]. Há necessidade também, de discussões sobre a faixa C da NBR ou faixa IV do DNER (atual DNIT), tendo em vista sua pouca aplicação e ausência de especificação, dessa faixa, pela International Slurry Surfacing Association [3]. Este trabalho apresenta um estudo da influência da granulometria dos agregados no desempenho do microrrevestimento asfáltico a frio no ensaio de deslocamento lateral, utilizando-se corpos-de-prova (CP) moldados em laboratório (Figura 1(a)) e submetidos a um equipamento para simulação do tráfego denominado Loaded Wheel Tester – LWT (Figura 1 vista lateral (b)). Estes corpos-de-prova foram submetidos a 1000 ciclos, com uma freqüência de 60Hz utilizado um motor de 1/3 HP com 1750 rpm, sendo que inicialmente foram realizadas as leituras iniciais na lateral (Li) e apos os ciclos de peração foram realizadas as leituras finais na lateral (Lf) possibilitando a determinação por diferença do deslocamento lateral em milímetro conforme apresentado no item 5 (equações 1 e 2).

Figura 1: corpo-de-prova de MRAF (a), Simulador de tráfego tipo Loaded Wheel Tester – LWT (b)

a b

Page 4: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

2 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA Nesta pesquisa foram utilizados os agregados oriundos de gnaisse, coletados na Pedreira Basalto 6 localizada em Campinas, em datas distintas. Foram coletadas aproximadamente 80kg de cada agregado formando um par de amostras com aproximadamente 160kg para a realização dos ensaios em laboratório da mistura do microrrevestimento. A homogeneização do par de amostras ocorreu quando cada amostra de pedrisco e pó-de-pedra foi colocada em uma bandeja e cada material homogeneizado separadamente. Foram utilizados dois procedimentos de homogeneização, o primeiro usualmente utilizado na execução da mistura a ser aplicada no trecho e um segundo mais rigoroso, que serão descritos a seguir. 1º procedimento: Foram moldados corpos-de-prova com o par de amostras (pó-de-pedra e pedrisco) utilizando-se as frações separadas pela pedreira, de forma a atender as faixas do projeto. Após a homogeneização das amostras individuais, as mesmas foram quarteadas conforme observa-se na Figura 2 (a) e (b), atendendo o preconizado pela NBR NM 27 [4]. O peneiramento da amostra de agregado seguiu o recomendado pela NBR NM 248 [5].

Figura 2: Quarteamento da amostra após a homogeneização

2º procedimento: As amostras de pó-de-pedra e de pedrisco foram colocadas em uma mesma bandeja e homogeneizadas no laboratório, antes da determinação da granulometria. A fração retida em cada peneira foi separada para a composição da dosagem dos agregados de forma que a curva se enquadrasse na faixa especificada (NBR 14948 [6], DNER ES 389 [7] e ISSA TB 143 [8]). A homogeneização executada no 2º procedimento foi similar a do primeiro, diferenciando somente no fato das duas amostras (pó-de-pedra e pedrisco) terem sido colocadas na mesma bandeja. Para cada faixa granulométrica foram moldados 10 corpos-de-prova atendendo o 1º procedimento, totalizando 30CPs, que foram identificados com o número 1 correspondente ao primeiro procedimento e a letra (A, B e C) representando a faixa utilizada. Para o 2º procedimento, também foram moldados 30CPs, sendo que foram identificados com o número 2 que se refere ao segundo procedimento, conforme ilustrado no fluxograma do procedimento utilizado nesta pesquisa (Figura 3).

a b

Page 5: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Figura 3: Fluxograma do procedimento utilizado da pesquisa

Composição da curva granulométrica obtida no laboratório após o peneiramento realizado na pedreira – 1º procedimento: Foram realizados estudos para definição da curva granulométrica que atendesse as especificações da ABNT, DNER (atual DNIT) e ISSA. Desta forma, foram determinados os percentuais dos materiais (pedrisco, pó-de-pedra e fíler) individuais, e pesadas a frações correspondentes conforme apresentado na Tabela 1. As identificações das curvas de trabalho obtidas no 1º procedimento foram:

• 1A = Curva de trabalho 1 atendendo a faixa A da ABNT, Faixa II do DNER e Tipo II da ISSA.

• 1B = Curva de trabalho 1 atendendo a faixa B da ABNT, Faixa III do DNER e Tipo III da ISSA.

• 1C = Curva de trabalho 1 atendendo a faixa C da ABNT e Faixa IV do DNER.

Tabela 1 - Porcentagem dos materiais em peso RESULTADOS (%)

CURVAS DE TRABALHO MATERIAIS 1A 1B 1C

Pedrisco - 19,0 44,0 Pó de pedra 99,0 80,0 56,0

Fíler (cimento Portland) 1,0 1,0 - Nas composições granulométricas, utilizando os percentuais citados anteriormente, chegou-se aos percentuais dos materiais individuais conforme as curvas de trabalhos mostradas na Figura 4.

Page 6: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Figura 4: Curvas granulométricas (1A; 1B; 1C) utilizadas no estudo atendendo: faixas (A; B; C) (ABNT) faixa II (DNIT) e tipo II (ISSA) – 1º procedimento.

Todas as três curvas de trabalho determinadas no 1º procedimento, atenderam as faixas granulométricas especificadas pela ABNT, DNER (atual DNIT) e ISSA, conforme os resultados ilustrados no gráfico da curva de trabalho para a faixa A (Figura 4 (a)), para a faixa B (Figura 4 (b)) e para a faixa C (Figura 4 (c)). A curva granulométrica obtida por esse procedimento, no caso das faixas A e B, está próxima da curva média da faixa. O mesmo não ocorreu no caso da faixa C, observando-se que a curva obtida tangencia ou sai fora da faixa nas peneiras de menor abertura. Ressalta-se que esse material foi separados na pedreira (1º procedimento).

Composição da curva granulométrica obtida no laboratório após o peneiramento realizado na pedreira – 2º procedimento: O par de amostras (pedrisco e pó-de-pedra), foi homogeneizado, quarteado e por meio de peneiramento, separou-se o agregado retido nas peneiras especificadas conforme o 2º procedimento. As frações retidas em cada peneira foram homogeneizadas por meio do quarteamento. A amostra foi separada obtendo-se as curvas granulométricas apresentadas na Tabela 2. As identificações das curvas de trabalho obtidas no 2º procedimento foram:

• 2A = Curva de trabalho 2 atendendo a faixa A da ABNT, Faixa II do DNER e Tipo II da ISSA.

a b

c

Page 7: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

• 2B = Curva de trabalho 2 atendendo a faixa B da ABNT, Faixa III do DNER e Tipo III da ISSA.

• 2C = Curva de trabalho 2 atendendo a faixa C da ABNT e Faixa IV do DNER. O resultado obtido para a curva de trabalho está apresentado na Figura 5. Todas as três curvas de trabalho determinadas no 2º procedimento, atenderam as faixas granulométricas especificadas pela ABNT, DNER (atual DNIT) e ISSA, conforme os resultados ilustrados no gráfico da curva de trabalho para a faixa A (Figura 5 (a)), para a faixa B (Figura 5 (b)) e para a faixa C (Figura 5 (c)).

Tabela 2 - Porcentagem dos materiais em massa 2º procedimento PENEIRAS QUANTIDADE DE AMOSTRA POR PENEIRA

2A 2B 2C ASTM Diâmetro (mm)

Massa (g) por peneira Massa (g) por peneira Massa (g) por peneira

½ 12,7 0,0 0,0 0,0 3/8" 9,5 0,0 0,0 41,3

4 4,75 27,5 110,0 104,5 8 2,36 96,3 123,8 129,3 16 1,18 110,0 101,8 74,3 30 0,6 96,3 41,3 55,0 50 0,3 88,0 71,5 38,5

100 0,15 46,8 33,0 38,5 200 0,075 30,3 13,8 35,8

Fundo 55,0 55,0 33,0

Somatória 550 550 550 As sínteses das dosagens finais na elaboração do projeto do MRAF utilizado na confecção dos CPs moldados para as três faixas (A, B e C) pelo primeiro e segundo procedimentos estão apresentadas nas Tabelas 3 a 5.

Page 8: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Figura 5: Curvas granulométricas (2A; 2B; 2C) utilizadas no estudo atendendo: faixas (A; B; C) (ABNT) faixa II (DNIT) e tipo II (ISSA) – 2º procedimento.

Tabela 3 - Síntese dos resultados obtidos para a faixa A (ABNT), faixa II (DNER) e faixa II (ISSA)

COMPONENTES DA MISTURA

%, EM RELAÇÃO AOS AGREGADOS TOLERÂNCIA

QUANTIDADE UTILIZADA NA

MISTURA, g

TEMPO DE MISTURA,

min. Procedimentos 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Água de molhagem 8,40 8,30 ± 1,0 46,20 45,65 Aditivo 0,10 ± 0,3 0,55 0,55 Emulsão 11,31 11,62 ± 0,5 62,15 63,91 Teor de resíduo 7,1 7,3 ± 0,3 - -

2 a 3

Tabela 4 - Síntese dos resultados obtidos para a faixa B (ABNT), faixa III (DNER) e faixa III (ISSA)

COMPONENTES DA MISTURA

%, EM RELAÇÃO AOS AGREGADOS TOLERÂNCIA

QUANTIDADE UTILIZADA NA

MISTURA, g

TEMPO DE MISTURA,

min.

a b

c

Page 9: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Procedimentos 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Água de molhagem 8,4 8,4 ± 1,0 46,20 46,20 Aditivo 0,12 ± 0,3 0,66 0,66 Emulsão 10,03 10,35 ± 0,5 56,65 56,93 Teor de resíduo 6,3 6,5 ± 0,3 - -

5 a 6

Tabela 5 - Síntese dos resultados obtidos - faixa C (ABNT), faixa IV (DNER) [9]

COMPONENTES DA MISTURA

%, EM RELAÇÃO AOS AGREGADOS TOLERÂNCIA

QUANTIDADE UTILIZADA NA

MISTURA, g

TEMPO DE MISTURA,

min. Procedimentos 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Água de molhagem 7,5 7,8 ± 1,0 41,25 42,90 Aditivo 0,13 ± 0,3 0,72 0,72 Emulsão 9,71 10,03 ± 0,5 53,41 55,17

Teor de resíduo 6,1 6,3 ± 0,3 - -

3 a 4

3 MOLDAGEM DOS CORPOS-DE-PROVA A SEREM ENSAIADOS NO SIMULADOR LOAD WHEEL TESTER – LWT Depois de definida a dosagem, foram moldados os corpos-de-prova de acordo com os resultados em percentuais e em massa de cada material (pedrisco, pó-de-pedra, fíler, água e emulsão asfáltica); preparou-se em um recipiente uma mistura de 550g, sendo que os agregados foram previamente secos em estufa e depois resfriados a temperatura ambiente, mantendo-se todos os componentes em ambiente a temperatura de (25±1º)C para a realização da mistura. Após a realização das misturas para cada procedimento foram moldados 10 corpos-de-prova (CP), gerando para cada faixa de trabalho (A, B e C) dois grupos (1A e 2A), (1B e 2B) e (1C e 2C), totalizando 60 corpos-de-prova. Os corpos-de-prova foram moldados utilizando-se formas com 76mm de largura, 400m de comprimento e alturas variadas conforme a faixa adotada (faixa A 7,35mm, faixa B 9,71mm e faixa C 13,1mm). As escolhas dos moldes foram feitas com base nas graduações das misturas, sendo que as espessuras dos mesmos devem ser no mínimo 25% acima da dimensão do maior agregado graúdo utilizado [6]. Os moldes foram centralizados sobre chapas de aço e foram preenchidos com as misturas de MRAF. As superfícies foram rasadas, com auxílio de um bastão circular de madeira, tomando-se os devidos cuidados para que não ocorresse a compactação das amostras. Após a moldagem dos corpos-de-prova, a lateral do molde foi retirada cuidadosamente antes da ruptura da emulsão e os corpos-de-prova foram identificados. Os CPs foram transportados na chapa de fundo do molde, que serviu como base, para o interior da estufa na temperatura de (60±1º)C; permaneceram por 24 horas para a cura total, sendo que, em um único dia foram moldados todos os corpos-de-prova para atender a faixa A para os dois procedimentos totalizando 20 corpos-de-prova (10 CPs para o 1º procedimento e 10 CPs para o 2º procedimento). Após a cura, os 20 CPs foram retirados da estufa e esfriados a temperatura ambiente. Após a liberação da estufa, a mesma metodologia foi utilizada para a moldagem dos demais corpos-de-prova utilizados na pesquisa, para atender a faixa B (20 CPs) e faixa C (20 CPs), nos dois procedimentos apresentados.

Page 10: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Foram utilizados inicialmente parâmetros estatísticos para analisar os resultados obtidos e também foram confrontados com as especificações vigentes. Em cada corpo-de-prova foram realizadas sete leituras, sendo que a média das mesmas compôs o valor obtido de cada CP. Desses valores médios (correspondentes a cada um dos 10 corpos-de-prova ensaiados) obteve-se à média, desvio-padrão e coeficiente de variação da amostra. Após a primeira checagem dos resultados foram aplicados três testes: Dixon, Cochran e Snedecor, com a seguinte finalidade:

• Teste de Dixon: estabelecer um critério para rejeição de valores extremos obtidos nas leituras iniciais, leituras finais, no resultado do deslocamento lateral;

• Teste de Cochran: comparar homogeneidade de variância entre as leituras iniciais, leituras finais, no resultado do deslocamento lateral;

• Teste de Snedecor: verificar a variância entre as leituras iniciais, leituras finais, no resultado do deslocamento, ou seja, realizando-se uma combinação dois a dois das determinações.

5 DESLOCAMENTO LATERAL Foram moldados 60 corpos-de-prova para verificar o deslocamento lateral dos corpos de prova submetidos a ciclos do simulador de tráfego tipo LWT. Foram efetuadas na lateral de cada corpo-de-prova, com auxílio de um paquimetro digital, medidas iniciais (Li) para definir a medida de referência. O equipamento LWT foi preparado erguendo-se todo o conjunto com auxílio de um macaco hidráulico ou sistema para içar posicionado no baricentro entre os braços do simulador. Este cuidado se deu de maneira a não danificar o eixo, a freqüência, a rotação do motor e a distribuição de carga posicionada na amostra moldada sobre a chapa de aço Figura 6(a)). Fixou-se à chapa com parafusos frisadores à base do simulador e após os ciclos foram realizadas sete leituras iniciais (Li) (Figura 6(b)).

Figura 6 Fixação do CP no simulador para leituras iniciais finais (a) e detalhe do CP

(c)

Após terem sido feitas estas medidas, o conjunto foi abaixado suavemente até a roda atingir a superfície do corpo-de-prova previamente fixado. O contador foi zerado e a máquina foi programada para a realização de 1000 ciclos de operação. Após estes ciclos desligou-se o equipamento de forma que a roda do simulador ficasse estacionada mantendo o braço do conjunto na horizontal e em seguida aliviou-se a carga sobre corpo-de-prova com auxílio de um macaco hidráulico para evitar que o mesmo sofresse uma sobrecarga concentrada em um único

a b

Page 11: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

ponto, cuidado este, que se tomou com todas as amostras. Posteriormente foram efetuadas as sete medidas iniciais na lateral (Li) de cada CP, com auxílio do paquímetro digital, para definir a medida de referência. Após serem submetidas a simulação do tráfego foram então realizadas as leituras nos mesmos sete pontos nos quais haviam sido realizadas as leituras iniciais, sendo as leituras finais (Lf). O cálculo do deslocamento lateral em milímetro foi realizado por meio da diferença entre as leituras, o que possibilitou determinar ∆L e posteriormente o deslocamento lateral (DL) conforme apresentado nas equações (1) e (2).

∆L = Li - Lf (1)

DL = (∆L / Li) . 100 (2)

Nas tabelas 6 e 7 estão apresentados os resultados médios obtidos para a faixa A das sete leituras obtidas em cada um dos dez CPs moldados com as curvas de trabalho (1A e 2A), ensaiados no simulador de tráfego tipo LWT, bem como uma análise estatística baseada na médias com os respectivos desvio padrão, coeficiente de variação.

Tabela 6 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 1A.

CP Leitura inicial(Li), mm

Leitura final(Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 52,23 52,98 0,74 1,42 2 51,03 52,48 1,45 2,83 3 51,01 52,36 1,36 2,66 4 50,42 52,42 2,00 3,96 5 51,21 52,78 1,57 3,06 6 51,26 53,25 1,99 3,89 7 50,64 52,68 2,04 4,02 8 51,29 51,89 0,60 1,17 9 50,97 52,67 1,70 3,33

10 51,06 51,96 0,90 1,76 M 51,11 52,55 1,43 2,81 S 0,48 0,42 0,53 1,06

S/M 0,00937 0,00799 0,37138 0,37600 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra.

Page 12: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Tabela 7 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 2A.

CP Leitura inicial(Li), mm

Leitura final(Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 51,11 53,11 2,00 3,92 2 50,61 52,48 1,87 3,70 3 50,38 52,36 1,99 3,94 4 50,18 52,56 2,38 4,74 5 50,95 52,93 1,98 3,89 6 51,20 53,79 2,59 Superou em 0,7 7 50,66 53,16 2,50 4,93 8 50,72 51,72 1,00 1,97 9 50,69 52,75 2,05 4,05

10 50,67 51,84 1,17 2,31 M 50,72 52,67 1,95 3,85 S 0,31 0,62 0,52 1,02

S/M 0,00608 0,01184 0,26564 0,26519 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra.

Na confrontação dos resultados com as especificações ISSA A 143 [8] e TB –147 [10], que estipula o valor máximo de deslocamento lateral 5%, verificou-se que somente um dos valores superou o especificado. Nas Tabelas 8 e 9 estão apresentados os resultados médios obtidos para a faixa B das curvas de trabalho (1B e 2B), bem como uma análise estatística baseada na média de cada uma dos CPs com os respectivos desvio padrão e o coeficiente de variação.

Tabela 8 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 1B

CP Leitura inicial (Li), mm

Leitura final (Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 51,66 53,85 2,19 4,23 2 52,28 54,11 1,83 3,50 3 53,73 56,32 2,59 4,82 4 51,58 53,43 1,85 3,59 5 54,27 56,03 1,76 3,25 6 49,60 51,40 1,80 3,64 7 51,93 53,29 1,36 2,62 8 52,44 53,91 1,47 2,80 9 52,19 53,69 1,51 2,88

10 51,02 52,77 1,76 3,44 M 52,07 53,88 1,81 3,48 S 1,31 1,44 0,36 0,67

S/M 0,02514 0,02667 0,19899 4,23 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra

Page 13: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Tabela 9 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 2B

CP Leitura inicial (Li), mm

Leitura final (Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 51,40 53,57 2,17 4,23 2 50,92 55,71 4,79 Superou em 4,4 3 54,99 57,09 2,10 3,81 4 53,90 54,57 0,68 1,25 5 56,37 57,22 0,85 1,51 6 49,86 50,46 0,60 1,21 7 53,11 54,38 1,27 2,39 8 53,17 53,91 0,74 1,39 9 53,14 54,24 1,10 2,06

10 51,51 52,40 0,89 1,73 M 52,84 54,36 1,52 2,18 S 1,97 2,04 1,28 1,12

S/M 0,03729 0,03751 0,84211 0,51356 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra

Os resultados obtidos confrontados com as especificações ISSA A 143 [8] e TB –147 [10], que estipula o valor máximo de deslocamento lateral 5%, e verificou-se que estes atenderam as mesmas exceto um resultado na Tabela 9 que superou o valor especificado. Nas tabelas 10 e 11 estão apresentados os resultados médios obtidos para a faixa C, para as curvas de trabalho (1C e 2C), ensaiados no simulador de tráfego tipo LWT, bem como uma análise estatística baseada na média de cada corpo-de-prova com o respectivo desvio-padrão e o coeficiente de variação. É importante observar que todos os resultados obtidos no deslocamento lateral (Tabela 10) pelo primeiro procedimento (1C) no qual a separação das frações dos agregados foi realizada pela pedreira, superaram os 5% especificados pela norma. Provavelmente, devido ao observado, que em grande parte das peneiras os resultados estavam fora ou tangenciavam o limite inferior especificado pela norma vigente (Faixa C da ABNT e Faixa IV do DNER atual DNIT). Para o segundo procedimento (2C) no qual a curva granulométrica obtida está próxima de uma curva média da faixa, somente dois dos dez corpos-de-prova deram acima do limite especificado 5% conforme apresentado na Tabela 11.

Page 14: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Tabela 10 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 1C

CP Leitura inicial (Li), mm

Leitura final (Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 52,06 57,58 5,52 Superou em 5,6 2 53,05 59,01 5,96 Superou em 6,6 3 54,23 58,12 3,89 Superou em 2,16 4 54,43 58,78 4,35 Superou em 2,98 5 57,10 61,45 4,36 Superou em 2,63 6 50,35 55,47 5,12 Superou em 5,17 7 53,72 56,81 3,08 Superou em 0,74 8 53,34 56,78 3,44 Superou em 1,45 9 53,53 60,06 6,53 Superou em 7,19

10 51,85 56,13 4,28 Superou em 3,26 M 53,37 58,02 4,65 8,74 S 1,80 1,85 1,11 2,17

S/M 0,03372 0,03187 0,23796 0,24827 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra

Tabela 11 - Resultados médios obtidos nos CPs moldados para a curva de trabalho 2C

CP Leitura inicial (Li), mm

Leitura final (Lf), mm

Deslocamento (∆L ), mm

(DL), % em relação ao deslocamento

1 52,06 54,45 2,39 4,59 2 53,05 56,79 3,74 Superou em 2,05 3 54,23 56,43 2,20 4,06 4 54,43 56,89 2,45 4,50 5 57,10 59,67 2,57 4,51 6 50,35 53,59 3,24 Superou em 1,44 7 53,72 55,60 1,88 3,50 8 53,34 54,65 1,32 2,47 9 53,53 55,80 2,27 4,24

10 51,85 53,88 2,03 3,92 M 53,37 55,78 2,41 4,53 S 1,80 1,80 0,68 1,33

S/M 0,03372 0,03233 0,28254 0,2943 M = valor médio; S= desvio-padrão; S/M = coeficiente de variação da amostra

Na Tabela 12 estão apresentadas as espessuras médias obtidas na moldagem dos CPs nos dois procedimentos para as três faixas com os respectivos resultados obtidos no deslocamento lateral em milímetro e em percentual .

Page 15: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Tabela 12 - Resultados médios obtidos e as diferenças no deslocamento lateral para as três faixas.

Largura inicial Deslocamento médio Lateral Procedimentos

1º 2º 1ºProcedimento 2ºProcedimento Diferença

Faixa

(mm) (∆L1º), mm

(DL1º), %

(∆L2º ), mm

(DL2º), %

(∆Ld1,= ∆L1º - ∆L2º) mm

(D ld2,= DL1º - DL2º)

% A 51,11 50,72 1,43 2,81 1,95 3,85 0,52 1,04 B 52,07 52,84 1,81 3,48 1,52 2,18 0,29 1,30 C 53,37 53,37 4,65 8,74 2,41 4,53 2,24 4,21

∆L1º = Leitura média inicial menos leitura média final realizada no primeiro procedimento; ∆L2º = Leitura média inicial menos leitura média final realizada no segundo procedimento; ∆Ld = diferença entre os deltas médios do primeiro e segundo procedimentos (∆L1º - ∆L2º). DL1º = ∆L1º dividido pela leitura média inicial realizada no primeiro procedimento; DL2º = ; ∆L2º dividido pela leitura inicial realizada no segundo procedimento; Dvd = diferença entre o deslocamento em percentual do primeiro e segundo procedimentos (DL1º - DL2º). A análise dos gráficos das Figuras 7 e 8 mostram que as misturas executadas com as Faixas A, B pelo 1º e 2º procedimento (1A, 2A e 1B, 2B) não apresentaram grandes variações. Por outro lado a Faixa C apresentou diferença no desempenho da mistura entre os dois procedimentos (1C e 2C) em aproximadamente 4,21%, e a maioria dos corpos-de-prova individualmente ensaiados pelo primeiro procedimento (1C) superaram o deslocamento máximo de 5% especificado pela norma. No resultado de granulometria dos agregados (Figura 4 (c)) utilizando o 1º procedimento observou-se que em grande parte das peneiras os resultados estavam fora ou tangenciando o limite inferior especificado pela norma vigente. Nas Figuras 9 e 10 apresentam-se os resultados obtidos para o mesmo procedimento, utilizando as três faixas granulométricas (A, B e C) possibilitando verificar em um único gráfico o deslocamento lateral em milímetro (mm) e em percentual (%) para os corpos-de-prova ensaiados variando somente as faixas granulométricas. É importante observar que os resultados obtidos (Figura 9) utilizando o primeiro procedimento (1C) superaram os 5% especificado pela norma e o percentual determinado para a maior largura conforme apresentado na Tabela 12 foi de aproximadamente 4,65mm, sendo que os corpos-de-prova após curados apresentavam a largura média de 53,4mm e para o segundo procedimento (2C) que também superou o 5% especificado, em percentual para a maior largura foi de aproximadamente 2,41mm.

Figura 7: Deslocamento lateral em percentual obtido (1º e 2º procedimentos).

Page 16: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

00.5

11.5

22.5

33.5

44.5

55.5

66.5

7

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11Corpos-de-prova

1A 2A 1B 2B 1C 2C

Resultado médio das 7 leituras por CP

Procedimentos para reparo das amostras

Figura 8: Deslocamento lateral em milímetro obtido (1º e 2º procedimentos).

Figura 9: Deslocamento lateral em (% e mm) obtidos (1º procedimentos).

Figura 10: Deslocamento lateral em (% e mm) obtidos (2º procedimentos).

DES

LOC

AM

ENTO

LA

TER

AL

(%)

Page 17: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

Influência da granulometria dos agregados: Quanto ao deslocamento lateral a especificação da ISSA estipula o valor máximo de 5%. Os resultados mostram que as misturas executadas com as Faixas A, B pelo 1º e 2º procedimento (1A, 2A e 1B, 2B) não apresentaram grandes variações, na média de 1,04% e 1,30% para o primeiro e segundo procedimento respectivamente, ou seja, todos os resultados deram abaixo do limite de 5% especificado. Por outro lado a Faixa C apresentou diferença no desempenho entre os dois procedimentos (1C e 2C) em aproximadamente 4,21%, e a maioria dos corpos-de-prova, individualmente ensaiados pelo primeiro procedimento (1C), superaram o deslocamento máximo especificado pela norma. No resultado de granulometria dos agregados utilizando o 1º procedimento observou-se que em grande parte das peneiras os resultados estavam fora ou tangenciando o limite inferior especificado pela norma vigente. É importante observar que os dez resultados obtidos no deslocamento lateral pelo procedimento (1C) superaram o valor de 5% especificado pela norma (Figura 9) com variações de 5,74% a 12,19% e o deslocamento lateral em percentual determinado no limite de 5% foi de aproximadamente 2,50mm (Figura 10) e o deslocamento médio foi de 5,65mm. Para o segundo procedimento (2C) oito dos dez corpos-de-prova deram abaixo do limite de 5%, sendo que na média dos resultados foi de aproximadamente 2,41mm, com variações de 2,47% a 7,05%. Os CP depois de curados apresentaram a espessura média de 53,37mm (Tabela 11).Observou-se também que, alguns resultados individuais das sete leituras realizadas em cada um dos CPs, superam o valor limite de 5%. Este fato se deu devido ao contato da roda com a placa antes de acionar o equipamento, o que gerou um deslocamento lateral localizado desfavorável, sendo que este mesmo problema ocorreu ao finalizar o ensaio [9]. Desempenho com relação aos resultados de deslocamento lateral: A faixa A que contém a granulometria mais fina com largura média obtidas de 51,11mm e 50,72mm e deslocamento lateral de 1,43mm (2,81%) e 1,95mm (3,85%) para os dois procedimentos respectivamente, apresentou bom desempenho.A faixa B que contém a granulometria intermediária com largura média de obtidas de 52,07mm e 52,84mm e deslocamento lateral de 1,81mm (3,48%) e 1,52mm (2,18%) para os dois procedimentos respectivamente, também apresentou bom desempenho.Ao analisar os resultados obtidos no deslocamento lateral, apresentados na Tabela 12 onde a espessura média obtida para a faixa A é de 50,72mm com deslocamento lateral de 1,95mm (3,85%) e para a faixa B é de 52,84mm com deslocamento lateral de 1,52mm (2,18%), concluí-se que a faixa B é a que apresenta melhor desempenho, principalmente para o segundo procedimento. A faixa C que contém uma granulometria mais grossa com largura média obtidas de 53,37mm e 53,37mm e deslocamento lateral de 4,65mm (8,74%) e 2,41mm (4,21%) para os dois procedimentos respectivamente, apresentou o pior desempenho. É importante observar que os resultados apresentados tanto no deslocamento lateral com a curva granulometria faixa C no ponto médio das faixas determinadas pelo segundo procedimento realizado no laboratório (Figura 4) apresentaram melhor desempenho do que o primeiro procedimento que foi realizado com a separação das frações realizadas diretamente pela pedreira. Isto leva a concluir que um melhor desempenho da mistura necessita de uma verificação da granulometria, buscando o enquadramento dentro da faixa, além da importância da calibração das peneiras para realização do peneiramento.

Page 18: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Cabe alertar para o fato da faixa C da NBR ou faixa IV do DNER (atual DNIT), para os agregados estudados, ter apresentado resultados que não atendiam às especificações. Considerando a dificuldade de elaborar projetos que se enquadrem dentro das especificações ou próximo do ponto médio das faixas, muitas vezes é necessária a utilização de outro tipo de agregados para a correção ou adaptações no peneiramento realizado diretamente pela pedreira, de maneira a atender a faixa granulométrica e principalmente devido aos resultados obtidos no desempenho da mistura. Por essa razão, os autores sugerem que os órgãos competentes discutam a possibilidade verificarem melhor a utilização desta faixa uma vez que a mesma é pouco utilizada e não existe na especificação da International Slurry Surfacing Association ISSA A 143 [8]. O simulador de laboratório LWT permitiu estudar o desempenho medindo-se o deslocamento lateral das misturas com as três faixas granulométricas (A; B; C) utilizadas para a moldagem dos corpos-de-prova de microrrevestimento asfáltico a frio modificado por polímero.Na verificação da influência da granulometria dos agregados na avaliação do desempenho do MRAF quanto ao deslocamento lateral, foi possível obter as seguintes conclusões:Inicialmente para evitar o deslocamento localizado desfavorável identificados em vários CPs, os autores sugerem que a norma oriente para que além de posicionar a roda cuidadosamente, o acionamento do equipamento para início dos ciclos e o alivio da sobrecarga na amostra, seja executado o mais rápido possível para minimizar deformações localizadas. Quanto a influência da granulometria dos agregados a faixa C que contém uma granulometria constituída de grãos maiores apresentou o pior desempenho entre as faixas. É importante observar que o resultado apresentado no deslocamento lateral com a curva granulometria faixa C no ponto médio das faixas determinadas pelo segundo procedimento realizado no laboratório (Figura 5 (c)) apresentou melhor desempenho em relação ao primeiro procedimento que foi realizado com a separação das frações realizadas diretamente pela pedreira (Figura 4 (c)). Isto leva a concluir que um melhor desempenho da mistura necessita de uma verificação da granulometria, buscando o enquadramento dentro da faixa. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Reis, M dos, & Fortes, R. M. Repetitividade de medidas em corpos-de-prova de misturas asfálticas

de microrrevestimento asfáltico a frio utilizando o Loaded Wheel tester – LWT. in 35ª RPU - Reunião de Pavimentação Urbana, Rio de Janeiro, 2004. 1 CD-ROM.

[2] Reis, M. dos. Um estudo da influência da granulometria dos agregados no desempenho do microrrevestimento asfáltico a frio quanto aos deslocamentos lateral e vertical. (Dissertação) - UNICAMP, Campinas, SP, 2005.

[3] Reis, M. dos; Fortes, R. M.; Rusilo, L. C.. Um Estudo da Reconstituição do Traço de Misturas de Microrrevestimento Asfáltico a Frio Modificado por Polímero. In XII Congreso Chileno de Ingeniería de Transporte. Valparaiso, Chile, outubro/2005.

[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR NM 27: Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório. Rio De Janeiro, 2000.

[5] ______. NBR NM 248: Agregados – Determinação da composição granulometrica. Rio de Janeiro, 2003.

[6] ______. NBR 14948: Materiais, execução e desempenho: Microrrevestimento asfálticos a frio modificados por polímero. Rio de Janeiro, 2003.

Page 19: V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: … Final/Trabalho V-001.pdf · Rita Moura Fortes, Profa. Dra - Escola de Engenharia, Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

TrabalhoV-001 V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS

DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS RECIFE – PE - BRASIL● 5-7 DE JULHO DE 2006

[7] Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER ES-389/99. Pavimentação: micro revestimento asfáltico a frio com emulsão modificada por polímero. Especificação de Ensaio. Rio de Janeiro, 1999.

[8] International Slurry Surfacing Association. ISSA A 143 Revised. May, 2003. Recommended Performance Guidelines for micro-surfacing.Disponível em: http: //www.Slurry.Org/specs.htm. Acesso em: 30 jun. 2004.

[9] REIS, M. dos; FORTES, R. M.. Verificação da Influência da Granulometria dos Agregados no Desempenho do Microrrevestimento Asfáltico a Frio Modificado por Polímero Quanto ao Deslocamento Vertical. In In XIII CILA. San José, Costa Rica. Nov. 2005.

[10] ______. ISSA TB-147: Test Methods for Measurement of Stability and resistance to Compaction, Vertical and Lateral Displacement of Mutlayered fine Aggregate Cold Mixes. Revised. February, 1990.