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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Pelotas – RS 07 a 10 de agosto de 2007 ANAIS Vol. 2 Pelotas, RS 2007

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

Pelotas – RS

07 a 10 de agosto de 2007

ANAIS Vol. 2

Pelotas, RS 2007

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Exemplares desta edição podem ser solicitados a: Embrapa Clima Temperado BR 392 km 78 – Caixa Postal 403 Cep 96001-970 – Pelotas – RS Fone: 0xx(53) 3275-8100 0xx(53) 3275-8400 E-mail: [email protected] Editoração Eletrônica: Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Oscar Castro Fotolitos e Impressão: Gráfica e Editora Pallotti Tiragem: 800 exemplares

Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado (5.: 2007 : Pelotas, RS)

Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, Pelotas, 2007 / Editado por Ariano Martins de Magalhães Júnior [et al]. - Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 2 v. ISBN 978-85-85941-22-2

Bioclimatologia - Fertilidade do solo - Ecofisiologia - Fitomelhoramento -Biotecnologia - Fitopatologia - Práticas culturais - Arroz irrigado - Entomologia -Semente - Meio ambiente - Impacto ambiental - Socioeconomia - Agroindústria -Manejo de plantas - Diversificação de culturas I. Magalhães Júnior, A.M. II. Reunião da Cultura do Arroz Irrigado (27. : 2007 : Pelotas, RS) III. Título CDD: 633.18.03

ISBN 978-85-85941-22-2

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SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO - SOSBAI

DIRETORIA – Gestão de 2005 a 2007

Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice-Presidente Athos Dias de Castro Gadea – IRGA 1° Secretário André Andres – Embrapa Clima Temperado 2° Secretário Antônio Costa de Oliveira - UFPel 1° Tesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro – Embrapa Clima Temperado 2° Tesoureiro Rubens Marchaleck - EPAGRI Conselho Fiscal Titulares: Algenor da Silva Gomes – Embrapa Clima Temperado Mara Cristina Barbossa Lopes - IRGA Ronaldir Knoblauch - EPAGRI Suplentes: Moacir Cardoso Elias - UFPel Leandro Souza da Silva - UFSM Paulo Regis Ferreira da Silva - UFRGS

Conselho Consultivo José Alberto Noldin – EPAGRI Maurício Miguel Fischer – IRGA Moacir Antonio Schiocchet – EPAGRI Ênio Marchezan - UFSM

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

ARROZ IRRIGADO: AVALIANDO O PRESENTE, PENSANDO O FUTURO

COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice - Presidente André Andres 1ºTesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro 2º Tesoureiro Vitor Hugo Souza Porto 1º Secretário José Alberto Petrini 2ª Secretária Isabel Helena Vernetti Azambuja Coordenação Institucional Algenor da Silva Gomes Coordenação Técnico-Científico Paulo Ricardo Reis Fagundes Coordenação Internacional Júlio Centeno da Silva Sílvio Steinmetz Coordenação Editorial Ariano Martins de Magalhães Júnior Paulo Ricardo Reis Fagundes Algenor da Silva Gomes André Andrés Walkyria Bueno Scivittaro Coordenação de Exposição Giovani Theisen Daniel Fernandes Franco José Francisco Martins Coordenação de Divulgação Apes Roberto Falcão Perera Diná Lessa Bandeira Sadi Macêdo Sapper Coordenação Social Maria Laura Turino Mattos Marilda Pereira Porto Ana Cristina Richter Krolow Comissão de Apoio Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Carmem Lourdes Pauletto Chemello Ana Maria Gomes Behrensdorf Carlos Elói Braga Ribeiro Oscar Castro Janete Maria Salagnac Krolow Rui Carlos da Silva Madruga Sérgio Antônio Rodrigues da Silva Antônio Carlos Marques Monassa Ana Luiza Barragana Viegas

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Coordenadores das Sub-comissões Técnicas Fitomelhoramento – Paulo Ricardo Reis Fagundes Biotecnologia – Ariano Martins de Magalhães Júnior Bioclimatologia – Sílvio Steinmetz Práticas Culturais – José Alberto Petrini Manejo de Solo e Água – Walkyria B. Scivittaro e Algenor da S. Gomes Fitopatologia – Cley Donizetti Martins Nunes Entomologia – José Francisco da Silva Martins Manejo de Plantas Daninhas – André Andres Meio Ambiente e Impacto Ambiental – Maria Laura Turino Mattos Sementes e Agroindústrias - Daniel F. Franco e Ana Cristina Krolow Sócio-economia – Isabel Helena Vernetti Azambuja Diversificação de Culturas – Giovani Theisen e Júlio Centeno da Silva Secretaria SOSBAI - Amanda Ortiz Barros Ane Gerber Crochemore

“A Comissão Organizadora agradece as contribuições dos revisores externos na correção e aprovação dos trabalhos técnico-científicos publicados nos Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz irrigado.”

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COMISSÃO DE REVISORES AD-HOC:

Fitomelhoramento - Antônio Folgiarini de Rosso (IRGA) - Mara Cristina Barbosa Lopes (IRGA) - Moacir Antonio Schiocchet (EPAGRI)

Biotecnologia: - Antonio Costa de Oliveira (UFPel) - Oneides Avozani (IRGA) - Rubens Marchaleck (EPAGRI)

Bioclimatologia e Ecofisiologia: - Carlos Mariot (IRGA) - Paulo Regis Ferreira da Silva (UFRGS)

Práticas Culturais: - Luiz Osmar Braga Schuch (UFPel) - Domingos Sávio Eberhardt (EPAGRI)

Fertilidade e Nutrição de Plantas: - Leandro Souza da Silva (UFSM) - Rogério Oliveira de Sousa (UFPel)

Fitopatologia: - Dieter Kempf (IRGA) - Ivan Francisco Dressler da Costa (UFSM) Entomologia: - Anderson Dionei Grützmacher (UFPel) - Jaime Vargas de Oliveira (IRGA) - Honório Francisco Prando (EPAGRI)

Manejo de Plantas Daninhas: - Aldo Merotto (UFRGS) - Dirceu Agostineto (UFPel) - Jesus Juares Oliveira Pinto (UFPel) - Sérgio L. O. Machado (UFSM) - Valmir G. Menezes (IRGA)

Meio Ambiente e Impacto Ambiental: - Charrid Resgala Jr. (UNIVALI) - Vera mussoi macedo (IRGA)

Sementes e Agroindústria: - Carlos A. Fagundes (IRGA) - Élbio Cardoso (Embrapa/SNT) - Moacir Cardoso Elias (UFPel)

Sócio-economia: - Alcido Elenor Wander (CNPF) - Irceu Agostini (EPAGRI) - Victor Hugo Kayser (IRGA)

Diversificação de culturas: - Cláudia Lange (IRGA)

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NOTA DA COMISSÃO EDITORIAL

A comissão editorial reserva-se ao direito de eximir-se

de qualquer responsabilidade por eventuais incorreções contidas

nos resumos dos trabalhos publicados nos Anais do V

Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado/XXVII Reunião da Cultura

do Arroz irrigado, mesmo tendo ajustado algumas incorreções às

normas.

O conteúdo dos trabalhos publicados nestes Anais é de

inteira responsabilidade dos autores.

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APRESENTAÇÃO

A Comissão Organizadora tem a satisfação de apresentar os Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e a XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, que a cada ano aponta um aumento significativo no número de trabalhos publicados, razão pela qual, compõe-se, em 2007, de dois volumes. Constitui-se de 479 trabalhos de pesquisa recebidos de diversos estados do Brasil e do exterior, oriundos de diversas Instituições e empresas e que representam o esforço de profissionais e entidades ligadas a cadeia produtiva do arroz. Nos trabalhos encaminhados para publicação pode-se observar o avanço do desenvolvimento da orizicultura irrigada, a inovação, a abertura de novas fronteiras do conhecimento, visando aumentar de forma sustentável a rentabilidade do setor, bem como suprir a demanda de consumo do produto arroz.

Sob o tema central “Arroz Irrigado: avaliando o presente, pensando o futuro”, espera-se que a programação apresentada possa contribuir para a reafirmação da importância da geração e transferência de conhecimento científico objetivando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a manutenção da sustentabilidade dos segmentos envolvidos no processo produtivo.

A Comissão Organizadora agradece à SOSBAI, promotora deste evento, à Embrapa Clima Temperado, entidade realizadora, às entidades co-promotoras, EPAGRI, IRGA, UFPEL, UFRGS e UFSM, aos patrocinadores, RiceTec, John Deere, FMC, BASF, Iharabras, Bayer, Dow AgroSciences, Bunge, Ajinomoto e BlueVille e aos apoiadores, Banco do Brasil, CNPq, Farsul; Federarroz. e FAPEG

A realização do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado foi uma vitória de um projeto de cooperação entre instituições e, mais especificamente, da união de esforços em busca de um objetivo comum. A todos que trabalharam para realização deste Congresso, nossos cumprimentos.

Desejamos a todos uma feliz estada entre nós e que tenhamos uma profícua semana de trabalho em Pelotas, RS.

Comissão Organizadora

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SUMÁRIO

ENTOMOLOGIA

COMPATIBILIDADE DE HERBICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA DO ARROZ COM O FUNGO Metarhizium anisopliae , VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO-DO-COLMO DO ARROZ - Fátima T. Rampelotti; Honório F. Prando; José F. da S. Martins; Anderson Ferreira; Fernando A. Tcacenco e Anderson D. Grützmacher

INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA ABUNDÂNCIA E RIQUEZA DA FAUNA DE ARANHAS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO E ÁREAS ADJACENTES - Everton N. L. Rodrigues e Milton de S. Mendonça Jr

EFEITO DE DOSES DE INSETICIDAS APLICADAS ÀS SEMENTES DE ARROZ NO CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae - José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Anderson Dionei Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Márcio Bartz das Neves; Wagner da Roza Härter; Calisc de Oliveira Trecha; Edson de Oliveira Jardim e Luiz Felipe Thomaz

POTENCIAL DE INSETICIDAS DERIVADOS DE NIM PARA CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae E APLICAÇÃO EM SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO DE ARROZ - Uemerson Silva da Cunha; José Francisco da Silva Martins; Anderson Dionei Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Paulo César Bogorni; Márcio Bartz das Neves; Edson de Oliveira Jardim; Calisc de Oliveira Trecha

DIAGNÓSTICO DAS PRAGAS DO ARROZ EM ASSENTAMENTOS DO INCRA EM FORMOSO DO ARAGUAIA, TO - Dino M. Soares; José Alexandre F. Barrigossi; Michael Thung; Carlos M. Santiago; Francismar R. Gama; Evaldo C. Martins

COLONIZAÇÃO DE ARROZ E DE LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda POR BACTÉRIA ENDOFÍTICA GENETICAMENTE MODIFICADA - Fátima T. Rampelotti; Anderson Ferreira Paulo T. Lacava; José Djair Vendramim; Welington L. Araújo; João Lúcio de Azevedo

DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE ARANHAS EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES INSETICIDAS EM CACHOEIRA DO SUL, RS - Everton N.L. Rodrigues; Milton de S. Mendonça Jr.; Jaime V. de Oliveira; Erica H. Buckup; Maria A.L. Marques; Lídia M. Fiúza; Eduardo Amilibia; José P. de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L. Cremonese

PARASITISMO SOBRE POSTURAS DO PERCEVEJO-DO-COLMO-DO-ARROZ EM SANTA CATARINA, BRASIL - Cinei Teresinha Riffel; Honório Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff

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ASPECTOS BIOLÓGICOS DO PARASITÓIDE Telenomus podisi ASHMEAD EM OVOS DO PERCEVEJO-DO-COLMO Tibraca limbativentris (STAL) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Cinei Teresinha Riffel; Honório Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff

ESTUDO DO PERÍODO RESIDUAL DE STANDAK 250 FS (FIPRONIL) NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAÍZ EM ARROZ IRRIGADO - Honório Francisco Prando; Cinei Teresinha Riffel e Fátima Teresinha Rampelotti

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO EM SISTEMA PRÉ-GERMINADO, COM E SEM TRATAMENTO DE SEMENTES PARA CONTROLE DO Oryzophagus oryzae - Honório Francisco Prando; Rubens Marschalek, Henri Stuker, Jaqueline Nogueira Muniz, Khadine Thatiane

EFEITO DE Aspergillus flavus SOBRE Oebalus poecilus (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana da Silva Beringer; Solange Zimmer; Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de Castilhos-Fortes

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR DE Tibraca limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana S. Beringer; Solange Zimmer; Carine Cristina Tavares de Souza; Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de Castilhos-Fortes

FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO Tibraca limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA HIBERNAÇÃO EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Lídia M. Fiúza; Raquel de Castilhos-Fortes; Gilberto M. Dotto; Eduardo Amilibia

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ADULTOS DE Oryzophagus oryzae (COL; CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Eduardo Amilibia

CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DE Ochetina uniformis (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Gilberto M. Dotto; José Luis R. dos Santos

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE ALGUNS INSETICIDAS NO CONTROLE DA BICHEIRA DA RAÍZ NA SAFRA 2000/2001 EM URUGUAIANA - João Batista Beltrão Marques; Jaime Vargas Oliveira; Maria Benta Cassetari; Jorge Antônio Molinari Flores; Ígor Sotal Sauceda

TOXICIDADE DE Cry1Ba, SINTETIZADA POR BACILLUS THURINGIENSIS CEPA 4412, À SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) - Laura Massochin Nunes Pinto; Andréa Roveré Franz; José Luís Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza

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PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS THURINGIENSIS AOS ADULTOS DE OEBALUS POECILUS (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) – Laura Massochin Nunes Pinto; Juliana da Silva Beringer; José Luís Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiuza

PERFIL PROTÉICO E PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS CEPA T33001 A INSETOS PRAGAS ORIZÍCOLAS - Marciele Pandolfo; Jaime Vargas de Oliveira; José Luis Rosa dos Santos Jean-François Charles; Lídia Mariana Fiúza

EFEITO LETAL DAS PROTEÍNAS Cry1Ab e Cry1Ac DE Bacillus thuringiensis ÀS LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda (LEPIDOPTERA, NOCTUIDAE). - Neiva Knaak; Andréa Rovere Franz; Jaime Vargas de Oliveira; Lídia Mariana �ídia

CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DA BICHEIRA-DA- RAIZ Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA: CURCULIONIDADE) EM ARROZ IRRIGADO - Eduardo Amilibia, Jaime Vargas de Oliveira

EFICIÊNCIA DE CURBIX 200 SC, EM DUAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO NO CONTROLE DE Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA; CURCULIONIDAE), EM ARROZ IRRIGADO - Jonas André Arnemann; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Jorge Antonio Silveira França; Sandro Borba Possebon; Angelita Sangoi Martins; Élder Dal Pra

CONTROLE QUÍMICO DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera , Erirhinidae), ATRAVÉS DE INSETICIDAS APLICADOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO ARROZ - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Fábio karlec; Luciano Pizzuti

DANOS DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera, Erirhinidae , Erirhininae) EM COLMOS DE PLANTAS DE ARROZ IRRIGADO - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Luciano Pizzuti; Jonas André Arnemann

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA ETHIPROLE (CURBIX 200 SC) EM PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA- RAIZ Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) ( COLEOPTERA: CURCULIONIDAE ) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto; Murilo Damé Fonseca Paschoal; Rafael Antonio Pasini

IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E HIBRIDIZAÇÃO EM ENTRE OS BIOTIPOS DE Spodoptera frugiperda - Vilmar Machado; Milena Wunder; Vanessa D. Baldisera; Jaime V. Oliveira; Lidia M. Fiúza

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NIVEL DE INFESTAÇÃO DE Tibraca limbativentris NA COLHEITA DO ARROZ IRRIGADO, SAFRA 2005/06. - Dionísio Link, Fabio Moreira Link e Juliano Perlin de Ramos

DISPERSÃO DE Tibraca limbativentris EM DUAS LAVOURAS DE ARROZ, EM SANTA MARIA, RS, SAFRA 2006/07 - Fábio Moreira Link, Dionísio Link e Juliano Perlin de Ramos

SELETIVIDADE DE ALGUNS INSETICIDAS NA POPULAÇÃO DE ARANHAS EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Erica H. Buckup; Everton N. L. Rodrigues; Maria Aparecida de L. Marques; Milton Mendonça Jr; Lídia M. Fiuza; Valmir G. Menezes; Eduardo Amilibia; Jose Patrício de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L. Cremonese

EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA-DA-FOLHA Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Murilo Damé Fonseca Paschoal; Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ ( Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves

COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM GENÓTIPO SIMULADOR DE ARROZ- VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Rubia Piesanti

COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler

CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO COM O HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza Figueredo; Mariane Rosenthal; Webster, E.P.; Masson, J.A

IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL, ATRAVÉS DE BIOENSAIO DA MISTURA HERBICIDA (IMAZAPIC + IMAZETHAPYR) EM ÁGUA, PARA A CULTURA DO SORGO, RABANETE E PEPINO - Mariane D’Avila Rosenthal; Jesus Juares Oliveira Pinto; Camila Ferreira de Pinho; Frederico Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Rodolfo Rocha Richter; Antonio Donida

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BIOENSAIOS PARA DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZI MA ALS EM CULTIVARES DE ARROZ - Ana Carolina Roso; Aldo Merotto Junior; Carla Andréa Delatorre

EFEITO DO ÓLEO VEGETAL AGR’ÓLEO E DO VOLUME DE CALDA NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS POR VIA AÉREA EM ARROZ - Eugenio Passos Schröder

IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM POPULAÇÕES DE Sagitaria montevidensis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ALS EM SANTA CATARINA - Gabriela F. Pinheiro; José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt; Janaína M. Rodrigues; Leonardo C. Malburg

MANEJO DO SOLO E RESIDUAL DA M ISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ARROZ NÃO TOLERANTE - Alejandro F. Kraemer; Enio Marchesan; Mara Grohs; Jefferson T. Fontoura; Paulo F. S. Massoni; Sérgio L. O. Machado; Luis A. Ávila

SUSCETIBILIDADE DIFERENCIAL DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) AO HERBICIDA ONLY® - Carlos Alberto Lazaroto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Fausto Borges Ferreira

COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 2. UTILIZAÇÃO DE VARIÁ VEIS RELATIVAS - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Leandro Galon .

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE BIÓTIPOS DE CAPIM- ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço; Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Marcelo Rodrigues Reis; Antônio Alberto da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin

CRESCIMENTO DE COLMOS E FOLHAS DE CAPIM- ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC SOB COMPETIÇÃO - Germani Concenço; Ignacio Aspiazú; Evander Alves Ferreira; Marcelo R. Reis; Francisco Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE RAÍZES DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE COMPETIÇÃO - Germani Concenço; Evander Alves Ferreira; Alexandre Ferreira. da Silva; Ignacio Aspiazú; Francisco Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva

POTENCIAL COMPETITIVO DE BIÓTIPOS DE CAPIM- ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço; Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Ignacio Aspiazú; Marcelo Rodrigues Reis; Antônio Alberto da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin

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TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. I - ESTÁDIO V2 - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Silvia de Souza Figueredo; Rubia Piesanti Rigoli; Mariane Rosenthal

TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. II - ESTÁDIO V4 - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza Figueredo; Mariane Rosenthal

ESTIMATIVAS DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE CULTIVARES DE ARROZ PELA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-AR ROZ - Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Pedro V. D. de Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P. Tironi; Gerson K. Vignolo

NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM- ARROZ E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA NA LAVOURA - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Daniel L. Freitas; Luís E. Panozzo; Randal R. Brandolt

NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM- ARROZ E CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO - Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Luís E. Panozzo; Gerson K. Vignolo; Léo S. dos Santos; Glauco F. Almeida

INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ COM A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Pedro V. D. Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P. Tironi; Randau R. Brandolt

EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli , Echinochloa colonum e Cyperus ferax NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO ( Oryza sativa L.) - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos

EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO SISTEMA DE CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos

EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS- EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Hymenachne amplexicaulis E DE Echinochloa crusgalli EM ARROZ IRRIGADO - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini; Ana Paula Estevo; Graciela

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Castilhos; Danie Martini Sanchotene; Rafael Friguetto Mezzomo

IDENTIFICAÇÃO DE ECÓTIPOS DE Cyperus difformis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ACETOLACTATO SINTASE (ALS) EM SANTA CATARINA - Sônia Andrade, José Alberto Noldin, Gabriela Fabiane Pinheiro, Domingos Sávio Eberhardt

DIETHOLATE PERMITE AUMENTAR A DOSE DE CL OMAZONE SOBRE A CULTIVAR BR IRGA 417 - Alencar Zanon Junior; Graziane Vargas; Murilo Comassetto Queiroz; André Trevisan de Souza; Nelson D. Kruse

INFLUÊNCIA DO HERBICIDA PENOXSULAM NO CRESCIMENTO DO SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS DE ARROZ ( Oryza sativa ) – Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andrés; Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella; Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS EM BIÓTIPOS RESISTENTES DE Cyperus difformis PELA UTILIZAÇÃO DE HERBICIDAS ALTERNATIVOS - Taísa Dal Magro; Dirceu Agostinetto; Leandro Vargas; José Alberto Noldin

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ARROZ IRRIGADO COM USO DE GAMIT COM PERMIT – Eduardo Amilibia; Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente Ramirez; Luiz Felipe Thoma

CONTROLE QUÍMICO DA GRAMA- BOIADEIRA NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO – Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique Paim Mariot, Ricardo Luiz da Silva Herzog

CONTROLE DE ARROZ VERMELHO EM ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS E O RESIDUAL EM GENÓTIPO DE ARR OZ NÃO TOLERANTE – Paulo Fabrício Sachet Massoni; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Mara Grohs; Jefferson Tolfo da Fontoura; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de �láud

BANCO DE SEMENTES DE ARROZ VERMELHO COM USO DO SISTEMA CLEARFIELD® - Mara Grohs; Enio Marchesan; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Cláudio Glier; Luis Antonio de Ávila

COMPATIBILIDADE ENTRE BASAGRAN E OUTROS HERBICIDAS UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Domingos Sávio Eberhardt; José Alberto Noldin

CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) PELA APLICAÇÃO DE IMAZETHAPYR E/OU ETHOXYSULFURON - Luís E. Panozzo; Dirceu Agostinetto; Camila P. Tarouco; Claudia de Oliveira; José M. Betemps Vaz Silva; Catarine Markus; Ezequiel de Oliveira

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EFEITO DO HERBICIDA PENOXSULAM COM ADIÇÃO DE DIFERENTES ADJUVANTES NO CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene indica ) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Luís Eduardo Panozzo; Rogério Silva Rubin; Rodrigo Neves

INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO NO CONTROLE DE Cyperus esculentus - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Taísa Dal Magro; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rodrigo Neves

CONTROLE DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PE NOXSULAM E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Pedro Valério Dutra Moraes; Léo Silva dos Santos; Gerson Kleinick Vignolo

HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE ARROZ COM ANGIQUINHO (AESCHYNOMENE DENTICULATA ) - Nilson Gilberto Fleck; Fausto Borges Ferreira; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes

ÉPOCAS DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ARROZ IRRIGADO PARA MANEJO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata ) - Fausto Borges Ferreira; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes

COMPETIÇÃO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata ) COM ARROZ IRRIGADO EM RESPOSTA À ÉPOCA DE ADUBAÇÃO NITROGENADA - Fausto Borges Ferreira; Nilson Gilberto Fleck; Valmir Gaedke Menezes; Hector Ramirez

ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS E SELETIVIDADE À CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Siumar P. Tironi; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Vinicius J. de Moraes

DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DO H ERBICIDA ONLY® EM DUAS CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTE AS IMIDAZOLINONAS - Gustavo Mack Telo; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Rafael Bruck Ferreira; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de Ávila

AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE TIRIRICA ( Cyperus esculentus L.) COM HERBICIDAS NA CULTURA DO ARROZ - Fernando Borges Santiago; Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Ana Paula Estevo; Sylvio Henrique Bidel Dornelles

EFICIÊNCIA DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE, APLICADOS EM PÓS- EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Panicum dichotomiflorum EM ARROZ IRRIGADO - Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini

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EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli , Aeschynomene denticulata E Cyperus iria . - Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Rafael Friguetto Mezzomo

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE ARROZ ( Oryza sativa L.) RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS - Merotto Jr., A.; Kalsing, A.; Roso, A.C.; Matzenbacher, F.O.; Francesqueit, D.V.

CROSS-RESISTANCE TO ALL ALS- INHIBITING HERBICIDE GROUPS AND PHYLOGENETIC RELATIONSHIP OF ALS GENE IN Cyperus difformis L. - Aldo Merotto Jr; Marie Jasieniuk; Albert J. Fische

ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE ARROZ IRRIGAD O APÓS O USO DO SISTEMA CLEARFIELD® - Luis Antonio de Ávila; Gustavo Mack Telo; Enio Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Rafael Bruck Ferreira; Getúlio Rigão Filho

EFEITO RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR COM IMAZAPIC EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE, SEMEADO 371 E 705 DIAS APÓS A APLICAÇÃO - Enio Marchesan; Mara Grohs; Fernando Machado dos Santos; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto Kraemer; Gustavo Mack Telo; Luis Antonio de Ávila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado

COMPETITIVIDADE DE Heteranthera reniformis COM ARROZ IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Domingos Sávio Eberhardt; José Alberto Noldin; Henri Stuker

RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ÁREA COM CULTIVO SUCESSIVO DE ARROZ IRRIGADO - Enio Marchesan; Gustavo Mack Telo; Rafael Bruck Ferreira; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto Kraemer; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de Ávila

CONTROLE DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD ® DE PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Henrique Paim Mariot

COMPORTAMENTO DA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO (Sorghum bicolor ), cv BR 304, SEMEADO EM ROTAÇÃ O COM O ARROZ CLEARFIELD ® - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho

EFEITO DO PH NA MOBILIDADE DA MISTURA HERBICIDA IMAZAPIC + IMAZETHAPYR NO PERFIL DE UM PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO EUTRÓFICO SOLÓDICO - Jesus Juares Oliveira Pinto; Mariane D’Avila Rosenthal; José Alberto Noldin; Antonio Donida; Glauco Foster Almeida; Camila Ferreira de Pinho;

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Leonard Bonilha Piveta

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL EM SOLO DA MISTURA FORMULADA COM OS HERBICIDAS IMAZAPIC + IMAZETHAPYR, PARA A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVAR IRGA 417 - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Rodolfo Rocha Richter; Frederico Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho

EFEITO DA ATIVIDADE DO HERBICIDA IMAZAPIC+IMAZETHAPYR NA CULTURA DO AZEVÉM ( Lolium multiflorum ) SEMEADO EM SUCESSÃO A CULTURA DO ARROZ CLEARFIELD ® - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Camila Ferreira de Pinho; Glauco Foster Almeida; Antonio Donida

ÉPOCAS DE CONTROLE DE ANGIQUINHO EM ARROZ IRRIGADO - André Andres; Giovani Theisen; Jorge Rieffel FO; Douglas Hoffman; Germano Butow; Paulo di Primio

CONTROLE QUÍMICO DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD - André Andres; Giovani Theisen; Douglas A Hoffman; Germano T. Büttow; Jorge Rieffel F°; Paulo di Primio; Daniela Schossler; Leandro Pasqualli

EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO - Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene

COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 1. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS - Nilson Gilberto Fleck; Dirceu Agostinetto; Carlos Eduardo Schaedler; Leandro Galon

PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ ( Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves

CONTROLE DE ESCAPES DE ARROZ- VERMELHO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO CLEARFIELD NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog; Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia

RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR PUITÁ EM FUNÇÃO DA ASPERSÃO DE IMAZAMOX APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog; Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia

EFICIÊNCIA DO HERBICIDA IR 5878 WG NO CONTROLE DE Fimbristylis miliacea NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula

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Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene

SUSCETIBILIDADE DE TRÊS ESPÉCIES D E ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) A HERBICIDAS DE USO EM PÓS-EMERGÊNCIA EM ARROZ IRRIGADO - Carlos Eduardo Schaedler; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Alberto Lazaroto; Fausto Borges Ferreira

REDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente Ramírez; Rodrigo Neves

CONTROLE DE Digitaria ciliares E DE Alternanthera philoxeroides PELA APLICAÇÃO DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini; Fernando Borges Santiago

CRESCIMENTO DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos, Germani Conçenço, André Andres, Jorge Rieffel Filho, Jean Vilella, Carlos Nachtigall Garcia, Nei Fernandes Lopes

MEIO AMBIENTE E IMPACTO AMBIENTAL

ASSEMBLÉIAS DE ANFÍBIOS EM ARROZAIS DA PLANÍCIE COSTEIRA DO SUL DO BRASIL, MOSTARDAS, RIO GRANDE DO SUL, DADOS PRELIMINARES - Iberê Farina Machado; Aline Regina Gomes Moraes Lace; Leonardo Felipe Bairos Moreira; Leonardo Maltchick; Demétrio Guadagnim

DIVERSIDADE DE TURBELÁRIOS DULCIAQÜÍCOLAS (PLATYHELMINTHES) EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL - Dioneia Conceição da Vara; Ana M. Leal-Zanchet; Demétrio L. Guadagnin

CONSERVAÇÃO DE AVES AQUÁTICAS EM ARROZAIS - Demétrio Luis Guadagnin; Ângela Schmitz Peter; Leonardo Maltchik

MACRÓFITAS AQUÁTICAS DE UM CANAL DE IRRIGAÇÃO DE LAVOURA DE ARROZ DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL - Taís Lacerda; Ana Silvia Rolon; Leonardo Maltchik

DINÂMICA DA COMUNIDADE DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM UMA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL - Ana Silvia Rolon; Taís Lacerda; Leonardo Maltchik

DINÂMICA DE MACROINVERTEBRADOS EM UMA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO NA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL - Cristina Stenert, Roberta Cozer Bacca, Carolina Mostardeiro, Tiago

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Dexheimer, Leonardo Maltchik

ATIVIDADE RESIDUAL DE HERBICIDAS DO GRUPO QUÍMICO DAS IMIDAZOLINONAS EM DOIS T IPOS DE SOLO EM ARROZ IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO - José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt; Leonardo C. Malburg; Gabriela F. Pinheiro; Janaina M. Rodrigues

TOXICIDADE AGUDA DOS PRINCIPAIS HERBICIDAS E INSETICIDAS UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO SOBRE A BACTÉRIA VIBRIO FISCHERI - Fernanda Poleza; Rafael Camargo Souza Leonardo Rubi Rörig; Cesar Augusto Stramosk; José Alberto Noldin; Charrid Resgalla Jr.

RESIDUAL DO HERBICIDA ATRAZINA APLICADO EM MILHO NO SOLO E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO DE CU LTIVO SUBSEQÜENTE DE ARROZ - Maria Laura Turino Mattos; André Andrés; Claudio Alberto S. da Silva; Ieda Maria Baade dos Santos

ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E AMBIENTAIS DO INSETICIDA CARBOSULFANO EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Ieda Maria Baade dos Santos

OCORRÊNCIA DE BACILLUS spp. EM AMOSTRAS DE ÁGU A DE DIFERENTES REGIÕES ORIZÍCOLAS DO RS. - Leila Lucia Fritz; Maria Helena Ribeiro Reche; Valmir Gaedke Menezes; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza

REÚSO DA ÁGUA DE EFLUENTES URBANOS EM IRRIGAÇÃO DE LAVOURA DE ARROZ EM PELOTAS, RS - Álvaro Nebel; Rul Martins Antunes; Gilberto Loguércio Collares; Orlando Pereira Ramirez

A QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL EM UMA MICROBA CIA ONDE O ARROZ IRRIGADO É A PRINCIPAL ATIVIDADE AGRÍCOLA - Francisco Carlos Deschamps; José Alberto Noldin

MONITORAMENTO DA ÁGUA DO RIO GRAVATAÍ USADA NA IRRIGAÇÃO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ EM CACHOEIRINHA, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Silvio Aymone Genro Jr; Elio Marcolin

MONITORAMENTO DA ÁGUA DAS LAVOURAS DE ARROZ NA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO GUARAXAIM NO MUNICÍPI O DE ARAMBARÉ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Roberto Longaray Jaeger; Silvio Aymone Genro Jr

RESÍDUOS DE AGROQUÍMICOS NA ÁGUA DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO E DE DRENAGEM PRINCIPAL DA ÁREA CULTIVADA COM ARROZ NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BARRAGEM DO

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ARROIO DURO, CAMAQUÃ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Valmir Gaedke Menezes; Elio Marcolin; Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Éverton Luis Fonseca; Renato Zanella

EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS SOBRE A RIQUEZA ESPECÍFICA DE COMUNIDADES FITOPLANCTÔNICAS EM CULTURA DE ARROZ IRRIGADO - Emília de Souza Cebalhos; Maria Angélica Oliveira; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Geovane Boschmann Reimche; Renato Zanella; Luis Antonio de Ávila; Enio Marchezan; Sandro Santos; Vânia Lúcia Pimentel Vieira

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUA EM ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ, IRGA, CACHOEIRINHA, RS - Tavares, C.R.M.; Frizzo, C.; Macedo, V.; Fiuza, L. M

ADUBO VERDE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Juliana Dode; Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes

FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO PELO COMPLEXO SIMBIÓTICO Azolla-anabaena NA CULTURA DO ARROZ IRRIG ADO - Juliana Dode; Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes

ESPÉCIES DE AVES EM ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA CATARINA - Franciane Moretti; Juliana Vieira; José Alberto Noldin

REPRODUÇÃO DE AVES EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA CATARINA - Franciane Moretti; José Alberto Noldin; Juliana Vieira

PRESENÇA DE CARBAMATOS EM PARTES DA PLANTA DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - Christina Venzke Simões de Lima; Marcos Rivail da Silva; Joseline Molozzi; Adriano Alves da Silva

EMISSÃO DE METANO EM LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO SOB SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Magda Aparecida de Lima;, Domingos S. Eberhardtv; Maria Conceição P.Y. Pessoa; Rosa T. S.Frighetto; Sérgio Valério Neto; Denis F. Plec; Gabriela F. Pinheiro; Dagmar N. S. Oliveira; Melissa Baccan

INFLUÊNCIA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC E BISPYRIBAC-SODIUM NA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA EM ARROZ IRRIGADO - Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Jaqueline Ineu Golombieski; Enio Marchesan

PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Geovane Boschmann Reimche; Renato Zanella; Enio Marchesan; Marcia Helena Scherer Kurs; Fábio Ferreira Gonçalves; Luis Antonio de Ávila; Ednei Gilberto Prime

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INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO DE VÁRZEA TROPICAL CULTIVADO COM FORRAGEIRAS PARA IMPLANTAÇÃO DO ARROZ IRRIGADO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO - Murillo Lobo Junior; Valácia Lemes da Silva Lobo; João Neto Garcia de Souza; Alberto Baeta dos Santos

MONITORAMENTO DE HERBICIDAS E INSETICIDAS EM DOIS RIOS DA DEPRESSÃO CENTRAL DO RS, DURANTE O CULTIVO DO ARROZ IRRIGADO - Luis Antonio de Avila; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori; Enio Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Tiago Luis Rossato; Gabriel Adolfo Garcia; Renato Zanella; Fábio Ferreira Gonçalves; Márcia Helena Scherer Kurz; Vera Regina Mussói Macedo

EFEITO DE UMA FORMULAÇÃO COMERCIAL DO INSETICIDA CARBOFURAN SOBRE A COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Joele Schmidt Baumart; Bianca Zimmermann; Marcelo Dalosto; Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio Marchesan; Luis Antonio de Avila; Sandro Santos

EFEITO DE DIFERENTES FORMULAÇÕES COMERCIAIS DE PESTICIDAS SOBRE A ATIVIDADE DA ACETILCOLINESTERASE EM CÉREBRO E MÚSCULO DE CARPAS (CYPRINUS CARPIO VAR HUNGARA) EXPOSTAS EM LAVOURA DE ARROZ - Bibiana Silveira Moraes; Vânia Lúcia Loro; Alice Raabe; Alexandra Pretto; Milene Braga da Fonseca; Geovane Boschmann Reimche; Luis Antonio de Avila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio Marchesan; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO UTILIZADA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ, CACHOEIRINHA, RS - Maria Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza

ABUNDÂNCIA DE COLIFORMES EM ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM EM ECOSSISTEMA ORIZÍCOLA, CAMAQUÃ, RS - Maria Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza

AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE AGROTÓXICOS NO SEDIMENTO DE DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL - Douglas Daniel Grützmacher; Anderson Dionei Grützmacher; Dirceu Agostinetto; Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella

EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO ORIZICOLA DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Douglas Daniel Grützmacher; Cândida Renata Farias; Anderson Dionei Grützmacher; Rodrigo Schulz; Marcelo Lerina

DINÂMICA DOS ORGANISMOS BENTÔNICOS NA LAVOURA DO ARROZ E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO - Karine Delevati

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PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DO SOLO POR INVERTEBRADOS AQUÁTICOS, APÓS A IRRIGAÇÃO EM ARROZ - Karine Delevati Colpo

ANÁLISE DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM ÁGUAS UTILIZADAS NA ORIZICULTURA DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline Frizzo; Jaime Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos Santos; Lídia Mariana Fiúza

ABUNDÂNCIA DE BACILOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS PRESENTES EM ÁGUAS UTILIZADAS NA IRRIGAÇÃO DO ARROZ EM CINCO REGIÕES PRODUTORAS DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline Frizzo; Jaime Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos Santos; Lídia Mariana Fiúza

AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO EM DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS NO SUL DO BRASIL - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Dirceu Agostinetto; Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella

CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM PRINCIPAL DA LAVOURA DE ARROZ NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BARRAGEM DO ARROIO DURO, MUNICÍPIO DE CAMAQUÃ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Valmir Gaedke Menezes; Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Everton Luis Fonseca

IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS DE LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO NO LITORAL NORTE DE SANTA CATARINA - Hector Silvio Haverroth; Domingos Sávio Eberhardt

COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO HERBICIDA CLOMAZONA NA TECNOLOGIA PERMIT EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; André Andrés; Ieda Maria Baade dos Santos; Juliano Anselmo

SEMENTES E AGROINDÚSTRIA

ESTRESSE SALINO E A SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE ARROZ BR-IRGA 409 E TIBA - Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Leonardo Schaedler; Luiz Augusto Salles das Neves; Cristiane Freitas Bastos; Gabriel da Luz Wallau

COMPOSIÇÃO EM ÁCIDÓS GRAXOS DO ÓLEO DE ARROZ DURANTE O PROCESSO DE REFINO – Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO- QUÍMICA DO FARELO DE ARROZ UTILIZADO PARA A OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ARROZ - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto

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TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ÁCIDOS FENÓLICOS EM GENÓTIPOS PIGMENTADOS E NÃO PIGMENTADOS DE ARROZ (ORYZA SATIVA , L.) - Nádia Valéria Mussi de Mira; Rosa Maria Cerdeira Barros; Moacir Antonio Schiocchet; José Alberto Noldin; Ursula Maria Lanfer-Marquez

ESTUDO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO- QUÍMICAS DE PRODUTOS DE ARROZ PROVENIENTES DE CAMPOS EXPERIMENTAIS E DO COMÉRCIO DA REGIÃO SUL DO RS - Débora Craveiro Vieira; Vânia da Silva Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto Fagundes; Eliana Badiale Furlong

INCIDÊNCIA DE MICOTOXINAS E TEOR DE FENÓIS TOTAIS EM DIFERENTES FRAÇÕES DO GRÃO DE ARROZ - Débora Craveiro Vieira; Vânia da Silva Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto Fagundes; Eliana Badiale Furlong

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE PARBOILIZAÇÃO SOBRE A FRAÇÃO γγγγ- ORIZANOL DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Marco Aurélio Ziemerman; Moacir Cardoso Elias; Elvio Aosane; Álvaro Renato Guerra Dias

DESENVOLVIMENTO DO CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE SEMENTES DE DISTINTOS VIGORES EM OITO DENSIDADES DE SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari; Ígor Sotal Sauceda

SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE ARROZ HÍBRIDO XP- 739 E DA CULTIVAR BR-IRGA 409 AO ESTRESSE SALINO - Leonardo Schaedler; Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Luiz Augusto Salles das Neves; Gabriel da Luz Wallau; Cristiane Freitas Bastos

EFEITO DO BENEFICIAMENTO DO ARROZ NO DESEMPENHO E RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes

CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS, PROPRIEDADES DE CONSUMO E PARÂMETROS DE PARBOILIZAÇÃO DOS GRÃOS DE ARROZ DOS CULTIVARES IRGA 423 E IRGA 424 - Carlos Alberto Alves Fagundes; Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Antonio Folgiarini de Rosso; Renata Pereira da Cruz; Paulo Sergio Carmona; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias

ESTABILIZAÇÃO DE FARELO DE ARROZ POR IMERSÃ O EM ÁGUA QUENTE - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Vanessa Fernandes Araujo; Fausto Alberto Torres Rodriguez; Maurício de Oliveira; Ursula Maria; Lanfer-Marquez; Moacir Cardoso Elias

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COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL EM GRÃOS DE ARROZ POLIDO E PARBOILIZADO - Fabrício Barros Brum; Bruna Mendonça Alves; Jaqueline Ineu Golombieski; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes

AVALIAÇÂO DA COMPOSIÇÃO MINERAL DE GRÃOS DE ARROZ BRANCO POLIDO - Jaqueline Ineu Golombieski; Fabrício Barros Brum; Cristiane Casagrande Denardin; Bruna Roberto; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes

CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS EM FARELO DE ARROZ - Simone A.S.C. Faria; Otilia T. Carvalho; Luciana T. Yoshime; Selma N. Koakuzu; Priscila Z. Bassinello; Débora I. T. Fávaro; Marilene D.V.C. Penteado

EFEITOS DA TEMPERATURA DA ÁGUA DE ENCHARCAMENTO NA PARBOILIZAÇÃO SOBRE O PERFIL CROMATOGRÁFICO LIPIDICA DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Marco Aurélio Ziemerman; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

ARROZ VERMELHO NAS AMOSTRAS DE SEMENTES ANALISADAS NA REDE DE LABORATÓRIOS (LAS) DO IRGA NO PERÍODO DE 1996 A 2006 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Jair Flores Junior; Sintia da Costa Trojan; Maria da Graça Burgo Valério; Roberto Longaray Jaeger; Jaceguay Barros

PRODUÇÃO DE SEMENTE GENÉTICA E BÁSICA DO IRGA NAS SAFRAS 2005/2006 E 2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Athos Dias de Castro Gadea

ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE SEMENTES DO IRGA NAS SAFRAS 2004/2005, 2005/2006 E 2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma

PROFUNDIDADE DE SEMEADURA E QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE ARROZ HÍBRIDO - Fábio Mielezrski; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Luis Osmar Braga Schuch; Mateus Olivo

COMPORTAMENTO DE PLANTAS EM POPULAÇÕES DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Mateus Olivo

EMERGÊNCIA EM CAMPO E CRESCIMENTO INICIAL DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Jacson Zuchi

DESEMPENHO DE PLANTAS INDIVIDUAIS DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DO VIGOR DAS SEMENTES - Fabio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Luís Eduardo Panozzo; Rudineli Ribeiro Carvalho; Jacson Zuchi

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MÉTODO ALTERNATIVO NA SEPARAÇÃO DE LOTES DE SEMENTES DE ARROZ QUANTO AO VIGOR - Cristina Rodrigues Mendes; Maria da Graça de Souza Lima; Dario Munt de Moraes

INCIDÊNCIA DE SEMENTES DE AESCHYNOMENE spp., ECHINOCHLOA spp. E IPOMEA sp. EM LOTES DE SEMENTES DE ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E PRÓPRIAS - Maria da Graça Burgo Valério; Mário Borges Trzeciak; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Patrícia da Silva Vinholes; Francisco Amaral Villela

ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE ARROZ IRRIGADO BRS JABURU PRODUZIDO EM RORAIMA - Oscar José Smiderle; Moisés Mourão Jr; Antonio Carlos Centeno Cordeiro

ÉPOCAS DE COLHEITA DE ARROZ IRRIGADO BR IRGA 409 CULTIVADO EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo Roberto Perreira; Moisés Mourão Jr

EFEITOS DA AMILOSE E DA PARBOILIZAÇÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; William da Silva Krolow; André Luiz Radünz; Juliane Mascarenhas Pereira; Magna da Glória Lameiro; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

COMPORTAMENTO VISCOAMILOGRÁFICO DA FARINHA DE ARROZ MOTTI MODIFICADA QUIMICAMENTE - Fernanda Muniz das Neves; Juliane Mascarenhas Pereira; Pablo Daniel Freitas Bueno; Elizabete Helbig; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

EFEITOS DO GRAU DE POLIMENTO SOBRE PROPRIEDADES DE TEXTURA E SENSORIAIS EM ARROZ BRANCO - Cátia Regina Storck; André Luiz Radünz; Gerson Lübk Buss; Jander Luiz Fernandes Monks; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias

INTENSIDADE DE POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS E COCÇÃO DO ARROZ PARBOILIZADO - Cátia Regina Storck; Elessandra Zavareze; Juliane Mascarenhas Pereira; Rafael de Almeida Schiavon; Jander Luiz Fernandes Monks; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

EFEITO DO POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS, DE TEXTURA E SENSORIAIS EM GRÃOS DE ARROZ - Maurício de Oliveira; Otaviano Maciel Carvalho Silva; Lisandro Karnopp Tuchtenhagen; Pablo Daniel Freitas Bueno; Cátia Regina Storck; Ana Paula do Sacramento Wally; Moacir Cardoso Elias

TERRA DE DIATOMÁCEA E ÁCIDO PROPIÔNICO N O CONTROLE DE Rhyzopertha dominica e Tribolium castaneum EM ARROZ ARMAZENADO - Alexandra Morás; Maurício de Oliveira, Dejalmo Nolasco Prestes; Jonis Gelain; Irineu Lorini, Moacir Cardoso Elias

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EFEITOS DA PARBOILIZAÇÃO, DO ARMAZENAMENTO E DA COCÇÃO SOBRE A ESTABILIDADE DO AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; Volnei Luiz Meneghetti; Daniel Rutz; Pedro Luiz Antunes; Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias

EFEITOS DA PARBOILIZAÇÃO SOBRE O PERFIL CROMATOGRÁFICO DOS ÁCIDOS GRAXOS DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Gisele Feijó Brisolara; Marco Aurélio Ziemann dos Santos; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM CAMPO E QUALIDADE INDUSTRIAL DE HÍBRIDOS DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL - Leandro Pasqualli; Evandro Parisotto; Flavio L. Bock; Lauro Weber; Silvio Villa; Cristine Saravia

QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ ANALISADAS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE SEMENTES DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ - PELOTAS, NO PERÍODO DE 1991 A 2005 - M. G. B. Valerio; M. A. Tillmann

RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE SEMENTES DE DISTINTO VIGOR EM OITO DENSIDADES DE SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari Flores; Ígor Sotal Sauceda

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA E FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E PRÓPRIAS - Mário Borges Trzeciak; Maria da Graça Burgo Valério; Patrícia da Silva Vinholes; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Francisco Amaral Villela

AVALIAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE DE SEMENTES DE ARROZ (Oryza sativa L.) DURANTE O PROCESSO DE MATURAÇÃO E SUA VARIAÇÃO NA PANÍCULA - Rodrigo Castro Soares; Marcus Davi Ferreira Teplizky; Fabrício Becker Peske; Paulo Ricardo Reis Fagundes; Ariano Martins Magalhães Jr.; Silmar Teichert Peske

INTENSIDADE DO POLIMENTO SOBR E PARÂMETROS FÍSICOS E NUTRICIONAIS EM ARROZ BRANCO POLIDO - Jander Luis Fernandes Monks; Leandro Fernandes Monks; Daniel Rutz; Jeferson da Cunha Rocha; Marcelo Zaffalon Peter; Cátia Regina Storck; Moacir Cardoso Elias

EFEITO DO POLIMENTO NAS CARACTERIST ICAS QUIMICAS E SENSORIAIS DO ARROZ PARBOILIZADO - Jander Luis Fernandes Monks; Jonis Gelain; Ana Paula do Sacramento Wally; Mateus Pino; Rafael de Almeida Schiavon; Ricardo Tadeu Paraginski; Moacir Cardoso Elias

MODELOS MATEMÁTICOS PARA A SECAGEM INTERM ITENTE DE ARROZ EM CASCA - Volnei Luiz Meneghetti; Mateus Pino; Jeferson Cunha da Rocha; Willian da Silva Krolow; Rodrigo Bubolz Prestes; Fabrízio da Fonseca Barbosa; Moacir Cardoso Elias

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RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS EM ARROZ E DERIVADOS - Giniani Carla Dors; Melissa dos Santos Oliveira; Vânia Bierhals; Cristina Moreira da Silveira; Eliana Badiale-Furlong

EFEITO DO TEOR DE AMILOSE SOBRE O DESEMPENHO E METABOLISMO LIPÍDICO EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes

MODIFICAÇÕES NO MÉTODO CIAT PARA DETERMINAÇÃO DE AMILOSE - Francisco Carlos Deschamps; Gabriel Deschamps Fernandes

TEOR DE AMILOSE EM CULTIVARES E LINHAGENS DE ARROZ DO BANCO DE GERMOPLASMAS DA EPAGRI - ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SC - Gabriel Deschamps Fernandes; Francisco Carlos Deschamps

EFEITO DA COCÇÃO SOBRE OS TEORES DE γγγγ-ORIZANOL EM ARROZ INTEGRAL - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Priscila Araujo Pinto; Nadia Valéria Mussi de Mira; Isabel Louro Massaretto; Carlos Alberto Alves Fagundes; Ursula Maria Lanfer-Marquez ...................................................................................................................

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BOLO INGLÊS ELABORADO COM FARINHA DE ARROZ E XANTANA - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana Paula Assis, Letícia; Gularte, Márcia Arocha

AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA DE EXTRATOS DE ARROZ ELABORADOS COM ENZIMAS DE MALTE DE CEVADA - Leandra Zafalon Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva

ENZIMAS COMERCIAIS NA OBTENÇÃO DE EXTRATO DE ARROZ - Leandra Zafalon Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO COZIMENTO NO CONTEÚDO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM GENÓTIPOS DE ARROZ INTEGRAL - Isabel Louro Massaretto; Nádia Valéria Mussi de Mira; Priscila Araújo Pinto; Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; José Alberto Noldin; Moacir Antonio Schiocchet; Ursula Maria Lanfer-Marquez

TOCOFERÓIS E γ- ORIZANOL NO ÓLEO DE ARROZ ANTES E DEPOIS DO PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatt

INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE ARROZ OU DE MACARRÃO NO DESEMPENHO E RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes

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PÃO FRANCÊS MISTO DE ARROZ: ASPECTOS LEGAIS, VALOR NUTRICIONAL E ACEITABILIDADE - Angélica Magalhães; Elaine Lohmann, Evely Rucatti; Michele Mendes

EFEITO DE XANTANA E DA SUBSTITUIÇÃO DA F ARINHA DE ARROZ POR FARINHA DE TRIGO EM BOLO INGLÊS - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana Paula; Assis, Letícia; Gularte, Márcia Arocha

EFEITO DA ADIÇÃO DE GORDURA E DA FRITURA NA COCÇÃO DO ARROZ - Silva, P.M.; Bresolin, R;. Gularte, M.A

INFLUÊNCIA DO RENDIMENTO DO ARROZ COZIDO NA SOLTABILIDADE DOS GRÃOS - Silva, P.M; Bresolin, R.; Gularte, M.A

EFEITOS DO GRAU DE GELATINIZAÇÃO SOBRE P ROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DE ARROZ PARBOILIZADO - Moacir Cardoso Elias; Flávio Manetti Pereira; Gustavo Cella; Alberto Conceição da Cunha Neto; Dejalmo Nolasco Prestes; Diego Hohlz Prestes Gilberto Wageck Amato

CORRELAÇÃO ENTRE VISCOSIDADE FINAL DAS CURVAS VISCOAMILOGRÁFICAS E OS TEORES DE AMILOSE DE FARINHAS DE ARROZ POLIDO - Pablo Daniel Freitas Bueno; Cátia Regina Storck; Mário Satte Alan Neto; Fernanda Scheunemann Sacchet; Moacir Cardoso Elias; Manoel Artigas

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE MISTURAS DE FARINHAS DE TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento Wally; Nathan Levien Vanier; Gilberto Arcanjo Fagundes; Fernanda Neves; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ARROZ EM BOLOS - Márcia Arocha Gularte; Carla Maria Moita Brites; Maria João Trigo

EFEITO DA PRESSÃO DE AUTOCLAVAGEM SOBRE A FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; Daniel Rutz; Jonis Gelain; André Luiz Radünz; Maurício de Oliveira; Pedro Luiz Antunes, Moacir Cardoso Elias

EFEITOS DO GRAU DE GELATINIZAÇÃO SOBRE CARACTERÍSTICAS DE COCÇÃO E PROPRIEDADES SENS ORIAIS DE ARROZ PARBOILIZADO - Flávio Manetti Pereira; Elvio Aosani; Paulo Romeu Gonçalves; Rafael Dionello; Dejalmo Nolasco Prestes; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias

CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA PARBOILIZ AÇÃO DE ARROZ COM DIFERENTES TEORES DE AMILOSE - Elizabete Helbig; Elvio Aosani; Jeferson Cunha da Rocha; William da Silva Krolow; Carlos Alberto Alves Fagundes; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias

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EFEITOS DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DO CONTEÚ DO DE AMILOSE NAS PROPRIEDADES VISCOAMILOGRÁFICAS DE ARROZ BRANCO SUBMETIDO A DIFERENTES INTENSIDADES DE POLIMENTO - Pablo Daniel Freitas Bueno; Jeferson Cunha da Rocha; Mateus Pino; Fabrício de Matos Marques; Leandro Fernandes Monks; Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias

USO DE SUBPRODUTOS AGROINDUSTRIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE MACARRÃO NUTRICIONALMENTE MELHORADO - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da Silva; Luisa Helena Hecktheuer; Geni Salete Pinto de Toledo; Fabrício Barros Brum

ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE MACARRÃO E SEU EFEITO SOBRE A RESPOSTA BIOLÓGICA - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da Silva; Geni Salete Pinto de Toledo; Luiza Helena Hecktheuer; Carine Gláucia Comarella; Fabrício Barros Brum

COMPORTAMENTO DE HIDRATAÇÃO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto Bortolotto; Nilson Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni

TEOR DE PROTEÍNA EM AUXÍLIO À DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto Bortolotto; Nilson Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni

ÉPOCAS DE COLHEITA E PRODUTIVIDADE DE ARROZ IRRIGADO BRS RORAIMA EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo Roberto Perreira; Moisés Mourão Jr

ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ IRRIGADO PRODUZIDAS EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Moisés Mourão Jr.; Vicente Gianluppi

CARACTERISTICAS SENSORIAIS DE PÃES ELABORADOS COM FARINHAS MISTAS DE TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento Wally; Leandro da Conceição Oliveira; Thiago dos Santos Carrasco; Marlon Leonardo de Oliveira; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO- QUÍMICA DO ÓLEO DE ARROZ DURANTE O PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto

DORMÊNCIA PÓS COLHEITA EM GENÓTIPOS DE ARROZ-VERMELHO (Oryza sativa L.) CULTIVADOS - Fernanda Martins de Faria; Jaime Roberto Fonseca; Veridiano dos Anjos Cutrim

SÓCIO-ECONOMIA

ADIÇÃO DE FARINHA DE ARROZ À DE TRIGO: CONTRIBUIÇÃO À ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves

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Pereira

DENSIDADE DA PRODUÇÃO DE ARROZ NO MUNDO - Alcido Elenor Wander; Carlos Magri Ferreira; Fernando Luís Garagorry; Homero Chaib Filho; Tiago Ribeiro Ricardo

ABASTECIMENTO E CONSUMO DE ARROZ NO BRASIL - Alcido Elenor Wander; Carlos Magri Ferreira; Isabel Helena Vernetti Azambuja; Tiago Ribeiro Ricardo

ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO DO ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA - PERÍODO 1981 A 2007 - Antonio Carlos Centeno Cordeiro; Moisés Cordeiro Mourão Jr.; Roberto Dantas de Medeiros

MANEJO INTEGRADO PARA ALTA PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO NA ZONA SUL DO RIO GRANDE DO SUL - Vera Pereira Borges; Anderson da Costa Chaves; Giuseppe Morroni; Roger Carriconde; Luis Gonzaga; José Celso Basanesi; Luis Antônio de Leon Valente; Hector Vicente Ramirez; Marcos Souza Fernandes; Valmir Gaedke Menezes

PROJEÇÕES PARA O PREÇO DO ARROZ: UMA ANÁLISE GRÁFICA - Irceu Agostini; Mauricio �ésar Silva.

ANÁLISE DA ACEITABILIDADE DE MACA RRÃO DE ARROZ SEM GLÚTEN - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves Pereira; Gabriela da Silva Schirmann

CONSUMO DE ARROZ X ALIMENTOS SUBSTITUTOS: UMA ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA-NUTRICIONAL BASEADA NA POF 2002-2003 - Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS FONTES DE CARBOIDRATO NA COMPOSIÇÃO E NO CUSTO DO CESTO BÁSICO DE PORTO ALEGRE - Evely Gischkow Rucatti; Angélica Magalhães

BENEFICIAMENTO DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL EM 2006 – Victor Hugo Kayser; Evely Gischkow Rucatti; Camilo Feliciano de Oliveira

ESTRATÉGIAS DE DIFERENCIAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA ARROZEIRA DO RIO GRANDE DO SUL – Luciane Dittgen Miritz; Paulo Dabdab Waquil

SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE ARROZ NO VAREJO – Augusto Hauber Gameiro; Mariana Bombo Perozzi Gameiro

FARINHA E MACARRÃO DE ARROZ NA ALIMENTAÇÃO INSTITUCIONAL: ALTERNATIVA PARA O MERCADO ORIZÍCOLA - Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães; Nurdine Salé; André Roese; Tânia Nunes da Silva

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COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ARROZ E DE INDICADORES ECONÔMICOS NO MUNICIPIO DE URUGUAIANA - Evely Gischkow Rucatti; Victor Hugo Kayser; Camilo Feliciano de Oliveira

ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS DE ARROZ INTERNACIONAIS COM O BRASILEIRO - Maria A. S. Braghetta Motta; Hirina Oliveira Moraes Espósito; Silvia Helena G. de Miranda

CARACTERIZAÇÃO DO COMPOSTO DE MARKETING DO ARROZ: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA SITUAÇÃO NO BRASIL - Tiago Sarmento Barata, Ana Júlia Teixeira Senna

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE ARROZ EM EMBALAGENS DE 1 E 5Kg COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE PELOTAS, RS - Bresolin, Rafael; Prates, Denise da Fontoura; Fernandes, Meg da Silva; Pinto, Ellen Porto

PROJETO 10: EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NAS LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO DO RIO GRANDE DO SUL - Eduardo Pinto Amilibia; Valmir Gaedke Menezes; Luis Antônio De Leon Valente

DIVERSIFICAÇÃO DE CULTURAS

TEMPO DE INÍCIO DE NECROSE DAS RAÍZES E DIÂMETRO DO CAULE DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB INUNDAÇÃO - Cláudia Erna Lange

REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO: DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA - Cláudia Erna Lange

REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO: ESTIMATIVA DOS COMPONENTES DE VARIÂNCIA - Cláudia Erna Lang ...

DOSES E MANEJO DE NITROGÊNIO NO CULTIVO DO FEIJOEIRO EM VÁRZEAS TROPICAIS - Alberto Baêta dos Santos; Nand Kumar Fageria

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE HÍBRIDOS DE MILHO SOB ESPAÇAMENTO REDUZIDO ENTRE LINHAS EM VÁRZEA TROPICAL - Alberto Baêta dos Santos; Pedro Hélio Estevam Ribeiro

EFEITO DE PERÍODOS DE SATURAÇÃO DO SOLO NA TOLERÂNCIA À INUNDAÇÃO DE DOIS GENÓTIPOS CONTRASTANTES DE SOJA - Cláudia Erna Lange; Vladirene Macedo Vieira; Paulo Regis Ferreira da Silva; Humberto Bohnen

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PRODUTIVIDADE DE FORRAGEM DE POPULAÇÕES DE CAPIM -LANUDO EM TERRAS BAIXAS - Andréa Mittelmann; Bruna Obes Corrêa; Dagoberto da Silva Pires; Milena Moreira Peres

ATRASO NA SEMEADURA APÓS A DESSECAÇÃO PREJUDICA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO CULTIVADO EM TERRAS BAIXAS - Theisen, G.; Porto, M.P.; Andres, A

EMERGÊNCIA DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andres; Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella; Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes

ALTERAÇÃO NOS PARÂMETROS QUÍMICOS DO SOLO DURANTE QUATRO ANOS DE RIZIPISCICULTURA - Enio Marchesan; Gustavo Mack Teló; Tiago Luis Rossato; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Diogo Machado Cezimbra; Jaqueline Ineu Golombieski

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OFICINA TECNOLÓGICA

MANEJO E COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO INSETICIDA CARBOFURANO NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins

TECNOLOGIA QUE PROPORCIONA MAIOR LUCRATIVIDADE - Eduardo Romann Martini

ARROZ HÍBRIDO SUPERANDO DESAFIOS - Markus Ritter; Leandro Pasqualli; Renato Luzzardi; Cristine Saravia; Hélvio Missau

CIPERÁCEAS E SEUS DANOS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini

PALESTRAS

AGRICULTURA DE PRECISION EN INIA - URUGUAY - Alvaro Roel; Federico Molina; Hugo Firpo; Jose Terra

FARELO DE ARROZ COMO FONTE DE BIODIESEL - Tatiana Magalhães, Thaís Corso, Rosane Ligabue, Sandra Einloft, Jeane Dullius.

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS SOBRE O ARROZ IRRIGADO NO SUL DO BRASIL - Silvio Steinmetz

NOVOS PRODUTOS DERIVADOS DO ARROZ - José Luis; Ramírez Ascheri

TREHALOSE PRODUCING TRANSGENIC RICE PLANTS WITH IMPROVED SALINITY AND COLD TOLERANCE: PROGRESS AND FUTURE PROSPECTS - Ajay K. Garg; Ray J. Wu

ARROZ, TRIGO E MILHO: A CIÊNCIA DA GENÔMICA COMPARATIVA E OS CEREAIS QUE ALIMENTAM O MUNDO - Antonio Costa de Oliveira

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COMPATIBILIDADE DE HERBICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA DO ARROZ COM O FUNGO Metarhizium anisopliae, VISANDO O CONTROLE DO

PERCEVEJO-DO-COLMO DO ARROZ

Fátima T. Rampelotti(1)

, Honório F. Prando(2)

, José F. da S. Martins(3)

, Anderson Ferreira(4)

, Fernando A. Tcacenco

(2) e Anderson D. Grützmacher

(5).

(1)USP/ESALQ, Depto de

Entomologia – Laboratório de Resistência de Plantas e Plantas Inseticidas. Av. Pádua Dias, 11, C.P.: 9, CEP: 13418-970, Piracicaba, SP. E-mail: [email protected].

(2)Epagri –

Estação Experimental de Itajaí, SC, (3)

Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. (4)

USP/ESALQ, Depto Genética; (5)

Depto de Fitossanidade-Entomologia, FAEM, UFPel, Pelotas, RS.

O inseto-praga T. limbativentris, conhecido como percevejo-do-colmo do arroz, tem sua distribuição em todo território nacional, apresentando-se como importante praga na cultura do arroz irrigado (Prando et al., 1993). Sua ocorrência tem aumentado expressivamente nas lavouras de arroz, devido à alta densidade de plantas, ao clima e ao posicionamento das lavouras favorecem o aumento populacional do inseto.

A ocorrência natural de entomopatógenos sobre percevejo-do-colmo tem sido observada. De acordo com Martins et al. (2004) alguns isolados de M. anisopliae apresentam alta virulência sobre esse inseto em condições de campo.

Estudos de compatibilidade entre o fungo e agrotóxicos têm sido realizados para várias culturas agrícolas, almejando otimizar estratégias para o MIP. Tendo em vista que as condições microclimáticas no ambiente dos arrozais favorecem o crescimento populacional de T. limbativentris, devido à localização dos insetos entre os colmos, e que esse ambiente apresenta-se muito favorável para o desenvolvimento de doenças fúngicas, sugere-se a otimização do uso de fungos entomopatogêncos no controle desse inseto-praga. Dessa forma objetivou-se avaliar a compatibilidade in vitro do isolado CG 891 de M. anisopliae com alguns herbicidas utilizados na cultura do arroz irrigado, visando definir uma proposta para o manejo integrado.

Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Produção de Beauveria da Epagri, Estação Experimental de Itajaí, SC. Utilizou-se o isolado CG 891 de M. anisopliae mantido nesse laboratório para condução dos bioensaios.

Os parâmetros avaliados foram: (i) crescimento vegetativo, (ii) esporulação e a (iii) germinação dos conídios do fungo com duas doses de pyrazosulfuron (60 e 100 mL/ha), bentazon (1,2 e 2,00 L/ha), clomazone (0,8 e 1,4 L/ha), glifosato (2 e 4 L/ha) e quinclorac (500 e 750 g/ha). Para a testemunha utilizou-se meio BDA puro.

O crescimento vegetativo e a esporulação foram avaliados em dois experimentos,

sendo as doses de cada agrotóxico misturadas em meio BDA (Merk) fundido e vertidos 20 mL em cada placa. O fungo foi inoculado com agulha de platina, em três pontos eqüidistantes por placa, totalizando quatro placas por tratamento, que foram incubadas a

27±1ºC com 14 horas de fotofase por 12 dias, quando se observou a esporulação plena da testemunha. Das 12 colônias obtidas selecionaram-se oito para avaliar o crescimento vegetativo, através de duas medidas transversais (diâmetro). Seis dessas colônias foram selecionadas para determinar a conidiogênese; para tanto, recortaram-se as colônias com bisturi, as quais foram transferidas individualmente para tubos contendo 10 mL de solução estéril de Tween 80 (0,1%), e agitadas para facilitar a retirada dos esporos da superfície do meio. A contagem do número de esporos foi realizada em microscópio óptico com auxílio da câmara de Neubauer, usando 400 vezes de aumento. As médias obtidas do

crescimento vegetativo e da esporulação foram transformadas pela função √x+0,5 e submetidas à análise de variância e teste de Tukey (5%) para comparação das médias. O valor de T segundo Alves et al. (1998) foi utilizado para determinar o nível de toxicidade dos agroquímicos.

A germinação dos conídios foi avaliada em dois experimentos. Preparou-se uma suspensão de 10

7 esporos/mL em água estéril com Tween 80 (0,1%) contendo o

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agroquímico testado em sua respectiva dose. Essa suspensão foi mantida sob agitação por

uma hora, na temperatura ambiente. Posteriormente, 100 µL foram inoculados em meio BDA com auxílio da alça de vidro (Drigalsky). As placas foram incubadas por 24 horas nas mesmas condições do crescimento do fungo. Após o período de incubação determinou-se a germinação dos conídios para cada tratamento através da quantificação em microscópio óptico com 100 vezes de aumento, segundo a metodologia descrita por Neves et al. (2001).

Os dados obtidos foram transformados pela função √x+0,5 e submetidos à análise de variância e teste de Tukey (5%) para comparação das médias.

Pyrazosulfuron na dose máxima mostrou uma redução acentuada no crescimento vegetativo do fungo (Tabela 1). O contrário pode ser observado para os demais herbicidas e doses testadas, visto que não mostraram reduções significativas em relação ao controle. Analisando os resultados da esporulação pode-se constatar que não existe uma relação direta entre o tamanho da colônia e a quantidade de esporos produzidos, já que para o herbicida pyrazosulfuron não se observou diferença do número de esporos quando comparados ao controle, constatando uma alta taxa reprodutiva do fungo em contato com esse herbicida. Na dose máxima de clomazone e em ambas as doses de glifosato e quinclorac reduções foram observadas na esporulação. Costa et al. (2004) observaram reduções significativas na esporulação de M. anisopliae submetido ao contato com glifosato, sendo pouco afetado o seu crescimento vegetativo. Esses dados corroboram com os encontrados nesse trabalho.

Tabela 1. Diâmetro médio das colônias (cm) e número médio de esporos/mL ± EP do isolado CG 891 de Metarhizium anisopliae, crescido em meio contendo agroquímicos.

Tratamento Doses (ha)

Diâmetro (cm) Conídios (107 esporos/mL)

Valor de T(1)

Classificação(2)

E x p e r i m e n t o 1 Testemunha - 4,55±0,05 a 8,51±0,19 a -

Pyrazosulfuron 60 mL 4,68±0,07 a 7,03±0,40 a 87 C

100 mL 3,81±0,23 b 5,29±1,68 a 66 C

Bentazon 1,2 L 4,40±0,11 a 6,85±0,73 a 83,71 C

2,0 L 4,50±0,08 a 7,84±0,50 a 93,46 C

CV (%) 4,75 16,66

E x p e r i m e n t o 2 Testemunha - 4,89±0,03 a 15,50±2,00 a C

Clomazone 0,8 L 4,79±0,08 ab 11,52±1,23 ab 79,04 C

1,4 L 4,78±0,06 ab 10,12±1,30 bc 71,77 C

Glifosato 2 L 4,78±0,05 ab 7,15±0,63 c 56,42 MT

4 L 4,57±0,08 b 8,96±0,59 bc 64,89 C

Quinclorac 500 g 4,74±0,06 ab 9,85±0,90 bc 70,21 C

750 g 4,72±0,09 ab 9,15±0,37 bc 66,51 C

CV (%) 1,43 11,62

Médias ± EP seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Médias transformadas pela √x + 0,5. (1)

Valores de T determinados segundo Alves et al. (1998). (2)

Classificação: 0-45 incompatível (I); 46-60 moderadamente tóxico (MT); > 60 compatível

©

Considerando os critérios propostos por Alves et al. (1998), para determinação do

valor de T constatou-se que glifosato na dose mínima foi moderadamente tóxicos ao isolado CG 891 de M. anisopliae. Os demais agroquímicos e suas respectivas doses testadas mostraram-se compatíveis (Tabela 1).

Reduções acentuadas na germinação desse isolado de M. anisopliae foram constatadas para os herbicidas, principalmente quinclorac e pyrazosulfuron na dose máxima, os quais reduziram em cerca de 40% a germinação dos esporos com relação ao tratamento controle. Bentazon, clomazone e glifosato mostraram reduções menores, no entanto ambas as doses testadas atuaram negativamente sobre o fungo (Tabela 2).

Com base nessas informações e nos resultados obtidos para ensaios realizados in vitro, pode-se determinar o nível de inocuidade dos agroquímicos para o microrganismo de

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interesse. No entanto, para resultados onde a toxicidade fica confirmada in vitro, novos estudos são necessários para buscar compreender se a relação se mantêm e qual sua intensidade para as condições de campo.

Tabela 2. Germinação de conídios de Metarhizium anisopliae isolado CG 891 em pré e

pós-contato ± EP para alguns agroquímicos utilizados na cultura do arroz irrigado.

Tratamento Doses (ha-1) Germinação Testemunha - 91±0,06 a

Pyrazosulfuron 60 mL 65±0,28 bc

100 mL 55±0,32 c

Bentazon 1,2 L 75±0,13 ab

2,0 L 74±0,08 b

CV (%) 4,75

Testemunha - 85±0,14 a

Clomazone 0,8 L 70±0,23 b

1,4 L 60±0,19 b

Glifosato 2 L 66±0,15 b

4 L 66±0,05 b

Quinclorac 500 g 44±0,31 c

750 g 35±0,14 d

CV (%) 3,62

Percentagens médias ± EP seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5% de significância. Médias transformadas pela √x + 0,5.

A presença de agentes de controle biológico nos arrozais e a inocuidade desse

entomopatógeno frente a alguns produtos instiga a viabilização de uma proposta de manejo integrado para o controle desse inseto, já que em sua maioria o controle de T. limbativentris vem sendo realizado através de pulverizações com agroquímicos.

Os herbicidas testados reduzem a germinação dos conídios de M. anisopliae, isolado CG 891; pyrazosulfuron é moderadamente tóxico ao mesmo isolado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, S.B., MOINO JR. A., ALMEIDA, J.E.M. Produtos fitossanitários e entomopatógenos. In: ALVES, S.B. (ed.), Controle microbiano de insetos. Piracicaba, FEALQ, 1998. p.217-238.

COSTA, E.A.D., MATALO, M.B., ALMEIDA, J.E.M., LOUREIRO, E.S., SANO, A.H. Efeito de herbicidas utilizados em cana-de-açúcar no desenvolvimento in vitro do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente. v.14, p.19-24, 2004.

MARTINS, J.F. DA S., BOTTON, M., CARBONARI, J.J., QUINTELA, E.D. Eficiência de Metarhizium anisopliae no controle do percevejo-do-colmo Tibraca limbativentris (Heteroptera: Pentatomidae) em lavoura de arroz irrigado. Ciência Rural, v.34, p.1681-1688, 2004.

NEVES, P. M. O. J., HIROSE, E., TCHUJO, P. T., MOINO JR., A. Compatibility of entomopathogenic fungi with neonicotinoid insecticides. Neotropical Entomology, Vacaria, v. 30, p. 263-268, 2001.

PRANDO, H.F., KALVELAGE, H., FERREIRA, R.A. Ciclo de vida de Tibraca limbativentris Stal, 1860 (Hemiptera: Pentatomidae) em condições de laboratório. Revista Brasileira de Entomologia, v.37, p.335-339, 1993.

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INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA ABUNDÂNCIA E RIQUEZA DA FAUNA DE ARANHAS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO E ÁREAS

ADJACENTES

Everton N. L. Rodrigues1,2 e Milton de S. Mendonça Jr.1,3. 1PPG Biologia Animal, Depto. de Zoologia, IB, UFRGS ([email protected]); 2Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; 3Depto. de Ecologia, IB, UFRGS ([email protected]).

Muitos autores têm estimado que a densidade de aranhas tem uma grande variedade entre habitats naturais e modificados, como os agroecossistemas (Wise, 1993). Entretanto, poucos estudos foram realizados comparando os mesmos, ou pesquisando a influência de fatores abióticos nessa fauna. Do único estudo publicado para o Rio Grande do Sul sobre a fauna de aranhas na lavoura de arroz (Corseuil, 1994) os autores não citam a influência desses fatores na araneofauna.

Devido a escassez de conhecimento sobre essa relação, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de fatores abióticos (precipitação e temperatura) na abundância e riqueza de aranhas no agroecossistema e ambientes adjacentes.

As coletas foram realizadas na Estação Experimental do Arroz (EEA) do IRGA, Cachoeirinha, RS, na Depressão Central do Estado. No local de estudo foram amostradas quatro áreas: campo, arroz 1, arroz 2 e borda da mata. O campo localizado aproximadamente 10 metros de distância da lavoura de arroz (pousio); a vegetação manteve-se inconstante, crescendo ali espécies vegetais características dos campos em volta das lavouras de arroz na região. A área de arroz utilizada foi dividida em duas subáreas (arroz 1 e arroz 2). A única barreira separando as duas subáreas foi um pequeno canal de irrigação com aproximadamente 2 metros de largura. O sistema de plantio foi o convencional e o cultivar foi o BR IRGA 410. Foram aplicados os herbicidas FACET 750 PM (300g por hectare), STAM 480 (4 litros por hectare) e Sirius 250 SC (60 ml por hectare). Durante o desenvolvimento da lavoura não foram utilizados inseticidas, com o intuito de não influenciar as populações de artrópodes encontradas nas áreas. Uma quarta área foi utilizada para coletar indivíduos com objetivo de complementar a lista de espécies e elucidar aspectos da heterogeneidade espacial da região. Esta área encontra-se na borda de uma mata a aproximadamente 80 metros de distância da área de arroz amostrada.

Em cada área foram utilizados dois transectos para amostragem padronizada da araneofauna, totalizando ao final de cada coleta oito transectos. Foram efetuadas coletas de 20/10/2004 a 06/06/2005 cobrindo as diferentes fases na lavoura de arroz e áreas adjacentes. Foram realizadas 17 coletas, as três primeiras efetuadas antes do arroz ter sido semeado; o intervalo entre a 4ª e a 14ª amostragens no período de desenvolvimento da lavoura; e as três últimas realizadas após o arroz ter sido colhido (na chamada reesteva). Foram realizadas coletas com rede de varredura (50 golpes) sempre no período matinal.

A identificação e tombamento do material foram realizados no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Foram realizadas análises de correlação paramétrica entre a riqueza e abundância e os dados abióticos (temperatura média e pluviosidade). Estes valores foram disponibilizados pela FEPAGRO (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária).

Foi coletado um total de 2717 aranhas, incluindo jovens e adultos, distribuídas em 15 famílias. A predominância foi de aranhas jovens (2138 indivíduos) sobre as adultas (579); destas prevaleceram as fêmeas (318) sobre os machos (261). Foram determinadas 85 espécies entre as aranhas adultas, a mais registrada no arroz foi Alpaida veniliae e na borda e campo foi Oxyopes salticus.

Os dois parâmetros comparados aqui, riqueza e abundância, espelham a diversidade encontrada no local; segundo Rosenzweig (1995) diversos fatores afetam a diversidade, incluindo sazonalidade, heterogeneidade espacial, competição, predação, tipo de habitat, estabilidade ambiental e produtividade. Conforme observado, as quatro áreas variam nos

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seus resultados e valores e, possivelmente, muitos destes fatores citados acima tiveram relação com estas oscilações.

A correlação entre os dados abióticos (temperatura e pluviosidade) e a abundância e riqueza (Figs. 1 e 2), somente houve correlação significativa (p < 0,05) entre temperatura e abundância na borda (R2 = 0,3106)(Tab. I). Já para a precipitação em nenhum momento ocorreu significância nas correlações entre as variáveis analisadas.

Pode-se notar que a curva da pluviosidade tem um padrão inconstante, pois no período em que foram realizadas as amostragens (entre 2004-2005), o estado do RS passou por uma forte estiagem e os padrões nas quantidades de chuva variaram muito, o que de alguma forma pode ter influenciado esta falta de correlação entre estes fatores. Vijaykumar (2004) em lavouras de arroz na Índia, também registrou valores não significativos para a correlação entre temperatura e umidade na população de aranhas na plantação estudada.

Como se pode observar nesta pesquisa, não foi encontrada uma grande influência de fatores abióticos na araneofauna, entretanto, são necessários mais estudos para confirmar estes resultados ou demonstrar um novo padrão. Tabela I. Correlação entre os dados abióticos (temperatura e precipitação) e a riqueza e abundância das áreas estudadas na Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, Brasil (* valor de R significante para p < 0,05).

Áreas Abundância Riqueza Temperatura Precipitação Temperatura Precipitação Campo 0,0513 0,0275 0,1888 0,042 Arroz 1 0,0162 0,033 0,1331 0,1691 Arroz 2 0,0005 0,0296 0,82 0,1712 Borda 0,3106* 0,1105 0,0565 0,0656

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Campo Arroz1 Arroz2 BordaP (mm)

Figura 1. Relação entre a abundância com a temperatura (°C) e a precipitação (mm) registradas em cada uma das áreas nas 17 amostragens realizadas no período de 20/10/2004 a 6/06/2005 na Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, Brasil.

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17Coletas

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Campo Arroz1 Arroz2 BordaP (mm)

Figura 2. Relação entre a riqueza de espécies com a temperatura (°C) e a precipitação (mm) registradas em cada uma das áreas nas 17 amostragens realizadas no período de 20/10/2004 a 6/06/2005 na Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORSEUIL, E.; PAULA, M. C. Z. & BRESCOVIT, A. D. 1994. Aranhas associadas a uma lavoura de arroz irrigado no município de Itaqui, Rio Grande do Sul. Biociências 2(2): 49-56. ROSENZWEIG, M. L. 1995. Species diversity in space and time. Cambridge, Cambridge University Press. 436p. VIJAYKUMAR, P. B. V. 2004. Spider fauna of paddy ecosystem in selected areas of Tungabhadra Project in Karnataka. Journal of Agricultural Sciences 17(3): 584-585. WISE, D. H. 1993. Spiders in ecological webs. Cambridge, Cambridge University Press. Xiii+328p.

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EFEITO DE DOSES DE INSETICIDAS APLICADAS ÀS SEMENTES DE ARROZ NO CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae

José Francisco da Silva Martins(1), Uemerson Silva da Cunha(2), Anderson Dionei Grützmacher(2), Maria Laura Turino Mattos(1) Márcio Bartz das Neves(2), Wagner da Roza Härter(2), Calisc de Oliveira Trecha(2), Edson de Oliveira Jardim(2) e Luiz Felipe Thomaz(3). 1Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, CP 403, 96.001-970, Pelotas, RS, ([email protected]), 2UFPel-FAEM-DFS, 3FMC Química do Brasil Ltda.

O gorgulho-aquático Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) é o inseto mais prejudicial ao arroz irrigado por submersão no Sul do Brasil. Reduz em até 18% a produtividade da cultura, principalmente, devido ao corte das raízes pelas larvas (bicheira-da-raiz). Práticas culturais do arroz podem reduzir a população do inseto. Em certas situações, porém, não evitam níveis de infestação larval economicamente prejudiciais, o que demanda o uso de inseticidas químicos, aumentando custos de produção e riscos de contaminação ambiental (Martins et al., 2001). Três métodos de aplicar inseticidas em arroz, o tratamento de sementes, a pulverização foliar e a distribuição de inseticidas granulados na água de irrigação, são eficientes no controle do inseto (Botton et al., 1999).

O uso do tratamento de sementes em arroz com inseticidas tem aumentado devido à maior intensidade do ataque de insetos-praga de solo nas últimas safras. No sistema convencional de cultivo, o tratamento de sementes, reduz os danos da bicheira-da-raiz, na fase pós-inundação, e pode controlar outros insetos-praga de solo na fase pré-inundação. Outros motivos têm promovido o uso do tratamento de sementes: a possibilidade de reduzir a densidade de semeadura (Martins et al., 2000) e o advento do cultivo de arroz híbrido, que passa a requerer menores densidades de semeadura, porém, para garantia de uma população mínima adequada de plantas na lavoura, dependerá do tratamento de sementes.

Entre alguns dos inseticidas testados para controle de O. oryzae, via tratamento de sementes, o carbosulfano tem atingido eficiência similar à de fipronil (Botton et al., 1999; Martins et al., 2005), sendo este último já registrado para controle do inseto. Outros estudos indicam ser possível reduzir até 60% a dose de inseticidas aplicados às sementes e manter elevada eficiência de controle de O. oryzae (Grützmacher et al., 2000). A associação de menores densidades de semeadura com menores doses de inseticidas, poderá minimizar custos de produção e riscos de impacto ambiental negativo. Neste contexto, foi realizado este trabalho para avaliar a eficácia de doses dos inseticidas bifentrina e carbosulfano, no controle de O. oryzae, via tratamento de sementes.

Dois experimentos foram realizados na área experimental da Embrapa Clima Temperado (Capão do Leão, RS). O primeiro, na safra 2005/06, conforme a metodologia a seguir: delineamento em blocos casualizados, sete tratamentos [carbosulfano (Fenix 800 TS, 125, 250 e 375g i.a.100 kg de sementes-1); carbosulfano (Fenix 250 TS, 375g i.a.100 kg de sementes-1); fipronil (Standak 250 FS, 30g i.a.100 kg de sementes-1); carbofurano (Furadan 100 G, 400 g i.a.ha-1) e testemunha (sem inseticida)] e quatro repetições; parcelas experimentais de 8,8 m2 (onze fileiras de plantas, com 4 m de comprimento, espaçadas 0,20 m), cercadas por taipas, com entrada e saída individual da água de irrigação, para evitar a mistura de tratamentos; cultivar BRS Taim, semeada na densidade de 100 sementes viáveis por metro linear; irrigação por inundação, 30 dias após a emergência das plantas; avaliação da população larval, 25 e 35 dias pós-inundação (DAI) por meio da retirada, em cada parcela, de quatro amostras de solo e raízes, com auxílio de um amostrador (seção de cano de PVC) com 10 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento; aplicação do inseticida carbofurano 15 dias após a inundação das parcelas, por meio de um aplicador manual tipo saleiro; colheita de grãos.

No segundo experimento (safra 2006/07), a metodologia foi similar à adotada em 2005/06, ocorrendo apenas as seguintes alterações: avaliação de nove tratamentos [bifentrina (Capture 120 TS, 96, 120 e 144 g i.a.100 kg-1); carbosulfano (Fenix 800 TS, 250, 315 e 375 g i.a.100 kg-1); fipronil (Standak 250 FS, 30 g i.a.100 kg-1); carbofurano (Furadan 100 G, 400g i.a.ha-1) testemunha (sem inseticida)]; parcelas experimentais de 7,9 m2 (nove

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fileiras de plantas, com 5 m de comprimento, espaçadas 0,175 m); cultivar BRS Firmeza; avaliação da população larval, 24 e 39 DAI. Nos dois experimentos foi realizada a análise de variância, comparando as médias pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). A mortalidade média de larvas foi corrigida pela fórmula de Abbott (1925).

Em 2005/06, na primeira avaliação da população larval de O. oryzae (25 DAI), os tratamentos de semente com carbosulfano (Fenix 800 TS) nas doses de 250 e 375g i.a.100 kg-1 e carbosulfano (Fenix 250 TS) na dose de 375 g i.a.100 kg-1, apresentaram eficiência de controle similar ao fipronil (Standak 250 TS) na dose de 30g i.a.100 kg-1, padrão para o tratamento de sementes (Tabela 1). Os tratamentos com carbosulfano mais eficientes na primeira avaliação repetiram tal comportamento na segunda avaliação (35 DAI). Atingiram eficiência similar à do fipronil, como também do carbofurano (Furadan 100 G), na dose de 400 g i.a.ha-1, inseticida padrão-geral, aplicado na água de irrigação, com MC= 100%. O tratamento de sementes com carbosulfano (Fenix 800 TS) na dose de 125 g i.a.100 kg-1, tanto na primeira como na segunda avaliação, foi menos eficiente, superando, significativamente, apenas o tratamento testemunha (Tabela 1).

Ainda em 2005/06, segundo a análise de variância, não ocorreram diferenças significativas entre tratamentos quanto à produtividade de grãos (Tabela 1). Porém, a equação de regressão (P= 9011,96 - 92,73NL; r2= 0,90) entre o peso de grãos (P) e número de larvas (NL), apontou uma redução de 1,1% na produtividade (Kg.ha-1) a cada larva/amostra. Como aos 35 DAI, no tratamento testemunha, o número de larvas/amostra foi 15,7 (Tabela 1), a perda de produtividade média evitada pelos inseticidas seria de ± 17,5%, equivalendo a ± 1600 kg.ha-1.

Tabela 1. Efeito dos inseticidas Fenix TS (carbosulfano)1, Standak FS (fipronil)1 e Furadan G (carbofurano)2, na população larval de Oryzophagus oryzae e produtividade de grãos da cultivar BRS Taim. Safra 2005/06.

25 DAI 35 DAI Produtividade Tratamento NL3 MC4 NL MC Kg.ha-1(n.s.) Dif. (%)5

Fenix 800 TS (125) 2,4 b 75 4,6 b 71 8673 + 15,1 Fenix 800 TS (250) 0,6 bc 94 0,7 c 96 9170 + 21,8 Fenix 800 TS (375) 0,2 c 98 0,7 c 96 8659 + 14,9 Fenix 250 TS (375) 0,8 bc 92 1,4 c 91 8695 + 15,4 Standak 250 FS (030) 0,0 c 100 0,3 c 98 8625 + 14,5 Furadan 100 G (400) - - 0,0 c 100 9172 + 21,7 Testemunha 9,8 a - 15,7 a - 7534 -

1g de i.a.100 kg de sementes-1; 2Aplicado na água de irrigação (400 g de i.a.ha-1); 3Número de larvas/amostra de solo e raízes; 4Mortalidade corrigida (%) pela fórmula de Abbott; 5Aumento em relação ao tratamento testemunha. Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05).

Em 2006/07, na primeira avaliação da população larval de O. oryzae (24 DAI), apenas os tratamentos de semente com carbosulfano (Fenix 800 TS) nas doses de 315 e 375g i.a.100 kg-1, atingiram eficiência de controle similar à do inseticida fipronil (Standak 250 TS), padrão, na dose de 30g i.a.100 kg-1 (Tabela 2). Na segunda avaliação (39 DAI), todos os tratamentos químicos apresentaram significativamente a mesma eficiência do padrão carbofurano. Comparativamente ao padrão fipronil, apenas o tratamento com bifentrina (Capture 120 TS), na dose de 120g i.a.100 kg-1, foi inferior. Esse tipo de resultado evidencia a necessidade de rever a época da segunda avaliação da população larval. Na safra 2006/07, os reflexos dos tratamentos químicos sobre a produtividade de grãos foram mínimos (Tabela 2).

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Tabela 2. Efeito dos inseticidas Capture TS (bifentrina)1, Fenix TS (carbosulfano)1, Standak FS (fipronil)1 e Furadan G (carbofurano)2, na população larval de Oryzophagus oryzae e produtividade de grãos da cultivar BRS Firmeza. Safra 2006/07.

24 DAI 39 DAI Produtividade Tratamento

NL3 MC4 NL MC Kg.ha-1(n.s.) Dif. (%)5

Capture 120 TS (096) 3,4 b 73 0,8 bc 93 8598 + 2,4 Capture 120 TS (120) 2,8 bc 78 1,6 b 85 8500 + 1,3 Capture 120 TS (144) 3,6 b 72 0,8 bc 92 8262 - 1,6 Fenix 800 TS (250) 2,0 bc 84 0,7 bc 93 9016 + 7,4 Fenix 800 TS (315) 0,9 cd 93 0,8 bc 92 8452 + 0,7 Fenix 800 TS (375) 1,1 bcd 91 0,2 bc 98 8327 - 0,8 Standak 250 TS (030) 0 d 100 0 c 100 8426 + 0,4 Furadan 100 G (400) - - 0,2 bc 98 8327 - 0,8 Testemunha 12,9 a - 10,4 a - 8395 -

1g de i.a.100 kg de sementes-1; 2Aplicado na água de irrigação (400 g de i.a.ha-1); 3Número de larvas/amostra de solo e raízes; 4Mortalidade corrigida (%) pela fórmula de Abbott; 5Aumento em relação ao tratamento testemunha. Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05).

Como o tratamento de sementes de arroz com determinadas doses de carbosulfano

[Fenix 250 TS (375g i.a.100 kg-1) e Fenix 800 TS (250 a 375g i.a.100 kg-1)] atingiu eficiência de controle da população larval de O. oryzae (92% ≤ MC ≤ 98%), significativamente igual à dos padrões fipronil e carbofurano, considera-se que o inseticida possui potencial para uso no sistema de manejo integrado do inseto. A viabilidade para uso do carbosulfano, porém, pode ser melhor avaliada considerando, além da eficiência técnica no controle do inseto, outros aspectos como o econômico (custo/benefício, visto que o nível de controle econômico do inseto foi aumentado para 5 larvas/amostra padrão) e o ambiental (tipo e nível de impacto ao ambiente, comparativamente ao de outros inseticidas). Por último, com base nos efeitos de bifentrina sobre O. oryzae, recomenda-se a reavaliação do inseticida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, n.1, p. 265-267, 1925.

BOTTON, M.; CARBONARI,J.J.; MARTINS, J.F. da S. Eficiência de métodos de aplicação de inseticidas no controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Col.: Curculionidae), na cultura do arroz irrigado. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v.5, n.1, p.71-77, 1999.

GRUTZMACHER, A.D.; MARTINS, J.F. da S.; CUNHA, U.S. da; AZEVEDO, R. de; PAN, E.A. Strategy of seed treatment for rationalization of chemical control of Oryzophagus oryzae on flooded rice. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 21, Foz do Iguassu, Brazil, Abstracts. Londrina: Embrapa Soja, 2000. p. 683 (Book 2).

MARTINS, J.F. da S.; CARBONARI, J.J.; PRANDO, H.F. Gorgulho-aquático-do-arroz, Oryzophagus oryzae (Col.: Curculionidae). In: VILELA, E.F.; ZUCCHI, R.A.; CANTOR, F. (eds.). Histórico e impacto das pragas introduzidas no Brasil, com ênfase na fruticultura. Ribeirão Preto: Holos. 2001. p.128-134.

MARTINS, J.F. da S.; FRANCO, D.F.; AZAMBUJA, I.H.V.; GRÜTZMACHER, A.D. Tratamento de sementes de arroz para controle do gorgulho-aquático e redução da densidade de semeadura. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2000. 2p. (Embrapa Clima Temperado. Recomendação Técnica, 14).

MARTINS, J.F.S.; MATTOS, M.L.T.; GRUTZMACHER, A.D.; CUNHA, U.S.; NEVES, M.B. das; GIOLO, F.P.; HÄRTER, W. da R. Redução de doses dos inseticidas fipronil e carbosulfano aplicados às sementes de arroz irrigado visando o controle de larvas de Oryzophagus oryzae (Col.: Curculionidae). In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26., 2005, Santa Maria. Anais. Santa Maria : UFSM, 2005. p.120-122.

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POTENCIAL DE INSETICIDAS DERIVADOS DE NIM PARA CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae E APLICAÇÃO EM SISTEMAS

SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO DE ARROZ

Uemerson Silva da Cunha(1), José Francisco da Silva Martins(2), Anderson Dionei Grützmacher(1), Maria Laura Turino Mattos(2), Paulo César Bogorni(3), Márcio Bartz das Neves(1), Edson de Oliveira Jardim(1), Calisc de Oliveira Trecha(1). 1FAEM/UFPel, Departamento de Fitossanidade, Campus Universitário, CP 354, 96010-970, Pelotas, RS. ([email protected]), 2Embrapa Clima Temperado, 3ESALQ/ USP.

Dentre os insetos-praga da cultura do arroz irrigado por inundação, destaca-se o gorgulho-aquático Oryzophagus oryzae (Costa Lima) (Coleoptera: Curculionidae), cujo dano é ocasionado principalmente pelas larvas (bicheira-da-raiz), podendo reduzir em até 18% a produtividade (Martins & Prando, 2004). O potencial de dano do inseto, porém, tem sido ampliado, considerando que atualmente modificou drasticamente o caráter de distribuição agregada, sendo encontrado na quase totalidade da área das lavouras de arroz irrigado (Martins et al., 2004).

O controle de O. oryzae tem sido efetuado basicamente por meio de inseticidas químicos, aplicados preventivamente às sementes de arroz (Grützmacher et al., 2003) ou, curativamente (distribuição direta de granulados) na água de irrigação do arrozal, cerca de 20 dias pós-inundação definitiva (Botton et al., 1999). A pulverização foliar, cerca de 3 dias pós-inundação, visando atingir os adultos durante o acasalamento e oviposição, é também uma tática eficiente de controle (Martins et al., 1996 e 1997; Botton et al., 1999), apresentando como vantagem, ao tratamento de sementes, a possibilidade de ser baseada no nível populacional de controle econômico do inseto (NCE), componente indispensável à implementação do Manejo Integrado de Pragas (MIP). A pulverização foliar pode também evitar a necessidade de aplicar inseticidas granulados na água de irrigação, desde que sejam disponibilizados produtos com viabilidade técnica, econômica e ambiental para este fim (Martins et al., 1996).

O nim Azadirachta indica A. Juss. (Meliaceae), cujo principal composto é a azadiractina, é mundialmente estudado quanto ao seu potencial inseticida, de maneira que a atividade de seus extratos é comparável à dos melhores inseticidas sintéticos comerciais (Schmutterer, 1990). Além de apresentar baixa toxicidade ao homem, o nim tem ação contra mais de 400 espécies de insetos-praga, causando múltiplos efeitos, como: repelência, interrupção do desenvolvimento e da ecdise, atraso no desenvolvimento, redução na fertilidade e fecundidade, e várias outras alterações no comportamento e na fisiologia que podem causar a morte dos insetos (Martinez, 2002). Neste contexto, considerando que recentemente a orizicultura irrigada por inundação passou a demandar por sistemas sustentáveis de produção, como por exemplo a Produção Integrada e a Produção Orgânica de Arroz, que preconizam, respectivamente, o menor uso possível e o não uso de agroquímicos, a utilização de inseticidas naturais a base de nim, via pulverização foliar, pode ser uma alternativa viável para o controle de O. oryzae. O uso desses produtos em pulverização foliar pode proporcionar melhores índices de segurança ambiental e alimentar, prerrogativas básicas à maior competitividade da cadeia produtiva do cereal em diferentes mercados consumidores. Assim, este trabalho objetivou avaliar o potencial de inseticidas a base de nim para o controle de O. oryzae, via pulverização foliar, na cultura do arroz irrigado por submersão.

O experimento foi instalado na Estação Experimental Terras Baixas, Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS, na safra de 2006/07, em delineamento de blocos ao acaso com 4 repetições e 9 tratamentos (Tabelas 1 e 2). As parcelas experimentais, com área útil de 7,9 m2, consistiram de 9 fileiras de plantas (com 5 m de comprimento, espaçadas 0,175 m), da cultivar BRS Firmeza, semeada na densidade de 120 sementes viáveis por metro linear. A irrigação por inundação ocorreu 30 dias após a emergência das plantas. As demais práticas de manejo da cultura foram realizadas conforme as recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil (SOSBAI, 2005). As caldas

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referentes aos respectivos tratamentos foram aplicadas nas parcelas por meio de um pulverizador costal, pressurizado a CO2 e equipado com bico tipo leque XR 110:02, num volume de 200 L.ha-1. A população de larvas de O. oryzae foi avaliada 28 e 37 dias após inundação (DAI) em quatro amostras de solo e raízes, retiradas em cada parcela, por meio de um amostrador (seção de cano de PVC) com 10 cm de diâmetro, aprofundado 8,5 cm no solo. A produção de grãos foi obtida em 4,9m2 das parcelas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por Tukey (P ≤ 0,05). Tabela 1. Inseticidas a base de nim (Azadirachta indica) e de fipronil, avaliados quanto ao potencial para controle de Oryzophagus oryzae. Capão do Leão, RS. 2006/07.

Nome comercial i.a./composição i.a. (%) Empresa NeemAzal-T/S Natuneem agrícola DalNeem emulsionável Organic neem Klap 200 SC1

Azadirachtina A Óleo de nim Extrato vegetal Torta de nim fipronil

1 ni2

ni ni

20

Trifolio - M Natural Rural Dalquim Dalquim Basf S/A

1Padrão de comparação (testemunha química); 2ni= não informada. Na avaliação realizada aos 28DAI se constatou que, dentre os inseticidas naturais,

apenas o NeemAzal-T/S a 0,5%, pulverizado aos 3 e 6DAI, apresentou eficiência de controle de 48 e 36% respectivamente, equiparando-se ao inseticida Klap 200 SC (padrão de comparação), sem, no entanto, ter diferido da testemunha (Tabela 2). Na avaliação realizada aos 37DAI, além do NeemAzal-T/S a 0,5%, pulverizado 3 e 6DAI, também se destacaram o NeemAzal-T/S a 0,25% pulverizado aos 6DAI, o DalNeem emulsionável e o Organic neem, os quais não diferirem do inseticida Klap 200 SC, embora também não tenham diferido significativamente do tratamento testemunha (Tabela 2). Por outro lado, NeemAzal-T/S a 0,25% pulverizado 3 DAI, e o Natuneem agrícola, em ambas as avaliações, não reduziram significativamente a população larval, comparativamente a testemunha, e apresentaram eficiência de controle muito aquém a do fipronil. Tabela 2. Efeito de inseticidas a base de nim (Azadirachta indica), aplicados em pulverização foliar, sobre o número de larvas (NL) de Oryzophagus oryzae e produção de grãos (PG). Capão do Leão, RS. 2006/07.

EP1 28 DAI 37 DAI Inseticida (% p.c)

DAI NL2 EC3 NL EC PG4(ns)

NeemAzal T/S (0,25) 3 6,4 a 30 5,1 a 23 9933 NeemAzal T/S (0,50) 3 4,8 ab 48 2,4 ab 63 9552 NeemAzal T/S (0,25) 6 7,7 a 16 4,3 ab 36 9533 NeemAzal T/S (0,50) 6 5,9 ab 36 4,3 ab 35 9768 Natuneem agrícola (0,50) 3 11,1 a 0 6,3 a 5 9093 DalNeem emulsionável (0,50) 3 7,7 a 17 3,8 ab 43 9633 Organic neem (0,50) 3 7,7 a 17 4,6 ab 30 9534 Klap 200 SC (0,06)5 3 0,5 b 94 0,3 b 96 9198 Testemunha - 9,2 a - 6,6 a - 9411

1Época de pulverização (EP) em dias após a inundação (DAI); 2NL por amostra de solo e raízes, 28 e 37 DAI; 3Eficiência de controle corrigida (%) pela fórmula de Abbott; 4PG em kg.ha-1; 5padrão de comparação (fipronil) em L.p.c.ha-1. ns= não significativo. Médias, na coluna, seguidas por letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). Dados originais de NL; para análise estatística foram transformados em 0,5 x + .

É importante considerar que, apesar da máxima eficiência de controle de O. oryzae

alcançada pelos inseticidas naturais, aos 28DAI, ter sido de apenas 48% (Tabela 2), houve um incremento significativo em relação a alguns tratamentos, como o NeemAzal-T/S a 0,5% pulverizado 3 DAI (EC=63%) e DalNeem emulsionável (EC=43%), quando avaliados 37 DAI. Além disso, mesmo que as diferenças não tenham sido significativas, há evidência

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de que o aumento da dosagem de NeemAzal T/S (0,25 para 0,5%), pulverizado 3 ou 6 DAI, elevou cerca de 20% a eficiência de controle de larvas aos 28DAI (Tabela 2). Não foram constatadas diferenças significativas entre os tratamentos quanto à produtividade de grãos (Tabela 2), o que pode estar relacionado à reduzida área útil da parcela experimental.

Apesar da escassez de pesquisas relacionadas ao efeito de inseticidas naturais em gorgulhos-aquáticos, sobretudo no Brasil, há relato, porém, para o gorgulho-aquático americano Lissorhoptrus oryzophilus Kuschel (Coleoptera: Curculionidae), de redução do número de lesões de alimentação ocasionadas pelo inseto, em folhas tratadas com solução de óleo de nim a 2,5%. Ademais, a concentração estimada, em laboratório, para reduzir em 50% a alimentação foi de 4,4%, sendo que, acima de 10%, ocorreu fitotoxidez (Mochizuki, 1993). Assim, pode-se considerar que há potencial para que alguns inseticidas derivados de nim, como NeemAzal-T/S, DalNeem emulsionável e Organic neem, sejam utilizados como medida alternativa e complementar no controle de larvas de O. oryzae, em sistemas sustentáveis de produção, como a produção integrada e orgânica de arroz. Há necessidade, porém, de maior conhecimento sobre determinados aspectos, como eficiência de dosagens e épocas de pulverização dos produtos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTTON, M.; CARBONARI, J.J.; MARTINS, J.F. da S. Eficiência de métodos de aplicação de inseticidas no controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae), na cultura do arroz irrigado. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.5, n.1, p.71-75, 1999. GRÜTZMACHER, A.D.; MARTINS, J.F. da S.; CUNHA, U.S. et al. Chemical control of Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) on flooded rice by seed treatment. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.9, n.4, p.379-382, 2003. MARTINEZ, S.S. O Nim – Azadirachta indica – natureza, usos múltiplos, produção. Londrina: IAPAR, 142p, 2002. MARTINS, J.F. da S.; PRANDO, H.F. Bicheira-da-raiz do arroz. In: SALVADORI, J.R.; ÁVILA, C.J.; SILVA, M.T.B. da (eds.), Pragas de solo no Brasil. Passo Fundo: Embrapa Trigo; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep Fecotrigo, 2004. Cap.9, p.259-296. MARTINS, J.F. da S.; BOTTON, M.; CARBONARI, J.J. Controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima) através da pulverização foliar de arroz com inseticidas piretróides. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v.25, n.2, p.217-221, 1996. MARTINS, J.F. da S.; CARBONARI, J.J.; BOTTON, M. Efeito da época de pulverização foliar de arroz com inseticidas piretróides no controle da bicheira-da-raiz [Oryzophagus oryzae (Lima,1936)]. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v.50, n.431, p.11-14, 1997. MARTINS, J.F. da S; GRUTZMACHER, A.D.; CUNHA, U.S. Descrição e manejo integrado de insetos-praga em arroz irrigado. In: GOMES, A. da S.; MAGALHÃES JUNIOR, A.M. de. (eds.) Arroz Irrigado no Sul do Brasil. Brasilia, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. Cap.19, p.635-675. MOCHIZUKI, A. Antifeedant activity of neem oil to the rice water weevils, Lissorhoptrus oryzophilus Kuschel (Coleoptera: Curculionidae). Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v.28, n.2, p.254-256, 1993. SCHMUTTERER, H. Properties and potential of natural pesticides from the neem tree, Azadirachta indica. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 35, p. 271-297, 1990. SOSBAI (Sociedade Sul Brasileira de Arroz irrigado). Arroz irrigado: Recomendações técnicas para o sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p.

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DIAGNÓSTICO DAS PRAGAS DO ARROZ EM ASSENTAMENTOS DO INCRA EM FORMOSO DO ARAGUAIA, TO

Dino M. Soares1; José Alexandre F. Barrigossi

1; Michael Thung

2, Carlos M. Santiago

1;

Francismar R. Gama3, Evaldo C. Martins

4.

1Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, CEP

75375-000, Sto. Ant. de Goiás, GO. ([email protected]). 2Consultor Embrapa Arroz e

Feijão. 3Ruraltins.

4Pref. Municipal de Formoso do Araguaia, TO.

O município de Formoso do Araguaia está localizado no Vale do Rio Javaés, onde

se encontra a maior área contínua apta para a cultura de arroz irrigado no Estado do Tocantins, com aproximadamente 1,2 milhão de hectares. Além das lavouras extensivas, existem no município cinco assentamentos do Incra, ocupando uma área acima de 53 mil ha, onde vivem mais de 500 famílias. No período chuvoso, os rios transbordam cobrindo grande parte da área plana. Essa característica faz com que o arroz irrigado seja a única cultura possível de ser explorada no período chuvoso.

Com o objetivo de diagnosticar a situação atual de controle de pragas no ambiente dos assentamentos, foram aplicados questionários dirigidos aos produtores. Em julho de 2006, foram entrevistados 97 produtores, de três assentamentos: Lagoa da Onça, Três Poderes e Caracol 2. O questionário foi elaborado com base no conhecimento da realidade local e informações obtidas com profissionais da região, incluindo uma listagem das principais pragas e outros aspectos relacionados às práticas de manejo da cultura do arroz. A importância das pragas foi obtida de acordo com a percepção dos produtores e classificadas dentro de uma escala de severidade que variou de 1 a 4, sendo 1 o nível mais grave e 4 o nível menos grave. As pragas mencionadas foram: bicheira da raiz; brusone; lagarta das folhas; lagarta elasmo; percevejo do colmo; percevejo do grão; plantas daninhas, pássaros e ratos. Além das pragas, foi permitido que os entrevistados indicassem outros problemas relacionados ao manejo da cultura. Esses dados são referentes às safras 2004/2005 e 2005/2006

Todos os entrevistados praticam a agricultura de pequena escala ou familiar. O tempo médio dos produtores com experiência na atividade agropecuário é de seis anos. O tamanho médio das propriedades é de 37 ha, sendo a época de cultivo predominante é a das águas e a maior parte da colheita é realizada no mês de maio.

O inseto-praga mais conhecido dos produtores é o percevejo, na opinião de 81% dos entrevistados. A maior freqüência de ocorrência de insetos-praga é a do percevejo, segundo 69% dos produtores e 3% as lagartas.

A decisão de manejo das pragas, segundo 57% dos produtores, é tomada quando a presença do inseto é detectada e 48% fazem o manejo preventivamente em intervalos regulares.

Quanto ao uso de agrotóxicos, os inseticidas são os mais utilizados inclusive, em número de aplicações. Do total de entrevistados, 59% aplica inseticida duas vezes e 11% aplica uma vez. Apenas 2% dos produtores souberam informar qual o produto que utilizam: Folisuper e Tamaron, sendo este último não registrado para a cultura do arroz. Apenas 7% utiliza herbicidas, mas não souberam responder qual o produto e apenas 3% aplicam fungicida uma vez.

Sobre os inimigos naturais das pragas, 17% responderam que sapos, pássaros, aranhas, e joaninha, são os mais conhecidos; 66% sabem que existem mas não souberam informar quais são os inimigos naturais do arroz e 27% informaram não conhecer..

Sobre o manejo integrado de pragas (MIP), 64% dos produtores informaram que desconhecem a tecnologia e 7% conhecem por meio de eventos agropecuários, televisão e palestras realizadas no assentamento. Quando questionados sobre a possibilidade de adotar o MIP, 52% responderam que concordam em experimentar a tecnologia, mas 29% não concordam ou não manifestaram interesse. A falta de interesse demonstrada por parte dos produtores pode estar associada ao desconhecimento dos benefícios do MIP, caracterizando a necessidade de implementar ações de transferência em MIP.

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Quanto à sua importância, as pragas apontadas como de maior gravidade, foram pássaros, percevejo do grão, brusone, ratos, lagarta elasmo, percevejo do colmo, lagarta das folhas e plantas daninhas. Os pássaros e o percevejo do grão foram os que tiveram maior relevância na gravidade 1; 36% e 24%, respectivamente (Figura 1). Com gravidade 2, os pássaros e plantas daninhas têm maior incidência com 11% e 12%, respectivamente. Em seguida, com 8%, está o percevejo do grão (Figura 2). Com gravidade 3, os maiores percentuais de ataque são os pássaros (16%), ratos (8%) e percevejo do grão (7%) (Figura 3). Com gravidade 4, estão os pássaros com 9%, os ratos com 8% e lagarta das folhas com 4%.

Na Figura 4 é apresentado o percentual de gravidade de incidência das pragas na cultura do arroz em Formoso do Araguaia. Foi verificada a gravidade de incidência de cada uma das pragas. Em seguida, foi selecionada cada praga com maior gravidade. Em alguns casos, uma mesma praga, teve o mesmo percentual de incidência com gravidades diferentes: lagarta das folhas com 7% de incidência com gravidades 1 e 2; percevejo do colmo também com 7% de incidência com gravidade 1 e 2; os ratos tiveram a mesma incidência (8%) com gravidades 1, 3 e 4. Como se trata de praga que exige manejo, portanto, optou-se por selecionar pelo grau de maior gravidade, ou seja, gravidade 1.

Em 2004, 92% dos entrevistados utilizaram agrotóxico no manejo do percevejo do grão; 22% para lagarta das folhas; 18% para a brusone; 14% para o percevejo do colmo e apenas 1% para o manejo de plantas daninhas.

Dentre os agrotóxicos utilizados na cultura do arroz, os produtores consideram os inseticidas mais eficientes (71% dos produtores), em seguida estão os herbicidas com 69% dos produtores e os fungicidas com 66% dos produtores.

Na avaliação dos produtores assentados a perda devido a pragas foi de 22%. Esse percentual de perda contradiz a afirmativa dos produtores de que é fácil manejar as pragas na cultura do arroz. Isso também evidencia que as recomendações técnicas disponíveis para o manejo das pragas não são adotadas.

Diagnosticados os problemas fitossanitários da cultura do arroz nos assentamentos é possível implantar um programa de capacitação para produtores e agentes da assistência técnica, bem como estabelecer parcerias para fomentar ações de transferência de tecnologias em nível de propriedade

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F ig. 2 . P ragas co m gravidade 2 na cultura do arro zP ragas

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COLONIZAÇÃO DE ARROZ E DE LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda POR BACTÉRIA ENDOFÍTICA GENETICAMENTE MODIFICADA

Fátima T. Rampelotti1; Anderson Ferreira2 Paulo T. Lacava2; José Djair Vendramim1; Welington L. Araújo2; João Lúcio de Azevedo2. 1Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, Av. Pádua Dias, 11, 13418-900. ([email protected]). 2Departamento de Genética, ESALQ/USP, Av. Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, 13400-970, Piracicaba, SP.

Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae), conhecida como lagarta-do-cartucho, é originária das zonas tropicais e subtropicais do continente americano. Devido a sua alta polifagia apresenta grande importância econômica para diferentes culturas tais como arroz (Oryza sativa L.), milho (Zea mays L.) e algodão (Gossypium hirsutum L.), entre outras (Arthur et al., 2002). Esse inseto danifica a cultura do arroz por se alimentar de plantas jovens antes da inundação definitiva, sendo mais importante para o sistema de arroz irrigado convencional (Busato et al., 2004). O controle dessa lagarta é realizado basicamente pela utilização de inseticidas químicos, sendo, portanto, necessários novos estudos para viabilizar estratégias dentro das propostas do manejo integrado de pragas (MIP) nas diferentes culturas, para suprimir as populações infestantes.

Os avanços biotecnológicos têm permitido identificar microrganismos endofíticos promissores no controle biológico de insetos-praga (Azevedo et al., 2000). Microrganismos endofíticos são aqueles que habitam o interior das plantas sem causar qualquer efeito negativo aparente (Hallmann et al., 1997). Azevedo & Araújo (2007) definiram endófitos como todos os microrganismos que habitam o interior da planta hospedeira, sem causar danos aparentes ou estruturas externas visíveis, excluindo desta maneira microrganismos que fixam nitrogênio atmosférico e produzem nódulos nas raízes vegetais, como também os fungos micorrízicos, ambos conceitualmente endofíticos, mas que apresentam características próprias e são bem mais estudados que os endofíticos que habitam partes aéreas de plantas. A presença desses microrganismos pode conferir proteção, resistência a insetos, melhoria no desenvolvimento, entre outros benefícios (Azevedo et al., 2000; Araújo et al., 2002; Scherwinski et al., 2007). Além da ocorrência natural de endófitos nas plantas, muitos estudos estão sendo realizados com microrganismos geneticamente modificados (MGM) com intuito de avaliar a forma de colonização do hospedeiro usando microscopia de fluorescência (Lacava et al., 2007). Essa forma de colonização das plantas pode possibilitar o uso desses MGMs para conferir resistência aos insetos, visto que o microrganismo poderia ser transformado com gene(s) responsável pela morte do inseto alvo.

Dentro desse contexto, esse trabalho teve o objetivo de avaliar a colonização de uma bactéria endofítica geneticamente modificada em plântulas de arroz e em lagartas de S. frugiperda, sendo realizados os seguintes experimentos:

(i) Colonização de arroz por Methylobacterium mesophilicum geneticamente modificada. Utilizou-se a bactéria endofítica M. mesophilicum transformada geneticamente com um plasmídeo contendo o gene repórter da GFP (Green Fluorecent Protein) e um gene marcador conferindo resistência ao antibiótico tetraciclina. Sementes da cultivar de arroz Epagri 112 foram germinadas em meio de cultura MS (Murashige & Skoog) a 26ºC com 12 h de fotoperíodo. Sete dias após a germinação, as plântulas foram retiradas do meio de cultura e suas raízes foram submersas em uma suspensão de células bacterianas na concentração de 108 células ml-1, por uma hora. Após o contato com as bactérias, as plântulas foram transplantadas para frascos contendo o meio MS e mantidas nas mesmas condições fototérmicas da germinação. Aos cinco e dez dias após a inoculação, foram realizados isolamentos de M. mesophilicum da parte aérea das plântulas de arroz, utilizando 1 g de tecido, o qual foi submetido à desinfestação superficial (1 min em álcool 70%; 2 min em hipoclorito de sódio 2,5%; e lavagens em água destilada autoclavada), sendo macerado em 5 ml de tampão PBS (tampão fosfato). Alíquotas foram plaqueadas

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em meio de cultura contendo o antibiótico tetracilclina (50 µg ml-1). A condição de incubação foi de 30ºC por sete dias. Após a incubação, o número total de unidades formadoras de colônia (UFC) foi avaliado. Paralelamente, cortes in natura das plântulas de arroz inoculadas foram analisadas, quanto à colonização, por microscopia de fluorescência.

(ii) Interação de M. mesophilicum com S. frugiperda. Utilizou-se a mesma bactéria endofítica do experimento anterior. Lagartas de S. frugiperda de 3º ínstar, mantidas em criação de laboratório sob dieta artificial (Parra, 2001), foram utilizadas para condução do bioensaio, que constou de dois tratamentos, com e sem M. mesophilicum. Nos tubos contendo a bactéria esta foi inoculada por meio da aspersão de 50 µL de suspensão bacteriana (108 ml-1). Transferiu-se uma lagarta para cada tubo mantendo-os em condições laboratoriais (25º±1ºC e com 12h de fotoperíodo).

As avaliações para detectar a presença da bactéria no trato digestivo da lagarta foram realizadas as 24, 48 e 96 h após a instalação do bioensaio. Para este procedimento, cinco lagartas de cada tratamento foram submetidas a um processo de assepsia (30 s em álcool 70%; 30 s hipoclorito de sódio 2,5%; 30 s em álcool 70%; e duas lavagens em água destilada autoclavada), sendo separadas a cabeça e o restante do corpo. O corpo de cada lagarta e as cabeças de cada tratamento foram macerados em PBS (proporção 1 g tecido para 10 ml de PBS), sendo plaqueados 100 µl do macerado por placa de meio de cultura. A condição de incubação foi de 30ºC por 7 dias. A fim de se observar a presença da bactéria após a passagem pelo trato digestivo da lagarta, fez-se a diluição das fezes em PBS e plaqueamento como nos procedimentos anteriores. Para cada época de reisolamento de bactérias, foram analisadas cinco lagartas utilizando três repetições para cada inseto.

No experimento (i), onde se avaliou o número de UFC bacterianas isoladas das plântulas de arroz inoculadas com M. mesophilicum, expressando GFP, observou-se a colonização da parte aérea do arroz aos cinco e dez dias após a inoculação. Essa colonização foi constatada tanto nos ensaios de reisolamento em meio de cultura quanto nas análises de cortes in natura em microscópio de fluorescência. O número médio de UFC obtidas aos cinco e dez dias após a inoculação foi de 5x101 e 8,2x101 UFC.g-1 de tecido respectivamente.

No experimento (ii), onde se avaliou o número de UFC bacterianas isoladas de S. frugiperda, observou-se a presença de M. mesophilicum nas amostras do trato intestinal e da cabeça das lagartas avaliadas somente após 96 horas. O número médio de UFC obtidas do trato intestinal e cabeça foi de 8x102 e 2x102 UFC.g-1 de tecido, respectivamente. Não se observou UFC nos reisolamentos realizados a partir das fezes das lagartas, para todas as épocas avaliadas.

M. mesophilicum expressando um gene marcador foi capaz de colonizar plântulas de arroz e sobreviver no trato intestinal das lagartas. No presente trabalho, o gene inserido na bactéria era responsável pela produção da proteína GFP, a qual não é tóxica ao inseto. No entanto, se genes responsáveis pela produção de uma proteína tóxica ao inseto forem inseridos, esse microrganismo endofítico pode se tornar um candidato no controle de S. frugiperda. As plântulas inoculadas com a bactéria passariam a ser resistentes ao inseto por antibiose.

Como a presença da bactéria nas lagartas foi observada somente 96 h após a inoculação algumas hipóteses podem ser consideradas. Uma delas é a possibilidade de o isolamento ter sido realizado antes de a bactéria ter sofrido ação das enzimas gástricas do inseto, mas nesse caso é preciso considerar as avaliações anteriores (24 e 48 h), pois o mesmo poderia ter acontecido. Cabe ainda ressaltar que a quantidade de alimento ingerido pelas lagartas foi maior que o ingerido no início do bioensaio onde elas lagartas eram menores, devendo-se assim considerar o fator de diluição do material durante o reisolamento. Outra hipótese estaria relacionada ao período que a bactéria levaria para colonizar o interior do inseto.

Dessa forma, estudos mais aprofundados sobre os mecanismos envolvidos na interação entre inseto, bactéria e planta são necessários para que se possa definir melhor uma estratégia de controle. A estimativa da freqüência inicial e a possibilidade de

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crescimento dessa bactéria no interior do trato digestivo do inseto podem se constituir em ferramenta importante para engenheirar um microrganismo capaz de expressar genes de interesse no controle endossimbiótico de S. frugiperda.

Apoio financeiro: CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, W.L.; MARCON, J.; MACCHERONI, J.; ELSAS, J.D.V.; VUURDE, J.W.L.V.; AZEVEDO, J.L. Diversity of endophytic bacterial populations and their interaction with Xylella fastidiosa in Citrus plants. Applied and Environmental Microbiology, vol. 68, p. 4906–4914, 2002. ARTHUR, V.; AGUILAR, J.A.D.; ARTHUR, P.B. Esterilização de adultos de Spodoptera frugiperda a partir de pupas irradiadas. Arquivos do Instituto Biológico, vol. 69, n. 2, p. 75-77, 2002. AZEVEDO, J.L.; MACHERONI Jr., W.; PEREIRA, J.O.; ARAÚJO, W.L. de. Endophytic microorganisms: A review on insect control and recent advances on tropical plants. Electronic Journal of Biotecnology, vol. 3, p. 40-65, 2000. AZEVEDO, J.L.; ARAUJO, W.L. Diversity and applications of endophytic fungi isolated from tropical plants. In: Fungi: Multifaceted Microbes. Ganguli, B. N., and Deshmukh, S.K. (eds.). Boca Raton: CRC press, chap 6, p.189-207, 2007. BUSATO, G. R.; GRÜTZMACHER, A. D.; GARCIA, M. S.; GIOLO, F. P.; STEFANELLO Jr., G. J.; ZOTTI, M.J. Preferência para alimentação de biótipos de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) por milho, sorgo, arroz e capim-arroz. Revista Brasileira de Agrociência, vol.10, n. 2, p. 215-218, 2004. HALLMANN, J.; QUADT-HALLMANN, A.; MAHAFFEE, W.F. & KLOEPPER, J.W. Bacterial endophytes in agricultural crops. Journal of Microbiology, vol. 43, p. 895-914, 1997. PARRA, J. R. P. Técnicas de criação de insetos para programas de controle biológico. Piracicaba: ESALQ/FEALQ, 6 ed. 2001. 134 p. SCHERWINSKI, K.; WOLF, A.; BERG, G. Assessing the risk of biological control agents on the indigenous microbial communities: Serratia plymuthica HRO-C48 and Streptomyces sp. HRO-71 as model bactéria. Bio Control. vol. 52, p. 87-112, 2007.

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DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE ARANHAS EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES INSETICIDAS EM

CACHOEIRA DO SUL, RS

Everton N. L. Rodrigues1,2, Milton de S. Mendonça Jr.1,4, Jaime V. de Oliveira3, Erica H. Buckup2, Maria A. L. Marques2, Lídia M. Fiúza3, Eduardo Amilibia3, José P. de Freitas3, Jaceguay I. de Barros3, Jorge L. Cremonese3. 1. PPG Biologia Animal, Depto. de Zoologia, IB, UFRGS ([email protected]); 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do RS; 3. EEA, IRGA, Cachoeirinha, RS; 4. Depto. de Ecologia, IB, UFRGS.

As aranhas estão entre os mais abundantes predadores em agroecossistemas (Greenstone & Sunderland, 1999), entretanto, são poucos os estudos sobre essa fauna associada às culturas. A araneofauna tem sido intimamente vinculada à complexidade estrutural do ambiente (Rypstra et al. 1999), portanto, as pesquisas relacionadas a diversidade de aranhas em agroecossistemas são de grande importância. A partir destes estudos pode-se observar se o ambiente modificado se manteve ou continua em permanente mudança.

No Brasil, nenhum estudo foi publicado relacionando diferentes inseticidas (produtos químicos) e a fauna de aranhas no arroz irrigado. O presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de alguns inseticidas sobre a araneofauna na lavoura de arroz.

Foram realizadas seis coletas entre 31/01 e 1/03/2007 com intervalo médio de uma semana, sempre às 19hs, metodologia de rede de varredura para amostrar a araneofauna nas plantas do arroz. A área de estudo foi na Barragem do Capané, IRGA, Cachoeira do Sul, safra de 2006/2007. Utilizou-se cinco parcelas com diferentes tratamentos químicos (inseticidas): T1, Xentari (500 ml/hectare); T2, Curbix (125 ml/hectare); T3, Karate (150 ml/hectare); T4, Tamaron (125 ml/hectare) e T5, parcela sem tratamento químico (controle). Efetuou-se 50 redadas em movimentos de avanço pendulares em cada parcela. O material coletado foi acondicionado em vidros e levado até o laboratório. Para conservação foi utilizado álcool etílico a 80%. A identificação e tombamento foi realizada no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS. Análises foram efetuadas a partir dos programas: PASt (Paleontological Statistics, versão 1.34) e SPSS®. Para averiguar a existência de diferenças estatísticas entre os fatores (tratamentos e tempo), e as variáveis riqueza de espécies, abundância, n° de adultos e jovens, foi realizada MANOVA (análise de variância multivariada) com pós-teste de Tukey (p < 0,05).

Um total de 840 aranhas foram coletadas, entre jovens (61%) e adultos (39%). Foram registradas durante as coletas 10 famílias, com o grande predomínio de Araneidae (81,3%), seguida de Anyphaenidae (8,5%), Tetragnathidae (5,3%) e Oxyopidae (2,5%); as menos abundantes foram Miturgidae (0,16%) e Theridiidae (0,08%) (Fig. 1). As duas famílias com maior abundância também foram as com maior riqueza específica. Das famílias cinco pertencem a guilda das caçadoras, duas das construtoras de teias orbiculares e irregulares, respectivamente, e uma pertence às emboscadoras.

Foram determinadas 18 espécies, a mais registrada foi Alpaida veniliae (73,9%), seguida de Oxyopes salticus (5,47%); cinco espécies (28% do total) foram representadas por somente um indivíduo (singletons) (Tabela. I). A maior riqueza foi encontrada na área sem tratamento (S=11), o índice de diversidade de Shannon-Wiener foi mais alto nesta área (1,264); a menor foi registrada na área onde foi utilizado Karate (S=7). Como para a abundância, a riqueza também demonstra que a área onde foi utilizado este produto foi a que sofreu maior impacto e, como esperado, a área sem utilização de tratamento foi a menos afetada, ilustrando o forte dano causado por esses produtos na fauna de predadores que ocorrem junto às pragas na lavoura de arroz.

A maior abundância foi registrada na área sem tratamento (N= 222; 32,6%) a menor onde foi utilizado Karate (135; 19,8) (Fig. 2b). Das áreas com utilização de produtos químicos, onde foi utilizado Xentari apresentou maior abundância (176; 25,6).

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A abundância declinou na 3ª coleta (Fig. 2a) em todos tratamentos, após ocorreu progressivamente um aumento no número de aranhas. Este padrão pode ter ocorrido tanto pela ação dos produtos químicos, quanto algum outro fator abiótico que pode ter ocorrido.

A partir da MANOVA, tratamento e tempo tiveram diferenças significativas para todas as variáveis (abundância, riqueza, jovens e adultos) conjuntamente. Pela análise estatística observou-se que as quatro variáveis foram fortemente influenciadas pelos tratamentos.

Utilizando o índice de Jaccard (Fig. 3) na análise de agrupamento (UPGMA) por similaridade, os resultados demonstraram que os tratamentos 2 e 4 formam um agrupamento com maior valor no índice de similaridade aplicado. Outro cluster foi formado a partir das áreas T1 e T5, sendo aquelas com maior abundância, nota-se que entre os inseticidas o Xentari (T1) foi o que demonstrou menor impacto na fauna de aranhas. A área onde foi utilizado Karate (T3) formou um cluster isolado dos demais, possivelmente, o que mais afetou a fauna de aranhas na área estudada demonstrando um forte impacto nessa fauna.

0

200

400

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1000

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0

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S

Figura 1. Abundância e riqueza de aranhas coletadas nas seis amostragens na lavoura de arroz irrigado em Cachoeira do Sul, RS, 2007.

050

100150200250300350400450

1 2 3 4 5 6Coletas

Ind

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0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5Tratamentos

Ind

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Figura 2. Aranhas coletadas em Cachoeira do Sul, RS, 2007. a. Aranhas por coleta (Datas amostrais: 1. 31/1/2007; 2. 01/2; 3. 07/2; 4. 14/2; 5. 23/2; 6. 01/3/2007). b. Aranhas por tratamento (1. Xentari; 2. Curbix; 3. Karate; 4. Tamaron; 5. Controle – sem produto químico; barras: intervalo de confiança).

a b

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1 2 3 4 5

0,1

0,2

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0,9

1

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(Jac

card

)

5 1 2 4 3

Figura 3. Similaridade entre a fauna de aranhas nos cinco diferentes tratamentos utilizados nas amostragens em Cachoeira do Sul, RS, 2007 (Índice de Jaccard).

Tabela I. Lista de espécies (somente aranhas adultas) coletadas a partir de cinco diferentes tratamentos utilizados na lavoura de arroz irrigado em Cachoeira do Sul, RS, 2007. Tratamentos

Espécies T1 T2 T3 T4 T5 Total Alpaida veniliae 58 34 37 49 61 239 Arachosia sp. 3 0 0 4 1 8 Arachosia sp. 2 1 0 0 0 2 3 Argiope argentata 1 2 0 1 0 4 Argiope trifasciata 0 0 1 0 1 2 Argyrodes sp. 0 1 0 0 0 1 Cheiracanthium inclusum 0 0 0 0 1 1 Gea heptagon 0 0 1 0 0 1 Lycosa thorelli 0 0 0 0 1 1 Misumenops pallidus 1 0 0 0 0 1 Notiohyphantes excelsus 0 1 0 1 1 3 Oxyopes salticus 3 4 5 3 4 19 Salticidae 0 1 1 1 1 4 Sanogasta maculatipes 3 1 0 3 1 8 Sanogasta sp. 2 0 2 0 4 8 Tetragnatha jaculator 1 0 0 0 1 2 Tetragnatha nitens 4 3 3 3 4 17 Tetragnatha sp. 2 0 0 0 2 4

N (Adultos) 79 47 50 65 85 326 S (riqueza de espécies) 11 8 7 8 14

Tratamentos: T1. Xentari T2. Curbix T3. Karate T4. Tamaron T5. Controle – sem produto químico REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GREENSTONE, M. H. & SUNDERLAND, K. D. 1999. Why a symposium on spiders in agroecosystems now? The Journal of Arachnology 27: 267-269. RYPSTRA, A. L.; CARTER, P. E.; BALFOURD, R. A. & MARSHALL, S. D. 1999. Architectural features of agricultural habitats and their impact on the spiders inhabitants. The Journal of Arachnology 27: 371-377.

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PARASITISMO SOBRE POSTURAS DO PERCEVEJO-DO-COLMO-DO-ARROZ EM SANTA CATARINA, BRASIL

Cinei Teresinha Riffel1 Honório Francisco Prando

2 Mari Inês Carissimi Boff

1

1.Departamento de Fitotecnia, CAV-UDESC, Av. Luís de Camões 2090, 88520-000, Lages, SC, ([email protected]) 2.Estação Experimental de Itajaí (Epagri), CP- 277, CEP88301-970, Itajaí, SC.

Palavras-chave: Oryza sativa, controle biológico, Tibraca limbativentris, parasitóides.

O percevejo-do-colmo-do-arroz, Tibraca limbativentris Stal, 1860, (Hemiptera: Pentatomidae) também conhecido como percevejo marrom, percevejo das hastes ou percevejo grande do arroz é um dos insetos mais prejudiciais à cultura do arroz no Brasil (Rosseto et al. 1972, Ferreira & Martins 1984, Ferreira et. al. 1986).

No estado de Santa Catarina, Brasil, desde a safra de 1987/88, o percevejo do colmo vem causando prejuízos às lavouras de arroz principalmente na região do Alto Vale do Itajaí, tradicional região produtora de arroz irrigado, Prando (2005).

O percevejo–do-colmo-do-arroz é favorecido pelo microclima formado na base dos colmos do arroz, local de sua alimentação (Martins et al. 1991, Prando et al. 1993). Tanto os adultos como as ninfas, a partir do segundo instar, alimentam-se nos colmos das plantas do arroz e injetam saliva tóxica no sistema vascular, provocando os sintomas de “coração-morto” quando a cultura é atacada na fase vegetativa e de “panícula-branca” quando o ataque ocorre na fase reprodutiva. Conforme Ferreira et al. (1997), o ataque desta espécie pode provocar até 90% de redução no rendimento de grãos

O controle do percevejo–do-colmo-do-arroz restringe-se a aplicação de inseticidas, que na maioria das vezes, dado ao comportamento do percevejo de se alojar entre os colmos do arroz, não se traduz em medida eficaz para o seu controle. Embora as recomendações técnicas apontem para o manejo integrado desta praga o uso de agrotóxicos, sempre em primeira instância, é comum. Segundo Prando (2002) o uso inadequado e indiscriminado dos agrotóxicos resulta em contaminação ambiental, principalmente quando as áreas de produção se localizam próximas a mananciais hídricos, que é o caso da maior parte das lavouras de arroz no Estado de Santa Catarina.

A busca de medidas para a redução dos problemas fitossanitários que visem o restabelecimento e ou a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas de cultivo, reduzindo ou mesmo eliminando o uso de produtos químicos sintéticos tem alavancado inúmeras pesquisas.

Neste contexto o presente trabalho teve o objetivo estudar a ocorrência de parasitismo em posturas de T. limbativentris em arrozais localizados no Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí, região Norte e Sul do estado de Santa Catarina.

Na safra 2005/2006 foram realizadas coletas de ovos do percevejo-do-colmo-do-arroz com indício de parasitismo em lavouras de arroz irrigado localizadas nos municípios de Imbituba, Tubarão, Criciúma, Maçaranduba, Meleiro, Itajaí e Trombudo Central. As coletas foram realizadas de forma aleatória nas lavouras com cinco amostragens por região, totalizando vinte e cinco amostras.. Os ovos coletados foram acondicionados em caixa de isopor, e levados até o Laboratório de Entomologia da Estação Experimental de Itajaí-Epagri. No laboratório as posturas foram acondicionadas em placas de Petri forradas com papel filtro umedecido e mantidas em temperatura ambiente até a emergência dos parasitóides.

O parasitismo nas posturas foi observado pela variação na coloração dos ovos. Ovos não parasitados apresentam uma coloração verde logo que são ovipositados e com a proximidade da eclosão vão tornando-se róseos. Os ovos quando parasitados apresentam coloração cinza que varia até a cor preta próximo da emergência dos parasitóides.

A partir das posturas de T. limbativentris coletadas nos arrozais obteve-se duas espécies de parasitóides Telenomus podisi (Ashmead) e de Trissolcus urichi (Crawford), (Riffel et al.., 2006).

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Os dados apresentados na Tabela 1 e mostram que as espécies de parasitóides T. podisi e T. urichi, obtidas por meio das coletas aleatórias de posturas de T. limbativentris possuem alto potencial de parasitismo natural onde mais de 80% do total de ovos coletados estavam parasitados.

Na Tabela 2 pode-se verificar o número de adultos emergidos a partir das posturas parasitadas, bem como a presença das espécies em porcentagem obtida nas diferentes regiões.

Tabela 1. Percentagem de parasitismo apresentado por ovos de Tibraca limbativentris coletados em lavouras de arroz irrigado localizadas nas regiões do Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí, Norte e Sul do estado de Santa Catarina.

Municípios Ovos Coletados (N

o)

Ovos Parasitados (N

o)

Parasitismo (%)

Criciúma 125 113 90,4

Imbituba 170 147 86,47

Itajaí 1415 1359 96,04

Maçaranduba 247 193 78,14

Meleiro 185 154 83,24

Trombudo Central 968 878 90,70

Tubarão 234 126 53,85

Total 3344 2970

Média 82,69

A espécie T. podisi foi aquela que apresentou maior abundância e um maior número

de ovos parasitados em todos os municípios e em média apresentou 75,01% de parasitismo (Tabela 2). Já o parasitóide T. urichi apresentou um valor médio de parasitismo de apenas 7,68% (Tabela 2), e não foi encontrado nas lavouras de Meleiros e Tubarão. O maior índice de parasitismo apresentado por T. urichi foi observado nas lavouras de Itajaí (Tabela 2). Tabela 2. Número total de adultos de Trissolcus urichi e Telenomus podisi emergidos a partir de ovos de Tibraca limbativentris e porcentagem de parasitismo por espécie de parasitóide coletados em lavouras de arroz irrigado localizadas nas regiões do Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí Norte e Sul de Santa Catarina.

Embora o baixo número de ovos 125, 185 e 234 encontrados e coletados nos

municípios localizados na região Sul compreendendo Criciúma, Meleiro e Tubarão respectivamente o índice de parasitismo foi elevado assim como nos ovos coletados em Imbituba onde dos 170 ovos parasitados, (Tabela 1), 132 estavam parasitados por T. podisi e 15 ovos estavam parasitados por T. urichi (Tabela2). O maior índice de parasitismo natural, 96,04% ocorreu em posturas coletadas nas lavouras de Itajaí (Tabela 1).

Região Adultos (No) Local de coleta

(Municípios)

Ovos Parasitados

(No)

T. urichi (%) T. podisi (%)

Criciúma Sul 113 13 10,4 100 80 Imbituba Sul 147 15 8,82 132 77,65 Itajaí BaixoVale 1359 321 22,69 1038 73,36 Maçaranduba Norte 193 28 11,34 165 66,80 Meleiro Sul 154 0 0 154 83,24 Trombudo Central Alto Vale 878 5 0,52 873 90,19 Tubarão Sul 126 0 0 126 53,85

Total 2970 382 2588

Média Parasitismo 7,68 75,01

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Por meio do levantamento realizado conclui-se que o índice de parasitismo natural de ovos do percevejo-do-colmo-do-arroz, observado nas lavouras de arroz irrigado em Santa Catarina foi acima de 80% e que a espécie T. podisi é de ocorrência freqüente e mais abundante em todos os locais das coletas. Esta espécie apresenta grande potencial para tornar-se um organismo de controle biológico se multiplicado e liberado em massa. BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, E.; MARTINS, J. F. S. da. Insetos prejudiciais ao arroz no Brasil e seu controle. Goiânia, EMBRAPA/CNPAF, Documentos, n.11, 1984. 67p. FERREIRA, E.; MARTINS, J. F. S. da; RANGEL, P. H. N.; CUTRIM, V.A. Resistência de arroz ao percevejo-do-colmo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, n. 21, p. 565-569. 1986. FERREIRA, E.; ZIMMERMANN, F. J. P.; SANTOS, A. B. dos; NEVES B. P. das. O Percevejo-do-Colmo na Cultura do Arroz. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1997,43p. MARTINS, J.F. S. da; LIMA, M.G.A. de; BOTTON, M. Controle do percevejo do colmo com fungos entomopatogênicos. In: Reunião da Cultura de Arroz Irrigado, Florianópolis. Empasc, 1991, p.194-197. PRANDO, H. F.; KAVELAGE, H.; FERREIRA, R. A. Ciclo de vida de Tibraca limbativentris Stal 1860 (Hemíptera, Pentatomidae), em condições de laboratório. Revista Brasileira de Entomologia, v.37, n.21, p.335-339, 1993. PRANDO, H.F. Manejo de Pragas em Arroz Irrigado. In Epagri, Sistema de produção de do arroz irrigado em Santa Catarina (pré-germinado). Florianópolis, 2002,273p. PRANDO, H.F. Manejo de Pragas em Arroz Irrigado. In Epagri, Sistema de produção de do arroz irrigado em Santa Catarina (pré-germinado). Florianópolis, 2005, 87p. RIFFEL, C. T.; PRANDO, H. F. BOFF, M. I. C. Identificação de Microhimenópteros Parasitóides de Posturas do Percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris), em Santa Catarina. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Entomologia, Recife, 2006. ROSSETO, C. J.; SILVEIRA NETO, S.; LINK, D.; GRAZIA, J., AMANTE, E.; SOUZA, D.; BANZATTO, N.V.; OLIVEIRA, A.M. Pragas do arroz no Brasil. p. 149-227. In Reunião do Comitê de arroz para as Américas, 2, Pelotas,1972, 227p.

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ASPECTOS BIOLÓGICOS DO PARASITÓIDE Telenomus podisi ASHMEAD EM OVOS DO PERCEVEJO-DO-COLMO Tibraca limbativentris (STAL)

(HEMIPTERA: PENTATOMIDAE)

Cinei Teresinha Riffel1 Honório Francisco Prando2 Mari Inês Carissimi Boff1 1Departamento de Fitotecnia, CAV-UDESC, Av. Luís de Camões 2090, 88520-000, Lages, SC, ([email protected]) 2Estação Experimental de Itajaí (Epagri), CP- 277, CEP88301-970, Itajaí, SC.

Palavras-chave: Insecta, biologia, controle biológico

A constante busca por práticas de manejo de cultivos agrícolas que priorizem a preservação do ambiente, a saúde e o bem estar do homem, tem alavancado pesquisas que vão ao encontro de estratégias do manejo integrado de pragas.

O uso intensivo de produtos químicos e seu impacto negativo para o homem e o ambiente bem como a constatação da redução de sua eficiência sobre as populações dos insetos-praga e o efeito adverso sobre as populações de seus inimigos naturais, demandam a redução de sua utilização, assim como a introdução de métodos de controle de menor risco ambiental, que sejam mais seletivos, favorecendo assim as espécies de inimigos naturais, presentes nos agroecossistemas.

Dentre o conjunto de inimigos naturais considerados agentes de controle biológico, de insetos-praga estão os microhimenópteros parasitóides de ovos, grupo este considerado muito promissor. No Brasil, os parasitóides de ovos dos gêneros Trissolcus e Telenomus são encontrados em uma ampla faixa longitudinal, desde o Centro-Oeste (Medeiros et al.1997), até o extremo sul do País (Moreira & Becker 1986). A utilização de inimigos naturais como predadores e parasitóides, nativos ou exóticos, no controle biológico de pragas têm sido consolidado e vêm sendo difundido em diversas culturas como algodão, cana-de-açúcar, tomate, soja, trigo, mandioca e florestas (Parra, 2000).

Independente do sistema de cultivo utilizado, as plantas de arroz também sofrem ataque de insetos sugadores principalmente do percevejo-do-colmo Tibraca limbativentris (Stal,1860) (Hemiptera: Pentatomidae). Segundo Prando (2002) o percevejo-do-colmo tem danificado a cultura de arroz em Santa Catarina, desde a safra de 1987/88, causando prejuízos, estando atualmente distribuído em as regiões orizícolas do Estado.

Informações relacionadas ao emprego de organismos parasitas e/ou parasitóides de ovos, sobre formas jovens ou adultos do percevejo-do-colmo são escassas.

Prando (2002) relata ter constatado com freqüência na região produtora de arroz irrigado do Baixo Vale do Itajaí, Santa Catarina, posturas de T. limbativentris parasitadas por microhimenópteros, sem no entanto indicar a espécie.

Coletas realizadas em diversas lavouras de arroz nas regiões do Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí, em Santa Catarina demonstraram a ocorrência natural de ovos do percevejo-do-colmo T. limbativentris, com sinais de parasitismo. Das posturas de T. limbativentris parasitadas obteve-se as espécies de Telenomus podisi (Ashmead) e de Trissolcus urichi (Crawford), (Riffel et al.2006a). Observações preliminares demonstraram que T. podisi mostrou ter maior potencial de parasitismo sobre ovos de T. limbativentris em relação a T. urichi, (Riffel et al. 2006b).

O presente trabalho teve como objetivo estudar, em condições de laboratório atributos biológicos de T. podisi em relação à longevidade das fêmeas do parasitóide, o índice de parasitismo, o período ovo-adulto bem como a razão sexual do parasitóide, obtidos a partir de posturas parasitadas de T. limbativentris.

O experimento foi conduzido no Laboratório da Epagri, Estação Experimental de Itajaí, no período de novembro de 2005 a março de 2006. Realizaram-se bioensaios com 40 fêmeas individualizadas. As unidades experimentais foram compostas por uma placa de Petri, forada com papel filtro umedecido com água destilada através de um chumaço de algodão, contendo uma massa de 20 ovos, previamente assepsiados, que recebia uma fêmea do parasitóide. Como alimento foi fornecido mel puro disposto em um filete de papel

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cartolina. As placas de Petri com as posturas e o parasitóide foram transferidas para uma câmara tipo BOD com temperatura de 25±1oC e fotofase de 14 horas. Realizava-se diariamente a renovação do alimento dos insetos que permaneciam vivos e da umidade para evitar a dessecação dos ovos. Para a avaliação da longevidade das fêmeas diariamente foram feitas avaliações para verificar os insetos que permaneciam vivos bem como a remoção dos insetos mortos, as avaliações foram realizadas diariamente para verificar a emergência dos parasitóides. O índice parasitismo dos ovos foi feito vistoriando diariamente a modificação na coloração externa dos ovos do percevejo, que frescos são esverdeados e quando parasitados após 4 ou 5 dias passam para uma coloração cinza. Constatado a modificação da coloração os ovos foram contados. A viabilidade dos ovos foi obtida por meio da contagem dos insetos que emergiam dos ovos parasitados. A razão sexual dos parasitóides emergidos das 40 unidades experimentais foi calculada pela fórmula RS= fêmeas/(machos+fêmeas).

A longevidade média apresentada pelas fêmeas de T. podisi tendo como hospedeiro ovos de T. limbativentris foi de 5,97 dias (Tabela 1). O período entre a emergência e a morte dos parasitóides foi relativamente curto. A longevidade dos parasitóides está diretamente relacionada a sua alimentação, temperatura e umidade relativa do ar bem como, ao gasto de energia com a cópula e oviposição (Corrêa-Ferreira, 1991). Fêmeas de T. podisi apresentaram diferentes longevidades quando os hospedeiros variaram, conforme Pacheco & Corrêa-Ferreira (1998), em ovos de Nezara viridula (L.), percevejo verde da soja, a média de longevidade das fêmeas foi de 40,6 dias, em ovos de Euchistus heros (Fabr.) as fêmeas tiveram uma longevidade de 30,9 dias, já em ovos de Piezodorus guildini (Westwood) a longevidade média alcançada foi de 19,9 dias. O parasitóide T. podisi se desenvolve de ovo a adulto dentro de ovos do hospedeiro. Dentro do ovo hospedeiro ele passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. O desenvolvimento é perceptível externamente pela mudança na coloração dos ovos do hospedeiro. Em ovos de T. limbativentris, que inicialmente apresentam uma coloração esverdeada, quando parasitados a cor verde muda para cinza, quatro a cinco dias após o parasitismo. Próximo à emergência os ovos parasitados tornam-se completamente escurecidos, pretos. Observou-se que os machos desta espécie emergem um a dois dias antes das fêmeas. Nos bioensaios realizados verificou-se que a duração média do período ovo-adulto de T. podisi sobre o hospedeiro T. limbativentris foi de 10,1 dias (Tabela 1). Cividanes et al. (1998), verificaram que em condições de campo o ciclo biológico (ovo-adulto), tempo para emergência, de T. podisi tendo como hospedeiros ovos de E. heros se concentrou entre 14 e 16 dias, obtendo neste intervalo a emergência de mais de 50% da população de insetos adultos. A média do parasitismo observado de T. podisi em ovos de T. limbativentris foi de 72,56% (Tabela 1). Em relação ao parasitismo obtido pode-se concluir que T. limbativentris também é um hospedeiro adequado para esta espécie de parasitóides. O conhecimento do potencial de parasitismo de uma espécie é fundamental para a avaliação do potencial deste, como agente de controle biológico. O número médio de ovos parasitados por fêmea foi de 14,5 ovos, tendo um intervalo de variação de 0 a 20 ovos (Tabela 2).

Tabela 1. Aspectos biológicos de Telenomus podisi criados em ovos de Tibraca limbativentris. Itajaí, SC, 2005-06. Parâmetros biológicos Média ± E.P. Intervalo de variação1 Período ovo-adulto (dias) 10,1± 1,5 (0-13) Parasitismo(%) 72,56 ± 12,6 (0-100) No emergidos(viabilidade) 11,49 ± 2,2 (0-20) Razão sexual 0,65 ± 0,11 (0-1) Longevidade da fêmeas(dias) 5,97 ± 0,9 (3-13)

1= intervalo de variação observado.

Pacheco & Corrêa-Ferreira (1998), oferecendo ovos de percevejos E. heros, P. guildini e também com N. viridula ao parasitóide T. podisi obtiveram um índice de parasitismo igual a 70% , 38,6% e 8,1% respectivamente. Estes dados mostram que a

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espécie de percevejo praga da cultura da soja E. heros é um hospedeiro adequados a está espécie, o mesmo não acontecendo para P. guildini e N. viridula onde o índice de parasitismo foi reduzido.

Tabela 2. Dados reprodutivos de Telenomus podisi em ovos de Tibraca limbativentris (temperatura: 25 oC ± 1, fotofase : 14horas). Itajaí, SC, 2005-2006. Aspectos avaliados Média ± E.P2. Intervalo de variação1 No ovos parasitados 14,5 ± 2,55 0 - 20 No descendentes/fêmea 11,49 ± 2,2 0 - 20 No de fêmeas 8,74 ± 1,84 0 - 18 No de machos 2,67 ± 1,07 0 - 20

1 Intervalo de variação observado 2 Erro Padrão

A média do número de insetos parasitóides emergidos obtida foi de 11,49 insetos por fêmea (Tabela 2). Embora o índice de parasitismo tenha sido alto, este resultado não se verificou na porcentagem de insetos emergidos ou na viabilidade. Nos bioensaios realizados houve uma baixa viabilidade dos ovos, mas embora não tenha ocorrido emergência de T. podisi também não houve eclosão de ninfas de T. limbativentris mostrando assim que o parasitóide afetou o desenvolvimento embrionário do percevejo-do-colmo. Cada fêmea em média deu origem a 11,19 adultos com uma variação de 0 a 20 insetos (Tabela 2). O número médio de descendentes fêmeas e machos foi de 8,74 e 2,67 respectivamente. A média da razão sexual foi de 0,65 (fêmeas: machos) (Tabela 1), podendo-se verificar que os parâmetros de temperatura, densidade e tempo de exposição não tiveram influência, pois a temperatura se manteve constante 25±1 oC bem como a densidade que foi de apenas de uma fêmea. Porém o tempo de exposição variou, devido à longevidade das fêmeas e mostrou ter influenciado.

Em conformidade com os resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir que o percevejo-do-colmo, T. limbativentris também é um hospedeiro adequado para o desenvolvimento do parasitóide de ovos T. podisi, mostrando ser este um promissor agente de controle biológico deste importante inseto-praga. BIBLIOGRAFIA

CIVIDANES, F. J.; FIGUEIREDO, J. G.; CARVALHO D. R. Previsão da emergência de Trissolcus brochymenae Ashmead e Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) em condições de campo. Scientia Agrícola, Piracicaba, vol. 55 n. 1, Jan/Apr. 1998. CORRÊA-FERREIRA, B. S. Parasitóides de ovos de percevejos: incidência natural, biologia e efeito sobre a população de percevejos da soja. Curitiba, UFPR, (Tese de Doutorado). 1991, 229p. MEDEIROS, M. A.; SCHIMIDT, F. G. V.; LOIÁCONO, M.S.; CARVALHO, V. F.; BORGES, M. Parasitismo e predação em ovos de Euchistus heros (Fab.) (Heteroptera: Pentatomidae) no Distrito Federal, Brasil. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, n.26, p. 397-401, 1997. MOREIRA, G. R. P.; BECKER, M. Mortalidade de Nezara viridula (Linnaeus, 1758) (Heteroptera: Pentatomidae) no estágio de ovo na cultura da soja: II. Parasitóides. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, n.15, p. 291-308, 1986. PACHECO, D. J. P.; CORRÊA-FERREIRA, B. S. Potencial Reprodutivo e Longevidade do Parasitóide Telenomus podisi Ashmead, em Ovos de Diferentes Espécies de Percevejos. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, n. 27(4), p.585-591. 1998. PARRA, J. R. P. O Controle Biológico e o Manejo de Pragas: Passado, Presente e Futuro. In GUEDES, J. C.; COSTA, I. D. da; CASTIGLIONI E. Bases e Técnicas do Manejo de Insetos. Santa Maria: UFSM/CCR/DFS; Pallotti, 2000. 248p. PRANDO, H.F. Manejo de Pragas em Arroz Irrigado. In Epagri, Sistema de produção de do arroz irrigado em Santa Catarina (pré-germinado). Florianópolis, 2002, 273p.

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RIFFEL, C. T.; PRANDO, H. F. BOFF, M. I. C. Identificação de Microhimenópteros Parasitóides de Posturas do Percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris), em Santa Catarina. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Entomologia, Recife, 2006a. RIFFEL, C. T.; PRANDO, H. F.; BOFF, M. I. C. Identificação de Microhimenópteros Parasitóides de Posturas do Percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris), em Santa Catarina, Brasil. Submetido: Rev. Neotropical Entomology, 2006b.

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ESTUDO DO PERÍODO RESIDUAL DE STANDAK 250 FS (FIPRONIL) NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAÍZ EM ARROZ IRRIGADO

Honório Francisco Prando1, Cinei Teresinha Riffel1 e Fátima Teresinha Rampelotti1. 1Epagri/Estação Experimental de Itajaí. Caixa Postal 277 CEP 88.301-970 - Itajaí, SC : ([email protected])

O complexo de espécies de gorgulhos aquáticos (Oryzophagus oryzae entre outras) é a principal praga do arroz irrigado no sistema de cultivo pré-germinado, em Santa Catarina. Os adultos causam danos em sementes pré-germinadas nos primeiros dias após a semeadura e posteriormente em plântulas (Prando, 1999). As larvas atacam o sistema radicular da cultura e os inseticidas granulados a base de carbofurano têm controlado satisfatoriamente as larvas. Entretanto, estes inseticidas são aplicados, na maioria das vezes, quando o sistema radicular já está danificado.

O tratamento de sementes com inseticida Standak 250 SF (fipronil) evita que os gorgulhos aquáticos prejudiquem o coleóptilo, radícula e plântulas, e, além disso, controla as larvas logo após a eclosão, ainda na bainha foliar, antes que elas atinjam as raízes (Prando, 1999). Embora se conheça a eficácia do inseticida Standak 250 SF, no controle da bicheira-da-raiz, é de suma importância o conhecimento do período da ação residual efetiva deste inseticida na planta do arroz. Objetivando determinar o período de ação residual do inseticida Standak 250 FS, em tratamento de sementes de arroz no controle de O. oryzae, foi realizado o presente trabalho.

O estudo foi realizado na Epagri - Estação Experimental de Itajaí, com arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado. A cultivar utilizada foi SCSBRS Tio Taka. O experimento constou de sementes tratadas com Standak 250 FS (na dose de 160mL/100Kg) e sementes não tratadas. As sementes foram tratadas três dias antes da hidratação. A primeira semeadura em unidades experimentais (UE) iniciou em 28/07/05, a segunda dez dias após e assim sucessivamente, para que no momento da infestação com insetos adultos (28/09/05) as plantas estivessem para o tratamento a) 60 dias; tratamento b) 50 dias; tratamento c) 40 dias e tratamento d) 30 dias de idade respectivamente, a partir da semeadura. O experimento foi realizado com quatro repetições, e em cada unidade experimental, vasos com 25 cm de altura e 20 cm de diâmetro, foram estabelecidas 10 plantas de arroz com lâmina d’água de 10 cm. Cinco casais de O. oryzae foram colocados em cada unidade experimental, protegida com tule, para evitar a fuga dos insetos. A primeira infestação (5 casais/UE) ocorreu no dia 28/09/05 (plantas com 60, 50, 40 e 30 dias após a semeadura), e uma reinfestação com três casais/UE, da mesma espécie, foi realizada após uma semana da primeira. A manutenção da lâmina d’água nas unidades experimentais, bem como o manejo e tratos culturais foram realizados sob condições controladas, em abrigo de cultivo. Para a avaliação contou-se o número de larvas em cada unidade experimental que ocorreu aos 45 dias após a primeira infestação das plantas com insetos adultos. As unidades experimentais (vasos) foram avaliadas individualmente, lavando-se o sistema radicular com um jato d’água em bandejas e registrando-se o número de larvas encontradas.

Paralelamente a este experimento foram realizados dois bioensaios em laboratório. Insetos adultos eram capturados nas áreas com arroz, sem tratamento com inseticidas, e levados ao laboratório, separados em casais e colocados, (em número de três casais) em cada tubo de ensaio com duas plantas de arroz, cujas sementes foram tratadas (Standak 250 FS na dose de 160ml/100Kg de sementes) e testemunha (sem tratamento), com cinco repetições. Os insetos foram colocados sobre as plantas idades de 60, 50, 40, 30, 20 e 10 dias. As avaliações eram feitas diariamente registrando-se o número de insetos vivos, mortos e eclosão de larvas em cada unidade experimental.

Os dados, expressos na Tabela 1, evidenciam que o tratamento de sementes de arroz com Standak apresentou um efeito residual de até 67 dias controlando a bicheira-da-raiz, larvas de gorgulhos-aquáticos.

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O inseticida Standak, na dose utilizada, controlou acima de 93% as larvas de Oryzophagus oryzae, independente da idade do arroz, de 30 a 67 dias. Observou-se ainda que o número de larvas, em parcelas testemunhas, diminuiu substancialmente com o aumento da idade da planta. É provável que as condições de postura e sobrevivência do inseto não sejam tão favoráveis em plantas com idade superior a 47 dias.

Observou-se, também, que a infestação de insetos em plantas acima de 40 dias não exterioriza sintomas de danos de bicheira-da-raiz. Isso sugere que as plantas com sistema radicular bem desenvolvido sofrem menos o ataque da bicheira-da-raíz do que em plantas na fase inicial da formação do sistema radicular.

Tanto no Experimento (Tabela 1), quanto nos bioensaios I e II (Tabelas 2 e 3), ficou evidente que o poder residual do Standak atingiu 60 dias. Este período residual é suficiente para proteger a planta de arroz do ataque das larvas do gorgulho aquático. Tabela 1. Número médio de larvas de Oryzophagus oryzae, das unidades experimentais com quatro repetições, com tratamento (Standak 160mL/100Kg) de sementes de arroz cv. SCSBRS Tio Taka e sem tratamento (testemunha), avaliado aos 45 dias após a primeira infestação com insetos adultos. Itajaí, SC. 2005/06.

Número médio de larvas/amostra2 Idade das plantas (DAS)1

Testemunha Standak

Controle (%)

30 e 37 125 0,8 99,4 40 e 47 212 1,0 99,5 50 e 57 61 0,8 98,7 60 e 67 25 1,7 93,5

1Idade das plantas (em dias) no momento da infestação; 2Tamanho da amostra = 10 plantas.

Nos bioensaios observa-se que os insetos adultos (gorgulhos aquáticos) submetidos

à dieta de plantas de arroz com e sem tratamento de sementes foram afetados a partir do terceiro dia de alimentação em plantas com 50 dias ou menos.

Bioensaio I Tabela 2. Sobrevivência (%) de insetos adultos em bioensaio com dieta em plantas de arroz, cv. SCSBRS Tio Taka, com tratamento de sementes (Standak 160mL/100Kg) e sem tratamento (testemunha). Plantas com diferentes idades (dias após a semeadura). Itajaí, 2005/06.

Idade das plantas (dias)

4 DAI* Insetos

vivos (%)

7 DAI Insetos

vivos (%)

10 DAI Insetos

vivos (%)

Eclosão de larvas

(quantidade)**

Controle (%)

60 (Standak) 90,0 70,0 54,0 28 88,2 50 (Standak) 6,7 0,0 0,0 0 100,0 40 (Standak) 30,0 0,0 0,0 7 97,0 30 (Standak) 16,7 0,0 0,0 18 92,4 20 (Standak) 6,7 0,0 0,0 18 92,4 10 (Standak) 0,0 0,0 0,0 0 100,0 30(Testem.) 83,3 80,0 80,0 236 0,0

*DAÍ = dias após infestação; ** Até 12 dias após infestação.

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Bioensaio II Tabela 3. Sobrevivência (%) de insetos adultos e eclosão de larvas (quantidade) em bioensaio com dieta em plantas de arroz, cv. SCSBRS Tio Taka, com tratamento de sementes (Standak 160mL/100Kg) e sem tratamento (testemunha), com plantas de diferentes idades (dias após a semeadura). Itajaí, 2005/06.

3 DAI2 6 DAI 10 DAI Larvas3 Plantas1 St Test St Test St Test St Test

Controle (%)

60 100,0 100,0 40,0 96,7 6,3 33,3 34 60 43,2 50 16,7 100,0 0,0 100,0 0,0 50,0 9 100 91,0 40 46,7 100,0 13,3 100,0 10,0 83,7 3 105 97,2 30 20,0 96,7 0,0 60,0 0,0 76,3 6 70 91,4 20 36,7 100,0 3,3 100,0 0,0 -4 17 - - 10 16,7 100,0 0,0 100,0 0,0 43,7 1 70 98,6

1Idade das plantas (em dias) no momento da infestação; 2Dias após a infestação; St = Standak 160ml 100kg-1sementes; Test. = Testemunha; 3Número de larvas eclodidas até 12 dias após infestação; 4As plantas destruídas pelos insetos.

As lavouras de arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado, implantadas com

sementes tratadas, cv. SCSBRS Tio Taka, com Standark 250 FS na dose de 160mL/Kg não requer tratamentos posteriores para o controle da bicheira-da-raíz, pois o poder residual ultrapassa aos 50 dias após a semeadura.

Após 47 dias da semeadura, há uma tendência de decréscimo no número de larvas por unidade experimental, mesmo naquelas em que as sementes não foram tratadas com o inseticida.

Sintomas de danos da bicheira-da-raíz não são manifestados visualmente na parte aérea da planta do arroz, na cv. SCSBRS Tio Taka, quando adultos ocorrem depois de 40 dias da semeadura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PRANDO, H.F. Aspectos bioetológicos e de controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera, Curculionidae) em arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado. Curitiba, 1999. Tese Doutorado. 102p. Universidade Federal do Paraná.

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AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO EM SISTEMA PRÉ-GERMINADO, COM E SEM TRATAMENTO DE

SEMENTES PARA CONTROLE DO Oryzophagus oryzae

Honório Francisco Prando(1); Rubens Marschalek(1), Henri Stuker(1), Jaqueline Nogueira Muniz(2), Khadine Thatiane Appio(2) (1)Epagri - Estação Experimental de Itajaí. C.P. 277, 88301-970, Itajaí, SC, ([email protected]) (2)Bolsista do CNPq junto à Epagri no Projeto 507396/2004-9.

O gorgulho aquático (Oryzophagus oryzae, Costa Lima, 1936), cujas larvas são

conhecidas por bicheira-da-raiz do arroz, talvez seja um dos principais problemas da orizicultura catarinense no que diz respeito a insetos-praga, pois as larvas deste inseto danificam as raízes das plantas. O controle químico deste inseto é hoje a principal alternativa utilizada pelos orizicultores em cerca de 134.000 ha de arroz irrigado, de um total de 149.000 anualmente estabelecidos no estado de Santa Catarina. Do total da área em que é usado inseticida, estima-se que 80% use o tratamento de sementes com fipronil, e 20% utilize carbofuran. Esta situação, do ponto de vista ambiental, prejudica a imagem da orizicultura, além de que, o uso de inseticidas, contribui para elevar o custo de produção. Entretanto, apesar dos prejuízos elevados atribuídos a este inseto pelos agricultores, vários estudos apontam para o fato destes estarem sendo superestimados. Estes estudos demonstraram que a produtividade do arroz na presença da praga estatisticamente não difere da produtividade do arroz tratado com inseticidas (OLIVEIRA; CABRAL, 1984; OLIVEIRA, 1988; OLIVEIRA, 1993; MARTINS et. al, 1993; PRANDO; PEGORARO, 1993; PRANDO, 1999; PRANDO, 2005). Isso, no entanto, não significa que tais diferenças, embora estatisticamente pouco relevantes, não sejam economicamente importantes para o produtor. Tais diferenças podem atingir até 29,9% (PRANDO, 1999). Mesmo assim, não se conhece o nível de dano econômico desta espécie, o que dificulta ainda mais as análises do grau de prejuízo que de fato este inseto imprime à cultura do arroz.

O relativo desconhecimento a respeito do real nível de dano econômico desta praga impõe que se reflita sobre o custo-benefício do tratamento das lavouras de arroz irrigado com inseticidas, ou, o custo de oportunidade de não tratá-las, ou ainda, de fazer um tratamento mais racional, e não preventivo, a fim de reduzir o impacto ambiental negativo da cultura. Uma possibilidade, neste sentido, seria a busca de alternativas ao controle químico. Na tentativa de estudar melhor este complexo assunto, que envolve inúmeras variáveis, estabeleceu-se este experimento, visando identificar uma eventual tolerância de genótipos de arroz. Estudos anteriores (MARTINS; TERRES, 1989; MARTINS; TERRES, 1991; MARSCHALEK et. al., 2005) relatam que certa resistência ocorre em diferentes genótipos de arroz, entre os quais a cultivar americana Dawn (SILVA et al., 2003), apontando assim para a existência de variabilidade genética em relação à este caráter. Partindo-se desta hipótese, visou-se com este estudo, apoiado em trabalho prévio de avaliação de cultivares e linhagens de arroz (MARSCHALEK et al., 2005), identificar genótipos tolerantes ao O. oryzae, os quais deveriam ser capazes de manter suas produtividades a despeito da presença da praga. Isto é, pretendia-se identificar genótipos que, mediante o tratamento com inseticida, ou sem este, originassem produtividades semelhantes.

O ensaio foi conduzido na Epagri – Estação Experimental de Itajaí em 2005/06, sendo testados 7 genótipos (Fator B: subparcelas) em dois tratamentos básicos (Fator A: parcelas), ou seja, tratado com inseticida e não tratado, em blocos ao acaso com 2 repetições. As parcelas contendo os genótipos tratados com inseticida não foram fisicamente separadas das parcelas não tratadas. O inseticida usado foi o fipronil, em tratamento de sementes (37,5 g i.a./100kg de semente). Alguns dos genótipos foram inclusos como “tolerantes” (linhagens SC 389 CL, SC 355 ME, e SC 377 ME), pois apresentaram anteriormente (MARSCHALEK, et al., 2005) baixo número de larvas, enquanto outros, com elevado número (SCSBRS Tio Taka, e as linhagens SC 385 CL e SC

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350 ME), foram inclusos no ensaio como materiais suscetíveis. Os genótipos foram semeados (100 kg/ha) a 28/9/05 em parcelas de 7,5 m x 7,5 m, sendo colhidas em cada subparcela três amostras de 2 m2 cada uma, a fim de determinar qual a produtividade de grãos. Os tratos culturas foram realizados conforme as recomendações técnicas para arroz irrigado sistema pré-germinado (EPAGRI, 2005), cabendo no entanto salientar que o nitrogênio foi utilizado na quantidade de 85 kg/ha em três doses. Também foram realizados dois tratamentos com fungicidas para prevenir o aparecimento e interferência da brusone.

Como resultado, o efeito de tratamento (com e sem inseticida) não foi significativo estatisticamente. Os genótipos, todavia, diferiram uns dos outros, o que era previsível (Tabela 1). O tratamento com inseticida não parece ter propiciado um controle que resultasse em melhor produtividade. Já a interação ausente entre genótipos e tratamento indica que não foram detectados genótipos tolerantes à praga e genótipos suscetíveis. Ou seja, respectivamente, não foram encontrados genótipos nos quais a diferença entre a produtividade das parcelas tratadas e das não tratadas, fosse insignificante (=genótipos tolerantes). Também não foram identificados genótipos nos quais a diferença de produtividade em parcelas tratadas com inseticida, e não tratadas, fosse significativa (=genótipos suscetíveis). Caso tivessem sido encontrados estes dois tipos de genótipos, ter-se-ia encontrado uma interação genótipo x tratamento significativa.

Tabela 1. Produtividade (kg/ha) de genótipos de arroz na safra 2005/06 (semente não tratada e tratada com fipronil).

Não tratado Tratado

Genótipo c/ fipronil c/ fipronil Médias

kg/ha kg/ha kg/ha

SC 355 ME 10.181 a 11.298 a 10.740 a

SC 385 CL 9.217 a b 8.713 a b 8.965 a b

SCSBRS Tio Taka 8.819 a b 8.356 a b 8.588 b cSC 377 ME 8.146 b 7.887 b 8.017 b cSC 213 8.609 a b 7.300 b 7.954 b cSC 350 ME 7.117 b 8.239 b 7.678 b cSC 389 CL 6.661 b 6.733 b 6.697 c

dms = 2.967,88 CV= 20,135%

Valores seguidos da mesma letra não diferem estatisticamente (Tukey 5%)

Neste estudo não se encontrou, entre os genótipos de arroz avaliados, tolerância ao Oryzophagus oryzae. A praga inclusive não diminuiu significativamente a produtividade, o que corresponde ao já relatado anteriormente pela literatura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EPAGRI. Sistema de produção de arroz irrigado em Santa Catarina. Florianópolis: Epagri, 2005. 87p. (Sistemas de Produção, 32).

MARSCHALEK, R.; PRANDO, H.F.; STUKER, H.; VIEIRA, J. Avaliação da resistência de linhagens e cultivares de arroz aos gorgulhos aquáticos com livre chance de escolha sob condições de cultivo em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005. Santa Maria. Anais..... Santa Maria: Editora Orium, 2005, p.34-36.

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MARTINS, J.F. da S.; TERRES, A.L.S. Avaliação de germoplasma de arroz para resistência à bicheira da raiz. 1991. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 19., 1991; Balneário Camboriú. Anais... Balneário Camboriú: EMPASC, 1991. p.229-231

MARTINS, J.F. da S.; TERRES, A.L.S. Avaliação de germoplasma de arroz para resistência à bicheira da raiz. 1989. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 17., 1991; Porto Alegre. Anais.... Porto Alegre, IRGA, 1989. p.315-319.

MARTINS, J.F.da S., CARBONARI, J.J., CANEVER, M.D., MOREIRA, M.R.; Efeito de inseticidas aplicados no tratamento de sementes de arroz e na água de irrigação para o controle de bicheira-da-raiz. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais.... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.217-219.

OLIVEIRA, J.V.de. Controle químico da bicheira da raiz (Oryzophagus oryzae, Costa Lima, 1936) em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 15., 1988; Pelotas. Anais..... Pelotas: Embrapa-CPATB, 1988. p.224.227

OLIVEIRA, J.V.de. Controle químico da bicheira da raiz Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.215-216.

OLIVEIRA, J.V.de; CABRAL, J.T. Estudo de inseticidas em bicheira da raiz Oryzophagus oryzae em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 13., 1984; Florianópolis. Anais.... Florianópolis: Empasc, 1984. p.323-326.

PRANDO, H.F. Aspectos bioetológicos e de controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleóptera: curculionidae) em arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado, Curitiba: UFPR, 1999. 102p. Tese Doutorado.

PRANDO, H.F. Estudo da Eficiência de inseticidas granulados (gr) e de solução (sc) para o controle da bicheira-da-raiz (Oryzophagus oryzae) em arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005. Santa Maria. Anais..... Santa Maria: Editora Orium, 2005, 2.v. p.84-86.

PRANDO, H.F.; PEGORARO, R.A.. Controle da bicheira da raiz do arroz (Oryzophagus oryzae)(Lima, 1936)(Col. Curculionidae) com tratamento de sementes. In: In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais.... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.220-221

SILVA, F.; MARTINS, J.F.da S.; GRÜTZMACHER, A.D; STORCH, G.; AZEVEDO, R.de; GIOLO, F.P. Avaliação da resistência de arroz a Oryzophagusoryzae com e sem chance de escolha da planta hospedeira. Revista Brasileira de Agrociência, v.9, p. 135-140, 2003.

Agradecimentos: agradecemos ao CNPq pelo apoio através do Projeto nº 50.7396/2004-9; sinceros agradecimentos a Samuel Batista dos Santos (Epagri) e Estevão Tirelli (Epagri), pela dedicação na condução dos ensaios, e pelas valiosas contribuições técnicas.

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EFEITO DE Aspergillus flavus SOBRE Oebalus poecilus (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE)

Juliana da Silva Beringer(1)

, Solange Zimmer(1)

, Jaime Vargas de Oliveira(2)

, Raquel de Castilhos-Fortes

(1).

1Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS - Laboratório de

Microbiologia, São Leopoldo, RS. ([email protected]). 2Instituto Rio Grandense do

Arroz – IRGA.

Oebalus poecilus (Dallas, 1851) (Hemiptera: Pentatomidae), conhecido popularmente como percevejo-do-grão, é uma das principais pragas de arroz do Brasil (SQUIRE, 1934; AMARAL, 1949). Ao alimentar-se do grão, o percevejo ocasiona grandes perdas na produção (GALLO et al., 2002; AMARAL, 1949; ROSSETTO et al., 1972; ZUCCHI et al., 1993; EMBRAPA, 1999), resultando em grãos de tamanho irregular que geralmente se quebram durante o beneficiamento (FERREIRA et al., 2002). Além disso, O. poecilus pode ser vetor de fungos contribuindo assim, no aumento da incidência de manchas nas espiguetas (KENNARD, 1966; ANTONIOLLI, 1988; VIEIRA et al., 1999).

Fungos entomopatogênicos podem ser utilizados como uma forma alternativa no controle de insetos praga. Responsáveis por aproximadamente 80% das doenças de insetos, esses fungos são altamente especializados na penetração via tegumento e podem ser obtidos a partir de insetos infectados (ALVES, 1998). As condições do hospedeiro, a quantidade de inóculo e a virulência do fungo, são fatores que influenciam a rapidez da morte do inseto, assim como a produção de toxinas pelo fungo (BAO & YENDOL, 1971).

Segundo Alves (1998), espécies do gênero Aspergillus têm a capacidade de crescer sobre um grande número de substratos, devido à produção de diferentes tipos de enzimas. Além disso, relata como suscetíveis a A. flavus diversas espécies das ordens Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Himenoptera, Lepidoptera e Isoptera.

Este estudo objetivou avaliar o efeito do fungo Aspergillus flavus sobre Oebalus poecilus (Hemiptera: Pentatomidae). O fungo A. flavus foi isolado, através de meio de cultura seletivo, a partir de um exemplar de O. poecilus coletado em uma lavoura de arroz irrigado em Restinga Seca, RS, sendo mantido em estufa a 28 ± 1°C durante 7 dias (Figura 1). A coleta dos percevejos realizou-se na mesma lavoura. Estes insetos foram mantidos em gaiolas plásticas, durante um período de adaptação.

Figura 1. Isolamento do fungo Aspergillus flavus. A: Oebalus poecilus; B: Contaminação de O. poecillus por A. flavus.

Os bioensaios consistiram de 14 frascos cada, contendo 5 indivíduos. Do total de

frascos, dois foram destinados para o controle (testemunha). Para o tratamento do fungo A. flavus, pipetou-se 400µL da suspensão nas concentrações de 7 x 10

6 con/mL e 7 x 10

7

con/mL. Nas testemunhas, a solução foi substituída por água destilada, no mesmo volume. O bioensaio foi feito em triplicata. Os insetos foram observados durante dezessete dias após a inoculação, sendo que os insetos mortos foram transferidos para câmara úmida para posterior confirmação da mortalidade. Os resultados foram analisados por meio do

A B

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teste de mortalidade corrigida. Após dezessete dias de inoculação, o fungo A. flavus se mostrou eficiente nas concentrações 10

6 e 10

7 con/mL quando a mortalidade dos insetos foi

de 54 e 56%, respectivamente. Verificou-se que as duas concentrações foram patogênicas para O. poecilus, sendo

que um entomopatógeno é considerado eficaz quando apresenta valores de mortalidade acima de 40% às pragas estudadas, exceto para os insetos transmissores de fitomoléstias (FARIA et al., 1991; LECUONA et al., 1996; SILVA & VEIGA, 1998).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, S.B. Fungos entomopatogênicos. In: ______. Controle microbiano de insetos. 2.ed. São Paulo: Manole, 1998. AMARAL, S.F. do. Biologia e importância econômica do percevejo do arroz, (Solubea poecila Dallas, 1851) no Estado de São Paulo. Biológico, São Paulo, v. 15, n. 13, p. 47-58, 1949. ANTONIOLLI, Z.I. Natureza do “pecky rice” do arroz parbolizado no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1988. Dissertação (Mestrado), Universidade do Rio Grande do Sul, 1988. BAO, L.L; YENDOL, W.G. Infection of the eastern subterranean termite, Reticulitermes flavipes (Kollar) with the fungus Beauveria bassiana (Balsamo) Vuill. Entomophaga, v. 16, n. 3, p. 342-352, set. 1971. EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (Pelotas, RS). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Pelotas: Embrapa-CPACT/Instituto Rio-Grandense do Arroz/Epagri, 1999. (Embrapa-CPACT. Documentos, 57). FARIA, L.L.F.; OLIVEIRA, J.V.; BARROS, R. Patogenicidade do fungo Beauveria bassiana (Bals.) Vuill., em lagartas de Spodoptera frugiperda ( SMITH, J. E. 1797) (Lepidoptera, Noctuidae) sob condições de Laboratório. Cad. Omega, v. 4, p. 207-217. 1991. FERREIRA, E.; VIEIRA, N.R. de A.; RANGEL, P.H.N. Avaliação de danos de Oebalus spp. em genótipos de arroz irrigado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 6, p. 763-768, jun. 2002. GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. KENNARD, C.P. Effect of the paddy bug, O. poecilus on rice yield and quality in British Guyana. Plant Protection Bulletin, Lanham, v. 14, p. 54-57, 1966. LECUONA, R.E.; TIGANO, M.S.; DIAZ, B.M. Characterization and pathogenicity of Beauveria bassiana against Diatraea saccharalis (F.) (Lepidoptera: Pyralidae) in Argentina. An. Soc. Entomol. Brasil., v. 25, p. 299-307.1996. ROSSETTO, C.J. et al. In: Reunião do Comitê de Arroz para as Américas. 2. ed. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária, Divisão de Pesquisa Fitotécnica, 1972. p. 149-238. SILVA, R.B.Q.; VEIGA, A.F.S.L. Patogenicidade de Beauveria bassiana (Bals.) e Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. sobre Castnia icarus (Cramer,1775). Ver. Agric., v. 73, p. 119-127. 1998. SQUIRE, F. A. A study of Mormidea poecila Dall. Agricultural Journal of British Guiana, Georgetown, v. 5, n. 4, p. 245-252, 1934. VIEIRA, N.R. de A.; SANTOS, A.B.; SANT’ANA, E.P. A cultura do arroz no Brasil. Santo Antônio de Goiás: Embrapa-CNPA F, 1999. ZUCCHI, R.A., S. SILVEIRA-NETO; O. NAKANO. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba: FEALQ, 1993.

Agradecimentos: Ao IRGA, pelos insetos.

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ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR DE Tibraca

limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE)

Juliana S. Beringer(1), Solange Zimmer(1), Carine Cristina Tavares de Souza(1), Jaime Vargas de Oliveira(2), Raquel de Castilhos-Fortes(1). 1Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS - Laboratório de Microbiologia, São Leopoldo, RS. ([email protected]). 2Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.

Palavras-chave: Tibraca limbativentris, isolamento, fungos.

O percevejo-do-colmo, Tibraca limbativentris (Stal, 1960) (Hemiptera: Pentatomidae), é considerado a segunda maior praga na cultura de arroz (COSTA & LINK, 1992; MARTINS, 1992; PEREZ et al., 1995; FERREIRA et al., 1997; MALAVASI, 1999), provocando perdas de produção de 5% a 80% (FERREIRA & BARRIGOSSI, 2004).

No Estado do Rio Grande do Sul, além da Fronteira Oeste, nas regiões da Depressão Central, Planície Costeira Interna e Litoral Sul, a sua ocorrência tem preocupado e causado redução na produção (OLIVEIRA et al., 2005).

O dano caracteriza-se pela morte parcial ou total da parte central dos colmos, na qual o inseto injeta uma substância tóxica. Isso ocasiona, na fase vegetativa da planta, o sintoma conhecido por "coração-morto" e, na fase reprodutiva, o de "panícula-branca" ou panículas com alta porcentagem de espiguetas vazias (GALLO et al., 2002).

Os fungos são capazes de atacar insetos aquáticos e fitófagos que vivem na parte aérea das plantas e no solo. Além disso, podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento do hospedeiro, desde ovos até adultos. Os fungos entomopatogênicos podem ser obtidos a partir de insetos infectados e de amostras de solo (ALVES, 1998). O objetivo deste trabalho foi isolar e identificar fungos a partir de T. limbativentris. Para o isolamento foram utilizados 30 exemplares de T. limbativentris coletados em uma lavoura de Arroz Irrigado em Restinga Seca, RS, e placas de Petri contendo meio de cultura BDA. As mesmas foram mantidas a 28±1ºC por 7 dias. A identificação realizou-se por meio de microscopia óptica no aumento de 400x, com auxílio de bibliografia específica e chaves dicotômicas.

A partir dos exemplares de T. limbativentris, isolaram-se 10 fungos: Aspergillus ochraceus, Beauveria bassiana, Aspergillus sp., Aspergillus niger, Aspergillus wentii, Candida sp., Penicillium sp., Curvularia lunata, Trichophyton sp., Mucor sp. (Figura 1). Dentre esses fungos, dois são comprovadamente entomopatogênicos: B. bassiana e A. ochraceus (Figura 2) .

Figura 1. Fungos isolados de Tibraca limbativentris. A: Aspergillus ochraceus; B: Beauveria bassiana; C: Aspergillus sp.; D: Aspergillus niger; E: Trichophyton sp.; F: Mucor sp.; G: Aspergillus wentii; H: Curvularia lunata; I: Penicillium sp.; J: Candida sp.

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Figura 2. Aspergillus ochraceus isolado de Tibraca limbativentris. A: T. limbativentris; B: Contaminação de T. limbativentris por A. ochraceus; C: A. ochraceus (400x).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, S.B. Fungos entomopatogênicos. In: ______. Controle microbiano de insetos. 2.ed. São Paulo: Manole, 1998. COSTA, E.C..; LINK, D. Avaliação de danos de Tibraca limbativentris Stal., 1860 (Hemiptera: Pentatomidae) em arroz irrigado. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v. 21, n. 1, p.187-195. 1992. OLIVEIRA, J.V.; DOTTO, G.M.; SANTOS, J.L.R. Levantamento populacional do percevejo Tibraca limbativentris (Hemiptera: Pentatomidae) na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO E XXVI REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 2005, Santa Maria. Anais. Santa Maria: Ed. Orium, 2005. 103-104. FERREIRA, E.; BARRIGOSSI, J.A.F. Manejo dos principais insetos fitófagos. Embrapa. Nov. 2004. Disponível em: (http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoTocantins/manejo_insetos_fitofagos.htm) Acesso em 21 mai. 2007. FERREIRA, E. et al. O percevejo-do-colmo na cultura do arroz. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1997. (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 75). GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. MALAVASI, A. Management of the brown pentatomid of rice in the Dominican Republic. Craphin News, n. 18, p. 8, 1999. MARTINS, J.F. da S. Insetos prejudiciais a cultura do arroz irrigado no Mato Grosso do Sul e seu controle. In: Curso de Manejo de Áreas de Várzea do Mato Grosso do Sul, 1. ed. Dourados: EMBRAPA-UEPAE de Dourados, 1992. p. 71-76. (EMBRAPA UEPAE DOURADOS. Documentos, 56). PÉREZ, C.R.; USTA, A.; LOBATÓN, G.V. Level of economic damage and alternative hosts of Tibraca limbativentris (Stal) on rice. Arroz, Bogotá, v. 44, n. 396, p. 26-30, 1995. Agradecimentos: Ao IRGA, pelos insetos.

A B C

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FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO Tibraca

limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA HIBERNAÇÃO EM ARROZ IRRIGADO

Jaime Vargas de Oliveira1, Lídia M. Fiúza1,2, Raquel de Castilhos-Fortes2, Gilberto M. Dotto1, Eduardo Amilibia.1 1.Instituto Riograndense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS. ([email protected]). 12Microbiologia Centro2 UNISINOS, RS.

O percevejo-do-colmo é uma das principais pragas do arroz irrigado no Rio Grande do Sul, devido ao aumento da população e pelos danos causados. Além das infestações em lavouras da Fronteira Oeste, as regiões da Depressão Central e Sul têm apresentado altas populações. Como o percevejo encontra-se distribuído por toda a lavoura, maiores serão os custos no seu controle. Porém, no período da hibernação nos meses de abril a outubro, os adultos encontram-se abrigados nas plantas daninhas, dentro ou próximas à lavoura facilitando o controle. Entre os métodos empregados para controlar este percevejo, os químicos são os mais utilizados mas, o controle biológico é uma estratégia que vem sendo estudada, pois o seu emprego torna o ambiente mais equilibrado. Dentre os organismos que compõem o controle microbiano de pragas são citados vírus, fungos, predadores e parasitóides. O emprego de fungos ainda é pouco utilizado no Brasil, como alternativa no manejo de insetos-praga. Entre os fungos mais utilizados destacam-se Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana (BARROS, 2004). Estudos com o isolado de Metarhizium anisopliae, CG 891, apresentou controle superior a 70% sobre o percevejo-do-colmo (RAMPELOTTI et al., 2005). Trabalhos em laboratório, com os fungos Metarhizium anisopliae, Beauveria bassiana e Paecilomyces fumusoroseus, na concentração de 107, conídios/mL, o controle do percevejo-do-colmo foi de 75%, 25% e 50%, respectivamente (FRIZZO et al., 2005).

O objetivo deste estudo foi determinar o comportamento de alguns entomopatógenos no controle de adultos do percevejo-do-colmo.

O trabalho foi instalado a campo na segunda quinzena de outubro de 2006 na propriedade de Arlenio C. Alves, no município de Restinga Seca, ficando o experimento distante 20 m da área onde foi a lavoura no período agrícola 2005/2006. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com quatro repetições, cada parcela medindo 2,0 x 2,0 m, com 4 m² de área. Os tratamentos se constituíram na utilização de três entomopatógenos, na concentração de 107 conídios/mL, conforme Tabela 1, aplicados com um pulverizador costal pressurizado a CO² com suspensão de 150 L ha-1 . Um tratamento sem aplicação do produto foi incluído como testemunha.

As avaliações para determinar a mortalidade causada pelos fungos foram realizadas pela coleta de 15 insetos por parcela, aos 10 e 30 dias após aplicação dos tratamentos. Estas constaram da observação do número de insetos mortos e com sintomas de coloração branca ou verde, ocasionados pelo ataque dos isolados. Os dados foram submetidos à análise da variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. A eficiência dos três fungos foi avaliada mediante a percentagem de mortalidade, sendo corrigida pela formula de Abbott (1925).

Os resultados obtidos neste estudo mostram que ocorre virulência nos três isolados testados, porém existe variação em relação à eficiência. Na leitura realizada aos 10 dias após aplicação dos fungos, os índices de mortalidade foram maiores nos tratamentos com Metarhizium anisopliae e Paecilomyces fumusoroseus com controle superior a 40% diferindo estatísticamente dos tratamentos Beauveria bassiana e da testemunha. Na avaliação efetuada aos 30 dias, mesmo com o aumento da percentagem de mortalidade nos tratamentos com entomopatógenos, novamente os fungos Metarhizium anisopliae e Paecilomyces fumusoroseus foram mais eficientes, confirmando resultados obtidos por Frizzo et al, (2005) em laboratório. Agentes externos devem ser considerados na eficiência apresentada pelos entomopatógenos testados, pois alguns percevejos já poderiam estar

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infectados por fungos existentes no sítio de hibernação. Um entomopatógeno é considerado eficaz quando apresenta mortalidade superior a 40% para as pragas estudadas(SILVA & VEIGA, 1998).

Os resultados preliminares deste estudo mostram que os entomopatógenos testados podem ser uma alternativa eficiente no manejo integrado de pragas do arroz irrigado. Tabela 1. Eficiência agronômica de entomopatógenos para o controle de adultos de percevejo-do-colmo na hibernação em arroz irrigado. IRGA, Restinga Seca, 2006/07.

Leituras (% mortalidade) Tratamentos Conídios mL-1 10 30

1.Metarhizium anisopliae 107 40 a* 50 a 2. Beauveria bassiana 107 21 b 26 b 3.Paecilomyces fumusoroseus 107 41 a 45 a 4. Testemunha - 0 c 0 c

* Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, W.S. A method of computing the efetivenes of an insecticide. J. Ec. Entomology,Maryland, v. 18, p. 265 – 67, 1925. BARROS, N. M. de. Fungos como agentes de controle microbiológico: produção e registro.In. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 20, 2004, Gramado, Anais... Sociedade Entomológica do Brasil, EMBRAPA, 2004, p. 114. FRIZZO, C; OLIVEIRA, J.V.de; FIUZA, L. M. Aplicação de fungos entomopatogênicos sobre Tibraca limbativentris (HEM: PENTATOMIDAE) em condições de laboratório. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO E XXVI REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 4, 2005, Santa Maria. Anais... Santa Maria, Editora Orium, 2005. p. 472-474. RAMPELOTTI, F. T; MATTOS, M.L; GRUTZMACKER, A. D; MARTINS, J. F. DA S; PRANDO, H. F. Seleção preliminar de isolados de Metarhizium anisopliae para o controle microbiano de Tibraca limbativentris. In. IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO E XXVI REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 4, 2005, Santa Maria. Anais... Santa Maria, Editora Orium, 2005. p. 123-125. SILVA, R.B.Q; & VEIGA, A F.S.L. Patogenicidade de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, sobre Castnia icarus (Cramer,1775). Ver. Agric.v.73, p.119-127, 1998.

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AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ADULTOS DE Oryzophagus oryzae (COL; CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO

Jaime Vargas de Oliveira, Eduardo Amilibia. Instituto Riograndense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS. ([email protected])

A cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul, em função da área cultivada e da produtividade obtida, tem grande importância na economia. Entre os fatores que afetam o rendimento, são citados os insetos-praga. A bicheira-da-raiz, nome comum das larvas do gorgulho aquático Oryzophagus oryzae, é a principal, devido à ocorrência anual, aumento do nível populacional e pelos danos causados. Devido a isso, a lavoura sofreu nas últimas 5 safras altas infestações, pois ao redor de 40% da área semeada foi tratada com inseticidas (OLIVEIRA & FIUZA 2005).

No controle químico em pulverização o inseticida é aplicado geralmente antes da irrigação; é empregado em 10% da lavoura do Estado. O seu uso tem demonstrado um bom controle, porém apenas um produto é utilizado pelos produtores.

Pela expressão deste gorgulho aquático faz-se necessários estudos com novos produtos, considerando-se o custo, a eficiência e o impacto ambiental.

O estudo foi instalado a campo na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) em Cachoeirinha, RS, no ano agrícola 2006/2007. O delineamento experimental foi o de blocos inteiramente casualizados com 4 repetições. Os tratamentos utilizados Curbix 200SC(ethiprole) e Klap 200SC(fipronil) estão especificados na Tabela 1. O sistema utilizado foi o cultivo mínimo, semeando-se a cultivar BR-IRGA 409, na densidade de 120 kg ha-1 . O controle de plantas daninhas foi realizado com Facet 500 PM, na dose de 750 g ha-1 sendo que 2 dias após teve início à irrigação. Para evitar a circulação de água entre as parcelas estas foram isoladas por armações de ferro 2 x 2 m, com 4 m² de área por 0,25 m de altura.

No controle dos adultos os produtos foram aplicados 5 dias antes da irrigação, com um pulverizador costal pressurizado a CO² com volume de calda de 150 L ha-1 . O inseticida Klap 200SC, foi empregado como padrão e um tratamento sem inseticida foi incluído como testemunha. As avaliações para determinar a população de larvas foram realizadas aos 30 e 38 dias após a irrigação através de quatro amostras de solos e raízes, retiradas em cada parcela, com amostrador de cano PVC, com 10 cm de diâmetro e 15 cm de altura. O amostrador foi introduzido no solo à profundidade de 8,5 cm. As amostras foram agitadas sob a água dentro de um balde para liberar as larvas das raízes e do solo. O número médio de larvas por amostra foi de 13 (primeira avaliação) e de 12 (segunda) nas parcelas sem controle. A eficiência dos inseticidas foi calculada pela formula de Abbott (1925). O rendimento de grãos foi obtido pela colheita de 4 m² de área útil de cada parcela, sendo os resultados expressos em t ha-1 e a umidade dos grãos corrigida para 13 %. Os dados foram submetidos à análise da variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade.

Quanto ao controle, o inseticida Curbix 200SC (Tabela 1), na primeira leitura de larvas, nas doses testadas a eficiência foi superior a 95%, não ocorrendo diferença estatística em relação ao tratamento padrão. Na segunda avaliação, novamente todos os tratamentos com Curbix não diferiram significativamente do Klap. Em ambas as leituras, o Curbix nas doses150 e 200 mL ha-1, foi eficiente com 100% de controle. Também nas duas avaliações, os dados referentes ao Curbix 200 SC, confirmam trabalho de Farias et al. (2005), no qual o controle foi superior a 97%. Quanto ao rendimento de grãos, os tratamentos químicos não diferiram da testemunha.

Os resultados obtidos em pulverização com o inseticida Curbix 200 SC demonstram que este produto é eficiente no controle de bicheira-da-raiz.

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Tabela 1. Eficiência de inseticidas em pulverização no controle da bicheira-da-raiz em arroz irrigado. Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, 2006/07.

Leituras (% controle) Tratamentos Doses ha-1 mL p.c

N1

302 N1 382

Rendimento de grãos (t ha-1)

1.Curbix 100 0,50 b* 96 0,50 b 96 7,75 a 2. Curbix 125 0,25 b 98 0,25 b 98 7,72 a 3. Curbix 150 0,00 b 100 0,00 b 100 7,70 a 4.Curbix 200 0,00 b 100 0,00 b 100 7,73 a 5. Klap 60 0,50 b 96 0,50 b 96 7,78 a 6. Testemunha - 13 a ,0 12 a 0 7,40 a

1 Número médio de larvas 2.Leituras em dias após a irrigação *.Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOTT, W.S. A method of computing the efetivenes of an insecticide. J. Ec. Entomology, Maryland, v. 18, p. 265 – 67, 1925. OLIVEIRA, J.V. de; FIUZA, L. M. Interferência da época de controle de larvas da bicheira-da-raiz Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA; CURCULIONIDAE) em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26, Santa Maria, 2005. Anais... Santa Maria, Editora Orium, 2005. p. 99-100. FARIAS, J. R: COSTA, E.C; AURÉLIO, N. D; DONEDA, A; BIGOLIN, M; PASINI, M. P. B. Avaliação de inseticidas e dosagens no controle de Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA:CURCULIONIDAE) em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26, Santa Maria, 2005. Anais... Santa Maria, Editora Orium, 2005. p.40-42.

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CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DE Ochetina uniformis (COLEOPTERA:

CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO

Jaime Vargas de Oliveira, Gilberto M. Dotto, José Luis R. dos Santos. Instituto Riograndense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS. ([email protected])

Nas ultimas safras têm aumentado a ocorrência de Ochetina uniformis no estado do Rio Grande do Sul pois, além da Depressão Central, lavouras da Planície Costeira Interna foram atacadas. O inseto adulto após a hibernação favorecido pelo aumento da temperatura e pela irrigação entra na lavoura. No início ataca as folhas, perfurando as partes terminais. Posteriormente ataca o colmo acima da região do colo, onde é realizada a postura. Após surgem as larvas que movimentam dentro do colmo, sendo encontradas até 4 cm acima do colo. As plantas atacadas pelas larvas apresentam a folha central enrolada, depois fica amarelada e, posteriormente alguns afilhos morrem. No final do ciclo, as larvas deslocam-se para a parte superior das raízes, onde ocorre a fase de pupa. O ataque de O. uniformis reduz o número de colmos, de panículas e a estatura de plantas, provocando perdas de até 64% (OLIVEIRA & DOTTO, 2001). Para cada inseto/m2, ocorre redução de 1,08 % na produtividade (SOUSA et al., 2003). Mesmo sendo um dos principais insetos-praga do arroz irrigado no Estado, não existem inseticidas registrados.

Este estudo foi realizado com o objetivo de determinar a eficiência de produtos no controle de larvas de Ochetina uniformis.

O trabalho foi instalado a campo em Restinga Seca no período agrícola 2006/2007. O delineamento experimental foi o de blocos inteiramente casualizados com quatro repetições, cada parcela medindo 2,0 x 2,0 m, com 4 m² de área. Os tratamentos utilizados estão especificados na Tabela 1. O sistema utilizado foi o cultivo convencional, sendo semeada a cultivar IRGA 422CL, na densidade de 100kg ha-1. Os produtos para controle de larvas foram aplicados aos 75 dias após a irrigação, sendo que para o Engeo Pleno 247SC (tiametoxam+lambdacialotrin) foi utilizado um pulverizador costal pressurizado a CO² com volume de calda de 150 L ha-1 . O inseticida Furadan 100 G(carbofuran) foi aplicado manualmente a lanço. Um tratamento sem inseticida foi incluído como testemunha. A eficiência dos inseticidas foi calculada pela formula de Abbott (1925). A população larval foi avaliada aos 10 dias após a aplicação dos produtos, através da coleta de 20 afilhos de cada parcela, sendo que todas as plantas apresentavam larvas. O rendimento de grãos foi obtido pela colheita de 4 m² de cada parcela, sendo os resultados expressos em t ha-1 e a umidade corrigida para 13%. Os dados foram submetidos à análise da variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade.

O número de larvas diferiu entre os tratamentos inseticidas. O maior controle foi com o Furadan 100G, onde não foram encontradas larvas vivas apresentando eficiência de 100%. Estes resultados foram superiores ao obtido por de França et al. (2005) que, ao aplicarem Furadan 100G (5 kg ha-1), obtiveram 92% de controle. Para o Engeo Pleno 247SC, nas diferentes doses testadas, o número de larvas foi alto. Mesmo nas doses mais elevadas, o produto não foi eficiente e o controle continuou baixo inferior a 26%, não ocorrendo diferenças estatísticas. A alta população larval após a aplicação do Engeo Pleno refletiu-se no rendimento de grãos, em que a produtividade não diferiu estatisticamente da testemunha. No controle com o Furadan 100 G, com eficiência de 100%, a produtividade foi 38% maior que os demais tratamentos, mesmo quando a aplicação do produto feita com alguns afilhos já danificados.

Nas condições que foi realizado este estudo o Furadan 100 G apresentou ótimo controle, porém o Engeo Pleno 247 SC, nas doses testadas, mostra que o produto não é eficiente no controle de larvas de Ochetina uniformis.

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Tabela 1. Eficiência agronômica de inseticidas, no controle de larvas, de Ochetina sp. em arroz irrigado. IRGA, Restinga Seca, RS, 2007.

Leitura Tratamentos Doses ha-1 mL p.c N1 Controle (%)

Rendimento de grãos (t ha-1)

1. Engeo Pleno 247SC 150 16 b** 20 5,67 b 2. Engeo Pleno 247SC 200 15 b 25 5,61 b 3. Engeo Pleno 247SC 300 15 b 25 5,69 b 4. Engeo Pleno 247SC 400 16 b 20 5,71 b 5. Furadan 100G 7000 0 a 100 7,83 a 6. Testemunha -- 20 c 0 5,60 b

1 Número de larvas * Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOTT, W.S. A method of computing the efetivenes of an insecticide. J. Ec. Entomology, Maryland, v. 18,p. 265 – 67, 1925. FRANÇA, J.A S; GUEDES, J.V. C; AURÉLIO, N. D; FARIAS, J. R; SULZBACH, F; ROGGIA, S. Eficiência de Micromite 240SC no controle de Ochetina sp. na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4, e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26, Santa Maria, RS. 2005. Anais...Santa Maria, Orium, 2005. p. 75-77. OLIVEIRA, J.V.de; DOTTO, G.M. Danos de Ochetina sp. na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3, e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25, Balneário Camboriú, SC. 2003. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p. 454-455. SOUSA, A D. de; OLIVEIRA, J. V. de; FIUZA, L. M; Silva, R. F. P. DA; Costa. Níveis populacionais de Ochetina sp. (COL:CURCULIONIDAE) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3, e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25, Balneário Camboriú, SC. 2003. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p. 403-405.

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE ALGUNS INSETICIDAS NO CONTROLE DA

BICHEIRA DA RAÍZ NA SAFRA 2000/2001 EM URUGUAIANA

João Batista Beltrão Marques (1), Jaime Vargas Oliveira (2), Maria Benta Cassetari (3), Jorge Antônio Molinari Flores (4), Ígor Sotal Sauceda(5). ¹Eng. Agrôn. Dr., Embrapa, ([email protected]), R. Manduca Rodrigues, 47 ap 701, cep 97573560, Santana do Livramento, ² Eng. Agr. MSc., Irga, ³ Eng. Agr. Dr.ª , Prof. Substituta da UF de Lages, 4 Tec. Agr. Rice Tec, 5 Tec. Agr. Irga.

A bicheira da raiz (Oryzophagus oryzae Costa Lima, 1936) é uma das principais pragas do cultivo de arroz irrigado no Brasil (Martins et al., 2004). Particularmente, em Uruguaiana, constituí-se num inseto de ocorrência endêmica neste município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Este coleóptero, pertencente a família Curculionidae da espécie Oryzophagus oryzae, causa seu maior dano quando suas larvas consomem o sistema radicular, reduzindo significativamente a produção de grãos do arroz irrigado. No entanto, adultos dessa praga podem também raspar as folhas, reduzindo as suas áreas fotossinteticamante ativas. Na sua fase larval necessita de ambiente saturado de água para se desenvolver.

Ao considerar-se a produção de arroz irrigado, associada a menores custos e a preservação do ambiente, é importante realizar estudos com produtos químicos para determinar suas eficiências, testando inseticidas de baixa toxicidade (Oliveira & Barros, 2001). O presente trabalho justifica-se tendo em vista a prática generalizada de aplicação de inseticidas piretróides junto à aplicação de herbicidas pós emergentes nos municípios de Uruguaiana e Barra do Quarai há diversos anos.

Com o objetivo de avaliar a eficiência de diversos inseticidas em sistema de plantio semi-direto, que é o mais utilizado nessa região, foi instalado um experimento na estação de crescimento 2000/2001, na área experimental cedida ao IRGA pela Fepagro, no município de Uruguaiana, RS.

O ensaio foi conduzido em delineamento completamente casualizado utilizando-se o cultivar Irga 420, sete tratamentos com diferentes inseticidas e uma testemunha, em seis repetições. As parcelas, medindo 7,65 m², foram isoladas por taipas de maneira a evitar a contaminação de inseticidas aplicados em parcelas contíguas. Da mesma forma, a irrigação permaneceu estável nos diversos tratamentos, com a água do canal principal abastecendo diretamente cada parcela, evitando mistura dos inseticidas aplicados. O plantio foi realizado em 05/11/2000, utilizando-se uma plantadeira de parcelas de nove linhas da marca Semeato, sendo as demais práticas de manejo realizadas conforme o recomendado para a cultura. Os tratamentos, descritos na tabela 1, foram aplicados em diferentes fases do cultivo. O inseticida Standak foi utilizado em aplicação prévia ao plantio. O inseticida Klap, utilizado para controle de adultos, foi aplicado seis dias antes do início da irrigação. Já os demais tratamentos foram aplicados quatro dias após a irrigação, que foi realizada 01/12/2007. Os inseticidas utilizados para o controle do adulto, foram aplicados com um pulverizador costal pressurizado a CO2 ,com vazão de 150 litros de calda por ha. Os inseticidas granulados Laser e Furadan, utilizados para o controle de larvas, foram aplicados a lanço, manualmente. Para avaliação dos tratamentos foi utilizado extrator cilíndrico metálico de 10 cm de diâmetro por 10 cm de altura, realizando-se quatro amostras por unidade experimental. Após foi feita a lavagem do solo coletado sobre peneira de malha fina, retendo-se as larvas presentes. O rendimento de grãos foi avaliado através da colheita das plantas das parcelas numa área útil de 4,76 m², secadas trilhadas e corrigidos para 13% de umidade de grãos. A análise da variância do rendimento de grãos e do número de larvas foi realizada, resultando em significância para ambas variáveis, sendo a comparação das médias feita pelo teste de Tukey. Os resultados apontaram para que apenas a Testemunha e o Baytroid apresentaram rendimento de grãos inferior em relação aos demais tratamentos (Tabela 1). Os tratamentos de Furadan 5G nas doses utilizadas de 6 e 15 Kg/ha não apresentaram diferenças significativas em relação aos

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demais produtos aplicados, com exceção do Baytroid, o que justifica cautela na escolha desse inseticida, tendo em vista a alta toxicidade do mesmo.

Concluí-se que os tratamentos que possibilitaram maior produtividade foram os que proporcionaram baixo número de larvas. Assim sendo, a testemunha, sem nenhuma aplicação de inseticida, apresentou elevado número médio de larvas, 9,5 larvas por planta e produtividades de 8929 kg/ha de arroz. O produto Baytroid, apesar de bom controle de larvas (Tabela 1), média de apenas 1,25 larvas por planta, apresentou baixo rendimento de grãos. Nesse caso, outros fatores aleatórios e não avaliados devem ter influenciado na produtividade desse tratamento, não estando relacionado de forma consistente aos fatores testados. Tabela 1. Eficiência relativa de inseticidas no controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936), avaliada através da produtividade e porcentagem de controle. Estação Experimental da Fepagro de Uruguaiana, safra 2000/2001. Inseticida

Dose (Pc/ha)

Nº de larvas médio

por planta (n)

% de controle

Produtividade (Kg/ha)

KLAP 200 SC 60 ml 1,0 A 89,5 10.357,28 A¹ FURADAN 50 G 6000 g 0,5 A 94,7 10.353,46 A STANDAK 250 FS 200 g/100 Kg de semente 0,0 A 100 9.893,39 AB FURADAN 50 G 15000 g 0,0 A 100 9.762,85 AB LASER 100 G 6000 g 0,5 A 94,7 9.526,49 AB MARSHAL 200 SC 100 ml 0,25 A 97,4 9.429,74 AB BAYTROID CE 250 ml 1,25 A 86,8 7.819,11 C TESTEMUNHA - 9,5 B 0,0 8.929,62 BC

¹ Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5%, na vertical. Concluí-se, também, que a prática de aplicação de inseticidas piretróides junto aos herbicidas pós-emergentes em arroz irrigado não se justifica, tendo em vista esses produtos não estarem registrados nos órgãos oficiais e nem nas recomendações técnicas da pesquisa. O mesmo vale para o inseticida Marshal, classe toxicológica II. BIBLIOGRAFIA

MARTINS, J. F.; GRÜTZMACHER, A. D.; CUNHA, U. S. da. Descrição e manejo integrado de insetos-praga em arroz irrigado. In: GOMES, A. da S.; MAGALHÃES JÚNIOR, A. M. de. (Organizadores). Arroz irrigado no sul do Brasil. EMBRAPA, Brasília, 2004, cap. 19, p. 635-675. OLIVEIRA, J. V.; BARROS, J.I. Controle da bicheira da raiz Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) em arroz Irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2., 2001, Porto Alegra, RS. Anais... : Instituto Rio Grandense do Arroz, Porto Alegre, 2001, p.456-457.

Agradecimento: aos ex colegas do IRGA que colaboraram nesta pesquisa.

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TOXICIDADE DE Cry1Ba, SINTETIZADA POR BACILLUS THURINGIENSIS

CEPA 4412, À SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)

Laura Massochin Nunes Pinto1, Andréa Roveré Franz1, José Luís Rosa dos Santos2, Jaime Vargas de Oliveira2 e Lidia Mariana Fiuza1,2. 1UNISINOS. PPG em Biologia, Microbiologia. São Leopoldo, RS. 2EEA-IRGA, Cachoeirinha, RS. ([email protected])

As lagartas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae),

denominadas como lagarta-da-folha na cultura do arroz, são consideradas pragas da parte aérea da planta. Estes insetos estão presentes em todos os estados brasileiros, caracterizando-se por terem hábito alimentar polífago, com alto poder de destruição das plantas. Na cultura do arroz irrigado, as lagartas causam os principais danos entre a emergência das plantas e a inundação das lavouras. Os danos nas culturas podem variar desde a redução da população de plantas até a redução da produtividade de grãos.

Na fase inicial da cultura esses insetos têm sido controlados por meio da aplicação de inseticidas piretróides que representam um baixo custo ao produtor, porém com baixa seletividade aos inimigos naturais e consequentemente elevado impacto ambiental.

Na linha de controle biológico de insetos da ordem Lepidoptera, destacam-se alguns produtos comerciais à base do entomopatógeno Bacillus thuringiensis, os quais mostram-se específicos pela síntese de proteínas Cry (Crickmore, 2006).

A principal característica que confere segurança na utilização de B. thuringiensis é sua especificidade aos insetos-alvo. Dentre as 59 famílias de proteínas Cry descritas até o momento (http://www.lifesci.sussex.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt), diversos estudos apontam a atividade entomopatogênica das proteínas Cry1 como sendo específica aos insetos da ordem Lepidoptera. As proteínas Cry1 têm peso molecular de aproximadamente 130kDa e apresentam toxicidade a insetos de importância econômica do gênero Spodoptera (Höfte & Whiteley, 1989; Luo et al., 1999).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi determinar a toxicidade de B. thuringiensis cepa 4412, que sintetiza a proteína Cry1Ba, contra lagartas de 2º ínstar de S. frugiperda.

Para os ensaios in vivo, a bactéria foi submetida à pré-cultura de 24 horas e cultura de 72 horas, em meio Usual Glicosado, a 30°C e 180rpm. No preparo das suspensões bacterianas, os esporos foram quantificados em câmara de Neubauer e microscopia óptica. As amostras foram diluídas à concentração de 2,3.1010 células/mL e foram aplicados 100µL na superfície da dieta artificial de Poitout & Bues (1974), preliminarmente acondicionada em mini-placas de acrílico. Na testemunha, a bactéria foi substituída por água destilada esterilizada. Nos ensaios pré-seletivos foram utilizadas 20 lagartas de 2º ínstar e três repetições, totalizando 120 insetos. Os experimentos foram conduzidos em condições controladas em câmara tipo B.O.D (25±1ºC, 70% U.R. e 12h de fotofase). A mortalidade foi avaliada diariamente até o 7º dia após aplicação dos tratamentos.

A análise protéica foi realizada por eletroforese em gel de poliacrilamida de dodecil sulfato de sódio a 10% (SDS-PAGE). A amostra foi preparada com 15µL da proteína bacteriana purificada, 0,125M Tris-Cl pH6,8, 4% SDS, 20% Glicerol, 10% Mercaptoetanol e 0,1% Azul de Bromofenol. Em seguida, aquecida a 100°C por 10 min, centrifugada 10.000 rpm por 30s. O SDS-PAGE foi realizado de acordo com o método descrito por Laemmli (1970).

Os dados do perfil protéico de B. thuringiensis cepa 4412, apresentados na Figura 1, revelam as bandas contendo a proteína Cry1Ba purificadas com massa molecular de aproximadamente 130 kDa, a qual é ativada pela ação da tripsina presente no intestino médio da lagarta-da-folha, formando peptídeos tóxicos de 65 kDa.

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Figura 1. Proteína Cry1Ba purificada de Bacillus thuringiensis cepa 4412 (B) em SDS-PAGE (10%) Marcador de peso molecular (A) peptídeo de 130 kDa equivalente a Cry1Ba.

Os resultados da toxicidade in vivo de S. frugiperda revelaram que o B. thuringiensis

cepa 4412 apresentou 100% de mortalidade corrigida na concentração de 2,3.1010 células/mL em 48 horas após a aplicação dos tratamentos (Figura 2).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

24h 48h

Tempo após os tratamentos

Méd

ia d

e m

ort

alid

ade

(%)

Figura 1. Toxicidade de B. thuringiensis cepa 4412 às lagartas de S. frugiperda.

Os resultados deste trabalho podem evidenciar o potencial altamente

entomopatogênico dessa cepa bacteriana e da proteína Cry1Ba presente no corpo de inclusão paraesporal. Na continuidade dessa pesquisa será determinada a Concentração Letal Média (CL50) tanto da cepa quanto da proteína Cry1Ba purificada à espécie-alvo em estudo, buscando sua aplicação como biopesticida ou fonte de genes de resistência dos cultivares de arroz de interesse comercial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standardad evaluation system for rice. Manilla INGER/Genetic Resources Center, 52p.,1996. CRICKMORE, N. Beyond the spore – past and future developments of Bacillus thuringiensis as a biopesticide. Journal of Applied Microbiology. v.101, p. 616–619, 2006. GALLO, Domingos; NAKANO, Octavio; NETO, Sinval S. et al. Manual de Entomologia Agrícola. 2. ed. São Paulo: Agronômica Ceres,1998, 649 p.

A B

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HÖFTE, H. E WHITELEY, H.R. Insecticidal crystal proteins of Bacillus thuringiensis. Microbiology Reviews. v. 53, p. 242-255, 1989. LAEMMLI, U.K. Cleavage os structural proteins during the assembly of the head of bacteriophage T4. Nature, v. 227, p. 680-685, 1970. LUO, K., BANKS, D. E ADANG, M.J. Toxicity, Binding, and Permeability Analyses of Four Bacillus thuringiensis Cry1 δ-Endotoxins Using Brush Border Membrane Vesicles of Spodoptera exigua and Spodoptera frugiperda. Applied and Environmental Microbiology, v. 65, n. 2, p. 457-464, 1999. POITOUT, S., E BUES, R. Elevage des chenilles devingt-huit espèces de Lèpidoptères Noctuidae et de deux espèces d’Arctidae sur milieu artificiel simple. Annales de Zoologie Ecologie Animale. v. 6, p. 431-441, 1974. SILVA, R.F.P. Manejo Integrado de Pragas e Doenças. In.: Cultura do Fumo: Manejo Integrado de Pragas e Doenças, Santa Cruz do Sul, RS, 1998, p. 3-8.

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PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS THURINGIENSIS AOS ADULTOS DE OEBALUS POECILUS (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE)

Laura Massochin Nunes Pinto1, Juliana da Silva Beringer1, José Luís Rosa dos Santos2, Jaime Vargas de Oliveira2 e Lidia Mariana Fiuza1,2. 1PPG em Biologia, Microbiologia, UNISINOS, São Leopoldo, RS. ([email protected]) e ([email protected]) 2Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS.

Dentre diversos insetos que afetam a produção de arroz no Brasil, destacam-se os

percevejos, cuja diversidade abriga espécies benéficas. Os danos devido às infestações do percevejo-do-grão do arroz, Oebalus poecilus, resultam em perdas de 1% na produção, sem considerar ainda as possíveis perdas qualitativas (SOSBAI, 2005).

A alimentação dos adultos e ninfas nas espiguetas em formação diminui a produção, reduzindo o rendimento de engenho e o valor comercial do produto. As lesões causadas nas espiguetas, na fase de endurecimento, são responsáveis pela formação de grãos gessados e facilitam a entrada de fitopatógenos (Ferreira et al., 2001).

Até o momento, o controle do percevejo-do-grão tem sido realizado com inseticidas químicos, porém o uso contínuo desses métodos pode provocar o surgimento de pragas resistentes, além da eliminação de inimigos naturais nas áreas de cultivo e possíveis intoxicações de mamíferos (Silva, 1998).

Inicialmente, a avaliação da atividade entomopatogênica das proteínas sintetizadas por Bacillus thuringiensis, esteve restrita a lepidópteros, dípteros e coleópteros. Com o isolamento de novas subespécies bacterianas, o seu espectro de ação para diferentes insetos alvo tem sido ampliado e atualmente incluem invertebrados pertencentes a outras ordens, como Hymenoptera (Pinto et al., 2003), além de outros organismos como nematóides, ácaros e protozoários (Feitelson, 1993).

Já foram isoladas centenas de cepas dessa bactéria esporulante, as quais, na sua maioria, produzem inclusões paraesporais com uma ou mais protoxinas inseticidas, denominadas de δ-endotoxinas. Cada uma destas protoxinas tem mostrado atividade específica contra as ordens de insetos estudadas (Schnepf et al., 1998). O modo de ação das proteínas, denominadas Cry, tem sido estudado principalmente em lepidópteros e a ação primária destas toxinas é a lise das células epiteliais do intestino médio do inseto alvo, formando nas células intestinais. As inclusões paraesporais ingeridas por larvas suscetíveis dissolvem-se no ambiente alcalino do intestino e as protoxinas solubilizadas são clivadas pelas proteases do intestino médio, originando peptídeos resistentes às proteases que são capazes de se ligarem aos receptores das células intestinais. As proteases que cada grupo de inseto possui são responsáveis pelos diferentes níveis de toxicidade de cada cepa aos diversos insetos (Lightwood et al., 2000; Bravo et al., 2004).

Diversos estudos mostram que os genes cry de B. thuringiensis, os quais codificam as proteínas Cry, podem ser relacionados com a especificidade tóxica das proteínas às ordens de insetos. Em 1989, Höfte e Whiteley associaram a patogenicidade das proteínas Cry1 aos lepidópteros, Cry2 aos lepidópteros e dípteros, Cry3 aos coleópteros e Cry4 aos dípteros. À medida que novos estudos estão sendo realizados a respeito da atividade de B. thuringiensis a diferentes insetos alvo, surgem dados sobre a ação destas famílias de genes cry à outras ordens de insetos.

Os biopesticidas à base de B. thuringiensis têm sido utilizados no Manejo Integrado de Pragas em áreas agrícolas. Nesse caso, embora diversos trabalhos demonstrem que a presença do esporo bacteriano potencialize a atividade do produto, algumas alternativas têm sido desenvolvidas sem a presença de esporos, como é o caso de plantas geneticamente modificadas expressando o gene cry responsável pela síntese da proteína de interesse (Crickmore, 2006).

O objetivo deste trabalho foi estabelecer em laboratório um método de ensaio in vivo contra O. poecilus para avaliar a patogenicidade de B. thuringiensis contra adultos do percevejo-do-grão do arroz.

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Os insetos utilizados nos bioensaios do presente trabalho foram coletados em áreas orizícolas da Depressão Central, no município de Restinga Seca (RS) no ano agrícola 2006/07. No Laboratório de Microbiologia da UNISINOS, os insetos foram acondicionados em gaiolas com plantas de arroz e mantidos em sala climatizada a aproximadamente 25ºC, 70% de Umidade Relativa e 12 horas de fotofase.

Neste estudo, foi avaliada a cepa B. thuringiensis thuringiensis 4412, a qual foi submetida à pré-cultura de 24 horas e cultura de 72 horas, em meio Usual Glicosado, a 30°C e 180rpm. No preparo das suspensões bacterianas, os esporos foram quantificados em câmara de Neubauer e microscopia óptica, padronizando-se uma concentração de 1x1010 células/mL, onde 100µL desta suspensão foi aplicada na superfície de cinco grãos de arroz higienizados e previamente acondicionados em placas de Petri esterilizadas. Após a absorção da suspensão líquida pelos grãos, esses foram infestados com cinco insetos por placa. Os bioensaios foram constituídos de 50 insetos por tratamento e três repetições, totalizando 300 insetos. Na testemunha, a cepa foi substituída por água destilada esterilizada. Os experimentos foram conduzidos em câmara tipo B.O.D., 25±1ºC, 70% U.R. e 12h de fotofase. A mortalidade foi avaliada diariamente até o 8º dia após aplicação dos tratamentos (DAT).

Os resultados dos ensaios de patogenicidade de B. thuringiensis thuringiensis 4412 aos adultos do percevejo-do-grão encontram-se ilustrados na Figura 1.

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Tempo (dias)

Méd

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ort

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ade

(%)

Bt thuringiensis 4412

Testemunha

Figura 1. Mortalidade de adultos de Oebalus poecilus, em bioensaios realizados no laboratório, com B. thuringiensis thuringiensis 4412, ano agrícola 2006/07.

Este estudo mostra que a cepa B. thuringiensis thuringiensis 4412 apresenta

patogenicidade contra O. poecilus, porém mostra baixa toxicidade, sendo a mortalidade corrigida equivalente a 10% aos 8 DAT. Nesse caso, o efeito letal poderá ser potencializado através da proteína purificada Cry1Ba que é sintetizada pela referida cepa. Os dados sobre a patogenicidade de cepas de B. thuringiensis contra hemípteros são restritos, onde se pode destacar a pesquisa realizada no Canadá por Wellman-Desbiens e Cote (2004) com o inseto Lygus hesperus (Hemiptera: Miridae). Neste estudo, os autores avaliaram 117 cepas de B. thuringiensis de diferentes subespécies, incluindo a mesma utilizada no presente estudo, a qual causou 100% de mortalidade à espécie alvo.

Embora incipientes os estudos de B. thuringiensis aplicados no controle microbiano de hemípteros, esses dados preliminares da patogenicidade de B. thuringiensis thuringiensis 4412 contra o pentatomídeo, importante praga da cultura do arroz irrigado,

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aliado a outras pesquisas referentes a mesma ordem de insetos, revelam perspectivas à obtenção de plantas resistentes aos ataques e danos diretos ou indiretos de insetos sugadores. Nesse sentido, o entomopatógenos B. thuringiensis oferece uma ampla gama de genes cry à engenharia genética de plantas.

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PERFIL PROTÉICO E PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS

CEPA T33001 A INSETOS PRAGAS ORIZÍCOLAS

Marciele Pandolfo(1); Jaime Vargas de Oliveira(2); José Luis Rosa dos Santos(2); Jean-François Charles(3); Lidia Mariana Fiuza(1,2). (1)Microbiologia, UNISINOS, São Leopoldo, RS. (2)Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS. (3)Instituto Pasteur, Paris, FR. ([email protected]).

Palavras-chave: Bactérias entomopatogênicas, Oryzophagus oryzae, Spodoptera frugiperda.

No manejo integrado de pragas destacam-se as bactérias entomopatogênicas, entre

essas, a mais estudada é o Bacillus thuringiensis, que é caracterizada pela produção de cristal protéico durante a esporulação e especificidade na ação inseticida, cujas toxinas do cristal são ativadas no intestino médio dos insetos susceptíveis (Pinto et al., 2003).

A lagarta Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) é considerada importante praga da cultura do arroz irrigado, danificando as folhas das plantas principalmente na fase inicial da cultura (Gallo et al., 2002). O Oryzophagus oryzae (Coleoptera: Curculionidae) é a principal praga da cultura do arroz irrigado, cuja larva denomina-se bicheira-da-raiz, as quais afetam o desenvolvimento das plantas, danificando o sistema radicular e consequentemente reduzindo a capacidade de absorção de nutrientes (Martins et al., 1996).

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a patogenicidade da cepa T33001 de Bacillus thuringiensis, cedida pelo laboratório de Genie Génétique Bacterienne do Instituto Pasteur (Paris, França), às larvas de O. oryzae e S. frugiperda.

Para a realização dos bioensaios a cepa T33001 de B. thuringiensis foi crescida em meio usual glicosado durante 48h, a 180 rpm e 28°C. Em seguida, a suspensão bacteriana foi centrifugada a 5000 rpm, por 15min e o sobrenadante foi descartado. A suspensão bacteriana foi quantificada através da contagem de esporos na câmara de Neubauer e microscópio óptico, posteriormente ajustado na concentração de 1.109 céls./mL.

As larvas de O. oryzae e as plantas de arroz foram coletadas em áreas experimentais na EEA-IRGA e encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia da UNISINOS, onde foram efetuados os ensaios biológicos. Os experimentos foram conduzidos utilizando no total 360 larvas (6 repetições), sendo acondicionados em cada tubo de ensaio: 5 larvas, 1 planta de arroz e 8mL de suspensão bacteriana. No tratamento controle a bactéria foi substituída por água destilada e esterilizada. Os ensaios foram acondicionados em B.O.D. a 28°C, 70% U.R. 12h fotofase por 7 dias. Nos bioensaios com S. frugiperda, as lagartas utilizadas foram criadas em laboratório. Em cada bioensaio foram utilizadas 100 mini-placas contendo dieta de Poitout & Bues, onde foram individualizadas lagartas de 2º ínstar. Cada tratamento foi constituído de 50 lagartas que receberam 100µL de suspensão bacteriana, a qual foi substituída por água esterilizada no grupo controle. Os experimentos foram acondicionados nas mesmas condições descritas anteriormente. Na análise dos bioensaios com os insetos-alvo, a mortalidade foi corrigida pela fórmula de Abbott (Abbott, 1925).

Na análise do perfil protéico da cepa T33001 de B. thuringiensis, essa bactéria foi crescida em Ágar Nutriente, a 30°C, por 48 h e posteriormente a amostra foi desnaturada por 10 min. Em seguida 20µL das amostras foram aplicadas no gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) a 10%, além do marcador de massa molecular (INVITROGEN)

Quanto aos resultados dos ensaios biológicos, os dados correspondentes a mortalidade corrigida das larvas de O. oryzae tratadas com a cepa bacteriana mostram que a mesma apresentou uma letalidade média de 29% (Figura 1).

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R1 R2 R3 R4 R5 R6

REPETIÇÕES

MO

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AL

IDA

DE

(%

)

TESTEMUNHA

CEPA

Figura 1. Efeito letal da cepa T33001 de Bacillus thuringiensis às larvas de Oryzophagus oryzae (Coleoptera, Curculionidae).

Os dados referentes à mortalidade corrigida das lagartas de 2º instar de S. frugiperda

submetidas aos tratamentos com a cepa T33001 de B. thuringiensis encontram-se ilustrados na Figura 2, onde se constata uma reduzida toxicidade da referida cepa bacteriana ao lepidóptero alvo.

02468

101214

R1 R2 R3 R4

REPETIÇÕES

MO

RT

AL

IDA

DE

(%

)

TESTEMUNHA

CEPA

Figura 2. Efeito letal da cepa T33001 de Bacillus thuringiensis às lagartas de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera, Noctuidae).

Os resultados referentes ao perfil protéico da cepa T33001 de B. thuringiensis,

analisados em SDS-PAGE, encontram-se ilustrados na Figura 3. A referida cepa bacteriana sintetiza proteínas com massa molecular equivalentes a 130 e 70 kDa, onde pode-se inferir que essas correspondem às proteínas Cry ativas contra lepidópteros e coleópteros, respectivamente, conforme descrito nos dados publicados por Crickmore et al. (1998).

Figura 3. Perfil protéico da cepa T33001 de Bacillus thuringiensis em SDS-PAGE a 10%. (M) Marcador de massa molecular da Invitrogen.

M T33001

70 kDa

220 kDa

50 kDa

130 kDa

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Para futura aplicação da cepa T33001 de B. thuringiensis no controle da bicheira-da-raiz-do-arroz faz-se necessária a purificação das proteínas Cry sintetizadas e posteriormente avaliação em ensaios biológicos para determinação da Concentração Letal Média (CL50) ao coleóptero alvo.

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EFEITO LETAL DAS PROTEÍNAS CRY1AB E CRY1AC DE BACILLUS THURINGIENSIS ÀS LAGARTAS DE SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA, NOCTUIDAE).

Neiva Knaak1, Andréa Rovere Franz1, Jaime Vargas de Oliveira2 & Lidia Mariana Fiuza1, 2 1UNISINOS - PPG em Biologia, Microbiologia, São Leopoldo, RS. ([email protected]) 2

IRGA - EEA, Cachoeirinha, RS, Brasil. A produção agrícola tem evoluído e os avanços da ciência têm fundamentado

tecnologias diversas, permitindo o aumento na produção agrícola. Apesar desses avanços, os insetos causam danos nas plantas cultivadas, comprometendo o processo produtivo, onde se destacam os ataques das pragas fitófagas que causam significativa redução na produtividade orizícola. Entre esses fitófagos encontra-se o lepidóptero da família Noctuidae, Spodoptera frugiperda (SOSBAI, 2005).

No Rio Grande do Sul, a infestação dessa praga faz com que os produtores utilizem inseticidas de forma preventiva, podendo provocar a resistência dos insetos a essas moléculas sintéticas, além de impactos ambientais. Sendo assim, o agravamento destes problemas ambientais tem levado os pesquisadores à procura de alternativas para amenizar os efeitos prejudicais dos produtos químicos, através da racionalização da sua aplicação (CARLINI et al., 2002).

No controle biológico, as bactérias do gênero Bacillus possuem um grande potencial inseticida para aplicação no manejo integrado de pragas, pois mantém sua viabilidade quando estocados por longos períodos (ALVES, 1998). O entomopatógeno Bacillus thuringiensis, tem obtido sucesso em escala comercial para o controle de vários insetos-praga nos últimos 50 anos (SCHNEPF et al., 1998), esta é uma bactéria Gram-positiva que produz inclusões cristalinas durante a esporulação, sendo estas compostas de proteínas Cry inseticidas (HOFMANN et al., 1998; VAN RIE et al., 1990).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade das cepas e proteínas Cry de B. thuringiensis thuringiensis 407 (pH 408) e B. thuringiensis kurstaki HD73 contra a lagarta-da-folha, S. frugiperda.

As lagartas de S. frugiperda foram coletadas em áreas de arroz irrigado, na EEA/IRGA (Cachoeirinha, RS) e mantidas em laboratório, sendo alimentadas com dieta de Poitout (POITOUT e BUES, 1970). O ciclo biológico foi desenvolvido em condições controladas (25°C, 12 horas de fotofase e 70% de Umidade Relativa), na sala de Criação de Insetos na UNISINOS.

As cepas de B. thuringiensis thuringiensis 407 (pH 408) e B. thuringiensis kurstaki HD-73 foram cedidas pelo International Entomopathogenic Bacillus Centre, do Instituto Pasteur de Paris (França). Essas cepas foram crescidas em meio usual glicosado, a 180 rpm e 28ºC por 48 horas (DEBARJAC e LECADET, 1976). Em seguida, a suspensão bacteriana foi centrifugada a 5000 rpm e a contagem de células foi realizada em Câmara de Neubauer e microscopia óptica, sendo a concentração ajustada em 1.1010 Células/mL.

No preparo das proteínas Cry, o cultivo das duas cepas foi efetuado conforme descrito anteriormente até a obtenção de 90% de lise celular. A cultura foi centrifugada a 5000 rpm, 5ºC, durante 15 min, e o concentrado obtido foi lavado com tampão fosfato (0,1M NaH2PO4.H2O + 0,1M NaCl, pH 6,0). A separação dos esporos, cristais e resíduos celulares foi realizada através da aplicação da suspensão bacteriana no gradiente descontínuo de sacarose (67 - 79%), o qual foi centrifugado a 9500 rpm, a 5ºC, durante uma hora. As bandas depositadas entre as diferentes concentrações de sacarose foram coletadas, lavadas com água mili-Q e observadas em microscopia de contraste de fase. Sendo, em seguida, as proteínas solubilizadas em tampão fosfato pH 10 (50mM Na2CO3, 10mM DTT, 5mM EDTA, 0,1mM PMSF) conforme descrito por FIUZA et al. (1996). A concentração protéica foi determinada de acordo com o método de BRADFORD (1976) e o perfil foi avaliado em SDS-PAGE, a 10% (LAEMMLI, 1970).

As proteínas Cry1Ab e Cry1Ac foram testadas em lagartas de 1º ínstar de S. frugiperda. Para cada proteína, os ensaios foram constituídos de 5 concentrações protéicas (0,06 a 610 µg/mL e 0,1 a 1050 µg/mL, para Cry1Ab e Cry1Ac, respectivamente) e uma testemunha, representando 6 tratamentos de 30 insetos e 3 repetições, totalizando 540

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insetos avaliados por proteína. Os tratamentos foram aplicados (100µL) na superfície da dieta de Poitout, previamente acondicionadas em mini-placas de acrílico, onde as lagartas foram individualizadas. Nas testemunhas, as proteínas foram substituídas por água destilada e esterilizada. Os ensaios foram mantidos em câmara climatizada a 25ºC, 70% de UR e 12h de fotofase. A mortalidade foi avaliada até o sétimo dia após a aplicação dos tratamentos, sendo em seguida corrigida pela fórmula de Abbott (1925). As concentrações letais médias (CL50) de cada proteína à espécie alvo foi determinada pela Análise de Probit, usando o programa Polo-PC LeOra Software, 1987 (HADDAD, 1998). Os dados obtidos foram submetidos à Análise de Variância e teste de Tukey (P<0,05) para comparação entre as médias.

Nessa pesquisa, os dados da toxicidade das proteínas Cry1Ab e Cry1Ac, sintetizadas por B. thuringiensis thuringiensis 407 (pH 408) e B. thuringiensis kurstaki HD-73, respectivamente, revelaram Concentrações Letais Médias (CL50) de 9,29 e 1,79 µg/cm2

às lagartas de 1º instar de S. frugiperda (Tabela 1).

Tabela 1. Concentração Letal Média das proteínas Cry1Ab e Cry1Ac de Bacillus thuringiensis às lagartas de 1º instar de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera, Noctuidae).

Proteínas (µg/cm2) Tratamentos

CL50 IC (Li-Ls)* χ2

Proteína Cry1Ab 9,29 4,34-28,46 1,59

Proteína Cry1Ac 1,79 0,96-3,76 1,08

*IC - Intervalo de Confiança, calculado a 95% de probabilidade através da Análise de Probit; Li=limite inferior; Ls=limite superior.

PRAÇA et al. (2004) selecionando cepas de B. thuringiensis efetivas contra as lagartas de 2º ínstar de S. frugiperda compararam novas cepas ao B. thuringiensis kurstaki HD1 (CL50 de 0,285 µg/cm2), obtendo CL50 de 0,09 e 0,52 µg /cm2, respectivamente para S234 e S997, as quais revelaram elevada toxicidade à espécie-alvo. Já nas pesquisas de ARANDA et al. (1996), com S. frugiperda, os dados de CL50 das proteínas Cry1Ab e Cry1Ac foram superiores a 2 µg/cm2, cujos valores diferem em parte do presente estudo onde a proteína Cry1Ac (1,79 µg/cm2) foi significativamente mais tóxica à espécie-alvo quando comparada à proteína Cry1Ab (9,29µg/cm2).

MENG et al. (2003) calcularam a CL50 das proteínas Cry1Ac e Cry1Ab, oriundas de produtos comerciais de B. thuringiensis, para larvas neonatas de Chilo suppressalis (Walker) (Lepidoptera, Pyralidae), as quais foram de 15 a 157 mg (AI)/L e 2 a 34 mg (AI)/L, respectivamente. Por outro lado, FIUZA et al. (1996) testando proteínas de Cry1 de B. thuringiensis em lagartas de 2º instar de C. suppressalis, verificou que a CL50 para Cry1Ac foi de 2,24 µg/cm2 cujos resultados assemelham-se ao presente estudo também realizado com a ordem Lepidoptera e família de proteínas cry1.

Os resultados desse trabalho confirmam que as cepas e proteínas sintetizadas por B. thuringiensis thuringiensis 407 (pH 408) e B. thuringiensis kurstaki HD-73 são eficientes no controle de S. frugiperda, sendo que a proteína Cry1Ac foi mais efetiva. Nesse caso tanto o agente de controle microbiano pode ser usado na produção de biopesticidas quanto seus genes cry na engenharia genética de Oryza sativa L. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DA BICHEIRA-DA-RAIZ Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA: CURCULIONIDADE) EM ARROZ IRRIGADO

Eduardo Amilibia, Jaime Vargas de Oliveira. IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS. ([email protected])

A bicheira-da-raiz é a mais importante praga do arroz irrigado no RS, causando

redução no rendimento de grãos pelo ataque das larvas. Estas ao cortarem as raízes diminuem a absorção de nutrientes. As plantas atacadas apresentam, estatura reduzida, folhas amareladas e são facilmente arrancadas. Nas últimas safras, a incidência desta praga foi muito intensa, justificando o fato de 40% da área semeada tratada com inseticidas (OLIVEIRA & FIUZA 2005). Portanto, é importante que o produtor, ao empregar o controle químico, tenha opções de produtos, pois atualmente em mais de 10% da lavoura são aplicados produtos para o controle de larvas. A escolha do inseticida, a dose adequada, a eficiência e o seu impacto ao ambiente são importantes visando apresentar alternativas no controle desta praga.

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o comportamento de alguns inseticidas, aplicados em diferentes doses, no controle da bicheira-da-raiz. O experimento foi instalado a campo na safra 2005/2006, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A cultivar BR-IRGA 409 foi semeada em linhas. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com quatro repetições, os tratamentos constaram da aplicação do produto Actara 250WG (Tiametoxam) em quatro doses, produto Furadan 100G (Carbofuran) e uma testemunha sem aplicação de inseticida. As doses utilizadas constam na Tabela1. Os produtos foram aplicados manualmente a lanço para controle de larvas, aos 28 dias após a irrigação. O Furadan 100G foi empregado como inseticida padrão. Um tratamento sem inseticida foi incluído como testemunha. As parcelas foram isoladas entre si por armações de ferro, com as dimensões de 2 x 2 m, por 25 cm de altura. Visando aumentar a população do inseto, elevou-se a lâmina de água para 15 cm de profundidade, nas duas primeiras semanas.

As avaliações para determinar a população de larvas foram realizadas aos 32 e 39 dias após a entrada da água de irrigação, através de quatro amostras de solos e raízes retiradas em cada parcela com amostrador de cano PVC, com 10 cm de diâmetro por 15 cm de altura. O amostrador foi introduzido no solo à profundidade de 8,5 cm. As amostras foram agitadas sob a água dentro de um balde para liberar as larvas das raízes e do solo. O número médio de larvas por amostra foi 13 na primeira avaliação e 12 na segunda, das parcelas sem controle. A análise estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade (Tabela 1). Para a avaliação da eficiência de cada tratamento, foi utilizada a fórmula de Abbott (1925).

Os resultados obtidos mostram que, na primeira avaliação de larvas, os tratamentos inseticidas apresentaram-se eficientes, com controle superior a 91%, não diferindo do padrão. Na segunda leitura a aplicação do inseticida Actara 250WG nas três maiores doses apresentaram eficiência similar á verificada com inseticida padrão. O rendimento de grãos não diferiu estatísticamente em função da aplicação das diferentes doses de inseticidas, embora no tratamento testemunha tenha observado valor inferior aos tratamentos com aplicação de inseticidas.

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Tabela 1. Eficiência de inseticidas no controle de larvas da bicheira-da-raiz em arroz irrigado. Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, 2007. Tratamentos

Doses mL p.c ha-1

Nº de larvas1

Controle2 (%)

Nº de larvas3

Controle (%)

Rendimento de grãos (t ha-1)

1. Actara 250WG 200 1,0 b* 93 1,0 b 96 8,32 a 2. Actara 250WG 225 0,8 b 91 0,8 bc 98 8,13 a 3. Actara 250WG 250 0,3 b 97 0,5 bc 100 8,23 a 4. Actara 250WG 300 0,3 b 97 0,3 c 100 8,24 a 5.Furadan 100G 4000 0,3 b 100 0,3 c 96 8,25 a 6. Testemunha - 14,0 a 0 12,0 a 0 7,68 a CV (%): 59,6 45,0

1. Avaliado aos 32 dias após a irrigação. 2. Conforme fórmula de Abbott (1925). 3. Avaliado aos 39 dias após a irrigação. * Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade.

Os resultados obtidos indicam que o inseticida Actara apresentou eficácia similar ao inseticida padrão, com a vantagem de causar menor impacto na lavoura arrozeira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOTT, W.S. A method of computing the efetivenes of an insecticide, J. Ec. Entomology, Maryland, v. 18, 265 – 67, 1925. OLIVEIRA, J.V. de; FIUZA, L. M. Interferência da época de controle de larvas da bicheira-da-raiz Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA; CURCULIONIDAE) em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26, Santa Maria, 2005. Anais... Santa Maria, Editora Orium, 2005. p. 99-100.

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EFICIÊNCIA DE CURBIX 200 SC, EM DUAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO NO CONTROLE DE Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA; CURCULIONIDAE), EM

ARROZ IRRIGADO

Jonas André Arnemann(1), Jerson Vanderlei Carús Guedes(2), Ervandil Corrêa Costa(3), Jorge Antonio Silveira França, (4) Sandro Borba Possebon(5),.Angelita Sangoi Martins(6), Élder Dal Pra(7). 1,2,3,4,5Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Camobi. ([email protected])

Na safra 2006/07 o Rio Grande do Sul alcançou a maior produtividade já registrada

na lavoura orizícola gaúcha. O rendimento médio foi de 6,88 mil quilos por hectare apesar da redução de 10% na área plantada com relação na safra anterior, segundo o Instituto Riograndense do Arroz.

A lavoura orizícola se caracteriza por abranger uma entomofauna diversificada e alguns insetos são considerados pragas importantes como os percevejos (Tibraca limbativentris e Oebalus poecilus), a lagarta-da-folha (Spodoptera frugiperda) e a bicheira-da-raiz (Oryzophagus oryzae) (ROSSETO et al., 1972; GUEDES et al., 1991).

Oryza sativa é citada por Rosseto et al. (1972) como principal planta hospedeira de importância econômica de O. oryzae, além do capim arroz, canevão, capim treme-treme, grama rasteira, grama do banhado, grama de ponta e tiriricas para o Rio Grande do Sul. O. oryzae é uma espécie-praga importante para o Rio Grande do Sul, fato confirmado através de levantamentos efetuados por Martins et al. (1988) onde ela está colocada em segundo lugar em importância econômica logo após a lagarta da folha (Spodoptera frugiperda).

Os danos são causados principalmente, pela larva de O. oryzae que ao se alimentar provoca a destruição das raízes, reduzindo o porte de plantas com folhas amareladas, resultantes da deficiência nutricional. Os adultos se alimentam do parênquima foliar deixando estrias longitudinais que mais tarde se tornam necrosadas. Esses danos às raízes refletem-se em perdas na produção de grãos. Estas perdas são referidas por ISHIY (1975) e podem ser na ordem de 20% a 30%, em função dos danos causados pelo ataque das larvas às raízes.

Botton et al. (1995) determinaram que um casal de O. oryzae/planta de arroz reduz a produção de grãos em 4,8% e em 5,2% para Bluebelle e BR-IRGA 414, respectivamente, e que uma larva/planta provoca uma perda na ordem de 0,54% e 0,60%, respectivamente, para Bluebelle e BR-IRGA 414.

O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes dosagens de Curbix 200 SC (Ethiprole), aplicado, em pulverização foliar, aos dez e cinco dias antes da entrada da água na lavoura, para o controle da bicheira-da-raíz.

O experimento foi conduzido em lavoura comercial na safra agrícola 2006/2007, no município de Restinga Seca (RS). A cultivar empregada foi BR IRGA 417. Os tratamentos e dosagens foram: Curbix 200 SC (Ethiprole), nas doses de 20 ml, 25 ml e 30 ml de i.a./ha (equivalente a 100 ml, 125 ml e 150 ml de p.c./ha); Klap 200 SC (Fipronil), na dose de 12 g de i.a./ha (equivalente a 60 ml do p.c./ha) e Testemunha, somente água. Os tratamentos foram aplicados com equipamento costal, pressurizado com CO2, utilizando um volume de calda de 200 l/ha. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com quatro repetições e dez tratamentos. As unidades experimentais mediam 20 m2, individualizadas por taipas com entrada e saída individual de água de irrigação para evitar contaminação. Nas avaliações de larvas foi usado um cilindro metálico de 10 cm x 10 cm, retirando-se quatro amostras/unidade experimental. As datas de avaliação foram aos 28 e 36 dias após a irrigação. O procedimento de avaliação da eficiência agronômica foi através da fórmula de ABBOTT (1925) e o agrupamento das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Os resultados da Tabela 1 registram dados de campo para número de larvas e eficiência agronômica para tratamentos em diferentes datas de avaliação além do agrupamento das médias e o coeficiente de variação (%).

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Tabela 1. Avaliação da eficiência agronômica de Curbix 200 SC no controle de O. oryzae, na cultura do arroz irrigado. Restinga Seca, RS. Safra 2006/07.

Dosagens ha Repetições Tratamentos i.a. p.c. R1 R2 R3 R4

Médias PC (%)

Avaliação aos 28 DAI Aplicação 10 dias antes da entrada da água

Curbix 200 SC 20 100 2 2 1 3 2,00 b 87,50 Curbix 200 SC 25 125 0 2 1 1 1,00 b 91,66 Curbix 200 SC 30 150 1 2 1 1 1,25 b 89,59 Klap 12 60 3 0 1 1 1,25 b 89,59 Testemunha ---- ---- 12 7 15 14 12,00 a ----

Aplicação 5 dias antes da entrada da água Curbix 200 SC 20 100 1 1 2 1 1,25 b 87,80 Curbix 200 SC 25 125 0 0 2 0 0,50 b 95,12 Curbix 200 SC 30 150 0 1 0 0 0,25 b 97,56 Klap 12 60 0 0 1 1 0,50 b 95,12 Testemunha ---- ---- 6 14 11 11 10,25 a ---- C.V. (%) 56,47

Avaliação aos 36 DAI Aplicação 10 dias antes da entrada da água

Curbix 200 SC 20 100 2 3 1 1 1,75 b 82,92 Curbix 200 SC 25 125 1 2 0 2 1,25 b 87,80 Curbix 200 SC 30 150 2 0 1 0 0,75 b 92,68 Klap 12 60 2 0 3 1 1,50 b 85,36 Testemunha ---- ---- 9 13 7 12 10,25 a ----

Aplicação 5 dias antes da entrada da água Curbix 200 SC 20 100 0 2 1 1 1,00 b 89,18 Curbix 200 SC 25 125 1 0 0 1 0,50 b 94,59 Curbix 200 SC 30 150 0 0 2 1 0,75 b 91,89 Klap 12 60 1 0 1 1 0,75 b 91,89 Testemunha ---- ---- 12 7 10 8 9,25 a ---- C.V. (%) 52,07

1 DAI: Dias após a irrigação permanente; 2 Eficiência Agronômica (ABBOTT, 1925); * Médias, nas colunas, seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si (Tukey a 5%);

Os dados referentes ao número de larvas, na testemunha, mantiveram equilíbrio para repetições e datas de avaliação nas parcelas da testemunha. De forma que na última avaliação não houve redução do número médio de larvas na testemunha (Tabela 1).

Aos 28 DAI para a aplicação 10 dias antes da irrigação a eficiência de controle variou de acordo com a dose de Curbix, ficando esta variação situada entre 87,5% (20 g de i.a./ha) e 89,5% (30 g de i.a./ha). Ainda aos 28 DAI para a aplicação dos tratamentos 5 dias antes da irrigação a eficiência de controle da bicheira-da-raiz foi maior, ou seja, variou de 87,8% (20 g de i.a./ha) a 97,5% de controle (30 g de i.a.ha), similarmente ao controle obtido pelo produto padrão (Klap) na dosagem de 12 g de i.a. de Fipronil/ha (Tabela 1).

Aos 36 DAI para a aplicação 10 dias antes da irrigação a eficiência de controle de Curbix também foi satisfatória (maior que 80%), e variou conforme a dosagem, ficando esta variação situada entre 82,9% (20 g de i.a./ha) e 92,6% (30 g de i. a./ha). E aos 28 DAI para a aplicação 5 dias antes da irrigação a eficiência de controle da bicheira-da-raiz por Curbix variou de 89,1% (20 g de i.a./ha) a 91,8% de controle (30 g de i.a.ha), mantendo eficiência similar àquela obtida pelo produto padrão (Klap) na dosagem de 12 g de i.a. de Fipronil/ha (Tabela 1).

Desta forma, todas as dosagens de Curbix demostraram eficiência satisfatória no controle da bicheira-da-raiz, apresentando eficiência similar ao produto padrão, Klap (12 g de i.a. de Fipronil/ha), portanto podendo ser o Curbix, recomendado para controle de O. oryzae.

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CONTROLE QUÍMICO DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera, Erirhinidae), ATRAVÉS DE INSETICIDAS APLICADOS NO TRATAMENTO DE

SEMENTES E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO ARROZ

Sandro Borba Possebon(1), Jerson Vanderlei Carús Guedes(2), Ervandil Corrêa Costa(2), Fábio karlec(3), Luciano Pizzuti(3). 1,2,3Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Camobi. ([email protected])

Ochetina uniformis vem sendo referida como nova broca-do-colo do arroz, devido

seu hábito de ataque, que causa severos danos em colmos e sérios prejuízos econômicos, sendo considerada a mais importante praga surgida nos últimos anos (SOUSA et al., 2003). O poder de destruição da espécie aumentou 16 vezes de uma safra para outra, (OLIVEIRA & DOTTO, 2001; FIUZA et al., 2002), sendo encontrada em cerca de 5% da área total cultivada com arroz, no Rio Grande do Sul.

O controle de O. uniformis, ainda é feito empiricamente, pois pouco se conhece a respeito de quais inseticidas controlam efetivamente esse inseto-praga.

O potencial para adoção do tratamento de sementes é maior em áreas onde há histórico de ocorrência anual de insetos de solo que atacam sementes ou partes subterrâneas das plantas no período pré-inundação. Em virtude disso, nos últimos anos o tratamento de sementes de arroz irrigado vêm ganhando popularidade em muitos países da América Latina, especialmente na Colômbia e Venezuela.

O presente estudo teve como objetivo: (i) avaliar a eficiência agronômica de inseticidas aplicados no tratamento de sementes e (ii) gerar subsídios para a recomendação de inseticidas no controle O. uniformis em áreas de arroz irrigado na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul.

O experimento foi conduzido em campo na safra agrícola 2005/2006, no município de Santa Maria, RS. O solo é classificado como Planossolo Hidromórfico, pertencente à unidade de mapeamento Vacacaí (EMBRAPA, 1999). O delinamento experimental foi de blocos ao acaso, com 14 tratamentos, sendo 10 na modalidade tratamento de sementes: (Fipronil, 25, 31,25 e 37,5 g i.a./100 kg de sementes; carbofurano, 350 e 525 g i.a./100 kg de sementes; imidacloprido, 180 e 210 g i.a./100 kg de sementes e tiametoxano, 70 e 140 g i.a./100 kg de sementes e quatro na modalidade granulado: carbofurano GR, 500, 750 g i.a.ha-1 e benfuracarbe GR, 1000 e 2000 g i.a.ha-1 e a testemunha (sem inseticidas) em quatro repetições, com parcelas experimentais de 9 m2, divididas por taipas, com entrada e saída individual da água de irrigação, para evitar a mistura de tratamentos. A cultivar BR-IRGA 422 CL, foi semeada em 10-11-2005, na densidade de 120 kg.h-1. A área útil de cada tratamento foi de 2 m2 A entrada da água foi realizada 30 dias após a emergência das plantas. No transcorrer do experimento, a lâmina d’água foi mantida a uma altura constante de 0,15-0,20 m, para evitar desuniformidade na infestação do inseto. As sementes foram tratadas (na modalidade tratamento de sementes), três (3) dias antes da semeadura. A aplicação dos inseticidas granulados (carbofurano GR e benfuracarbe GR), foi realizada na data da pré-contagem (26 dias após a irrigação), em cobertura, sobre a lâmina da água, com auxílio de um aplicador manual tipo saleiro. O efeito dos tratamentos de sementes foi avaliado através de parâmetros relacionados à cultura, tais como: número de colmos danificados em três momentos, 26, 33 e 40 dias após o início da irrigação (DAI). Para o cálculo de eficiência agronômica (E.A.%), foi utilizada a Fórmula de ABBOTT (1925).

Pode-se afirmar que fipronil nas doses de 31,25 e 37,5 g i.a./100 kg de sementes, é eficiente no controle de Ochetina uniformis, com percentual de controle superior a 80%, até 33 dias após da irrigação. Fipronil na dose de 25 g i.a./100 kg de sementes, não apresenta poder residual suficiente para o controle de O. uniformis após 33 dias do início da irrigação. Fipronil (31,25 e 37,5 g i.a. por 100 kg de sementes) pode ser indicado no manejo integrado de O. uniformis, em vista de sua ação biocida (E.A.>80%) (Tabela 1).

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Tabela 1. Número de colmos danificados (NCD) por metro quadrado aos, 26, 33 e 40 dias após a irrigação e percentagem de controle (PC) dos inseticidas avaliados no controle de Ochetina uniformis em arroz irrigado. Santa Maria, RS, 2005/2006.

Dias após a irrigação

26 33 40 Tratamento

Dose

(g i.a./

100 kg

sementes) NCD/m2 PC(%)2 NCD/ m2 PC(%) NCD/ m2 PC(%)

Fipronil 25 3,5 ab 1 80 6,0 a 79 9,2 abc 56

Fipronil 31,25 2,0 a 89 4,6 a 84 8,1 ab 61

Fipronil 37,5 1,9 a 89 3,7 a 87 6,8 a 68

Carbofurano 350 19,1 e 0 19,4 bcd 33 17,8 de 15

Carbofurano 525 11,6 c 33 24,9 cd 14 19,4 de 8

Imidacloprido 180 11,2 c 35 15,1 abc 48 15,6 bcde 26

Imidacloprido 210 10,9 c 37 13,2 abc 55 12,5 abcd 40

Tiametoxano 70 13,8 cd 20 20,2 bcd 31 18,3 de 13

Tiametoxano 140 8,3 bc 52 15,2 abc 48 17,3 cde 18

Testemunha - 17,3 de - 29,1 d - 21,0 e -

(g i.a.ha-1) Pré-C3 PC(%) NCD/ m2 PC(%) NCD/ m2 PC(%)

Carbofurano GR 500 11,9 c - 13,6 abc 53 15,7 bcde 25

Carbofurano GR 750 9,4 c - 9,6 ab 67 12,0 abcd 43

Benfuracarbe GR 1000 11,6 c - 14,9 abc 49 10,9 abcd 48

Benfuracarbe GR 2000 9,2 c - 9,7 ab 67 8,2 ab 61

C.V.(%) 34,34 54,63 40,11 1 Médias seguidas pela letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro. 2 Percentagem de controle, calculado pela Fórmula de ABBOTT (1925). 3 Pré-contagem de colmos danificados.

Os inseticidas granulados (carbofurano GR e benfuracarbe GR), não reduziram os danos aos colmos das plantas de arroz, causados pelas larvas de O. uniformis, apresentando baixos níveis de eficiência. Carbofurano GR (750 g i.a.ha-1) obteve ação biocida, inferior a 70% na primeira avaliação (33 DAI), reduzindo sua eficiência agronômica para 43% sete dias após. Isso demonstra que as mesmas doses de carbofurano GR utilizadas para o controle da bicheira-da-raiz, não são efetivas na redução da população de O. uniformis, ficando muito aquém do desejado, quando aplicado tardiamente (Tabela 1).

Com base nestes resultados, pode-se concluir que o tratamento de sementes com fipronil (31,25 e 37,5 g i.a./100 kg de sementes) é eficiente para o controle de O. uniformis

na cultura do arroz irrigado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, n.1, p.265-267, 1925. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA SOLOS, 1999. 412p. FIUZA, L. M. et al. Controle natural de Ochetina sp. (Col., Curculionidae) com Beauveria

bassiana, em áreas orizícolas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2002, Manaus. Resumos... Manaus: INPA, 2002. p. 106.

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OLIVEIRA, J. V. & DOTTO, G. M. Danos de Ochetina sp. na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto Rio Grandense do Arroz, 2001. p. 454-455. MARTINS, J. F. et al. Ocorrência de Ochetina sp. novo inseto potencialmente prejudicial à cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, 1999. p. 461-463. SOUSA, A. D. et al. Níveis populacionais de Ochetina sp. (Coleoptera: Curculionidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p. 406-408.

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DANOS DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera, Erirhinidae, Erirhininae) EM COLMOS DE PLANTAS DE ARROZ IRRIGADO

Sandro Borba Possebon(1), Jerson Vanderlei Carús Guedes(2), Ervandil Corrêa Costa(2), Luciano Pizzuti(3) Jonas André Arnemann(4). 1,2,3,4Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Camobi. ([email protected])

O arroz (Oryza sativa L.) é cultivado praticamente em todo o mundo, sendo uma das

mais antigas espécies, ocupando aproximadamente 10% do solo agricultável do planeta. O arroz é cultivado basicamente sob três tipos de ecossistemas, terras altas, várzeas úmidas e irrigado por inundação. Dentre estes, o de maior expressão é o arroz irrigado por inundação (várzeas), devido sua elevada produtividade, representando 80% do arroz produzido no mundo, sendo responsável por aproximadamente 93% da produção total. (FREITAS et al., 2004).

Ochetina sp. foi citado pela primeira vez no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 1982, quando foi coletado em armadilha luminosa na Estação Experimental do Arroz (EEA), do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha, RS.

Segundo OLIVEIRA & DOTTO (2002), nos primeiros anos do aparecimento do inseto como praga, a ocorrência era mais concentrada, atacando de 20 a 30% da área cultivada, assim como ocorreu no início com O. oryzae, entretanto, hoje com o aumento da densidade populacional do inseto-praga, é encontrado em praticamente toda área. Segundo SOUSA et. al. (2003) a cada inseto/0,8m2, ocorre uma redução de 0,441 panículas/m, 0,456 grãos/panícula e produtividade equivalente a 83,567 kg.ha-1, considerando 13% de umidade dos grãos, o percentual de redução da produtividade é de 0,863, ou seja, 1,08% a cada inseto/m2.

O objetivo deste trabalho, foi avaliar e quantificar os danos de O. uniformis, em plantas de arroz, no sistema irrigado, através de parâmetros como: (i) número de colmos e panículas por m2; (ii) número de panículas por planta e massa de mil grãos; (iii) estatura de plantas e (iv) rendimento de grãos, determinado em 1 m2, exceto para rendimento de grãos, que foi obtido a partir de 2 m2.

O experimento foi conduzido em campo na safra agrícola 2005/2006, na localidade Vila Figueira, município de Santa Maria (RS). O solo é classificado como Planossolo Hidromórfico, pertencente à unidade de mapeamento Vacacaí (EMBRAPA, 1999). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 14 tratamentos, e quatro repetições, sendo nove aplicados no tratamento de sementes (Fipronil, 100, 125 e 150 g i.a./100 kg de sementes; carbofurano, 350 e 525 g i.a./100 kg de sementes; imidacloprido, 180 e 210 g i.a./100 kg de sementes e tiametoxano, 70 e 140 g i.a./100 kg de sementes), mais quatro tratamentos com aplicação de inseticidas granulados (carbofurano, 500 e 750 g i.a.ha-1 e benfuracarbe, 1000 e 2000 g i.a.ha-1) e a testemunha (sem inseticidas). A aplicação dos inseticidas granulados (carbofurano e benfuracarbe) foi realizada 26 dias após a irrigação (DAI), em cobertura, na água de irrigação, com auxílio de um aplicador manual tipo saleiro.

As parcelas experimentais tinham a dimensão de 9 m2, divididas por taipas. A escolha da área experimental foi com base no histórico de ocorrência de infestações elevadas de O. uniformis, tendo o solo previamente preparado e nivelado. A cultivar BR-IRGA 422 CL, foi semeada em 10-11-2005, na densidade de 120 kg.ha-1, com sementes tratadas três dias antes da semeadura. A área útil de cada parcela foi de 2 m2 (5 fileiras centrais x 2 m de comprimento). A adubação de base foi realizada na dose de 250 kg.ha-1 (N-P-K), e a de cobertura ocorreu em dois momentos: 200 kg.ha-1 de uréia (90 kg de N) em solo seco, 20 dias após a emergência das plantas e a segunda na dose de 100 Kg.ha-1 (45 Kg de N).

A entrada da água foi realizada 30 dias após a emergência das plantas. No transcorrer do experimento, a lâmina de água foi mantida a uma altura constante de 0,15-0,20 m, para evitar desuniformidade da infestação do inseto. A infestação foi realizada com 4 insetos/parcela aos cinco dias após o estabelecimento da lâmina de água, para garantir

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uma uniformidade de infestação de insetos. As avaliações foram realizadas aos 26, 33 e 40 (DAI). Foi realizado análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro.

O número de panículas/m2 variou entre 421 (testemunha) e 620 (benfuracarbe – 2000 g i.a./ha). Fipronil na dose de 37,5g i.a./100 kg de sementes foi a segunda melhor média (594 panículas/m2), diferindo somente da testemunha (Tabela 1).

Tabela 1. Número de panículas/m2, rendimento de grãos e percentagem de perdas do arroz, em função dos inseticidas aplicado para o controle de Ochetina uniformis em arroz irrigado. Santa Maria, RS. Safra 2005/06.

Massa 1000 Grãos (g) Tratamento

Dose (g i.a./100 kg

semente)

Panículas /m2

Panículas /planta

Produtividade de grãos (T.ha-1)

Perdas (%)

Fipronil 25 564 abc1 3,6 ab1 27,5 a1 9,31 abc1 12 Fipronil 31,25 554 abc 3,6 ab 28,1 a 9,70 abc 8,3 Fipronil 37,5 594 ab 3,8 ab 28,5 a 10,15 ab 4,1 Carbofurano 350 494 abc 3,6 ab 28,0 a 8,35 bc 21,1 Carbofurano 525 496 abc 4,2 a 28,7 a 8,61 bc 18,6 Imidacloprido 180 568 abc 3,6 ab 28,7 a 9,26 abc 7,5 Imidacloprido 210 556 abc 4,1 a 28,3 a 9,79 abc 12,5 Tiametoxano 70 511 abc 3,6 ab 27,7 a 8,34 bc 21,2 Tiametoxano 140 538 abc 3,8ab 28,1 a 8,64 bc 18,3 Testemunha - 421 c 2,7 b 28,3 a 7,60 c 28,2 Carbofurano 500 g i.a. ha-1 453 bc 3,6 ab 28,4 a 8,36 bc 21 Carbofurano 750 g i.a. ha-1 465 abc 3,4 ab 28,2 a 9,84 abc 7 Benfuracarbe 1000 g i.a.ha-1 513 abc 4,3 a 27,6 a 9,21 abc 12,9 Benfuracarbe 2000 g i.a.ha-1 620 a 4,1 a 28,2 a 10,58 a 0 C.V. (%) 17,68 21,39 3,93 14,14

1 Médias seguidas pela letra na coluna diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro.

O número de panículas/planta apresentou variação de aproximadamente 63%

(testemunha), com uma média geral em torno de 3,7 panículas/planta. As parcelas que apresentaram o maior número de panículas/planta em ordem decrescente foram benfuracarbe (2000 g i.a./ha) (4,3) carbofurano (525 g i.a./100 kg) (4,2) seguido de imidacloprido (210 g i.a./100 kg) (4,1) e de benfuracarbe (1000 g i.a./ha) (4,1), os quais diferiram da testemunha (2,7).

O rendimento de grãos (T.ha-1), registrado para avaliar o grau de benefício proporcionado pelos inseticidas aplicados às sementes e na água de irrigação, a média alcançada em todos os tratamentos ficou bem acima da média do Estado do RS. Benfuracarbe (2000g i.a./ha) obteve o maior rendimento de grãos (10,58 T.ha-1) diferindo estatisticamente da testemunha e dos inseticidas aplicados nas sementes, tais como carbofurano TS (350 g i.a./100 kg de sementes) e tiametoxam (140 g i.a./100 kg de sementes) e do granulado carbofurano (500 g i.a.ha-1), assim como também da testemunha, que obteve o pior desempenho.

Não houve diferença estatística nas parcelas tratadas com fipronil, nas três doses, entretanto, a que apresentou maior rendimento de grãos foi à dose de 37,5 g i.a./100 kg de sementes. As demais parcelas obtiveram valores de produtividade entre 9,84 e 7,6 T.ha-1.

As perdas na produtividade chegaram a 28,2% em relação à média do melhor valor observado (10,58), que foi para o inseticida granulado benfuracarbe (2000 g i.a./ha). O tratamento de sementes com fipronil FS (37,5 g i.a./100 kg de sementes) obteve a menor perda (4,1) no rendimento de grãos. Valor semelhante foi obtido por OLIVEIRA et al. (2001), com fipronil com essa dose no controle de O. uniformis.

A maioria dos inseticidas testados tiveram perdas na produtividade de grãos acima de 10%, em relação a melhor média (benfuracarbe, 500 g i.a./ha).

Não houve efeito dos tratamentos sobre a massa de 1000 grãos.

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Os resultados obtidos evidenciaram que o ataque de O. uniformis, reduz o número de panículas/planta, o número de panículas/m2 e o rendimento de grãos, sendo proporcional à população de insetos na área. Essa redução pode chegar à 28,2%.

Não foi verificado redução na massa de 1000 grãos e na estatura de plantas. Os demais inseticidas aplicados no tratamento de sementes, e na água de irrigação

nas doses testadas não são eficientes para reduzir o número de colmos danificados/m2, em áreas com ocorrência de O. uniformis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA SOLOS, 1999. 412p. FREITAS, J.A.B.; LANNA, A.C.; FERREIRA, E. Agrotóxicos no cultivo no Brasil: análise do consumo e medidas para reduzir o impacto ambiental negativo. Santo Antônio de Goiás: [s.n.], 2004. 8p. (Circular Técnica, 67). MARTINS, J.F.; CUNHA, U. S. da; PRANDO, H. F. Ocorrência de Ochetina sp. novo inseto potencialmente prejudicial à cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, 1999. p. 461-463. OLIVEIRA, J.V.; DOTTO, G.M. Ochetina: novo inseto do arroz. Revista A Granja, Porto Alegre, ano 58, n.638, 2002. p.28-29. SOUSA, A.D. et al. Níveis populacionais de Ochetina sp. (Coleoptera: Curculionidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p. 406-408.

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EFICIÊNCIA DO INSETICIDA ETHIPROLE (CURBIX 200 SC) EM PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAIZ

Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

Anderson Dionei Grützmacher(1)*, Douglas Daniel Grützmacher (1), Rodrigo Roman(1), Jonas Alex Finatto(1), Murilo Damé Fonseca Paschoal(1), Rafael Antonio Pasini(1) ¹Depto. de Fitossanidade-FAEM/UFPel, Campus Universitário, Caixa Postal 354, CEP 96.010-900, Pelotas, RS. *([email protected])

A espécie Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) é uma das pragas mais prejudiciais à cultura do arroz irrigado no Brasil (Martins et al., 2004). Logo que os insetos entram na lavoura passam a se alimentar das folhas de plantas de arroz, causando lesões longitudinais de aproximadamente 1,5 mm de largura, e simultaneamente acasalam-se, realizando posturas diretamente nas lacunas aeríferas da folha, principalmente na bainha quando submersa. Após o período de incubação (cerca de 7 dias) ocorre a eclosão das larvas (bicheira-da-raiz) que migram para as raízes onde se alimentam.

Freqüentemente para o controle do inseto tem sido utilizado o inseticida carbofurano granulado (Furadan), aplicado diretamente na água de irrigação aproximadamente 20 dias após a inundação definitiva da área, visando o controle de larvas. Embora esta técnica seja eficiente, existem várias restrições ao seu uso, destacando-se o preço relativamente elevado e a alta toxicidade do produto. Há, portanto, a necessidade da criação de métodos alternativos de controle, com custo reduzido, menos agressivos ao meio ambiente e que possam ser utilizados de forma segura em um sistema de manejo integrado de pragas (MIP). Nesse sentido, vários métodos de controle químico do inseto vêm sendo estudados nos últimos anos, destacando-se, o tratamento de sementes, a aplicação na água de irrigação de inseticidas granulados alternativos ao carbofurano para o controle de larvas e principalmente a pulverização foliar com inseticidas reguladores de crescimento e inseticidas dos grupos dos piretróides e fenil-pirazóis, para o controle de adultos. Nos últimos anos, alguns autores ao trabalharem com novos inseticidas destes grupos quando aplicados em pulverização foliar visando o controle de adultos de O. oryzae verificaram que há grande potencialidade para emprego dos mesmos no controle do inseto (Costa et al., 1999; Martins et al., 1999; Grützmacher et al., 2001; Grützmacher et al., 2005).

Devido à necessidade de encontrar alternativas mais racionais, visando o controle integrado de O. oryzae, foi desenvolvido este trabalho com o objetivo de avaliar a eficiência de várias dosagens do inseticida Curbix 200 SC (ethiprole) em pulverização foliar aos dois e dez dias antes da entrada da água no controle da bicheira-da-raiz na cultura do arroz irrigado.

O experimento foi realizado na área experimental do Centro Agropecuário da Palma (CAP), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no município de Capão do Leão, RS, durante o ano agrícola de 2006/2007, de acordo com as Recomendações Técnicas para a Cultura do Arroz Irrigado, no que se refere a cultivar, densidade, espaçamento, adubação e demais práticas culturais.

O ensaio foi instalado na segunda quinzena de novembro de 2006 de acordo com a seguinte metodologia: delineamento de blocos casualizados, dez tratamentos e quatro repetições, sendo as parcelas experimentais de 15 m2 (dezoito fileiras de plantas de 5 m de comprimento, espaçadas 0,18 m), cercadas por taipas, com entrada e saída individual da água de irrigação, para evitar a mistura de tratamentos. Foi utilizada a cultivar de arroz irrigado BRS Querência, semeada na densidade de 120 sementes viáveis por metro linear.

Os inseticidas testados foram [ingrediente ativo (dosagem mL p.c./ha)]: Curbix 200 SC [ethiprole (100, 125 e 150)] e Klap 200 SC [fipronil (60)]. Os inseticidas foram pulverizados aos dois e dez dias antes da entrada da água com um pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com cinco bicos do tipo leque XR110:015, espaçados de

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0,50 m, calibrado para uma vazão de 200 L/ha, atingindo as folhas das plantas na área total das parcelas.

A irrigação por inundação foi feita 20 dias após a emergência das plântulas. No transcorrer do experimento, a lâmina d’água foi mantida à altura constante de 0,15 m para evitar desuniformidade na infestação do inseto. A contagem inicial de larvas foi realizada aos 28 dias após a irrigação (DAI) através de técnica de amostragem adaptada de Tugwell & Stephen (1981). Em cada parcela foram retiradas quatro amostras de solo e raízes com auxílio de um amostrador (secção de cano de PVC) com 10 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento. O amostrador foi colocado sobre as plantas e forçado para baixo, até atingir profundidade superior a 8,5 cm. As amostras foram agitadas sob água, dentro de uma peneira com fundo de náilon (malha de 1 mm2) para liberar as larvas das raízes e do solo. A contagem final de larvas ocorreu aos 38 DAI.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo executadas pelo programa “SAS” e as médias dos tratamentos foram comparadas entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. A porcentagem de controle dos inseticidas foi calculada através da fórmula de Abbott (1925).

O principal parâmetro avaliado a campo foi o número médio de larvas de O. oryzae nas amostras de solo e raízes obtidas através do amostrador. Na primeira avaliação (28 DAI) foi observada uma população média de 16,81 larvas/amostra na testemunha 1 (dois dias antes da irrigação) e 15,13 larvas/amostra na testemunha 2 (dez dias antes da irrigação) e na segunda avaliação (38 DAI) este número reduziu para 14,31 larvas/amostra na testemunha 1 e 12,42 larvas/amostra na testemunha 2 (Tabela 1).

Tabela 1. Efeito de inseticidas aplicados em pulverização foliar (mL/ha) do arrozal sobre a população de Oryzophagus oryzae, com aplicação dos tratamentos em diferentes dias antes da irrigação, CAP/UFPel, Capão do Leão, RS, ano agrícola 2006/2007.

Nome Dosagens 28 DAI1 38 DAI Comercial

Época de Aplicação (mL p.c./ha) N

2 C3 N C

Curbix 200 SC 2 dias antes 100 0,69 b4 95,90 0,88 b 93,85 Curbix 200 SC 2 dias antes 125 0,06 b 99,64 0,00 b 100,00 Curbix 200 SC 2 dias antes 150 0,31 b 98,16 0,13 b 99,09 Klap 200 SC 2 dias antes 60 0,75 b 95,54 0,44 b 96,93 Testemunha 1 2 dias antes - 16,81 a - 14,31 a - Curbix 200 SC 10 dias antes 100 0,19 b 98,74 0,81 b 93,48 Curbix 200 SC 10 dias antes 125 0,06 b 99,60 0,63 b 94,93 Curbix 200 SC 10 dias antes 150 0,06 b 99,60 0,25 b 97,99 Klap 200 SC 10 dias antes 60 0,31 b 97,95 0,94 b 92,43 Testemunha 2 10 dias antes - 15,13 a - 12,42 a -

CV (%) 58,71 53,39 1- Dias após a irrigação por inundação; 2- Número de larvas/amostra; 3- Porcentagem de controle calculada pela fórmula de Abbott (1925); 4- Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Com base na eficiência de controle dos inseticidas (Tabela 1), observa-se que aos 28 DAI todos os inseticidas nas diferentes dosagens apresentaram eficiência de controle acima de 95%, em ambas as épocas de aplicação, não havendo diferença estatística entre os inseticidas e as dosagens, mas somente em relação às duas testemunhas. Na avaliação realizada aos 38 DAI, todos os inseticidas apresentaram eficiência de controle acima de 92%. De forma similar a primeira época de amostragem, nesta segunda época novamente todos os tratamentos com inseticidas apresentaram diferença significativa somente com relação às duas testemunhas (Tabela 1).

Vários trabalhos sobre a pulverização foliar de inseticidas visando o controle de adultos de O. oryzae, principalmente com inseticidas piretróides e reguladores de crescimento (“fisiológicos”) e mais recentemente com thiamethoxam e fipronil (Martins et al., 1993; Costa et al., 1999; Martins et al., 1999; Grützmacher et al., 2001) mostram que tal controle do inseto apresenta resultados altamente satisfatórios, conforme comprovado

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neste experimento (Tabela 1). Em relação à aplicação de inseticidas antes da irrigação, Martins et al. (1993) também observaram em um experimento, onde se aplicou o inseticida piretróide deltametrina 5 dias antes da irrigação, que o controle da bicheira-da-raiz foi de 91,4%, percentual de controle similar aos observados no presente ensaio na menor dosagem de Curbix 200 SC na última avaliação (Tabela 1). De forma similar, Grützmacher et al. (2001) também obtiveram excelentes resultados no controle de O. oryzae quando utilizaram o inseticida fipronil aos 2 e 10 dias antes da entrada da água de irrigação.

Desta forma, a pulverização foliar do inseticida Curbix 200 SC (ethiprole) nas diferentes dosagens (100, 125 e 150 mL de p.c./ha) controla eficientemente as larvas de O. oryzae, quando aplicado aos 2 e 10 dias antes da entrada da água de irrigação. Assim suas características de residual e eficácia o tornam uma ferramenta a mais para o controle da bicheira-da-raiz na cultura do arroz irrigado e permite seu uso para o controle de insetos que desenvolveram resistência a outros produtos, pois o seu mecanismo de ação difere dos produtos Carbamatos convencionalmente utilizados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, n.1, p. 265-267, 1925. COSTA, E.C.; FRANÇA, J.A.S.; BORIN, R.C. Eficiência agronômica de Actara WG 25 no controle de larvas de Oryzophagus oryzae (Col.; Curculionidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., Pelotas, 1999. Anais. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999. p.436-438. GRÜTZMACHER, A.D.; et al. Avaliação da eficiência do inseticida fipronil (Klap 200 SC) em pulverização foliar no controle da bicheira-da-raiz Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2., e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., Porto Alegre, 2001. Anais. Porto Alegre: IRGA, 2001, p.428-430. GRÜTZMACHER, A.D.; et al. Avaliação da eficiência do inseticida Curbix 200 SC (ethiprole) em pulverização foliar no controle da bicheira-da-raiz Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26., Santa Maria, 2005. Anais. Santa Maria: UFSM, 2005. v.2. p.37-39. MARTINS, J.F.S.; GRÜTZMACHER, A.D.; CUNHA, U.S. da Descrição e manejo integrado de insetos-praga em arroz irrigado. In: GOMES, A. da S.; MAGALHÃES JUNIOR, A. M. de (Org.). Arroz irrigado no sul do Brasil. Embrapa, Brasilia, 2004, cap. 19, p. 635-675. MARTINS, J.F.S.; et al. Época de aplicação de inseticidas piretróides na cultura do arroz irrigado e controle da bicheira-da-raiz. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., Pelotas, 1993. Anais. Pelotas: EMBRAPA-CPACT, 1993. p. 208-210. MARTINS, J.F.S.; et al. Eficiência de inseticida de ação fisiológica no controle Oryzophagus oryzae (Coleoptera: Curculionidae) em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., Pelotas, 1999. Anais. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999. p.458-460. TUGWELL, N.P.; STEPHEN, F.M. Rice water weevil seasonal abundance, economic levels, and sequential sampling plants. Fayetteville: Agricultural Experiment Station, 1981. 16p. (Bulletin, 849).

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IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E HIBRIDIZAÇÃO EM ENTRE OS BIOTIPOS DE Spodoptera frugiperda

Vilmar Machado1, Milena Wunder

1, Vanessa D. Baldisera

1, Jaime V. Oliveira

2 & Lidia M.

Fiúza1.

1Programa de Pós-Graduação em Biologia - Universidade do Vale do Rio dos

Sinos, Cx. Postal 275 - CEP 93022-000. São Leopoldo, RS, Brazil. ([email protected]) 2. Instituto Riograndense do Arroz - IRGA

A lagarta-do-cartucho (Spodotera frugiperda, J. E. Smith, 1797) ataca diversas

culturas importantes em vários países desde a América do Sul até América do Norte, utilizando uma diversidade de plantas como hospedeiro. S. frugiperda foi registrada em 80 espécies de plantas pertencentes a 23 famílias diferentes (Giolo et al. 2002; Fernandes et al. 2002). Estudos populacionais indicaram a presença de duas linhagens, (milho e arroz) simpátricas e sem diferenças morfológicas, apesar da presença de diferenças bioquímicas, comportamentais e na resposta para diferentes agentes de controle químico e biológico A linhagem do arroz apresenta maior susceptibilidade a inseticidas como o diazinom e carbaryl, enquanto a linhagem do milho é mais susceptível ao carbofuran; além disso, as larvas da linhagem do arroz apresentam maior susceptibilidade a Bacillus thuringiensis. (Adamczyk et al. 1997; Edwards et al. 1999).

As linhagens podem ser diferenciadas pela utilização de vários marcadores moleculares (Martineli et al. 2006). A clivagem com as enzimas de restrição Msp I e Sac, de um segmento de 569 pares de bases do gene para Citocromo Oxidase I (COI), produz haplótipos específicos denominados de “corn strain” e “rice strain” (NagoshI et al. 2006a). O segmento FR, corresponde a uma seqüência de 189 pares de bases repetida em tandem e localizada nos cromossomos sexuais. A amplificação ou não dessa região por PCR permite identificar as duas linhagens; o haplótipo milho (FR-) caracteriza-se pela ausência ou/e presença de bandas inferiores a 400 pares de bases e o haplótipo arroz (FR+), pela presença de bandas superiores a 500 pares de bases (Nagoshi & Meagher 2003a,b).

Este trabalho analisou o potencial destes marcadores na identificação das linhagens de S. frugiperda e dos níveis de hibridização em populações do Rio Grande do Sul.

As formas imaturas obtidas nas culturas do milho foram coletadas em São Borja (17), Cachoeirinha (19) e Novo Hamburgo (20). Na cultura do arroz as coletas foram realizadas em São Borja (17) e Cachoeirinha (17). O DNA total foi extraído conforme protocolo padronizado por Sambrook et al. (1989). As reações de amplificação e clivagem seguiram o protocolo descrito por Levy et al. (2002). A identificação da seqüência FR foi realizada utilizando-se os primers FR-C e FR-2 descritos por Nasgoshi & Meagher (2003 a, b).

As 34 larvas provenientes de populações da cultura do arroz apresentaram o haplótipo Mt

R típico das linhagens que atacam essa cultura. Nas 56 larvas provenientes de

populações da cultura do milho foram encontradas 9 larvas com o haplótipo típico do arroz (Mt

R): 6 em São Borja (35%), 1 em Cachoeirinha (5,2%) e 2 em Novo Hamburgo (10%). No

total, 16,7% dos indivíduos encontrados nas plantações de milho apresentaram o haplótipo Mt

R. Os resultados obtidos pela clivagem das amostras com a enzima Sac I são similares

aos observados pela clivagem com Msp I. Em geral, os espécimes identificados como portadores do haplótipo típico da linhagem do arroz com a enzima Msp I, são clivados pela Sac I, o que não acontece quando o haplótipo foi identificado como pertencente à linhagem do milho (Tabela 1). A freqüência do segmento FR nas amostras da cultura do milho variou entre 23 e 40%. Nas amostras da cultura do arroz a freqüência foi elevada, sempre acima de 82%. O percentual de larvas coletadas na cultura do arroz que não apresentaram o fragmento FR variou entre 11,8 e 17,7%

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Tabela 1. Freqüência dos haplótipos milho (MtC) e arroz (Mt

R) nas populações analisadas

de Spodoptera frugiperda.

Local Cultura n MtR MtC

São Borja

Arroz

Milho

17

17

17 (100%)

06 (35%)

0.0

11 (65%)

Cachoeirinha

Arroz

Milho

17

19

17 (100%)

01 (5,0%)

0.0

19 (95%)

Novo Hamburgo Milho 20 02 (10%) 17 (85%)

Os resultados obtidos para cromossomos sexuais são compatíveis com duas

explicações: diferenças na especificidade para hospedeiro entre as linhagens com maior fidelidade na linhagem do milho e hibridização assimétrica, com as fêmeas da linhagem de arroz mais receptivas aos machos da linhagem do milho do que as fêmeas da linhagem do milho aos machos da linhagem do arroz. Neste caso, como o marcador utilizado é mitocondrial, os indivíduos com haplótipo Mt

R presentes na cultura do milho seriam híbridos

resultantes do cruzamento entre fêmeas do arroz e machos do milho (Nagoshi & Meagher 2003a,b; 2006 a,b). Segundo estes autores, a hibridização afetaria a especificidade para o hospedeiro.

Os resultados obtidos para esse marcador de cromossomo sexual indicam a presença do segmento FR em alta freqüência em larvas da linhagem do milho e, muitas das larvas com o haplótipo mitocondrial do arroz não apresentaram esse segmento. Uma explicação possível, é que as populações destas linhagens apresentam um polimorfismo associado ao fragmento FR com variação espacial na freqüência do fragmento. Nesta hipótese, não há uma correspondência entre o marcador para cromossomo sexual e os marcadores mitocondriais como sugerido por LU et al. (1994). Portanto as configurações Mt

CFR+ e Mt

RFR- não podem ser utilizadas para estimar níveis de hibridização entre as

linhagens. Por outro lado, se a presença do segmento FR+ em linhagens do milho é resultante da ocorrência de hibridização, as configurações Mt

CFR+ e Mt

RFR- podem ser

produzidas após duas gerações de hibridização. Nossos resultados estão de acordo com estudos de laboratório que demonstram a

compatibilidade reprodutiva das duas linhagens de S. frugiperda, mas em ambientes naturais o cruzamento entre elas é limitado por fatores ambientais (Pashley et al. 1992; NAGOSHI et al. 2006a). Os níveis de hibridização encontrados entre as linhagens de S. frugiperda indicam que estas não podem ser utilizadas como exemplo de biótipos representando espécies crípticas (Drès & Mallet, 2002). Porém, de acordo com os critérios destacados pelos autores, são linhagens adaptadas a diferentes hospedeiros.

Os diferentes níveis de hibridização registrados em S. frugiperda podem estar associados ao tempo de ocorrência da sobreposição na área de distribuição das linhagens, em grande parte influenciada pela expansão da cultura do milho e do arroz nas Américas. A expansão destas culturas contribui para o processo de hibridização, gerando um padrão de hibridização diferente do que ocorre na maioria das espécies ou linhagens que evoluem alopatricamente e entram em contato em algumas áreas, formando as zonas de hibridização definidas.

A análise dos níveis e dos resultados do processo de hibridização entre as linhagens de S. frugiperda são relevantes para programas de controle e manejo, especialmente, se considerarmos que as duas linhagens diferem na susceptibilidade a diferentes agentes de controle. Esse aspecto é mais relevante ainda, se considerarmos, expansão das áreas cultivadas com plantas-Bt e que as duas linhagens de S. frugiperda ocorrem em várias destas culturas. Portanto, a possibilidade de fluxo entre as linhagens de S. frugiperda tem impactos significantes para programas de manejo da evolução da resistência. Nesse contexto, um aspecto importante é monitorar os níveis de fluxo gênico entre as linhagens e definir o quanto essas diferem aos diferentes agentes de controle.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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NIVEL DE INFESTAÇÃO DE Tibraca limbativentris NA COLHEITA DO ARROZ IRRIGADO, SAFRA 2005/06.

Dionísio Link, Fabio Moreira Link e Juliano Perlin de Ramos - Eng. Agr., Dr., Rua Conde de Porto Alegre, 891/504A. Santa Maria, RS. CEP97015-110. ([email protected])

A incidência do percevejo grande do arroz, Tibraca limbativentris Stal, 1860

(Hemiptera: Pentatomidae) tem aumentado, nos últimos anos, na região central do Rio Grande do Sul, especialmente na bacia do rio Ibicuí Mirim, e a maioria dos produtores de arroz só constata sua presença quando o dano é visível e o controle químico tornou-se economicamente inviável (Link et al., 1989; Link, 1998). Uma das alternativas para o controle desta praga é o manejo pós-colheita, com a eliminação do maior número de exemplares hibernantes (Link, 1998), no período de julho a setembro. Após a colheita, em no máximo duas semanas, mais de 90% da população existente na lavoura migrou para os locais de hibernação, ao redor da área cultivada (Link et al., 1996) permanecendo ali até meados de novembro, iniciando o retorno à lavoura quando o arroz inicia o perfilhamento (Trujillo, 1970). Para que este sistema funcione a contento, uma amostragem prévia da população infestante no momento da colheita é fundamental para se saber a densidade de insetos hibernantes e que irão infestar o próximo cultivo. A falta de informações sobre a densidade populacional deste hemíptero, no momento de colheita, para subsidiar um programa de manejo pós-colheita motivou o presente trabalho.

Quatorze lavouras cultivadas com arroz irrigado, de diferentes variedades, mas todas com ciclo similar, localizadas na margem esquerda do Rio Ibicuí Mirim, no 7º distrito de Santa Maria, colhidas entre 15 de março e 22 de abril de 2006. A densidade de infestação do percevejo, no momento da colheita, foi avaliada retirando-se uma amostra de cerca de dois litros do resíduo grosseiro (peneira superior), na peneira da pré-limpeza, de cada reboque graneleiro, com capacidade de 3000 kg de grãos (60 sacos)/carga que chegou ao galpão do secador. Os espécimens do percevejo grande do arroz existentes em cada amostra foram quantificados (Tabela 1) e os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística (Nakano et al., 1981).

Tabela 1. Freqüência do percevejo grande do arroz (Tibraca limbativentris), no momento da colheita 14 lavouras de arroz irrigado. Santa Maria, RS, safra 2005/06.

Lavouras Freqüência de T. limbativentris/amostra Nº de amostras média amplitude

13* 109,00a** 32 227 38 01* 92,00a 20 234 24 10 55,33b 14 114 72 06 48,50bc 5 101 38 07 38,40bcd 8 131 20 11 27,29cde 9 45 17 14 22,00cde 15 38 10 09 19,69de 6 34 45 03 19,38e 9 45 21 05 19,00e 10 35 20 04 13,37e 4 25 38 12 12,23e 1 44 52 02 11,58e 5 29 12 08 8,52e 3 14 21

*: nestas lavouras, o agricultor estimou um índice de falha superior a 30%.** medias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente (Duncan a 5%).

O nível de infestação variou entre e dentro de cada lavoura indicando que esta

espécie não se distribui ao acaso e nem de forma agregada (Tabela 1). As maiores infestações ocorreram em lavouras de coxilha (lavoura 01) ou de primeiro ano (lavoura 13), provavelmente pela existência de elevado número de percevejos hibernantes nas redondezas. Os menores níveis de infestação foram encontrados naquelas áreas onde no

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inverno precedente, o agricultor executou uma queimada da vegetação nativa existente nas bordas das lavouras ou fez cultivo de pastagem, aveia e azevém, eliminando a vegetação nativa. As lavouras com as maiores densidades de infestação do percevejo do colmo (01 e 13) tiveram uma estimativa de falha na produção superior a 30%, de acordo com o agricultor e seus funcionários. Nas demais lavouras, a estimativa de quebra variou entre 10 e 15%, indicando uma similaridade de observação dos mesmos.

Conclui-se que o nível de infestação do percevejo do colmo do arroz está na dependência da densidade de adultos hibernantes na periferia da lavoura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LINK, D. Controle de Tibraca limbativentris, pós-colheita em arroz irrigado. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE ARROZ, 6, Goiânia, 1998. Anais... Goiânia: EMBRAPA-ARROZ E FEIJÃO, 1998. p. 347-349. LINK, D., COSTA, E.C., TARRAGÓ, M.F.S. Pentatomídeos da região central do Rio Grande do Sul (Heteroptera). In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 18, Porto Alegre, 1989. Anais... Porto Alegre: IRGA, 1989. p. 346-353. LINK, D.; NAIBO,J.G.; PELENTIR, J.P. Hibernation sites of the rice stalk stink bug, Tibraca

limbativentris, in the central region of Rio Grande do Sul, Brazil. International Rice Research Institute Notes, v.21, n.2-3, p. 78, 1996. NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., ZUCCHI, R.A. Entomologia econômica. Piracicaba: Livroceres, 1981. 314p. TRUJILLO, M.R. Contribuição ao conhecimento e biologia de Tibraca limbativentris

Stal, 1860 (Hemíptera: Pentatomidae) praga da cultura do arroz. Piracicaba: ESALQ/USP, 1970. 63p. (Dissertação de Mestrado).

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DISPERSÃO DE Tibraca limbativentris EM DUAS LAVOURAS DE ARROZ, EM SANTA MARIA, RS, SAFRA 2006/07

Fábio Moreira Link, Dionísio Link e Juliano Perlin de Ramos - Eng. Agr.,MS, Rua Conde de Porto Alegre, 891/504A. Santa Maria-RS, CEP97015-110. ([email protected])

O percevejo do colmo do arroz, Tibraca limbativentris, é praga importante na cultura

do arroz e seu controle durante o cilo é problemático devido à dificuldade de monitoramento e comprovação do nível de infestação em função da sua bioecologia. Uma das metodologias de controle em estudo e a aplicação na cultura é o controle pós-colheita, com a eliminação da população hibernante (LINK et al., 1989, 1996; LINK, 1998). Procurando reunir subsídios para capacitar este sistema de controle realizou-se este trabalho.

Duas lavouras de arroz, sendo uma com área de formato ovalado com aproximadamente 16 hectares e outra com formato retangular com cerca de 10 ha. (Figura 1) foram avaliadas no momento da colheita, quanto ao nível de infestação de Tibraca

limbativentris.

Figura 1. Croqui das áreas experimentais cultivadas com arroz, demonstrando os arredores segundo orientação geográfica.

A área oval foi colhida em três secções de tamanho similar acompanhando o desnível do terreno, constando de onze amostras de cada seção. Da área retangular, colhida em quatro secções, donde foram retiradas seis amostras de cada. De cada reboque graneleiro com capacidade 3000 kg de grão (60 sacos) foi retirada uma amostra, na peneira da pré-limpeza, com cerca de dois litros do resíduo grosseiro (peneira superior da máquina). Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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Exemplares adultos do percevejo do colmo do arroz foram retirados de todas as amostras e sua freqüência anotada (Tabela 1). Tabela 1. istribuição da freqüência de Tibraca lmbativentris em duas lavouras de arroz irrigado, na colheita, em Santa Maria, RS, safra 2006/07

Talhões Densidade de T. limbativentris/amostra Média* amplitude

Lavoura oval área Sul 34,45a 8 56

área Noroeste 7,45b 3 14 área Nordeste 6,18b 3 11

C.V. (%)= 47,04 Lavoura retangular

área Sul 92,83a 52 143 área Centro-Sul 79,33a 41 147 área Centro-Norte 39,33b 20 59 área Norte 9,00b 5 18

C.V. (%)= 52,62 * médias, na coluna, não diferem estatisticamente entre si (Scott-Knott a 5%).

A população hibernante iniciou a infestação das lavouras, a partir da vegetação periférica não modificada e dispersando-se na lavoura, durante o ciclo da cultura. As maiores densidades foram encontradas próximas das áreas conservadas da vegetação nativa e as menores mais distantes. A eliminação da vegetação ao redor das lavouras indicou que a eliminação dos insetos hibernantes na periferia do talhão, apresentou uma menor população infestante no final do ciclo e conseqüente um menor dano na cultura. Conclui-se que o controle pós-colheita da população hibernante é eficaz para redução de prejuízos na futura safra. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LINK, D. Controle de Tibraca limbativentris, pós-colheita em arroz irrigado. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE ARROZ, 6, Goiânia, 1998. Anais... Goiânia: EMBRAPA-ARROZ E FEIJÃO, 1998. p. 347-349. LINK, D., COSTA, E.C., TARRAGÓ, M.F.S. Pentatomídeos da região central do Rio Grande do Sul (Heteroptera). In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 18, Porto Alegre, 1989. Anais... Porto Alegre: IRGA, 1989. p. 346-353. LINK, D.; NAIBO,J.G.; PELENTIR, J.P. Hibernation sites of the rice stalk stink bug, Tibraca

limbativentris, in the central region of Rio Grande do Sul, Brazil. International Rice Research Institute Notes, v.21, n.2-3, p. 78, 1996.

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SELETIVIDADE DE ALGUNS INSETICIDAS NA POPULAÇÃO DE ARANHAS EM ARROZ IRRIGADO

Jaime Vargas de Oliveira(1), Erica H. Buckup(2), Everton N. L. Rodrigues(2,3), Maria Aparecida de L. Marques(2), Milton Mendonça Jr(3), Lídia M. Fiuza (1,4) , Valmir G. Menezes(1), Eduardo Amilibia(1), Jose Patrício de Freitas(1), Jaceguay I. de Barros(1), Jorge L. Cremonese(1). 1Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS. E-mail: [email protected]. 2 Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica, RS. 3 Depto. de Zoologia, IB, UFRGS, RS. 4 Microbiologia Centro 2 UNISINOS, RS.

A manutenção dos inimigos naturais é de grande importância para o equilíbrio nos

agroecossistemas e pode evitar que os insetos fitófagos alcancem níveis populacionais capazes de causar danos econômicos (BERTI FILHO & CIOCIOLA, 2002). Dentre estes destacam-se as aranhas, que mesmo ocorrendo em altas populações na lavoura de arroz irrigado, têm sido pouco estudadas. As aranhas podem ser efetivas na supressão de pragas, melhorando a saúde e a produtividade do agroecossistema, ao atuarem no manejo destas (GREENSTONE & SUNDERLAD 1999). Como predadoras, as aranhas apresentam inúmeras vantagens na redução das pragas; não danificam as plantas, têm capacidade de aumentar rapidamente o número de exemplares e eventuais explosões populacionais são limitadas por sua territoriedade e canibalismo (LEE & KIM 2001). No emprego de um inseticida, a seletividade é importante, pois produtos não seletivos podem causar um impacto sobre os inimigos e insetos com maior potencial reprodutivo ressurgem.

O presente experimento tem por objetivo avaliar o comportamento de alguns inseticidas sobre a fauna de aranhas no arroz irrigado.

O estudo foi realizado a campo na Barragem do Capané, IRGA em Cachoeira do Sul, na safra 2006/2007. O delineamento experimental foi blocos casualizados com quatro repetições. As parcelas mediram 100m2 de área (10 x 10m), sendo isoladas por taipas para evitar a circulação da água entre as mesmas. A cultivar IRGA 417 foi semeada na densidade de 120 kg ha-1. onstou de cinco tratamentos, sendo quatro inseticidas e a testemunha não tratada (Tabela 1). Os produtos foram aplicados aos 70 dias após a emergência, em 30/01/2007 utilizando-se um pulverizador costal de pressão constante, propelido a CO2, equipado com cinco bicos tipo cone, calibrado para um volume de calda de 150 l ha-1. As coletas foram efetuadas, no período de 01/02/2007 a 01/03/2007, com intervalos em geral de sete dias. Todas as amostras foram realizadas sempre a partir das 19:00 h, com o emprego de rede de varredura, sendo realizadas 50 redadas por parcela. Os exemplares coletados foram colocados em vidros, contendo álcool etílico a 80% e identificados no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS.

Pelos resultados obtidos na Tabela 1 foram coletadas 185 aranhas, entre adultos e jovens com predominância de 70% da última, destacando-se a espécie Alfaida veniliae. O maior número de exemplares foi registrado na testemunha com 51; entre os tratamentos com produtos químicos o menor e o maior número de aranhas correspondeu ao Karate (28) e o Xentari (44), respectivamente. Na 2ª coleta em todos os tratamentos houve diminuição drástica no número de aranhas, em relação a 1ª e 3ª amostras; após ocorre progressivamente um aumento na população. Esta redução seja possivelmente, devido à intensidade do vento durante a captura e as altas precipitações (40mm) na noite anterior. A partir da 3ª leitura ou seja, aos 14 dias após a aplicação dos produtos verificou-se maior abundância de aranhas nos tratamentos inseticidas.

Analisando o número de aranhas verificou-se que na 5ª coleta ocorreu um aumento sensível na população em relação ao registrado nas coletas anteriores. Esse resultado demonstra que a partir de 30 dias da aplicação dos produtos químicos, houve uma recuperação da abundância de aranhas, em parte concordando com Wick & Freier (2000), os quais observaram que a ação do inseticida Karate não ultrapassou o mesmo período.

Segundo este estudo, a fauna de aranhas na lavoura de arroz irrigado, apresentou alta variação pela ação dos produtos químicos testados. Inúmeros fatores podem estar

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relacionados a estes resultados, entretanto, é necessário dar continuidade aos estudos, para confirmar a ação de inseticidas sobre as aranhas.

Tabela 1. População média de aranhas de diferentes tratamentos inseticidas em arroz irrigado, Barragem do Capané, IRGA, Cachoeira do Sul, RS, 2006/07.

Número médio de aranhas Tratamentos

Doses (mL ha-1) 2 dat1 7 dat 14 dat 21 dat 29 dat Total2

entariX 500 6,0 ab* 2,5 a 6,5 b 9,5 a 19,3 a 44 Curbix 200 SC 125 4,8 abc 2,0 a 5,0 b 6,3 a 18,5 a 37 Karate 50 CE 150 2,8 c 1,0 a 3,3 b 5,0 a 16,3 a 28 Tamaron BR 1000 3,8 bc 1,5 a 4,5 b 4,3 a 18,3 a 32 Testemunha - 7,0 a 3,8 a 10 a 10 a 19,8 a 51 1.Dias após aplicação tratamentos; 2Total coletado até 29 dat * Médias nas colunas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERTI FILHO, E; CIOCIOLA, A I. Parasitóides ou predadores. Vantagens e desvantagens. In: PARRA, J.R.P; BOTELHO, P.S.M; CORRÊA,F.B.S; BENTO,J.M.S. Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo: Manole. p. 29-41, 2002. GREENSTONE, M. H. & SUNDERLAND, K. D. Why a symposium on spiders in agroecosystems now. The Journal of Arachnology, v.27: p. 267-269, 1999. LEE, J. H. & KIM, S. T. Use of spiders as natural enemies to control rice pest in Korea. Disponível: www.agnet.org/library/article. Acesso em 16/04/2004, 2001. WICK, M; FREIER, B. Long-term effects of an insecticide application on non-target arthropods in winter wheat – a field study over 2 seasons. Journal of Pest Science, v.73, p. 61-69, 2000.

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EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA-DA-FOLHA Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797) (LEPIDOPTERA:

NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

Anderson Dionei Grützmacher(1)*, Douglas Daniel Grützmacher (1), Murilo Damé Fonseca Paschoal(1), Rodrigo Roman(1), Jonas Alex Finatto(1) ¹Depto. de Fitossanidade-FAEM/UFPel, Campus Universitário, Caixa Postal 354, CEP 96.010-900, Pelotas, RS. *([email protected])

Nos últimos anos, a necessidade de aumento da produção de arroz para abastecer uma população em rápida expansão, provocou várias mudanças no sistema de produção. Muitas delas propiciaram o aumento do ataque de pragas na cultura. Neste contexto, na cultura do arroz irrigado é referida com certa freqüência a espécie Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae), devido ao grande desfolhamento que causa na cultura. Segundo Martins et al. (2004) é considerada uma das principais pragas-chave na maioria das regiões de cultivo do arroz irrigado no Rio Grande do Sul.

A lagarta alimenta-se de plantas novas, antes da inundação dos arrozais, consumindo-as totalmente. Em determinados anos atinge níveis populacionais elevados, podendo destruir totalmente a lavoura. As lagartas, preferencialmente, alimentam-se de plantas de capim-arroz (Echinochloa spp.), passando a atacar o arroz, quando estas são eliminadas com herbicidas. Já, nas lavouras onde o arroz também é cultivado sobre taipas, o ataque pode se estender até a fase de emissão de panículas, devido ao deslocamento das lagartas para estes locais, após a inundação da lavoura (Loeck et al., 1993). Visto a maior adequação nutricional e preferência alimentar de S. frugiperda em plantas de capim-arroz, Botton et al. (1998) ressaltam ser recomendável que os levantamentos sobre níveis populacionais do inseto nos arrozais, sejam iniciados quando as lagartas estiverem nos primeiros ínstares e, preferencialmente, nas áreas mais infestadas pela planta daninha. Essa prática evitaria a intensificação do ataque das lagartas às plantas de arroz após a eliminação do capim-arroz e reduziria o uso preventivo de inseticidas nos casos em que a população estiver abaixo do nível de controle econômico.

No momento são estudados vários aspectos do controle químico da S. frugiperda, principalmente em relação a menores dosagens, diferentes formulações e novos ingredientes ativos, visando minimizar os efeitos adversos dos inseticidas na cultura do arroz irrigado (Grützmacher et al., 1999). Mas o controle químico da lagarta-da-folha nesta cultura, na grande maioria das situações, é realizado com inseticidas piretróides (Costa & Link, 1991; Loeck et al., 1993; Guedes et al., 1997). Este controle, geralmente é realizado preventivamente, onde como medida de reduzir os custos da aplicação aérea é freqüente o emprego dos inseticidas piretróides em mistura com herbicidas pós-emergentes (Loeck et al., 1993).

A necessidade de se estabelecer, sob condições locais, a eficácia de novos ingredientes ativos e diferentes dosagens e de fornecer alternativas mais eficientes e ambientalmente menos agressivas para a orizicultura motivou a realização deste trabalho, com objetivo de avaliar a eficiência de várias dosagens de inseticidas piretróides e reguladores de crescimento no controle da lagarta-da-folha na cultura do arroz irrigado.

O ensaio foi conduzido no município de Capão do Leão-RS, de acordo com as Recomendações Técnicas para a Cultura do Arroz Irrigado no ano agrícola de 2005/2006, no que se refere a cultivar, época de semeadura, densidade, espaçamento, adubação e demais práticas culturais.

Foi adotado o delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. O ensaio foi realizado em condições de campo e as unidades experimentais mediram 20 m2 (4 x 5 m), sendo formadas por 20 fileiras de plantas de arroz irrigado da cultivar BRS 7 “Taim” espaçadas de 0,20 m e com 5,0 m de comprimento. A semeadura foi realizada na primeira quinzena de dezembro de 2005, na densidade aproximada de 100 sementes por metro linear.

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O experimento foi realizado em uma lavoura comercial com infestação natural com lagartas de S. frugiperda de 3º, 4º e no máximo no 5º ínstar, aos 21 dias após a emergência do arroz (fase vegetativa - etapa 2. perfilhamento), quando as plantas tinham aproximadamente de 10 a 15 cm de estatura. Os tratamentos foram aplicados com um pulverizador costal, pressurizado a CO2, equipado com cinco bicos do tipo cone, espaçados de 0,50 m. O volume de calda utilizado foi de 150 L/ha.

Foram realizadas avaliações para determinar a eficiência dos inseticidas (Tabela 1) aos 1, 3, 7 e 10 dias após a aplicação dos tratamentos. Para as amostragens da população das lagartas, na pré-contagem e nas demais avaliações foi utilizado um quadrado de madeira de 0,50 x 0,50 m, que foi jogado sobre as plantas de arroz de maneira aleatória quatro vezes por parcela, totalizando uma área amostrada de 1 m2 por parcela. As análises de variância foram executadas pelo “SAS” (SAS, 2002) e os resultados das médias dos tratamentos foram comparados entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, sendo a eficiência de controle dos inseticidas calculada pela fórmula de Abbott (1925).

Os resultados com relação aos níveis de infestação da S. frugiperda e à eficiência dos produtos aplicados encontram-se na Tabela 1. Observa-se que todos os produtos testados diferiram da testemunha em todas as datas de avaliações após a aplicação dos inseticidas. No que diz respeito ao percentual de eficiência de controle, o comportamento foi diferenciado em função do produto, de sua dosagem e do tempo de exposição.

Tabela 1. Efeito da pulverização de diferentes dosagens de inseticidas sobre lagartas de 3º, 4º e 5º ínstar de Spodoptera frugiperda em lavoura de arroz irrigado. Capão do Leão, RS - ano agrícola 2005/2006.

Dosa- gem

Dias após o tratamento químico

Mé-dia

Tratamentos mL 0 1 3 7 10 PC p.c./ha N N PC N PC N PC N PC (1-10) Testemunha - 7,06 a1 4,90 a - 3,83 a - 3,75 a - 3,15 a - - Seizer 100 EC 40,0 6,50 a 0,75 bc 84,7 0,63 b 83,5 0,25 bc 93,3 0,38 b 87,9 87,4

Seizer 100 EC 50,0 6,69 a 1,38 bc 71,8 0,06 b 98,4 0,25 bc 93,3 0,19 b 94,0 89,4 Seizer 100 EC 75,0 6,96 a 0,38 c 92,2 0,25 b 93,5 0,00 c 100 0,00 b 100 96,4 Galgotrin 60,0 6,00 a 0,38 c 92,2 0,13 b 96,6 0,13 bc 96,5 0,13 b 95,9 95,3 Galgotrin 75,0 4,94 a 0,63 c 87,1 0,38 b 90,1 0,00 c 100 0,13 b 95,9 93,3 Rimon 100 SC 50,0 5,69 a 2,50 b 49,0 0,75 b 80,4 0,63 b 83,2 0,50 b 84,1 74,2 Rimon 100 SC 100,0 5,31 a 1,25 bc 74,5 0,38 b 90,1 0,13 bc 96,5 0,31 b 90,2 87,8 Rimon 100 SC 150,0 4,77 a 1,38 bc 71,8 0,13 b 96,6 0,00 c 100 0,00 b 100 92,1 Arrivo 200 CE 75,0 5,38 a 0,50 c 89,8 0,25 b 93,5 0,00 c 100 0,00 b 100 95,8

CV (%) 31,74 51,93 48,91 46,28 62,47 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%

de significância. N = número médio de lagartas/0,25m2; PC = percentagem de controle calculada pela fórmula de Abbott (1925).

Na avaliação realizada a campo ao 1 dia após o tratamento químico (DAT), a maioria

dos inseticidas piretróides apresentaram eficiência de controle satisfatório, acima de 80%, diferindo significativamente todos estes tratamentos da testemunha (Tabela 1). Porém, o inseticida regulador de crescimento Rimon 100 SC (novaluron) nesta data de avaliação não atingiu 80% de controle para nenhuma das três dosagens testadas. Assim ficou evidenciado que somente os inseticidas neurotóxicos, nas diferentes dosagens apresentaram uma alta ação de choque, determinado por seus altos percentuais de controle, pois esta é uma característica dos piretróides. Na avaliação aos 3 DAT também foi observada uma alta ação biocida sobre a população alvo, dependendo a percentagem de controle do inseticida e da dosagem utilizada, diferindo todos os tratamentos significativamente da testemunha (Tabela 1), porém os inseticidas não diferiram estatisticamente entre si. Nesta avaliação foi observado um controle acima de 80,4% para todos os inseticidas e dosagens testadas, inclusive para o inseticida regulador de crescimento Rimon 100 SC. Na avaliação aos 7 dias ainda foi observado um

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comportamento similar, diferindo estatisticamente todos os inseticidas da testemunha, sendo que para a maior dosagem dos inseticidas Seizer 100 EC (bifentrina), Galgotrin (cipermetrina) e Rimon 100 SC, bem como para o inseticida padrão Arrivo 200 CE (cipermetrina) foram observados percentagem de controle para a lagarta-da-folha de 100% (Tabela 1). De forma similar ao ocorrido aos 7 DAT, foi observado na avaliação aos 10 dias o mesmo comportamento para os tratamentos após a aplicação dos inseticidas, onde somente para a menor dosagem dos inseticidas Seizer 100 EC e Rimon 100 SC apresentaram eficiência de controle abaixo de 90%, porém nesta última avaliação todos os inseticidas e dosagens não diferiram estatisticamente entre si (Tabela 1). Durante todo o período experimental, não se verificou qualquer efeito fitotóxico dos inseticidas utilizados na cultura de arroz irrigado.

Portanto, nas condições em que o experimento foi desenvolvido concluem-se que: a) Os inseticidas Seizer 100 EC nas dosagens de 40, 50 e 75 mL p.c./ha, Galgotrin nas dosagens de 60 e 75 mL p.c./ha e Rimon 100 SC nas dosagens de 50, 100 e 150 mL p.c./ha controlam com eficiência superior a 80% as lagartas de S. frugiperda, apresentando um bom poder residual pelo menos até 10 DAT, podendo, portanto serem recomendados para o controle da lagarta-da-folha; b) Todos os inseticidas químicos avaliados, independentes da dosagem reduzem significativamente e de forma similar ao inseticida padrão Arrivo 200 CE a população da lagarta-da-folha S. frugiperda.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, n.1, p. 265-267, 1925. BOTTON, M.; et al. Preferência alimentar e biologia de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em arroz e capim-arroz. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.27, n.2, p. 207-212, 1998. COSTA, E.C.; LINK, D. Avaliação de doses e formulações de inseticidas no controle da lagarta militar, Spodoptera frugiperda, na cultura do arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 19., Balneário Camboriú, 1991. Anais. Florianopólis: EMPASC, 1991. p.200-203. GRÜTZMACHER, A.D.; et al. Eficiência do inseticida Micromite no controle da lagarta-da-folha Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1. e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., Pelotas, 1999. Anais. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999. p.423-426. GUEDES, J.V.C.; COSTA, E.C.; DORNELES, S.H.B. Eficiência de inseticidas no controle da lagarta-da-folha Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 22., Balneário Camboriú, 1997. Anais. Itajaí: EPAGRI, 1997. p.333-334. LOECK, A.E.; et al. Método de avaliação de inseticidas para o controle da lagarta-da-folha na cultura do arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., Pelotas, 1993. Anais. Pelotas: EMBRAPA,CPACT, 1993. p.222-224. MARTINS, J.F.S.; GRÜTZMACHER, A.D.; CUNHA, U.S. da Descrição e manejo integrado de insetos-praga em arroz irrigado. In: GOMES, A. da S.; MAGALHÃES JUNIOR, A. M. de (Org.). Arroz irrigado no sul do Brasil. Embrapa, Brasilia, 2004, cap. 19, p. 635-675. SAS Institute. Getting Started with the SAS® Learning Edition. Cary, NC: SAS Institute Inc. 2002.