Utilização Do Álcool Como Mediador Social Em Acadêmicos Do Curso de Tecnólogo Em Gastronomia
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Utilizao do lcool como mediador social em acadmicos do curso de tecnlogo em Gastronomia 42
Humanidades, v. 4, n. 2, jul. 2015.
UTILIZAO DO LCOOL COMO MEDIADOR SOCIAL EM ACADMICOS DO
CURSO DE TECNLOGO EM GASTRONOMIA
Cludia Alves de Oliveira Figueiredo 1
Jssica Danielly Souza 2
Kimberly Marie Jones3
Priscilla Klisy Duarte Soares4
Leonardo Augusto Couto Finelli5
Wellington Danilo Soares6*
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar a ingesto de lcool como mediador social entre
acadmicos do curso de Gastronomia de uma instituio de ensino superior localizada na cidade de
Montes Claros/MG. Tratou-se de um estudo exploratrio, com abordagem quantitativa e
transversal. Contou com uma amostra de 41 estudantes, com faixa etria entre 18 e 55 anos,
matriculados e frequentes no curso de Gastronomia. A anlise do consumo de lcool foi realizada
atravs dos seguintes instrumentos: questionrio scio demogrfico, questionrio AUDIT-Teste
para Identificao de Problemas Relacionados ao Uso de lcool; ASSIST-Teste de Triagem do
Envolvimento com lcool, Cigarro e Outras Substncias e a ESSS-Escala de Satisfao com o
Suporte Social. Aps os dados coletados foi feita uma anlise descritiva com valores de mdia,
desvio padro e porcentagem no programa estatstico Statistical Package for Social Sciences SPSS. Quanto classificao do questionrio AUDIT verificou-se que a maioria dos estudantes
(78,05%) apresentou baixo risco para dependncia do lcool. J em relao ao ASSIST todos os
participantes relataram fazer uso ocasional do lcool, revelando assim 100% de classificao em
nvel 1. Em relao ao IECPA 73,17% dos acadmicos apresentam baixa vulnerabilidade para os
efeitos do lcool. Quanto a ESSS 90,24% dos sujeitos demonstraram mdio suporte social. Conclui-
se que a maioria se classificou como de baixo e mdio risco para dependncia do lcool e outras
substncias psicoativas.
Palavras Chave: Consumo; lcool; Mediador social; Acadmicos.
INTRODUO
Atualmente o consumo de bebidas alcolicas tem sido apontado como problema de sade
pblica, devido a sua proporo e capacidade de sobrepor os limites normais, a transio de
1 Graduanda em Nutrio pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas Funorte Montes Claros Minas Gerais,
Brasil. 2 Graduanda em Nutrio pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas Funorte Montes Claros Minas Gerais,
Brasil. 3 Doutora em Antropologia pela Universidade de Pittsburgh, Pennsylvania, EUA. Diretora do Centro de Pesquisa da
Associao Educativa do Brasil Soebras Montes Claros - Minas Gerais, Brasil. 4 Programa de Ps-Graduao em Neonatologia Instituto Fernandes Figueira Fio Cruz/ Brasil. Rio de Janeiro
Brasil. 5 Mestre em Psicologia nfase em Avaliao Psicolgica pela Universidade So Francisco Bragana Paulista So
Paulo, Brasil. Professor das Faculdades Integradas do Norte de Minas - Montes Claros Minas Gerais, Brasil. 6 Doutorando do Programa de Ps-graduao em Cincias da Sade PPGCS da Universidade Estadual de Montes
Claros Unimontes. Professor do Curso de Nutrio pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas Funorte Montes Claros Minas Gerais, Brasil. *Autor para correspondncia: [email protected]. Rua Ponte Nova, 168 Alto So Joo Montes Claros Minas Gerais, Brasil. (38) 9904-9888.
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comportamento entre beber moderadamente e o beber problemtico ocorrem de forma lenta
(FARIA et al., 2000).
De acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS, 2002) o lcool considerado a
substncia psicoativa mais consumida no mundo, e esse consumo tem sido crescente nas ltimas
dcadas, sendo que nos pases em desenvolvimento so os responsveis pela maior parcela desse
aumento e que, quanto menor a idade de incio do uso do lcool, maior a possibilidade de
estabelecer-se a dependncia (ROCHA et al., 2011).
O ndice de consumo de bebidas alcolicas entre estudantes tem sido destaque em vrias
mdias e na sociedade em geral. Tal fato se d devido a associao do lcool com sensaes de
liberdade e prazer, alm de ter se tornado um mediador social entre estes estudantes. Alm disso, a
ingesto de lcool pode estar intimamente ligada ao consumo de outras substncias como o cigarro
e maconha, que esto diretamente ligados ao estado de sade destes indivduos (PEDROSA et al.,
2011).
As atividades de lazer dos jovens geralmente so realizadas com festas, ambiente em que h
consumo alcolico, o que pode ser propcio tambm para o experimento de outras drogas e
manifestao de comportamentos de risco destes jovens. Dentre fatores que influenciam o consumo
de bebidas podem se destacar a influncia do crculo de amizade, as substncias que sero
consumidas, horrios do consumo e ingesto concomitante com petiscos (BAUMGARTEM;
GOMES; FONSECA, 2012).
O perodo acadmico uma fase de grande importncia na vida dos jovens, isso porque os
mesmos tem a oportunidade de fazer parte de um grupo distinto que muitas vezes no tem
superviso de familiares, o que os torna mais propcios a conhecerem e experimentarem
experincias novas, sendo elas lcitas ou no (BOTTI; LIMA; SIMES, 2010).
Procurando entender quais os motivos que levam os jovens a ingerirem bebidas alcolicas
Baumgarten, Gomes e Fonseca (2012) realizaram uma pesquisa com acadmicos de diferentes
cursos de uma universidade do Rio Grande do Sul. Entre os motivos citados, pode-se destacar a
diverso/prazer, quebra da monotonia diria, os efeitos causados e a diminuio do estresse e da
ansiedade. Assim como comprovado em outros estudos, os amigos foram indicados como
companhia frequente no processo de inicializao e tambm na continuidade do uso destas
substncias psicoativas.
Dentre essas mudanas o aumento do consumo de lcool pode ser citado por ser de fcil
acesso. A ingesto excessiva de lcool est associada a diversas consequncias negativas na vida
destes jovens, sejam elas na sade, fsicas ou mentais (ROCHA et al., 2011).
O consumo excessivo de lcool pode levar o indivduo desnutrio, que pode ser resultado
de uma m absoro ou m digesto dos nutrientes provenientes da dieta alimentar, podendo ser
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ocasionada por complicaes do trato gastrointestinal advinda do uso desta substncia. Devido sua
ao txica o lcool poder tambm gerar insuficincia pancretica alm de deficincia de enzimas
intestinais e nutrientes (LIMA; FONSECA; GUEDES, 2010).
Pires e Webster (2011) descrevem que o consumo de substncias como o lcool um
assunto amplamente discutido pela literatura, tendo em vista que uma das substncias que podem
causar srios danos tanto aos consumidores, tornando-se assim questo de sade pblica.
As mudanas que podem ocorrer no estilo de vida destes jovens no perodo acadmico tais
como alterao no padro alimentar, prtica de atividades fsicas consumo de lcool e tabaco,
associadas s mudanas biolgicas, instabilidade psicolgica e falta de comportamento preventivo
poderiam tornar este grupo mais vulnervel aos riscos relacionados sade.
Nesta perspectiva o presente estudo teve como objetivo analisar a ingesto do lcool como
mediador social entre acadmicos do curso de Tecnlogo em Gastronomia de uma instituio
privada de ensino superior da cidade de Montes Claros-MG, bem como avaliar a prevalncia,
periodicidade e uso concomitante do lcool com outras substncias psicoativas entre acadmicos de
diferentes sexos e idades, alm de analisar outros fatores associados ao consumo do lcool.
MATERIAIS E MTODOS
O presente estudo foi submetido e aprovado pelo comit de tica em pesquisa da Associao
Educativa do Brasil SOEBRAS sob o parecer consubstanciado n 530.651/2014.
Tratou-se de um estudo exploratrio, com abordagem quantitativa e transversal. Contou com
uma amostra de 41 estudantes do curso de Tecnlogo em Gastronomia, ambos os sexos,
selecionados aleatoriamente, faixa etria entre 18 e 55 anos (30,8 10,8 anos), matriculados em
uma Instituio de Ensino Superior localizada na cidade de Montes Claros MG.
Para a realizao da pesquisa foram aplicados os seguintes instrumentos: questionrio scio
demogrfico para obter as caractersticas gerais da amostra, o questionrio AUDIT Teste para
Identificao de Problemas Relacionados ao Uso de lcool desenvolvido pela Organizao
Mundial da Sade para identificao e rastreamento de pessoas com consumo nocivo do lcool, o
qual constitudo por 10 questes que permitem respostas com valores pr-estabelecidos de 0 a 4.
A somatria dos valores de cada questo indica a classificao, em nveis de risco, de cada
indivduo perante o consumo de bebidas alcolicas (PIRES; WEBSTER, 2011; BARROS et al.,
2012).
Tambm o IECPA Inventrio de Expectativas e Crenas Pessoais acerca do lcool que
visa conhecer o que as pessoas pensam acerca dos efeitos do lcool e consiste em um instrumento
com 61 itens com cinco alternativas de resposta tipo likert com escores de 1 5: 1no
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concordo; 2concordo pouco; 3concordo moderadamente; 4concordo muito e 5
concordo muitssimo. O escore final pode variar de 0 a 305 pontos. Os escores mais elevados
caracterizam sujeitos com expectativas positivas mais altas e, portanto, maior vulnerabilidade ao
alcoolismo (LOPES, 2009); ASSIST - Teste de Triagem do Envolvimento com lcool, Cigarro e
Outras Substncias que consiste em instrumento auto aplicvel, em formato de questionrio,
produzido pela Organizao Mundial de Sade (2002) para deteco do uso de lcool, tabaco e
outras substncias psicoativas. A pesquisa utilizar a verso validada para o Brasil (HENRIQUE et
al., 2004).
Foi utilizado a Escala de Satisfao com o Suporte Social ESSS que buscou avaliar um
conjunto de medidas que expressam sade, bem - estar ou mal - estar ou que esto intimamente
ligadas a essas variveis. As medidas utilizadas para validao do ESSS derivaram da adaptao da
escala portuguesa do Self perception profile for college students (RIBEIRO, 1994). O instrumento
constitudo por 15 frases para auto-preenchimento. O sujeito deve assinalar o grau em que concorda
com a afirmao (se ela se aplica a ele), numa escala de Likert com cinco posies, concordo
totalmente, concordo na maior parte, no concordo nem discordo, discordo a maior parte, e
discordo totalmente. A nota total da escala resulta da soma da totalidade dos itens. A nota de cada
dimenso resulta da soma dos itens de cada dimenso ou sub-escala.
Para a coleta de dados, aps a autorizao por parte da coordenao do curso, foi solicitada a
assinatura do termo de consentimento para os sujeitos que aceitaram participar de forma voluntria
da pesquisa. Os questionrios foram aplicados pelas prprias pesquisadoras, entre os meses de
Agosto e Setembro/2014, sempre nos horrios extra-aulas.
Aps os dados coletados foi feita uma analise descritiva com valores de mdia, desvio
padro e porcentagem no programa estatstico SPSS.
RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados obtidos por meio da aplicao de questionrios sero expostos nas tabelas que
se seguem.
Na tabela 1 podemos verificar a distribuio dos estudantes em relao caracterizao do
grupo amostral, tais como: sexo, etnia, estado civil, e o perodo de graduao dos estudantes.
Conforme pode ser verificado na tabela abaixo houve um predomnio de estudantes do sexo
feminino, assim como em vrias literaturas encontradas acerca do tema (ROCHA et al., 2011;
NUNES et al., 2011).
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Tabela 1 Caracterizao do grupo amostral (n=41)
Varivel N %
Sexo Masculino
Feminino
15
26
36,59
63,41
Etnia Asitico
Branco
ndio
Negro
Pardo
0
06
0
04
31
0
14,63
0
9,76
75,61
Estado civil Solteiro
Casado
Separado
Vivo
Namoro
20
13
03
01
04
48,78
31,71
7,31
2,44
9,76
Perodo 1
2
3
4
5
0
10
13
13
05
0
24,39
31,71
31,71
12,19 Fonte: Dados da pesquisa
Em relao etnia, a maioria dos estudantes declarou ser de etnia parda, seguidos
consecutivamente de brancos e negros, no havendo porcentagem relevante em relao aos ndios e
asiticos. Tais fatos podem ser explicados devido miscigenao de etnias em nosso pas.
Ainda, objetivando analisar a etnia de estudantes universitrios, o I Levantamento Nacional
sobre o uso de lcool, tabaco e outras drogas entre universitrios das 27 capitais brasileiras apontou
que na regio Norte do pas 48% dos estudantes consideravam - se pardos, 33,5% brancos e 6,7%
negros, seguidos dos asiticos 3,2% e por ltimo os ndios 2,2% (BRASIL, 2010).
Quanto ao estado civil dos acadmicos, a maioria se declarou solteiro; em segundo lugar
esto os casados, seguidos dos que esto namorando, separados e por ltimo, 01 acadmico
declarou-se vivo. Em outras literaturas tais dados se igualam aos encontrados na presente pesquisa
(CAVALCANTI et al., 2012; MARTINS; COELHO; FERREIRA, 2010).
Tais fatos tambm condizem com Rubio (2007), que verificou em seu estudo que os
solteiros se apresentavam em sua maioria, totalizando 97,4% dos participantes, em sequencia
encontravam-se os casados 1,5%, e os que possuem uma unio estvel 0,8%.
Participaram da presente pesquisa os acadmicos do curso de tecnlogo em Gastronomia do
1 ao 5 perodo, ressaltando-se que os estudantes do 3 e 4 perodo empataram em relao ao
nmero de sujeitos avaliados com 31,71% cada, seguidos em ordem decrescente pelos indivduos
do 2, 5 e 1 perodos.
Estes dados so similares com o encontrado por Barros et al.(2012) que avaliaram o
consumo de lcool entre estudantes. De acordo com os autores 21% dos entrevistados eram do 2
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perodo, 19% do 3 perodo, e dando continuidade 17% eram do 4 perodo, 23% do 6 perodo,
11% do 7 perodo e 9% do 8 perodo.
Segundo Silva et al.(2006), o ano cursado tem relao direta com uso de substncias
psicoativas: os alunos que esto iniciando o curso tem potencial maior de abuso de medicamentos,
porm sem estarem diretamente ligados ao lcool.
Tabela 2 Dados obtidos a partir da aplicao dos questionrios
Fonte: Dados da pesquisa
Em relao classificao de risco do questionrio AUDIT, podemos constatar que a
maioria dos estudantes apresentaram baixo risco, sendo classificados como nvel 1, seguidos de
14,63 que se encaixam em mdio risco. Citamos ainda que a classificao de alto risco e
dependncia do lcool, ordenados como nveis 3 e 4 alcanaram baixas porcentagens se comparadas
s demais.
O presente estudo mostrou que a maioria dos sujeitos da pesquisa foram classificados como
de baixo risco em relao dependncia do lcool, corroborando com nossos achados, Pillon e
Webster (2006) em sua pesquisa no qual buscaram identificar os problemas relacionados ao uso de
lcool entre estudantes do curso de enfermagem de uma universidade no interior de So Paulo. Dos
254 acadmicos entrevistados, mais da metade (83,5%) apresentou-se como de baixo risco, o que
est dentro dos limites preconizados pela OMS (2002) o que seria no mais que 3 doses para
homens e no mais que 2 doses para mulheres.
Diferentemente dos dados que encontramos, Campos et al.(2011), em estudo realizado com
estudantes do ensino mdio do municpio de Passos-MG, verificaram que 23,28% dos alunos
apresentaram comportamento de beber de risco. Tais dados podem ser explicados devido ao fato de
que 65,19% dos pais ingerem bebida alcolica, fato este que pode ser desencadeador para o
comportamento de beber para os indivduos em questo.
Questionrio Nvel N % Classificao
AUDIT
1
2
3
4
32
06
02
01
78,05
14,63
4,88
2,44
Baixo Risco
Mdio Risco
Alto Risco
Dependncia lcool
ASSIST 1
2
41
0
100
0
Uso Ocasional
Uso Abusivo
IECPA 1
2
30
11
73,17
26,83
Baixa Expectativa Baixa Vulnerabilidade Alta Expectativa Alta Vulnerabilidade
ESSS 1
2
3
0
37
04
0
90,24
9,76
Baixo Suporte Social
Mdio Suporte Social
Alto Suporte Social
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Os sujeitos da pesquisa afirmaram fazer uso ocasional de lcool, fumo e outras substncias
psicoativas, sendo classificados como nvel 1, obtendo 100% dos resultados de acordo com o
questionrio ASSIST. Porm podemos perceber que mesmo a maioria dos acadmicos serem
considerados de baixo risco pelo questionrio AUDIT, o consumo destas substncias tem sido
crescente e pode se tornar contnuo.
Vrios estudos realizados nos pases desenvolvidos e em desenvolvimento apontam o lcool
e o tabaco como as substncias psicoativas mais consumidas no mundo pelos adolescentes, os quais
ficam susceptveis a diversos agravos ocasionados pelo uso destas substncias (MUZA, 1997).
Ainda, de acordo com Soldera et al.(2004) o uso de bebidas alcolicas geralmente tem incio
justamente na adolescncia, e com o estmulo do grupo de amigos ou at mesmo da famlia, pode
acabar se estabelecendo o consumo abusivo desta substncia.
No estudo realizado atravs do IECPA contatou-se que 73,17% dos sujeitos se classificaram
em nvel 1, apresentando baixa expectativa ou vulnerabilidade para os efeitos do lcool. A alta
vulnerabilidade foi constatada em 26,83% dos indivduos avaliados, sendo classificados como nvel
2.
Em pesquisa realizada por Martins, Coelho e Ferreira (2010) foram investigadas as
expectativas de adolescentes em relao aos efeitos do lcool e a relao existente entre estas
expectativas e o padro de consumo desta substncia. Os dados obtidos nessa pesquisa indicam que
a maioria, (70,4%) dos participantes classifica-se como de baixa expectativa.
Em outra pesquisa realizada em uma grande universidade pblica, no sudeste dos Estados
Unidos, na qual foram comparadas as expectativas de resultados frente ao lcool com quantidade e
a forma de consumo da substncia, verificou-se que as expectativas positivas para o consumo de
lcool estavam associadas com o consumo pesado dessa substncia e grande parte desses indivduos
eram filhos de pais que bebiam de forma problemtica, tal fato mostra a importncia da exposio
familiar no desenvolvimento de expectativas positivas (AARONS et al., 1999).
Ao analisar a amostra populacional da Universidade de So Paulo, Stempliuk et al. (2005)
constatou que as consequncias adversas a respeito do consumo de drogas so de conhecimento dos
alunos de graduao e tambm so frequentes entre os usurios. Nesse levantamento, 9,95% dos
estudantes relacionam o uso de drogas com distrbios do sono, 5,39% com a reduo do
desempenho acadmico, 5,13% relatam alteraes nos hbitos alimentares e 2,31% com a inibio
do desempenho sexual.
Estudos realizados por Pillon e Webster (2006) revelaram que estudantes do sexo masculino
tem maior frequncia de relaes sexuais, com diferentes parceiros sem uso de preservativos
quando esto sob o efeito de substncias psicoativas. O mesmo estudo determinou que, entre os
universitrios, 23,5% dirigem aps consumirem bebidas alcolicas; entre esses, 17% se envolveram
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em acidentes de trnsito. Alm dos prejuzos sociais e para a sade da pessoa, o uso de lcool pode
afetar tambm o psicolgico como pode ser evidenciado pelo questionrio ESSS.
De acordo com a amostra obtida 90,24% dos voluntrios demonstraram mdio suporte social
e apenas 9,76% se qualificaram como alto suporte social considerando o estado do indivduo em
relao aos seus sentimentos aps terem ingerido bebida alcolica.
Em relao aos nossos estudos, podemos considerar que os prejuzos e a vulnerabilidade
advindos do uso de substncias psicoativas so na sua maioria de nvel baixo, portanto, essa
populao especfica, possivelmente sofrer menos consequncias e estaro menos susceptveis a
danos e riscos provenientes do uso destas substncias. Estudos evidenciam que h um alto ndice de
consumo de lcool entre indivduos analfabetos e entre os que possuem at o primeiro grau
completo (CIBEIRA et al., 2013).
A referida pesquisa foi realizada com acadmicos de uma instituio de ensino superior de
ensino, o que pode ser um fator para justificar o baixo ndice para dependncia alcolica na
populao estudada. Porm, ressaltamos que essa informao ainda limitada e precisa de mais
estudos acerca desta questo.
CONCLUSO
Os resultados aqui apresentados nos permitem concluir que conforme o questionrio AUDIT
a maioria dos estudantes se classificou como de baixo risco para dependncia do lcool. De acordo
com a Escala de Satisfao com o Suporte Social os estudantes demonstraram mdio suporte social
e se qualificaram como alto suporte social. O IECPA mostrou que grande parte dos pesquisados se
encaixaram no nvel 1 apresentando baixa vulnerabilidade para os efeitos do lcool. J Sobre o
ASSIT a classificao de nvel 1 alcanou a totalidade do grupo amostral. Ainda que os resultados
se apresentem de baixo risco para dependncia do lcool e outras substncias psicoativas, torna-se
relevante a ampliao de estudos sobre os riscos causados pelo uso do lcool e outras drogas entre
os universitrios e ainda faz-se necessrio o desenvolvimento de intervenes para que esses
indivduos sejam orientados sobre os malefcios causados pelo consumo de bebidas alcolicas,
evitando que os jovens possam se tornar dependentes destas substncias.
Recomendamos que sejam realizadas novas pesquisas para poder embasar os resultados ou
no apresentadas no nosso estudo.
REFERNCIAS
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Utilizao do lcool como mediador social em acadmicos do curso de tecnlogo em Gastronomia 50
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